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PREFEITURA MUNICIPAL DE AREIAS

ESTADO DE SÃO PAULO

ESTUDO DE CONCEPÇÃO, PROJETO BÁSICO E EXECUTIVO E


ESTUDO AMBIENTAL DO SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO DO
MUNICÍPIO DE AREIAS/SP

ELABORADO POR:

NOVEMBRO, 2015

ESTUDO DE CONCEPÇÃO, PROJETO BÁSICO E EXECUTIVO E ESTUDO AMBIENTAL DO


SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO – MUNICÍPIO DE AREIAS/SP
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Mapa de localização do município de Areias .................................................... 15


Figura 2 – Portal do município de Areias ........................................................................... 26
Figura 3 – Vista da área central de Areias ......................................................................... 26
Figura 4 – Igreja Matriz Nossa Senhora Sant’Ana no Centro Histórico de Areias ............. 26
Figura 5 – Museu Histórico de Areias ................................................................................ 26
Figura 6 – Crescimento populacional entre o período de 1991 a 2010 – Areias ............... 33
Figura 7 – Taxa média de crescimento do município de Areias por período ..................... 34
Figura 8 – Representação gráfica da estimativa da população total do município de Areias
pelo método aritmético....................................................................................................... 35
Figura 9 – Representação gráfica da estimativa da população total do município de Areias
pelo método geométrico .................................................................................................... 36
Figura 10 – Representação gráfica da estimativa da população total do município de
Areias pelo método da previsão ........................................................................................ 38
Figura 11 – Representação gráfica da estimativa da população total do município de
Areias pelo método do crescimento ................................................................................... 39
Figura 12 – Representação gráfica da estimativa da população total do município de
Areias pelo método da regressão matemática................................................................... 40
Figura 13 – Diagrama de funcionamento do sistema de coleta de esgotos sanitários -
Alternativa 01 ..................................................................................................................... 59
Figura 14 – Diagrama de funcionamento do sistema de coleta de esgotos sanitários -
Alternativa 02 ..................................................................................................................... 61
Figura 15 – Diagrama de funcionamento do sistema de coleta de esgotos sanitários -
Alternativa 03 ..................................................................................................................... 63
Figura 16 – Fluxograma típico do sistema de lodos ativados convencional ...................... 66
Figura 17 – Fluxograma de um sistema de aeração prolongada ....................................... 67
Figura 18 – Fluxograma de um sistema composto por reator UASB seguido por lodos
ativados ............................................................................................................................. 68
Figura 19 – Diagrama de vazões - Alternativa 01 .............................................................. 69
Figura 20 – Diagrama de vazões - Alternativa 02 .............................................................. 70
Figura 21 – Diagrama de vazões - Alternativa 03 .............................................................. 71

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Figura 22 – Custo da rede coletora de esgoto (R$/m) para solo favorável e baixa
urbanização ....................................................................................................................... 74
Figura 23 – Distribuição da composição do tipo de escoramento por nível de terreno...... 75
Figura 24 – Custo dos Coletores/ Interceptores – DN 200 a 400mm ................................ 75
Figura 25 – Custo de EEE com Hman até 15 m.c.a. ......................................................... 76
Figura 26 – Custo de Linhas de Recalque – PEAD ........................................................... 76
Figura 27 – Diagrama de funcionamento do sistema de coleta de esgotos sanitários -
Alternativa 03 ..................................................................................................................... 84

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Coordenadas geográficas do município de Areias........................................... 16


Tabela 2 – População do município de Areias................................................................... 18
Tabela 3 – População de acordo com os censos demográficos ........................................ 18
Tabela 4 – Rendimento mensal da população de Areias por faixa de salário mínimo....... 19
Tabela 5 – Nível de instrução da população de Areias...................................................... 19
Tabela 6 – Perfil industrial do município de Areias ............................................................ 20
Tabela 7 – População de Areias por seção de atividade do trabalho principal .................. 21
Tabela 8 – Distribuição de energia elétrica em Areias ....................................................... 21
Tabela 9 – Comparativo do IDH do município de Areias ................................................... 24
Tabela 10 – Divisão de zonas urbanas por áreas.............................................................. 28
Tabela 11 – População total do município de Areias ......................................................... 33
Tabela 12 – Taxa média de crescimento do município de Areias...................................... 33
Tabela 13 – Previsão da população do município de Areias pelo método aritmético ........ 34
Tabela 14 – Previsão da população do município de Areias pelo método geométrico ...... 35
Tabela 15 – Previsão da população do município de Areias pelo método da previsão ..... 37
Tabela 16 – Previsão da população do município de Areias pelo método do crescimento38
Tabela 17 – Previsão da população do município de Areias pelo método da regressão
matemática ........................................................................................................................ 39
Tabela 18 – Projeção populacional segundo linha de tendência linear ............................. 41
Tabela 19 – Taxas de crescimento por período segundo linha de tendência linear .......... 42
Tabela 20 – Comparação entre as taxas de crescimento .................................................. 43
Tabela 21 – Previsão populacional residente para o município de Areias ......................... 44
Tabela 22 – População por zona urbana em 2016 ............................................................ 45
Tabela 23 – População por zona urbana em 2045 ............................................................ 45
Tabela 24 – Parâmetros de projeto ................................................................................... 48
Tabela 25 – Vazões totais de contribuição para área urbana do município....................... 48
Tabela 26 – Cálculo da carga orgânica média e sua concentração no efluente ................ 49
Tabela 27 – Demanda máxima diária para população total do município de Areias ......... 51
Tabela 28 – Demanda máxima diária para população urbana do município de Areias ..... 52
Tabela 29 – Detalhamento bacias de contribuição ............................................................ 55
Tabela 30 – Cálculo das vazões para o ano de 2016 ........................................................ 55

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Tabela 31 – Cálculo das vazões para o ano de 2045 ........................................................ 55
Tabela 32 – Dimensionamento do sistema de coleta de esgotos sanitários - Alternativa 01
........................................................................................................................................... 69
Tabela 33 – Dimensionamento do sistema de coleta de esgotos sanitários - Alternativa 02
........................................................................................................................................... 70
Tabela 34 – Dimensionamento do sistema de coleta de esgotos sanitários - Alternativa 03
........................................................................................................................................... 70
Tabela 35 – Parâmetros de dimensionamento de ETE ..................................................... 71
Tabela 36 – Parâmetros de projeto ETE - Alternativa 01................................................... 71
Tabela 37 – Parâmetros de projeto ETE - Alternativa 02................................................... 72
Tabela 38 – Parâmetros de projeto ETE - Alternativa 03................................................... 72
Tabela 39 – Valores de investimento no sistema de coleta de esgotos sanitários -
Alternativa 01 ..................................................................................................................... 77
Tabela 40 – Valores de investimento no sistema de coleta de esgotos sanitários -
Alternativa 02 ..................................................................................................................... 77
Tabela 41 – Valores de investimento no sistema de coleta de esgotos sanitários -
Alternativa 03 ..................................................................................................................... 77
Tabela 42 – Parâmetros adotados para a estimativa de custos das alternativas de ETE . 78
Tabela 43 – Valores de investimento na Estação de Tratamento de Efluentes - Alternativa
01 ....................................................................................................................................... 79
Tabela 44 – Valores de investimento na Estação de Tratamento de Efluentes - Alternativa
02 ....................................................................................................................................... 80
Tabela 45 – Valores de investimento na Estação de Tratamento de Efluentes - Alternativa
03 ....................................................................................................................................... 81
Tabela 46 – Critérios de composição da pontuação .......................................................... 82
Tabela 47 – Matriz de avaliação de alternativas ................................................................ 83
Tabela 48 – Critérios de composição da pontuação .......................................................... 85
Tabela 49 – Matriz de avaliação de alternativas ................................................................ 86
Tabela 50 – Serviços de campo demandados para elaboração de projeto de engenharia87
Tabela 51 – Equipe técnica mobilizada ............................................................................. 88

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SUMÁRIO

1 IDENTIFICAÇÃO DO EMPREENDEDOR E CONSULTORIA .............................. 8


2 APRESENTAÇÃO ................................................................................................ 9
3 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 10
4 ESTUDO DE CONCEPÇÃO ............................................................................... 11
4.1 Arcabouço legal e normativas pertinentes .................................................. 11
4.2 Diagnóstico da situação atual e elementos para concepção do sistema . 13
4.2.1 Coleta de dados e visita de inspeção ........................................................... 13
4.3 Dados gerais da localidade ........................................................................... 14
4.3.1 Localização .................................................................................................. 14
4.3.2 Acesso.......................................................................................................... 16
4.3.3 Clima ............................................................................................................ 16
4.3.4 Bioma ........................................................................................................... 16
4.3.5 Relevo e solo................................................................................................ 16
4.3.6 Hidrologia e geologia .................................................................................... 16
4.3.7 Unidades de conservação ............................................................................ 17
4.3.8 População .................................................................................................... 17
4.3.9 Características urbanas................................................................................ 18
4.3.10 Condições sanitárias................................................................................. 18
4.3.11 Perfil socioeconômico ............................................................................... 19
4.3.12 Perfil industrial .......................................................................................... 19
4.3.13 Mão de obra local ..................................................................................... 20
4.3.14 Energia elétrica ......................................................................................... 21
4.3.15 Sistema existente de abastecimento de água .......................................... 22
4.3.15.2 Sistema Bairro Roccio ........................................................................... 22
4.3.16 Sistema existente de drenagem pluvial .................................................... 23
4.3.17 Destinação dos resíduos sólidos .............................................................. 23
4.3.18 Desenvolvimento socioeconômico ............................................................ 24
4.4 Sistemas existentes de esgotamento sanitário .......................................... 24
4.5 Estudos, Planos e Projetos existentes ........................................................ 25
4.5.1 Plano Municipal de Saneamento Básico ...................................................... 25
4.6 Zonas características da área do projeto – critérios e parâmetros ........... 25

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4.7 Estudos de demanda de água ...................................................................... 51
4.8 Sistema de esgotamento sanitário ............................................................... 53
4.8.1 Sistema de coleta de esgotos sanitários ...................................................... 56
4.8.2 Estação de Tratamento de Esgoto – ETE .................................................... 65
4.9 Pré-dimensionamento das unidades de cada alternativa proposta .......... 68
4.9.1 Sistema de coleta de esgotos sanitários ...................................................... 68
4.9.2 Estação de Tratamento de Esgoto – ETE .................................................... 71
4.10 Orçamento preliminar das alternativas ........................................................ 73
4.10.1 Sistema de coleta de esgotos sanitários................................................... 73
4.10.2 Estação de tratamento de Esgotos – ETE ................................................ 77
4.11 Comparação e seleção de alternativas ........................................................ 82
4.11.1 Sistema de coleta de esgotos sanitários................................................... 82
4.11.1.1 Consolidação da alternativa selecionada .............................................. 84
4.11.2 Estação de tratamento de efluentes – ETE .............................................. 85
4.11.2.1 Consolidação da alternativa selecionada .............................................. 87
4.12 Órgão Ambiental ............................................................................................ 87
4.13 Indicação de serviços de campo necessários ao desenvolvimento do
projeto de engenharia ..................................................................................................... 87
4.14 Equipe técnica mobilizada ............................................................................ 88
5 TERMO DE ENCERRAMENTO .......................................................................... 89

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1 IDENTIFICAÇÃO DO EMPREENDEDOR E CONSULTORIA

Identificação do Empreendedor
NOME OU RAZÃO SOCIAL Município de Areias
NÚMERO DO CNPJ 45.195.963/0001-26
ENDEREÇO COMPLETO Rua Praça Nove de Julho, 202 – Areias/SP
TELEFONE E FAX Telefone: (12) 3107-1200
REPRESENTANTES LEGAIS Prefeito Jose Antônio Fernandes
PESSOA DE CONTATO Eng° Cesar Gonçalves de Oliveira

Identificação da Empresa Consultora


NOME OU RAZÃO SOCIAL ECHOA Engenharia S/S Ltda
NÚMERO DO CNPJ 14.330.668/0001-01
Av. Des. Vitor Lima, nº 260, sala 908 -
ENDEREÇO COMPLETO
Trindade - Florianópolis/SC
TELEFONE E FAX Telefone/Fax: (48) 3307-1222
REPRESENTANTES LEGAIS Vinicius Ternero Ragghianti
PESSOA DE CONTATO Ricardo Mattiello
REGISTRO NO CREA-SC 109911-6

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2 APRESENTAÇÃO

Este Volume apresenta o Estudo de Concepção de Projeto Básico e Executivo do


Sistema de Esgotamento Sanitário – Município de Areias/SP, objeto do Contrato nº
Processo Licitatório 022/2015, Tomada de Preços 03/2015. O recurso para a execução
deste projeto é oriundo do Convênio celebrado com a Associação Pró-Gestão das Águas
da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul – AGEVAP, por intermédio da Caixa
Econômica Federal e o Município de Areias.

O conteúdo sistematizado do Projeto será dividido em 5 (cinco) etapas abaixo


identificadas, conforme orientação do Termo de Referência. Apresenta-se, neste relatório,
a Etapa I, referente ao Estudo de Concepção.

Etapa I – Estudo de Concepção;


Etapa II – Estudo Ambiental;
Etapa III – Serviços de Apoio Técnico;
Etapa IV – Projeto Básico;
Etapa V – Projeto Executivo.

Serão apresentadas e detalhadas todas as características técnicas empregadas na


produção de cada etapa, memorial descritivo, memorial de cálculo, peças gráficas,
considerações e orçamento.

CONTRATO TP 03/2015
PRAZO 180 dias

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3 INTRODUÇÃO

A partir da Lei Federal nº 11.445 de 2007 que preconiza, dentre outros aspectos, a
universalização dos serviços de saneamento básico – nestes incluído o esgotamento
sanitário – faz-se necessária a concentração de esforços para ampliar a oferta desses
serviços ainda escassos nos municípios brasileiros, como é o caso de Areias.
De acordo com esta mesma Lei, um sistema de esgotamento sanitário é constituído
pelas atividades, infraestruturas e instalações operacionais de coleta, transporte,
tratamento e disposição final adequados dos esgotos sanitários, desde as ligações
prediais até o seu lançamento final no meio ambiente. Entre suas principais finalidades
citam-se o controle de doenças e outros agravos; a consequente promoção da saúde e
melhora da qualidade de vida da população; bem como a diminuição dos impactos
causados no meio ambiente, especialmente nos corpos hídricos.
Com vistas a mudar o cenário de Areias, foi disponibilizado recurso para a execução
do presente Projeto, a partir do Convênio celebrado entre a Associação Pró-Gestão das
Águas da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul – AGEVAP, por intermédio da Caixa
Econômica Federal e o Município de Areias.
O documento em questão trata do Estudo de Concepção de Projeto Básico e
Executivo do Sistema de Esgotamento Sanitário do município de Areias/SP e inclui as
informações obtidas no diagnóstico, apresenta as alternativas de concepção estudadas,
os estudos de viabilidade técnica, econômica e ambiental, e aponta a concepção final a
ser adotada para atender às necessidades do município.
A partir da solução apresentada neste Estudo, será possível conceber os
levantamentos de campo e desenvolver estudos ambientais e projetos de engenharia,
referentes ao sistema de esgotamento sanitário.

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4 ESTUDO DE CONCEPÇÃO

Um Estudo de Concepção consiste num levantamento das necessidades e


caracterização dos problemas existentes, que permita a avaliação de alternativas viáveis
para solucionar estes problemas do ponto de vista técnico, socioeconômico, financeiro e
ambiental.
Aplicado a um projeto de esgotamento sanitário, o Estudo de Concepção deve
contemplar pesquisas de demanda local e identificação das necessidades de
esgotamento sanitário, caracterização do problema e diagnóstico da situação atual do
sistema existente, quando for o caso.
Os estudos devem objetivar a universalização do atendimento, considerando as
expansões urbanísticas previstas e as projeções populacionais estudadas. Então, é
possível proceder ao estudo de todas as alternativas tecnicamente viáveis de
atendimento, sendo escolhida aquela que se sobressair às demais quando submetida à
análise técnica, econômica e ambiental.

4.1 Arcabouço legal e normativas pertinentes


A legislação relativa aos estudos de esgotamento sanitário a ser observada neste
projeto, bem como demais documentos relevantes, se dividem nos âmbitos: Federal,
Estadual e Municipal; e são listados a seguir.

a) Federal
• Manual de Saneamento (FUNASA);
• Lei de Saneamento Básico nº 11.445/2007 e seu Decreto Regulamentador
7.217/2010;
• Lei Federal nº 12.651/2012 – Dispõe sobre a proteção da vegetação nativa;
altera as Leis nos 6.938, de 31 de agosto de 1981, 9.393, de 19 de
dezembro de 1996, e 11.428, de 22 de dezembro de 2006; revoga as Leis
nos 4.771, de 15 de setembro de 1965, e 7.754, de 14 de abril de 1989, e a
Medida Provisória no 2.166-67, de 24 de agosto de 2001; e dá outras
providências.
• Normas técnicas da Companhia de Saneamento do Estado de São Paulo –
SABESP;

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• Resolução CONAMA nº 357/2005 – Dispõe sobre a classificação dos corpos
de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como
estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes, e dá outras
providências;
• Resolução CONAMA 430/2011 – Dispõe sobre as condições e padrões de
lançamento de efluentes, complementa e altera a Resolução no 357, de 17
de março de 2005, do Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA.

As normas da Associação Brasileira de Normas técnicas (ABNT) a serem


observadas na execução dos trabalhos incluem:
• NBR 9.648/86 – Estudos de Concepção de Sistemas de Esgotamento
Sanitário;
• NBR 9.649/86 – Projeto de Redes Coletoras de Esgotos;
• NBR 12.207/92 – Projeto de Interceptores de Esgoto Sanitário;
• NBR 12.208/92 – Projeto de Estação Elevatória;
• NBR 12.211/92 – Estudos de Concepção de Sistemas Públicos de
Abastecimento de Água.

b) Estadual
• Decreto Estadual 8.468/76 – Aprova o Regulamento da Lei nº 997, de 31 de
maio de 1976, que dispõe sobre a Prevenção e o Controle da Poluição do
Meio Ambiente;
• Decreto Estadual 10.755/1977 – Dispõe sobre o enquadramento dos corpos
de água receptores na classificação prevista no Decreto nº 8.468, de 8 de
setembro de 1976 e dá providências correlatas.

c) Municipal
• Manual de Referência – Elaboração de Estudo de Concepção, Projeto
Básico e Executivo e Estudo Ambiental para o Sistema de Esgotamento
Sanitário (AGEVAP);
• Plano Municipal Integrado de Saneamento Básico Areias.

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Outros documentos consultados, incluem:
• Plano de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Paraíba do Sul. Fundação
COPPETEC, nov/2006;
• Plano da Bacia Hidrográfica do Paraíba do Sul - UGRHI 02 - 2009-2012,
CBHSP, dez/2009.

4.2 Diagnóstico da situação atual e elementos para concepção do sistema


O diagnóstico da situação atual deve contemplar informações relativas aos dados
gerais da localidade, a caracterização e o estudo dos sistemas de esgoto já existentes,
condições de acesso aos serviços, bem como o levantamento das deficiências, com
vistas a indicar a melhor solução em termos de projeto de esgotamento sanitário para o
horizonte dos próximos 30 anos.
Os levantamentos da fase de diagnóstico constituirão uma base de dados referente
à efetiva demanda da população por serviços de esgotos, para a formulação dos estudos
de concepção, com vistas a determinar as necessidades locais e a importância do projeto
para a população. Estas informações poderão subsidiar a formulação das alternativas de
projeto, especialmente com relação à localização das ETEs, prazos de execução,
transtornos causados pelas obras, etc. Ainda, apontará as diretrizes para a elaboração
dos projetos básicos e executivos, além de estudo ambiental, que constituem as próximas
etapas do projeto.

4.2.1 Coleta de dados e visita de inspeção


Por meio de visitas agendadas a Areias, à contratada foi possibilitada a coleta de
dados detalhados diretamente do município, permitindo a identificação de características
físicas, ambientais e sociais. De grande valia para a execução de todas as fases do
projeto, tais visitas possibilitaram verificar in loco as condições de todas as áreas objeto
do projeto tais como: bacias sanitárias, condições do solo, sistemas existentes, acesso à
infraestrutura e equipamentos públicos, locais mais sujeitos à expansão, loteamentos, etc.
Paralelamente, dados secundários do município foram obtidos por meio do IBGE
(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), CEPAGRI (Centro de Pesquisas
Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura), SEADE (Fundação Sistema
Estadual de Análise de Dados), concessionária de energia, concessionária de água,
resíduos, entre outros.

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4.3 Dados gerais da localidade
O município de Areias está localizado no estado de São Paulo, no antigo traçado da
Rodovia Rio-São Paulo, no Vale do Paraíba – Vale Histórico, sendo a primeira cidade a
cultivar o café na região, alcançando grande destaque no mercado cafeeiro nacional.
Sua área compreende 305.227 km2 e sua população estimada em 2014 foi de 3.849
habitantes, sendo a densidade demográfica de 12,11 hab/km2 (IBGE 1, 2014). A economia
do município está baseada em indústrias de fabricação de papel, minérios, madeiras,
lenha para carvão, extração de resina, além da agricultura
de feijão, milho, tomate, pimentão, vagem, caqui, soja e outras culturas.

4.3.1 Localização
Situado ao leste do estado de São Paulo, o município de Areias está inserido na
Região Administrativa de São José dos Campos e Região de Governo de Cruzeiro. Seus
municípios limítrofes são Resende (RJ) a nordeste, São José do Barreiro a leste e
sudeste, Cunha a sudoeste, Silveiras a oeste e Queluz a noroeste.
Na Figura 1 é apresentada a localização do município de Areias e na Tabela 1, suas
coordenadas geográficas.

1 Estimativas da população residente com data de referência 1o de julho de 2014 publicada no Diário Oficial da União

em 28/08/2014.

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Figura 1 – Mapa de localização do município de Areias

Fonte: ECHOA, 2015.

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Tabela 1 – Coordenadas geográficas do município de Areias
Município de Latitude Longitude
Areias/SP 22º21’ S 44º24’ O
Fonte: CEPAGRI.

4.3.2 Acesso
O município dista 158 km da cidade de São José dos Campos (SP), sendo seus
principais acessos através da cidade de Queluz, passando pela rodovia SP-60; ou pela
rodovia SP-68, através dos municípios de Silveiras ou São José do Barreiro. De Queluz a
Areias, o acesso se dá por meio da Ac. Deputado Nesrala Rubéns. A capital São Paulo
fica a 246km de Areias, sendo o acesso principal pela Rodovia Presidente Dutra (BR-116)
e depois pela SP-68.

4.3.3 Clima
Segundo o Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura
– CEPAGRI 2, o clima da região é caracterizado como temperado, com temperatura média
anual de 22,1°C, oscilando entre mínima média de 15,6°C e máxima média de 28,6°C. A
precipitação média anual é de 1.672,6mm.

4.3.4 Bioma
O município de Areias possui cerca de 20% de sua área total, o que equivale a
6.566ha, coberta por vegetação natural remanescente, classificada como Floresta
Ombrófila Densa (Mata Atlântica).

4.3.5 Relevo e solo


Areias está localizada entre a depressão do Rio Paraíba do Sul e as escarpas e
reversos da Serra da Bocaina. A área urbana encontra-se a 510m de altitude em relação
ao nível do mar. A topografia é montanhosa, com poucas planícies, possuindo picos com
mais de 1.500m de altitude ao sul.

4.3.6 Hidrologia e geologia


O município de Areias está inserido na Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul,
que possui área de drenagem de cerca de 55.500 km2 compreendida entre os paralelos

2 Disponível em: <http://www.cpa.unicamp.br/outras-informacoes/clima_muni_041.html>. Acesso em: agosto de 2015.

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20°26’ e 23°00’ e os meridianos 41°00’ e 46°30’ oeste de Greenwich. A bacia estende-se
pelos estados de São Paulo (13.900 km2), do Rio de Janeiro (20.900 km2) e Minas Gerais
(20.700 km2). O município contempla a nascente de um dos principais formadores do Rio
Paraíba do Sul, o Rio Paraitinga com seu comprimento calculado, a partir da nascente,
em mais de 1.100km. Os principais formadores do Rio Paraíba Sul na margem esquerda
são os rios Paraibuna, Pomba e Muriaé, e os principais afluentes da margem direita são
os rios Piraí, Piabinha e Dois Rios.
Quanto à geologia, o município de Areias está situado sobre Cambissolo Háplico e
Latossolo Vermelho-Amarelo, bem como sobre sedimentos arenosos e argilo-
carbonáticos de grau metamórfico fraco a médio.

4.3.7 Unidades de conservação


O município de Areias engloba parte do Parque Nacional da Serra da Bocaina –
PNSB, unidade de conservação de proteção integral, e grande parte de sua área urbana
encontra-se inserida na unidade de conservação de uso sustentado: Área de Proteção
Ambiental da Bacia do Rio Paraíba do Sul.
O Parque Nacional da Serra da Bocaina abrange desde áreas costeiras até
vertentes íngremes no alto do planalto dissecado da Bocaina, ou seja, do nível do mar a
2.088m de altitude. É considerado um dos principais redutos de Floresta Atlântica, ainda
em bom estado de conservação, apesar de haver inúmeros pontos de interferência
humana. A preservação do parque é fundamental para os municípios que o circundam,
uma vez que concentra grande parte das nascentes que fornecem ou podem fornecer
água potável à população. A criação do PNSB se deu através do Decreto Federal n°
68.172, de 04 de fevereiro de 1.971, com área de 134.000ha sendo, posteriormente,
modificado pelo Decreto Federal n° 70.694, de 08 de junho de 1972, totalizando uma área
de 104.000 ha, da qual cerca de 60% localiza-se no estado do Rio de Janeiro e 40% no
estado de São Paulo.

4.3.8 População
Segundo o censo demográfico realizado no ano de 2010 pelo IBGE, a população do
município de Areias era de 3.696 habitantes. O mesmo órgão estima que a população do
município, no ano 2014, era de 3.849 habitantes. A série histórica da população deste
município, disponibilizada pelo censo do IBGE, é indicada na Tabela 2.

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Tabela 2 – População do município de Areias
População
Censo
(hab)
1991 3.284
1996 3.466
2000 3.604
2007 3.571
2010 3.696
Fonte: IBGE.

4.3.9 Características urbanas


Considerando-se dados do censo demográfico de 2010, o município de Areias tem
3.696 habitantes, distribuídos em uma área de 305,23 km2, o que resulta em uma
densidade demográfica de 12,11 hab/km2. A maior parte da população reside em área
urbana, sendo a urbanização de 67% (IBGE, 2010). A Tabela 3indica a população total,
rural e urbana de acordo com os censos realizados de 1991 a 2010. Conforme essa
Tabela 3, a população urbana apresentou um crescimento gradativo, da ordem de 42%,
no período entre 1990 e 2010, enquanto que a rural, sofreu redução de 21% no número
de habitantes.
Tabela 3 – População de acordo com os censos demográficos
População (hab) Relação (%)
Censo
Urbana Rural Total Urbana Rural
1991 1.746 1.538 3.284 53% 47%
1996 2.324 1.142 3.466 67% 33%
2000 2.456 1148 3.604 68% 32%
2007 2.394 1.177 3.571 67% 33%
2010 2.478 1.218 3.696 67% 33%
Fonte: IBGE.

4.3.10 Condições sanitárias


O serviço de abastecimento de água de Areias é realizado pela Prefeitura Municipal,
que dispõe de equipe e instalações próprias, sendo o atendimento da população da área
urbana de 100%.
Quanto ao sistema de coleta de esgoto, apesar de existente, a rede é muito antiga e
sub dimensionada, atendendo a 98% da área urbana, segundo o Plano Municipal de
Saneamento Básico (PMSB) do município. Não há estação de tratamento de esgoto em
Areias sendo o esgoto, portanto, lançado in natura em seis pontos distintos do Ribeirão
Vermelho. Em relação à saúde da população, segundo o PMSB, não há registro de
morbidade hospitalar no SUS devida a infecções relacionadas com a água.

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4.3.11 Perfil socioeconômico
A economia de Areias baseia-se na agricultura, pecuária e comércio. A Tabela 4
demonstra o rendimento mensal dos habitantes de Areias por faixas de salário mínimo.
Tabela 4 – Rendimento mensal da população de Areias por faixa de salário mínimo
Rendimento Mensal Pessoas
Rendimento nominal mensal de até 1/4 de salário mínimo 164
Rendimento nominal mensal de mais de 1/4 a 1/2 salário mínimo 103
Rendimento nominal mensal de mais de 1/2 a 1 salário mínimo 927
Rendimento nominal mensal de mais de 1 a 2 salários mínimos 550
Rendimento nominal mensal de mais de 2 a 3 salários mínimos 74
Rendimento nominal mensal de mais de 3 a 5 salários mínimos 112
Rendimento nominal mensal de mais de 5 a 10 salários mínimos 31
Rendimento nominal mensal de mais de 10 a 15 salários mínimos 5
Rendimento nominal mensal de mais de 15 a 20 salários mínimos 8
Rendimento nominal mensal de mais de 20 a 30 salários mínimos -
Rendimento nominal mensal de mais de 30 salários mínimos -
Sem Rendimento 1.134
Fonte: IBGE, 2010.

Quanto ao nível de instrução da população de 10 anos ou mais de idade, no ano de


2010, verificou-se que 55% dessas pessoas foram classificadas como sem instrução e
fundamento incompleto. Da população com mais de 10 anos, 5% possui ensino superior
completo.
Tabela 5 – Nível de instrução da população de Areias
Número de
Nível de Instrução Porcentagem
pessoas
Sem instrução e fundamental
1.724 55%
incompleto
Fundamental completo e médio
617 20%
incompleto
Médio completo e superior incompleto 630 20%
Superior completo 129 5%
Não determinado 10 0,3%
Total 3.110 100%
Fonte: IBGE, 2010.

4.3.12 Perfil industrial


O município de Areias, em 2013, contava com um total de 63 unidades empresariais
locais, sendo somente 1 indústria de transformação que, em 2010, empregava 93
pessoas. A Tabela 6 detalha o perfil industrial do município.

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Tabela 6 – Perfil industrial do município de Areias
Unidades Locais
Discriminação
Número Porcentagem
A Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e
5 7,94%
aquicultura
B Indústrias extrativas - -
C Indústrias de transformação 1 1,59%
D Eletricidade e gás - -
E Água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e
- -
descontaminação
F Construção 1 1,59%
G Comércio; reparação de veículos automotores e
37 58,73%
motocicletas
H Transporte, armazenagem e correio 1 1,59%
I Alojamento e alimentação 5 7,94%
J Informação e comunicação - -
K Atividades financeiras, de seguros e serviços
- -
relacionados
L Atividades imobiliárias - -
M Atividades profissionais, científicas e técnicas 1 1,59%
N Atividades administrativas e serviços complementares 1 1,59%
O Administração pública, defesa e seguridade social 2 3,17%
P Educação 1 1,59%
Q Saúde humana e serviços sociais 1 1,59%
R Artes, cultura, esporte e recreação 2 3,17%
S Outras atividades de serviços 5 7,94%
T Serviços domésticos - -
U Organismos internacionais e outras instituições
- -
extraterritoriais
Total 63 100%
Fonte: IBGE 3, 2013.

4.3.13 Mão de obra local


No ano de 2010, segundo o censo demográfico do IBGE, no Município de Areias
havia 1.505 pessoas de 10 anos ou mais ocupadas, sendo 34,22% nos setores de
agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura; 6,18% na indústria de
transformação; 10,70% na construção; 8,90% no comércio; 11,10% administração
pública; e 7,64% serviços domésticos. Na Tabela 7 são detalhados os setores ocupados
pela população do município.

3 Disponível em: <http://www.sidra.ibge.gov.br/bda/tabela/listabl.asp?z=p&o=1&i=P&c=993>. Acesso em: agosto de


2015.

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Tabela 7 – População de Areias por seção de atividade do trabalho principal
Pessoas de 10 anos ou mais de
Seção de Atividade do Trabalho Principal Idade
Número %
Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e
515 34,22%
aquicultura
Indústrias extrativas 4 0,27%
Indústrias de transformação 93 6,18%
Eletricidade e gás 0 0%
Água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e
4 0,27%
descontaminação
Construção 161 10,70%
Comércio; reparação de veículos automotores e
134 8,90%
motocicletas
Transporte, armazenagem e correio 22 1,46%
Alojamento e alimentação 22 1,46%
Informação e comunicação 0 0%
Atividades financeiras, de seguros e serviços
3 0,20%
relacionados
Atividades imobiliárias 0 0%
Atividades profissionais, científicas e técnicas 14 0,93%
Atividades administrativas e serviços complementares 22 1,46%
Administração pública, defesa e seguridade social 167 11,10%
Educação 70 4,65%
Saúde humana e serviços sociais 70 4,65%
Artes, cultura, esporte e recreação 0 0%
Outras atividades de serviços 21 1,40%
Serviços domésticos 115 7,64%
Organismos internacionais e outras instituições
0 0%
extraterritoriais
Atividades mal especificadas 68 4,52%
Total 1.505 100%
Fonte: IBGE, 2010.

4.3.14 Energia elétrica


A energia elétrica no município de Areias é, em grande parte, distribuída pela Elektro
Eletricidade e Serviços S.A. Segundo o censo de 2010, do IBGE, na cidade havia 1.067
domicílios com energia elétrica e 15 domicílios sem energia elétrica (1,39%).
Tabela 8 – Distribuição de energia elétrica em Areias
Domicílios com energia elétrica
Domicílios
De companhia distribuidora De
sem energia
Com medidor Com medidor comum a Sem outra
Total elétrica
próprio mais de um domicílio medidor fonte
1.067 818 159 85 5 15
Fonte: IBGE, 2010.

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4.3.15 Sistema existente de abastecimento de água
Conforme descrito, o serviço de abastecimento de água realizado pela Prefeitura
Municipal cobre 100% da população da área urbana. No entanto, não há cadastro
digitalizado desse sistema. Ainda, há no município, dois sistemas produtores de água:
Sede e Bairro Roccio. Um dos maiores problemas associados ao sistema de
abastecimento de água do município é o desperdício. Apesar de 77,8% das ligações
contarem com hidrômetro para controle e regularização do sistema, não é realizada a
cobrança dos serviços de abastecimento água.

4.3.15.1 Sistema Sede


Segundo o PMSB, o sistema de abastecimento de água possui captação superficial
no Ribeirão Vermelho com capacidade de 27,7 L/s. A barragem de regularização da
vazão foi executada em 1998. O sistema também dispõe de captação subterrânea nos
períodos de verão, através de dois poços com vazões de exploração de 9 e 8 m3/h.
A adução de água bruta se dá por adutora com diâmetro de 200mm e 600m de
extensão até a Estação de Tratamento 1 (ETA I). Na ETA I, a água recebe pré-tratamento
com aplicação de agente coagulante (sulfato de alumínio) e é recalcada para a Estação
de Tratamento II (ETA II). A ETA II conta com calha Parshall, câmaras de floculação,
decantação e filtros, sendo que todos os módulos são abertos, em aço carbono. A
capacidade instalada é de 50,4 m3/h, operando em média, 15 horas/dia. Na ETA II há,
ainda, painéis elétricos para acionamento dos misturadores e floculadores mecânicos,
bem como das bombas dosadoras.
A rede de distribuição de água tratada possui 8km de extensão e atende a 100% da
população urbana.

4.3.15.2 Sistema Bairro Roccio


O Bairro Roccio é localizado na zona alta do município e possui, atualmente, sistema
isolado de abastecimento. De acordo com o PMSB, o bairro conta com cinco reservatórios
de 10m3 cada que são abastecidos por caminhão pipa durante todo ano, cinco vezes por
dia.

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SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO – MUNICÍPIO DE AREIAS/SP 22
4.3.16 Sistema existente de drenagem pluvial
O perímetro urbano do município de Areias está inserido na Bacia do Rio Vermelho.
O município possui algumas áreas que sofrem com pequenas inundações e eventuais
deslizamentos em períodos de chuvas mais intensas. Esses problemas, de um modo
geral, são decorrentes de uma série de fatores associados ao crescimento urbano
desordenado (sem planejamento), à ocupação de áreas inundáveis e à
impermeabilização desenfreada do solo da bacia, o que incrementa sobremaneira os
deflúvios nos corpos d’água nessas bacias urbanizadas.
A macrodrenagem da área urbana do município corresponde à malha de drenagem
natural formada pelos corpos d'água que se localizam nos talvegues e fundos de vales.
No caso da microdrenagem, o sistema é composto por diversas estruturas tais como: as
sarjetas, os sarjetões, as canaletas, as bocas de lobo, os poços de visita e as galerias de
águas pluviais.
A contribuição pluvial oriunda das regiões altas do município, com relevo bem mais
acidentado, escoa pelas sarjetas alcançando, rapidamente, as áreas mais baixas do sítio
urbano, onde são coletadas e conduzidas, geralmente por condutos e galerias, para a
malha de drenagem natural formada pelo Rio Vermelho e por seu afluente Lava Pés.

4.3.17 Destinação dos resíduos sólidos


Os serviços de coleta e transporte de resíduos sólidos domiciliares são executados
com o auxílio de 2 caminhões coletores compactadores, com frequência de duas vezes
por semana, às segundas e às sextas-feiras. O índice de cobertura é de 100% da área
urbana e a destinação final dos resíduos sólidos domiciliares gerados no município é o
próprio aterro do município.
Os resíduos sólidos inertes são coletados pela Prefeitura Municipal separadamente
dos demais resíduos e são descartados num bota-fora, localizado em frente ao Aterro de
Areias. Ali também são dispostos os resíduos de podas. Já os resíduos de serviços de
saúde são coletados e transportados pela empresa terceirizada ATHO Assistência
Técnica Transportes e Serviços Ltda, que encaminha os resíduos para a unidade da
empresa ATT Ambiental Tecnologia e Tratamento Ltda, onde são submetidos à radiação
eletromagnética de alta frequência.

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SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO – MUNICÍPIO DE AREIAS/SP 23
4.3.18 Desenvolvimento socioeconômico
O IDH – Índice de Desenvolvimento Humano – foi desenvolvido pela ONU –
Organização das Nações Unidas – dentro do PNUD – Programa das Nações Unidas para
o Desenvolvimento. Trata-se de uma medida de comparação entre Municípios, Estados,
Regiões e Países, com objetivo de medir o grau de desenvolvimento econômico e a
qualidade de vida oferecida à população. Este índice é calculado com base em dados
econômicos e sociais (expectativa de vida ao nascer, educação e PIB per capita) e varia
de 0 (nenhum desenvolvimento) a 1 (desenvolvimento total).
Em Areias, o IDH municipal para o ano de 2010 foi de 0,697, superior às medições
anteriores. Entretanto, a colocação do município no ranking estadual foi inferior no
comparativo com os anos anteriores, ocupando a 590ª posição no estado de São Paulo.
O município se encontra abaixo do IDH estadual, que é 0,783. A Tabela 9 apresenta
esses valores.
Tabela 9 – Comparativo do IDH do município de Areias
1991 2000 2010
Local
IDH Posição IDH Posição IDH Posição
Areias 0,418 588 0,6 542 0,697 590
Estado de São
0,578 - 0,702 - 0,783 -
Paulo
Fonte: SEADE4.

O Índice Paulista de Responsabilidade Social (IPRS), sintetiza a situação de cada


município do Estado no que diz respeito à riqueza, escolaridade e longevidade, gerando
uma tipologia que os classifica em 5 grupos. O IPRS classificou Areias, desde 2008 a
2012, como integrante do Grupo 5: Municípios mais desfavorecidos do Estado, tanto em
riqueza quanto nos indicadores sociais (SEADE 4).

4.4 Sistemas existentes de esgotamento sanitário


O município possui rede de esgoto de 8km, que atende a 98% da área urbana. No
entanto, essa rede carece de substituição por ser muito antiga, com diâmetros inferiores
ao necessário e material inadequado. A rede coletora lança os esgotos in natura em seis
pontos distintos do Ribeirão Vermelho, o município não possui estação de tratamento de
esgotos (ETE) e a área destinada à sua construção foi direcionada à outra finalidade.

4 Disponível em: < http://www.imp.seade.gov.br/frontend/>. Acesso em: agosto de 2015.

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SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO – MUNICÍPIO DE AREIAS/SP 24
Assim, será prevista nesse Volume, uma nova área para instalação da ETE, cujo projeto
constará no Projeto Executivo.

4.5 Estudos, Planos e Projetos existentes

4.5.1 Plano Municipal de Saneamento Básico


O Plano Municipal Integrado de Saneamento Básico(PMSB), de Areias foi elaborado
pelo Consórcio Plansan 123, no ano de 2010 e abrange o conjunto de serviços referentes
ao abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo de resíduos
sólidos e drenagem e manejo das águas pluviais urbanas.
As metas previstas no PMSB dizem respeito à universalização do acesso aos
serviços prestados, à sustentabilidade ambiental da prestação dos serviços e à qualidade,
regularidade e eficiência da prestação dos serviços.
As proposições e a programação de investimentos para o alcance das metas
estabelecidas foram divididas em caráter emergencial, curto prazo (2011-2014), médio
prazo (2015-2018) e longo prazo (2019-2040).

4.6 Zonas características da área do projeto – critérios e parâmetros

a) Delimitação da área de projeto


A área de projeto abrangerá todo o perímetro urbano de Areias. A sede municipal é
constituída totalmente por área residencial e área mista (residencial e comercial), sendo
constatado que o processo de desenvolvimento urbano deu-se no entorno da Rodovia
dos Tropeiros, que cruza a cidade. A área comercial, dispersa, é também restrita ao
entorno dessa rodovia, sendo as principais atividades desenvolvidas: os serviços voltados
ao turismo, restaurantes, cafés, lojas e agências de deslocamentos. A cidade apresenta
atrativos histórico culturais e naturais que atraem o turismo para a região. As igrejas e
capelas, casarões, museus, etc. constituem a programação cultural dos visitantes. As
festas municipais e eventos, características do município, também atraem quem passa
pela região. Ainda, os atrativos naturais como a Serra da Bocaina, a nascente do Rio
Paraíba e a Represa do Fúnil incrementam o turismo de Areias. O município não
apresenta área de concentração industrial.

ESTUDO DE CONCEPÇÃO, PROJETO BÁSICO E EXECUTIVO E ESTUDO AMBIENTAL DO


SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO – MUNICÍPIO DE AREIAS/SP 25
Figura 2 – Portal do município de Areias Figura 3 – Vista da área central de Areias

Figura 4 – Igreja Matriz Nossa Senhora Figura 5 – Museu Histórico de Areias


Sant’Ana no Centro Histórico de Areias

A área total atendida pelo novo SES é de 1.338.244,18 m2 para a sede municipal.
Na sequência, apresenta-se um mapa com a área do município atendida pelo SES.

ESTUDO DE CONCEPÇÃO, PROJETO BÁSICO E EXECUTIVO E ESTUDO AMBIENTAL DO


SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO – MUNICÍPIO DE AREIAS/SP 26
Prefeitura municipal de AREIAS
LEGENDA
ESCALA:

1:4000
DATA:

NOV/2015
COORDENADOR GERAL: ASSINATURA:
VINICIUS TERNERO RAGGHIANTI

CREA-SP 5069615799

27
b) Definição de zonas
Conforme exposto, o município de Areias apresenta característica residencial em
quase a totalidade de sua área urbana, havendo uma pequena área comercial dispersa,
devido ao turismo. Areias não conta com área industrial.
A área de proteção que deve ser mantida está às margens do Ribeirão Vermelho,
que circunda o município. Deverá ser mantida a proteção de 30m das margens conforme
o Código Ambiental brasileiro, Lei Federal n° 4.771/1965 alterada pela Lei Federal n°
12.651/2012.
De acordo com informações da Prefeitura de Areias, a possível expansão da cidade
deve se dar ao longo das margens da Rodovia dos Tropeiros, no início da cidade, em
direção a Queluz, bem como no entorno da Rua Manoel Firmino da Silva. A expansão a
ser observada será, basicamente, de residências e, possivelmente, de algum comércio
que virá a se instalar ao longo das referidas rodovia e rua. Na Tabela 10 são
apresentadas as áreas de cada zona urbana delimitada e, a seguir, o mapa dessas
zonas.
Tabela 10 – Divisão de zonas urbanas por áreas
Área
Zonas Urbanas Área (m2)
(km2)
Zona Residencial 1098884,94 1,10
Zona Mista (Residencial e
86213,75 0,09
Comercial)
Zona de Expansão 153145,48 0,15
Área Total 1338244,18 1,34
Fonte: ECHOA, 2015.

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LEGENDA

Zona Residencial
Prefeitura municipal de AREIAS
Zona Mista
ESCALA:

1:4000
DATA:
MAPA DAS ZONAS URBANAS DO
NOV/2015
COORDENADOR GERAL: ASSINATURA:
VINICIUS TERNERO RAGGHIANTI

CREA-SP 5069615799

29
c) Estudo populacional

Elementos Específicos a serem considerados nos Estudos Populacionais


Avaliaram-se as características populacionais da área de abrangência do sistema,
as tendências de ocupação, as áreas predominantemente residenciais e comerciais, pré-
estabelecendo objetivos a serem atingidos com o projeto de coleta de esgotamento
sanitário a ser desenvolvido.
Considerando as informações e limitações existentes, juntamente com a
configuração geral do sistema, foram estudados métodos de estimativa populacional, com
a finalidade de se obter o mais adequado para a região em estudo.

Estimativa da população a considerar no Estudo de Concepção e definição do Horizonte


do Projeto
Obras de sistema de esgotamento sanitário devem ser projetadas para atender a
uma determinada população futura, correspondente ao crescimento demográfico em um
determinado período, definido como alcance de plano ou horizonte de projeto, quando
todo o sistema opera a plena capacidade.
Fixado o horizonte de projeto em 30 anos, iniciando-se o período em 2016, obteve-
se a população final a ser atendida no ano de 2045, de acordo com a taxa de crescimento
prevista para o município. A taxa de crescimento estimada é baseada nos dados
censitários de 1991, 2000 e 2010 do IBGE. Além dos censos, foram utilizados os dados
das contagens do IBGE de 1996 e 2007. A seguir, detalham-se os métodos de projeção
populacional considerados.

• Processo Aritmético
Este processo funciona a partir da pressuposição de que a cidade está se
desenvolvendo segundo uma progressão aritmética, ou seja, a população está crescendo
de forma linear com o tempo.
Analisando os valores das populações P0 e P1 correspondentes aos tempos t0 e t1,
(referentes a dois censos), calcula-se o incremento populacional nesse período (r), pela
expressão abaixo.
𝑃𝑃1 − 𝑃𝑃0
𝑟𝑟 =
𝑡𝑡1 − 𝑡𝑡0

ESTUDO DE CONCEPÇÃO, PROJETO BÁSICO E EXECUTIVO E ESTUDO AMBIENTAL DO


SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO – MUNICÍPIO DE AREIAS/SP 30
A partir da qual resulta a previsão de população (P), correspondente à data futura (t):

𝑃𝑃 = 𝑃𝑃0 + 𝑟𝑟. (𝑡𝑡 − 𝑡𝑡0 )

• Processo Geométrico
Este processo admite que a cidade cresça segundo uma progressão geométrica.
Tanto no processo geométrico como no aritmético, não se considera um decréscimo da
população, mas sim um crescimento populacional ilimitado.
Conhecendo-se dois dados de população, P0 e P1, correspondentes,
respectivamente, aos anos t0 e t1, pode-se calcular a razão de crescimento geométrico no
período conhecido (q), pela expressão abaixo:

𝑡𝑡1 −𝑡𝑡0 𝑃𝑃1


𝑞𝑞 = �
𝑃𝑃0

A partir da qual resulta a previsão de população (P), correspondente à data futura (t):

𝑃𝑃 = 𝑃𝑃0 . 𝑞𝑞 (𝑡𝑡−𝑡𝑡0 )

• Método da Previsão
Prevê a população futura usando valores conhecidos. O valor previsto é um valor da
população (P) para um determinado valor de tempo (t). Os valores conhecidos podem ser
os censos demográficos da região, e a população futura é prevista através da regressão
linear. A expressão matemática para o método da previsão é do tipo a + bx, onde:

𝑎𝑎 = 𝑃𝑃� − 𝑏𝑏. 𝑡𝑡̅

∑(𝑡𝑡 − 𝑡𝑡̅). (𝑃𝑃 − 𝑃𝑃�)


𝑏𝑏 =
∑(𝑡𝑡 − 𝑡𝑡̅)²

Em que 𝑡𝑡̅ e 𝑃𝑃�são a média da amostra, sendo que t representa o tempo e P a


população.

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• Método do Crescimento
Calcula o crescimento exponencial previsto usando dados existentes. O Método do
Crescimento retorna os valores y para uma série de novos valores x através da
especificação dos valores x e y existentes. Também se pode usar a função de
crescimento para ajustar uma curva exponencial em valores x e y.
A previsão da população é obtida pelo uso da planilha de cálculo Excel®,
apresentando as populações de censos conhecidos.

• Método da Regressão Matemática


Neste processo é utilizado um método de extrapolação analítica dos dados
disponíveis até a data em que se pretende estudar a projeção. O processo normalmente
empregado é o dos mínimos quadrados, que consiste em se tornar mínimo o quadrado
das diferenças entre os valores disponíveis e os que se pretendem determinar e que
pertença a uma curva cuja equação parabólica procura extrapolar os dados existentes.
Neste método tem-se o ajuste de uma curva de crescimento associada à uma equação do
tipo:
𝑦𝑦 = 𝑎𝑎 + 𝑏𝑏𝑏𝑏 + 𝑐𝑐𝑐𝑐²
onde:
𝑦𝑦 = População, em número de habitantes;
𝑥𝑥 = Tempo decorrido, em anos.
Tendo por base os dados disponíveis, a equação pode ser resolvida por meio das
relações dos mínimos quadrados mostradas a seguir:

⎧ 𝑛𝑛. 𝑎𝑎 + 𝑏𝑏. � 𝑥𝑥 + 𝑐𝑐. � 𝑥𝑥 2 = � 𝑦𝑦



𝑎𝑎. � 𝑥𝑥 + 𝑏𝑏. � 𝑥𝑥 2 + 𝑐𝑐. � 𝑥𝑥 3 = � 𝑥𝑥. 𝑦𝑦

⎪𝑎𝑎. � 𝑥𝑥 2 + 𝑏𝑏. � 𝑥𝑥 3 + 𝑐𝑐. � 𝑥𝑥 4 = � 𝑥𝑥 2 . 𝑦𝑦

Projeção Populacional pelo IBGE


Com base nos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (ver
Tabela 11 realizou-se o estudo da evolução da população do município de Areias, através
dos métodos citados anteriormente.

ESTUDO DE CONCEPÇÃO, PROJETO BÁSICO E EXECUTIVO E ESTUDO AMBIENTAL DO


SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO – MUNICÍPIO DE AREIAS/SP 32
Tabela 11 – População total do município de Areias
População (hab) Relação (%)
Censo
Urbana Rural Total Urbana Rural
1991 1.746 1.538 3.284 53% 47%
1996 2.324 1.142 3.466 67% 33%
2000 2.456 1.148 3.604 68% 32%
2007 2.394 1.177 3.571 67% 33%
2010 2.478 1.218 3.696 67% 33%
Fonte: IBGE, 2010.

A Figura 6 apresenta a distribuição da população do município de Areias no período


de 1991 a 2010, conforme dados do IBGE.
Figura 6 – Crescimento populacional entre o período de 1991 a 2010 – Areias

Crescimento Populacional (IBGE)


Urbana Rural Total

4000
População (hab)

3000

2000

1000

0
1990 1995 2000 2005 2010 2015
Ano

Fonte: ECHOA, 2015.

A partir desses dados pode ser observado que existe um pequeno declínio da
população rural entre 1991 e 1996, o que é explicado pela migração dessa parcela da
população para a área urbana, sendo percebido pelo crescimento equivalente da
população urbana no mesmo período. A partir de 1996, a população rural volta a crescer,
ainda que não muito significativamente.
A partir dos dados apresentados na Tabela 11, foram calculadas as taxas médias de
crescimento da população urbana do município de Areias no período de 1991 a 2010,
cujos resultados são mostrados na Tabela 12.
Tabela 12 – Taxa média de crescimento do município de Areias
População Taxa de Crescimento Anual
Censo t0/t1
(hab) (%)
1991 3.284 1991 / 1996 1,08%
1996 3.466 1996 / 2000 0,98%

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SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO – MUNICÍPIO DE AREIAS/SP 33
2000 3.604 2000 / 2007 -0,13%
2007 3.571 2007 / 2010 1,15%
2010 3.696 Mediana 1,03%
Fonte: ECHOA, 2015.

A Figura 7 mostra a taxa média de crescimento da população urbana do município


de Areias, conforme o IBGE.
Figura 7 – Taxa média de crescimento do município de Areias por período

Fonte: ECHOA, 2015.

• Método Aritmético
A Tabela 13 e a Figura 8 apresentam a previsão da população para o município de
Areias pelo Método Aritmético para um período de projeto de 30 anos.
Tabela 13 – Previsão da população do município de Areias pelo método aritmético
Período base da projeção da população
Ano
91 - 10 96 - 10 00- 10 07 - 10
2016 3.826 3.795 3.751 3.946
2017 3.848 3.811 3.760 3.988
2018 3.869 3.827 3.770 4.029
2019 3.891 3.844 3.779 4.071
2020 3.913 3.860 3.788 4.113
2021 3.935 3.877 3.797 4.154
2022 3.956 3.893 3.806 4.196
2023 3.978 3.910 3.816 4.238
2024 4.000 3.926 3.825 4.279
2025 4.021 3.942 3.834 4.321
2026 4.043 3.959 3.843 4.363
2027 4.065 3.975 3.852 4.404
2028 4.086 3.992 3.862 4.446
2029 4.108 4.008 3.871 4.488

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SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO – MUNICÍPIO DE AREIAS/SP 34
2030 4.130 4.025 3.880 4.529
2031 4.151 4.041 3.889 4.571
2032 4.173 4.057 3.898 4.613
2033 4.195 4.074 3.908 4.654
2034 4.216 4.090 3.917 4.696
2035 4.238 4.107 3.926 4.738
2036 4.260 4.123 3.935 4.779
2037 4.281 4.140 3.944 4.821
2038 4.303 4.156 3.954 4.863
2039 4.325 4.172 3.963 4.904
2040 4.347 4.189 3.972 4.946
2041 4.368 4.205 3.981 4.988
2042 4.390 4.222 3.990 5.029
2043 4.412 4.238 4.000 5.071
2044 4.433 4.255 4.009 5.113
2045 4.455 4.271 4.018 5.154
Fonte: ECHOA, 2015.

Figura 8 – Representação gráfica da estimativa da população total do município de Areias pelo


método aritmético
Crescimento Populacional
(Método Aritmético)
IBGE 91 - 10 96 - 10 00 - 10 07 - 10
5500

5000
População (hab)

4500

4000

3500

3000
1990 2010 2030 2050 2070
Ano

Fonte: ECHOA, 2015.

• Método Geométrico
A Tabela 14 e a Figura 9 apresentam a previsão da população para o município de
Areias pelo Método Geométrico para um período de projeto de 30 anos.
Tabela 14 – Previsão da população do município de Areias pelo método geométrico
Período base da projeção da população
Ano
91 - 10 96 - 10 00- 10 07 - 10
2016 3.837 3.799 3.752 3.959
2017 3.860 3.817 3.762 4.005
2018 3.885 3.834 3.771 4.051
2019 3.909 3.852 3.781 4.098

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SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO – MUNICÍPIO DE AREIAS/SP 35
2020 3.933 3.870 3.790 4.145
2021 3.958 3.887 3.800 4.193
2022 3.982 3.905 3.810 4.241
2023 4.007 3.923 3.819 4.290
2024 4.032 3.941 3.829 4.340
2025 4.057 3.959 3.838 4.390
2026 4.083 3.978 3.848 4.440
2027 4.108 3.996 3.858 4.492
2028 4.134 4.014 3.868 4.543
2029 4.160 4.033 3.877 4.596
2030 4.186 4.051 3.887 4.649
2031 4.212 4.070 3.897 4.702
2032 4.238 4.089 3.907 4.757
2033 4.264 4.107 3.917 4.812
2034 4.291 4.126 3.926 4.867
2035 4.318 4.145 3.936 4.923
2036 4.345 4.164 3.946 4.980
2037 4.372 4.184 3.956 5.037
2038 4.399 4.203 3.966 5.096
2039 4.427 4.222 3.976 5.154
2040 4.454 4.242 3.986 5.214
2041 4.482 4.261 3.996 5.274
2042 4.510 4.281 4.006 5.335
2043 4.538 4.300 4.017 5.396
2044 4.567 4.320 4.027 5.459
2045 4.595 4.340 4.037 5.521
Fonte: ECHOA, 2015.

Figura 9 – Representação gráfica da estimativa da população total do município de Areias pelo


método geométrico
Crescimento Populacional
(Método Geométrico)
IBGE 91 - 10 96 - 10 00 - 10 07 - 10
5500

5000
População (hab)

4500

4000

3500

3000
1990 2010 2030 2050 2070
Ano

Fonte: ECHOA, 2015.

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SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO – MUNICÍPIO DE AREIAS/SP 36
• Método da Previsão
A Tabela 15 e a Figura 10 apresentam a previsão da população para o município de
Areias pelo Método da Previsão para um período de projeto de 30 anos.
Tabela 15 – Previsão da população do município de Areias pelo método da previsão
Período base da projeção da população
Ano
91 - 10 96 - 10 00- 10 07 - 10
2016 3.802 3.740 3.693 3.946
2017 3.820 3.752 3.700 3.988
2018 3.839 3.764 3.707 4.029
2019 3.857 3.776 3.713 4.071
2020 3.875 3.789 3.720 4.113
2021 3.894 3.801 3.727 4.154
2022 3.912 3.813 3.734 4.196
2023 3.930 3.825 3.740 4.238
2024 3.948 3.837 3.747 4.279
2025 3.967 3.850 3.754 4.321
2026 3.985 3.862 3.761 4.363
2027 4.003 3.874 3.767 4.404
2028 4.022 3.886 3.774 4.446
2029 4.040 3.898 3.781 4.488
2030 4.058 3.911 3.788 4.529
2031 4.076 3.923 3.794 4.571
2032 4.095 3.935 3.801 4.613
2033 4.113 3.947 3.808 4.654
2034 4.131 3.959 3.814 4.696
2035 4.150 3.972 3.821 4.738
2036 4.168 3.984 3.828 4.779
2037 4.186 3.996 3.835 4.821
2038 4.204 4.008 3.841 4.863
2039 4.223 4.020 3.848 4.904
2040 4.241 4.033 3.855 4.946
2041 4.259 4.045 3.862 4.988
2042 4.278 4.057 3.868 5.029
2043 4.296 4.069 3.875 5.071
2044 4.314 4.081 3.882 5.113
2045 4.333 4.094 3.889 5.154
Fonte: ECHOA, 2015.

ESTUDO DE CONCEPÇÃO, PROJETO BÁSICO E EXECUTIVO E ESTUDO AMBIENTAL DO


SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO – MUNICÍPIO DE AREIAS/SP 37
Figura 10 – Representação gráfica da estimativa da população total do município de Areias pelo
método da previsão
Crescimento Populacional
(Método Previsão)
IBGE 91 - 10 96 - 10 00 - 10 07 - 10
5500

5000
População (hab)

4500

4000

3500

3000
1990 2010 2030 2050 2070
Ano

Fonte: ECHOA, 2015.

• Método do Crescimento
A Tabela 16 e a Figura 11 apresentam a previsão da população para o município de
Areias pelo Método do Crescimento para um período de projeto de 30 anos.
Tabela 16 – Previsão da população do município de Areias pelo método do crescimento
Período base da projeção da população
Ano
91 - 10 96 - 10 00- 10 07 - 10
2016 3.814 3.743 3.693 3.959
2017 3.834 3.755 3.700 4.005
2018 3.854 3.768 3.706 4.051
2019 3.874 3.781 3.713 4.098
2020 3.894 3.794 3.720 4.145
2021 3.915 3.807 3.727 4.193
2022 3.935 3.820 3.734 4.241
2023 3.956 3.833 3.741 4.290
2024 3.977 3.846 3.748 4.340
2025 3.998 3.859 3.755 4.390
2026 4.019 3.872 3.761 4.440
2027 4.040 3.886 3.768 4.492
2028 4.061 3.899 3.775 4.543
2029 4.083 3.912 3.782 4.596
2030 4.104 3.926 3.789 4.649
2031 4.126 3.939 3.796 4.702
2032 4.147 3.953 3.803 4.757
2033 4.169 3.966 3.810 4.812
2034 4.191 3.980 3.817 4.867
2035 4.213 3.993 3.824 4.923
2036 4.235 4.007 3.831 4.980
2037 4.258 4.021 3.838 5.037

ESTUDO DE CONCEPÇÃO, PROJETO BÁSICO E EXECUTIVO E ESTUDO AMBIENTAL DO


SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO – MUNICÍPIO DE AREIAS/SP 38
2038 4.280 4.034 3.846 5.096
2039 4.303 4.048 3.853 5.154
2040 4.325 4.062 3.860 5.214
2041 4.348 4.076 3.867 5.274
2042 4.371 4.090 3.874 5.335
2043 4.394 4.104 3.881 5.396
2044 4.417 4.118 3.888 5.459
2045 4.440 4.132 3.895 5.521
Fonte: ECHOA, 2015.

Figura 11 – Representação gráfica da estimativa da população total do município de Areias pelo


método do crescimento
Crescimento Populacional
(Método Crescimento)
IBGE 91 - 10 96 - 10 00 - 10 07 - 10
5500

5000
População (hab)

4500

4000

3500

3000
1990 2010 2030 2050 2070
Ano

Fonte: ECHOA, 2015.

• Método da Regressão Matemática


A Tabela 17 e a Figura 12 apresentam a previsão da população para o município de
Areias pelo Método da Regressão Matemática para um período de projeto de 30 anos.
Tabela 17 – Previsão da população do município de Areias pelo método da regressão matemática
Método da Regressão
Ano População
2016 3.596
2017 3.579
2018 3.560
2019 3.538
2020 3.515
2021 3.489
2022 3.461
2023 3.430
2024 3.398
2025 3.363

ESTUDO DE CONCEPÇÃO, PROJETO BÁSICO E EXECUTIVO E ESTUDO AMBIENTAL DO


SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO – MUNICÍPIO DE AREIAS/SP 39
2026 3.326
2027 3.287
2028 3.245
2029 3.201
2030 3.155
2031 3.107
2032 3.057
2033 3.004
2034 2.949
2035 2.892
2036 2.832
2037 2.771
2038 2.707
2039 2.641
2040 2.573
2041 2.502
2042 2.429
2043 2.354
2044 2.277
2045 2.197
Fonte: ECHOA, 2015.

Figura 12 – Representação gráfica da estimativa da população total do município de Areias pelo


método da regressão matemática
Crescimento Populacional
(Método Regresssão)
IBGE 00-10
4000
População (hab)

3500

3000

2500

2000

1500
1990 2000 2010 2020 2030 2040 2050 2060
Ano

Fonte: ECHOA, 2015.

• Linha de Tendência
A fim de definir qual dos métodos matemáticos mais se adéqua à realidade do
município, puderam-se obter linhas de tendência para os dados do IBGE, por meio de
planilhas eletrônicas, utilizando-se 5 diferentes tipos de curvas: logarítmica, linear,
polinomial, potencial e exponencial. A evolução da população e a taxa de crescimento (%)

ESTUDO DE CONCEPÇÃO, PROJETO BÁSICO E EXECUTIVO E ESTUDO AMBIENTAL DO


SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO – MUNICÍPIO DE AREIAS/SP 40
ano a ano, obtidos através do ajuste dos dados do IBGE, são determinadas a partir da
curva que melhor se ajusta aos dados do IBGE.
Sendo assim, a linha de tendência que melhor se ajustou aos dados do IBGE foi a
linear, que apresentou um R² no valor de 0,818906 e que resultou na equação:
𝑦𝑦 = 18,287479𝑥𝑥 − 33.065,388797

onde y é a população em um determinado tempo t e x é o ano no mesmo tempo t. A


Tabela 18 apresenta a projeção populacional para Areias pela linha de tendência linear.
Tabela 18 – Projeção populacional segundo linha de tendência linear
Ano População
2016 3.802
2017 3.820
2018 3.839
2019 3.857
2020 3.875
2021 3.894
2022 3.912
2023 3.930
2024 3.948
2025 3.967
2026 3.985
2027 4.003
2028 4.022
2029 4.040
2030 4.058
2031 4.076
2032 4.095
2033 4.113
2034 4.131
2035 4.150
2036 4.168
2037 4.186
2038 4.204
2039 4.223
2040 4.241
2041 4.259
2042 4.278
2043 4.296
2044 4.314
2045 4.333
Fonte: ECHOA, 2015.

• Taxa de Crescimento
Depois de calculada a projeção populacional pela linha de tendência foi estabelecida
a taxa de crescimento da população para o município, conforme a Tabela 19.
ESTUDO DE CONCEPÇÃO, PROJETO BÁSICO E EXECUTIVO E ESTUDO AMBIENTAL DO
SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO – MUNICÍPIO DE AREIAS/SP 41
Tabela 19 – Taxas de crescimento por período segundo linha de tendência linear
Linha de Tendência Linear
Ano TCA (%)
2016 0,48%
2017 0,48%
2018 0,48%
2019 0,48%
2020 0,47%
2021 0,47%
2022 0,47%
2023 0,47%
2024 0,47%
2025 0,46%
2026 0,46%
2027 0,46%
2028 0,46%
2029 0,45%
2030 0,45%
2031 0,45%
2032 0,45%
2033 0,45%
2034 0,44%
2035 0,44%
2036 0,44%
2037 0,44%
2038 0,44%
2039 0,43%
2040 0,43%
2041 0,43%
2042 0,43%
2043 0,43%
2044 0,43%
2045 0,42%
Fonte: ECHOA, 2015.

Conclusão do Estudo Populacional


Terminados os estudos populacionais por diferentes métodos e bases de cálculo,
analisaram-se os resultados obtidos comparando-os entre si e com estudos existentes
para definição da projeção populacional a ser adotada.
A comparação dos resultados dos estudos feitos através de métodos matemáticos
com diferentes dados como base, apontou para a linha de tendência que melhor se
ajustou aos dados do IBGE, sendo ela a linear, com R2 igual a 0,818906.
Após essa definição, comparou-se a taxa de crescimento anual dessa curva com os
cinco métodos de projeção avaliados no estudo: método aritmético, método geométrico,

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SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO – MUNICÍPIO DE AREIAS/SP 42
método da previsão, método do crescimento e método da regressão matemática. Ao final
da comparação, o método da Previsão, referente ao período de 1991 a 2010, apresentou
taxas de crescimento semelhantes à linha de tendência linear.
A Tabela 20 apresenta a comparação entre as taxas obtidas através da linha de
tendência linear aplicada aos dados do IBGE com as obtidas pelo método da previsão.
Tabela 20 – Comparação entre as taxas de crescimento
TCA (%)
Ano Tendência Linear Previsão 91 - 10 Diferença
2016 0,48% 0,48% 0,002%
2017 0,48% 0,48% 0,002%
2018 0,48% 0,48% 0,002%
2019 0,48% 0,47% 0,002%
2020 0,47% 0,47% 0,002%
2021 0,47% 0,47% 0,002%
2022 0,47% 0,47% 0,002%
2023 0,47% 0,47% 0,002%
2024 0,47% 0,46% 0,002%
2025 0,46% 0,46% 0,002%
2026 0,46% 0,46% 0,002%
2027 0,46% 0,46% 0,002%
2028 0,46% 0,45% 0,002%
2029 0,45% 0,45% 0,002%
2030 0,45% 0,45% 0,002%
2031 0,45% 0,45% 0,002%
2032 0,45% 0,45% 0,002%
2033 0,45% 0,44% 0,002%
2034 0,44% 0,44% 0,002%
2035 0,44% 0,44% 0,002%
2036 0,44% 0,44% 0,002%
2037 0,44% 0,44% 0,002%
2038 0,44% 0,43% 0,002%
2039 0,43% 0,43% 0,002%
2040 0,43% 0,43% 0,002%
2041 0,43% 0,43% 0,002%
2042 0,43% 0,43% 0,002%
2043 0,43% 0,43% 0,002%
2044 0,43% 0,42% 0,002%
2045 0,42% 0,42% 0,002%
Diferença total 0,06%
Fonte: ECHOA, 2015.

Sendo assim, utilizando as taxas de crescimento calculadas, a população residente


para o final do plano, em 2045, será de 4.333 habitantes, conforme apresento na Tabela
21, onde consta a evolução populacional ano a ano para o município de Areias.

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Tabela 21 – Previsão populacional residente para o município de Areias
População
Ano
residente
2016 3.802
2017 3.820
2018 3.839
2019 3.857
2020 3.875
2021 3.894
2022 3.912
2023 3.930
2024 3.948
2025 3.967
2026 3.985
2027 4.003
2028 4.022
2029 4.040
2030 4.058
2031 4.076
2032 4.095
2033 4.113
2034 4.131
2035 4.150
2036 4.168
2037 4.186
2038 4.204
2039 4.223
2040 4.241
2041 4.259
2042 4.278
2043 4.296
2044 4.314
2045 4.333
Fonte: ECHOA, 2015.

Se considerarmos a mesma proporção entre população urbana e rural de 67% e


33%, respectivamente, como apresentado nos dados do IBGE da última contagem e do
último censo (2007 e 2010), a população urbana para o ano de 2016 representará
2.547 habitantes e a rural 1.255 habitantes. Já para o ano de 2045, a população
urbana representará 2.903 habitantes enquanto que a população rural será de 1.430
habitantes.
A população atendida nesse estudo de concepção é a urbana, sendo assim, serão
atendidos pelo novo SES, aproximadamente, 2.903 habitantes distribuídos entre as
zonas urbanas.

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Já a densidade demográfica para o ano de 2016 será igual a 0,0019 hab/m2,
enquanto que em 2045, será de aproximadamente 0,0022 hab/m2.
Dessa forma, considerando a totalidade das Zonas Urbanas, é possível determinar a
população ocupante de cada uma das zonas.
Tabela 22 – População por zona urbana em 2016
Densidade
Área População
Zonas Urbanas Área (m2) demográfic
(km2) (hab)
a (hab/m2)
Zona Residencial 1.098.884,94 1,10 0,0019 2.091
Zona Mista (Residencial e
86.213,75 0,09 0,0019 164
Comercial)
Zona de Expansão 153.145,48 0,15 0,0019 291
Área Total 1.338.244,18 1,34 0,0019 2.547
Fonte: ECHOA, 2015.

Tabela 23 – População por zona urbana em 2045


Densidade
Área População
Zonas Urbanas Área (m2) demográfica
(km2) (hab)
(hab/m2)
Zona Residencial 1.098.884,94 1,10 0,0022 2.384
Zona Mista (Residencial e
86.213,75 0,09 0,0022 187
Comercial)
Zona de Expansão 153.145,48 0,15 0,0022 332
Área Total 1.338.244,18 1,34 0,0022 2.903
Fonte: ECHOA, 2015.

d) Consumo per capita


Com base nos dados gerais operacionais da SABESP, o consumo médio per capita
de água é de aproximadamente 150 L/hab/dia. A região Sudeste possui as maiores cotas
per capita de água, com médias oscilando entre 150 e 200 L/hab/dia. As demais regiões
do país têm um consumo médio variando de 100 a 150 L/hab/dia, com destaque para a
região Nordeste que apresenta os menores valores. Segundo os prestadores de serviço,
o consumo médio per capita para o país foi de 148,8 L/hab/dia em 2003 e 142,7 L/hab/dia
em 2004 (SNIS, 2005).
Nesse estudo será adotado um consumo per capita de 150 L/hab/dia, haja vista o
perfil socioeconômico do município.

e) Vazão média de esgotos, coeficiente de retorno esgoto/água


Tomando como referência a NBR 9.648/86 – Estudo de Concepção de Sistema de
Esgotamento Sanitário, o coeficiente de retorno esgoto/água a ser adotado é igual a 0,80

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(c=0,80). Ou seja, 80% da quantidade de água consumida será encaminhada ao SES
para tratamento.

A vazão máxima horária futura é calculada da seguinte forma:

𝑐𝑐 × 𝑃𝑃 × 𝑞𝑞 × 𝐾𝐾1 × 𝐾𝐾2
𝑄𝑄𝑚𝑚é𝑑𝑑 = + 𝑄𝑄𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖 + 𝑄𝑄𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖 (𝐿𝐿/𝑠𝑠)
86400

A vazão média diária é calculada como segue:

𝑐𝑐 × 𝑃𝑃 × 𝑞𝑞
𝑄𝑄𝑚𝑚é𝑑𝑑 = + 𝑄𝑄𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖 + 𝑄𝑄𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖 (𝐿𝐿/𝑠𝑠)
86400

E a vazão mínima é calculada pela seguinte fórmula:

𝑄𝑄𝑚𝑚é𝑑𝑑
𝑄𝑄𝑚𝑚í𝑛𝑛 = (𝐿𝐿/𝑠𝑠)
2

onde,
𝑄𝑄𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖 = vazão industrial;
𝑄𝑄𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖 = vazão de infiltração.

f) Coeficientes de variação de demanda


O consumo de água por qualquer população, em projetos de sistemas de
abastecimento de água, observa constante variação durante as horas do dia e durante os
dias do ano. O conhecimento do padrão dessas variações é de grande importância no
dimensionamento de um sistema de abastecimento de água, já que suas unidades
deverão atender, dentro da amplitude de projeto, aos picos de consumo que ocorrerão e
que se caracterizam como a situação mais desfavorável para o correto dimensionamento
do sistema.
Assim, para as condições médias brasileiras, a ABNT permite que sejam adotados
os coeficientes K1 = 1,2 e K2 = 1,5 que representam, respectivamente, a variação diária de
consumo e a variação horária de consumo. Os mesmos coeficientes de retorno de dia de

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maior consumo e hora de maior consumo também são apresentados na NBR 12.211/92 –
Estudos de Concepção de Sistemas Públicos de Abastecimento de Água.

g) Comprimento da rede e número de ligações


O comprimento da rede de coleta de esgotos e o número de ligações serão
determinados por meio do traçado feito utilizando o software de dimensionamento. Assim,
para a sede municipal serão, aproximadamente, 13.776 metros lineares de rede de coleta
de esgoto.
Em relação ao número de ligações, esse foi estimado a partir do comprimento total
da rede de coleta de esgotos e da testada média dos terrenos observada, igual a 15
metros. Deste modo, serão atendidas, aproximadamente, 919 ligações domiciliares.
Na fase de projeto a rede será dimensionada de acordo com as características
físicas da via sendo que, de maneira geral, será adotada rede de coleta no eixo da via,
atendendo a ambos os lados. Em caráter de exceção, será adotada rede de coleta dupla
nas vias com largura superior a 15 metros. Para cada ligação serão adotados 10 metros
de rede. Essa consideração eleva a extensão de rede coletora total, somando coletores e
ligações, para aproximadamente 22.965 metros.

h) Vazão de infiltração
Para determinação da vazão de infiltração será utilizado o comprimento total da rede
traçada e adotados os índices padronizados pela NBR 9.649/86, entre 0,05 e 1,0 L/s.km.
A taxa de infiltração máxima para a rede será de 0,1 L/s.km e a média, de 0,05
L/s.km. Considerando as extensões apresentadas no item anterior, a vazão de infiltração
total do sistema será de 22,965km x 0,1 L/s.km, totalizando cerca de 2,30 L/s a serem
acrescentados aos valores da vazão máxima horária e da vazão média diária.

i) Vazão industrial
Segundo a Prefeitura Municipal de Areias, não são registrados consumos especiais
de água pela atividade industrial. Sendo assim, não foram identificados pontos especiais
de consumo de água, desconsiderados do dimensionamento.

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j) Carga de DBO prevista
Para a avaliação da carga orgânica originada dos esgotos domésticos e
estabelecimento da concentração de DBO5,20, adotou-se o valor per capita recomendado
pela NBR 12.209/92 igual a 54g/hab.dia.

k) Cálculo das vazões máxima, média e mínima


Na Tabela 24 estão sintetizados os parâmetros utilizados para a determinação das
vazões e cargas orgânicas de projeto.
Tabela 24 – Parâmetros de projeto
Período de alcance do projeto 2016-2045
Índice de atendimento por tratamento de esgotos 100%
Consumo de água “per economia” 10 m3/econ.mês
Coeficiente de retorno água/esgoto (C) 0,80
Coeficiente de máxima vazão diária (K1) 1,20
Coeficiente de máxima vazão horária (K2) 1,50
Vazão de Infiltração total (Qi) 2,30L/s
Contribuição orgânica per capita 54g DBO5/hab.dia
Concentração de coli. termotolerantes no esgoto bruto 107 org/100 ml
Fonte: ECHOA, 2015.

A partir dos parâmetros acima apresentados, seguem os resultados das vazões


totais de projeto que serão considerados no dimensionamento.
Tabela 25 – Vazões totais de contribuição para área urbana do município
População Vazão máx Vazão média Vazão mínima
Ano
urbana residente horária (L/s) diária (L/s) diária (L/s)
2016 2.547 8,66 5,83 2,91
2017 2.560 8,69 5,85 2,92
2018 2.572 8,72 5,87 2,93
2019 2.584 8,76 5,88 2,94
2020 2.596 8,79 5,90 2,95
2021 2.609 8,82 5,92 2,96
2022 2.621 8,85 5,94 2,97
2023 2.633 8,88 5,95 2,97
2024 2.645 8,91 5,97 2,98
2025 2.658 8,94 5,99 2,99
2026 2.670 8,97 6,00 3,00
2027 2.682 9,00 6,02 3,01
2028 2.694 9,03 6,04 3,02
2029 2.707 9,06 6,05 3,02
2030 2.719 9,09 6,07 3,03
2031 2.731 9,12 6,09 3,04
2032 2.743 9,15 6,11 3,05
2033 2.756 9,18 6,12 3,06

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SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO – MUNICÍPIO DE AREIAS/SP 48
2034 2.768 9,22 6,14 3,07
2035 2.780 9,25 6,16 3,08
2036 2.793 9,28 6,17 3,08
2037 2.805 9,31 6,19 3,09
2038 2.817 9,34 6,21 3,10
2039 2.829 9,37 6,22 3,11
2040 2.842 9,40 6,24 3,12
2041 2.854 9,43 6,26 3,13
2042 2.866 9,46 6,28 3,14
2043 2.878 9,49 6,29 3,14
2044 2.891 9,52 6,31 3,15
2045 2.903 9,55 6,33 3,16
Fonte: ECHOA, 2015.

A seguir, é apresentada a carga orgânica média do sistema e a sua concentração


média. Esses dados constituirão a base de informações para o dimensionamento da ETE.
Tabela 26 – Cálculo da carga orgânica média e sua concentração no efluente
Concentração
População Vazão Carga Orgânica
Média da Carga
Ano urbana Média Média (kg
Orgânica (mg
residente (m3/d) DBO5/d)
DBO5/L)
2016 2.547 503,71 137,56 273,09
2017 2.560 505,44 138,22 273,47
2018 2.572 507,17 138,89 273,84
2019 2.584 508,03 139,55 274,68
2020 2.596 509,76 140,21 275,04
2021 2.609 511,49 140,87 275,41
2022 2.621 513,22 141,53 275,77
2023 2.633 514,08 142,19 276,59
2024 2.645 515,81 142,86 276,95
2025 2.658 517,54 143,52 277,30
2026 2.670 518,40 144,18 278,12
2027 2.682 520,13 144,84 278,47
2028 2.694 521,86 145,50 278,81
2029 2.707 522,72 146,16 279,62
2030 2.719 524,45 146,83 279,96
2031 2.731 526,18 147,49 280,29
2032 2.743 527,90 148,15 280,63
2033 2.756 528,77 148,81 281,42
2034 2.768 530,50 149,47 281,75
2035 2.780 532,22 150,13 282,08
2036 2.793 533,09 150,80 282,87
2037 2.805 534,82 151,46 283,19
2038 2.817 536,54 152,12 283,51
2039 2.829 537,41 152,78 284,29
2040 2.842 539,14 153,44 284,60
2041 2.854 540,86 154,10 284,92

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2042 2.866 542,59 154,77 285,23
2043 2.878 543,46 155,43 285,99
2044 2.891 545,18 156,09 286,30
2045 2.903 546,91 156,75 286,60
Fonte: ECHOA, 2015.

l) Enquadramento dos efluentes finais


O corpo receptor Ribeirão Vermelho é enquadrado como Classe 1, segundo o anexo
ao Decreto Estadual 10.755 de 22/11/77 e o Decreto nº 8.468 de 08/09/1976.
A promulgação da resolução CONAMA nº 20/86 substituiu os artigos 7° a 18° do
Decreto nº 8.468, tornando-se necessário rever o Decreto nº 10.755 para o
reenquadramento dos rios estaduais nas classes previstas pelo CONAMA.
Posteriormente, a resolução CONAMA 357/05 revogou a CONAMA 20 e manteve a
mesma classificação dos corpos d’água.
Comparando-se a resolução CONAMA 20com o Decreto nº 8.468, verifica-se que os
usos referentes à Classe 1 estadual são equivalentes aos da Classe Especial federal. Os
usos definidos nas duas legislações para os rios enquadrados nas classes 2 a 4 são
semelhantes, à exceção dos usos para abastecimento industrial e irrigação, estabelecidos
apenas para a Classe 4 estadual.
O Decreto nº 43.594 de 27/10/98 incluiu dispositivos no Decreto nº 8.468, permitindo
o lançamento de efluentes devidamente tratados em cursos de água enquadrados na
Classe 1 estadual, que já recebem despejos de origem doméstica, desde que
devidamente observados:
• Os padrões de qualidade estabelecidos em Classe 2;
• Os padrões de emissão;
• O não comprometimento da qualidade das águas a jusante do lançamento, para
usos previstos;
• A implantação de sistema de desinfecção do efluente final, quando o sistema de
tratamento estiver localizado em Área de Proteção e Recuperação de Mananciais –
APRM.
Dessa forma, esse decreto legaliza o lançamento dos efluentes das cidades situadas
nas bacias dos rios enquadrados em Classe 1, permitindo o tratamento e o lançamento
dos esgotos nos cursos de água.

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SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO – MUNICÍPIO DE AREIAS/SP 50
4.7 Estudos de demanda de água
Para o cálculo de demanda máxima diária do Sistema de Abastecimento de Água,
considerando a população total que deve ser atendida, deverá ser aplicada a fórmula
elaborada por Tsutiya (2006):
𝑄𝑄 = (𝑃𝑃 × 𝐾𝐾1 × 𝑞𝑞)⁄86400
onde:
𝑄𝑄= demanda máxima diária de água (L/s);
𝑃𝑃 = população atendida pelo sistema de abastecimento de água;
𝐾𝐾1 = coeficiente do dia de maior consumo = 1,20;
𝑞𝑞 = consumo médio per capita de água = 150,00 L/hab.dia.

Na Tabela 27 é apresentada a demanda máxima de água pela estimativa anual de


crescimento populacional, sendo que os valores consideram a população total do
município.
Tabela 27 – Demanda máxima diária para população total do município de Areias
População Vazão máx
Ano
residente horária (L/s)
2016 3802 7,92
2017 3820 7,95
2018 3839 7,99
2019 3857 8,03
2020 3875 8,07
2021 3894 8,11
2022 3912 8,14
2023 3930 8,18
2024 3948 8,22
2025 3967 8,26
2026 3985 8,30
2027 4003 8,34
2028 4022 8,37
2029 4040 8,41
2030 4058 8,45
2031 4076 8,49
2032 4095 8,53
2033 4113 8,56
2034 4131 8,60
2035 4150 8,64
2036 4168 8,68
2037 4186 8,72
2038 4204 8,75
2039 4223 8,79
2040 4241 8,83

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SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO – MUNICÍPIO DE AREIAS/SP 51
2041 4259 8,87
2042 4278 8,91
2043 4296 8,94
2044 4314 8,98
2045 4333 9,02
Fonte: ECHOA, 2015.

O mesmo se aplica à demanda máxima diária da área urbana do município


considerando, nesse caso, somente a população urbana de projeto. Sendo os cálculos
equivalentes aos que geraram os resultados para a população total, a Tabela 28
apresenta a demanda máxima diária para a população urbana.
Tabela 28 – Demanda máxima diária para população urbana do município de Areias
População Vazão máx
Ano
residente horária (L/s)
2016 2.547 5,30
2017 2.560 5,33
2018 2.572 5,35
2019 2.584 5,38
2020 2.596 5,40
2021 2.609 5,43
2022 2.621 5,46
2023 2.633 5,48
2024 2.645 5,51
2025 2.658 5,53
2026 2.670 5,56
2027 2.682 5,58
2028 2.694 5,61
2029 2.707 5,63
2030 2.719 5,66
2031 2.731 5,69
2032 2.743 5,71
2033 2.756 5,74
2034 2.768 5,76
2035 2.780 5,79
2036 2.793 5,81
2037 2.805 5,84
2038 2.817 5,86
2039 2.829 5,89
2040 2.842 5,91
2041 2.854 5,94
2042 2.866 5,97
2043 2.878 5,99
2044 2.891 6,02
2045 2.903 6,04
Fonte: ECHOA, 2015.

ESTUDO DE CONCEPÇÃO, PROJETO BÁSICO E EXECUTIVO E ESTUDO AMBIENTAL DO


SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO – MUNICÍPIO DE AREIAS/SP 52
Considerando que são captados 27,7 L/s da barragem no Ribeirão Vermelho e que a
Estação de Tratamento de água tem capacidade instalada de 50,4 m3/h (14,0 L/s)
(PMSB), é possível afirmar que o SAA existente está de acordo com a demanda futura de
abastecimento de água para o ano de 2045.

4.8 Sistema de esgotamento sanitário


Nesta seção serão estudadas alternativas técnicas, avaliadas dos pontos de vista
econômico e ambiental, para a definição da melhor solução de SES a ser implantada em
Areias. A partir da análise dessas alternativas e da decisão pela mais adequada à
situação do município, será possível definir os melhores traçados de rede coletora, linhas
de recalque e emissários; localização das estações elevatórias e da Estação de
Tratamento de Efluentes (ETE).
Antes de apresentaras possíveis opções de SES, que foram divididas em
alternativas referentes ao Sistema de Coleta de Esgotos Sanitários e à Estação de
Tratamento de Efluentes, procedeu-se à divisão da área urbana atendida pelo sistema em
bacias de contribuição, para as quais o pré-dimensionamento hidráulico do sistema será
realizado.
Essa divisão é importante pois permite a estimativa da população futura de cada
bacia, bem como o cálculo das vazões de esgoto por bacia. Além disso, possibilita a
definição dos locais estratégicos (pontos baixos das bacias) para a implantação das
elevatórias, haja vista a necessidade de dimensionar o sistema de modo que trabalhe,
sempre que possível, por gravidade.
Desse modo, definiram-se 8 bacias nas quais a rede de coleta será distribuída e cuja
vazão total coletada será encaminhada para a ETE.
Nesse momento, é necessário esclarecer que, para o nível de detalhamento exigido
por esse Estudo de Concepção, e devido aos fatos de que o município de Areias não
dispõe de levantamento planiatimétrico e a carta do IBGE não apresenta escala
apropriada para esse Estudo; utilizou-se o programa Google Earth® para verificar a
topografia do município. Ressalta-se, no entanto, que para os Projetos Básico e
Executivo, será utilizado levantamento topográfico feito pela empresa. No entanto, por
hora, os resultados fornecidos pelo Google Earth são considerados satisfatórios.
No mapa a seguir são apresentadas essas bacias de contribuição de vazão.

ESTUDO DE CONCEPÇÃO, PROJETO BÁSICO E EXECUTIVO E ESTUDO AMBIENTAL DO


SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO – MUNICÍPIO DE AREIAS/SP 53
LEGENDA
Bacia 01 Bacia 05
B1 B5

Bacia 02 Bacia 06
Prefeitura municipal de AREIAS
B2 B6

Bacia 03 Bacia 07 ESCALA:


B3 B7
1:4000
B4 Bacia 04 B8 Bacia 08 DATA:

NOV/2015
COORDENADOR GERAL: ASSINATURA:
VINICIUS TERNERO RAGGHIANTI

CREA-SP 5069615799

54
Conforme mencionado, serão aproximadamente 22.965 metros de extensão de rede
coletora, dividida entre coletores e ligações, que atenderão a 100% da área urbana de
Areias. Mais de 900 ligações de esgoto atenderão a todas as economias. Na Tabela 29
são detalhadas as bacias de contribuição, a rede coletora a ser implantada por bacia, bem
como a vazão de infiltração determinada.
Já nas Tabela 30 e Tabela 31, apresentam-se os cálculos das vazões de
contribuição, por bacia, para a população atual e para a população de final de plano.
Tabela 29 – Detalhamento bacias de contribuição
Malha Rede Vazão de
Ligações
Bacia Viária Coletora Infiltração
(unid)
(km) (km) (L/s.km)
1 0,84 56 1,40 0,140
2 2,35 157 3,92 0,392
3 2,86 191 4,77 0,477
4 1,30 86 2,16 0,216
5 0,76 50 1,26 0,126
6 3,68 246 6,14 0,614
7 1,79 119 2,98 0,298
8 0,21 14 0,35 0,035
TOTAL 13,78 919 22,97 2,30
Fonte: ECHOA, 2015.

Tabela 30 – Cálculo das vazões para o ano de 2016


Vazão Vazão Vazão
Densidade População Vazão de
máx média mínima
Bacia Área (m2) demográfica por bacia Infiltração
horária diária diária
(hab/m2) hidrográfica (L/s.km)
(L/s) (L/s) (L/s)
1 63.576,90 0,0019 121 0,140 0,44 0,3 0,15
2 245.572,36 0,0019 467 0,392 1,55 1,04 0,52
3 226.145,12 0,0019 430 0,477 1,55 1,07 0,53
4 111.956,57 0,0019 213 0,216 0,74 0,51 0,25
5 116.667,18 0,0019 222 0,126 0,68 0,43 0,21
6 333.257,17 0,0019 634 0,614 2,19 1,49 0,74
7 227.632,65 0,0019 433 0,298 1,38 0,89 0,44
8 13.436,23 0,0019 26 0,035 0,1 0,07 0,03
TOTAL 1.338.244,18 0,0019 2.547 2,30 8,66 5,83 2,91
Fonte: ECHOA, 2015.

Tabela 31 – Cálculo das vazões para o ano de 2045


Vazão Vazão Vazão
Densidade População Vazão de
máx média mínima
Bacia Área (m2) demográfica por bacia Infiltração
horária diária diária
(hab/m2) hidrográfica (L/s.km)
(L/s) (L/s) (L/s)
1 63.576,90 0,0022 138 0,140 0,48 0,33 0,16
2 245.572,36 0,0022 533 0,392 1,72 1,13 0,56

ESTUDO DE CONCEPÇÃO, PROJETO BÁSICO E EXECUTIVO E ESTUDO AMBIENTAL DO


SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO – MUNICÍPIO DE AREIAS/SP 55
3 226.145,12 0,0022 491 0,477 1,70 1,15 0,57
4 111.956,57 0,0022 243 0,216 0,82 0,55 0,27
5 116.667,18 0,0022 253 0,126 0,75 0,47 0,23
6 333.257,17 0,0022 723 0,614 2,42 1,61 0,80
7 227.632,65 0,0022 494 0,298 1,53 0,98 0,49
8 13.436,23 0,0022 29 0,035 0,10 0,07 0,03
TOTAL 1.338.244,18 0,0022 2.903 2,30 9,55 6,32 3,16
Fonte: ECHOA, 2015.

4.8.1 Sistema de coleta de esgotos sanitários


A rede coletora será do tipo separador absoluto com rede sob a via ou passeio,
conforme características da via, sempre buscando evitar as interferências (sistema de
iluminação, caixas de drenagem, água e demais serviços públicos).
Os parâmetros de projeto adotados para a rede de coleta seguem as determinações
da NBR 96.49/86 e/ou o padrão SABESP, sendo:
- Profundidade máxima da rede: 3,5 metros (recobrimento);
- Profundidade mínima da rede: 0,60 metros (recobrimento);
- Distância máxima entre poços de visita: 100 metros;
- Coeficiente de rugosidade de Manning: 0,013;
- Material da rede: PVC (Policloreto de Vinila);
- Diâmetro mínimo da rede: 150mm;
- Instalação de Terminais de Limpeza nas pontas de rede.
O dimensionamento do sistema de coleta será realizado por meio do software UFC,
desenvolvido pelo professor Marco Aurélio Holanda de Castro, Pós Doutor em Hidráulica
e professor de Pós Graduação na área de Infraestrutura em Saneamento da Universidade
Federal do Ceará. Esse software utiliza a plataforma do AutoCAD (Autodesk) como
interface gráfica. Todas as definições de projeto alimentam o software que gera o traçado
da rede, além de todo e qualquer tipo de detalhamento executivo do sistema, tanto de
cálculo quanto gráfico e construtivo.
A seguir é apresentado o mapa com a predefinição de traçado de rede. Ressalta-se
que, após a realização do levantamento topográfico, será possível proceder ao traçado
definitivo.

ESTUDO DE CONCEPÇÃO, PROJETO BÁSICO E EXECUTIVO E ESTUDO AMBIENTAL DO


SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO – MUNICÍPIO DE AREIAS/SP 56
LEGENDA

Rede coletora
Prefeitura municipal de AREIAS
Sentido do fluxo de esgoto
ESCALA:

1:4000
Ponto baixo da bacia
DATA:

NOV/2015
COORDENADOR GERAL: ASSINATURA:
VINICIUS TERNERO RAGGHIANTI

CREA-SP 5069615799

57
Após coletado, o esgoto deve ser encaminhado por gravidade, ou por linha de
recalque (o que requer a implantação de estações elevatórias de esgotos para seu
transporte de uma cota mais baixa a outra mais alta), a um poço de visita (PV) de uma
bacia a jusante, ou diretamente à ETE. Ainda, podem ser previstos emissários,
interceptores ou coletores troncos, para transportar a vazão de esgoto.
Quanto às instalações hidráulico-sanitárias específicas, essas constarão,
basicamente, de registros de fechamento da rede para operação, registro de entrada e
saída das estações elevatórias, ventosas e caixas de descarga. Esses dispositivos serão
especificados durante a elaboração do projeto executivo. Adianta-se que, existem
restrições técnicas para o uso dos mesmos que serão detectadas, apenas, no
detalhamento dos projetos.
A seguir, são apresentadas três alternativas consideradas viáveis em termos
técnicos, econômicos e ambientais, para compor o sistema de coleta e encaminhamento
de esgotos sanitários no município de Areias. Nelas serão consideradas variações de
emissários, interceptores, coletores troncos, bem como da disposição das estações
elevatórias de esgoto (EEE) e linhas de recalque.

Alternativa 1: Linha de recalque via Rodovia dos Tropeiros, Coletor Tronco via Rua do
Resende e Estações Elevatórias em Pontos Baixos
Esta alternativa traz a concepção de uma linha de recalque que receberá o esgoto
de aproximadamente 57% do município. Ela receberá efluentes das bacias 01, 02, 03, 04
e 05, iniciando no ponto mais baixo da Rua Alves Marquês, seguindo pela Rodovia dos
Tropeiros até um poço de visita localizado na bacia 07. Essa linha de recalque, nessas
condições de traçado, terá aproximadamente 850 metros de extensão. Já as bacias 06,
08 terão seu esgoto recalcado para a bacia 07. A massa de esgoto reunida na bacia 07
será, então, direcionada por meio de coletor tronco até a ETE, pela Rua do Resende.
Quanto à disposição de Estações Elevatórias de Esgoto, essa alternativa concebe
EEEs implantadas nos pontos baixos das bacias e linhas de recalque que bombearão o
esgoto até um poço de visita da bacia mais próxima. Haverá uma estação elevatória na
bacia 01, que recalcará o esgoto para um PV na bacia 02. Igualmente, estações
elevatórias nas bacias 06 e 08 recalcarão o esgoto para a bacia 07. A bacia 03 receberá o
esgoto das bacias 04 e 05, por gravidade, e da bacia 02 (já somando a contribuição da

ESTUDO DE CONCEPÇÃO, PROJETO BÁSICO E EXECUTIVO E ESTUDO AMBIENTAL DO


SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO – MUNICÍPIO DE AREIAS/SP 58
bacia 01), por linha de recalque. Conforme descrito, da bacia 03, o esgoto será recalcado
à bacia 07 e, da bacia 07, o esgoto será direcionado à ETE por gravidade.
Na Figura 13 é apresentado o diagrama de distribuição do sistema correspondente a
essa alternativa.
Figura 13 – Diagrama de funcionamento do sistema de coleta de esgotos sanitários - Alternativa 01

Fonte: ECHOA, 2015.

A seguir é apresentado o mapa com a representação dessa alternativa.

ESTUDO DE CONCEPÇÃO, PROJETO BÁSICO E EXECUTIVO E ESTUDO AMBIENTAL DO


SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO – MUNICÍPIO DE AREIAS/SP 59
ESSE PV RECEBE O ESGOTO COLETADO

REDE COLETORA DE ESGOTOS

LEGENDA

Coletor tronco
Prefeitura municipal de AREIAS
Linha de recalque
ESCALA:

1:4000
DATA:
ALTERNATIVA 01 - SISTEMA DE COLETA
NOV/2015
COORDENADOR GERAL: ASSINATURA:
VINICIUS TERNERO RAGGHIANTI

CREA-SP 5069615799

60
Alternativa 2: Interceptor via Ribeirão Vermelho e mínimo de Estações Elevatórias,
priorizando escoamento livre
De acordo com esta alternativa, a totalidade do esgoto coletado será encaminhada
à ETE através de um interceptor que margeará o Ribeirão Vermelho. Estima-se que esse
interceptor, que deve iniciar na altura da Travessa Ver. Antônio Quirino Filho, deva
percorrer cerca de 2.650 metros até a ETE.
Na concepção dessa alternativa, haverá apenas duas estações elevatórias no
sistema. Uma EEE na bacia 01 recalcará seu esgoto para a bacia 02. Somadas, as
contribuições dessas duas bacias serão encaminhadas, por gravidade, ao interceptor
(sendo no ponto mais a montante deste) e irão para a ETE. O mesmo ocorrerá com as
bacias 07 e 08, sendo a EEE localizada na bacia 08. A bacia 03 receberá, por gravidade,
o esgoto das bacias 04 e 05, sendo o esgoto dessas 3 bacias encaminhado, também por
gravidade, para o interceptor e dali para a ETE. A bacia 06 encaminhará, diretamente por
gravidade, o seu esgoto para o interceptor, que o direcionará para a ETE.
Na Figura 14 apresenta-se a disposição das unidades do sistema proposto por essa
alternativa.
Figura 14 – Diagrama de funcionamento do sistema de coleta de esgotos sanitários - Alternativa 02

Fonte: ECHOA, 2015.


A seguir é apresentado o mapa com a representação dessa alternativa.

ESTUDO DE CONCEPÇÃO, PROJETO BÁSICO E EXECUTIVO E ESTUDO AMBIENTAL DO


SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO – MUNICÍPIO DE AREIAS/SP 61
LEGENDA

Interceptor
Prefeitura municipal de AREIAS
Linha de recalque

ESCALA:

1:4000
DATA:
ALTERNATIVA 02 - SISTEMA DE COLETA
NOV/2015
COORDENADOR GERAL: ASSINATURA:
VINICIUS TERNERO RAGGHIANTI

CREA-SP 5069615799

62
Alternativa 3: Coletor Tronco via Rua do Resende e Estações Elevatórias em Pontos
Baixos
Nesta alternativa, o esgoto de todas as bacias será encaminhado à ETE por um
único coletor tronco que percorrerá a Rua do Resende, desde o ponto mais baixo da
bacia 07, por aproximadamente 300 metros até a ETE.
Essa alternativa difere da Alternativa 01 pelo fato de que toda a massa de esgoto
que chega à bacia 03 é recalcada para a bacia 06, não indo diretamente à ETE. Todas as
contribuições da bacia 06, por sua vez, são recalcadas para a bacia 07, bem como o
esgoto da bacia 08. Finalmente, através de um coletor tronco que parte da bacia 07, todo
o esgoto coletado é encaminhado à ETE.
Na Figura 15 é apresentado o diagrama de distribuição do sistema.
Figura 15 – Diagrama de funcionamento do sistema de coleta de esgotos sanitários - Alternativa 03

Fonte: ECHOA, 2015.

A seguir é apresentado o mapa com a representação dessa alternativa.

ESTUDO DE CONCEPÇÃO, PROJETO BÁSICO E EXECUTIVO E ESTUDO AMBIENTAL DO


SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO – MUNICÍPIO DE AREIAS/SP 63
ESSE PV RECEBE O ESGOTO COLETADO

REDE COLETORA DE ESGOTOS

LEGENDA

Coletor tronco
Prefeitura municipal de AREIAS
Linha de recalque
ESCALA:

1:4000
DATA:
ALTERNATIVA 03 - SISTEMA DE COLETA
NOV/2015
COORDENADOR GERAL: ASSINATURA:
VINICIUS TERNERO RAGGHIANTI

CREA-SP 5069615799

64
4.8.2 Estação de Tratamento de Esgoto – ETE
O município de Areias não possui Estação de Tratamento de Esgotos despejando o
esgoto in natura em seis pontos ao longo do Ribeirão Vermelho. Sendo assim, propõe-se
nesse estudo, a implantação de uma ETE para tratar o esgoto proveniente do município,
diminuindo os impactos associados à sua disposição final e atendendo ao que preconiza
a legislação vigente.
Considerando-se a reduzida disponibilidade de área para implantação da ETE, a
vazão de esgoto e sua composição, as possíveis alternativas de concepção de ETE
acabam sendo limitadas. Excluem-se, diretamente, as possibilidades de se optar por um
tratamento por lagoas de estabilização, por exemplo, visto que se tratam de sistemas que
requerem grandes áreas para sua construção
Sendo assim, essa seção tratará de apresentar alternativas de ETEs compostas por
variantes de sistemas de lodos ativados com fluxo contínuo, por serem amplamente
utilizadas a nível mundial e apresentarem eficiências capazes de atender ao tratamento
do esgoto do município de Areias. Os sistemas de lodos ativados são compostos,
minimamente, por um reator biológico, um decantador secundário e recirculação de lodo.
A inclusão de outras unidades varia conforme a configuração adotada. A eficiência do
tratamento desse tipo de sistema é satisfatória para esgotos sanitários e há uma grande
flexibilidade de operação.

Alternativa 01: Sistema de Lodos Ativados Convencional


No sistema de lodos ativados convencional o volume do reator biológico, bem
como o consumo energético para aeração, são reduzidos mediante a introdução de uma
outra unidade, o decantador primário. Esse decantador tem a finalidade de reter parte da
matéria orgânica e não sobrecarregar o reator. Outra característica inerente a essa
configuração é a idade do lodo, que varia de 4 a 10 dias, e demanda uma estabilização da
biomassa retida no reator por conter, ainda, um alto teor de matéria orgânica. Isso
significa que, devem ser introduzidas outras unidades no sistema, sendo elas: um
adensador e, no mínimo, um digestor de lodo.
Na Figura 16 é apresentada a configuração desse sistema.

ESTUDO DE CONCEPÇÃO, PROJETO BÁSICO E EXECUTIVO E ESTUDO AMBIENTAL DO


SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO – MUNICÍPIO DE AREIAS/SP 65
Figura 16 – Fluxograma típico do sistema de lodos ativados convencional

Fonte: von Sperling, 2002.

Alternativa 02: Sistema de Lodos Ativados com Aeração Prolongada


O sistema proposto nessa alternativa difere do anterior pois a matéria orgânica,
nesse caso, é estabilizada dentro do próprio reator, tornando desnecessária a
implantação de digestores. Isso acontece porque a biomassa permanece no reator por um
período mais longo, da ordem de 18 a 30 dias. Adicionalmente, esse sistema dispensa o
decantador primário, o que acarreta em uma simplificação do sistema. No entanto, para
que isso ocorra, é necessário que o tanque de aeração (reator) tenha um volume maior,
além do que, há um consumo de energia significativamente mais elevado, necessário
para metabolizar o material orgânico do afluente. Na Figura 17 observa-se um
fluxograma dessa configuração.

ESTUDO DE CONCEPÇÃO, PROJETO BÁSICO E EXECUTIVO E ESTUDO AMBIENTAL DO


SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO – MUNICÍPIO DE AREIAS/SP 66
Figura 17 – Fluxograma de um sistema de aeração prolongada

Fonte: von Sperling, 2002.

Alternativa 03: Sistemas de Lodos Ativados precedido por Reator UASB


Um sistema composto por Reator UASB seguido de um sistema de Lodos Ativados
consiste em uma combinação amplamente utilizada em situações em que é necessária
uma elevada qualidade do efluente, no entanto, não se dispõe de grande área. Esse
conjunto tem se mostrado bastante viável em locais de clima quente.
Nesse sistema, o reator UASB substitui o decantador primário e o lodo aeróbio
excedente, gerado no sistema de lodos ativados e ainda não estabilizado, é enviado ao
reator UASB, onde sofre adensamento e digestão juntamente com o lodo anaeróbio, sem
prejuízos operacionais no UASB. O tratamento do lodo resultante do processo que
acontece no reator UASB é bastante simplificado, sendo apenas necessária sua
desidratação.
Entre as vantagens dos reatores UASB citam-se a baixa produção de lodo (que
ainda pode ser estabilizado e aproveitado na agricultura); reduzido volume de sólidos
voláteis; baixos requisitos de área; não necessita de O2, sendo desprezíveis os gastos
com energia; baixa demanda por nutrientes, admite elevadas cargas orgânicas (até 15 kg
DQO/m3.dia); reduz lodos descartados de lodos ativados; operação simples.
Na Figura 18 é possível observar a configuração desse sistema.

ESTUDO DE CONCEPÇÃO, PROJETO BÁSICO E EXECUTIVO E ESTUDO AMBIENTAL DO


SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO – MUNICÍPIO DE AREIAS/SP 67
Figura 18 – Fluxograma de um sistema composto por reator UASB seguido por lodos ativados

Fonte: von Sperling, 2002.

4.9 Pré-dimensionamento das unidades de cada alternativa proposta


Será realizado o pré-dimensionamento macro do sistema de esgotamento sanitário
apresentando valores de vazão, unidades atendidas, carga orgânica total, detalhamentos
e esquemas explicativos do futuro sistema para cada uma das alternativas de sistema
coleta de esgotos sanitário e de ETE propostas na seção anterior.

4.9.1 Sistema de coleta de esgotos sanitários


Os emissários, interceptores e coletores tronco foram dimensionados de acordo com
a Fórmula de Manning, que considera a vazão a ser transportada, o material da
tubulação, características da seção e desnível.
Já as estações elevatórias de esgoto foram dimensionadas em termos de potência
exigida para o bombeamento do esgoto, a fim de possibilitar o cálculo da demanda de
energia em cada unidade.
Para o desnível geométrico (Hg) foi considerada a diferença das cotas de terreno
obtidas a partir do Google Earth®, acrescida da profundidade do poço de sucção (três
metros). A altura manométrica total (HMT) foi calculada a partir da soma do desnível
geométrico às perdas de carga singulares e às perdas de carga lineares calculadas pela
equação de Hazen-Williams.

ESTUDO DE CONCEPÇÃO, PROJETO BÁSICO E EXECUTIVO E ESTUDO AMBIENTAL DO


SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO – MUNICÍPIO DE AREIAS/SP 68
Alternativa 01:
Na Tabela 32 é apresentado o dimensionamento da Alternativa 01, que contempla
um coletor tronco e cinco estações elevatórias de esgoto. Na Figura 19 é possível
observar o diagrama de vazões do sistema proposto por essa alternativa.
Tabela 32 – Dimensionamento do sistema de coleta de esgotos sanitários - Alternativa 01
COLETOR TRONCO
L (m) Q (L/s) DN (mm)
ÚNICO
300 9,52 150
LINHAS DE RECALQUE - EE
Qmáx Hg Perda carga AMT BHP Consumo de DN
EE
(L/s) (m) distribuída (m) (m) (CV) Energia (kW/h) (mm)
1 0,48 13 9,8 22,8 0,28 0,367 50
2 2,20 5 5,0 10,0 0,56 0,735 75
3 2,42 10 1,4 11,4 0,71 1,103 75
4 0,10 30 2,5 32,5 0,08 0,250 50
5 5,47 10 8,5 18,5 2,21 2,205 100
Fonte: ECHOA, 2015.

Figura 19 – Diagrama de vazões - Alternativa 01

Fonte: ECHOA, 2015.

Alternativa 02:
Na Tabela 33 é apresentado o dimensionamento da Alternativa 02, que preconiza a
existência de um interceptor e apenas duas estações elevatórias. Na Figura 20 apresenta-
se o diagrama de contribuições de vazão para a essa alternativa.

ESTUDO DE CONCEPÇÃO, PROJETO BÁSICO E EXECUTIVO E ESTUDO AMBIENTAL DO


SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO – MUNICÍPIO DE AREIAS/SP 69
Tabela 33 – Dimensionamento do sistema de coleta de esgotos sanitários - Alternativa 02
INTERCEPTOR
L (m) Q (L/s) DN (mm)
Único
2.650 9,52 150
LINHAS DE RECALQUE - EE
Qmáx Hg Perda carga AMT BHP Consumo de DN
EE
(L/s) (m) distribuída (m) (m) (CV) Energia (KW/h) (mm)
1 0,48 13 9,8 22,8 0,28 0,367 50
2 0,10 30 2,5 32,5 0,08 0,250 50
Fonte: ECHOA, 2015.

Figura 20 – Diagrama de vazões - Alternativa 02

Fonte: ECHOA, 2015.

Alternativa 03:
Na Tabela 34 é apresentado o dimensionamento da Alternativa 03, de acordo com a
qual, haverá um coletor tronco transportando o esgoto de todas as bacias de contribuição
até a ETE. Ainda, é mostrado o pré-dimensionamento das estações elevatórias. Na Figura
21 apresenta-se o diagrama de contribuições de vazão para a essa alternativa.

Tabela 34 – Dimensionamento do sistema de coleta de esgotos sanitários - Alternativa 03


COLETOR TRONCO
L (m) Q (L/s) DN (mm)
Único
300 9,52 150
LINHAS DE RECALQUE - EE
Qmáx Hg Perda carga AMT BHP Consumo de DN
EE
(L/s) (m) distribuída (m) (m) (CV) Energia (KW/h) (mm)
ESTUDO DE CONCEPÇÃO, PROJETO BÁSICO E EXECUTIVO E ESTUDO AMBIENTAL DO
SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO – MUNICÍPIO DE AREIAS/SP 70
1 0,48 13 9,8 22,8 0,28 0,367 50
2 2,20 5 5,0 10,0 0,56 0,735 75
3 5,47 5 6,7 11,7 1,40 1,837 100
4 7,89 10 1,4 11,4 1,81 2,205 150
5 0,10 30 2,5 32,5 0,08 0,250 50
Fonte: ECHOA, 2015.

Figura 21 – Diagrama de vazões - Alternativa 03

Fonte: ECHOA, 2015.

4.9.2 Estação de Tratamento de Esgoto – ETE


Os parâmetros a serem considerados no dimensionamento de todas as alternativas
de ETE propostas incluem os apresentados na Tabela 35 a seguir.
Tabela 35 – Parâmetros de dimensionamento de ETE
População Vazão Carga orgânica Concentração média da
Ano urbana média média (kg carga orgânica (mg
residente (m³/d) DBO5/d) DBO5/L)
2016 2.547 503,71 137,56 273,09
2045 2.903 546,91 156,75 286,60
Fonte: ECHOA, 2015.

Na sequência são discriminadas as principais características das alternativas de


ETE estudadas.

Alternativa 01:
Tabela 36 – Parâmetros de projeto ETE - Alternativa 01
Lodos ativados
Item geral Item específico
convencional
Idade do lodo Idade do lodo (d) 4 - 10
Relação A/M
Relação A/M 0,25 - 0,50
(kgDBO/kgSSVTA.d)
Eficiência de DBO (%) 85 - 95

ESTUDO DE CONCEPÇÃO, PROJETO BÁSICO E EXECUTIVO E ESTUDO AMBIENTAL DO


SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO – MUNICÍPIO DE AREIAS/SP 71
remoção DQO (%) 85 - 90
Sólidos em
85 - 95
suspensão (%)
Amônia (%) 85 - 95
Nitrogênio (%) 25 - 30
Fósforo (%) 25 - 30
Coliformes (%) 60 - 90
Área requerida A (m²/hab) 0,2 - 0,3
Volume total V (m³/hab) 0,1 - 0,15
Fonte: Adaptado de von Sperling, 2002.

Alternativa 02:
Tabela 37 – Parâmetros de projeto ETE - Alternativa 02
Lodos ativados
Item geral Item específico com aeração
prolongada
Idade do lodo
Idade do lodo 18 - 30
(d)
Relação A/M
Relação A/M (kgDBO/kgSSV 0,07 - 0,15
TA.d)
DBO (%) 93 - 98
DQO (%) 90 - 95
Sólidos em
85 - 95
Eficiência de suspensão (%)
remoção Amônia (%) 90 - 95
Nitrogênio (%) 15 - 25
Fósforo (%) 10 - 20
Coliformes (%) 70 - 95
Área requerida A (m²/hab) 0,25 - 0,35
Volume total V (m³/hab) 0,1 - 0,15
Fonte: Adaptado de von Sperling, 2002.

Alternativa 03:
Tabela 38 – Parâmetros de projeto ETE - Alternativa 03
UASB -
Item geral Item específico Lodos
ativados
Idade do lodo Idade do lodo (d) 6 - 10
Relação A/M
Relação A/M 0,25 - 0,40
(kgDBO/kgSSVTA.d)
DBO (%) 85 - 95
DQO (%) 83 - 90
Eficiência de Sólidos em
85 - 95
remoção suspensão (%)
Amônia (%) 75 - 90
Nitrogênio (%) 15 - 25
ESTUDO DE CONCEPÇÃO, PROJETO BÁSICO E EXECUTIVO E ESTUDO AMBIENTAL DO
SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO – MUNICÍPIO DE AREIAS/SP 72
Fósforo (%) 10 - 20
Coliformes (%) 70 - 95
Área requerida A (m²/hab) 0,2 - 0,3
Volume total V (m³/hab) 0,1 - 0,12
Fonte: Adaptado de von Sperling, 2002.

4.10 Orçamento preliminar das alternativas


Serão abordadas, nesse item, as estimativas de custos para a implantação de cada
uma das alternativas descritas anteriormente. Considerar-se-ão os custos inerentes à
implantação e operação das três alternativas propostas para o sistema de coleta de
esgotos sanitários, bem como das três propostas de ETE. A análise financeira das
alternativas técnicas subsidiará a escolha pela melhor proposta para Areias.
Para a estimativa dos custos serão utilizados estudos e publicações consagrados no
meio acadêmico que consideram critérios técnicos do futuro sistema incluindo: diâmetro e
extensão de rede, vazão, diâmetro de linhas de recalque, emissários, vazão afluente à
ETE, entre outros parâmetros.
Ressalta-se que, como o objetivo deste orçamento preliminar está limitado a
comparar as alternativas propostas e assim possibilitar a definição de qual a mais atrativa
do ponto de vista econômico, não se preocupou em atualizar os valores para o ano
corrente, bem como aplicar taxas de inflação ou juros (estes últimos também
preconizados pelo Manual da AGEVAP). Ou seja, qualquer correção nos custos seria
aplicada igualmente a todas as alternativas, não acarretando em nenhuma mudança de
preços para comparação. Por fim, acrescenta-se que, selecionadas as alternativas que
comporão o sistema de esgotamento sanitário do município de Areias, será desenvolvido
o Projeto Executivo, composto por memória de cálculo das quantidades que deve gerar o
orçamento definitivo e detalhado da implantação e operação das unidades.

4.10.1 Sistema de coleta de esgotos sanitários


Em 2011, foi desenvolvido pelo acadêmico Rodrigo Pinheiro Pacheco, um Estudo de
Custos para Implantação de Sistemas de Esgotamento Sanitário – Dissertação
apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Recursos Hídricos e
Ambiental, Setor de Tecnologia, Universidade Federal do Paraná – como requisito para a
obtenção do grau de mestre em Engenharia de Recursos Hídricos e Ambiental.
Esse trabalho apresenta uma análise de custos de diversos sistemas de
esgotamento sanitário orçados e implantados no Brasil. Foram desenvolvidos métodos

ESTUDO DE CONCEPÇÃO, PROJETO BÁSICO E EXECUTIVO E ESTUDO AMBIENTAL DO


SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO – MUNICÍPIO DE AREIAS/SP 73
para estimativa de custos de implantação para a coleta e transporte dos esgotos,
tratamento de esgotos e tratamento de lodo.
Neste estudo de concepção, tomar-se-ão como base para o orçamento prévio as
considerações feitas por essa dissertação no que se refere a: redes coletoras, coletores e
interceptores, estações elevatórias de esgoto, linhas de recalque e emissários.
Novamente, frisa-se que, como o objetivo é comparar as alternativas propostas, a
atualização dos valores é desprezível, visto que serão utilizados os mesmos critérios para
compor os custos das diferentes opções.
Para as redes coletoras, Pacheco obteve estimativas de custos para a implantação
de tubos de PVC com DNs entre 150 a 350mm, considerando diferentes tipos de solos e
urbanização. Para os Coletores e Interceptores, apresentou equações com DNs que
variam de 200 a 800mm, desde materiais de PVC à Concreto Armado. Para as Estações
Elevatórias de Esgoto – EEEs, estimou os custos para faixas de diferentes Alturas
Manométricas – Hm: até 15 m.c.a., de 15 a 30 m.c.a., de 30 a 45 m.c.a. e acima de 45
m.c.a., com relação à vazão em L/s. Por fim, para as Linhas de Recalque – LR, encontrou
estimativas de custo em função do Diâmetro Nominal – DN, com a utilização de diferentes
materiais (PEAD, PVC DEFoFo, FoFo e RPVC/PRFV).
No que se refere às redes coletoras, na Figura 22 são apresentados os resultados
desse estudo de custos, que serão utilizados como base nesse estudo de concepção.
Figura 22 – Custo da rede coletora de esgoto (R$/m) para solo favorável e baixa urbanização

Fonte: Pacheco, 2011.

O nível apresentado na Figura 22 está relacionado à declividade topográfica do local


onde será implantada a rede coletora, sendo esses níveis descriminados na Figura 23.

ESTUDO DE CONCEPÇÃO, PROJETO BÁSICO E EXECUTIVO E ESTUDO AMBIENTAL DO


SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO – MUNICÍPIO DE AREIAS/SP 74
Figura 23 – Distribuição da composição do tipo de escoramento por nível de terreno

Fonte: Pacheco, 2011.

Para os coletores tronco e interceptores, a partir do pré-dimensionamento realizado,


optou-se por adotar a curva de investimento da Figura 24 na estimativa dos custos. Como
não há, nesse estudo, uma curva que se aplique a diâmetros ainda menores, julgou-se
que essa é a que mais se aproxima da realidade do município.
Figura 24 – Custo dos Coletores/ Interceptores – DN 200 a 400mm

Fonte: Pacheco, 2011.

Para as Estações Elevatórias de Esgoto, conforme mencionado, há curvas


diferentes por faixas de alturas manométricas totais. Observou-se que nem todas as
curvas produzem estimativas de custos satisfatórias para as baixas vazões encontradas
em Areias. Por esse motivo, optou-se por utilizar apenas a curva de investimentos que
considera alturas manométricas até 15 m.c.a., apresentada na Figura 25.

ESTUDO DE CONCEPÇÃO, PROJETO BÁSICO E EXECUTIVO E ESTUDO AMBIENTAL DO


SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO – MUNICÍPIO DE AREIAS/SP 75
Figura 25 – Custo de EEE com Hman até 15 m.c.a.

Fonte: Pacheco, 2011.

No caso das linhas de recalque, tem-se a curva de investimento da Figura 26.


Figura 26 – Custo de Linhas de Recalque – PEAD

Fonte: Pacheco, 2011.

A partir das tabelas e curvas apresentadas, fez-se a estimativa de custos de


implantação e operação, ao longo do horizonte do projeto, de cada uma das alternativas
de sistema de coleta de esgotos sanitários proposta. Salienta-se que, como há uma única
alternativa de concepção de rede coletora, os investimentos relativos a essa unidade

ESTUDO DE CONCEPÇÃO, PROJETO BÁSICO E EXECUTIVO E ESTUDO AMBIENTAL DO


SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO – MUNICÍPIO DE AREIAS/SP 76
serão iguais em todas as alternativas e considerarão nível 02 em relação à declividade
topográfica de Areias.

Alternativa 01:
Tabela 39 – Valores de investimento no sistema de coleta de esgotos sanitários - Alternativa 01
Implantação
Implantação
linhas de Operação
Rede coletora coletor
recalque, EE
Implantação (R$) tronco/interceptor
emissários e EE (R$/ano)
(R$)
(R$)
2.848.679,08 0,00 1.657.139,48 20.835,75
Total implantação (R$) 4.505.818,56
Total operação (R$/ano) 20.835,75
Fonte: ECHOA, 2015.
Alternativa 02:
Tabela 40 – Valores de investimento no sistema de coleta de esgotos sanitários - Alternativa 02
Implantação
Implantação
linhas de Operação
Rede coletora coletor
recalque, EE
Implantação (R$) tronco/interceptor
emissários e EE (R$/ano)
(R$)
(R$)
2.848.679,08 375.293,00 323.351,28 2.758,73
Total implantação (R$) 3.172.030,36
Total operação (R$/ano) 2.758,73
Fonte: ECHOA, 2015.

Alternativa 03:
Tabela 41 – Valores de investimento no sistema de coleta de esgotos sanitários - Alternativa 03
Implantação Implantação linhas
Operação
Rede coletora coletor de recalque,
EE
Implantação (R$) tronco/interceptor emissários e EE
(R$/ano)
(R$) (R$)
2.848.679,08 42.486,00 1.735.419,33 24.117,61
Total implantação (R$) 4.584.098,41
Total operação (R$/ano) 24.117,61
Fonte: ECHOA, 2015.

4.10.2 Estação de tratamento de Esgotos – ETE


Para a estimativa de custos relativos às alternativas de ETEs propostas, utilizou-se
como referência a tabela comparativa das variantes dos sistemas de lodos ativados
utilizados para o tratamento de esgotos domésticos apresentada no livro: Princípios do
Tratamento Biológico de Águas Residuárias; Volume 4 – Lodos ativados, de Marcos Von
Sperling, 2ª edição de 2002. Na Tabela 42 são sintetizados os valores adotados, de
ESTUDO DE CONCEPÇÃO, PROJETO BÁSICO E EXECUTIVO E ESTUDO AMBIENTAL DO
SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO – MUNICÍPIO DE AREIAS/SP 77
acordo com as faixas estabelecidas por essa bibliografia e, na sequência, são
apresentadas as estimativas de investimento para a implantação e operação das
alternativas.
Tabela 42 – Parâmetros adotados para a estimativa de custos das alternativas de ETE
Modalidade
Item geral Item específico Aeração UASB – lodos
Convencional
prolongada ativados
Consumo
Energia energético 26 35 20
(kWh/hab.ano)
Implantação
150 120 100
(R$/hab)
Custos
Operação
18 18 12
(R$/hab.ano)
Fonte: Adaptado de Von Sperling, 2002.

Além disso, é necessário considerar, nos custos de implantação, àqueles relativos


à desapropriação da área onde deve ser implantada ETE, visto que se trata de
propriedade particular. Essa área foi apontada pelo município de Areias como a mais
indicada para a instalação da ETE e sua viabilidade técnica também foi comprovada por
esse estudo.
Sendo assim, seguindo o que preconiza o Decreto Lei nº 3.365 de 1941, segundo o
qual todos os bens poderão ser desapropriados pela União, pelos Estados, Municípios,
Distrito Federal e Territórios, mediante declaração de utilidade pública; o município de
Areias comprometeu-se a expedir declaração de desapropriação da área.
O cálculo do valor de indenização a ser pago para desapropriação será feito
considerando a área total requerida para a implantação da ETE e o preço do seu metro
quadrado, informado pelo município de Areias. Para a definição das áreas, utilizar-se-ão
os valores sugeridos por von Sperling (2002), previamente apresentados nesse trabalho.
Já o preço do metro quadrado será considerado como sendo igual a R$200,00.

Alternativa 01:
Para a desapropriação da área, considerar-se-á o valor de requisito de área
sugerido por von Sperling (2002), que varia de 0,2 a 0,3 m2/hab. Será adotado o valor de
0,25 m2/hab, resultando em 725,75 m2 (para 2.903 habitantes). Esse valor será acrescido
em 50% para acomodar as demais instalações previstas para a ETE resultando em,
aproximadamente, 1.100,00 m2. Considerando-se o valor de R$200,00 a ser pago por

ESTUDO DE CONCEPÇÃO, PROJETO BÁSICO E EXECUTIVO E ESTUDO AMBIENTAL DO


SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO – MUNICÍPIO DE AREIAS/SP 78
metro quadrado, tem-se um gasto total de R$ 220.000,00 em desapropriação. Esse valor
está incluso nos custos da Tabela 43, a seguir.
Tabela 43 – Valores de investimento na Estação de Tratamento de Efluentes - Alternativa 01
Implantação e
Ano operação ETE
(R$/ano)
2016 681.778,61
2017 80.043,71
2018 80.426,85
2019 80.810,00
2020 81.193,15
2021 81.576,29
2022 81.959,44
2023 82.342,59
2024 82.725,74
2025 83.108,88
2026 83.492,03
2027 83.875,18
2028 84.258,33
2029 84.641,47
2030 85.024,62
2031 85.407,77
2032 85.790,91
2033 86.174,06
2034 86.557,21
2035 86.940,36
2036 87.323,50
2037 87.706,65
2038 88.089,80
2039 88.472,94
2040 88.856,09
2041 89.239,24
2042 89.622,39
2043 90.005,53
2044 90.388,68
2045 90.771,83
VP total em 2016 1.346.025,00
Fonte: ECHOA, 2015.

Alternativa 02:
Para a desapropriação da área, considerar-se-á o valor de requisito de área
sugerido por von Sperling (2002), que varia de 0,25 a 0,35 m2/hab. Será adotado o valor
de 0,30 m2/hab, resultando em 870,90 m2 (para 2.903 habitantes). Esse valor será
acrescido em 50% para acomodar as demais instalações previstas para a ETE resultando
em, aproximadamente, 1.300 m2. Considerando-se o valor de R$200,00 a ser pago por
ESTUDO DE CONCEPÇÃO, PROJETO BÁSICO E EXECUTIVO E ESTUDO AMBIENTAL DO
SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO – MUNICÍPIO DE AREIAS/SP 79
metro quadrado, tem-se um gasto total de R$ 260.000,00 em desapropriação. Esse valor
está incluso nos custos da Tabela 44, a seguir.
Tabela 44 – Valores de investimento na Estação de Tratamento de Efluentes - Alternativa 02
Implantação e
Ano operação ETE
(R$/ano)
2016 657.057,21
2017 91.802,20
2018 92.241,63
2019 92.681,07
2020 93.120,50
2021 93.559,93
2022 93.999,36
2023 94.438,79
2024 94.878,23
2025 95.317,66
2026 95.757,09
2027 96.196,52
2028 96.635,95
2029 97.075,39
2030 97.514,82
2031 97.954,25
2032 98.393,68
2033 98.833,11
2034 99.272,55
2035 99.711,98
2036 100.151,41
2037 100.590,84
2038 101.030,27
2039 101.469,71
2040 101.909,14
2041 102.348,57
2042 102.788,00
2043 103.227,43
2044 103.666,86
2045 104.106,30
VP total em 2016 1.418.882,04
Fonte: ECHOA, 2015.

Alternativa 03:
Para a desapropriação da área, considerar-se-á o valor de requisito de área
sugerido por von Sperling (2002), que varia de 0,2 a 0,3 m2/hab, para essa alternativa.
Será adotado o valor de 0,25 m2/hab, resultando em 725,75 m2 (para 2.903 habitantes).
Esse valor será acrescido em 50% para acomodar as demais instalações previstas para a
ETE resultando em, aproximadamente, 1.100 m2. Considerando-se o valor de R$200,00 a
ESTUDO DE CONCEPÇÃO, PROJETO BÁSICO E EXECUTIVO E ESTUDO AMBIENTAL DO
SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO – MUNICÍPIO DE AREIAS/SP 80
ser pago por metro quadrado, tem-se um gasto total de R$220.000,00 em
desapropriação. Esse valor está incluso nos custos da Tabela 45, a seguir.
Tabela 45 – Valores de investimento na Estação de Tratamento de Efluentes - Alternativa 03
Implantação e
Ano operação ETE
(R$/ano)
2016 531.319,73
2017 56.846,47
2018 57.118,58
2019 57.390,69
2020 57.662,79
2021 57.934,90
2022 58.207,01
2023 58.479,12
2024 58.751,23
2025 59.023,34
2026 59.295,45
2027 59.567,55
2028 59.839,66
2029 60.111,77
2030 60.383,88
2031 60.655,99
2032 60.928,10
2033 61.200,20
2034 61.472,31
2035 61.744,42
2036 62.016,53
2037 62.288,64
2038 62.560,75
2039 62.832,86
2040 63.104,96
2041 63.377,07
2042 63.649,18
2043 63.921,29
2044 64.193,40
2045 64.465,51
VP total em 2016 1.003.062,79
Fonte: ECHOA, 2015.

Ressalta-se que, os orçamentos aqui apresentados consideraram custos relativos à


desapropriação de áreas particulares apenas para a instalação da ETE, visto que os
demais dispositivos previstos para o sistema de esgotamento sanitário serão locados em
áreas públicas.

ESTUDO DE CONCEPÇÃO, PROJETO BÁSICO E EXECUTIVO E ESTUDO AMBIENTAL DO


SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO – MUNICÍPIO DE AREIAS/SP 81
4.11 Comparação e seleção de alternativas
Para a seleção da alternativa mais atrativa dos pontos de vista técnico, econômico
e ambiental, utilizou-se uma matriz de avaliação na qual são atribuídas pontuações a
cada alternativa com base em critérios previamente estabelecidos.
A escala de atribuição de pontuação utilizada é apresentada a seguir.

Escala de atribuição da
pontuação
0 Muito desfavorável
1 Desfavorável
2 Neutro
3 Favorável
4 Muito favorável

4.11.1 Sistema de coleta de esgotos sanitários


Os critérios considerados para a composição da pontuação técnica, econômica a
ambiental são apresentados na Tabela 46.
Tabela 46 – Critérios de composição da pontuação
Técnicos Econômicos Ambientais
A: escoamento por A: grau de complexidade do
A: valor global
gravidade processo de licenciamento
B: grau de intervenção das B: consumo de energia
B: riscos associados
obras elétrica
C: operação e manutenção C: desapropriação de C: acompanhamento
do sistema áreas arqueológico
Fonte: ECHOA, 2015.

Quanto aos critérios técnicos, sabe-se que a melhor alternativa é aquela que
prioriza o escoamento por gravidade, implicando em menos estações elevatórias e,
consequentemente, menor gasto com energia elétrica; com relação ao grau de
intervenção das obras, será considerada aqui, a viabilidade das alternativas serem
implantadas nas vias públicas, ou a necessidade de desapropriação de áreas privadas
para sua execução; por fim, a operação e manutenção do sistema consideram a
necessidade e complexidade do gerenciamento do sistema.
Em termos econômicos, o primeiro critério considera o valor global estimado para a
implantação das obras, atribuindo melhor pontuação àquela alternativa que apresentar
menores gastos associados; o consumo de energia é o gasto operacional mais relevante
no sistema de coleta de esgotos, sendo um outro critério a ser considerado; por fim, levar-

ESTUDO DE CONCEPÇÃO, PROJETO BÁSICO E EXECUTIVO E ESTUDO AMBIENTAL DO


SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO – MUNICÍPIO DE AREIAS/SP 82
se-á em conta, também, a necessidade de desapropriação de terras, em caso de a
alternativa precisar ser implantada em áreas de domínio privado.
A análise ambiental deve considerar o grau de complexidade do processo de
licenciamento, os estudos necessários à obtenção de licenças e o tempo demandado
para isso; os riscos associados à alternativa, em caso de rompimento ou problemas
operacionais; a necessidade de acompanhamento arqueológico previamente e durante a
execução das obras, o que a encarece e implica em possíveis restrições, sendo bastante
desfavorável.
Tabela 47 – Matriz de avaliação de alternativas
Análise
Pontuação
Técnica Econômica Ambiental
final
Alternativa
A 2 A 2 A 4
B 3 B 1 B 2
01 24
C 2 C 4 C 4
Total 6 Total 7 Total 10
A 4 A 3 A 0
B 2 B 4 B 1
02 17
C 3 C 0 C 0
Total 9 Total 7 Total 1
A 2 A 1 A 4
B 3 B 0 B 2
03 22
C 2 C 4 C 4
Total 7 Total 5 Total 10
Alternativa selecionada 01
Fonte: ECHOA, 2015.

Discussão da matriz
Tecnicamente, a alternativa 02 destaca-se por permitir o escoamento do esgoto,
basicamente, por gravidade, havendo apenas duas EEEs. No entanto, essa mesma
alternativa apresenta um maior grau de intervenção das obras, ao passo que sua
execução não acompanha os traçados das vias existentes, como é o caso das
alternativas 01 e 03. Em termos de operação e manutenção do sistema, novamente a
alternativa 02 apresenta-se como a melhor entre as três, pelo reduzido número de EEEs,
no entanto, ainda exige um mínimo de operação.
O valor global das alternativas 01 e 03 é bastante semelhante, sendo o da
alternativa 01 sutilmente menor e o da alternativa 02 bem inferior se comparado ao valor
das demais. O mesmo argumento técnico sobre a quantidade reduzida de EEEs na

ESTUDO DE CONCEPÇÃO, PROJETO BÁSICO E EXECUTIVO E ESTUDO AMBIENTAL DO


SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO – MUNICÍPIO DE AREIAS/SP 83
alternativa 02, justifica o gasto com energia elétrica da alternativa 02 muito baixo se
comparado ao gasto dos sistemas propostos em 01 e 03. No entanto, com relação à
necessidade de desapropriação de áreas, a alternativa 02 é a única que não passa por
vias existentes, pois o interceptor deve margear o Ribeirão Vermelho.
Finalmente, do ponto de vista da análise ambiental, as alternativas 01 e 03
possuem processos de licenciamento ambiental bastante simplificados e, por serem
executadas nas vias, dispensam o acompanhamento arqueológico. Em contrapartida, a
alternativa 02, por ser executada em Área de Proteção Ambiental e próxima ao rio,
demanda maiores estudos e acompanhamento arqueológico para ser licenciada e,
posteriormente, executada. Acerca dos riscos associados, considera-se menos perigoso
um problema operacional ou rompimento que aconteça nas alternativas 01 e 03 do que na
alternativa 02, na qual acarretaria num lançamento direto de esgotos in natura, no corpo
d’água.

4.11.1.1 Consolidação da alternativa selecionada


Concluindo a avaliação, a maior pontuação apontou para a seleção da alternativa
01, que preconiza a existência de um coletor tronco encaminhando, por gravidade, o
esgoto de todas as bacias de contribuição à ETE.
Novamente, apresenta-se essa concepção, antes de proceder a algumas análises.
Figura 27 – Diagrama de funcionamento do sistema de coleta de esgotos sanitários - Alternativa 01

Fonte: ECHOA, 2015.

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Conforme descrito anteriormente, a bacia 01 recalcará seu esgoto para a bacia 02,
a partir da EE01 locada na Rodovia dos Tropeiros. A bacia 02, por sua vez, encaminhará
o seu esgoto, mais o esgoto da bacia 01, para a bacia 03, por linha de recalque iniciada
na EE02 locada na esquina da Rua Riachuelo com a Travessa Ver. Antônio Quirino Filho.
As bacias 04 e 05 encaminharam seu esgoto para a bacia 03, por gravidade. Todo o
esgoto reunido na bacia 03 será encaminhado para a bacia 07 a partir da EE05, locada na
Rua Alves Marques, próximo ao encontro com o Ribeirão Vermelho. A bacia 06 recalcará
o esgoto para a bacia 07, através da EE03, locada na esquina da Avenida Siqueira
Campos com a Rua “G”. De mesmo modo, a bacia 08 também recalcará seu esgoto para
a bacia 07, através da EE04, locada ao final da Rua Maria do Rosário Ferreira Leme.
Todo o esgoto coletado na bacia 07 seguirá para a ETE, por um coletor tronco que
percorrerá a Rua do Resende, desde o ponto mais baixo da bacia 07, por
aproximadamente 300 metros até a ETE.
Salienta-se que, todas as Estações Elevatórias de Esgoto previstas serão
localizadas nos pontos baixos das bacias, sempre em áreas públicas, e as linhas de
recalque conduzirão o esgoto até um poço de visita da bacia mais próxima.

4.11.1.1.1 Travessia de corpos d’água


A respeito do cruzamento de cursos d’água, a rede coletora cruzará o Ribeirão
Vermelho e seus afluentes em quatro pontos. Em todos esses pontos há pontes
implantadas, pelas quais a rede passará de forma flangeada. São eles: na Rua João
Bosco de Souza, na Rua Manoel Firmino da Silva, na Rua “G” e na Estrada de
acesso rural perpendicular à Rua do Resende.

4.11.2 Estação de tratamento de efluentes – ETE


Os critérios considerados para a composição da pontuação técnica, econômica a
ambiental são apresentados na Tabela 48.
Tabela 48 – Critérios de composição da pontuação
Técnicos Econômicos Ambientais
A: área requerida A: valor global A: atendimento à legislação
B: eficiência de remoção B: gastos com operação
B: geração de resíduos (lodo)
C: complexidade operacional do sistema
Fonte: ECHOA, 2015.

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Com relação aos critérios técnicos, a área requerida é a maior limitação para a
instalação da ETE, sendo priorizadas alternativas que demandem menores espaços para
a instalação de todas as suas unidades; a eficiência de remoção de matéria orgânica,
nutrientes, patógenos, etc. também deve ser considerada; finalmente, a complexidade de
operação do sistema deve ser a menor possível.
Do ponto de vista econômico, também deve ser considerado o valor global de
implantação da ETE, bem como os gatos relativos a sua operação, sendo os gastos com
energia para alimentar os aeradores, os mais significativos.
Ambientalmente, será levada em consideração a necessidade de se atender à
legislação vigente sobre as condições de lançamento de efluentes tratados no corpo
receptor e a quantidade e características do lodo gerado na ETE, fatores determinantes
para definir os procedimentos para sua estabilização, desidratação e disposição final.
Tabela 49 – Matriz de avaliação de alternativas
Análise
Pontuação
Técnica Econômica Ambiental
final
Alternativa
A 3 A 2 A 4
B 3 B 2 B 2
01 18
C 2
Total 4 Total 6
Total 8
A 2 A 2 A 4
B 4 B 1 B 3
02 19
C 3
Total 3 Total 7
Total 9
A 4 A 4 A 4
B 2 B 3 B 4
03 22
C 1
Total 7 Total 8
Total 7
Alternativa selecionada 03
Fonte: ECHOA, 2015.

Discussão da matriz
A análise técnica das alternativas considerou que, a alternativa 03 é a que menor
área requer, seja para a instalação das unidades de tratamento do efluente ou para
desidratação do lodo, gerado em menor quantidade nesta. Quanto à eficiência de
remoção, todas apresentam um desempenho satisfatório, com destaque para a alternativa
02, que se sobressai às demais. Em termos de complexidade operacional, a alternativa 03
é a que exige maior especialização.

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Economicamente, o destaque é para a alternativa 03, significativamente mais
barata que às outras duas. O mesmo se observa para os custos operacionais envolvidos,
especialmente, consumo de energia elétrica.
Em termos ambientais, todas atendem à legislação vigente e a alternativa 03 se
sobressai quanto ao reduzido volume de lodo que gera, implicando em menores gastos
com tratamento e disposição final deste resíduo.

4.11.2.1 Consolidação da alternativa selecionada


Como conclusão dessa avaliação, a alternativa 03 – UASB + lodos ativados – é
considerada a mais vantajosa para a ETE a ser implantada no município de Areias.

4.12 Órgão Ambiental


O presente Estudo de Concepção será submetido à CETESB – Companhia de
Tecnologia de Saneamento do Estado de São Paulo, para análise e aprovação. Caberá
à Companhia analisar a justificativa do projeto, bem como as alternativas de concepção
propostas neste estudo e aquela que foi considerada a mais vantajosa pare ser
implantada no município de Areias. Atendendo aos critérios e exigências do órgão
ambiental, dar-se-á sequência ao trabalho com a elaboração de Estudo Ambiental,
Serviços de Apoio Técnico, Projetos Básico e Executivo do Sistema de Esgotamento
Sanitário de Areias.

4.13 Indicação de serviços de campo necessários ao desenvolvimento do projeto


de engenharia
Na Tabela 50 são indicados os serviços topográficos e geotécnicos demandados
para o desenvolvimento do projeto de engenharia, bem como suas respectivas
quantidades.
Tabela 50 – Serviços de campo demandados para elaboração de projeto de engenharia
SERVIÇOS DE CAMPO
Serviços topográficos unidade quantidade
Levantamento planialtimétrico semicadastral na área atendida km2 1,34
Levantamento planialtimétrico semicadastral em ruas km 22,97
Nivelamento de eixo com levantamento de normais km 22,97
Levantamento de áreas especiais, inclusive travessias, com
avaliação preliminar do valor comercial do imóvel – área pelo m2 10.000
que exceder a 5.000 m2

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Serviços geotécnico unidade quantidade
Mobilização e desmobilização 5 und 9
Sondagem a percussão – SPT (diâmetro 63,5mm) 6 m 90
Sondagem a trado (4”) – tipo cavadeira – diâmetro 4” –
m 94
100mm) 7
Fonte: ECHOA, 2015.

4.14 Equipe técnica mobilizada


A equipe técnica mobilizada para a execução dos estudos e projetos referentes ao
Sistema de Esgotamento Sanitário a ser implantado no município de Areias está
discriminada na Tabela 51 abaixo.
Tabela 51 – Equipe técnica mobilizada
EQUIPE DE NÍVEL SUPERIOR
Registro Especialidade/Área de
Nome Formação Função
Conselho Atuação
Vinicius Ternero Engº Sanitarista CREA/SC Coordenador Saneamento/Estudos e
Ragghianti e Ambiental 106812-4 Geral Projetos
Marcelo Monte Engº Sanitarista CREA/SC Chefe de Saneamento/Estudos e
Carlo Fonseca e Ambiental 092114-9 Equipe Projetos
Engº Sanitarista CREA/SC Coordenador Saneamento/Estudos e
Ricardo Mattielo
e Ambiental 097895-6 Adjunto Projetos
Dimensionamento
Hugo Rohden CREA/SC Membro de
Engº Civil hidráulico e projeto
Becker 096296-2 Equipe
estrutural
Fonte: ECHOA, 2015.

5 1/EEE e 3/ETE.
6 3 furos de 20m por ETE e 1 furo de 6m por EEE.
7 1 furo a cada 500 metros de rede e 1 furo ao longo da extensão do coletor tronco, sendo cada furo de 2 metros.

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5 TERMO DE ENCERRAMENTO

Nesta página, encerra-se o 2º Volume – Estudo Ambiental – do “Estudo de


Concepção, Projeto Básico e Executivo e Estudo Ambiental do Sistema de Esgotamento
Sanitário do Município de Areias/SP”, objeto do Contrato do Processo Licitatório
022/2015, Tomada de Preços 03/2015; completando um total de 89 páginas.

Florianópolis, 13 de novembro de 2015.

__________________________
COORDENADOR GERAL
Vinicius Ternero Ragghianti
Engenheiro Sanitarista e Ambiental
CREA-SP 5069615799-SP
ART Nº 92221220151205807

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