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ELABORADO POR:
NOVEMBRO, 2015
Identificação do Empreendedor
NOME OU RAZÃO SOCIAL Município de Areias
NÚMERO DO CNPJ 45.195.963/0001-26
ENDEREÇO COMPLETO Rua Praça Nove de Julho, 202 – Areias/SP
TELEFONE E FAX Telefone: (12) 3107-1200
REPRESENTANTES LEGAIS Prefeito Jose Antônio Fernandes
PESSOA DE CONTATO Eng° Cesar Gonçalves de Oliveira
CONTRATO TP 03/2015
PRAZO 180 dias
A partir da Lei Federal nº 11.445 de 2007 que preconiza, dentre outros aspectos, a
universalização dos serviços de saneamento básico – nestes incluído o esgotamento
sanitário – faz-se necessária a concentração de esforços para ampliar a oferta desses
serviços ainda escassos nos municípios brasileiros, como é o caso de Areias.
De acordo com esta mesma Lei, um sistema de esgotamento sanitário é constituído
pelas atividades, infraestruturas e instalações operacionais de coleta, transporte,
tratamento e disposição final adequados dos esgotos sanitários, desde as ligações
prediais até o seu lançamento final no meio ambiente. Entre suas principais finalidades
citam-se o controle de doenças e outros agravos; a consequente promoção da saúde e
melhora da qualidade de vida da população; bem como a diminuição dos impactos
causados no meio ambiente, especialmente nos corpos hídricos.
Com vistas a mudar o cenário de Areias, foi disponibilizado recurso para a execução
do presente Projeto, a partir do Convênio celebrado entre a Associação Pró-Gestão das
Águas da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul – AGEVAP, por intermédio da Caixa
Econômica Federal e o Município de Areias.
O documento em questão trata do Estudo de Concepção de Projeto Básico e
Executivo do Sistema de Esgotamento Sanitário do município de Areias/SP e inclui as
informações obtidas no diagnóstico, apresenta as alternativas de concepção estudadas,
os estudos de viabilidade técnica, econômica e ambiental, e aponta a concepção final a
ser adotada para atender às necessidades do município.
A partir da solução apresentada neste Estudo, será possível conceber os
levantamentos de campo e desenvolver estudos ambientais e projetos de engenharia,
referentes ao sistema de esgotamento sanitário.
a) Federal
• Manual de Saneamento (FUNASA);
• Lei de Saneamento Básico nº 11.445/2007 e seu Decreto Regulamentador
7.217/2010;
• Lei Federal nº 12.651/2012 – Dispõe sobre a proteção da vegetação nativa;
altera as Leis nos 6.938, de 31 de agosto de 1981, 9.393, de 19 de
dezembro de 1996, e 11.428, de 22 de dezembro de 2006; revoga as Leis
nos 4.771, de 15 de setembro de 1965, e 7.754, de 14 de abril de 1989, e a
Medida Provisória no 2.166-67, de 24 de agosto de 2001; e dá outras
providências.
• Normas técnicas da Companhia de Saneamento do Estado de São Paulo –
SABESP;
b) Estadual
• Decreto Estadual 8.468/76 – Aprova o Regulamento da Lei nº 997, de 31 de
maio de 1976, que dispõe sobre a Prevenção e o Controle da Poluição do
Meio Ambiente;
• Decreto Estadual 10.755/1977 – Dispõe sobre o enquadramento dos corpos
de água receptores na classificação prevista no Decreto nº 8.468, de 8 de
setembro de 1976 e dá providências correlatas.
c) Municipal
• Manual de Referência – Elaboração de Estudo de Concepção, Projeto
Básico e Executivo e Estudo Ambiental para o Sistema de Esgotamento
Sanitário (AGEVAP);
• Plano Municipal Integrado de Saneamento Básico Areias.
4.3.1 Localização
Situado ao leste do estado de São Paulo, o município de Areias está inserido na
Região Administrativa de São José dos Campos e Região de Governo de Cruzeiro. Seus
municípios limítrofes são Resende (RJ) a nordeste, São José do Barreiro a leste e
sudeste, Cunha a sudoeste, Silveiras a oeste e Queluz a noroeste.
Na Figura 1 é apresentada a localização do município de Areias e na Tabela 1, suas
coordenadas geográficas.
1 Estimativas da população residente com data de referência 1o de julho de 2014 publicada no Diário Oficial da União
em 28/08/2014.
ESTUDO DE CONCEPÇÃO, PROJETO BÁSICO E EXECUTIVO E ESTUDO AMBIENTAL DO SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO –
MUNICÍPIO DE AREIAS/SP
15
Tabela 1 – Coordenadas geográficas do município de Areias
Município de Latitude Longitude
Areias/SP 22º21’ S 44º24’ O
Fonte: CEPAGRI.
4.3.2 Acesso
O município dista 158 km da cidade de São José dos Campos (SP), sendo seus
principais acessos através da cidade de Queluz, passando pela rodovia SP-60; ou pela
rodovia SP-68, através dos municípios de Silveiras ou São José do Barreiro. De Queluz a
Areias, o acesso se dá por meio da Ac. Deputado Nesrala Rubéns. A capital São Paulo
fica a 246km de Areias, sendo o acesso principal pela Rodovia Presidente Dutra (BR-116)
e depois pela SP-68.
4.3.3 Clima
Segundo o Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura
– CEPAGRI 2, o clima da região é caracterizado como temperado, com temperatura média
anual de 22,1°C, oscilando entre mínima média de 15,6°C e máxima média de 28,6°C. A
precipitação média anual é de 1.672,6mm.
4.3.4 Bioma
O município de Areias possui cerca de 20% de sua área total, o que equivale a
6.566ha, coberta por vegetação natural remanescente, classificada como Floresta
Ombrófila Densa (Mata Atlântica).
4.3.8 População
Segundo o censo demográfico realizado no ano de 2010 pelo IBGE, a população do
município de Areias era de 3.696 habitantes. O mesmo órgão estima que a população do
município, no ano 2014, era de 3.849 habitantes. A série histórica da população deste
município, disponibilizada pelo censo do IBGE, é indicada na Tabela 2.
A área total atendida pelo novo SES é de 1.338.244,18 m2 para a sede municipal.
Na sequência, apresenta-se um mapa com a área do município atendida pelo SES.
1:4000
DATA:
NOV/2015
COORDENADOR GERAL: ASSINATURA:
VINICIUS TERNERO RAGGHIANTI
CREA-SP 5069615799
27
b) Definição de zonas
Conforme exposto, o município de Areias apresenta característica residencial em
quase a totalidade de sua área urbana, havendo uma pequena área comercial dispersa,
devido ao turismo. Areias não conta com área industrial.
A área de proteção que deve ser mantida está às margens do Ribeirão Vermelho,
que circunda o município. Deverá ser mantida a proteção de 30m das margens conforme
o Código Ambiental brasileiro, Lei Federal n° 4.771/1965 alterada pela Lei Federal n°
12.651/2012.
De acordo com informações da Prefeitura de Areias, a possível expansão da cidade
deve se dar ao longo das margens da Rodovia dos Tropeiros, no início da cidade, em
direção a Queluz, bem como no entorno da Rua Manoel Firmino da Silva. A expansão a
ser observada será, basicamente, de residências e, possivelmente, de algum comércio
que virá a se instalar ao longo das referidas rodovia e rua. Na Tabela 10 são
apresentadas as áreas de cada zona urbana delimitada e, a seguir, o mapa dessas
zonas.
Tabela 10 – Divisão de zonas urbanas por áreas
Área
Zonas Urbanas Área (m2)
(km2)
Zona Residencial 1098884,94 1,10
Zona Mista (Residencial e
86213,75 0,09
Comercial)
Zona de Expansão 153145,48 0,15
Área Total 1338244,18 1,34
Fonte: ECHOA, 2015.
Zona Residencial
Prefeitura municipal de AREIAS
Zona Mista
ESCALA:
1:4000
DATA:
MAPA DAS ZONAS URBANAS DO
NOV/2015
COORDENADOR GERAL: ASSINATURA:
VINICIUS TERNERO RAGGHIANTI
CREA-SP 5069615799
29
c) Estudo populacional
• Processo Aritmético
Este processo funciona a partir da pressuposição de que a cidade está se
desenvolvendo segundo uma progressão aritmética, ou seja, a população está crescendo
de forma linear com o tempo.
Analisando os valores das populações P0 e P1 correspondentes aos tempos t0 e t1,
(referentes a dois censos), calcula-se o incremento populacional nesse período (r), pela
expressão abaixo.
𝑃𝑃1 − 𝑃𝑃0
𝑟𝑟 =
𝑡𝑡1 − 𝑡𝑡0
• Processo Geométrico
Este processo admite que a cidade cresça segundo uma progressão geométrica.
Tanto no processo geométrico como no aritmético, não se considera um decréscimo da
população, mas sim um crescimento populacional ilimitado.
Conhecendo-se dois dados de população, P0 e P1, correspondentes,
respectivamente, aos anos t0 e t1, pode-se calcular a razão de crescimento geométrico no
período conhecido (q), pela expressão abaixo:
A partir da qual resulta a previsão de população (P), correspondente à data futura (t):
𝑃𝑃 = 𝑃𝑃0 . 𝑞𝑞 (𝑡𝑡−𝑡𝑡0 )
• Método da Previsão
Prevê a população futura usando valores conhecidos. O valor previsto é um valor da
população (P) para um determinado valor de tempo (t). Os valores conhecidos podem ser
os censos demográficos da região, e a população futura é prevista através da regressão
linear. A expressão matemática para o método da previsão é do tipo a + bx, onde:
4000
População (hab)
3000
2000
1000
0
1990 1995 2000 2005 2010 2015
Ano
A partir desses dados pode ser observado que existe um pequeno declínio da
população rural entre 1991 e 1996, o que é explicado pela migração dessa parcela da
população para a área urbana, sendo percebido pelo crescimento equivalente da
população urbana no mesmo período. A partir de 1996, a população rural volta a crescer,
ainda que não muito significativamente.
A partir dos dados apresentados na Tabela 11, foram calculadas as taxas médias de
crescimento da população urbana do município de Areias no período de 1991 a 2010,
cujos resultados são mostrados na Tabela 12.
Tabela 12 – Taxa média de crescimento do município de Areias
População Taxa de Crescimento Anual
Censo t0/t1
(hab) (%)
1991 3.284 1991 / 1996 1,08%
1996 3.466 1996 / 2000 0,98%
• Método Aritmético
A Tabela 13 e a Figura 8 apresentam a previsão da população para o município de
Areias pelo Método Aritmético para um período de projeto de 30 anos.
Tabela 13 – Previsão da população do município de Areias pelo método aritmético
Período base da projeção da população
Ano
91 - 10 96 - 10 00- 10 07 - 10
2016 3.826 3.795 3.751 3.946
2017 3.848 3.811 3.760 3.988
2018 3.869 3.827 3.770 4.029
2019 3.891 3.844 3.779 4.071
2020 3.913 3.860 3.788 4.113
2021 3.935 3.877 3.797 4.154
2022 3.956 3.893 3.806 4.196
2023 3.978 3.910 3.816 4.238
2024 4.000 3.926 3.825 4.279
2025 4.021 3.942 3.834 4.321
2026 4.043 3.959 3.843 4.363
2027 4.065 3.975 3.852 4.404
2028 4.086 3.992 3.862 4.446
2029 4.108 4.008 3.871 4.488
5000
População (hab)
4500
4000
3500
3000
1990 2010 2030 2050 2070
Ano
• Método Geométrico
A Tabela 14 e a Figura 9 apresentam a previsão da população para o município de
Areias pelo Método Geométrico para um período de projeto de 30 anos.
Tabela 14 – Previsão da população do município de Areias pelo método geométrico
Período base da projeção da população
Ano
91 - 10 96 - 10 00- 10 07 - 10
2016 3.837 3.799 3.752 3.959
2017 3.860 3.817 3.762 4.005
2018 3.885 3.834 3.771 4.051
2019 3.909 3.852 3.781 4.098
5000
População (hab)
4500
4000
3500
3000
1990 2010 2030 2050 2070
Ano
5000
População (hab)
4500
4000
3500
3000
1990 2010 2030 2050 2070
Ano
• Método do Crescimento
A Tabela 16 e a Figura 11 apresentam a previsão da população para o município de
Areias pelo Método do Crescimento para um período de projeto de 30 anos.
Tabela 16 – Previsão da população do município de Areias pelo método do crescimento
Período base da projeção da população
Ano
91 - 10 96 - 10 00- 10 07 - 10
2016 3.814 3.743 3.693 3.959
2017 3.834 3.755 3.700 4.005
2018 3.854 3.768 3.706 4.051
2019 3.874 3.781 3.713 4.098
2020 3.894 3.794 3.720 4.145
2021 3.915 3.807 3.727 4.193
2022 3.935 3.820 3.734 4.241
2023 3.956 3.833 3.741 4.290
2024 3.977 3.846 3.748 4.340
2025 3.998 3.859 3.755 4.390
2026 4.019 3.872 3.761 4.440
2027 4.040 3.886 3.768 4.492
2028 4.061 3.899 3.775 4.543
2029 4.083 3.912 3.782 4.596
2030 4.104 3.926 3.789 4.649
2031 4.126 3.939 3.796 4.702
2032 4.147 3.953 3.803 4.757
2033 4.169 3.966 3.810 4.812
2034 4.191 3.980 3.817 4.867
2035 4.213 3.993 3.824 4.923
2036 4.235 4.007 3.831 4.980
2037 4.258 4.021 3.838 5.037
5000
População (hab)
4500
4000
3500
3000
1990 2010 2030 2050 2070
Ano
3500
3000
2500
2000
1500
1990 2000 2010 2020 2030 2040 2050 2060
Ano
• Linha de Tendência
A fim de definir qual dos métodos matemáticos mais se adéqua à realidade do
município, puderam-se obter linhas de tendência para os dados do IBGE, por meio de
planilhas eletrônicas, utilizando-se 5 diferentes tipos de curvas: logarítmica, linear,
polinomial, potencial e exponencial. A evolução da população e a taxa de crescimento (%)
• Taxa de Crescimento
Depois de calculada a projeção populacional pela linha de tendência foi estabelecida
a taxa de crescimento da população para o município, conforme a Tabela 19.
ESTUDO DE CONCEPÇÃO, PROJETO BÁSICO E EXECUTIVO E ESTUDO AMBIENTAL DO
SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO – MUNICÍPIO DE AREIAS/SP 41
Tabela 19 – Taxas de crescimento por período segundo linha de tendência linear
Linha de Tendência Linear
Ano TCA (%)
2016 0,48%
2017 0,48%
2018 0,48%
2019 0,48%
2020 0,47%
2021 0,47%
2022 0,47%
2023 0,47%
2024 0,47%
2025 0,46%
2026 0,46%
2027 0,46%
2028 0,46%
2029 0,45%
2030 0,45%
2031 0,45%
2032 0,45%
2033 0,45%
2034 0,44%
2035 0,44%
2036 0,44%
2037 0,44%
2038 0,44%
2039 0,43%
2040 0,43%
2041 0,43%
2042 0,43%
2043 0,43%
2044 0,43%
2045 0,42%
Fonte: ECHOA, 2015.
𝑐𝑐 × 𝑃𝑃 × 𝑞𝑞 × 𝐾𝐾1 × 𝐾𝐾2
𝑄𝑄𝑚𝑚é𝑑𝑑 = + 𝑄𝑄𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖 + 𝑄𝑄𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖 (𝐿𝐿/𝑠𝑠)
86400
𝑐𝑐 × 𝑃𝑃 × 𝑞𝑞
𝑄𝑄𝑚𝑚é𝑑𝑑 = + 𝑄𝑄𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖 + 𝑄𝑄𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖 (𝐿𝐿/𝑠𝑠)
86400
𝑄𝑄𝑚𝑚é𝑑𝑑
𝑄𝑄𝑚𝑚í𝑛𝑛 = (𝐿𝐿/𝑠𝑠)
2
onde,
𝑄𝑄𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖 = vazão industrial;
𝑄𝑄𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖 = vazão de infiltração.
h) Vazão de infiltração
Para determinação da vazão de infiltração será utilizado o comprimento total da rede
traçada e adotados os índices padronizados pela NBR 9.649/86, entre 0,05 e 1,0 L/s.km.
A taxa de infiltração máxima para a rede será de 0,1 L/s.km e a média, de 0,05
L/s.km. Considerando as extensões apresentadas no item anterior, a vazão de infiltração
total do sistema será de 22,965km x 0,1 L/s.km, totalizando cerca de 2,30 L/s a serem
acrescentados aos valores da vazão máxima horária e da vazão média diária.
i) Vazão industrial
Segundo a Prefeitura Municipal de Areias, não são registrados consumos especiais
de água pela atividade industrial. Sendo assim, não foram identificados pontos especiais
de consumo de água, desconsiderados do dimensionamento.
Bacia 02 Bacia 06
Prefeitura municipal de AREIAS
B2 B6
NOV/2015
COORDENADOR GERAL: ASSINATURA:
VINICIUS TERNERO RAGGHIANTI
CREA-SP 5069615799
54
Conforme mencionado, serão aproximadamente 22.965 metros de extensão de rede
coletora, dividida entre coletores e ligações, que atenderão a 100% da área urbana de
Areias. Mais de 900 ligações de esgoto atenderão a todas as economias. Na Tabela 29
são detalhadas as bacias de contribuição, a rede coletora a ser implantada por bacia, bem
como a vazão de infiltração determinada.
Já nas Tabela 30 e Tabela 31, apresentam-se os cálculos das vazões de
contribuição, por bacia, para a população atual e para a população de final de plano.
Tabela 29 – Detalhamento bacias de contribuição
Malha Rede Vazão de
Ligações
Bacia Viária Coletora Infiltração
(unid)
(km) (km) (L/s.km)
1 0,84 56 1,40 0,140
2 2,35 157 3,92 0,392
3 2,86 191 4,77 0,477
4 1,30 86 2,16 0,216
5 0,76 50 1,26 0,126
6 3,68 246 6,14 0,614
7 1,79 119 2,98 0,298
8 0,21 14 0,35 0,035
TOTAL 13,78 919 22,97 2,30
Fonte: ECHOA, 2015.
Rede coletora
Prefeitura municipal de AREIAS
Sentido do fluxo de esgoto
ESCALA:
1:4000
Ponto baixo da bacia
DATA:
NOV/2015
COORDENADOR GERAL: ASSINATURA:
VINICIUS TERNERO RAGGHIANTI
CREA-SP 5069615799
57
Após coletado, o esgoto deve ser encaminhado por gravidade, ou por linha de
recalque (o que requer a implantação de estações elevatórias de esgotos para seu
transporte de uma cota mais baixa a outra mais alta), a um poço de visita (PV) de uma
bacia a jusante, ou diretamente à ETE. Ainda, podem ser previstos emissários,
interceptores ou coletores troncos, para transportar a vazão de esgoto.
Quanto às instalações hidráulico-sanitárias específicas, essas constarão,
basicamente, de registros de fechamento da rede para operação, registro de entrada e
saída das estações elevatórias, ventosas e caixas de descarga. Esses dispositivos serão
especificados durante a elaboração do projeto executivo. Adianta-se que, existem
restrições técnicas para o uso dos mesmos que serão detectadas, apenas, no
detalhamento dos projetos.
A seguir, são apresentadas três alternativas consideradas viáveis em termos
técnicos, econômicos e ambientais, para compor o sistema de coleta e encaminhamento
de esgotos sanitários no município de Areias. Nelas serão consideradas variações de
emissários, interceptores, coletores troncos, bem como da disposição das estações
elevatórias de esgoto (EEE) e linhas de recalque.
Alternativa 1: Linha de recalque via Rodovia dos Tropeiros, Coletor Tronco via Rua do
Resende e Estações Elevatórias em Pontos Baixos
Esta alternativa traz a concepção de uma linha de recalque que receberá o esgoto
de aproximadamente 57% do município. Ela receberá efluentes das bacias 01, 02, 03, 04
e 05, iniciando no ponto mais baixo da Rua Alves Marquês, seguindo pela Rodovia dos
Tropeiros até um poço de visita localizado na bacia 07. Essa linha de recalque, nessas
condições de traçado, terá aproximadamente 850 metros de extensão. Já as bacias 06,
08 terão seu esgoto recalcado para a bacia 07. A massa de esgoto reunida na bacia 07
será, então, direcionada por meio de coletor tronco até a ETE, pela Rua do Resende.
Quanto à disposição de Estações Elevatórias de Esgoto, essa alternativa concebe
EEEs implantadas nos pontos baixos das bacias e linhas de recalque que bombearão o
esgoto até um poço de visita da bacia mais próxima. Haverá uma estação elevatória na
bacia 01, que recalcará o esgoto para um PV na bacia 02. Igualmente, estações
elevatórias nas bacias 06 e 08 recalcarão o esgoto para a bacia 07. A bacia 03 receberá o
esgoto das bacias 04 e 05, por gravidade, e da bacia 02 (já somando a contribuição da
LEGENDA
Coletor tronco
Prefeitura municipal de AREIAS
Linha de recalque
ESCALA:
1:4000
DATA:
ALTERNATIVA 01 - SISTEMA DE COLETA
NOV/2015
COORDENADOR GERAL: ASSINATURA:
VINICIUS TERNERO RAGGHIANTI
CREA-SP 5069615799
60
Alternativa 2: Interceptor via Ribeirão Vermelho e mínimo de Estações Elevatórias,
priorizando escoamento livre
De acordo com esta alternativa, a totalidade do esgoto coletado será encaminhada
à ETE através de um interceptor que margeará o Ribeirão Vermelho. Estima-se que esse
interceptor, que deve iniciar na altura da Travessa Ver. Antônio Quirino Filho, deva
percorrer cerca de 2.650 metros até a ETE.
Na concepção dessa alternativa, haverá apenas duas estações elevatórias no
sistema. Uma EEE na bacia 01 recalcará seu esgoto para a bacia 02. Somadas, as
contribuições dessas duas bacias serão encaminhadas, por gravidade, ao interceptor
(sendo no ponto mais a montante deste) e irão para a ETE. O mesmo ocorrerá com as
bacias 07 e 08, sendo a EEE localizada na bacia 08. A bacia 03 receberá, por gravidade,
o esgoto das bacias 04 e 05, sendo o esgoto dessas 3 bacias encaminhado, também por
gravidade, para o interceptor e dali para a ETE. A bacia 06 encaminhará, diretamente por
gravidade, o seu esgoto para o interceptor, que o direcionará para a ETE.
Na Figura 14 apresenta-se a disposição das unidades do sistema proposto por essa
alternativa.
Figura 14 – Diagrama de funcionamento do sistema de coleta de esgotos sanitários - Alternativa 02
Interceptor
Prefeitura municipal de AREIAS
Linha de recalque
ESCALA:
1:4000
DATA:
ALTERNATIVA 02 - SISTEMA DE COLETA
NOV/2015
COORDENADOR GERAL: ASSINATURA:
VINICIUS TERNERO RAGGHIANTI
CREA-SP 5069615799
62
Alternativa 3: Coletor Tronco via Rua do Resende e Estações Elevatórias em Pontos
Baixos
Nesta alternativa, o esgoto de todas as bacias será encaminhado à ETE por um
único coletor tronco que percorrerá a Rua do Resende, desde o ponto mais baixo da
bacia 07, por aproximadamente 300 metros até a ETE.
Essa alternativa difere da Alternativa 01 pelo fato de que toda a massa de esgoto
que chega à bacia 03 é recalcada para a bacia 06, não indo diretamente à ETE. Todas as
contribuições da bacia 06, por sua vez, são recalcadas para a bacia 07, bem como o
esgoto da bacia 08. Finalmente, através de um coletor tronco que parte da bacia 07, todo
o esgoto coletado é encaminhado à ETE.
Na Figura 15 é apresentado o diagrama de distribuição do sistema.
Figura 15 – Diagrama de funcionamento do sistema de coleta de esgotos sanitários - Alternativa 03
LEGENDA
Coletor tronco
Prefeitura municipal de AREIAS
Linha de recalque
ESCALA:
1:4000
DATA:
ALTERNATIVA 03 - SISTEMA DE COLETA
NOV/2015
COORDENADOR GERAL: ASSINATURA:
VINICIUS TERNERO RAGGHIANTI
CREA-SP 5069615799
64
4.8.2 Estação de Tratamento de Esgoto – ETE
O município de Areias não possui Estação de Tratamento de Esgotos despejando o
esgoto in natura em seis pontos ao longo do Ribeirão Vermelho. Sendo assim, propõe-se
nesse estudo, a implantação de uma ETE para tratar o esgoto proveniente do município,
diminuindo os impactos associados à sua disposição final e atendendo ao que preconiza
a legislação vigente.
Considerando-se a reduzida disponibilidade de área para implantação da ETE, a
vazão de esgoto e sua composição, as possíveis alternativas de concepção de ETE
acabam sendo limitadas. Excluem-se, diretamente, as possibilidades de se optar por um
tratamento por lagoas de estabilização, por exemplo, visto que se tratam de sistemas que
requerem grandes áreas para sua construção
Sendo assim, essa seção tratará de apresentar alternativas de ETEs compostas por
variantes de sistemas de lodos ativados com fluxo contínuo, por serem amplamente
utilizadas a nível mundial e apresentarem eficiências capazes de atender ao tratamento
do esgoto do município de Areias. Os sistemas de lodos ativados são compostos,
minimamente, por um reator biológico, um decantador secundário e recirculação de lodo.
A inclusão de outras unidades varia conforme a configuração adotada. A eficiência do
tratamento desse tipo de sistema é satisfatória para esgotos sanitários e há uma grande
flexibilidade de operação.
Alternativa 02:
Na Tabela 33 é apresentado o dimensionamento da Alternativa 02, que preconiza a
existência de um interceptor e apenas duas estações elevatórias. Na Figura 20 apresenta-
se o diagrama de contribuições de vazão para a essa alternativa.
Alternativa 03:
Na Tabela 34 é apresentado o dimensionamento da Alternativa 03, de acordo com a
qual, haverá um coletor tronco transportando o esgoto de todas as bacias de contribuição
até a ETE. Ainda, é mostrado o pré-dimensionamento das estações elevatórias. Na Figura
21 apresenta-se o diagrama de contribuições de vazão para a essa alternativa.
Alternativa 01:
Tabela 36 – Parâmetros de projeto ETE - Alternativa 01
Lodos ativados
Item geral Item específico
convencional
Idade do lodo Idade do lodo (d) 4 - 10
Relação A/M
Relação A/M 0,25 - 0,50
(kgDBO/kgSSVTA.d)
Eficiência de DBO (%) 85 - 95
Alternativa 02:
Tabela 37 – Parâmetros de projeto ETE - Alternativa 02
Lodos ativados
Item geral Item específico com aeração
prolongada
Idade do lodo
Idade do lodo 18 - 30
(d)
Relação A/M
Relação A/M (kgDBO/kgSSV 0,07 - 0,15
TA.d)
DBO (%) 93 - 98
DQO (%) 90 - 95
Sólidos em
85 - 95
Eficiência de suspensão (%)
remoção Amônia (%) 90 - 95
Nitrogênio (%) 15 - 25
Fósforo (%) 10 - 20
Coliformes (%) 70 - 95
Área requerida A (m²/hab) 0,25 - 0,35
Volume total V (m³/hab) 0,1 - 0,15
Fonte: Adaptado de von Sperling, 2002.
Alternativa 03:
Tabela 38 – Parâmetros de projeto ETE - Alternativa 03
UASB -
Item geral Item específico Lodos
ativados
Idade do lodo Idade do lodo (d) 6 - 10
Relação A/M
Relação A/M 0,25 - 0,40
(kgDBO/kgSSVTA.d)
DBO (%) 85 - 95
DQO (%) 83 - 90
Eficiência de Sólidos em
85 - 95
remoção suspensão (%)
Amônia (%) 75 - 90
Nitrogênio (%) 15 - 25
ESTUDO DE CONCEPÇÃO, PROJETO BÁSICO E EXECUTIVO E ESTUDO AMBIENTAL DO
SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO – MUNICÍPIO DE AREIAS/SP 72
Fósforo (%) 10 - 20
Coliformes (%) 70 - 95
Área requerida A (m²/hab) 0,2 - 0,3
Volume total V (m³/hab) 0,1 - 0,12
Fonte: Adaptado de von Sperling, 2002.
Alternativa 01:
Tabela 39 – Valores de investimento no sistema de coleta de esgotos sanitários - Alternativa 01
Implantação
Implantação
linhas de Operação
Rede coletora coletor
recalque, EE
Implantação (R$) tronco/interceptor
emissários e EE (R$/ano)
(R$)
(R$)
2.848.679,08 0,00 1.657.139,48 20.835,75
Total implantação (R$) 4.505.818,56
Total operação (R$/ano) 20.835,75
Fonte: ECHOA, 2015.
Alternativa 02:
Tabela 40 – Valores de investimento no sistema de coleta de esgotos sanitários - Alternativa 02
Implantação
Implantação
linhas de Operação
Rede coletora coletor
recalque, EE
Implantação (R$) tronco/interceptor
emissários e EE (R$/ano)
(R$)
(R$)
2.848.679,08 375.293,00 323.351,28 2.758,73
Total implantação (R$) 3.172.030,36
Total operação (R$/ano) 2.758,73
Fonte: ECHOA, 2015.
Alternativa 03:
Tabela 41 – Valores de investimento no sistema de coleta de esgotos sanitários - Alternativa 03
Implantação Implantação linhas
Operação
Rede coletora coletor de recalque,
EE
Implantação (R$) tronco/interceptor emissários e EE
(R$/ano)
(R$) (R$)
2.848.679,08 42.486,00 1.735.419,33 24.117,61
Total implantação (R$) 4.584.098,41
Total operação (R$/ano) 24.117,61
Fonte: ECHOA, 2015.
Alternativa 01:
Para a desapropriação da área, considerar-se-á o valor de requisito de área
sugerido por von Sperling (2002), que varia de 0,2 a 0,3 m2/hab. Será adotado o valor de
0,25 m2/hab, resultando em 725,75 m2 (para 2.903 habitantes). Esse valor será acrescido
em 50% para acomodar as demais instalações previstas para a ETE resultando em,
aproximadamente, 1.100,00 m2. Considerando-se o valor de R$200,00 a ser pago por
Alternativa 02:
Para a desapropriação da área, considerar-se-á o valor de requisito de área
sugerido por von Sperling (2002), que varia de 0,25 a 0,35 m2/hab. Será adotado o valor
de 0,30 m2/hab, resultando em 870,90 m2 (para 2.903 habitantes). Esse valor será
acrescido em 50% para acomodar as demais instalações previstas para a ETE resultando
em, aproximadamente, 1.300 m2. Considerando-se o valor de R$200,00 a ser pago por
ESTUDO DE CONCEPÇÃO, PROJETO BÁSICO E EXECUTIVO E ESTUDO AMBIENTAL DO
SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO – MUNICÍPIO DE AREIAS/SP 79
metro quadrado, tem-se um gasto total de R$ 260.000,00 em desapropriação. Esse valor
está incluso nos custos da Tabela 44, a seguir.
Tabela 44 – Valores de investimento na Estação de Tratamento de Efluentes - Alternativa 02
Implantação e
Ano operação ETE
(R$/ano)
2016 657.057,21
2017 91.802,20
2018 92.241,63
2019 92.681,07
2020 93.120,50
2021 93.559,93
2022 93.999,36
2023 94.438,79
2024 94.878,23
2025 95.317,66
2026 95.757,09
2027 96.196,52
2028 96.635,95
2029 97.075,39
2030 97.514,82
2031 97.954,25
2032 98.393,68
2033 98.833,11
2034 99.272,55
2035 99.711,98
2036 100.151,41
2037 100.590,84
2038 101.030,27
2039 101.469,71
2040 101.909,14
2041 102.348,57
2042 102.788,00
2043 103.227,43
2044 103.666,86
2045 104.106,30
VP total em 2016 1.418.882,04
Fonte: ECHOA, 2015.
Alternativa 03:
Para a desapropriação da área, considerar-se-á o valor de requisito de área
sugerido por von Sperling (2002), que varia de 0,2 a 0,3 m2/hab, para essa alternativa.
Será adotado o valor de 0,25 m2/hab, resultando em 725,75 m2 (para 2.903 habitantes).
Esse valor será acrescido em 50% para acomodar as demais instalações previstas para a
ETE resultando em, aproximadamente, 1.100 m2. Considerando-se o valor de R$200,00 a
ESTUDO DE CONCEPÇÃO, PROJETO BÁSICO E EXECUTIVO E ESTUDO AMBIENTAL DO
SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO – MUNICÍPIO DE AREIAS/SP 80
ser pago por metro quadrado, tem-se um gasto total de R$220.000,00 em
desapropriação. Esse valor está incluso nos custos da Tabela 45, a seguir.
Tabela 45 – Valores de investimento na Estação de Tratamento de Efluentes - Alternativa 03
Implantação e
Ano operação ETE
(R$/ano)
2016 531.319,73
2017 56.846,47
2018 57.118,58
2019 57.390,69
2020 57.662,79
2021 57.934,90
2022 58.207,01
2023 58.479,12
2024 58.751,23
2025 59.023,34
2026 59.295,45
2027 59.567,55
2028 59.839,66
2029 60.111,77
2030 60.383,88
2031 60.655,99
2032 60.928,10
2033 61.200,20
2034 61.472,31
2035 61.744,42
2036 62.016,53
2037 62.288,64
2038 62.560,75
2039 62.832,86
2040 63.104,96
2041 63.377,07
2042 63.649,18
2043 63.921,29
2044 64.193,40
2045 64.465,51
VP total em 2016 1.003.062,79
Fonte: ECHOA, 2015.
Escala de atribuição da
pontuação
0 Muito desfavorável
1 Desfavorável
2 Neutro
3 Favorável
4 Muito favorável
Quanto aos critérios técnicos, sabe-se que a melhor alternativa é aquela que
prioriza o escoamento por gravidade, implicando em menos estações elevatórias e,
consequentemente, menor gasto com energia elétrica; com relação ao grau de
intervenção das obras, será considerada aqui, a viabilidade das alternativas serem
implantadas nas vias públicas, ou a necessidade de desapropriação de áreas privadas
para sua execução; por fim, a operação e manutenção do sistema consideram a
necessidade e complexidade do gerenciamento do sistema.
Em termos econômicos, o primeiro critério considera o valor global estimado para a
implantação das obras, atribuindo melhor pontuação àquela alternativa que apresentar
menores gastos associados; o consumo de energia é o gasto operacional mais relevante
no sistema de coleta de esgotos, sendo um outro critério a ser considerado; por fim, levar-
Discussão da matriz
Tecnicamente, a alternativa 02 destaca-se por permitir o escoamento do esgoto,
basicamente, por gravidade, havendo apenas duas EEEs. No entanto, essa mesma
alternativa apresenta um maior grau de intervenção das obras, ao passo que sua
execução não acompanha os traçados das vias existentes, como é o caso das
alternativas 01 e 03. Em termos de operação e manutenção do sistema, novamente a
alternativa 02 apresenta-se como a melhor entre as três, pelo reduzido número de EEEs,
no entanto, ainda exige um mínimo de operação.
O valor global das alternativas 01 e 03 é bastante semelhante, sendo o da
alternativa 01 sutilmente menor e o da alternativa 02 bem inferior se comparado ao valor
das demais. O mesmo argumento técnico sobre a quantidade reduzida de EEEs na
Discussão da matriz
A análise técnica das alternativas considerou que, a alternativa 03 é a que menor
área requer, seja para a instalação das unidades de tratamento do efluente ou para
desidratação do lodo, gerado em menor quantidade nesta. Quanto à eficiência de
remoção, todas apresentam um desempenho satisfatório, com destaque para a alternativa
02, que se sobressai às demais. Em termos de complexidade operacional, a alternativa 03
é a que exige maior especialização.
5 1/EEE e 3/ETE.
6 3 furos de 20m por ETE e 1 furo de 6m por EEE.
7 1 furo a cada 500 metros de rede e 1 furo ao longo da extensão do coletor tronco, sendo cada furo de 2 metros.
__________________________
COORDENADOR GERAL
Vinicius Ternero Ragghianti
Engenheiro Sanitarista e Ambiental
CREA-SP 5069615799-SP
ART Nº 92221220151205807