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https://www.scielosp.org/article/rsp/2014.

v48n3/541-553/pt/

A trajetória do uso de fitoterápicos e plantas medicinais no âmbito dos serviços


de atenção primária à saúde no Brasil foi estimulada por movimentos
populares, diretrizes de várias conferências nacionais de saúde e por
recomendações da Organização Mundial da Saúde. A publicação da Portaria
971, de 3 de maio de 2006, e o Decreto 5.813, de 22 de junho de 2006, que
regulamentam a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares e
a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, foram marcos
decisivos para a introdução do uso de plantas medicinais e fitoterápicos no
sistema único de saúde.  Bruning MCR, Mosegui GBG, Vianna CMM. A utilização da
fitoterapia e de plantas medicinais em unidades básicas de saúde nos municípios de Cascavel
e Foz do Iguaçu - Paraná: a visão dos profissionais de saúde. Cienc Saude Coletiva.
2012;17(10):2675-85. DOI:10.1590/S1413-81232012001000017 - Ministério da Saúde.
Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Práticas integrativas e
complementares: plantas medicinais e fitoterapia na Atenção Básica/Ministério da
Saúde. Brasília (DF): Ministério da Saúde, 2012.156 p:il. (Série A. Normas e Manuais
Técnicos) (Cadernos de Atenção Básica; n. 31). [citado 2014 mar 22]. Disponível em:
http://189.28.128.100/dab/docs/publicacoes/geral/miolo_CAP_31.pdf

Anteriormente à política e depois estimulados por elas, alguns estados e municípios


institucionalizaram ações e programas com plantas medicinais na atenção primária à
saúde. O uso da fitoterapia tem motivações diversas, tais como aumentar os recursos
terapêuticos, resgatar saberes populares, preservar a biodiversidade, fomentar a
agroecologia, o desenvolvimento social e a educação ambiental, popular e permanente.
Antonio GD, Tesser DC, Moretti-Pires RO. Contribuições das plantas medicinais para o cuidado
e a promoção da saúde na atenção primária à saúde. Interface (Botucatu). 2013;17(46):615-33.
DOI:10.1590/S1414-32832013005000014

https://www.scielosp.org/article/csc/2018.v23n11/3735-3744/#
Atualmente, a utilização de plantas medicinais e fitoterápicos é uma prática mundialmente
disseminada, sendo encorajada pela Organização Mundial de Saúde (OMS),
especialmente em países em desenvolvimento. No Brasil, em 2006, o Ministério da Saúde
lançou a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC),
oferecendo aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), principalmente no âmbito da
Atenção Primária à Saúde (APS), a Fitoterapia Brasil. Ministério da Saúde (MS). Secretaria
de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Política nacional de práticas
integrativas e complementares no SUS: PNPIC-SUS. 2006. [acessado 2013 Set 2]. Disponível
em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/pnpic.pdf
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-
32832013000300010&lng=pt&tlng=pt

As plantas medicinais sempre tiveram grande importância na cultura, na


medicina e na alimentação das sociedades no mundo. As populações, por
meio de seus curadores e do uso autônomo, acumularam experiências e
vasto conhecimento a seu respeito. https://www.scielo.br/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S1414-32832013000300010&lng=pt&tlng=pt  

No Brasil, a fitoterapia aparece na APS em cerca de trezentas e cinquenta


localidades (Brasil, 2012). Uma parte delas foi estudada (Santos et al.,
2011),

https://www.scielosp.org/article/physis/2014.v24n2/381-400/
 O Brasil tem uma rica história de uso das plantas medicinais no tratamento dos problemas
de saúde da população, uso este construído com base na experiência e transmitido de
forma oral (BRUNING et al., 2012). Largamente usada até meados do século XX, a
Fitoterapia entrou em declínio com a intensificação do uso dos medicamentos
industrializados (BRUNING et al., 2012).

A partir da explicitação desse contexto histórico, podemos melhor situar a formulação e a


implementação da política de plantas medicinais e de fitoterápicos. Esta política representa o
reconhecimento do avanço na comprovação científica da eficácia e da segurança das plantas
medicinais e dos medicamentos fitoterápicos, o saber popular neste campo, e também
constata que o uso da terapêutica centrada no uso de medicamentos sintéticos não cumpriu a
promessa implícita e explícita de dar conta do tratamento das doenças, pelos altos custos,
pelos significativos efeitos adversos que têm os medicamentos sintéticos, pelos resultados
nem sempre satisfatórios, o que tem levado grande número de pessoas a buscar formas
alternativas de tratamento menos agressivas (BRUNING et al., 2012).
Para a sua realização, foi feito inicialmente levantamento de documentos oriundos do
Ministério da Saúde relacionados com a política de Fitoterapia no SUS, impressos ou
virtuais, de livros e material didático sobre a Fitoterapia e de artigos disponíveis em bases
eletrônicas, como: Scielo, Lilacs, Google Acadêmico e Medline.

Para a busca dos artigos nas bases eletrônicas, foram utilizados descritores como
Fitoterapia, plantas medicinais, Fitoterapia no SUS, experiências de uso da Fitoterapia,
Fitoterapia na atenção básica. Dos artigos encontrados, foram selecionados aqueles que
abordam a implementação da política, experiências de uso da Fitoterapia nos serviços de
saúde ou aspectos da Fitoterapia que têm importância para sua legitimação juntos aos
diversos atores envolvidos na implementação da política.

O Brasil é um país de grande diversidade de espécies vegetais, com muitas plantas


medicinais que são matérias-primas para a fabricação de fitoterápicos e outros
medicamentos. As espécies vegetais com poderes medicinais são numerosas ( FIRMINO;
BINSFELD, 2013). Isto é comprovado por séculos de uso pela população, não apenas a
partir do início da colonização, mas antes dela, pelos habitantes nativos que tinham nas
plantas medicinais o principal meio de cura de suas enfermidades (BRUNING et al., 2012).

A Fitoterapia na Rede Básica de Saúde:


o Olhar da Enfermagem

A Fitoterapia é uma forma de tratamento milenar, simples e natural que cura ou previne
doenças através de preparações vegetais, faz parte da prática da medicina popular,
baseada no mesmo princípio do medicamento alopático que é a cura através de
princípios ativos necessitando de cuidados.
No passado a Fitoterapia foi amplamente utilizada, porém com o desenvolvimento da
indústria farmacêutica e da mudança de paradigmas na construção do conhecimento na
área da saúde, esse uso foi se restringindo.
O Ministério da Saúde tem demonstrado interesse nestes programas e a partir de
uma ampla discussão com pessoas e entidades afins à questão, elaborou um
projeto de Política Nacional para as Medicinas Naturais e Práticas
Complementares em Saúde, na qual está contemplada a Fitoterapia. A expansão e
o fortalecimento dessa terapia adquirem importância fundamental no Programa Saúde
da Família (PSF) por ser uma terapêutica amplamente utilizada, principalmente
pelas populações de baixa renda.
A implantação e o fortalecimento da Fitoterapia na rede de saúde é uma questão de
cidadania e dá-se na medida em que favorece a participação da população no
entendimento da intervenção médica no seu organismo como também no sentido de
fazer com que ela saia do seu papel de passividade e seja um agente ativo no cuidado a
saúde.
Mesmo com o avanço da medicina moderna na maior parte do mundo, é necessário que
os profissionais de saúde estejam capacitados sobre a utilização das plantas
medicinais e dos medicamentos fitoterápicos para uma maior intervenção na atenção
primária à saúde desses indivíduos. Neste contexto, a Enfermagem deve ser capaz de
identificar as necessidades de saúde da sua clientela, intervindo através das práticas e
saberes em saúde coletiva visando atender às necessidades sociais que visualizam
a promoção, prevenção e recuperação da saúde, no âmbito da atenção primária
Este estudo é relevante na medida em que trará uma valiosa contribuição no
reconhecimento, difusão e aplicação desta terapêutica milenar, devolvendo à
população uma opção de tratamento inserida culturalmente em nosso meio, além de
saber que o local de maior utilização de plantas medicinais é na atenção

Foi observado que apenas um profissional respondeu ter adquirido o conhecimento


sobre Fitoterapia durante a graduação. O problema de formação de profissionais está
situado no cenário de organização dos serviços de saúde, entre uma adaptação do
profissional com relação às necessidade da comunidade e uma preparação a partir da
reforma de currículos de graduação
Entre os desafios relacionados a esta temática encontra-se a importância de
incentivar o processo de formação e educação permanente dos profissionais para que
estejam prontos para atender às demandas impostas ao campo da Fitoterapia, fazendo
chegar a saúde a todas as famílias, fazendo com que os Enfermeiros estejam preparados
às novas habilidades, produzindo uma atenção capaz de gerar satisfação social de
forma resolutiva para as pessoas e sociedade.

No passado a Fitoterapia foi amplamente utilizada, porém com o


desenvolvimento da indústria farmacêutica e da mudança de paradigmas na
construção do conhecimento na área da saúde esse uso foi se restringindo.
(LOPES, BASTOS, 2010).

https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-
11042019000401205&lang=pt#B1
Nos serviços de saúde, são recorrentes os indivíduos portadores de doenças
crônicas e sofrimentos mentais, situações onde nem sempre o modelo biomédico é
suficiente para a redução de sintomas e prevenção de agravos, tornando, assim, a
inserção de Práticas Integrativas e Complementares (PICs) relevante para
preencher essa carência --- Magalhães MGM, Alvim NAT. Práticas integrativas e
complementares no cuidado de enfermagem: um enfoque ético. Esc. Anna Nery.
[internet]. 2013 [acesso em 2018 mar 21]; 17(4):646-653. Disponível
em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-
81452013000400646&lng=en&nrm=iso. [ Links ]

Elas se apresentam vantajosas por se tratar de métodos não medicamentosos,


voltados ao autocuidado, que privilegiam a escuta acolhedora, o vínculo e a
integração com o meio ambiente e a comunidade

CORTES

O Brasil tem uma rica história de uso das plantas medicinais no tratamento dos
problemas de saúde da população, uso este construído com base na
experiência e transmitido de forma oral, isto é comprovado por séculos de uso
pela população, não apenas a partir do início da colonização, mas antes dela,
pelos habitantes nativos que tinham nas plantas medicinais o principal meio de
cura de suas enfermidades (BRUNING et al., 2012).
. (BRUNING et al., 2012).

A implantação e o fortalecimento da Fitoterapia na rede de saúde favorece a


participação da população no entendimento da intervenção médica no seu organismo
como também no sentido de fazer com que ela saia do seu papel de passividade e seja
um agente ativo no cuidado a saúde.
Esta política representa o reconhecimento do avanço na comprovação
científica da eficácia e da segurança das plantas medicinais e dos
medicamentos fitoterápicos, o saber popular neste campo, e também constata
que o uso da terapêutica centrada no uso de medicamentos sintéticos não
cumpriu a promessa implícita e explícita de dar conta do tratamento das
doenças, pelos altos custos, pelos significativos efeitos adversos que têm os
medicamentos sintéticos, pelos resultados nem sempre satisfatórios, o que tem
levado grande número de pessoas a buscar formas alternativas de tratamento
menos agressivas (BRUNING et al., 2012).

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