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SABBAG, Eduardo Português jurídico / Eduardo Sabbag. – São Paulo : Saraiva, 2012.

RESUMO1

Português jurídico- Capítulo 3. Técnicas de redação.

Parte 2. Características do texto

No capítulo 3, "Técnicas de redação” do livro Português jurídico do autor Eduardo


Sabbag, constitui-se uma excelente ferramenta ao graduando, pois permite consulta rápida e
de fácil assimilação, exemplo da parte 2, do capítulo citado que aborda as características do
texto, que conta com dicas e visa proporcionar o educando escrever corretamente e utilizar da
linguagem técnica de comunicação e textos jurídicos, sanando dúvidas de português mais
corriqueiras do dia a dia do profissional e também do estudante de Direito.
A parte 2 do capítulo inicia-se abordando a impessoalidade nos quais as expressões
como “Eu acho (...)” e “Eu penso que (...)” são proibidas, a fim de que se alcancem
objetividade e credibilidade, o texto formal precisa ser desprovido de qualquer traço de
pessoalidade, isto é, omitir os agentes do discurso para ocultar nossa opinião pessoal e as
diversas vozes que compõem um texto. Esse tipo de postura serve para atenuar a dialogia e
contribuir para uma posição impessoal sobre determinados assuntos.

E suas regras são as seguintes: Sujeito indeterminado – deve ser utilizado quando
desconhecemos a procedência exata de uma informação: Fala-se muito em aumento
de salários. Voz passiva – na voz passiva, o agente pode ficar oculto. É um recurso
gramatical que garante a impessoalidade: Está sendo mostrada na televisão a
cerimônia de premiação. Agente oculto – outro recurso interessante é o uso de
expressões como “É indispensável (...)”, “É preciso (...)” e “É necessário (...)”,
garantindo, também, a impessoalidade do texto. Agente inanimado – para se obter
a impessoalidade, é comum a utilização de agentes inanimados, por exemplo, a
menção a uma instituição. A Administração Pública faz bastante uso deste recurso,
afinal, dizer que “O governo multou os funcionários” é bem diferente do que afirmar
“O Fernando, chefe do departamento, multou os funcionários”. Na primeira forma,
há uma diluição da responsabilidade pelo ato, o que interessa à Administração.
(SABBAG 2012, p. 46)

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Trabalho para a disciplina Português do curso de Direito da Faculdade Independente do Nordeste- FAINOR.
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Em seguida à parte 2.2, trata-se do estrangeirismo, o mesmo se dá mediante o uso de


palavras ou expressões de origem estrangeira, ainda não incorporadas ao nosso vernáculo,
deve ser feito com ressalvas, porque, em vez de mostrar erudição, pode passar a imagem de
petulância e falta de praticidade. Assim, em prol do bom uso da língua materna, não há razão
para usar, por exemplo, “performance” se temos em nossa língua o termo desempenho, por
exemplo. Nem motivo para usar “complô”, em lugar de conspiração. O que deve ser evitado e
combatido é o estrangeirismo desnecessário, sempre que houver, em Português, termo
equivalente.
Logo o gerundismo vem pontuado no 2.3, e, como sabemos, o “gerúndio” é forma
nominal do verbo, ao lado do “infinitivo” e do “particípio” constituída por um verbo auxiliar
+ um verbo com a terminação NDO. Essa forma pode e deve ser usada para expressar uma
ação em curso ou uma ação simultânea à outra, ou para exprimir a ideia de progressão
indefinida, ele é um fenômeno linguístico recente no Brasil, traduz-se em equivocada maneira
de falar e de escrever, em razão da má influência do idioma inglês em nosso país. O que acaba
se tornando um vício de linguagem, um modismo vocabular. É um hábito que o falante
adquire e que perante a linguagem padrão é considerado errôneo, vem sempre acompanhado
de verbos auxiliares “estar”, “andar”, “ir” ou “vir”, o gerúndio marca uma ação durativa.
Todavia, nem todo “gerundismo” é errado. Há algumas situações específicas em que o
seu uso é correto e se faz necessário. Quando precisamos transmitir a ideia de movimento, de
progressão, de duração ou de continuidade, é cabível o uso do gerundismo.
No 2.4, ao abordar os Chavões, o autor esclarece que são frases e expressões que se
mostram como lugares-comuns e demonstram falta de criatividade e originalidade do autor,
considerado linguisticamente vulgar, uma vez que seu uso acabou tornando pejorativo. Assim,
devem ser evitadas no texto frases como “É dando que se recebe”, “Vale mais um pássaro na
mão do que dois voando”, entre tantas outras.
Os chavões devem ser sempre evitados na linguagem culta.
Ao estudar o tópico 2.5 acerca dos pleonasmos, vimos que o pleonasmo que é
“redundância, presença de palavras supérfluas na frase”, usado como recurso intencional de estilo.
(CEGALLA, 2007, p. 636) Em outras palavras, trata-se da repetição de um termo já expresso ou
de uma ideia já sugerida, para fins de clareza. Se vicioso, é um grave vício de linguagem. Trata-
se da repetição desmedida de uma expressão. É o excesso de palavras para emitir um
enunciado que não chega a ser claramente expresso. Exemplos: “elo de ligação”, “encarar de
frente”, “subir para cima”.
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O capítulo não aborda os demais vícios de linguagens, mas estes existem e conforme
preconiza o eminente gramático Cegalla (2007, p. 634), são “incorreções e defeitos no uso da
língua falada ou escrita. Originam-se do descaso ou do despreparo linguístico de quem se
expressa.”, na verdade são aqueles deslizes acometidos no uso da língua pátria, seja ela falada
ou escrita, vindo mostrar o despreparo de quem a usa. Temos como vícios de linguagem os
abordados acima e mais alguns como a ambiguidade que é manifestada pela ausência de
clareza em um discurso, tornando-o em duplo sentido.
Podemos também mencionar a obscuridade, que é o sentido duvidoso decorrente de
um emaranhado de frases e palavras má colocadas de tal modo que o sentido se torne obscuro,
ininteligível, as suas principais causas são o abuso do arcaísmo e o neologismo, o
provincianismo, o estrangeirismo, a elipse, a sínquise (hipérbato vicioso), o parêntese extenso,
o acúmulo de orações intercaladas (ou incidentes) as circunlocuções, a extensão exagerada da
frase, as palavras rebuscadas, as construções intrincadas e a má pontuação.
Já a cacofonia cria um som desagradável quando se une duas ou mais palavras no
enunciado da frase, como exemplos temos uma frase clássica “Eu vi ela”, normalmente esse
vício de linguagem é utilizado como duplo sentido e termos de baixo calão.
Ainda temos o eco, é uma espécie de cacofonia que consiste na sequência de sons
vocálicos, idênticos ou que tenham a mesma terminação, este ocorre quando há palavras na
frase com terminações iguais ou semelhantes, provocando dissonância, o eco na prosa é
considerado um vício, um defeito. Já na poesia é o fundamento da rima.
Quanto ao barbarismo, trata-se de um desvio da norma culta, no que diz respeito à
fonética (erros de pronúncia), morfologia (irregularidade na palavra) e semântica
(significados) da língua, todas as formas de estrangeirismo são consideradas por diversos
autores como barbarismo.
A prolixidade também é um problemas que compromete a escrita, se dá mediante o
uso de muitas palavras desnecessárias para exprimir uma ideia. É alongar-se, é não ir direto ao
assunto, na verdade nada mais é que "encher linguiça", fazendo com que o texto fique
confuso, monótono e entediante. Prolixidade é o antônimo de concisão, mostrando que o
escritor não sabe a hora de parar, de pontuar, tampouco consegue organizar as ideias de
maneira concisa e clara. A falta de objetividade ocasiona repetição de vocábulos e de ideias
que, consequentemente, originam o texto prolixo. O texto não prolixo é aquele onde o escritor
diz o máximo possível com o mínimo de palavras utilizando palavras certas para dizer o que
quer.
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REFERÊNCIAS

CEGALLA, Domingos Paschoal. Novíssima gramática do português. São Paulo: Companhia


Editora Nacional, 2007. 

SABBAG, Eduardo Português jurídico / Eduardo Sabbag. – São Paulo : Saraiva, 2012.

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