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FACULDADE DE DIREITO
MODIFICAÇÃO DA COMPETÊNCIA
Além da limitação do poder judicante, pode o juiz ter jurisdição para determinadas causas e
não ser competente.
Daí resulta ser a competência do juiz absoluta ou relativa. Quando carece do poder
jurisdicional para conhecer e julgar a lide, em razão da matéria, (competência material), ou da
graduação hierárquica (competência funcional), a incompetência do juiz diz-se absoluta. Todos
os atos decisórios que praticar no processo são nulos, sem qualquer possibilidade da
restauração ou saneamento.
A incompetência relativa não resulta da falta de jurisdição do juiz. Tem este o poder de
julgar a lide, em razão da matéria ou da função jurisdicional, por exemplo, mas não tem
competência por não comportar-se a causa nos limites do valor ou da sua circunscrição
territorial. Em regra, a incompetência relativa decorre em face do domicílio do réu, ratione
domicili e, ocasionalmente, em razão do valor e da situação da coisa (competência territorial).
Trata-se de incompetência relativa porque visa resguardar o interesse do acionado, réu, para
que este não seja demandado fora da jurisdição de seu domicílio, ou bem seja do lugar em
que exerce em caráter permanente as suas atividades. O mesmo acontece quando a
competência se firma em razão da situação da coisa (rés), isto é, do bem litigioso. Em todos
esses casos não avulta um interesse de ordem pública, que pode ser da própria justiça
para, por isso mesmo, determinar-se a competência única de um juizo com a exclusão de
todos os outros.
Ora, nos casos de competência relativa, esta pode vir a ser modificada, seja pela aceitação
tácita de outro juízo com idêntica jurisdição ratione materiae e também da hierarquia, seja
em face da expressa disposição da lei, como por aceitação das partes.
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competente para a ação excluindo os demais, e por isso a competência de um juiz se torna
exclusiva, com o afastamento de outros juizes com iguais poderes jurisdicionais.
É também relativa a competência feita por distribuição, nas comarcas onde há vários juizes
de igual jurisdição e hierarquia e na mesma circunscrição territorial.
Consoante preleciona Frederico Marques, “prorroga-se a competência quando, sob certas condições,
um órgão judiciário se torna competente para determinado processo que, segundo as regras comuns, refoge de
sua jurisdição (entenda-se por área de atuação). Amplia-se e estende-se, portanto, a competência do juízo ou tribunal,
pelo que dizia Teixeira de Freitas, que a jurisdição prorrogada é a de um juízo incompetente dilatando-se na
jurisdição do outro”.
Necessária
Vale registrar que “A prorrogação, no entanto, em quaisquer desses casos, pressupõe competência relativa,
visto que juiz absolutamente incompetente nunca se legitima para a causa, ainda que haja conexão ou
continência, ou mesmo acordo expresso entre os interessados. Em qualquer fase do procedimento, o réu pode
invocar a incompetência absoluta do juiz, e o próprio juiz, ‘ex officio’ , tem poder para reconhecê-la. Até
mesmo depois do trânsito em julgado da sentença, ainda será possível usar a ação rescisória para anular o
processo encerrado com tal vício.” (pag. 164)
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I. as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas
na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de
trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho;”
Também há de se observar que o art. 219 do CPC disciplina igualmente a prevenção (que
modifica a competência) pela citação válida, inclusive entre as comarcas e Estados distintos: “Art.
219 – A citação válida torna prevento o juízo, induz litispendência e faz litigiosa a coisa; e, ainda quando
ordenada por juiz incompetente, constitui em mora o devedor e interrompe a prescrição. “
Reza o art. 106 : “Correndo em separado ações conexas perante juizes que têm a mesma
competência territorial, considera-se prevento aquele que despachou em primeiro lugar”.
A respeito, assim se expressa Pedro Batista Martine : “a prorrogação da jurisdição pode ser
voluntária ou necessária. É voluntária quando no caso de incompetência ratione personae, o réu não
opõe exceção declinatória fora, no termo legal; necessária quando a lei o determinar, como em
ralação ao herdeiro, sucessor, cessionário, sub-rogado, chamado ao processo, denunciado, assistente e
oponente, que responderão no foro em que a causa correr, assim como em relação à matéria da
reconvenção que, em qualquer hipótese, será pelo mesmo juiz da ação”.
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Consoante é do conhecimento geral, as coisas confrontadas, nas suas relações lógicas, podem
ser: idênticas, diferentes, e análogas.
Quando, porém são idênticos um ou dois dos seus elementos, as ações são análogas. Nos
casos de analogia de ações diz-se que são conexas, ou que há conexão de causa. A pura e só
identidade das partes não induz conexão, muito menos litispendência. Na continência,
entretanto, conforme a configura o Código, ocorre a identidade de ações, uma vez que a
ação, cujo objeto (rés) seja mais amplo envolve necessariamente a outra, que tenha objeto
mais restrito, contanto que sejam as mesmas partes.
Por tudo isso, que parece lógico, o Código dispõe: no artigo 105, “Havendo conexão ou
continência, o juiz, de ofício ou a requerimento de qualquer das partes, pode ordenar a reunião de
ações propostas em separado, afim de que sejam decididas simultaneamente”; no artigo 106,
“Correndo em separado ações conexas perante juizes que têm a mesma competência territorial,
considera-se prevento aquela que despachar em primeiro lugar”; no art. 107, “se o imóvel se achar
situado em mais de um Estado ou comarca, determinar-se-á o foro pela prevenção, estendendo-se a
competência sobre a totalidade do imóvel. “; no art. 108, “A ação acessória será proposta perante o
juiz competente para a ação principal.”; e no art. 109, “O juiz da causa principal é também
competente para a reconvenção, a ação declaratória incidente, as ações de garantia e outras que
respeitam ao terceiro interveniente.”
Atenção: A apostila é, tão somente, um resumo da matéria que pode ser aprendida pelo aluno. Ela deve servir de guia do
ensino-aprendizado, sob orientação pedagógica.
Esta apostila se destina, pois, exclusivamente ao estudo e discussão do texto em sala de aula, como diretriz do
assunto, podendo substituir os apontamentos de sala de aula, a critério do aluno.
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