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INSTITUTO UNIVERSITÁRIO DA MAIA

CURSO: MESTRADO EM GESTÃO DO DESPORTO


DISCIPLINA: TENDÊNCIAS FUTURAS EM GESTÃO
DOCENTE: PROF. DOUTOR. ALAN C D FERREIRA
GRUPO G (apresenta)
GRUPO D (desafia)

ESTUDO DE CASO
Fatores que determinam a participação no desporto: há fatores mais ou
menos importantes?

Introdução
O procedimento de coleta, catalogação, análise e comparação de informações ligadas
ao esporte de um país vem sendo utilizado para descrever as razões e projetar as ações
de uma nação em relação ao sucesso esportivo internacional. Ao longo da história,
muitos estudos tiveram esses ou alguns desses fins como objetivos principais. Descrever
as políticas de alto rendimento (SEPPANNEN, 1981; KRÜGER, 1984; BROOM, 1986, 1991;
BUGGEL, 1986), elencar fatores que impactam no sucesso esportivo (CLUMPNER, 1994;
LAROSE E HAGGERTY, 1996; GREEN E OAKLEY, 2001; DIGEL, 2002a; HOULIHAN E GREEN,
2008; DE BOSSCHER et al., 2006), e comparar o desenvolvimento do esporte em diversos
países (GREEN E OAKLEY, 2001; DIGEL, 2002a,b; HOULIHAN E GREEN, 2008; DE
BOSSCHER, KNOP E BOTTENBRUG, 2009; DE BOSSCHER et al., 2008, 2009, 2010 e 2015)
compõem esse cenário de estudos. Para mais, é importante salientar que, o sucesso
esportivo internacional está vinculado à obtenção de medalhas em competições
internacionais, principalmente nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos, e, por isso, segundo
De Bosscher et al. (2008) e Shibli et al. (2013), o foco das políticas públicas, programas
e projetos envolve cada vez mais o esporte de alto rendimento de um país.
Para De Bosscher et al. (2006), os fatores condicionantes para o sucesso esportivo
internacional podem ser classificados em três níveis: macro; meso; e micro. Segundo os
autores, o nível “macro” engloba fatores econômicos, sociodemográficos, políticos e
culturais de um país. O nível “meso” envolve as políticas governamentais voltadas para
o esporte de alto rendimento. Já o nível “micro” compreende os fatores que têm relação
individual e pessoal do atleta. Os autores afirmam, ainda, que os fatores de nível “meso”
são os únicos passíveis de serem diretamente influenciados e alterados, uma vez que
neles as políticas esportivas desempenham papel fundamental. Dessa maneira, o Sports
Policy Factors Leading to International Sporting Sucess (SPLISS), em duas versões,
comparou sistemas para o desenvolvimento do esporte de alto rendimento em diversos
países em relação a nove pilares (fatores) (DE BOSSCHER et al., 2008 e 2015). O pilar 1
(suporte financeiro) é a principal entrada de recursos financeiros, em especial, a oriunda
dos governos. O pilar 2 (organização e estrutura de políticas para o esporte) representa
a parte gerencial, a qual será a responsável pela gestão e direcionamento dos recursos
disponibilizados conforme os objetivos do país. Já os pilares de 3 a 9 (participação
esportiva, identificação de talentos, suporte para atletas, instalações esportivas, suporte
para técnicos, competições, e pesquisa científica) são os fatores onde os investimentos
de fato repercutem no desenvolvimento do esporte.
Dentre esses fatores, está a participação esportiva, sendo esta identificada por diversos
outros estudos na área (GREEN E OAKLEY, 2001; DIGEL, 2002a; ZIEMMAINZ E GULBIN,
2002; HOULIHAN E GREEN, 2008; DE BOSSCHER et al., 2010), uma vez que reconhecer a
população envolvida com esportes melhora a tomada de decisão relacionada à política,
à economia e à gestão esportiva de um país. Ademais, o fomento à participação
esportiva é justificado pelos possíveis impactos positivos na saúde e no bem-estar (SARI,
2009; RASCIUTE E DOWNWARD, 2010; NICOLSON, HOYE E HOULIHAN, 2011;
PAWLOWSKI, DOWNWARD E RASCIUTE, 2011), e na inclusão social de uma população
(HEINEMANN, 2005).
Além disso, a participação de jovens no esporte representa um grande indicador,
fundamentalmente na busca por novos talentos. Segundo De Bosscher et al. (2015),
embora a relação entre o esporte para todos e o esporte de elite seja frequentemente
inconclusiva, a maioria dos atletas de elite originam-se da participação nas bases. Nessa
perspectiva, o ambiente escolar aparece como um dos principais meios de familiarização
das crianças e jovens com o esporte. Esse contato na fase inicial da vida pode permitir
não só a educação por meio da prática esportiva, mas também o aprimoramento de
valências físicas e a identificação de potenciais talentos esportivos, contribuindo
também para o desenvolvimento do esporte de alto rendimento. Seguindo esse
raciocínio, De Bosscher et al. (2015) enfatizam o papel da Educação Física escolar e do
professor na iniciação de jovens no esporte, sendo esse aspecto primordial quando se
analisa a dimensão “participação esportiva” de uma nação.

Tarefas do Grupo
Por favor, leia o estudo de caso e faça as seguintes tarefas:

1. Avalie criticamente os modelos teóricos que explicam a participação de


uma população no desporto e explique com que partes você concorda ou
você discorda considerando o contexto Português. A resposta do grupo
deve ser baseada nos dados da prática de atividade da população do país.

2. De acordo com a sua resposta anterior e com os determinantes da


participação desportiva descritos no texto, descreva os fatores mais
importantes para aumentar a demanda e oferta desportiva em Portugal?
Em sua resposta considere o papel das organizações que fazem parte do
Sistema Desportivo Nacional.
Participação desportiva na Europa e os modelos teóricos para a sua
determinação

A segunda metade do século passado testemunhou um aumento significativo no


número e na frequência da participação esportiva na Europa (Gratton e Taylor, 2000).
Contudo, recentemente, alguns países europeus, como Itália e Holanda (V an
Bottenburg, 2005), experimentaram um declínio na participação nos esportes. O nível
de participação em outros países, como por exemplo Áustria, Finlândia, Portugal (Van
Bottenburg, 2005), Inglaterra (Sport England, 2010) e Espanha (Garcia e Llopis, 2011)
manteve-se estagnado. Este desenvolvimento negativo na participação esportiva e o
aumento das preocupações relacionadas à saúde que crescem em vários continentes
têm alimentado um forte interesse acadêmico neste campo de pesquisa.

Tradicionalmente, uma quantidade considerável de literatura sobre o esporte tem uma


base econômica, demográfica e sociológica e se concentra principalmente nos diversos
impactos do esporte e da atividade física no indivíduo, na comunidade e na população.
Hoje em dia, há evidências crescentes disponíveis sobre os determinantes da
participação no esporte e da atividade física e os impactos que eles têm na saúde e nos
resultados do mercado de trabalho, bem como em outros objetivos sociais essenciais.
Um dos vários objetivos da política governamental em muitos países visa melhorar a
participação no esporte e em outras atividades físicas em todos os níveis da população.

Diversas abordagens têm sido usadas para analisar o esporte e as atividades físicas e,
portanto, uma avaliação perfeita de seus determinantes pode ser difícil. Downward et
al., (2011) fornecem quatro advertências para explicar que uma certa dose de cautela
deve ser exibida ao revisar as evidências de participação no esporte:

• A lista de atividades esportivas varia entre os estudos;

• Diferentes maneiras são empregadas para medir a variável de participação no esporte;

• O uso de diferentes abordagens estatísticas torna a comparabilidade das estimativas

difícil em sinal e magnitude;

• Os determinantes da participação no esporte são peculiares a diferentes países.

Não obstante o anterior, ainda é possível fazer avaliações gerais sobre as diferentes
variáveis da participação desportiva.

A Abordagem Beckeriana (1965, 1974)

A participação no esporte foi efetivamente explicada por meio do “Modelo de


Compensação Renda-Lazer da Oferta de Trabalho” (Downward e Riordan, 2007;
Hallmann et al., 2011; Ruseski et al., 2011; Wicker et al., 2009). Este modelo usa o
domicílio como unidade de análise (Becker, 1965). A teoria da produção familiar se
refere a várias escolhas econômicas. Os indivíduos produzem e consomem bens básicos
como ir ao cinema ou jantar fora, alocando recursos, por exemplo, tempo e renda para
eles. A intensidade relativa dessas contribuições é de fundamental importância para tais
escolhas. A participação esportiva se enquadra na mesma categoria. De acordo com
Becker (1974), os indivíduos também tomam decisões para investir em capital pessoal e
habilidades por meio da alocação de tempo e outros bens. A demanda por esportes
também pode ser influenciada pelas características de outras pessoas.

Um modelo de participação esportiva baseado em Becker: A teoria econômica de


alocação de tempo (comportamento econômico) de Becker (1965) preparou o terreno
para um modelo teórico geral de participação esportiva. A decisão de praticar esportes
também é baseada em restrições monetárias e de tempo. Essa teoria foi desenvolvida
para incluir várias variáveis demográficas e sociais e foi usada de forma útil em pesquisas
anteriores. Breuer (2006), Downward (2007), Downward e Riordan (2007), Hallmann et
al. (2011), Hallmann e Breuer (2014) e Wicker et al. (2009) aplicaram a medida de nível
micro do modelo em suas pesquisas sobre participação esportiva.

A estrutura SLOTH desenvolvida por Cawley (2004)

É baseada no modelo de trabalho e escolha de lazer de Becker (1965) e foi usada por
uma série de pesquisadores com o objetivo de investigar as decisões econômicas que
influenciam a participação na atividade física. Esse modelo “incorpora a ideia de que os
indivíduos produzem sua própria saúde” (Eberth e Smith, 2010). Nesse contexto, Cawley
“assume que a utilidade depende do peso, saúde, alimentação e outros bens e tempo
despendidos de uma pessoa individual” (Garcia et al., 2011) com base em SLOTH, que é
uma sigla para dormir, lazer, ocupação, transporte e produção doméstica. Humphreys e
Ruseski (2006; 2007) desenvolveram uma versão estendida do SLOTH para analisar a
atividade física nos Estados Unidos.

Modelo de Desenvolvimento do Esporte de Green (2005)

Estabeleceu um modelo de desenvolvimento do esporte para examinar os fatores


relacionados à participação

no esporte. Este modelo compreende três estágios chamados de recrutamento,


retenção e transição. Visa compreender os fatores que são críticos para o
desenvolvimento do esporte, mais precisamente a combinação de fatores que
impactam as taxas de participação e o comprometimento dos indivíduos com o esporte.
Em cada estágio deste modelo, existem várias motivações e oportunidades disponíveis
que influenciam diretamente na decisão de um indivíduo de continuar ou sair do
esporte.

O recrutamento é o primeiro estágio no processo do modelo de desenvolvimento do


esporte, que envolve os níveis do sistema de entrega individual, familiar e esportivo que
influenciam a decisão de um indivíduo de praticar esportes. As motivações
desempenham um papel importante no nível individual que, além da disponibilidade de
esportes e programas esportivos, indicativos do nível do sistema, aumentam a
probabilidade de os indivíduos ingressarem em um esporte que melhor atenda às suas
necessidades e motivações.
A retenção é uma etapa muito desafiadora, mas muitas vezes ignorada no processo.
Reter e possivelmente aumentar o envolvimento de indivíduos requer uma análise
profunda do que afeta sua decisão de ficar. Recursos financeiros, nível de habilidade e
suporte social são restrições que podem afetar o comprometimento dos indivíduos com
o esporte. A falta de programas esportivos ou de disponibilidade de treinamento no
nível do sistema pode atrapalhar seu comprometimento.

Várias transições ocorrem entre os estágios de entrada e retenção. Estes ocorrem tanto
em fases da vida (exemplo: solteiro para casado ou jovem para adulto) e estágios de
compromisso (exemplo: recreação para elite). Da mesma forma, para as outras duas
fases, as transições também são marcadas por diferenças individuais, motivações e
fatores do sistema de entrega. Aqui, a máxima atenção deve ser dada a certos aspectos
que incentivam uma maior participação, como fornecer mais oportunidades de
treinamento, incentivo ao avanço e flexibilidade nas opções de adesão.

Um modelo multinível de participação esportiva

O modelo consiste em dois lados ou dois níveis - fatores no nível individual (lado da
demanda) e fatores no nível da infraestrutura (lado da oferta). Outras pesquisas
referem-se a esses dois níveis como os níveis micro e macro. Wicker et al. (2012)
também incorporou os fatores de nível macro na forma de instalações esportivas e
programas esportivos, transformando-os em uma abordagem de análise multinível.
Muitas vezes, a pesquisa analisou a disponibilidade de instalações esportivas
identificando sua quantidade e localização.

Determinantes da participação desportiva

Fatores individuais ou de nível micro (demanda esportiva): vários estudos definem


fatores de nível micro como os fatores individuais que se relacionam diretamente com
a pessoa individual. Wicker et al. (2012) Hallmann et al. (2011) Downward et al. (2009)
fornecem uma descrição detalhada dos fatores de nível micro. Eles também observaram
várias tendências ao analisar o efeito desses fatores na participação esportiva. Os
fatores de nível micro podem ser divididos em duas seções: fatores específicos da
demanda, ou seja, idade, gênero e histórico de migração e fatores econômicos da
família, ou seja, capital humano, renda e tempo.

Fatores específicos da demanda - Variáveis demográficas: A participação esportiva


também pode ser influenciada pelos fatores específicos da demanda ou, mais
precisamente, pelas variáveis demográficas (Breuer et al., 2010; Downward e Riordan,
2007; Hallmann et al., 2011). As diferenças de comportamento são atribuídas ao gênero.
A evidência empírica revela que os homens são significativamente mais ativos do que as
mulheres, indicando que o gênero pode ser uma barreira para a participação nos
esportes (Berger et al., 2008; Breuer et al., 2011; Breuer e Wicker, 2008; Downward,
2007; Downward e Rasciute, 2011 ; Eberth e Smith, 2010; Haug, et al., 2008; Humphreys
e Ruseski, 2006; Robertson e Emerson, 2010; Seabra et al., 2007; Federico et al., 2013;
Hovemann e Wicker, 2009; Taks e Scheerder , 2006; Van Tuyckom et al., 2010).

Diferentes fatores sociais, culturais e biológicos afetam as decisões de homens e


mulheres de praticar esportes e a frequência relativa dessa participação. As mulheres
experimentam maiores dificuldades de acesso ao esporte devido ao fornecimento de
instalações, deslocamento e obrigações de tempo (Downward et al., 2014). Na verdade,
os autores sugerem que mais oferta de creches poderia ajudar a alcançar mais
participação feminina.

Certas influências sociais ou culturais e diferenças nas responsabilidades familiares são


congruentes com as realidades dos países (Humphreys e Ruseski, 2011). Ter filhos e
cuidar da casa são duas restrições principais (Downward, 2007; Eberth e Smith, 2010;
Hovemann e Wicker, 2009; Wicker, et al., 2009). No entanto, as famílias também podem
reduzir a intensidade da participação masculina (Downward e Rasciute, 2015). Não
houve efeito significativo da idade na participação esportiva em Wicker et al., (2012).

Estudo qualitativo sobre mães trabalhadoras de Dixon (2009) sugere que as mulheres
dedicam menos tempo ao lazer e às atividades esportivas do que os homens, enquanto
estes participam com mais frequência e mais esportes em todas as fases da vida,
implicando claramente uma desigualdade de gênero nesse aspecto. Henderson e
Hickerson (2007) também identificaram a falta de conhecimento, interesse e
oportunidade como barreiras críticas para as mulheres. Lim et al., (2011) argumentou
que as mulheres são impactadas por sua capacidade de compreender regras e normas.
Maior escolaridade e renda são sinônimos de mulheres brasileiras mais ativas
fisicamente com idade entre 20 e 40 anos (Balbinotto et al., 2012). Um estudo recente
revela que as mulheres tendem a adotar atividades menos intensivas, mesmo que
tenham tempo à sua disposição (Downward e Rasciute, 2015).

Durante o período da adolescência, as meninas relataram reduções mais


estatisticamente significativas na atividade física do que os meninos (Lubans et al., 2007;
Zimmermann-Sloutkis et al., 2010). Em um estudo realizado na Austrália do Sul, Slater e
Tiggemann (2010) identificaram várias razões específicas de gênero que impedem as
adolescentes de praticar atividades físicas. As razões variaram desde tempo insuficiente,
falta de competência, apreensões sobre a aparência física, redução do interesse e tédio,
até relacionamentos com colegas de equipe e provocações, e incompatibilidade de
determinado esporte com a feminilidade.

Eime et al. (2013) concluíram que a escola foi um contribuinte fundamental para o
aumento da participação dos adolescentes em atividades físicas de forma significativa e
mais especificamente quando eles fizeram a transição para o ensino médio. No entanto,
os adolescentes também reduzem significativamente a participação entre os anos 10 e
11, além de mudarem para formas mais não organizadas e não competitivas e atividades
individuais. Eime et al. (2015) “identificaram padrões de mudança significativos e inter-
relacionados nos determinantes intrapessoais, interpessoais e ambientais da
participação em AF por meninas durante o período da adolescência”. Limitações
intrapessoais ligadas à competência percebida e falta de energia e tempo; os fatores
interpessoais incluem o apoio da família e dos amigos, enquanto a oportunidade, os
recursos e o acesso estão associados às questões ambientais.

No entanto, em contraste, um estudo que investigou a participação esportiva na UE


revelou que as mulheres dinamarquesas e holandesas são significativamente mais ativas
do que os homens (Hovemann e Wicker, 2009). Da mesma forma, as mulheres foram
consideradas mais frequentemente ativas do que os homens (Humphreys e Ruseski,
2006, 2007; Lera-López e Rapún-Gárate, 2011).

Breuer e Wicker (2009) revelam que resultados contrastantes podem ser alcançados
dependendo do método de análise empregado. Os declínios nos níveis de participação
com o aumento da idade são apoiados por análises transversais, enquanto as análises
longitudinais implicam que os efeitos de coorte, e não a idade, são responsáveis por tais
declínios. Em seu estudo, todas as coortes de mulheres, exceto as mais velhas,
estabeleceram taxas crescentes de participação em esportes.

Além disso, Lim et al. (2011) revelou que a participação em esportes tanto de homens
quanto de mulheres na Holanda, República da Coréia e EUA diminui à medida que
avançam para a vida adulta. Assim, a análise por gênero, à semelhança dos demais
fatores específicos da demanda, desempenha um papel vital no modelo teórico
multinível de participação esportiva.

Evidências empíricas anteriores mostraram que a geração mais jovem tende a ser mais
ativa do que a mais velha e, portanto, a participação nos esportes diminui com o
aumento da idade (Berger et al., 2008; Breuer e Wicker, 2008; Chad et al., 2005;
Downward, 2007; Eberth e Smith, 2010; Fridberg, 2010; Humphreys e Ruseski, 2009;
Van Tuyckom e Scheerder, 2008). Uma das principais razões para essa restrição na
demanda esportiva é que mais problemas de saúde relacionados a limitações biológicas
e físicas são vivenciados à medida que a pessoa envelhece, afetando negativamente a
participação no esporte ou o tempo despendido nele (Downward et al., 2011;
Downward, 2007; Eberth e Smith, 2010; Humphreys e Ruseski, 2011). Mudanças no tipo
de esporte praticado com o aumento da idade também foram observadas. Na verdade,
andar está positivamente associado à idade (Humphreys e Ruseski, 2007; Lera-Lopez e
Rapun-Garate, 2011).

Klein (2009) afirma que o aumento da idade até os 50 anos está associado ao aumento
da atividade física. Por outro lado, Garcia et al., (2011) descobriram que “à medida que
a idade aumenta, a probabilidade de praticar desporto diminui até aos 33 anos, após o
que a relação se inverte”. Além disso, as mulheres idosas participam menos de
atividades esportivas do que os homens idosos (Hinrichs et al., 2010).

Lera-López e Rapún-Gárate (2011) revelaram uma relação positiva e estatisticamente


significativa entre a idade e a frequência de participação esportiva. Portanto, a
frequência da participação no esporte aumenta à medida que a idade aumenta,
revelando uma maior consciência dos idosos sobre os benefícios já descritos e a vontade
de permanecer ativo em formas sustentáveis de atividade física. Afinal, as pessoas mais
velhas têm mais tempo para esses compromissos saudáveis. Hallmann e Breuer (2014)
também constataram que os idosos praticam esportes. Ainda assim, a probabilidade de
os indivíduos praticarem esportes cai 0,3% a cada ano a mais de idade (Humphreys e
Ruseski, 2006).

Deve-se ter cuidado especial em vista do histórico da migração, pois a literatura indica
o uso de diferentes termos e significados. Todas as comparações requerem um certo
grau de cautela. O histórico de migração e a nacionalidade estão em estudo na Europa
(Snape e Binks, 2008; Walseth, 2008), enquanto a etnia é examinada na América do
Norte e no Reino Unido (Stamatakis e Chaudhury, 2008). Esses estudos expuseram
evidências relacionadas a esse fator específico da demanda. Pessoas com histórico de
migração tendem a enfrentar barreiras culturais e, portanto, são menos ativos do que
aqueles sem histórico de migração (Snape e Binks, 2008). A participação esportiva
também é alta para pessoas de etnia branca (Stamatakis e Chaudhury, 2008). Wicker et
al. (2012) revelam um impacto negativo do fator de fundo de migração em “toda a
participação esportiva e atividade esportiva em clubes esportivos sem fins lucrativos”.

Consequentemente, com tais resultados, pode-se supor que a cultura, as tradições e os


valores nacionais não apenas desempenham um papel vital na participação esportiva
dentro de um país, mas também quando as comparações são feitas entre diferentes
países. A este respeito, Van Tuyckom e Scheerder (2010) revelaram um fato muito
interessante que indiretamente diz respeito a Malta. Eles descobriram que os habitantes
do sul da Europa e dos países do Mar Mediterrâneo são menos ativos do que seus
colegas do norte, incluindo os países escandinavos.

Os Fatores Econômicos Domésticos - Variáveis Socioeconômicas: Estudos de Chad et al.


(2005), Eberth e Smith (2010) e Humphreys e Ruseski (2006) indicam que indivíduos com
maior nível de capital humano ou formação educacional são mais conscientes sobre os
resultados positivos dos esportes e, portanto, são mais propensos a participar deles. O
impacto positivo de uma boa formação educacional na participação esportiva também
é apoiado por outros estudos em países europeus específicos (Breuer et al., 2011;
Breuer e Wicker, 2008; Downward and Rasciute, 2011; Fridberg, 2010; Hovemann e
Wicker, 2009; Humphreys e Ruseski, 2007; Ifedi, 2008; Scheerder et al., 2006; Scheerder
e Vos, 2011; Wicker et al., 2009).

A eficiência da produção doméstica de um indivíduo é afetada pelo capital humano. Um


nível educacional mais alto está, compreensivelmente, relacionado a uma renda mais
alta e mais participação em esportes (Hallmann et al., 2011). Downward e Rasciute
(2015) apontam que os níveis de ensino superior desempenham um papel maior para o
sexo feminino. Hallmann e Breuer (2014) revelam insights instigantes sobre as possíveis
influências da educação na frequência esportiva. Seus resultados indicam uma
influência negativa significativa provavelmente devido ao aumento das restrições de
tempo impostas aos indivíduos com níveis de escolaridade mais elevados.

Outro fator econômico importante é a renda. Evidências por meio de estudos empíricos
indicam que uma renda mais alta apóia a participação nos esportes (Breuer e Wicker,
2008; Breuer et al., 2011; Downward e Rasciute, 2010; Eberth e Smith, 2010; Humphreys
e Ruseski, 2007; Lera-López e Rapún-Gárate , 2007; Scheerder e Vos, 2011; Stamm e
Lamprecht, 2011; Wicker et al., 2009). A baixa renda limita a participação no esporte
para homens e mulheres (Eberth e Smith, 2010). Lera-López e Rapún-Gárate (2011)
insistem que, uma vez que os indivíduos se comprometem com a participação, esse fator
não é mais significativo na definição dos níveis de frequência. O mesmo estudo classifica
ocupações ou status profissional como autônomo, gerente, escriturário, desempregado
e empresário como determinantes negativos da participação no esporte.

Por outro lado, a frequência de participação esportiva não é influenciada (Gratton e


Taylor, 2000) ou negativamente (Downward e Riordan, 2007; Garcia et al., 2011;
Humphreys e Ruseski, 2011) pelo nível de renda do indivíduo. Algumas atividades
esportivas podem ser bastante caras. Esportes de custo moderado a alto, como tênis,
não são praticados por pessoas de baixa renda (Taks et al., 1994). O aumento da
participação no esporte está relacionado a um maior nível de renda, criando assim
melhores oportunidades de acesso ao esporte (Humphreys e Ruseski, 2009; Berger et
al., 2008; Ifedi, 2008; Downward, 2007).

Também é necessário levar em consideração o comportamento do consumidor em


relação aos gastos com esporte, uma vez que alguns bens e serviços esportivos precisam
ser consumidos para a prática do esporte. A análise dos gastos com esporte não é muito
extensa e faltam metodologias adequadas. Ainda assim, os homens parecem mais
propensos a gastar mais dinheiro em esportes do que as mulheres (Lera-López e Rapún-
Gárate, 2005; 2007). Gastos mais altos com esportes estão relacionados a níveis mais
elevados de educação (Lera-López e Rapún-Gárate, 2005). A renda mais alta exerce uma
influência estatisticamente significativa no consumo de esportes (Lera-López e Rapún-
Gárate, 2011). Garcia et al. (2011) mostraram que a demanda relativa por atividade
física diminui com maiores ganhos por hora devido ao aumento do custo de
oportunidade do tempo consumido em qualquer atividade de lazer. Os machos
enunciam mais esse efeito.

Breuer et al. (2010) concluíram que “os gastos dos consumidores com esportes são
determinados principalmente por gênero, educação e nível de renda (os gastos
diminuem para as mulheres, mas aumentam com a educação e a renda)”. Da mesma
forma, Thibaut et al. (2014) revelaram que o comportamento de gasto das famílias foi
influenciado positivamente pela “renda familiar, escolaridade do chefe da família,
participação esportiva dos pais na juventude, adesão a clubes esportivos e frequência
de prática esportiva”.

Um terceiro fator chave é o tempo. O tempo disponível para a participação em esportes


é influenciado por duas variáveis: ocupação e tamanho da família. Em outras palavras,
é deduzido após a redução do tempo para demandas concorrentes, como tempo de
trabalho e tempo gasto no cuidado de filhos e parentes. Estudos de Breuer (2006) e
Downward (2007) confirmam que o tempo para a participação nos esportes aumenta à
medida que o tempo para o trabalho e cuidado diminui. Indivíduos com mais restrições
de tempo têm maior probabilidade de participar de atividades menos intensas ou
prolongadas (Hallmann et al., 2011). Os aposentados são mais propensos a praticar
esportes do que os empregados (Eberth e Smith, 2010). Ao contrário, achados de
Hallmann e Breuer (2014), Wicker et al. (2009) e Wicker et al. (2012) afirmam que o
tempo de trabalho teve um impacto positivo na participação no esporte, sendo a
motivação mais provável relacionada a um efeito de compensação colocado no esporte
em troca de altas cargas de trabalho.

As evidências expuseram o papel desempenhado pelo perfil da família. Downward


(2007) e Humphreys e Ruseski (2007) revelaram que o tamanho da família está
negativamente associado à participação no esporte. A participação feminina no esporte
é reduzida em a presença de mais adultos e crianças na casa (Downward et al., 2014;
Eberth e Smith, 2010). Os casais têm menos tempo para a prática de esportes e
atividades físicas alternativas (Humphreys e Ruseski, 2006). O tempo gasto cuidando de
crianças e parentes foi considerado uma influência negativa na participação esportiva
(Downward, 2007; Eberth e Smith, 2010; Hovemann e Wicker, 2009; Humphreys e
Ruseski, 2006; Klein, 2009; Wicker et al., 2009) exceto para Wicker et al. (2012) que não
encontraram influência significativa.

Os compromissos laborais, domésticos, desportivos e de lazer obrigam os indivíduos a


enfrentar diariamente decisões conflituosas quanto à distribuição do tempo e dos
rendimentos, parte fundamental deste quadro. O emprego pode ter um impacto
negativo na participação esportiva, possivelmente atribuível à substituição do tempo
(Breuer e Wicker, 2008; Downward, 2007; Eberth e Smith, 2010; Hovemann e Wicker,
2009; Lera-López e Rapún-Gárate, 2011). Muitas vezes, vários trade-offs ocorrem
quando os indivíduos tentam destinar tempo e dinheiro às várias atividades que
realizam diariamente. Os dias da semana e a época do ano também desempenham seu
papel. Fins de semana e temporadas de primavera e verão aumentam a probabilidade
de praticar esportes (Garcia et al., 2011).

Um estudo de Anoyke et al. (2014) explorarou a associação de tempo e dinheiro com


atividade física usando um conjunto de dados nacional na Inglaterra. Ele revelou uma
associação entre a menor participação em atividades físicas e o alto tempo de viagem e
preços em dinheiro por ocasião da atividade física. Este último resultou de taxas de
estacionamento, taxas de instalações, creche e taxas de membros da família. O estudo
sugeriu medidas de incentivos financeiros positivos, como subsidiar o preço da
participação, para contrariar esta tendência.

Infraestrutura esportiva ou fatores de nível macro (Oferta desportiva)

Uma infraestrutura esportiva adequada é importante para a participação esportiva, uma


vez que muitos esportes não podem ser realizados sem as instalações esportivas
adequadas (Hallmann et al., 2012). Definimos infraestrutura esportiva como as
instalações básicas, serviços e instalações que atendem a organizações esportivas,
usuários de esportes e outros membros da comunidade, proporcionando maiores
oportunidades para todos participarem de esportes para lazer, treinamento ou fins
competitivos. A infraestrutura desportiva inclui instalações desportivas (pavilhões
desportivos, campos desportivos, campos de jogos e piscinas) e programas desportivos
(operados por clubes desportivos, fornecedores comerciais e cidade). Alguns estudos
também incluem áreas de parque e áreas recreativas semelhantes em suas pesquisas
(Humphreys e Ruseski, 2007; Wicker et al., 2012).
Fatores de nível macro desempenham um papel positivo na atividade esportiva e,
portanto, podem ser considerados como facilitadores da participação esportiva. Um
efeito positivo na atividade esportiva foi testemunhado por uma maior oferta de
instalações esportivas e programas esportivos (Chad et al., 2005; Haug et al., 2008;
Limstrand e Rehrer, 2008). Uma série de estudos estabeleceram ainda que a atividade
física está positivamente correlacionada com a disponibilidade de infraestrutura
esportiva adequada (Chad et al., 2005; Haug et al., 2008; Liu et al., 2009; Wicker et al.,
2012). No entanto, Downward et al. (2011) constataram que “a disponibilidade de
instalações esportivas não é estatisticamente significativa para explicar a decisão de
participar de atividades esportivas”. Por vezes, é difícil comparar estes resultados, uma
vez que cada estudo operacionalizou a oferta desportiva de formas diferentes, no
sentido de que foi tomado por perspetivas diferentes e incluiu diferenças no tipo de
infraestruturas, bem como nas dimensões e localizações das cidades.

A infraestrutura esportiva desempenha um papel importante na antecipação da


participação esportiva, embora isso dependa do tipo de esporte e das instalações
(Wicker et al., 2012; Wicker et al., 2013). Mais participação no esporte é vivenciada
quando os indivíduos têm um sentimento de satisfação com o uso das instalações
(Downward e Rasciute, 2011). Também foi demonstrado que a frequência das atividades
esportivas é reduzida se houver menos instalações esportivas disponíveis. Wicker et al.
(2009), Hallmann et al. (2011) e Haug et al. (2008) insistem que uma barreira importante
para a participação nos esportes é de fato infraestrutura insuficiente. Também parece
que os clubes e federações esportivas têm um papel muito importante a desempenhar.
Downward et al. (2011) revelam que a frequência da participação esportiva é altamente
influenciada por associações e federações de clubes esportivos.

Pesquisas sobre o uso de instalações esportivas mostram diferenças de gênero. Os


meninos usam campos de futebol e resorts de esqui / snowboard, enquanto as meninas
optam por praias, pistas de patinação e playgrounds (Haug et al., 2008). Da mesma
forma, Downward e Rasciute (2015) revelam que os homens usam campos de grama
para praticar esportes coletivos, enquanto as mulheres gostam de nadar e manter a
forma. O último estudo também indica um desequilíbrio em favor das instalações
esportivas masculinas, resultando em menor satisfação das mulheres com as instalações
esportivas.

A proximidade das instalações esportivas incentiva a participação de mais pessoas


(Limstrand e Reher, 2008). Downward et al. (2014) afirmam que os homens consideram
o fornecimento de infraestrutura esportiva mais importante do que as mulheres. Ao
contrário, “a proximidade melhorada de academias é provavelmente mais importante
para adolescentes do sexo feminino que vivem em áreas rurais” na Alemanha (Reimers
et al., 2014). Um impacto negativo na participação esportiva pode surgir em grandes
cidades onde a disponibilidade de instalações de entretenimento é maior do que a
infraestrutura esportiva, o que, consequentemente, se traduz em um efeito substituição
(Garcia et al., 2011). Para reagir a isso, Van Tuyckom e Scheerder (2010b) descobriram
que as grandes cidades são mais ativas fisicamente. Os resultados de um estudo sobre
adolescentes holandeses, apontam que “a participação nos esportes de lazer está
associada aos níveis de capital social da vizinhança, mas não à disponibilidade de
parques ou instalações esportivas” (Prins et al., 2012).

Na França, os resultados de Karusisi et al., (2013) apoiaram “evidências de que as


estratégias para aumentar a participação em atividades esportivas devem melhorar o
acesso espacial e financeiro a instalações específicas, mas também abordar as
disparidades educacionais na prática esportiva”. Eime et al., (2015) demonstraram que
a associação entre o o relacionamento, a frequência e o contexto organizacional de
participação com o status socioeconômico (SES) e a localização são bastante complexos.
Embora pareça inadequado generalizar sobre o SES e a localização, apenas algumas
formas de atividade física foram consideradas de custo - ou distância - irracionais em
termos de participação. Para tanto, tanto o SES quanto a localização são determinantes
insignificantes da profundidade do envolvimento na atividade física, uma vez que isso
seja estabelecido.

A atividade física e a participação esportiva na Holanda, República da Coréia e EUA foram


investigadas em um estudo qualitativo realizado por Lim et al. (2011). Seus resultados
indicaram que o status socioeconômico individual, familiar e de bairro estão todos
relacionados à atividade física e à participação em esportes. As evidências também
sugerem que os bairros SES mais elevados relataram significativamente mais instalações
para atividades físicas do que os bairros SES mais baixos, proporcionando, portanto,
mais oportunidades de atividade física. Os três países também enfrentaram outras
barreiras semelhantes à atividade física e à participação nos esportes, principalmente
na forma de pressão de tempo e custos. Os autores deste estudo fizeram uso de alguns
estágios do modelo de desenvolvimento esportivo de Green (2005) para analisar fatores
individuais e estruturais que têm impacto nos níveis e padrões de participação esportiva
dos adultos. Ele argumenta que o esporte evoluiu de várias maneiras em diferentes
partes do mundo e, portanto, os sistemas e estruturas esportivas empregadas em um
país impactam seu desenvolvimento e participação esportiva.

Stahl et al. (2001) afirmam que o ambiente físico, como instalações esportivas, são o
“melhor marcador” para garantir que as pessoas sejam fisicamente ativas. Haug et al.
(2008) encontraram uma associação entre a disponibilidade de instalações ao ar livre
em escolas secundárias e a participação dos alunos em atividades físicas durante o
intervalo. Outro estudo realizado em Stuttgart, Alemanha por Wicker et al (2009) e que
usou modelos lineares hierárquicos, a implicação geral da infraestrutura esportiva indica
que, independentemente das condições socioeconômicas individuais, a disponibilidade
de infraestrutura esportiva influencia significativamente os padrões de atividade
esportiva. Os dados obtidos também sugerem que grupos de diferentes idades têm
necessidades diferentes para o esporte e, portanto, durante a vida o tipo de
infraestrutura esportiva necessária também muda.

Na Noruega, Limstrand e Rehrer (2008) também obtiveram resultados semelhantes,


embora não tenham sido capazes de confirmar que a atividade física aumenta devido à
oferta de instalações esportivas para todos os jovens. O amplo crescimento da
participação esportiva na China ocorreu devido a uma política nacional que viu o
governo chinês investir pesadamente em infraestrutura esportiva (Xiong, 2007).
Existem muitos fatores que determinam o nível de participação esportiva em um nível
individual, como idade, gênero, educação e trabalho que não podem ser alterados pelos
políticos. Mas este último pode e tem a responsabilidade de modificar os fatores
relativos à oferta esportiva, que podem não ser os mesmos em todos os lugares. O que
está disponível afeta a escolha dos indivíduos.

Fatores sociológicos e psicológicos

Estudos recentes sobre a participação esportiva investigaram novas áreas de pesquisa,


desenvolvendo novas teorias baseadas em teorias sociológicas e psicológicas. Esses
esforços destacam outras restrições significativas em relação ao comportamento de um
indivíduo (Beaton et al., 2009; Henderson, 2009). As teorias psicológicas examinam as
motivações por trás do comportamento (Beaton et al., 2009). As teorias sociais
investigam a conexão entre esporte e atividade física e a construção da identidade de
um indivíduo (Bourdieu, 1997).

As estruturas psicológicas e sociológicas incorporam diferentes abordagens para


acentuar como vários fatores e restrições externas ao comportamento individual
influenciam (Lera-López e Rapún-Gárate, 2011). Três abordagens diferentes são a
abordagem da medicina preventiva, que destaca o papel desempenhado pelas
motivações para a saúde; a teoria da autodeterminação e a teoria da participação que
identifica uma das quatro fases da motivação: consciência, atração, apego e lealdade
em relação a uma participação individual.

A rede social de um indivíduo é fundamental para a participação no esporte. Becker


(1974) referiu-se às características compartilhadas de um indivíduo com seus pares
como sendo parte de um componente de uma mercadoria pela qual produz uma espécie
de consumo conjunto de esporte. Se a rede incluir mais indivíduos ativos do que é mais
provável, é mais provável que o indivíduo aumente a utilidade pessoal. Na verdade, as
características dos pares também têm o potencial de desencorajar a participação no
esporte se nenhum valor for colocado nisso. Em um estudo recente, Hallmann e Breuer
(2014) afirmam que o reconhecimento social influencia a participação esportiva e a
frequência esportiva, embora de maneiras diferentes. Eles concluíram que os amigos
têm um impacto significativo na decisão de uma pessoa de praticar esportes, enquanto
o envolvimento dos pais no esporte afeta a frequência esportiva de forma positiva e
significativa.

Do ponto de vista sociológico, a educação é um ator importante na explicação da


participação esportiva. Lera-López e Rapún-Gárate (2011) argumentam que com base
em evidências empíricas de Breuer e Wicker (2008), Downward (2007) e Humphreys e
Ruseski (2007), níveis de ensino superior e facilidade de acesso a instalações baratas
implicam em maior consciência de benefícios do esporte e hábitos positivos por parte
dos indivíduos.

Do ponto de vista psicológico, diferentes estudos examinaram as motivações por trás


das decisões dos indivíduos de praticar esportes no contexto de que, ao longo da vida,
seus gostos e preferências estão em constante evolução. Vários grupos de influências
motivacionais, como saúde e fitness, diversão e recreação, relaxamento, aparência,
socialização e competição / desafio, foram identificados por Fridberg (2010) e Garcia e
Llopis (2011). A evidência empírica enfatizou a relevância de motivos como recreação,
preparo físico, competição e desenvolvimento profissional para explicar a participação
esportiva (Lera-López e Rapún-Gárate, 2011).

Em outro estudo, Davey et al. (2009) aplicaram o quadro da “Teoria da


Autodeterminação” para categorizar várias motivações extrínsecas ou intrínsecas em
cinco grupos, nomeadamente aparência, competição / desafio, diversão, saúde e fitness
e sociais.

Em um estudo qualitativo que investigou os determinantes da participação esportiva em


aposentados recentemente, Sport England (2006) identificou os benefícios físicos,
controle de peso, independência e benefícios sociais, mentais e emocionais como os
principais motivadores internos. Os motivadores externos incluíam a mídia e as famílias,
enfatizando os benefícios da participação nos esportes. Não houve grandes diferenças
nos motivadores entre os gêneros.

Lim et al. (2011) explica que diversos fatores motivam a participação de jovens e adultos
no esporte. Competência física, desenvolvimento de habilidades, diversão, desafio e
aceitação social motivam os jovens a continuarem seu envolvimento no esporte. Em
contraste, as barreiras ou razões para o abandono dos jovens incluem, entre outros,
falta de tempo para jogar, falta de diversão, despesas, conflitos com o treinador, viagens
e apoio de adultos. Em contraste, as motivações, experiências e restrições relacionadas
à participação esportiva de adultos variam ao longo da vida. Mudanças na idade e na
escolha da atividade e diferenças no gênero afetam as motivações dos adultos. As
restrições variam de falta de tempo na meia-idade a menos capacidade física na vida
adulta.

Um estudo sobre a participação esportiva de nadadores adolescentes teve como


objetivo compreender seus padrões de treinamento e os papéis dos pais, técnicos,
colegas e irmãos concluiu que a necessidade inevitável de programas estruturados
adequadamente e a instabilidade das relações dos atletas adolescentes com os outros
(Fraser-Thomas et al., 2008). Aprofundando o estudo, alguns novos elementos
emergem. Os programas esportivos não devem focar apenas no desenvolvimento do
atleta, mas também enfatizar o desenvolvimento físico e psicossocial. A filosofia por trás
de tais programas devem ser comunicada aos treinadores, atletas e pais. A participação
esportiva é afetada pela qualidade dos treinadores, seu comportamento de apoio e
cuidado, além de excelentes habilidades de comunicação e conhecimento técnico. As
desistências falam de favoritismo do técnico e menos atenção aos nadadores mais
fracos. Os pais mantêm uma comunicação aberta com seus filhos, enquanto suas
expectativas não devem ser muito altas ou inflexíveis. Um grupo de colegas e irmãos de
apoio é vital para o envolvimento contínuo no esporte durante a adolescência.
Os determinantes da participação desportiva a nível da UE

Nos últimos anos, tem havido um aumento da literatura que investiga os determinantes
da participação desportiva a nível da UE. Tradicionalmente, as comparações
internacionais entre países europeus sobre a participação no esporte baseavam-se em
noções pré-concebidas, como determinantes geográficos, históricos e políticos. O
primeiro estudo a oferecer estratificação empírica de países usando dados da pesquisa
Eurobarômetro de 2004 sobre 25 estados membros europeus foi Van Tuyckom (2011b).
Embora o inquérito Eurobarómetro de 2004 tenha várias limitações, o autor conseguiu
agrupar os países em "seis mundos desportivos", cada um representando as diferenças
europeias na participação desportiva. Malta foi colocada no cluster três denominado
"países desportivos não organizados médios", juntamente com Chipre e a Eslovénia.
Este estudo sugeriu uma abordagem diferenciada nas estratégias políticas destinadas a
aumentar os níveis de participação desportiva na Europa, uma vez que a intensidade e
a oferta desportiva nos seis mundos são bastante diversas.

Usando os mesmos dados para analisar diferenças de gênero e idade na participação


esportiva regular, Van Tuyckom et al. (2010) relataram que os homens eram mais
propensos a ser ativo “na Bélgica, França, Grécia, Letônia, Lituânia, Eslováquia, Espanha
e Reino Unido”, enquanto o mesmo se aplica às mulheres na “Dinamarca, Finlândia,
Suécia e Holanda”. Os países escandinavos são mais ativos do que os países da área do
Mar Mediterrâneo, enquanto os europeus ocidentais têm uma pontuação melhor do
que os europeus orientais. Os resultados mostram resultados variáveis ao examinar a
associação entre gênero e participação no esporte com base em diferentes categorias
de idade.

Pela primeira vez, Downward et al. (2014) investigou um conjunto mais completo de
correlatos da participação desportiva a nível europeu usando dados do inquérito
Eurobarómetro de 2009, focando não apenas nos fatores, digamos, típicos, como
económico, sócio-demográfico e estilo de vida, mas também analisando a
disponibilidade de infraestrutura esportiva, fatores motivacionais e apoio
governamental. As descobertas sugerem que o apoio governamental, a afiliação ao
clube e certas motivações têm o potencial de melhorar a participação. A disponibilização
de instalações desportivas é mais relevante para os homens que também praticam
desporto, principalmente para se integrarem socialmente, em contraste com as
mulheres que procuram melhorar a auto-estima. As mulheres têm problemas de adesão
ao esporte decorrentes de restrições relacionadas ao fornecimento de instalações
atuais, obrigações domésticas e de tempo e questões de viagem. Essas diferenças de
gênero propõem uma abordagem distinta nas políticas governamentais para aumentar
a participação nos esportes.
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