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8.

Pontuação I
(A vírgula)

A vírgula é o sinal de pontuação que mais causa problemas quanto a sua colocação no texto, portanto, nesta
aula trataremos apenas dela, deixando para as próximas aulas os demais sinais.
A vírgula é recorrente confundida como um elemento fonético, pois segundo as ‘’ pessoas desinformadas’’ em
todos os momentos que utilizamos uma vírgula, devemos desenvolver uma pausa na respiração, sendo assim,
uma pessoa que sofre de problemas respiratórios é, sem dúvida, um expert na colocação da vírgula, longe de ser
um elemento fonético, a vírgula é, antes de tudo, um elemento sintático e semântico, pois a sua utilização
provoca mudanças tanto na estrutura de uma frase, quanto em seu sentido, vejamos:

Respeitem meus cabelos brancos!

Respeitem meus cabelos, brancos!

Vejamos que na primeira frase há ausência de vírgula, e o sentido é relacionado às pessoas idosas que pedem
respeito por sua idade, na segunda frase, temos o uso da virgula, dessa forma, o sentido foi modificado, pois
brancos não é mais uma característica dos cabelos, mas sim um vocativo ou chamamento a um grupo específico
de pessoas, essa frase pode ter sido utilizada por grupos de pessoas negras pedindo respeito a sua cor e
aparência.

A vírgula é utilizada nos seguintes casos:

1. Para isolar termos que exercem a mesma função sintática.


Exemplo: Revistas, jornais, discos antigos, Cds são o meu passatempo predileto.

2. Para isolar o aposto, ou informações sobre um nome.


Manuel Bandeira, poeta recifense.

3. Para isolar o vocativo, ou chamamento de um nome.


Maria, vem-te embora almoçar!

4. Para isolar o adjunto adverbial, caso ele seja extenso, ou se queira destaca-lo.
À noite, gosto de ouvir canções.

5. Para isolar expressões explicativas, como: isto é; ou seja; sendo assim; dessa forma; a saber etc...
Alguns meninos possuem livrofobia, isto é, temor aos estudos.

6. Para isolar nomes de locais que vêm antes da data.


Recife, 23 de abril de 2017.
EXERCÍCIO EM SALA
Ousadia
FERNANDO SABINO
A moça ia no ônibus muito contente desta vida, mas, ao saltar, a contrariedade se anunciou:
– A sua passagem já está paga – disse o motorista.
– Paga por quem?
– Esse cavalheiro aí.
E apontou um mulato bem-vestido que acabara de deixar o ônibus, e aguardava com um sorriso junto à
calçada.
– É algum engano, não conheço esse homem. Faça o favor de receber.
– Mas já está paga…
– Faça o favor de receber! – insistiu ela, estendendo o dinheiro e falando bem alto para que o homem ouvisse:
– Já disse que não conheço! Sujeito atrevido, ainda fica ali me esperando, o senhor não está vendo?
Vamos, faço questão que o senhor receba minha passagem.
O motorista ergueu os ombros e acabou recebendo: melhor para ele, ganhava duas vezes.
A moça saltou do ônibus e passou fuzilando de indignação pelo homem. Foi seguindo pela rua, sem olhar para
ele.
Se olhasse, veria que ele a seguia, meio ressabiado, a alguns passos.
Somente quando dobrou à direita para entrar no edifício onde morava, arriscou uma espiada: lá vinha ele!
Correu para o apartamento, que era no térreo, pôs-se a bater, aflita:
– Abre! Abre aí!
A empregada veio abrir e ela irrompeu pela sala, contando aos pais atônitos, em termos confusos, a sua
aventura:
– Descarado, como é que tem coragem? Me seguiu até aqui!
De súbito, ao voltar-se, viu pela porta aberta que o homem ainda estava lá fora, no saguão. Protegida pela
presença dos pais, ousou enfrentá-lo:
– Olha ele ali! É ele, venham ver! Ainda está ali, o sem vergonha. Mas que ousadia!
Todos se precipitaram para a porta. A empregada levou as mãos à cabeça:
– Mas a senhora, como é que pode! É o Marcelo.
– Marcelo? Que Marcelo? – a moça se voltou, surpreendida.
– Marcelo, o meu noivo. A senhora conhece ele, foi quem pintou o apartamento.
A moça só faltou morrer de vergonha:
– É mesmo, é o Marcelo! Como é que eu não reconheci! Você me desculpe, Marcelo, por favor.
No saguão, Marcelo torcia as mãos, encabulado:
– A senhora é que me desculpe, foi muita ousadia…
SABINO, Fernando. Ousadia. In: Para gostar de ler : Crônicas. São Paulo: Ática, 1981.

1) Na crônica, o conflito inicial pode ser constatado quando:


a) A moça descobre que Marcelo é o seu noivo
b) A moça descobre que um estranho pagou a sua passagem
c) A moça percebe alguém lhe perseguindo
d) A moça conversa com os amigos no apartamento.

2) Com base no texto, podemos afirmar que a moça desconheceu o próprio noivo, pois.
a) Ele estava no ônibus c) Ele era o motorista do ônibus
b) Ele era um mulato bem vestido d) Ele a perseguia.

3) O sentido global expresso na trama versa sobre:


a) O engarrafamento nas grandes cidades c) A insegurança nas cidades
b) As brigas de família d) O preconceito racial.
4) Com base na questão assinalada, justifique a sua resposta.
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5) Na frase: ‘’ A senhora é que me desculpe, foi muita ousadia…’’ a virgula entre as duas orações, causa entre
elas uma relação de:
a) Oposição b) Explicação c) Alternância d) Conclusão.

Inês de Castro
Inês de Castro (1325-1355) foi uma nobre dama da região de Castela, na Espanha. Fez parte da corte de
Constança quando esta foi a Portugal para casar com o infante Pedro, filho do rei Afonso IV. A relação amorosa
entre Pedro e Inês e sua morte cruel se tornou o mais famoso e trágico caso de amor da história portuguesa,
várias vezes recontada por escritores e poetas, entre eles, Camões (Canto III dos Lusíadas) e o prosador Fernão
Lopes.
Inês de Castro nasceu provavelmente em Monforte de Lemos, na província de Lugo, na Galícia, no ano de 1325.
Filha bastada de D. Pedro Fernandez de Castro e de Aldonza Soares de Valadares. D. Pedro de Castro era um dos
mais importantes nobres da corte de Afonso XI de Castela. Era neto do rei D. Sancho IV de Castela, como também
o era o príncipe Pedro de Portugal, portanto, Pedro e Inês eram primos.
Inês de Castro e D. Pedro
Em 1340, depois de casar-se com o príncipe D. Pedro de Portugal, por procuração, no convento de São
Francisco em Évora, em 1336, D. Constança chegou a Portugal. Em sua companhia veio parentes, criados e
pajens, entre eles, a dama de companhia Inês de Castro. D. Pedro logo se apaixonou por D. Inês. Mesmo assim, o
casamento com a presença dos noivos, foi celebrado em 24 de agosto de 1339, na Sé de Lisboa. D. Pedro não se
inibia de cortejar D. Inês de Castro.
Quando nasceu o primeiro filho de D. Pedro, D. Inês foi convidada para madrinha. De acordo com os preceitos
da Igreja Católica de então, a relação entre padrinhos era de parentesco moral e o amor entre eles era quase um
incesto, mas os encontros entre os amantes eram frequentes, iniciando-se um grande romance. Antes de
completar um ano a criança faleceu.
Em 1344, o rei D. Afonso IV, pai de D. Pedro, envia a bela Inês e sua corte para a cidade de Albuquerque na
fronteira espanhola, ficando sob a proteção de D. Teresa de Albuquerque, viúva de seu meio irmão. Mas a
distância não separou os dois apaixonados, que continuaram a se comunicar por carta. D. Constança, ciente de
tudo vivia a lamentar a triste sorte. Teve seu segundo filho, Fernando, em 1345. Em 1349 morreu de parto, logo
depois de dar a luz a sua filha Maria.
Depois da morte da mulher, D. Pedro manda buscar Inês, contrariando as ordens do pai. Instalados em Coimbra
finalmente estavam juntos. No Mosteiro de Santa Clara vive o feliz casal e é ali que nascem os seus filhos Afonso,
João, Dinis e Beatriz. Em 1351, D. Pedro solicitou ao papa que lhe concedesse dispensa para poder casar com
Inês, já que eram primos, grau de parentesco que impedia o casamento, segundo o Direito Canônico da época,
pedido este que foi recusado.
Execução de Inês de Castro
O rei Afonso IV receoso da interferência da família Castro na Política portuguesa ouvia de seus conselheiros que
havia um grande perigo para a Coroa e para o futuro próximo do país se D. Inês de Castro viesse a ser rainha. No
dia 7 de janeiro de 1355, D. Afonso cede às pressões de seus conselheiros e seguem para Santa Clara.
Aproveitando a ausência de Pedro que estava em uma caçada, os conselheiros executam D. Inês de Castro
quando esta se encontrava junto a uma fonte. Posteriormente denominada pelo poeta Camões, como “Fonte das
Lágrimas”. Segundo a tradição, as pedras do leito da fonte trazem manchas avermelhadas pelo sangue de Inês de
Castro.
A morte de Inês provocou revolta de D. Pedro contra seu pai. Aclamado rei em 1357, Pedro I começa a
perseguição aos assassinos de sua amada Inês. Com requintada malvadez, a vingança é executada nos Paços de
Santarém. Manda amarrar as vítimas em postes e ordena ao carrasco que tire de um o coração pelas costas e de
outro pelo peito. Como se ainda não bastasse, teve coragem de partir os corações, terminando sua sede de
vingança.
Em 1360, D. Pedro I assume publicamente que o casamento com Inês de Castro foi realizado em segredo antes
de sua morte. Conta a tradição que Pedro I resolve fazer uma homenagem merecida a D. Inês de Castro, rainha
de Portugal, ordenando que o corpo da amada fosse desenterrado e sentado no trono. A rainha foi coroada, e os
nobres obrigados a procederem a cerimônia do beija-mão ao cadáver sob pena de morte. Em seguida ordenou o
translado dos restos mortais de Coimbra para um dos túmulos, verdadeiras obras-primas da escultura gótica, que
mandou construir no Mosteiro de Alcobaça. D. Pedro e D. Inês estão sepultados, lado a lado, no Mosteiro de
Alcobaça.
Disponível em: https://www.ebiografia.com/ines_de_castro/
6) Após ter lido o artigo sobre Inês de Castro, você deve ter conhecido a personagem de um dos mais
fascinantes fatos históricos de Portugal, embora tenha sido real, muitas pessoas creem que esta história é
digna de uma obra literária, a seu ver, isto é equivocado ou haveria essa possibilidade? Justifique a sua
resposta.
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7) Na frase: ‘’ Em 1340, depois de casar-se com o príncipe D. Pedro de Portugal, por procuração, no convento
de São Francisco em Évora, em 1336, D. Constança chegou a Portugal.’’ Percebemos o uso de figura de
estrutura:
a) Assíndeto, pois há supressão, simultânea, de conjunções aditivas.
b) Zeugma, pois há supressão de termos expressos anteriormente.
c) Anacoluto, pois há quebra com sequência da frase.
d) Hipérbato, pois há modificação da sequência direta.

8) Na língua portuguesa há a expressão ‘’ Agora, Inês é morta’’ que indica a inutilidade de se fazer alguma
coisa, uma vez que não há mais jeito, sendo assim, podemos afirmar que ela está associada ao momento em
que:

a) ‘’O rei Afonso IV receoso da interferência da família Castro na Política portuguesa ouvia de seus
conselheiros que havia um grande perigo para a Coroa e para o futuro próximo do país se D. Inês de Castro
viesse a ser rainha.’’
b) ‘’Aproveitando a ausência de Pedro que estava em uma caçada, os conselheiros executam D. Inês de Castro
quando esta se encontrava junto a uma fonte. Posteriormente denominada pelo poeta Camões, como
“Fonte das Lágrimas’’
c) ‘’A morte de Inês provocou revolta de D. Pedro contra seu pai. Aclamado rei em 1357, Pedro I começa a
perseguição aos assassinos de sua amada Inês.’’
d) ‘’A rainha foi coroada, e os nobres obrigados a procederem a cerimônia do beija-mão ao cadáver sob pena
de morte.

9) Considerando a linguagem empregada no artigo, podemos afirmar que se trata de um texto,


predominantemente:
a) Narrativo b) Descritivo c) Expositivo d) Argumentativo.

10)Na frase ‘’ Inês de Castro (1325-1355) foi uma nobre dama da região de Castela, na Espanha. Fez parte da
corte de Constança quando esta foi a Portugal para casar com o infante Pedro, filho do rei Afonso IV’’ a falta
da vírgula antes do termo em destaque está:
a) Errada, pois a vírgula deve isolar o aposto explicativo.
b) Correta, uma vez que o uso da vírgula, nesse caso, é optativo.
c) Correta, uma vez que não se separa sujeito de predicado com vírgula
d) Errada, pois antes de conjunções subordinativas deve haver vírgula.

EXERCÍCIO INDIVIDUAL
Relatos sobre o bullying

José (nome fictício)


Estudava numa escola pequena de Copacabana. Eu nem me lembrava que perturbava um cara da minha turma,
éramos alunos do primário. Um dia, já na faculdade fomos jogar uma pelada. E lá estava o cara que eu
perturbava. Realmente não me lembrava. Do nada vem um cara e pula na primeira disputa de bola e quebra
minha perna. E ainda me deu um chute na cabeça. Fui direto para o Miguel Couto e o jogo virou uma pancadaria
que meu time acabou perdendo. A gente fazia engenharia, éramos jovens normais e o outro time era do que hoje
se chama de pitboys. Eram lutadores de jiu jitsu, surfistas e encrenqueiros.
Só soube que era ele quando com a perna quebrada urrando de dor ele veio e "bateu o tiro de meta" no meu
rosto. Perdi 5 dentes, arranhão de córnea, tive trauma craniano e uma fratura na perna. Só me lembrei do meu
agressor ao ver umas fotos antigas do Colégio Mello e Souza, mas realmente não lembrava que implicava com
ele. Não lembrava mesmo. E, se implicava, o que de tão grave pode fazer uma criança de 7 anos com outra que
justificasse uma agressão assim? Eu não era uma criança má. Já o cara que hoje anda por aí com o rosto em
outdoor é um psicopata.
Pedro Francisco
Recordo-me de um caso de 'bullying' que ocorreu comigo na infância. Estudava numa escola pública na cidade
do interior pernambucano chamada Tabira. Tinha em torno de 11 anos e sempre apanhava de alguns colegas de
turma que se mostravam valentões, bravos. E eu tinha muito medo deles, acredito que deixava transparecer isso
sem mesmo perceber. Acontece que sempre fui muito aplicado, dedicado aos estudos e tinha como melhor
amigo um garoto grandão, valentão também, porém não se metia em confusão. Ele, apesar de valentão, era meio
desligado dos estudos e sempre tirava notas baixas nas provas, então aproveitei esta deficiência dele e propus
um acordo: ele me livrava dos valentões nas brigas corriqueiras e eu o ajudava nas provas, assim conseguia
sempre me livrar das surras e os ditos 'bulls' me deixavam em paz. Até hoje me lembro desses episódios na
infância, o grupo de valentões vinha em minha direção e meu amigo, de imediato, tomava a frente e botava
todos prá correr...
Marta Serrate
Nunca mais esqueci o constrangimento e sofrimento que passei na frente dos meus colegas quando duas
professoras de matemática me insultaram e uma delas me sacudiu pelo braço só porque eu não sabia resolver o
problema no quadro negro. Esta última fez isso na frente de toda a classe e me sacudiu muitas vezes pelo braço
me fazendo chorar. Eu tinha 6 anos. Mais tarde, a segunda professora de matemática fez a mesma coisa com
palavras, me humilhando ao máximo. Resultado: nunca mais quis estudar matemática e parei de estudar no
primeiro grau.
Miriam Marcia de Moraes
Minha filha tem 10 anos, cabelos enormes e encaracolados, com muito volume. Os cabelos dela são lindos,
remetem a uma coisa meio afro e é considerado um trunfo nas passarelas, já que ela faz alguns desfiles de moda
infantil. No entanto, na escola é chamada de pulguenta, bruxa e uma série de adjetivos que a magoam
profundamente. Ela sempre me pede pra deixar que faça escova progressiva, chapinha, mas seria um erro
permitir que a maldade daqueles pestinhas retirem o seu diferencial. Até porque muitas críticas acontecem
quando ela usa algo bonito ou diferente. A mãe de uma aluna me ligou pra saber onde eu havia comprado uma
boina que a filha dela queria desesperadamente, a mesma que a menina havia chamado de "brega" e "coisa de
piranha", quando viu minha filha usando. Ser alta, magra e estilosa tem sido difícil para a minha filha. Imagine o
quanto de maldade não acontece com as crianças gordinhas ou com outras diferenças. Os professores costumam
se fazer de mortos. Acho que devia haver mais acompanhamento, especialmente durante o recreio.
O globo. Veja alguns relatos sobre o bullying, O globo. Com, 23 abr 2009. Disponível em:
https://oglobo.globo.com/sociedade/educacao/veja-aqui-outros-relatos-de-pessoas-que-sofreram-bullying-na-escola-3122758. Acesso
em: 19 nov 2017.
1) Após ter lido os relatos acerca da prática condenável do Bullying, podemos perceber que os participantes se
assemelham, por terem experiência com o bullying, entretanto há diferenças, pois:
I. No caso de José, ele era o agressor, depois tornou-se a vítima;
II. Marta serrate sofreu bullying por parte dos amigos da escola;
III. Miriam Marcia de Moraes não sofreu bullying, mas a sua filha;
IV. Pedro Francisco costumava ser agredido todos os dias.
Das alternativas enumeradas, assinale apenas aquelas que estão corretas:
a) I;II; b) II; IV; c) I;III; d) III; II.

2) O bullying é uma violência que necessita ser combatida para a segurança das crianças adolescentes, das
pessoas que apresentaram uma solução para o Bullying, podemos afirmar que apenas:
a) Marta serrate; c) Pedro Francisco;
b) José; d) Maria Marcia de Moraes

3) Dos casos de Bullying, o único que parece ter sido superado é o de:
a) Maria Serrate b) José c) Pedro Francisco d) Maria Marcia de Moraes.

4) Na frase ‘’ , o grupo de valentões vinha em minha direção e meu amigo, de imediato, tomava a frente e
botava todos prá correr...’’ o termo entre vírgulas instaura uma circunstância de:
a) Oposição; b) Modo; c) Alternância; d) Condição.

5) O uso de aspas no ultimo relato insere no contexto da história:


a) A fala dos professores; c) A fala da mãe da outra menina;
b) As zombarias dos alunos; d) A fala da vítima de Bullying.

’Horóscopo’’
Carlos Drummond de Andrade
- Telefonaram do escritório, bem. Seu chefe mandou perguntar por que você não foi trabalhar.
- E você deu o motivo?
- Não.
- Podia ter dado.
- Ora, Alfredinho, isso é motivo que se dê?
- Por que não? Se há motivo, está justificado. Sem motivo é que não cola.
- Então eu ia dizer ao seu chefe que você não trabalha hoje porque o seu horóscopo aconselha: “Fique em casa
descansando”?
- E daí, amor? Se meu signo é Touro, e se Touro acha conveniente que eu não faça nada, como é que eu vou
desobedecer a ele?
- É, mas com certeza seu chefe não é Touro, e não vai achar graça nisso.
- Ele é Áries, está ouvindo? E o dia não está para relações entre Áries e Touro. Pega aí o jornal. Faz favor de ler
com esses belos olhos cor de pervinca: “Áries - Evite rigorosamente discussões com subordinados”.
- Mas se ele evitar, não tem perigo para você.
- Ele pode evitar, sim, deve evitar. E para colaborar com ele, eu fico em casa.
- Mas se você não comparece, ele pode vir ao telefone e pegar numa discussão danada com você, dessas de sair
fogo.
- Não atendo telefone durante o dia. Não posso atender. Não vê que estou descansando, que o horóscopo me
mandou descansar? É favor não fazer rebuliço nesta casa. Amor e paz, para o descanso do guerreiro.
- Pra mim você está é com preguiça, e das bravas.
- Posso estar com preguiça, e daí? Preguiça é relaxante, restaura as energias, predispõe para o trabalho no dia
seguinte. Mas uma coisa não tem nada a ver com a outra. Se eu não faço nada hoje, não é porque estou com
preguiça. É em atenção a um mandamento superior, à mensagem que vem dos astros, você não percebe?
- Percebo, sim, mas não concordo.
- Pode se saber por que a excelentíssima não concorda com aquilo que percebe e que está devidamente
explicado?
- Pode.
- Então explica, vamos.
- Gozado, Alfredinho, até parece que para você só existem dois signos no zodíaco: Touro e Áries, você e o
patrão.
- Espera lá, você queria que eu não prestasse atenção em Touro? Áries eu li hoje por acaso, porque está ao lado
de Touro, em coluna paralela.
- Coincidência: você saber que seu chefe é Áries, e…
- É sim.
- E por que você guardou na cabeça que ele é Áries?
- Ora por quê! Ele fez anos no mês passado, amorzinho. Até contei a você que oferecemos a ele uma batedeira.
Soubemos que a mulher dele precisava de batedeira, fizemos uma vaquinha e pronto. Mas por que você diz que
para mim só existem dois signos?
- Pelo menos Sagitário você ignora.
- Como que eu ia ignorar Sagitário, se é o signo de você, minha orquídea de novembro 25?
- É, mas esqueceu de ler que o dia é propício para reuniões sociais de Sagitário, e saiba que esta sua orquídea
de novembro 25 vai reunir hoje as amigas aqui em casa. Trate de se mandar, querido.
- Sem essa! Touro me manda descansar em casa, e você me enche a casa com mulheres?
- É, Sagitário não ia fazer isso comigo! Eu já tinha harmonizado Touro com Áries!
- Pode continuar harmonizando, se for descansar em casa do Tostes, que é Virgem, eu sei, ele é nosso padrinho
de casamento. O horóscopo do Tostes recomenda prestar serviço a um amigo. Assim, Touro, Virgem, Áries e
Sagitário ficam inteiramente harmonizados, cada um na sua, um por todos, todos por um. Ande, vá se vestir
rapidinho, rapidinho, e rua, seu vagabundo!
ANDRADE, Carlos Drummond. Horóscopo.in: _______ Para gostar de ler: Crônicas.4.ed. São Paulo: Ática,1980

6) A crônica acima tem relação direta com a astrologia, ramo que estuda os signos do zodíaco e suas
denominações, com base nisso, o motivo pelo qual a personagem, Alfredinho não pode ir ao trabalho, pode ser
explicado pelo/a:
a) Desarmonia entre touro e áries naquele dia. c) Passagem de touro para áries
b) Desequilíbrio entre os astros de leão e virgem d) Entrada do sol em peixes.

7) Embora, Alfredinho tenha justificado a sua falta ao trabalho por conta do horóscopo, sua mulher duvida
disso, para ela qual seria o motivo real do marido não ir trabalhar? Justifique a sua resposta.
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8) Na frase: ‘’Touro me manda descansar em casa, e você me enche a casa com mulheres?’’ o uso da vírgula
antes da conjunção e causa uma relação de sentido de:
a) Adição b) Explicação c) Adversatividade d) Alternância.

9) Após ter assinalado a questões, justifique a sua alternativa com base no texto e nas regras gramaticais.
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10) A situação principal abordada na crônica, pode ser tida como cotidiana, pois representa:
a) As relações entre patrão e empregado c) O interesse pelo horóscopo
b) As confusões domésticas entre marido e mulher d) O gosto pelas noticias jornalísticas.

GABARITO
Exercício em sala
1. B
2. B
3. D
4. A moça desconfia da identidade do rapaz por conta de sua cor e aparência e isso o autor deixa bem claro.
5. B
6. Resposta subjetiva
7. C
8. D
9. C
10. B

Exercício individual
1. C
2. D
3. C
4. B
5. B
6. A
7. Alfredinho, para sua esposa, estava com preguiça
8. C
9. O uso da virgula antes da conjunção aditiva e causa o efeito de ressalva, podendo ser trocada por mas,
porém e etc..
10. A
9. Pontuação: outros pontos
Ponto e vírgula ( ; ) Aspas ( “ ” )
a) Utilizamos ponto e vírgula para separar os As aspas são utilizadas com as seguintes
itens de uma sequência de outros itens: finalidades:
Ex: Antes de iniciar a escrita de um texto, o autor
deve fazer-se as seguintes perguntas: a) Isolar palavras ou expressões que fogem à
norma culta, como gírias, estrangeirismos,
I- O que dizer; palavrões, neologismos, arcaísmos e expressões
II- A quem dizer; populares:
III- Como dizer; Ex: A aula do professor foi “irada”.
IV- Por que dizer; Ele me pediu um “feedback” da resposta do
V- Quais objetivos pretendo alcançar com este cliente.
texto?
b) Indicar uma citação direta:
b) Utilizamos ponto e vírgula para separar
orações coordenadas muito extensas ou orações “Ia viajar! Viajei. Trinta e quatro vezes, às
coordenadas nas quais já se tenha utilizado a pressas, bufando, com todo o sangue na face,
vírgula: desfiz e refiz a mala”. (O prazer de viajar - Eça de
Queirós)
Ex: “O rosto de tez amarelenta e feições
inexpressivas, numa quietude apática, era Ponto ( . )
pronunciadamente vultuoso, o que mais se
acentuava no fim da vida, quando a bronquite a) Indicar o final de uma frase declarativa:
crônica de que sofria desde moço se foi Ex: Gosto de sorvete de goiaba.
transformando em opressora asma cardíaca; os
lábios grossos, o inferior um tanto tenso." (O b) Separar períodos:
Visconde de Inhomerim - Visconde de Taunay) Ex: Fica mais um tempo. Ainda é cedo.

Travessão ( — ) c) Abreviar palavras:


Ex: Av. (Avenida)
a) Utilizamos o travessão para iniciar a fala de V. Ex.ª (Vossa Excelência)
um personagem no discurso direto: p. (página)
Ex: A mãe perguntou ao filho: Dr. (doutor)
— Já lavou o rosto e escovou os dentes?
Dois-pontos ( : )
b) Utilizamos o travessão para indicar mudança
do interlocutor nos diálogos: a) Iniciar fala de personagens:
Ex: O aluno respondeu:
Ex: — Filho, você já fez a sua lição de casa? – Parta agora!
— Não se preocupe, mãe, já está tudo pronto.
b) Antes de apostos ou orações apositivas,
c) Utilizamos o travessão para unir grupos de enumerações ou sequência de palavras que
palavras que indicam itinerários: explicam e/ou resumem ideias anteriores.
Ex: Disseram-me que não existe mais asfalto na Ex: Esse é o problema dos caixas eletrônicos: não
rodovia Belém—Brasília. tem ninguém para auxiliar os mais idosos.

d) Utilizamos o travessão também para substituir Anote o número do protocolo: 4254654258.


a vírgula em expressões ou frases explicativas:
Ex: Pelé — o rei do futebol — anunciou sua c) Antes de citação direta:
aposentadoria.
Ex: Como já dizia Vinícius de Morais: “Que o
amor não seja eterno posto que é chama, mas que "Uma manhã lá no Cajapió (Joca lembrava-se
seja infinito enquanto dure.” como se fora na véspera), acordara depois duma
grande tormenta no fim do verão.” (O milagre das
Reticências ( ... ) chuvas no Nordeste- Graça Aranha)

a) Indicar dúvidas ou hesitação: Ponto de Exclamação ( ! )


Sabe... andei pensando em uma coisa... mas não
é nada demais. a) Após vocativo
Ex: Ana, boa tarde!
b) Interromper uma frase incompleta
sintaticamente: b) Final de frases imperativas:
Quem sabe se tentar mais tarde... Ex: Cale-se!

c) Concluir uma frase gramaticalmente c) Após interjeição:


incompleta com a intenção de estender a reflexão: Ex: Ufa! Que alívio!
“Sua tez, alva e pura como um foco de algodão,
tingia-se nas faces duns longes cor-de-rosa...” d) Após palavras ou frases de caráter emotivo,
(Cecília - José de Alencar) expressivo:
Ex: Que pena!
d) Suprimir palavras em uma transcrição:
“Quando penso em você (...) menos a
felicidade.” (Canteiros - Raimundo Fagner) Ponto de Interrogação ( ? )

Parênteses ( ) a) Em perguntas diretas:


Ex: Quantos anos você tem?
a) Isolar palavras, frases intercaladas de caráter
explicativo, datas e também podem substituir a b) Às vezes, aparece com o ponto de exclamação
vírgula ou o travessão: para enfatizar o enunciado:
Manuel Bandeira não pôde comparecer à Ex: Não brinca, é sério?!
Semana de Arte Moderna (1922).
EXERCÍCIO EM SALA
Qual é o propósito do IPVA?
‘’Punir os mais ricos nunca foi bom para ajudar os mais pobres – serve só para acalentar o coração dos
invejosos’’
Rodrigo Constantino
O ano mal começou, o leitor ainda luta contra a ressaca da festa da virada, e já vem o guloso Leão apresentar
sua bocada: IPTU e IPVA. Confesso que é nesses momentos que mais bate aquela satisfação de não estar
morando no Brasil. Qual o propósito do IPVA? Há alguma coisa que se possa chamar de justiça nesse tributo?
O Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores, como o nome já diz, incide sobre o simples fato de o
cidadão (ou súdito) possuir um veículo automotor. É um imposto de propriedade, nada mais. No passado, quando
era ainda Taxa Rodoviária Única, era vinculado aos gastos com o sistema de transportes. Não mais. O imposto
estadual tem como objetivo apenas arrecadar mais dinheiro para os cofres do governo, uma função
exclusivamente fiscal.
Disponível em: http://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/artigos/qual-e-o-proposito-do-ipva-6krpglllvgqfealll0gjx1nsb
1) No artigo, o autor demonstra-se bastante insatisfeito com o IPVA, isso se dá, pois, conforme ele afirma:
a) É um imposto que visa tirar dos pobres e dar para os ricos;
b) É uma cobrança absurda, pelo fato de ser muito caro;
c) É algo sem a mínima noção, pois é cobrado pela posse do carro;
d) É algo feito apenas para atrapalhar as festividades.
2) No título do texto, o autor põe uma interrogação que, como recurso linguístico, serve para:
a) Fazer uma pergunta que o leitor deve responder;
b) Fazer com que o leitor reflita acerca da questão;
c) Indagar aos leitores a sua opinião sobre o assunto;
d) Introduzir argumentos que questionam o tema.

3) Na frase ‘’ já vem o guloso Leão apresentar sua bocada: IPTU e IPVA’’ o termo em destaque é:
a) Referente a um animal, cujos dentes são IPTU e IPVA.
b) Uma figura metafórica, relativa a um órgão federal;
c) Representação do povo brasileiro;
d) Relacionado às questões de trânsito.

4) No subtítulo do texto, o qual a função que exerce o uso do travessão (--) ?


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5) Na frase ‘’O imposto estadual tem como objetivo apenas arrecadar mais dinheiro para os cofres do governo,
uma função exclusivamente fiscal.’’ O uso do ponto no final, indica que se trata de uma frase declarativa, uma vez
que o autor:
a) Põe em dúvida o objetivo dos impostos; c) Explica o sentido de pagarmos o imposto;
b) Questiona o porquê de eles existirem d) Afirma que só servem para o governo.

6) No quadrinho, há um inusitado diálogo entre Deus e o Diabo, neste a temática central que está sendo
discutida é:
a) A vaidade humana; b) Os crimes praticados; c) O pecado original; d) A essência de crista.

7) Na frase do primeiro quadrinho, a vírgula que sucede a palavra ‘’ tipo’’, poderia ser substituída por:
a) Um ponto; b) Dois-pontos c) Aspas d) Parênteses.

8) Conforme a alternativa assinalada, justifique a sua resposta.


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9) No segundo quadro, ao dizer que Jesus é ‘’ pacifista’’ e que não concordaria com as suas decisões, Deus
deixa claro que não possui a mesma característica do filho, pois, ao contrário, ele é:
a) Guerreiro; b) Destemido; c) Corajoso; d) Forte.
10) Parece que, ao longo da conversa, o Diabo foi induzindo Deus a cair em suas artimanhas retóricas, isto é,
perguntas e afirmações, no entanto, quando Deus se irrita, ele utiliza a expressão ‘’ Te peguei!’’ o que no
contexto do quadrinho significa que:
a) Ele ganhou o debate; c) Ele descobriu uma verdade;
b) Ele ficou com medo de Deus; d) Ele fugiu dos argumentos.

EXERCÍCIO INDIVIDUAL
OS SETE CONTRA TEBAS: ANTÍGONA
Tebas estava dilacerada por uma guerra civil. Depois da partida de Édipo, seus filhos não chegaram a um acordo
par a dividir o trono. Primeiro, optaram por se alternar no governo. Mas, após um ano de reinado, Etéocles não
quis ceder o posto ao irmão Polinices. Este último, refugiado em Argos, decidiu voltar à frente de um exército e
tomar o poder, pela força se preciso. Aliou-se a seis outros chefes e se pôs a caminho para conquistar sua própria
cidade.
Os sete chefes lançaram o assalto, cada um diante de uma das sete portas monumentais da alta muralha de
Tebas. Polinices se encarregou da porta que o irmão defendia. Os tebanos resistiram ao cerco e acabaram
repelindo o agressor, mas, no decorrer dos combates, os dois irmãos se enfrentaram à espada e mataram um ao
outro. O povo já não sabia se devia festejar o fim da guerra ou chorar a morte do rei. Como a cidade estava
novamente sem chefe, Creonte assumiu o poder.
O novo rei começou tomando uma medida terrível para o vencido. Diante do Conselho dos Anciãos, anunciou:
"Etéocles pereceu defendendo sua cidade. Portanto, será sepultado num túmulo e enaltecido como um herói.
Quanto a seu irmão, ele agiu bem diferente: ousou tomar a ferro e fogo a cidade de seus ancestrais! O cadáver
dele será abandonado aos abutres, e exijo punição a quem me desobedecer!"
Antígona se negou a aceitar essa lei injusta. Polinices devia ser enterrado,
como Etéocles. Do contrário, não poderia ir ao encontro dos outros mortos da
família, na morada das sombras. A moça deixou a cidade às escondidas e,
aproveitando um momento de distração das sentinelas, cobriu de terra o corpo
do irmão. Encolerizado, Creonte ameaçou os guardas e mandou que vigiassem
com mais atenção os arredores.
Como, por ordem do rei, tinham descoberto o corpo de Polinices, a moça
retornou ao local onde ele se encontrava, mas dessa vez foi pega em flagrante e levada ao palácio:
"Você reconhece ter infringido a proibição de enterrar Polinices?", perguntou-lhe Creonte. "Sabe a que se
expõe?"
Antígona não se deixou impressionar. Respondeu ao rei com altivez:
"Sei que, na sua opinião, cometi um crime, e concordo em pagar por ele, mesmo que seja com a vida. Mas fique
sabendo que o que faço é um bem para os mortos. Pouco me importa a sua lei!"
Desmoralizado, Creonte quis punir essa audácia: condenou a moça a ser emparedada viva. Nada o fez voltar
atrás, nem mesmo as súplicas de seu filho Hêmon, que era noivo de Antígona. Quanto mais tentavam demovê-lo,
mais ele se mostrava intratável.
O adivinho Tirésias, no entanto, conseguiu que ele cedesse. Preveniu-o contra a cólera dos deuses: Creonte
estava indo longe demais. O rei aceitou então recuar de sua decisão. Mas já era tarde.
Quando foi ter com Antígona, encontrou-a enforcada. Seu filho, que já a vira, matou-se diante dele. O rei
abraçou o cadáver de Hêmon com toda a força e voltou para o palácio, carregando-o nos braços. Aos prantos,
amaldiçoava a si próprio. Uma triste notícia o aguardava: sua esposa, Eurídice, ao saber da morte do filho,
suicidara-se. Este último golpe do destino aniquilou Creonte.
A família de Édipo não era a única a sofrer as piores desgraças. Tebas inteira havia sido atingida por uma
maldição cuja última vítima foi Creonte.
POUZADOUX. Claude; (trad) Eduardo Brandão. Contos e lendas da mitologia grega. São Paulo: Companhia das letras, 2001
1) A obra Antígone é até hoje um dos grandes clássicos da literatura universal, uma vez que, como podemos
notar após a leitura dessa breve adaptação, aborda:
a) O direito dos homens e das mulheres; c) O amor entre os irmãos;
b) A igualdade entre as pessoas; d) A grandeza da figura feminina.

2) Na tradição Grega, o destino era uma força esmagadora representada por criaturas divinas, cujas ordens
nem mesmo os deuses poderiam desobedecer, no caso do texto, podemos afirmar que Creonte é punido pois:
a) Desafiou as forças de Zeus; c) Matou Antígone contrariando, assim, ao destino;
b) Desafiou o destino impedindo o enterro de Polínice; d) Fez-se rei sem a permissão dos deuses.

3) Ainda hoje, a figura de Antígone serve de inspiração para grupos ditos minoritários na sociedade, a saber:
feministas, afrodescendentes, etc... e isso ocorre, supostamente porque:
a) Antígone morre enforcada; c) Não se intimida diante dos deuses;
b) Ela luta pelos seus direito até o fim; d) Ela tenta enterrar o irmão.

4) O uso das aspas em alguns momentos do texto serve para:


a) Destacar alguns termos provenientes do grego; c) Inserir a fala das personagens;
b) Fazer citações de outros autores no texto; d) Isolar termos coloquiais.

5) O uso da exclamação na frase ‘’ Pouco me importa a sua lei!’’ inserindo-a dentro do contexto da história,
observamos que:
a) Antígona está com medo de Creonte; c) Ela está nervosa e entristecida;
b) Ela está em dúvida quanto as suas atitudes; d) Ela está segura e certa do que diz.

6) Após a leitura da charge, podemos observar que cada país é representado por uma personagem
característica de sua cultura no cenário mundial, observando a posição das figuras, vemos que África e a Arábia
encontram-se nos extremos da mesa, isso ocorre, pois:
a) Os dois países são adversários historicamente
reconhecidos;
b) Os dois locais estão bastante separados
geograficamente;
c) Os dois países ficam à margem do debate
econômico mundial;
d) Os dois países são tidos como os mais pobres do
mundo.

7) Observando a ignorância da Arábia em relação à ‘’opinião’’ podemos supor que:


a) Nesse país a liberdade de expressão é um direito garantido;
b) A liberdade de expressão é algo inexistente nesse local;
c) As pessoas são bastante alienadas aos veículos de massa;
d) O sultão desconhece a palavra opinião.

8) Observando a resposta e a característica de cada personagem, podemos observar que na charge as figuras
são estereotipadas, isto é,
a) Possuem características próprias a cada realidade;
b) São caracterizadas conforme o seu modo real;
c) Têm a natureza dada baseada em uma visão reduzida;
d) Sofrem a generalização por parte dos países vizinhos.
9) As personagens, ao demonstrarem que desconhecem os termos ‘’ pobreza, escassez, resto do mundo e
opinião’’ revelam quatro grandes problemas mundiais, são eles, respectivamente:
A. Educação precária, pobreza, riqueza para poucos e falta de saneamento básico.
B. Riqueza para poucos, falta de saúde, pobreza e etnocentrismo;
C. Etnocentrismo, pobreza, autoritarismo e riqueza para poucos.
D. Pobreza, riqueza para poucos, etnocentrismo e autoritarismo.

10) Na charge, a pergunta feita pelo representante africano ‘’ o que é alimentos?’’ apresenta, além dos
problemas relativos a falta de alimento,
a) A falta de educação escolar; c) Inexistência de cuidados;
b) Falta de cuidados com a saúde; d) Falta de acesso à informação.

GABARITO

Exercício em sala

1. C
2. D
3. B
4. Função de introduzir um elemento explicativo, o qual serve de complemento para a afirmação anterior.
5. D
6. C
7. B
8. Substituir a vírgula por dois-pontos não mudaria o sentido da palavra, uma vez que essa pontuação serve
para inserir termos explicativo em orações subordinadas substantivas apositivas.
9. A
10.B

Exercício individual
1. B
2. B
3. B
4. C
5. D
6. C
7. B
8. C
9. D
10.A
10. ORTOGRAFIA
A língua portuguesa, assim como todos os demais idiomas é um organismo vivo, uma vez que está disposta às
mais diversas mudanças.
Como sabemos, a língua portuguesa deriva do latim - língua falada no império romano- ao longo dos anos, a
língua latina foi se modificando, à medida que os romanos expandiam os seus territórios, dessa forma, ao
invadirem outras comunidades, os dominadores impuseram a sua língua.
Como cada grupo e pessoa tem seu modo de falar e ver o mundo, o latim ao ser utilizado pelos povos ibéricos,
celtas, proceltas, germânicos e etc... deram ao latim uma nova característica, o que veio a culminar nas línguas
neolatinas como: (Português, italiano, espanhol, francês, romeno, etc...) vejamos um texto em português escrito
em meados do século XIV:

Ai flores, ai flores do verde pino,


se sabedes novas do meu amigo! Vós me perguntardes polo voss'amado,
Ai Deus, e u é? e eu bem vos digo que é viv'e sano.
Ai Deus, e u é?
__ Ai flores, ai flores do verde ramo,
se sabedes novas do meu amado! E eu bem vos digo que é san'vivo
Ai Deus, e u é? e seera vosc'ant'o prazo saído.
Se sabedes novas do meu amigo, Ai Deus, e u é?
aquel que mentiu do que pôs comigo! E eu bem vos digo que é viv' e sano
Ai Deus, e u é? e seera vosc'ant'o prazo passado
Se sabedes novas do meu amado, Ai Deus, e u é?
aquel que mentiu do qui mi á jurado!
Ai Deus, e u é? (D. Dinis, in 'Antologia Poética')
__ Vós me perguntardes polo voss'amigo, - Ai flores, ai flores do verde pino,
e eu bem vos digo que é san'vivo.
Ai Deus, e u é?
SAIBA MAIS
Como vemos, o texto acima provoca alguma ou várias A língua portuguesa possui quatro formas
dificuldades à compreensão, pois há palavras que não são do distintas de emprego dos porquês, esse é um
vocabulário moderno, como também, há palavras que são entre tantos fatores que a ‘’ incriminam’’ de
guiadas pelas características fonéticas como: Viv (o)e; Vosc (o) ser uma língua difícil em relação a outros
ant (e) o; aquel (e) etc... idiomas, tais como o inglês, que, diz-se, que
possui apenas duas formas de termos
Para evitar esses usos regidos pelo som da língua, é que
interrogativos (Why, pergunta; Because,
agramática normativa estabelece uma norma para grafia de resposta) ou o francês (Pourquoi, pergunta;
cada palavra, mantendo assim o padrão linguístico, ao menos Parce que, resposta), entretanto, esses não
na escrita, como também o entendimento entre as pessoas. são argumentos válidos para analisar todas
Vejamos alguns casos que causam dúvidas na hora da escrita: as características de uma língua, se o
português possui quatro formas de porquês,
é pelo fato de os próprios falantes utilizarem
Emprego de J ou G:
essa expressão para várias situações:
Pergunta/ resposta; Causa e efeito;
 Nas palavras de origem árabe, africana e indígena: Pajé, substantivação, etc.., sendo assim, como a
jiboia, biju escrita não possui os recursos da fala
 Nas palavras derivadas de outras que já possuem j em seu (gestos, som, imagem) essas formas
radical: laranjeira, sujeira. possuem modos distintos, para que
possamos utilizá-las com mais precisão
 Emprega-se G:
enquanto escrevemos.
 Nas terminações- ágio, égio, ígio, ógio, úgio: prestígio,
refúgio.
Exceções: pajem, lambujem.
Emprego de X ou Ch:
 Normalmente depois do ditongo: Caixa, peixe, trouxa,
Exceções: Caucho, recauchutar, gaúcho.
 Depois de me- inicial: mexer, mexilhão.
Exceções: mecha e seus derivados.
 Depois de en inicial: enxurrada, enxaqueca.
Exceções: encher, encharcar, enchumaçar.

Emprego de S ou Z:
 Emprega-se S:
 Nos sufixos- ês, esa e isa, usadas nas palavras que indicam nacionalidade, profissão, estado social, títulos
honoríficos: Chinês, chinesa, burguês, burguesa, poetisa:
 Nos sufixos: oso e osa ( que indicam ‘’cheio de’’) usados nos adjetivos: delicioso, gelatinosa.
 Emprega-se a letra Z
 Nos sufixos ez e eza, usados para formar substantivos abstratos derivados de adjetivos: Rigidez, riqueza.

Emprego dos Porquês..


 Usa-se por que:
a) Nas frases interrogativas diretas ou indiretas
Ex: Por que você demorou tanto?/ Quero saber por que meu dinheiro vale menos?
b) Sempre que estiverem implícitas as palavras motivo ou razão:
Ex: Não sei por que (motivo) ele se ofendeu./ Eis por que (razão) não o vi.
c) Quando a expressão puder ser substituída por para que ou pelo, pela qual, pelos quais, e etc.
Ex: A estrada por que passei está esburacada.
d) Em título:
Ex: Por que as escolas estão fechadas.

 Usa-se por quê:


Quando a expressão aparecer em fim de frases, isso ocorre, pois toda palavra átona monossílaba quando posta
em fim de frase recebe o acento tônico, tornando-se, assim, oxítona.
Ex: Ele não virá por quê?
 Usa-se porque:
Quando a expressão é equivalente à conjunção coordenativa explicativa, pois.
Ex: Não responda, porque está errado!/ Por que está irritado? Porque você é um chato!
 Usa-se porquê:
Quando a expressão é substantivada, ou seja, quando é antecedida por um artigo
‘’Precisamos compreender os porquês da vida.’’

Emprego de há ou a
Emprega-se há:
Quando se trata de tempo passado: Não o encontro há muito tempo.
Quando se trata da forma do verbo haver: Há um texto interessante na internet.

Emprega-se a
Quando se trata de tempo futuro: a 15 minutos para o fim da aula, ela saiu.
Quando se trata de distâncias: O posto fica a 30 metros daqui.
Emprego de em vez de ou ao invés de. Em vez de, pode ser utilizado nos dois casos,
Em vez de: possui o mesmo sentido de no lugar de tanto substituindo a expressão: em lugar de,
Ex: Em vez de estudar, fica brincando. quanto com o sentido de oposição.
Ao invés de: possui o sentido de contrariedade.
Ex: Você deveria sair, ao invés de ficar discutindo. Ao invés de é relativo apenas a ideia contrária.

EXERCÍCIO EM SALA

1) Na imagem acima, o menino reclama com o homem por ele ter deixado cair o papel no chão, isso sugere que
o quadrinho busca:
a) Conscientizar as pessoas sobre o consumo de comidas industrializadas.
b) Fazer com que as pessoas se sensibilizem com as crianças de rua;
c) Demonstrar o quão é importante cuidarmos do meio ambiente.
d) Dar uma lição de cidadania àqueles que infligem às leis.

2) Quando o homem pergunta por que o menino não cuida da própria vida, ele responde que está cuidando, o
que isso quer dizer?
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3) No texto, a expressão: coroa, está sendo empregado com o sentido de:


A. Acessório utilizado pelos reis e rainhas;
B. Pessoa de idade elevada;
C. Mulher jovem;
D. Peça que compõe as engrenagens de uma bicicleta.

4) O uso do porquê na pergunta do homem está sendo feito conforme as normas gramaticais?
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5) Se pudéssemos substituir essa forma de expressar o porquê, a mais correta seria:


a) Porque (da mesma forma) c) Por que;
b) Por quê; d) Porquê.
6) O poema acima foi publicado nas redes sociais. Nesses meios são frequentes os erros de ortografia, sintaxe,
fonologia, etc. e isso resulta no que conhecemos por: internetês, isto é, a linguagem da internet, a qual se difere
das normas escritas tradicionais, por ser mais informal ou por falta de conhecimento dos internautas?
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7) Você acredita que o uso da linguagem formal deixaria a internet mais interessante, ou seria mais cansativo e
incômodo para os internautas terem de pensar nas regras gramaticais sempre que tivessem de postar alguma
coisa nas redes?
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8) O texto acima possui erros visíveis, no entanto os mais frequentes são:


a) Concordância nominal e verbal; c) Ambiguidades e redundâncias;
b) Acentuação, pontuação e ortografia; d) Uso indevido de pronomes e numerais.
e)

9) Considere os termos ‘’ conplicado’’ e ‘’ nimguem’’ quais os erros podem ser detectados nessa escrita?
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10) Embora simples e ingênuo, o poema em questão transmite uma situação de:
a) Desilusão amorosa; c) Lamento por perder algo;
b) Falta de dinheiro; d) Reflexão sobre a vida.

EXERCÍCIO INDIVIDUAL
A xacina do testo
ROBERTO POMPEU DE TOLEDO
‘’Apezar da xuva, muita jente esteve prezente ao ezersisio de jinastica qe teve lugar no colejio. Omens,
mulheres e criansas no fim cantaram o Ino Nasional. Ouve pesoas qe ate xoraram de emosão cuando a festa
terminou. Oje qem qiser pode asistir a nova aprezentasão.’’
A impressão é de escombros do que foi outrora a língua portuguesa em sua forma escrita. Como se tivesse sido
atingida por uma bomba e alguns destroços irreconhecíveis houvessem sido resgatados da hecatombe. A
comparação não é absurda. Tem o efeito de uma bomba a radical reforma ortográfica defendida pelo site
Simplificando a Ortografia (simplificandoaortografia.com), criado pelo professor de português Ernani Pimentel.
Sua proposta é acabar com letras que não se pronunciam, como o “H” no início de certas palavras e o “U” que se
segue ao “Q” em “quintal” e “querido”, assim como a duplicidade de representação do mesmo som em “S” e “Z”,
“SS” e “Ç” ou “G” e “J”.
Não é uma proposta inovadora. Para citar uma das que já se apresentaram com espírito semelhante no
passado, o general Bertoldo Klinger, figura preeminente da Era Vargas, não só formulou a sua como a praticou –
ele grafava seus textos segundo as regras que inventou. O general (aliás, jeneral) Klinger, em quem o reformador
da língua escrita se misturava ao reformador do povo brasileiro, explicava: “Ortografia é lojica. Lojica é ordem.
Sem ordem não a nasão. Logo, não a nasão sem ortografia lojica”.[...]
Disponível em: https://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/8216-a-xacina-do-testo-8217-de-roberto-pompeu-de-toledo/

1) Este é um pequeno excerto de um artigo de opinião da Revista Veja, nele vemos que a discussão paira em
torno da ortografia. No inicio do texto o autor utiliza uma série de palavras foras das normas gramaticais e isso é
feito, para:
a) Demonstrar que não domina as regras ortográficas;
b) Exibir a sua nova forma de ortografia;
c) Exemplificar uma nova proposta ortográfica;
d) Abordar os erros de ortografia presentes na internet.

2) Na frase ‘’ A impressão é de escombros do que foi outrora a língua portuguesa’’ o termo em destaque possui
o sentido de:
a) Tempo futuro; b) Lugar; c) Tempo passado; d) Modo.

3) A nova proposta do autor, Hernani Pimentel visa retirar do português as letras que não são pronunciadas, tais
como: H, SS, Z, etc. sendo assim, por que isso acontece?
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4) Redija as palavras ‘’ apezar, xuva, jente, prezente, ezersisio, conforme as normas do acordo ortográfico
tradicional.
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5) Na frase ‘’ Sem ordem não a nasão. Logo, não a nasão sem ortografia lojica’’ o uso do a está correto?
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6) No quadrinho, o senhor Manuel dá sonhos ao menino por que sentiu:


a) Compaixão; b) Angústia; c) Náuseas; d) Languidez.

7) No texto, a palavra sonho possui mais de um sentido, ela é, pois,


a) Sinônima b) Antônima. c) Polissêmica; d) Hiperônima.

8) Com base na resposta assinalada, justifique a sua resposta.


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9) No último balão, o menino diz que tem gente que diz que não se pode viver de sonhos. No contexto da frase
essa afirmação significa que:
a) Não se pode viver de ilusões; c) Os sonhos alimentam muito bem;
b) Quem vive sonhando foge à realidade; d) Os sonhos alimentam a alma.

10) Ainda sobre a mesma frase, o verbo ter é utilizado como impessoal, isto é, não relacionado às 3 pessoas do
discurso, dessa forma, o quadrinho está indo contra as regras gramaticais, pois o mais adequado nesse caso seria
utilizar:
a) A; b) Há; c) À; d) Á.

GABARITO
Exercício em sala
1. C
2. Que o mundo é parte de sua vida, portanto é preciso preservá-lo.
3. B
4. Não, pois está sendo empregado na forma conjuntiva, isto é, com o valor de pois, quando o que se
subentende é motivo ou razão.
5. C
6. Geralmente, por que as redes sociais são ambientes de descontração, fato este que o torna mais informal,
embora em alguns casos percebamos a falta de domínio gramatical por parte dos internautas.
7. Resposta subjetiva.
8. B
9. O uso de N antes de P e M antes de G.
10.A.

Exercício individual
1. C
2. C
3. Possivelmente, por que o autor entende que muitos desses usos ortográficos são desnecessários, no entanto
ele não percebe que uma mudança tão brusca como essa descaracterizaria o sistema escrito, uma vez que este
deveria adequar-se à fala, essa que em diferentes regiões possui as suas peculiaridades fonéticas, dessa forma, se
levássemos em consideração esta regra, o termo Mesmo seria grafado com /s/ no Rio grande do Sul e com /x/ no
Rio de janeiro e Recife, ficando, assim: Mexmo.
4. Apesar; Chuva; presente; exercício;
5. Não, pois o correto seria utilizar o verbo haver flexionado na terceira pessoa do singular. Há.
6. A
7. C
8. O termo sonho possui vários sentidos no texto, são eles: desejo; comida e o próprio ato de sonhar.
9. C
10.B
11. Acentuação
Quando ouvimos alguém cantando ou falando em uma língua estrangeira que não conhecemos, a sensação que
temos é de que o som que está sendo emitido por essa pessoa não passa de uma série de palavras amontoadas e
sem nexo, isso ocorre por que desconhecemos o sistema fonético dessa língua, por isso não conseguimos
apreender o que está sendo dito; já no campo escrito as coisas não são nada diferentes, por exemplo, a palavra
ginocchio é italiana e em português significa joelho, no entanto a sua pronuncia para nós é um tanto complexa,
pois ch não possui o som de /x/ como em português, mas de /k/, como em quebrado, cunhado, etc.
Sendo assim, a compreensão do som das palavras é uma forma de reconhecermos o seu significado, na escrita,
mesmo na do nosso idioma, algumas vezes, são provocadas confusões tanto pela falta de domínio da sintaxe,
bem como pelas questões de acentuação. Como nos exemplos:

a) Ele esta falando muito alto


b) Ele estar falando muito alto
c) Ele está falando muito alto.

Na primeira frase, temos um erro típico de troca do verbo estar conjugado na terceira pessoa do singular,
pelo pronome demonstrativo, o que pode gerar sérios problemas à compreensão, pois ele esta o quê?, a frase é
completamente ilógica, na segunda frase, a forma infinitiva não conjugada na terceira pessoa do singular também
obscurece o sentido da oração, pois estar deve ser acompanhado por um verbo auxiliar, formando assim ‘’ele vai
estar...’’ das três a única correta é a ultima pois o verbo está corretamente acentuado e conjugado.
Dito isso, vejamos as regras de acentuação gráfica:

1. Acentuam-se os monossílabos tônicos terminados em a(s); e(s); o (s) e em ditongos abertos éi (s) éu (s) e ói
(s)
Vá – vás; Véu
SAIBA MAIS
Pé – pés; véus;
Pó – pós; Mói – móis Monossílabos tônicos são palavras que
Méis; possuem uma única sílaba e sobre a qual
recai um acento tônico.
2. Acentuam-se as palavras oxítonas terminadas em a(s);
e(s); o(s) e em (ens) e nos ditongos abertos éi(s),éu (s), ói (s): Todos os monossílabos tônicos possuem um
Café; amapá; vocês; armazéns; heróis, paletós; bebês significado próprio, diferentemente, os
monossílabos átonos necessitam de outras
3. Acentuam-se as paroxítonas terminadas em l, n, r, x, ã (s), palavras para terem o seu sentido
ão (s), i (s), ei (s) um (uns) us, ps. complementado.

Exemplo fé, pé, cá: monossílabos tônicos;


Dócil; hífen; açúcar; ônix; imã (s); órfão (s); júri (s) jóquei (s);
Álbum; Álbuns; Vírus; Bíceps. Lhe, me, te, se, o. monossílabos átonos.

4. Acentuam-se todas as palavras proparoxítonas: Paroxítonas são as palavras cujas sílabas


Lâmpada; cédula; público. tônicas recaem na penúltima sílaba: Ca-va-
lo
5. Acentuam-se as vogais i e u tônicas dos hiatos, seguidas Proparoxítonas são palavras cujas sílabas
ou não de s nas palavras oxítonas e paroxítonas: tônicas recaem na antepenúltima sílaba-
Aí; baú; sanduíche;graúdo; país. Lâm- pa-da.

Exceções: Quando seguida de nh na sílaba seguinte, a vogal i Oxítonas são palavras cujas sílaba tônica
tônica não é acentuada: Rainha, bainha, tainha. recai na última sílaba: Chinês.

EXERCÍCIO EM SALA
1) No quadrinho, as personagens tratam das regras de acentuação gráfica, do novo acordo ortográfico, no
entanto, uma das personagens parece não ter compreendido bem o modo como isso se dá, por quê?
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2) A expressão, ‘’ cruzes” no quadrinho indica:


a) Medo; b) Surpresa; c) Raiva; d) Alegria.

3) Ao tentar explicar as novas regras de acentuação, a personagem do Vândalo conseguiu fazer com que seu
amigo lhe entendesse?
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4) O termo Vândalo deve receber o acento, pois trata-se:


a) De um monossílabo tônico c) De uma palavra oxítona;
b) De uma palavra paroxítona; d) De uma palavra proparoxítona.

5) Os termos feiura e feiúria quando falados parecem não provocar diferença alguma, pois:
a) Na fala não se acentuam foneticamente as palavras;
b) Os acentos tônicos são restritos à escrita;
c) A acentuação gráfica só pode ser percebida na escrita;
d) Palavras paroxítonas não mudam quando faladas.

Disponível em: http://www.sensacionalista.com.br/2017/01/25/10-avisos-de-condominio-que-parecem-coisa-do-sensacionalista/

6) No texto acima, temos um gênero frequente em organizações públicas, particulares ou grupos, é ele:
a) Propaganda; b) Artigo; c) Cartoom; d) Aviso.
7) No texto, podemos ver que o seu autor utilizou um português bastante formal, que elementos nos
comprovam isso?
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8) Embora seja um texto bastante forma, parece-nos que o autor exagerou no tom, uma vez que utilizou uma
palavra pouco utilizada na língua portuguesa atual, identifique-a.
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9) No texto, a palavra comportamento possui o sentido de:


a) Atitude humana; b) Aglomeração; c) Possessão; d) Retenção.

10) No texto, as palavras administração e compreensão, são:


a) Paroxítonas; b) Proparoxítonas; c) Oxítonas; d) Dissílabas.

EXERCÍCIO INDIVIDUAL
SONETO INGLÊS N. 1
(Manuel Bandeira)
Quando a morte cerrar meus olhos duros
- Duros de tantos vãos padecimentos,
Que pensarão teus peitos imaturos
Da minha dor de todos os momentos?

Vejo-te agora alheia, e tão distante:


Mais que distante - isenta. E bem prevejo,
Desde já bem prevejo o exato instante
Em que de outro será não teu desejo,

Que o não terás, porém teu abandono,


Tua nudez! Um dia hei de ir embora
Adormecer no derradeiro sono.
Um dia chorarás... Que importa? Chora.

Então eu sentirei muito mais perto


De mim feliz, teu coração incerto.
BANDEIRA, M. Estrela da Vida Inteira: poesias reunidas; [s.l]:José Olímpio, 1986.

1) No poema, o eu-lírico parece exprimir um desejo de morte, pois:


a) Quer sumir do mundo; c) Quer sofrer um castigo;
b) Quer entrar para história; d) Quer ser lembrado por alguém.

2) No primeiro verso do poema, temos uma série de palavras dissílabas, isto é, que possuem apenas duas
sílabas, dessa forma, é possível afirmarmos que todas são:
a) Paroxítonas, exceto cerra. c) Oxítonas;
b) Proparoxítonas d) Monossílabas.

3) Na segunda estrofe, o termo isenta, sugere que a mulher está:


a) Feliz; b) Ausente; c) Presente; d) Perdida.
4) Na terceira estrofe, no verso ‘’ Que o não terás, porém teu abandono, ‘’ o termo em destaque pode ser
considerado um monossílabo tônico?
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5) Na frase ‘’ ! Um dia hei de ir embora /Adormecer no derradeiro sono. ‘’ isto quer dizer:
a) Que ele dormirá muito; c) Que ele a esquecerá;
b) Que ele deixará de viver; d) Que ele se tornará só.

6) No texto acima temos um pensamento do Filósofo Friedrich Nietzsche, representante da escola filosófica do
século XIX tida como independente, isto é, livre de outras doutrinas filosóficas, entretanto, o próprio Nietzsche
pregou em suas obras a necessidade de o homem se responsabilizar pelos seus atos, ir além dos limites e etc,
Nesse sentido, como podemos encontrar traços de seu pensamento no texto acima?
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7) Na frase ‘’ Eu nãos ei o que quero ser’’ temos um exemplo de alguém:


a) Responsável; b) Irresponsável; c) Indeciso; d) Inconsequente.

8) Na frase ‘’ mas sei muito bem o que não quero me tornar’’ a conjunção em destaque promove uma relação
de:
a) Causa e efeito; b) Concessão; c) Condição; d) Oposição.

9) O termo ‘’ Não’’ pode ser considerado um monossílabo tônico, por quê?


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10) Sobre o texto, é possível afirmar que:


a) Todas as suas palavras são oxítonas; c) Todas são paroxítonas exceto o termo não
b) Todas são proparoxítonas exceto o termo Não; d) Os termos não, mas, tornar e bem, são oxítonos.

Gabarito
Exercícios em sala
1. Por conta dos termos complexos utilizados pela gramatica normativa;
2. B
3. Não.
4. D
5. C
6. D
7. Comportamento; patamares comuns, etc.
8. Sujidade.
9. B
10.C
Exercício individual
1. D
2. A
3. B
4. Não, pois o termo o trata-se de um pronome oblíquo átono, de modo que não possui
significado autônomo, e, por conseguinte, não é um monossílabo tônico, mas um
monossílabo átono.
5. B
6. Quando na frase encontramos um pensamento de alguém que não sabe o que quer ser
, há a demonstração da imperfeição humana, em contrapartida, quando há a frase ‘’mas sei
o que não quero me tornar’’ isto representa a capacidade de ordenar-se, de ser dono de si
mesmo.
7. C
8. D
9. Sim, pois possui um acento tônico, segundo, por que possui significado próprio, isto é,
é um advérbio de negação.
10. D

REFERÊNCIAS
CEREJA, Wiliam; COCHAR, Tereza. Gramática reflexiva.3.ed. São Paulo: Atual,2009
OLIVEIRA, Ana Tereza Pinto de. Manual compacto de redação e estilo: teoria e

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