Você está na página 1de 79

CURSO TÉCNICO EM MECÂNICA

DISCIPLINA:
FUNDAMENTOS
DE MECÂNICA

PROFESSOR: VINICIUS WITTIG VIANNA


INTRODUÇÃO

DESENHO
MECÂNICO:
RESUMO
2
GEOMETRIA DESCRITIVA

Segundo Rodrigues, et al. (2015), a geometria descritiva é uma


área de estudo da matemática e tem como objetivo a
representação de objetos tridimensionais em um plano
bidimensional.

Ela possui a capacidade de fornecer noções para visualizar e


compreender as situações espaciais de um objeto, o qual toda
a teoria do Desenho Técnico Moderno está fundamentada.

3
GEOMETRIA DESCRITIVA

O desenho técnico é a
única forma eficiente e
segura de transmitir
ideias e soluções para os
projetos de qualquer ramo
das engenharias.

4
CLASSIFICAÇÕES DO DESENHO TÉCNICO

1. Quanto ao aspecto geométrico (veremos detalhadamente);

2. Quanto ao grau de elaboração (veremos detalhadamente);

3. Quanto ao grau de pormenorização (se desenho de componente,


conjunto ou detalhe);

4. Quanto ao material utilizado para fazer o desenho (se lápis, giz, carvão,
etc);

5. Quanto à técnica de execução do desenho (se executado manualmente


ou com auxílio de instrumento - computador);

6. Quanto ao modo de obtenção (se original ou cópia).

5
CLASSIFICAÇÃO PELO ASPECTO GEOMÉTRICO

• Desenho Projetivo – Desenho resultante de projeções do objeto sobre


um ou mais planos que fazem coincidir com o próprio desenho,
compreendendo:

1. Vistas ortográficas: figuras resultantes de projeções ortogonais, sobre


planos convenientemente escolhidos, de modo a representar, com
exatidão, a forma do mesmo com seus detalhes.

2. Perspectivas: figuras resultantes de projeção isométrica ou cônica,


sobre um único plano, com a finalidade de permitir uma percepção
mais fácil da forma do objeto.

6
CLASSIFICAÇÃO PELO ASPECTO GEOMÉTRICO

• Desenho Não Projetivo – Desenhos não subordinados à


correspondência, por meio de projeção, entre as figuras que constituem
e o que é por ele representado, compreendendo uma variedade de
representações gráficas, tais como:
1. Diagramas: desenhos nos quais valores funcionais são representados em um sistema de
coordenadas.

2. Esquema: figura que representa não a forma dos objetos, mas as suas relações e funções.

3. Fluxogramas: representação gráfica de uma sequência de operações.

4. Organograma: quadro geométrico que representa os níveis hierárquicos de uma


organização, ou de um serviço, e que indica os arranjos e as inter-relações de suas unidades
constitutivas.

5. Gráfico: Representado por desenho ou figuras geométricas. É um conjunto finito de pontos


e de segmentos de linhas que unem pontos distintos.

7
CLASSIFICAÇÃO PELO GRAU DE ELABORAÇÃO

1. Esboço: representação gráfica aplicada habitualmente aos estágios


iniciais de elaboração de um projeto, podendo, entretanto, servir ainda
à representação de elementos existentes ou à execução de obras.

2. Desenho preliminar: representação gráfica empregada nos estágios


iniciais da elaboração do projeto, sujeita, ainda, a alterações e que
corresponde ao anteprojeto.

3. Croqui: desenho não obrigatoriamente em escala, confeccionado


normalmente à mão livre e contendo todas as informações necessárias
à sua finalidade.

4. Desenho definitivo: desenho integrante da solução final do projeto,


contendo os elementos necessários à sua compreensão.

8
CLASSIFICAÇÃO PELO GRAU DE ELABORAÇÃO

1. QUAL A DIFERENÇA DE UM
DESENHO ARTÍSTICO PARA
UM DESENHO TÉCNICO?
2. O QUE É UM PROJETO?
3. POR QUÊ, ENTÃO,
PRECISAMOS DE UM
PROJETO?

9
DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS INDUSTRIAIS

10
DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS INDUSTRIAIS

11
PRINCIPAIS NORMAS TÉCNICAS

• NBR 10647: Desenho técnico - norma geral.


• NBR 10068: Folha de desenho - leiaute e dimensões.
• NBR 10582: Apresentação da folha para desenho técnico.
• NBR 13142: Desenho técnico - dobramento de cópias.
• NBR 8402: Execução de caracteres para escrita em desenhos técnicos.
• NBR 8403: Aplicação de linhas em desenhos - tipos de linhas - larguras das linhas.
• NBR 10067: Princípios gerais de representação em desenho técnico.
• NBR 8196: Desenho técnico - representação de escalas.
• NBR 12298: Representação de área de corte por meio de hachuras em desenho técnico.
• NBR 10126: Cotagem em desenho técnico.
• NBR 8404: Indicação do estado de superfície em desenhos técnicos.
• NBR 6158: Sistema de tolerância e ajustes.
• NBR ISO 2768-1: Tolerâncias gerais. Parte 1: Tolerâncias para dimensões lineares e angulares sem
indicação de tolerância individual.
• NBR ISO 2769-2: Tolerâncias gerais. Parte 2: Tolerâncias geométricas para elementos sem indicação de
tolerância individual.

12
TAMANHOS PADRONIZADOS DE FOLHAS

Tamanhos A0 > A1 > A2 > A3 > A4 > A5 (mais comuns).

Fonte: ABNT NBR 10068 - Folha de desenho: layout e dimensões.

13
TAMANHOS PADRONIZADOS DE FOLHAS

Tamanhos A0 > A1 > A2 > A3 > A4 > A5 (mais comuns).

Fonte: ABNT NBR 10068 - Folha de desenho: layout e dimensões.

14
ELEMENTOS DA FOLHA: DIMENSÕES DAS MARGENS

Fonte: ABNT NBR 10068 - Folha de desenho: layout e dimensões.

15
LAYOUT DA FOLHA

16
DIMENSÕES DA LEGENDA

• A posição da legenda deve estar dentro do quadro para


desenho de tal forma que contenha as identificações do
desenho;
• Deve estar situada sempre no canto inferior direito;
• Deve ter 178 mm de comprimento, nos formatos A4, A3 e
A2, e 175 mm nos formatos A1 e A0;
• Não há restrições quanto à altura, uma vez que depende da
quantidade de informações na legenda.

Fonte: ABNT NBR 10068 - Folha de desenho: layout e dimensões.

17
INFORMAÇÕES DA LEGENDA

• Deve conter, no mínimo, as seguintes informações:

A. Designação da firma;
B. Projetista, desenhista ou outro, responsável pelo conteúdo do desenho;
C. Local, data e assinatura;
D. Nome e localização do projeto;
E. Conteúdo do desenho;
F. Escala (conforme NBR 8196);
G. Número do desenho;
H. Designação da revisão;
I. Indicação do método de projeção (conforme NBR 10067);
J. Unidade utilizada no desenho conforme a NBR 10126.

Fonte: ABNT NBR 10582 - Apresentação da folha para desenho.

18
APLICAÇÃO DE LINHAS BÁSICAS

• Linha contínua larga:


Contornos visíveis.
• Linha contínua estreita:
Cotas, chamadas, hachuras e centro
(curta).
• Linha tracejada (estreita ou larga):
Contornos não visíveis.
• Linha traço e ponto estreita: . . .
Centro e simetria.
• Linha traço e ponto estreita (larga
nas extremidades): . . .
Plano de corte.

Fonte: ABNT NBR 8403 - Aplicação de linhas em desenhos.

19
PROJEÇÃO ORTOGRÁFICA (OU ORTOGONAL)

A projeção ortográfica é uma forma de representar


graficamente objetos tridimensionais em superfícies planas,
de modo a transmitir suas características com precisão e
demonstrar sua verdadeira grandeza.
 São, basicamente, três elementos:
1. Modelo,
2. Observador,
3. Plano de projeção.

20
O MODELO

É o objeto a ser representado em projeção ortográfica.


Qualquer objeto pode ser tomado como modelo.

21
O OBSERVADOR

É a pessoa que vê, analisa, imagina ou desenha o modelo.

22
O PLANO DE PROJEÇÃO

É a superfície onde se projeta o modelo. A tela de cinema é um


bom exemplo de plano de projeção.

23
PROJEÇÃO ORTOGRÁFICA NA PRÁTICA

24
PROJEÇÃO ORTOGRÁFICA NA PRÁTICA

25
DETALHES DOS PLANOS DE PROJEÇÃO

Tais planos sevem para dividir um espaço 3D em 4 partes,


denominadas diedros.
Os diedros são os possíveis locais imaginários onde o modelo
pode estar inserido e, consequentemente, suas faces serão
projetadas nos referidos planos de projeção.

26
CONSTRUÇÃO DO DESENHO

Peça em perspectiva isométrica Épura (projeções ortográficas


posicionada no 1° diedro. desenhadas).

27
COMPARAÇÃO (1º e 3º DIEDRO)

28
SIMBOLOGIA NA LEGENDA (1º e 3º DIEDRO)

29
COTAGEM

É a representação gráfica no desenho da característica do


elemento, através de linhas, símbolos, notas e valor numérico
numa unidade de medida.

30
COTAGEM

As cotas são compostas por:

A. Linha auxiliar,

B. Linha de cota,

C. Limite da linha de cota,

D. Cota, propriamente dita.

Fontes: ABNT NBR 8403 - Aplicação de linhas em desenhos;


ABNT NBR 10126 - Cotagem em desenho técnico.

31
COTAGEM: COMO DESENHAR

A seta é desenhada com linhas curtas formando ângulos de


15°. A seta pode ser aberta, ou fechada preenchida:

Fontes: ABNT NBR 8403 - Aplicação de linhas em desenhos;


ABNT NBR 10126 - Cotagem em desenho técnico.

32
COTAGEM: COMO DESENHAR

Fontes: ABNT NBR 8403 - Aplicação de linhas em desenhos;


ABNT NBR 10126 - Cotagem em desenho técnico.

33
COTAGEM: SÍMBOLOS DE INFORMAÇÃO

• Os símbolos são usados com cotas para mostrar a identificação das


formas e melhorar a interpretação de desenho.

• Os símbolos de diâmetro e de quadrado podem ser omitidos quando a


forma for claramente indicada.

• Os símbolos devem preceder à cota.

Fonte: ABNT NBR 10126 - Cotagem em desenho técnico.

34
COTAGEM: SÍMBOLOS DE INFORMAÇÃO

Fonte: ABNT NBR 10126 - Cotagem em desenho técnico.

35
COTAGEM: SÍMBOLOS DE INFORMAÇÃO

Fonte: ABNT NBR 10126 - Cotagem em desenho técnico.

36
COTAGEM: BOAS PRÁTICAS

• Nos desenhos abaixo, qual opção de cotagem você julgaria a


mais correta?

37
COTAGEM: BOAS PRÁTICAS

• Não devem ficar, nem muito próximas, nem muito afastadas


do desenho.
• Usar espaço suficiente para escrever o valor da cota (entre 7
a 15 mm).

Fonte: ABNT NBR 10126 - Cotagem em desenho técnico.

38
COTAGEM: BOAS PRÁTICAS

• Nos desenhos abaixo, em quais situações você utilizaria as


seguintes cotas? (Dica: uma delas está errada)

39
COTAGEM: BOAS PRÁTICAS

• A cotagem deve ser feita de preferência fora da vista, sendo,


porém, em alguns casos, aceitável cotar-se internamente.

Fonte: ABNT NBR 10126 - Cotagem em desenho técnico.

40
COTAGEM: BOAS PRÁTICAS

• Qual exemplo, abaixo, está correto? Por quê?

41
COTAGEM: BOAS PRÁTICAS

• Procurar indicar as cotas sempre alinhadas:

Fonte: ABNT NBR 10126 - Cotagem em desenho técnico.

42
COTAGEM: BOAS PRÁTICAS

• Qual exemplo, abaixo, está correto? Por quê?

43
COTAGEM: BOAS PRÁTICAS

• Procurar evitar interceptação de linhas auxiliares de


diferentes cotas:

Fonte: ABNT NBR 10126 - Cotagem em desenho técnico.

44
COTAGEM: BOAS PRÁTICAS

• Na peça abaixo, de que forma você faria a cotagem de


distanciamento dos furos?

45
COTAGEM: BOAS PRÁTICAS

• A localização de detalhes circulares será sempre feita em


função do seu centro:

Fonte: ABNT NBR 10126 - Cotagem em desenho técnico.

46
TOLERÂNCIA DIMENSIONAL

Percebam que é possível utilizar as cotas como informação para


os limites aceitáveis nas dimensões (+ acima de, - abaixo de):

47
TOLERÂNCIA DIMENSIONAL E GEOMÉTRICA

Aconselho a leitura das normas:

NBR 2768 – Tolerâncias gerais;


NBR 6158 – Sistema de tolerância e ajustes;
NBR 6409 – Tolerâncias geométricas.

Ambas disponíveis no link do Google Drive (Portal AVA,


Atividade 2)

48
COTAGEM: BOAS PRÁTICAS

• Os raios de arcos são cotados interna ou externamente, de


acordo com o espaço disponível:

Fonte: ABNT NBR 10126 - Cotagem em desenho técnico.

49
ESCALAS

Nem sempre será possível representar os objetos em suas


verdadeiras grandezas...

50
ESCALAS

• ESCALA 1:1 (escala natural):


É utilizada para a representação de pequenas peças e objetos.

• ESCALA X:1 (escala de ampliação (onde X > 1)):


É utilizada para a representação de detalhes de peças muito pequenas.

• ESCALA 1:X (escala de redução (onde X > 1)):


É utilizada na maior parte dos desenhos, em plantas, mapas, fotografias.

Fonte: ABNT NBR 8196: Desenho técnico - representação de escalas.

51
ESCALAS

Em outras palavras, escala significa quantas vezes (maior ou


menor) estamos representando um objeto real.
Podemos calcular essas relações, basta que tenhamos, no
mínimo, duas das três informações:

𝒅𝒅
𝑬𝑬 =
𝑫𝑫
Onde:
"E" (escala), "d" (medida do desenho), "D" (medida real).

Fonte: ABNT NBR 8196: Desenho técnico - representação de escalas.

52
ESCALAS (EXEMPLOS)

Imaginem situações onde tenham que encontrar: o tamanho


do desenho, ou o tamanho da peça, ou a escala que foi
utilizada...

53
ESCALAS: IMPORTANTE!

A cota sempre apresenta a medida real do desenho,


independente da escala que foi utilizada (ampliação ou
redução).

Fonte: ABNT NBR 8196: Desenho técnico - representação de escalas.

54
CORTES E SEÇÕES

Dependendo da complexidade do componente mecânico a ser


desenhado, sua representação pode ficar prejudicada.

Imagine: Utilizar todas as normas vistas até o momento em um


desenho com vários detalhes internos e externos. Ficaria bem
trabalhoso de interpretá-lo.

55
CORTES

Repare esta válvula gaveta (foto) e sua projeção ortográfica


frontal:

56
CORTES

Agora, perceba a diferença, quando aplicado o corte na mesma


projeção frontal:

57
CORTES E SEÇÕES

 Corte é o procedimento de analisar e desenhar um


componente qualquer, de modo que uma "faca imaginária”
tivesse, literalmente, cortado o material em um plano ou
direção qualquer.

 Mas por que isso faz sentido?


 Justamente pelo fato de melhor representar detalhes
internos de componentes complexos.

58
CORTES: COMO REALIZAR

As figuras abaixo representam o procedimento para realizar um


corte:
1. Estabelecer um plano de corte (de acordo com o tipo de
corte).
2. Desenhar a projeção ortográfica já com o corte.

59
CORTES: COMO REALIZAR

• À esquerda: peça no 1° diedro (já com o corte).


• À direita: a mesma peça representada na vista frontal
(projeção ortográfica).

60
CORTES: COMO REALIZAR

• A linha traço-ponto
(com traços largos nas
extremidades) é
utilizada para identificar
o plano de corte.

• O corte, em si, pode ser


representado em
apenas uma das vistas
ortográficas (desenho
da direita).

61
CORTES: TIPOS DE CORTES

Corte Total Corte Parcial

Corte em Desvio Meio-corte

Corte Composto

62
CORTES E SEÇÕES: HACHURAS

As hachuras são formadas por linhas inclinadas em 45° em


relação ás linhas principais do contorno ou eixo de simetria.

Elas representam as partes da peça interceptadas pelo plano


de corte.

O aspecto da hachura pode representar o tipo de material do


componente (tabela a seguir).

63
CORTES E SEÇÕES: HACHURAS

IMPORTANTE: O uso de cor é desaconselhado, caso não seja estritamente necessário no


desenho técnico.

64
CORTES E SEÇÕES: DIFERENÇAS

Seção e Corte, são procedimentos bastante semelhantes,


entretanto, possuem uma diferença fundamental:

65
DESENHO DE SEÇÕES

• A representação pode ser feita por dentro do desenho:

• Ou por fora do desenho:

Fonte: ABNT NBR 8403 - Aplicação de linhas em desenhos.

66
REPRESENTAÇÃO CONVENCIONAL DE ROSCAS

67
REPRESENTAÇÃO CONVENCIONAL FUROS ROSCADOS

68
REPRESENTAÇÃO CONVENCIONAL FUROS ROSCADOS

69
REPRESENTAÇÃO UNIÕES POR PARAFUSOS

70
REPRESENTAÇÃO UNIÕES POR PRISIONEIRO E PORCA

71
INDICAÇÃO DE ROSCAS

72
DESIGNAÇÃO DE ROSCAS MÉTRICAS

73
ATIVIDADE AVALIATIVA:

Cinco desenhos serão apresentados. Em cada um deles, a


dupla deverá desenvolver um breve relatório que descreva:
a) Tipos de formas geométricas principais;
b) Métodos de medição possíveis de se utilizar;
c) Tolerâncias geométricas e dimensionais necessárias de se
estabelecer (descrever);
d) Instrumentos poderiam ser utilizados para garantir o
controle de qualidade.

74
DESENHO MECÂNICO 1:

75
DESENHO MECÂNICO 2:

76
DESENHO MECÂNICO 3:

77
DESENHO MECÂNICO 4:

78
DESENHO MECÂNICO 5:

79

Você também pode gostar