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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ

INTEGRAÇÃO DA HARMONIA ENTRE FACE E DENTES NO


PLANEJAMENTO DO SORRISO.

CURITIBA
2016
LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 - LINHA INTERPUPILAR .........................................................................16

FIGURA 2 - LINHA FACIAL NÃO COINCIDENTE ....................................................18

FIGURA 3 - FORMATO DE PRATO FUNDO ............................................................19

FIGURA 4 - SORRISO INVERTIDO ..........................................................................20

FIGURA 5 - CONTORNO IDEAL OU CONVEXO .....................................................21

FIGURA 6 – LINHA CERVICAL CÔNCAVA .............................................................. 21

FIGURA 7 - LINHA CERVICAL PLANA ....................................................................22

FIGURA 8 - CONTATO INTERDENTÁRIO ...............................................................23

FIGURA 9 - EIXOS DENTÁRIOS ..............................................................................24

FIGURA 10 - PORCENTAGEM ÁUREA 1:1,618 ......................................................25

SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ...........................................................................................9

2.1 ELEMENTOS MACROESFÉRICOS ....................................................................12

2.1.1 Face ................................................................................................12

2.1.2 Linha Interpupilar ................................................................................16

2.1.3 Linha Média .......................................................................................17

2.1.4 Plano Incisal ...................................................................................... 18

2.1.5 Linha cervical..................................................................................... 20

2.1.6 Contato Interdentário ...........................................................................22

2.1.7 Eixo Dental ........................................................................................23

2.1.8 Proporção Entre os Dentes .....................................................................24

2.2 ELEMENTOS MICROESFÉRICOS .....................................................................26

2.2.1 Forma Dental ..................................................................................... 26

2.2.2 Textura ............................................................................................27

2.2.3 Cor .................................................................................................28

REFERÊNCIAS.............................................................................................33
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1. INTRODUÇÃO

O conceito clássico de beleza tem sua origem na Grécia antiga e até hoje seu
significado é amplo e normalmente traduzido como sentimento, e não em palavras.
Em 1954 Young citou “a essência da beleza tem sido procurada desde o início dos
tempos”. Para Platão, “a beleza é medida, simetria e virtude em todo mundo”.
Segundo Paolucci (2011), a beleza é produto da percepção humana através de seus
vários sentidos (visual, olfativo, tátil, auditivo e gustativo) e ela pode ser percebida
de maneira emocional ou racional. Hegel, filósofo do século XIX, afirma: “(...) a
beleza, como substancia da imaginação e da percepção, não pode ser uma ciência
exata” (cit in. KINA & BRUGUERA, 2008).
Um dos elementos da beleza é a estética, que provém da palavra grega
aisthetikos, que significa princípios da observação. Estética é definida como “um
ramo da ciência que trata beleza na natureza e na arte”, e suscita dúvidas à sua
compreensão, principalmente devido ao seu alto grau de subjetividade (KINA &
BRUGUERA, 2008; RUFENACHT, 1990; SHÄRER et al., 1986).
Os critérios pelos quais a estética é determinada para ser aceitável, ou não,
variam de acordo com as convenções sociais e culturais, e estes têm sido sujeitos a
alterações ao longo da história (RODRÍGUEZ-MARTÍNEZ et al., 2014). Estudos
realizados por autores como Lawlor, Eysenk, Child e Siroto vieram provar o
relativismo da estética tanto a nível intracultural como interculturalmente
(DUFRENNE, 1982).
Em 1980, Brisman afirmou que a aparência do rosto é uma grande
preocupação para todos, uma vez que é uma parte importante da autoimagem.
Leonardo da Vinci enfatizou: "A face supera todas as outras divisões anatômicas dos
seres humanos quando comparada em beleza". Holmes, por sua vez, indicou o valor
da beleza facial em geral e a importante contribuição dos dentes para beleza facial
na passagem: "a bela princesa não trocaria um de seus dentes incisivos superiores
centrais pelas mais preciosas jóias para a sua coroa”.
Goldstein (1969) e Ioi (2010) relacionaram que a atratividade de um rosto
depende de uma variedade de recursos e arranjos dos quais os olhos e o sorriso
estão entre os mais importantes. Beall (2007) afirmou que os indivíduos com dentes
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atraentes e sorrisos harmoniosos são considerados mais atraentes, mais inteligentes


e mais populares do que aqueles que não possuem esses atributos.
O terço inferior da face, aquele que compreende desde a base do nariz até a
base do mento, e onde se encontra a boca e estruturas intraorais além de toda
musculatura e tecidos componentes do sistema estomatognatico, é uma das áreas
faciais mais observadas pelo olho humano em suas excursões pelo rosto humano
(ACKERMANN, M.; ACKERMANN, J., 2002, PAOLUCCI, 2009). Segundo M. Robert
Mack (1996), este terço é responsável pelo máximo impacto na percepção da
estética facial.
O sorriso é a porta de entrada no que diz respeito a comunicação e a
expressão da emoção, em 1990 Claude Rufenacht declarou: “(...) um sorriso
agradável pode produzir uma aura que amplia a beleza do rosto, fazendo parte das
qualidades e virtudes da personalidade humana”, sendo que para o autor, não existe
entre as expressões humanas algo mais significativo que um sorriso sincero.
Para Seixas, Costa-Pinto e Araújo (2011) a beleza do sorriso não depende
apenas do correto posicionamento dentário e esquelético, mas também da anatomia
e funcionamento da musculatura labial. Em 1914, Williams sugeriu que existe uma
relação entre a forma do rosto e o formato do dente. Contudo, Sellen e
colaboradores em 1998 mencionaram que não há necessariamente relação entre a
forma do rosto e dos dentes, e outros aspectos que compõem uma análise estética
devem ser consideradas a fim de estabelecer a forma final dos dentes a serem
restaurados. Sendo assim, é importante considerar as especificidades dento-faciais
de cada indivíduo, bem como a variação natural dos dentes, cultura, biotipo e
personalidade para fundamentar um planejamento estético eficiente. Naini (2008) e
Rosenstiel (2009) citaram que talvez a chave para entender a de definição de um
sorriso agradável seria a consciência de que a dentição é apenas uma parte de uma
figura maior, e deve ser vista dentro de um conjunto de características.
Portanto o objetivo deste trabalho foi avaliar os macroelementos e
microelementos estéticos do sorriso, inter-relacionando características anatômicas
faciais e dentarias, a fim de determinar parâmetros e condutas para guiar o cirurgião
dentista numa reabilitação estética.
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2. REVISÃO DE LITERATURA

Desde a antiguidade o homem busca incessantemente a representação do


belo em todas suas composições. Esta cultura pela perfeição é datada de 492 a.C,
na qual os gregos buscavam a reprodução da beleza relacionando conceitos de
simetria, equilíbrio e harmonia. O belo é retratado diretamente pelas características
próprias da época em que se situa, seja na arquitetura e na arte em geral. Nos
tempos modernos, a beleza ainda é algo subjetivo e desperta o fato da imagem
pessoal ser diretamente relacionada com a identidade pessoal, ou seja, através da
imagem é que se expressam valores, condições de saúde, personalidade, origem
sociocultural, entre outros (PAOLUCCI, 2011).
Na prática odontológica, a beleza tem um contexto amplo que como em
qualquer outro tema, o conhecimento de certos princípios é mais importante que
somente a intuição, portanto a aprendizagem e atualização contínua está
diretamente relacionada a adaptação do profissional em reproduzir sorrisos belos
(CHICHE, 1998).
O sorriso, juntamente com os demais elementos de expressão facial, é capaz
de comunicar quase todos os estados emocionais e sentimentais (SLAVICEK R.;
KAUORGAN, 2000). O sorriso como estrutura visual, também é constituído por
várias linhas, ângulos, formas e cores que devem ser analisados minuciosamente,
tais como: forma dos lábios, linha dos zênites gengivais, formas dentais,
posicionamento dental, plano incisal, proporção dental, corredor bucal e exposição
gengival (PAOLUCCI, 2011).
A teoria do design do sorriso pode ser dividida em pelo menos quatro partes:
estética facial, estética gengival, microestética e macroestética. A microestética
refere-se a elementos que compõe a caracterização dos dentes e são atributos
individuais que compõe o sorriso, como a translucidez incisal e desenvolvimento do
halo incisal (MORLEY J. 2001). A macroestética envolve princípios que se aplicam
quando agrupamentos de dentes individuais são considerados (MORLEY J. 1999)
como proporção entre os terços faciais, relação entre distancia interpupilar e sorriso,
12

e entre a linha média facial e a dentária, são aspectos que englobam a composição
dentofacial (LATTA GH JR, et al. 1991).

2.1 ELEMENTOS MACROESFÉRICOS

2.1.1 Face

A face expressa visualmente a identidade de uma pessoa (HALLAWELL,


2009, RICHER P. 1971, FISHER, 1968). A forma do rosto expressa o que é
estrutural em termos de personalidade e as áreas maleáveis da face expressam a
dinâmica da personalidade da pessoa (PAOLUCCI, 2011).
A formação da personalidade constitui-se e diferencia-se pela resultante da
interação de características combinadas de fatores genéticos, biológicos, psíquicos,
cognitivos, familiares, culturais, sociais e ambientais, com a maneira particular que
cada indivíduo ajusta essas características nos vínculos afetivos e na interação com
o ambiente dentro do contexto de sua história de vida. A personalidade do indivíduo
é constituída de um componente genético e outro componente formado ao longo dos
anos através da educação, influências culturais e experiências de vida, sendo que
os aspectos formados ao longo do tempo tendem a controlar a manifestação de
tendências genéticas (PAOLUCCI, 2011).
Desde as civilizações antigas existe uma correlação entre aspectos faciais e
tendências de temperamento, ou seja, o formato do rosto traduz o temperamento do
individuo. Estudos mais recentes como a morfopsicologia procura evidenciar a luz da
ciência a correlação entre aspectos físicos ou morfológicos e particularidades
psicológicas (RUFENACHT, 2003, RUFENACHT, 1998, CATTEL, 1965).
A morfopsicologia é o ramo que estabelece o elo entre a aparência física ou
morfológica e as particularidades psicológicas ou caracteriológicas. “As formas
faciais são um reflexo das forças vitais que estão ativas dentro de cada
indivíduo” (CORMAN). O estudo das várias formas faciais como sendo um reflexo
concreto e harmônico do desenvolvimento do pensamento e do espírito deveria
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auxiliar na compreensão da natureza secretas destes elementos (RUFENACHT,


1998).
Existem muitas teorias sobre o temperamento humano, de acordo com
algumas correntes de pensamento, o temperamento se relacionaria aos
componentes genéticos de uma personalidade, aquela parte instintiva. É importante
esclarecer que qualquer classificação de tipos psicológicos é imprecisa, pois cada
ser é único e os sistemas de classificação tendem a criar generalizações
(PAOLUCCI, 2011).
Neste trabalho será utilizada a classificação temperamental de Hipócrates,
que classifica os temperamentos em quatro tipos principais, associando com os
quatro tipos básicos de linhas e formas. O temperamento geral de cada indivíduo
seria constituído por uma somatória entre suas tendências comportamentais em
aspectos distintos de sua personalidade, sendo que de modo geral um ou dois
desses tipos geralmente se apresentam como dominantes em uma personalidade
como um todo (PAOLUCCI, 2011).
O tipo colérico apresenta grande força intelectual, com grande capacidade de
se concentrar. Sua maneira de pensar na maioria das vezes é associada à
praticidade e objetividade. Emocionalmente tende a ser muito intenso, embora
manifeste com discrição seus sentimentos. Em geral, tende a impor suas vontades
aos outros, tendo grande capacidade de liderança. Seus pontos fracos podem ser
listados na teimosia e num comportamento explosivo podendo ser violento. Seu
porte é forte com ossos e músculos bem definidos. Geralmente as características do
temperamento colérico estão associadas a força, imposição, estabilidade,
intensidade e determinação, características que se identificam com a expressão das
linhas retas verticais e horizontais, especialmente a vertical. As formas básicas
estabelecidas por essas linhas são o quadrado e o retângulo que expressa
visualmente intensidade e força, caracterizando o temperamento colérico
(PAOLUCCI, 2011).
O tipo sanguíneo geralmente é muito criativo, curioso e efervescente de
ideias. Emocionalmente se apresenta instável e transparente, tendo a tendência de
não guardar mágoas. Seu comportamento tende a ser extrovertido, alegre e
brincalhão. De modo geral é uma pessoa comunicativa, tendo um ritmo de vida
dinâmico e energético. Como características negativas pode ser inconstante,
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desorganizado e um pouco perseverante. Sua estrutura física geralmente é atlética


e/ou magra. Este temperamento está associado ao dinamismo, comunicabilidade,
ação e está relacionado à expressão da linha diagonal. O triangulo e o hexágono
seriam as formas típicas relacionadas a este temperamento (PAOLUCCI, 2011).
Os indivíduos cujo temperamento é do tipo melancólico tende a ser
instrospectivo, lógico, analítico e organizado. Emocionalmente apresenta-se sensível
e reservado na manifestação das emoções. Sua ação geralmente é persistente,
detalhista, porém é tímido e discreto na comunicação. As características negativas
se apresentam na ansiedade, e por sua timidez, pode torná-lo frio e antipático aos
olhos de quem não o conhecem. Sua estrutura física tende a apresentar-se magra e
longilínea. Delicadeza e suavidade são características que encontram sua
expressão nas linhas curvas, lemniscatas e no formato oval (PAOLUCCI, 2011).
O tipo fleumático apresenta-se como muito estável em seus pensamentos,
sendo conservador e apreciando a segurança. Emocionalmente caracteriza-se como
calmo e apático. Como fraqueza geralmente apresenta o conformismo e o
comodismo, podendo ser vago e submisso. Seu físico apresenta tendência a ser
gordo. O conjunto de características ligadas à estabilidade, equilíbrio,
conservadorismo e diplomacia se expressa na linha reta horizontal e por formas que
pelo equilíbrio entre altura e largura sugerem estabilidade e monotonia como
quadrado e círculo (PAOLUCCI, 2011).
A classificação de Hipócrates oferece a vantagem da simplicidade e parece
ser um passo necessário na introdução da morfopsicologia, mesmo que
classificações mais específicas e precisas tenham sido propostas, a classificação de
Hipócrates continua sendo uma base original e um padrão para todas as escolas
(RUFENACHT, 1998).
A estrutura facial analisada por meio da variedade de classificações
tipológicas pode revelar um número de traços gerais de comportamento e
tendências individuais para o predomínio de determinado temperamento
(PAOLUCCI, 2011, RUFENACHT, 1998).
Para analisar o formato do rosto deve-se ignorar suas feições e partir do
princípio de linhas de contorno facial. O traço iniciado no arco zigomático deve
percorrer toda a linha exterior do rosto, até o ângulo da mandíbula (PERARD, 1989),
em seguida o formato do queixo deve ser observado, seguindo o ângulo da
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mandíbula até a ponta do queixo, o mento. Finalmente, observa-se as linhas que


contornam a testa percebendo os formatos de rosto que as determinam (PAOLUCCI,
2011). É possível classificar os tipos e formas faciais em quadrada, ovóide e
triangular (CONCEIÇÃO, 2007, SELUK; BRODBELT; VARJÃO; et al., 2006;
WALKER, 1987). Hallawell (2003) adicionou mais seis tipos, sendo eles: redondo,
retangular, tringular, triangular invertido, losangular, hexagonal com lateral vertical e
hexagonal com base horizontal, tendo cada um suas particularidades e atributos.
O temperamento colérico, em termos faciais apresentaria formato de rosto
retangular ou quadrado com feições caracterizadas por linhas retas como se segue:
testa reta numa visão lateral, mandíbula marcante com mento reto e projetado visto
lateralmente, olhos e sobrancelhas retilíneas, lábios espessos, nariz largo,
zigomáticos bem desenvolvidos e marcados e no ambiente intraoral apresentaria o
desenho de sorriso forte (SPEAR, 1991).
Já o temperamento sanguíneo representaria a sua extroversão e dinamismo
em traços faciais compostos por linhas inclinadas, o rosto triangular invertido ou
hexagonal, com características inclinadas, testa inclinada para trás quando vista de
lado, olhos amendoados, nariz pronunciado, boca grande e o desenho do sorriso se
apresentaria dinâmico (PAOLUCCI, 2011).
O temperamento melancólico teria o formato de rosto ovalado e seus traços
faciais seriam marcados pela delicadeza e linhas curvas. A testa se apresentaria
curva tanto numa vista frontal quanto de perfil, marcada por ser longa, os olhos
arredondados ou levemente caídos, nariz curto de ponta fina ou longo e adunco, sua
boca seria pequena, com lábios finos ou em forma de cupido. O desenho de sorriso
que expressaria tais características seria o suave (PAOLUCCI, 2011).
O temperamento fleumático teria como mais provável forma de rosto o
quadrado ou circular e suas feições seriam espaçadas com grande abertura no
sentido horizontal, tais como testa larga e curta, olhos espaçados, redondos e/ou
cerrados com pálpebras pesadas, nariz largo, boca ampla com lábios apresentando
pouca tonicidade e o desenho de sorriso seria plano (PAOLUCCI, 2011).
Na maioria dos casos, existe alguma semelhança entre a morfologia facial
com a dental, bem como uma grande semelhança em termos de forma e tamanho
entre os dentes presentes na boca, sendo assim, uma grande variação no tamanho
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do dente em relação ao rosto pode afetar a capacidade de obter uma boa aparência
estética (GONÇALVES, 2009; ROSENSTIEL, 2000).
Em 1914, Williams sugeriu que existe uma relação entre a forma do rosto e
formato do dente, embora alguns autores tenham confirmado a existência de alguma
relação entre certos detalhes anatômicos da face e dos dentes, (CESÁRIO; LATTA,
1984; LA VERE; et al., 1992) essa evidência tem permanecido fraca por apenas
correlacionar a forma de um incisivo central superior a um ponto de referência do
rosto (SELUK; BRODBELT; WALKER, 1987). Contudo, Sellen e colaboradores
(1998) mencionaram que não há necessariamente relação entre a forma do rosto e
dos dentes, e outros aspectos que compõem uma análise estética devem ser
consideradas a fim de estabelecer a forma final dos dentes a serem restaurados. A
relação entre a largura de um dente incisivo central e a largura bizigomática (1:16) é
normalmente usada para determinar o tamanho dos dentes do maxilar anterior
(CHICHE; PINAULT, 1994; WARD, 2001).
Para Rufenacht (1998), é improvável executar qualquer reabilitação
dentofacial, por mais bem executada que ela seja, se não compreendermos e
interpretamos a realidade expressa na fisionomia e a forma da personalidade
manifestada na face. Cada paciente é um indivíduo e requer um tratamento único.

2.1.2 Linha Interpupilar

Do ponto de vista dentário, a linha interpupilar (FIGURA 1) deve ser


basicamente paralela ao plano incisal dos dentes superiores e ao contorno da
margem gengival (CONCEIÇÃO, 2007).
Pequenas inclinações podem não gerar desequilíbrio estético importante, mas
alterações mais evidentes podem levar à necessidade de corrigir o plano gengival ou
até empregar ortodontia ou cirurgia antes de confeccionar restaurações em dentes
anteriores (CONCEIÇÃO, 2007).
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FIGURA 1 - LINHA INTERPUPILAR 1

FONTE: CONCEIÇÃO, 2007.

2.1.3 Linha Média

Os pontos de referência para determinar a linha mediana da face são a


glabela, a ponta do nariz, o filtro labial e a ponta do mento (CONCEIÇÃO, 2007). Em
um padrão estético ideal, a linha mediana maxilar deveria coincidir com a linha
mediana da face (MIYASHITA, 2006). Quando a linha mediana é perpendicular ao
plano oclusal, e consequentemente ao plano interpupilar, o sorriso torna-se
equilibrado. Se a linha mediana diverge, cria-se uma assimetria no sorriso
(MIYASHITA, 2006). Uma alteração dessa linha pode representar uma ruptura no
equilíbrio ou na simetria entre as estruturas faciais, e assim, prejudicar a aparência
estética (CONCEIÇÃO, 2007).
Apesar da composição facial poder apresentar uma aparência simétrica, é
sabido que existem variações entre os dois lados da face, e quando imagens em
espelho de um lado são posicionadas lado-a-lado, uma face totalmente nova é
criada, tendendo a parecer artificial porque as diferenças sutis em forma, linhas e
cores foram eliminadas e com elas os elementos básicos da sublimação que a
natureza utiliza com frequência (RUFENACHT, 1998).
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Ambas as linhas medianas facial e dental são vetores necessários para


estabelecer a estética através da percepção dos parâmetros de simetria e equilíbrio.
Devido as diferenças existentes entre os lados direto e esquerdo da face, a linha
mediana facial está longe de constituir uma divisão geométrica precisa
(RUFENACHT, 1998).
Tendo como referência a linha média do filtro do lábio superior, Miller e seus
colaboradores (apud. RUFENACHT, 1998) concluíram estatisticamente que, a linha
mediana maxilar coincide precisamente com a linha mediana facial em 70% dos
casos e que a estética não é comprometida por um discreto desvio da linha mediana
central. O mesmo estudo também revelou que as linhas medianas superior e inferior
não coincidem em 75% dos casos.
Como parte da composição dentofacial, a linha mediana dental é melhor
visualizada na dinâmica do sorriso. Ela deveria ser logicamente posicionada no seu
centro. É importante que a coincidência da linha mediana dental com a linha
mediana precisa do sorriso seja determinada pela natureza da simetria (FIGURA 2)
exibida pela composição dental (RUFENACHT, 1998).

FIGURA 2 - LINHA FACIAL NÃO COINCIDENTE 1

!
FONTE: MONDELLI, 2003.
2.1.4 Plano Incisal

O plano incisal representa para o segmento anterossuperior, a limitação do


posicionamento das bordas incisais dos incisivos centrais, laterais e caninos. Pode
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ser configurado segundo a intenção do profissional como ascendente ou “prato


fundo” (FIGURA 3), quando as bordas incisais dos incisivos centrais estejam abaixo
das bordas dos incisivos laterais e caninos; de projeção regular, reto ou ainda
côncavo invertido, sendo este último conhecido como “sorriso invertido” (FIGURA 4),
quando as bordas dos incisivos centrais superiores se posicionam mais
superiormente do que as incisais dos incisivos laterais. Segundo Conceição em
2007, o plano incisal deve estar paralelo à linha interpupilar e à linha gengival para
propiciar um equilíbrio estético. Em termos de estética, uma relação de harmonia ou
paralelismo, com a borda superior do lábio inferior quando em sorriso, é considerada
mais agradável à maioria das pessoas (ACKERMANN; et al.,1998; MATTHEWS,
1978; POND,1962).
A alteração do posicionamento das bordas incisais modifica o desenho do
plano incisal. Normalmente, a configuração da linha incisal está relacionada com a
idade do paciente. Desgastes dos incisivos centrais ocorrem com o tempo, levando
a essas alterações. Entretanto, não só as alterações causadas por desgastes afetam
o desenho da linha incisal. Assim como a linha cervical, o tamanho dos dentes,
inclinações dentárias, fatores eruptivos e inclinação do plano oclusal também podem
alterar o desenho (CÂMARA, 2010).
O plano oclusal é a extensão do plano incisal, se estendendo posteriormente
nas pontas de cúspides vestibulares de pré-molares e molares inferiores. Esta linha
oclusal pode ser visualizada como parte da composição dental, dentofacial e facial, o
que tende a explicar a importância a ela atribuída. Do ponto de vista da análise
estética, esta linha oclusal, destacada pelas forças segregativas do espaço negativo,
ocorre em um sistema de linhas coincidentes e forças coesivas, cuja multiplicidade
assegura a força estética da composição (RUFENACHT, 1998).
Para análise do sorriso o plano oclusal permite uma observação do arco
inteiro e está relacionado com o posicionamento das bordas incisais. Geralmente, o
plano oclusal é obtido com uma linha incisal paralela a uma linha interpupilar, sendo
este plano de referência até mesmo usado se há irregularidades inerentes nos
lábios. O plano interpupilar só não é usado como uma referência se houver
desnivelamento dos olhos. Outra referência comumente empregada para o plano
oclusal é a curvatura do lábio inferior, sendo que a margem incisal dita as posições
dos dentes superiores que deveriam seguir a curvatura do lábio inferior (MIYASHITA,
20

2006). A criação de um plano incisivo que é perpendicular à linha média facial


produz uma posição confiável e reprodutível, que não depende da linha inter-pupilar
(MORLEY, 2000).

FIGURA 3 - FORMATO DE PRATO FUNDO 1

!
FONTE: CÂMARA, 2006

FIGURA 4 - SORRISO INVERTIDO 1

!
FONTE: CONCEIÇÃO, 2007

2.1.5 Linha cervical


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A linha cervical ou gengival é formada a partir da união dos zênites dos


caninos, incisivos laterais e incisivos centrais superiores. Sendo o ponto mais apical
do contorno gengival, o zênite, nos dentes superiores, está normalmente localizado
distalmente ao longo eixo dentário. Entretanto, essa regra nem sempre se aplica aos
incisivos laterais superiores. Nesses dentes, o limite gengival pode estar centrado no
longo eixo. Como os zênites dos caninos superiores estão, na maioria das vezes,
mais altos do que os incisivos laterais, e mais ou menos na mesma altura dos
incisivos centrais. A linha cervical fica com um aspecto convexo em relação ao plano
oclusal, essa seria a forma ideal da linha cervical (FIGURA 5) (CÂMARA, 2010).
Pode ainda ser uma linha plana, quando os incisivos laterais estão na mesma altura
que os caninos e os incisivos centrais (FIGURA 7), e côncava, quando o contorno
gengival dos caninos está abaixo dos laterais (FIGURA 6). Deve ficar claro que o
posicionamento dos zênites gengivais pode variar bastante entre os dentes e cada
indivíduo terá uma linha cervical com formato próprio, sendo praticamente
impossível a representação de todas as possibilidades. A nomenclatura utilizada
para a linha cervical (plana, côncava e convexa) serve apenas como referência
avaliativa (CÂMARA, 2010).

FIGURA 5 - CONTORNO IDEAL OU CONVEXO 1

FONTE: CÂMARA, 2006.


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FIGURA 6 - LINHACERVICAL CÔNCAVA 1

FONTE: CÂMARA, 2010.

FIGURA 7 - LINHA CERVICAL PLANA 1

FONTE: CÂMARA, 2010.

2.1.6 Contato Interdentário

O contato interdentário dos dentes anterossuperiores é feito de forma


descendente a partir do canino (FIGURA 8). O contato entre canino e incisivo lateral
se posiciona mais alto do que o contato entre o incisivo lateral e o central; o contato
entre os incisivos centrais se posiciona mais baixo ainda. Esses pontos de contatos
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devem ser justos, a menos que exista uma discrepância no diâmetro mesiodistal da
coroa (ANDREWS, 1989). A posição do contato interdentário está relacionada à
posição e morfologia do dente (MAGNE; BELSER; 2003).
A localização do ponto de contato interproximal é determinada pela posição e
pela forma dos dentes. Na direção apical, observa-se a formação da ameia cervical
que, em pessoas jovens, é normalmente preenchida pela gengiva e, em pessoas
idosas ou que tiveram problemas periodontais, apresenta-se mais ampla. No sentido
incisal, forma-se a ameia incisal, que também é mais ampla em pessoas jovens e
normalmente mais reduzida em pessoas idosas devido ao desgaste funcional ou
parafuncional. Uma transição agradável esteticamente é verificada quando há uma
progressão a partir do ponto de contato entre os incisivos centrais superiores para
apical indo em direção ao incisivo lateral e canino, respectivamente (CONCEIÇÃO,
2007).
Um efeito de gradação, ou percepção visual do tamanho dos dentes entre si
expostos durante o sorriso, tem um significado importante para um equilíbrio
estético. A presença de dentes alinhados e bem posicionados no arco sem dúvida
contribui para a harmonia estética do sorriso porque permite uma transição gradual e
suave no sentido ântero-posterior e latero-central quando a pessoa é vista sorriso de
modo frontal ou lateral, respectivamente (CONCEIÇÃO, 2007).

FIGURA 8 - CONTATO INTERDENTÁRIO 1

FONTE: CÂMARA, 2006.

2.1.7 Eixo Dental


24

O eixo dental representa a posição dos dentes na arcada em relação à linha


mediana central (FIGURA 9) (RUFENACHT, 1998), e em termos clínicos, o que
realmente interessa aos restauradores é a posição visual da coroa dental em uma
vista frontal, sendo que em laterais e caninos, o eixo também vai exercer influência
em sua percepção numa vista lateral (HATJÓ, 2008).
Embora essas inclinações e angulações existam, cada tratamento deve
obedecer ao padrão morfológico e estético do paciente (CAPELOZZA FILHO, 2004).
Normalmente os eixos dos dentes anterossuperiores convergem para a incisal
(HATJÓ, 2008) (MORLEY J. EUBANK J. 2001). O incisivo central superior
comumente tem seu eixo posicionado ligeiramente para a distal, sendo que sua
alteração dará ao desenho do sorriso maior domínio deste dente (HATJÓ, 2008).
Quanto mais os eixos dos centrais forem inclinados para a mesial, mais dominância
visual será dada a esses dentes (PAOLUCCI, 2011).
Segundo Conceição em 2007, existe uma relação dessa inclinação axial com
o zênite gengival, e uma ruptura na disposição da inclinação axial dos dentes
anterossuperiores pode prejudicar tanto o efeito de gradação, que é interessante
para o equilíbrio do sorriso, quanto para o contorno gengival.

FIGURA 9 - EIXOS DENTÁRIOS 1

!
FONTE: CÂMARA, 2006.

2.1.8 Proporção Entre os Dentes

A proporção entre os dentes é fundamental para compor um sorriso


esteticamente agradável. Teoremas matemáticos como “proporção áurea”
“proporção dourada” e “percentagem áurea” (FIGURA 10) tem sido propostos na
determinação dos chamados espaços mésio-distais (LEVIN, 1978; LOMBARDI,
1973). Atribuída a Pitágoras e universalmente aceita como esteticamente agradável,
25

a proporção áurea (1:1,618 = 0,618) foi naturalmente introduzida na medicina


dentária em 1973 por Lombardi e desenvolvida conceitualmente por Levin em 1978,
e atualmente vários parâmetros que relacionam-se à este número dourado podem
ser considerados elementos que participam na beleza estrutural ou biológica da
composição dentofacial, podendo ser sistematicamente aplicado nas reabilitações
(RUFENACHT, 1998).
Levin (1978) observou que nas dentições esteticamente agradáveis, vistas de
frente, a largura do incisivo central está em proporção dourada com a largura do
incisivo lateral, que por sua vez está em proporção dourada com a parte anterior
visível do canino. Em outras palavras, a largura aparente do incisivo lateral superior
é aproximadamente 60% menor que o incisivo central, e a do canino é em torno de
60% menor que a do incisivo lateral (CONCEIÇÃO, 2007). A ideia defendida por
Lombardi, de uma proporção contínua entre as larguras dos dentes anteriores no
sentido distal, acarretou em vários estudos e observações clínicas que concluíram
que a proporção áurea é raramente encontrada. Preston (1993) apud Kina; Bruguera
(2008), determinou que 17% dos indivíduos analisados apresentavam a proporção
áurea entre a largura do incisivo lateral e do incisivo central e nenhum indivíduo
apresentou essa proporção (1:0,618) entre a largura do incisivo lateral e canino.
Ward (2001) desenvolveu o conceito de recurring esthetic dental proportion
“proporção estética repetida” em que defende que a proporção entre as larguras dos
dentes deve ser sucessiva e constante no sentido distal, para este autor esta
proporção deve ser adaptada a cada indivíduo particularmente, mediante o tipo da
face, a estrutura esquelética e o tipo de corpo em geral.
O idealismo e a proporção são instrumentos, não objetivos, e representam
apenas guias úteis dentro das quais tem espaço a imaginação do artista (CHICE;
PINAULT, 1998).
26

FIGURA 10 - PORCENTAGEM ÁUREA 1:1,618 1

!
FONTE: MONDELLI, 2003.

2.2 ELEMENTOS MICROESFÉRICOS

2.2.1 Forma Dental

A forma da coroa dental dos elementos anterossuperiores é definida pelo seu


contorno, ou seja, a porção da coroa que reflete a luz diretamente à frente. A forma
dos elementos difere de acordo com o grupo dental, ou seja, incisivos centrais têm
variações de formas típicas, diferente dos incisivos laterais e caninos. Sendo assim,
a forma média do incisivo central é trapezoidal, no entanto pode apresentar
variações de forma na população, sendo os formatos estruturais básicos: triangular,
retangular, oval e quadrado (HALL, 1887).
Entende-se por estrutura a forma básica do dente ou a forma da sua área de
reflexão de luz (silhueta de Pincus) e detalhe, os elementos que cercam essa área
reforçando sua mensagem ou contrabalanceando-a. Os aspectos anatômicos
relacionados à estrutura básica dental são: largura mesiodistal incisal, largura
27

mesiodistal cervical e cristas de reflexão de luz mesial e distal. E os elementos que


compõe o detalhamento são o contorno incisal, contorno distal, contorno cervical e
ângulo distoincisal (PAOLUCCI, 2011).
A literatura odontológica é rica de teorias para a escolha de formato de
centrais de acordo com a forma da face (CLAPP, 1955; HUGHES, 1951; PRETI;
PERA; BASSI, 1986), e também de estudos que demonstram a ausência de relação
entre ambos (BELLRA, 1978; CARSON, 1951). A harmonia entre face e incisivos
centrais se deve principalmente à proporção entre esses elementos e não
propriamente à harmonia de forma (PAOLUCCI, 2011).
Existem três formas básicas de dentes: quadrada, linhas externas
praticamente paralelas; ovoide, linhas externas com convergência para cervical e
incisal e ângulos incisais discretos; e triangular, linhas externas convergentes para
cervical e com ângulos incisais pronunciados (MAGNE; BELSER, 2002; MONDELLI,
2003). Embora existam três formas de dentes naturais, todos os dentes anteriores
são formados por três lóbulos vestibulares e um lóbulo palatino. As junções dos três
lóbulos vestibulares criam os mamelons. Como resultado, todas as bordas incisais
são arredondadas em pacientes jovens, com o envelhecimento, os dentes se
desgastam em graus variados, criando uma aparência mais quadrada (MIYASHITA,
2006).

2.2.2 Textura

A texturização dentária é caracterizada devido ao grau de aspereza das


superfícies, essa propriedade não é apenas sentida, mas sim avaliada opticamente
através da quantidade de luz que é refletida ou defletida, sendo intimamente
relacionada com a cor (RUFENACHT, 1998).
Os dentes jovens apresentam uma topografia muito acentuada, pelo que
refletem mais a luz que lhes incide e parecem mais brilhantes. A textura superficial é
atenuada com o envelhecimento, tendo como consequência uma menor reflexão de
luz e um escurecimento gradual dos dentes (FRADEANI, 2006).
Os relevos de textura na superfície vestibular do dente estão orientados
sobretudo horizontal e verticalmente. A componente horizontal é resultado direto das
linhas incrementais de crescimento (estrias ou linhas de Retzius) que deixam umas
28

finas depressões na superfície do esmalte, também chamadas de periquimácias. A


componente vertical está definida pela segmentação superficial do dente nos
diferentes lóbulos de desenvolvimento (FRADEANI, 2006; RUFENACHT, 1998).

2.2.3 Cor

A cor é considerada um fator importante do êxito estético de uma restauração.


O sistema de cores proposto pelo artista americano Albert Munsell (cit. in Kina &
Bruguera, 2008), conhecido como “sistema de cores de Munsell”, é considerado o
melhor sistema baseado nos princípios de percepção, onde Munsell elegeu
“matiz” (comprimento de onda), “croma” (saturação ou pureza da cor, relacionado a
quantidade de corante presente no pigmento) e “valor” (luminosidade ou brilho,
relacionado a quantidade de claro ou escuro, branco ou preto de uma cor). Em
odontologia, o matiz é classificado de acordo com a escala Vita Lumin, que é
classificada em quatro categorias: A (vermelho-marrom), B (laranja-amarelo), C
(verde-cinza) e D (vermelho-cinza). Croma traduz a variação de intensidade de
determinado matiz. Do ponto de vista clínico, os cromas estão mais altos nas
porções cervicais, enquanto os cromas mais baixos estão nas regiões incisais, pois,
geralmente o cervical apresenta maior croma devido à menor espessura de esmalte
e maior influência da dentina. O croma é representado pelos números que
acompanham as letras que identificam o matiz, como por exemplo: A1, A2, A3 e etc.
E valor define quanto um dente se aproxima do preto (baixo valor) ou do branco (alto
valor) (CONCEIÇÃO et al., 2007; KINA; BRUGUERA, 2008; NOCCHI, 2007).
A cor do dente é determinada pela relação entre esmalte, dentina, polpa e
tecido gengival. A polpa e gengiva são consideradas efeitos secundários, e a
determinação de sua influência é muito complexa. Por sua vez, o esmalte e a
dentina são considerados efeitos primários para o estabelecimento da cor do dente.
Para tanto é necessário desenvolver uma capacidade de observação e identificação
dos fatores que compõem a cor do dente associada a um treinamento e
conhecimento prévio dos fatores da dentina e, principalmente, do esmalte, que
influenciam a determinação da cor nas diferentes regiões do dente, levando também
em consideração a idade do paciente, sua aparência, cor da pele, movimento dos
lábios, tamanho dos dentes e o corredor bucal. Se for possível, ainda, aliar a
29

obtenção de fotografias digitais coloridas, em preto e branco e com luz polarizada, o


profissional poderá com maior facilidade identificar e classificar os detalhes que
determinam a influência sobre matiz, croma, valor e caracterizações da dentina e do
esmalte para determinar a cor final do dente (CONCEIÇÃO, 2007).

3. DISCUSSÃO

O conceito de estética para o ser humano é extremamente subjetivo e está


relacionado à beleza, à harmonia e condicionado a diversos fatores que a
influenciam. Fatores sociais, psicológicos, culturais, época e idade podem variar o
conceito de estética de indivíduo para indivíduo (MONDELLI, 2003). Em um sentido
mais amplo, a estética é um fenômeno do intelecto. O processo de percepção é uma
organização de dados sensoriais que são levados ao intelecto no qual uma resposta
é desenvolvida em combinação com os resultados de experiências previas ou de
crenças que são inconscientemente interpretadas. Isto é conhecido como um
preceito (RUFENACHT, 1998).
Para a odontologia, o conceito de estética inclui os aspectos
morfopsicológicos harmônicos e a cosmética inclui os aspectos relacionados com a
técnica, materiais, cor e a interação entre eles. Embora a estética concentre a ideia
de beleza e harmonia, muitas vezes ocorrem contradições, tendo em vista que
aspectos culturais a tornam um caráter estritamente pessoal, não havendo, assim,
regras para consegui-la. Com isso, dentes em desarmonia, em consequência do
posicionamento ou da cor, nem sempre criam insatisfações aos pacientes. Dessa
forma, observa-se que muitos procedimentos clínicos acabam sendo realizados
desnecessariamente, criando um padrão de estética universal sem considerar as
necessidades e anseios do paciente. A estética está intimamente relacionada à
necessidade do paciente e é regida pela forma e função, cuja interação determina o
tipo de tratamento. O objetivo da estética e da cosmética não se resume apenas na
restauração da forma e função dos elementos dentários, mas também na
capacidade de restabelecer um novo sorriso que se adapte ao estilo de vida do
paciente, ao seu trabalho e posição social, bem como realçar suas características
estéticas positivas (MONDELLI, 2003).
30

É essencial que o profissional “enxergue” o indivíduo e seu respectivo quadro


de saúde/doença, e não apenas o dente ou a lesão de cárie; na odontologia estética
é fundamental que o profissional desenvolva a capacidade de ter uma visão mais
ampla macroestética e uma observação mais focada nos dentes microestética. A
macroestética compreende essencialmente os fatores estéticos relacionados à face
e ao periodonto e a visão dos dentes em grupo, e a microestética analisa os
detalhes que compõem a estética do dente individualmente. É importante que o
clínico esteja habilitado a observar aspectos e detalhes que são fundamentais para
um planejamento adequado e, consequentemente, para a execução de um
tratamento restaurador e estético correto (CONCEIÇÃO, 2007).
Para conseguir resultado satisfatório, além de ser necessário habilidade
técnica e sentido estético e cosmético, alguns fundamentos artísticos devem ser
considerados para se conseguir indicar, planejar e executar um tratamento
restaurador estético ideal. Esses elementos são representados por fatores ligados
ao dente a ser restaurado de maneira individualizada (tamanho, forma, cor e textura
superficial), fatores relacionados aos demais dentes, estruturas anatômicas vizinhas
e fatores genéricos (cor da pele, formato facial, sexo e idade) (MONDELLI, 2003).
O elemento fundamental de todo bom plano de tratamento é um diagnóstico
acurado. Um plano de tratamento estético requer um diagnóstico estético. O
cirurgião-dentista que trabalha com estética idealiza uma composição dentária
atraente não apenas a partir de linhas orientadoras estereotipadas de forma e
função, mas também como uma expressão orgânica da personalidade, do status, do
estilo de vida, do sexo, da ocupação e de outras características que distinguem um
indivíduo do outro (MONDELLI, 2003).
A face é o ponto básico do equilibro estético, e o planejamento e o tratamento
em odontologia estética precisam estar integrados e em harmonia com ela
(CONCEIÇÃO, 2007). O restabelecimento da harmonia dentária, do contorno dos
dentes e destes com a face (harmonia dentofacial) constitui o primeiro desafio a ser
transposto pelo profissional (MONDELLI, 2003).
Na sociedade moderna, as restaurações harmônicas são tão importantes que
a demanda de paciente por resultados estéticos é muito grande, obrigando os
profissionais a se atualizarem constantemente para atenderem a essa necessidade
(MONDELLI, 2003).
31

O sorriso é o segmento mais importante e o primeiro em que as pessoas


concentram sua observação quando olham outra pessoa, seguido por olhos, nariz,
cabelo e demais detalhes que compõem a face. Muitas linhas imaginárias, tanto no
sentido horizontal quanto no vertical, podem ser utilizadas como pontos de
referência para realizar uma análise estética da face (CONCEIÇÃO, 2007).
O sorriso é visto como sendo uma parte integral da face e, num sentido mais
amplo, da pessoa toda. É uma expressão de beleza, de juventude, de idade ou de
personalidade. Além disso, o cirurgião-dentista que trabalha com estética deve estar
consciente das inovações e modas contemporâneas, ter uma percepção das
expectativas do paciente e da sua auto imagem e ter criatividade e habilidade
técnica para orquestrar essas informações, o que levará a um resultado terapêutico
e estético bem sucedido (NIXON, 1992).
A análise científica de sorrisos harmônicos e atraentes tem revelado a
existência de princípios objetivos que podem ser sistematicamente aplicados a fim
de avaliar e melhorar a estética dentária, dentofacial e facial de modo previsível
(CHINCHE; PINAULT, 1994; RUFENACHT, 1990).
A composição dentária contém um grande número de linhas imaginárias que
são mais ou menos manifestas ou percebidas como o plano incisal e oclusal, a linha
média ou a direção axial do dente. A importância das linhas nas composições
dentárias ou dentofaciais merece atenção porque muitos fatores que fazem parte da
beleza biológica e estrutural dependem da visualização de linhas. Na realidade, uma
linha não precisa ser descrita ou expressada para ser percebida. Ela atinge o nível
da consciência apenas pela sua sugestão de relacionamentos, paralelo ou
perpendicular (MONDELLI, 2003).
A determinação de linhas tem como principal objetivo criar um guia para o
cirurgião dentista ter uma base de proporção correta entre dentes, gengiva, lábios e
rosto do paciente. Porém, modelos servem como referência para um diagnóstico
estético e isso pode levar a uma caracterização de trabalhos sempre na mesma
perspectiva. É de extrema importância estar atento ao singular, ao paciente como
um todo e sua expectativa e desejo de traduzir no sorriso algo natural e de sua
identidade pessoal (MONDELLI, 2003).
Frush; Fisher (cit. in MONDELLI, 2003) afirmaram que os materiais são
esteticamente importantes, porém apenas como as tintas e as telas são para o
32

pintor, sendo o dentista um artista cujas realizações na caracterização da


personalidade são limitadas apenas pelo grau de habilidade que conseguir adquirir.
O dentista pode ser considerado um artífice que, na feitura de sua obra, deve
dominá-la tecnicamente, usando para tal toda a sua capacidade imitativa, expressiva
e criadora; com essa atividade, visa ao tipo aproximado do seu ideal de perfeição e
é nos dentes anteriores, por sua própria localização, que o fator estético se torna
preponderante (MONDELLI, 2003).
A percepção de proporções é uma boa maneira de executar um planejamento
estético. Embora não seja definitiva e impassível de erros, pode se tornar uma
maneira facilitada de observar e compreender os erros e acertos que a leitura das
proporções dentárias e faciais guardam de si. O objetivo desses pontos de
referências é facilitar a visualização dos componentes dentofaciais e as suas
relações espaciais, dando condições para uma melhor avaliação estética e “artística”
desses componentes, e consequentemente, permitindo uma maior integração entre
as especialidades odontológicas (CÂMARA, 2006).

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A utilização de linhas de referências para o planejamento do sorriso


agregando a harmonização dentofacial, facilitará a idealização e visualização da
estética, porém deve-se considerar que esses modelos não devem ser visto como
padrão-ouro ou um modelo definitivo, mas como um guia útil para atingir melhores
resultados estéticos no tratamento odontológico, sendo que cada paciente deve ser
tratado e respeitado como único, onde seu padrão de referência é determinado
pelos dentes, face e estruturas adjacentes. Contudo, o cirurgião dentista deve estar
33

apto a realizar uma análise facial e dental, a fim de estabelecer uma harmonia
dentofacial de seus pacientes visando a previsibilidade do tratamento estético.

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