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O Governo do Pará lança nesta quarta-feira (10), em decreto publicado no Diário Oficial do Estado,

o Edital de Chamamento Público para selecionar a instituição da sociedade civil que será gestora do
Fundo da Amazônia Oriental (FAO). Na quinta-feira (11), a partir das 11 horas, acontece a
cerimônia de lançamento Edital, que será realizado de forma virtual nas redes sociais da Secretaria
de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará (Semas-PA) e contará com a presença do
Secretário de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade, Mauro O’de Almeida, e dos
especialistas José Otávio Passos, diretor de Mudança Sistêmica - Amazônia/Pará do Instituto de
Conservação do Brasil (TNC - The Nature Conservancy); e Rogério Studart, pesquisador do World
Resources Institute (WRI).
A seleção será coordenada pela Semas entre os meses de abril e agosto. A associação selecionada
será responsável pela administração operacional e financeira do Fundo e deve atuar somente na área
socioambiental. O Fundo é uma das ferramentas do Plano Estadual Amazônia Agora (PEAA),
plataforma de estado lançada pelo Governador Helder Barbalho em agosto do ano passado. O
objetivo do Plano é tornar o Pará um estado “Emissor Líquido Zero” a partir de 2036, mitigando a
intensificação da degradação ambiental e das mudanças climáticas.
O titular da Semas, Mauro O’de Almeida, destaca a relevância da participação da sociedade civil na
gestão do FAO: “Este é um aspecto que, na área da sustentabilidade socioambiental, o governo
estadual ressalta desde o início do processo de instituição do Plano Estadual Amazônia Agora, o
compartilhamento da gestão do Fundo Amazônia Oriental com parceiros do Estado. A união do
Estado com o Terceiro Setor é fundamental para o desenvolvimento efetivo das políticas de
desenvolvimento sustentável. Por isso, o governo instituiu este modelo de gestão para o FAO, para
que este programa possa funcionar como um instrumento de colaboração privada do Estado com
sociedade civil e empreendedores, visando a efetivação de ações alinhadas com o meio ambiente e
com a melhoria da qualidade de vida da nossa população. Desta forma, o Pará poderá atingir suas
metas de políticas públicas de meio ambiente e desenvolvimento no estado”, afirma. Segundo
Secretário, o Fundo visa “ampliar a capacidade de investimento em ações e projetos que tenham por
premissa a conciliação entre conservação ambiental e o desenvolvimento social e econômico no
Pará”.
O Fundo da Amazônia Oriental é uma estratégia de financiamento que irá captar recursos privados
para a realização de políticas públicas de meio ambiente e desenvolvimento no Pará. É um dos
quatro pilares do Plano Estadual Amazônia Agora (PEAA), macroestratégia que tem como metas a
redução imediata do desmatamento ilegal e o reflorestamento, com captação de investimentos para
o desenvolvimento de uma economia de baixo carbono e o incentivo ao desenvolvimento
sustentável. Os demais projetos de apoio ao PEAA são o Eixo de Comando e Controle, a Política
Territórios Sustentáveis e o Programa Regulariza Pará (Fundiário + Ambiental).
A seleção é uma etapa chave para a estruturação do Fundo, que instituiu Comitê Gestor e avança em
uma estratégia de captação de recursos, que deverão viabilizar ações voltadas para o incentivo a
negócios sustentáveis baseados na Bioeconomia, na conservação de florestas, e no fortalecimento
da agenda ambiental e de desenvolvimento econômico nos municípios.
O processo de seleção exige que a entidade gestora tenha atuação reconhecida internacionalmente e
uma equipe técnica especializada, além de estar ajustada de forma institucional e finalística com as
diretrizes do Fundo. O edital que será lançado hoje informará o prazo que as associações candidatas
terão para efetuar as inscrições para o processo de seleção à gestão do FAO. O objetivo é garantir
tempo suficiente para que as entidades possam tirar suas dúvidas a respeito do processo e preparar
as documentações exigidas.
Além de administrar o Fundo, a entidade gestora também terá a função de captar recursos
financeiros para que o FAO possa ampliar o seu alcance e atuar nos 13 eixos de investimentos
previstos pelo Decreto estadual nº 346, que define o Fundo como instrumento de colaboração
privada para cumprimento de metas de políticas públicas de meio ambiente e desenvolvimento no
Pará.
Os eixos de investimento do Fundo da Amazônia Oriental estão relacionados com objetivos da
Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável (ODS). Por isto, entre seus objetivos, estão o de
efetivar o ordenamento ambiental, fundiário e territorial do Estado; fiscalizar o meio ambiente e dar
suporte a Áreas Protegidas. Outras metas são a efetuação do manejo florestal sustentável e a gestão
de florestas públicas, além da promoção da conservação ambiental e do uso sustentável dos ativos
de biodiversidade.
O Fundo também deverá promover atividades sustentáveis e incentivar cadeias produtivas
agrossilvipastoris - plantio de árvores associado com cultivos agrícolas e atividade pecuária. O FAO
deverá agir para recuperar áreas degradadas e incrementar estoques florestais, promover a agenda
de qualidade ambiental nas cidades paraenses, em especial as voltadas ao saneamento ambiental e à
gestão de resíduos sólidos. Outros objetivos estabelecidos são o fortalecimento dos instrumentos de
gestão ambiental integrada, de governança e transparência no controle social de políticas públicas,
com capacitação de agentes públicos e modernização da Gestão Administrativa do Sistema Estadual
de Meio Ambiente (Sisema).
Recursos - Mecanismo financeiro privado reconhecido pelo governo do Estado em 2019, o FAO
será desenvolvido com recursos doados por pessoas físicas, entidades privadas nacionais ou
internacionais e por Estados estrangeiros. “O Fundo Amazônia Oriental terá recursos privados
geridos por uma sociedade civil com finalidade pública. O desenho estabelecido para o FAO é o de
que a entidade gestora deverá ser, obrigatoriamente, uma entidade da sociedade civil. Ou seja, setor
empresarial, sociedade civil fazendo gestão e o governo monitorando a eficácia e a efetividade do
fundo”, afirma o Diretor de Planejamento Estratégico e Projetos Corporativos da Semas, Wendell
Andrade. “O FAO é uma ferramenta para ampliarmos os resultados de políticas públicas como o
PEAA, a partir da canalização de recursos do setor privado e de países para o atingimento de metas
ambientais. Estas metas vão desde a prevenção e o combate ao desmatamento ilegal, até o
investimento na sustentabilidade de cidades, passando por questões como saneamento básico e
destinação de resíduos sólidos”, completa o diretor.
A entidade da sociedade civil que fará a gestão do FAO vai ser orientada a respeito do planejamento
estratégico do Fundo por um Comitê Gestor, formado pelo Governador do Estado do Pará, que o
presidirá; por um representante da Semas, que será o vice-presidente; representantes da Secretaria
de Estado de Planejamento (Seplan), do Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade
do Estado do Pará (Ideflor-Bio), do Instituto de Terras do Pará (Iterpa), da Secretaria de Estado de
Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (Sedeme); além das organizações da sociedade
civil Associação Brasileira de Agronegócio (Abag) e Instituto de Conservação do Brasil (TNC - The
Nature Conservancy).

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