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NÚCLEO DE SAÚDE
CURSO DE NUTRIÇÃO
RECIFE/2020
EDUARDO DAVID DA SILVA
TAYNÁ AGNES DE SOUZA
RECIFE/2020
EDUARDO DAVID DA SILVA
TAYNÁ AGNES DE SOUZA
____________________________________________________________
Prof.º MSc. Helen Lima
MSc. Em Ciência e Tecnologia de Alimentos
Professor(a) Orientador(a)
_____________________________________________________________
Emerson Santiago
Professor(a) Examinador(a)
______________________________________________________________
Diego Ricardo
Professor(a) Examinador(a)
Gostaríamos de agradecer, em primeiro lugar, а Deus, qυе fez com que nossos
objetivos fossem alcançados, durante todos os anos de estudos.
Aos nossos familiares que nos incentivaram nos momentos difíceis e deram total
apoio para realizarmos nossos sonhos profissionais.
Aos professores, por todos os conselhos, pela ajuda e pela paciência com a qual
guiaram o nosso aprendizado.
À instituição de ensino UNIBRA, que foi essencial para nosso processo de formação
profissional, pela dedicação, e por tudo o que aprendemos ao longo dos anos do
curso.
“O verdadeiro conhecimento vem de dentro”.
(Sócrates)
1 INTRODUÇÃO 10
2 REFERENCIAL TEÓRICO 11
21 BULIMIA NERVOSA 11
22 BULIMIA NERVOSA: FREQUÊNCIA E DISTRIBUIÇÃO 12
23 ASPECTOS NUTRICIONAIS DOS INDIVÍDUOS COM BULIMIA NERVOSA 13
24 TRATAMENTO E ACONSELHAMENTO NUTRICIONAL DA BULIMIA 13
NERVOSA
25 ATITUDES ALIMENTARES NA BULIMIA NERVOSA E A TERAPIA 14
COGNITIVO-COMPORTAMENTAL (TCC)
3 DELINEAMENTO METODOLÓGICO 15
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 16
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 21
6 REFERÊNCIAS 22
RESUMO
ABSTRACT
2. REFERENCIAL TEÓRICO
11
SANTOS, 2006).
13
2.5 Atitudes Alimentares na BN e a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC)
Uma meta avançada do tratamento é mudar as atitudes dos pacientes para
com o alimento e a sua imagem corporal. A Terapia Cognitivo-Comportamental é
indicada como um método adequado para tratar as atitudes alimentares
inadequadas e as sensações disfuncionais para com o alimento. Acredita-se que os
nutricionistas devem utilizar técnicas de terapia cognitivo-comportamental para
trabalhar as atitudes alimentares (ALVARENGA; SCAGLIUSI, 2010).
Para o transtorno alimentar da bulimia nervosa, os programas de tratamento da TCC
envolvem a junção do nutricionista junto com psicólogo, pois se baseiam-se
principalmente nas técnicas para a redução da ansiedade, auto manejo do
comportamento e modificação de cognições desadaptadas. Comparados com a
terapia para alguns transtornos, como a depressão, os componentes
comportamentais dos transtornos alimentares recebem maior ênfase no tratamento.
Isto acontece porque as inquietações comportamentais, como jejuns ou vômitos, são
fatores centrais desses transtornos que devem ser controlados (OLIVEIRA; DEIRO,
2013)
3. DELINEAMENTO METODOLÓGICO
O presente estudo foi caracterizado como uma revisão bibliográfica
integrativa. Os critérios utilizados para a utilização dos artigos e, posteriormente
análise do assunto, foram artigos entre 2010 e 2020 no idioma do português que
relatassem com ênfase o papel do nutricionista no transtorno alimentar da Bulimia
Nervosa. Foram excluídos os artigos duplicados e que não atendiam a proposta do
tema. A busca foi realizada por meio das bases de dados eletrônicas PubMed,
Scientific Electronic Library Online (SciELO) e Bireme, no idioma português,
conforme representada na Figura 1: fluxograma de delineamento metodológico da
pesquisa, mostrada abaixo. Nas buscas, os seguintes descritores em língua
portuguesa, foram considerados: “Bulimia Nervosa”; “Nutricionista”; “Tratamento
Nutricional”.
14
Figura 1: Fluxograma de delineamento metodológico da pesquisa
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Para a pesquisa identificou-se vários artigos referenciais, totalizando vinte
(20), sendo que apenas onze (11) dos artigos referenciais atendiam aos critérios da
pesquisa, no qual os outros foram excluídos por não possuírem os dados
específicos para o desenvolvimento do trabalho. No total, os artigos escolhidos
relatam sobre o transtorno da bulimia nervosa, sua definição, sintomas e tratamento
e o papel do nutricionista no que diz respeito a esse transtorno alimentar, conforme
o Quadro 1. Caracterização dos estudos da Revisão Integrativa, situado abaixo.
15
esclarecendo e
desmistificando as
crenças inadequadas
e estabelecer uma
adequada relação do
paciente para com o
alimento.
Tratamento ALVARENGA, Revista Descreve a
nutricional da bulimia M. S.; Nutricional, v. 23, importância da terapia
nervosa. SCAGLIUSI, n. 5, p. 907-918, nutricional, com foco
F. B. out. 2010 em educação
nutricional e
aconselhamento
nutricional no
tratamento desse
transtorno, com o
intuito de ter um
atendimento eficaz
para os pacientes no
tratamento nutricional.
Transtornos FERREIRA, T. Revista Uningá , Expõe os principais
alimentares: D. v. 55, n. 2, p. sintomas dos
Principais sintomas e 169-176, jun. transtornos
características 2018. alimentares. Além
psíquicas. ISSN 2318-0579 disso, traz as causas
do aumento da
ocorrência destes
transtornos, assim
como a importância de
um tratamento
específico para cada
caso, a fim de obter
maior êxito na
recuperação dos
pacientes.
Tratamento LATTERZA, A; Revista de Apresenta o
nutricional dos DUNKER, K. Psiquiatria tratamento nutricional,
transtornos L. L.; Clínica, v. 31, n. através da educação
alimentares. SCAGLIUSI, 4, p. 173-176, nutricional e do
F. B.; KEMEN, set. 2004 exercício de melhora
E. na relação do paciente
com o alimento e com
o seu corpo, como
uma forma de reverter
alterações provocadas
pelos transtornos e
promover hábito
16
alimentar saudável.
Terapia cognitivo- OLIVEIRA, L. Revista Brasileira Relata como se dá o
comportamental para L.; DEIRO, C. de Terapia do tratamento dos
transtornos P. Comportamento transtornos
alimentares: a visão Cognitivo, v. 15, alimentares pela
de psicoterapeutas n. 1, p. 36-49, Terapia Cognitivo-
sobre o tratamento. abr. 2013 Comportamental.
Bulimia Nervosa SILVA, Universidade Apresenta a
H.S.G.S. Coimbra, v. 01, p. ocorrência da bulimia
06-07, 2011 nervosa a nível
mundial e as
manifestações clínicas
dos pacientes nos
tipos purgatório e não
purgatório.
O impacto causado SILVA, R.E.S.; Revista Científica Apresenta as
pela influência da APRÍGIO, do Centro consequências
mídia na construção R.F.; LIMA, Universitário de causadas pela
da imagem corporal. D.I.A. Jales, edição X, influência da mídia e
208-218. ISSN: de seus veículos de
1980-8925, 2019. transmissão na
construção da imagem
corporal e nos
padrões de
comportamento,
conduta e beleza.
Construindo pontes: SILVA, L.; Revista de Descreve a vivencia
relato de experiência SANTOS, M. Medicina, v. 39, por uma equipe de
de uma equipe n. 3, p. 415- 424, profissionais de saúde
multidisciplinar em jul./set. 2006 e focaliza uma
transtornos abordagem que
alimentares. caracteriza os
cuidados de saúde,
numa tentativa de
superação no campo
dos trans-
tornos alimentares.
17
A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) é apontada como uma boa
ferramenta para tratar o comportamento alimentar inadequado e as sensações e
sentimentos disfuncionais para com o alimento, conforme Alvarenga e Scagliusi
(2010). Pois através das técnicas de terapia cognitivo-comportamental os
nutricionistas terapeutas conseguirão trabalhar as atitudes alimentares nos
pacientes sem utilização de crenças alimentares inadequadas e conseguirão prover
educação nutricional baseada em ciência, sem deixar essa tarefa sob
responsabilidade única do psicoterapeuta.
Segundo Ferreira (2018), os transtornos alimentares são caracterizados como
perturbações que persistem na alimentação ou no comportamento alimentar, que
pode começar já na infância. As crianças aprendem desde cedo em seu meio social
a valorizar o corpo magro, devido a um padrão de beleza imposto atualmente e
demonstram insatisfação com o corpo. Isso pode resultar em dietas restritivas para o
emagrecimento, levando a escolhas alimentares que acarretam um consumo
alimentar descontrolado. Sobre este mesmo tema, Silva afirma que se trata de uma
doença frequentemente crônica e debilitante e é caracterizada por padrões
alimentares aberrantes e atitudes obsessivas em relação ao peso e forma corporal.
A Bulimia Nervosa (BN) é um transtorno alimentar caracterizada por um ciclo
constituído por dieta, compulsão e purgação, com padrão alimentar descrito como
"caótico e bizarro". A restrição tem papel fundamental no início e perpetuação do
quadro. Assim, a compulsão pode ser desencadeada pela restrição e por fatores
emocionais; e a purgação é usada pelos pacientes com o objetivo de eliminar o
excesso ingerido, conforme relata Alvarenga e Scagliusi (2011).
Silva (2011), relata que estudos estimam que a bulimia nervosa ocorra entre 1
a 4% da população. E cerca de 90% das pessoas com bulimia nervosa são do sexo
feminino. Além disso, o início da doença tende a ocorrer no final da adolescência e
início da vida adulta, e pode coincidir com transições importantes ou com algum
estresse psicossocial, cujos exemplos não são citados pelo autor.
Herzog e Eddy falam que as pessoas com bulimia nervosa apresentam
fatores psicológicos como perfeccionismo, instabilidade emocional, impulsividade,
autodestruição, autoestima baixa difusa, aversão a conflitos e medo do abandono.
Além desses fatores psicológicos, as pessoas com BN preocupam-se com
alimentação, peso e forma e tendem a ter insatisfação acentuada com o corpo e
humor depressivo. Coutinho (2018) contribui e relata que o perfil dos pacientes
apresenta: ansiedade elevada, perfeccionismo extremo, incapacidade de encontrar
formas de satisfação, acentuada fragilidade. A autora ainda aponta que os pacientes
18
também apresentam humor disfórico, a labilidade e o empobrecimento da precisão
perceptiva, a vivência de sobrecarga emociona, o reduzido interesse por outras
pessoas, e ainda egocentrismo, narcisismo, raiva e negatividade são encontrados
em alguns casos.
Essas inadequações ocasionadas pelo transtorno da bulimia nervosa devem
ser tratadas, por meio de um tratamento nutricional especial e diferenciado. Segundo
Latterza et al, a abordagem de um tratamento nutricional para a BN pode ser
dividida em alguns pontos muito importantes, tais como: a educação sobre a BN,
suas consequências e sobre alimentação e nutrição; a redução da preocupação com
peso e aumento da aceitação de seu próprio corpo; o monitoramento da alimentação
por meio do diário alimentar e o estabelecimento de um plano alimentar regular.
As atividades do nutricionista representam uma parte importante no
tratamento dos transtornos alimentares. A American Dietetic Association (ADA)
indica que "intervenção e educação nutricionais sejam integradas ao tratamento",
tendo um nutricionista na equipe multiprofissional. A ADA ainda propõe um
tratamento nutricional para os transtornos com um processo integrado, no qual o
nutricionista e a equipe trabalham juntos para modificar os comportamentos
negativos relacionados à BN.
Neste feito, vemos o quanto o profissional de nutrição é importante e possui o
papel de auxiliar no tratamento com métodos de intervenção e educação nutricional,
pois este é capacitado para propor modificações do consumo, padrão e
comportamento alimentares, aspectos estes que estão profundamente alterados
nesse transtorno alimentar, conforme Latterza, et. al (2004).
Mas para ser realmente apto para o tratamento nutricional da BN, o
nutricionista deve aprender técnicas terapêuticas que vão além daquelas específicas
de sua profissão e relacionadas à dietoterapia em si, como as técnicas cognitivo-
comportamentais, de entrevista motivacional e aconselhamento educacional e
comportamental. Deve, ainda, rever seus conceitos sobre o que é verdadeiramente
alimentação saudável e também suas crenças pessoais sobre alimentação e peso,
como relatam Alvarenga e Scagliusi (2010).
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
As reflexões esboçadas no presente estudo apontam para a relevância de
um acompanhamento nutricional para pacientes com a Bulimia Nervosa, pois por ser
uma doença complexa e implicar em alterações profundas no consumo, padrão e
comportamento alimentares, o nutricionista é visto como o profissional mais
19
qualificado para implementar um tratamento adequado e bem sucedido. Mas além
do nutricionista, para um tratamento ainda mais eficaz, é necessário contar com uma
equipe multidisciplinar, envolvendo também psicólogos e médicos. E esse
tratamento nutricional instituído para os pacientes deve visar a aplicação de hábitos
alimentares saudáveis, a remoção de comportamentos inadequados e a melhora na
relação do paciente com o alimento e o corpo.
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REFERÊNCIAS
21
OLIVEIRA, E.A.; SANTOS, M.A. Perfil Psicológico de Pacientes com anorexia e
bulimia nervosa: a ótica do psicodiagnóstico. Periódico USP, Ribeirão Preto,
39(3):353-60, set.2006; 39(3):353-60. Disponível em:
<http://www.periodicos.usp.br/rmrp/article/view/391>. Acesso em: 29 out. 2020
SILVA, R.E.S.; APRÍGIO, R.F.; LIMA, D.I.A. O impacto causado pela influência da
mídia na construção da imagem corporal. Revista Científica do Centro
Universitário de Jales, São Paulo, 2019. Edição X, 208-218. ISSN: 1980-8925.
Disponível em: <https://reuni.unijales.edu.br/edicoes/14/edicao-
completa.pdf#page=196>. Acesso em: 29 out. 2020.
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