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3.

1 ENTRELAÇANDO A ESCRITA NA SALA DE AULA: uma proposta de


intervenção

A linguagem escrita está entrelaçada no contexto educativo e se faz presente


em situações do cotidiano de muitas crianças, contudo ela circula de formas muito
distintas e com significados diversos entre os grupos sociais. Para tanto, apropriar-
se de uma nova forma de se expressar e de se comunicar como o outro é algo
bastante complexo.
Partindo-se desse ponto, é visível a importância de adequações didáticas de
ensino/aprendizagem que alcancem a tais expectativas. Posto isto, se faz
necessário, repensar dois aspectos essenciais. De um lado, refletiremos acerca das
interações que as crianças estabelecem com a língua escrita. De outro, a respeito
do olhar sob a aprendizagem especifica de cada criança.
Mediante o exposto e dado a relevância de enxergar as dificuldades de
aprendizagem nos anos iniciais, através de outras lentes, bem como considerar as
diversas formas que elas se apropriam da língua escrita, elaborou-se uma proposta
de intervenção na perspectiva de contribuir para a dinamização de métodos
adequados no âmbito educacional da escola Centro Educacional Logos.
Em face disso, Texeira; Aliprandini (2013, p. 280 apud ALMEIDA 2002), adverte
que:
o objetivo da intervenção em estratégias de aprendizagem é fazer
aumentar o conhecimento do aluno acerca das estratégias de
aprendizagem existentes de modo a ajudá-lo a aplicar a melhor
estratégia que esteja de acordo com seu estilo. Também afirma que
a intervenção em estratégias de aprendizagem deve ampliar o
conhecimento dos alunos sobre elas, de modo a assegurar a
flexibilidade no seu uso, bem como contribuir para aumentar o
autoconhecimento e a autorregulação dos estudantes.

Desta forma, a presente proposta se justifica pela necessidade de


compreender e encontrar respostas, através de um estudo mais aprimorado, acerca
dos fatores que contribuem nas dificuldades dos alunos durante o processo de
aquisição, buscando ferramentas pedagógica motivadoras que auxiliem na execução
de novas práticas no contexto da didática educativa.
A proposta de intervenção, aqui formulada e exposta, foi planejada com base
na leitura de vários textos de um determinado gênero textual e em análise
linguística. Partindo da realidade vivenciada, o objetivo primordial desse trabalho é
contribuir questões que nos ajudem a pensar o processo de apropriação da
linguagem escrita pelas crianças e suas implicações pedagógicas, para como
valioso e indispensável suporte pedagógico junto a professores e alunos da escola,
campo de ação.
Busca-se situar teoricamente os processos de reinvenção e apropriação da
linguagem escrita pelas crianças. Igualmente importante, também propor um
trabalho com a leitura e a escrita nos anos iniciais que considere os processos de
apropriação das crianças e respeite os princípios destacados.
Imbuídos do propósito de transformar algumas ações que precisam ser
implementadas, dentre as quais, citamos: leitura em grupo, promoção de uma roda
de conversa para reflexão e interação oral e a realização de uma produção textual.
Logo, considerando-se a gama de oportunidades de aprendizagem durante este
processo, divulgar-se-á o material dos alunos nas redes sociais da instituição e na
biblioteca escolar, onde realizar-se-á uma exposição literária das produções para
todos os alunos.
Assim sendo, nossos estudos apontaram para uma possível proposta de
intervenção em aulas de Português, no qual os alunos buscarão informações acerca
do tema escolhido, traçarão um plano de organização das ideias para, então,
escrever o texto, o qual passará por revisão e reescrita, caso necessário.
É indubitável a necessidade de dinamizar as aulas de Português, como forma
facilitadora de integração aos diversos tipos linguagens. Nesse contexto, o uso de
jogos lúdicos se constitui um recurso de suma importância, visto que, a aula torna-se
mais prazerosa para a criança.
Segundo BRASIL (2016,p. 33):
A dimensão simbólica presente no brincar é essencial: a criança
inventa novas e imprevisíveis relações entre diversos objetos, sejam
eles brinquedos propriamente ditos ou não. A brincadeira transcende
o brinquedo, vai além dele, revestindo-o de imagens e possibilidades
de significado. Vygotsky analisa que a brincadeira cria a separação
na criança entre ação e significado. A ação da criança, no brincar,
orienta-se no sentido de que o significado predomine sobre os
objetos. O principal no brincar é a operação realizada pela criança
sobre os objetos por meio da linguagem.

Em suma, é fundamental que todos os envolvidos nesse processo estejam


engajados e comprometidos nos objetivos e ações que poderão trazer benefícios
proativos de aprendizados, e que o professor mantenha um olhar humano,
resgatando o seu papel de ensinar, considerando o potencial das crianças para
aprender e não se limitando as suas dificuldades. Portanto, a criança precisa ser
vista, compreendida, orientada e amada.

3.2 CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO

O Centro Educacional Logos, está localizado na Av. Tungstênio, 69 situada


no bairro JK, na Cidade de Currais Novos – RN, telefone 3512-0017. A mesma teve
sua inauguração no ano de 1999, funcionando em um prédio da Igreja Presbiteriana.
. É uma instituição de ensino privada que atende a modalidade de Ensino
infantil, Ensino fundamental e Ensino médio, funcionando nos turnos matutino e
vespertino, com 798 (Setecentos e noventa e oito) alunos e oitenta (80) funcionários
contratados e todos eles são habilitados na área em que lecionam.
O prédio tem uma estrutura de porte grande, com área total de 2130,50m2,
sendo 3200m2 construída, distribuído em três prédios contendo: 30(trinta) salas de
aulas, 1 área coberta para recreação, 2 refeitórios, 1 recepção, 1 sala de tesouraria,
1 sala de direção, 1 secretaria, 1 sala de vice direção, 3 sala de professores e
supervisores, 1 sala para atividades extracurriculares, 1 sala de mecanografia, 1
biblioteca, 2 cozinhas, 2 refeitório, 1 área livre, 1 quadra de esporte, 14 banheiros, 1
sala de música, 1 sala multifuncional, 4 almoxarifados e 1 salão de mídia.
Quanto às instalações hidráulicas, elétricas e pintura do prédio, percebe-se
que estão em boa ordem de conservação e quando necessário passam por reparos
para manter o bom funcionamento da escola.
O mobiliário das dependências da instituição escolar nas salas de aulas
encontra-se com um número de carteiras suficientes, em bom estado de
conservação, e nos setores administrativos e pedagógicos a mobília se encontra
suficientemente excelente/boa, dispondo de equipamentos pedagógicos como:
computador, projetor de slide, retroprojetor, filmadora, máquina fotográfica, aparelho
de som e máquina de xérox.
O acervo bibliográfico e materiais didáticos são suficientes, atualizados e bem
utilizados. Em relação às instalações físicas, estas dispõem de um excelente estado
de conservação e higiene. Enquanto a alimentação escolar, é de boa qualidade
suprindo a necessidade de todos.
3.3 ASPECTOS METODOLOGICOS DO TRABALHO

Segundo Minayo (2010, p. 14):

A metodologia é o caminho do pensamento e a prática exercida na


abordagem da realidade. Nessa concepção a metodologia inclui
simultaneamente a teoria da abordagem (o método), os instrumentos de
operacionalização do conhecimento (as técnicas) e a criatividade do
pesquisador (sua experiência, sua capacidade pessoal e sua sensibilidade).

A metodologia apresentada no vigente trabalho, incialmente será direcionada


e desenvolvida, através de um estudo sobre as dificuldades do aluno na
aprendizagem da escrita nos anos iniciais do ensino fundamental. Desde então,
exibir-se-á uma breve explanação acerca dos textos e suas variações linguísticas
em uma roda de conversa, cujo será avaliado os conhecimentos prévios que os
alunos possuem.
(...) podemos falar de conhecimentos prévios em diferentes níveis, na
medida em que as unidades organizativas dos processos de ensino e
aprendizagem podem ser de magnitudes diferentes (...) as unidades
organizativas dentro de um mesmo nível podem abranger do planejamento
geral (...) até o planejamento de unidades didáticas concretas e das lições
específicas dessas unidades. (...) em cada um dos níveis tem sentido falar
de conhecimentos prévios dos alunos, conhecimentos que, embora
logicamente relacionados, podem ser diferentes em função do grau de
generalidade ou especificidade com que são contemplados os novos
conteúdos em cada uma dessas unidades organizativas (MIRAS,1998, p.
71).

Diante da afirmação do autor, evidencia-se a importância de priorizar este


momento de discussão inicial com os alunos, avaliando o momento de fala,
oferecendo autonomia para os mesmos, oportunizando assim, comparações e
trocas de ideias com a turma, através do então conhecimento, já adquiridos por eles.
Com base nas concepções teóricas e metodológicas o presente trabalho, visa
desenvolver ações pedagógicas que contribuam na aprendizagem da escrita dos
alunos, onde os mesmos passam compreender a importância da linguagem escrita e
consigam apropriar-se de acordo com suas especificidades. Tais objetivos
orientarão, de acordo com os pressupostos centrais da pesquisa.
Partindo-se desse ponto, diante das informações obtidas no decorrer da
aula, será solicitado uma visita à biblioteca, onde os alunos possuirão acesso ao
acervo de revistas da instituição. Realizar-se-á leitura, em grupo, de textos escritos
no mesmo nível escolar, buscando informações do tema escolhido.
Em conseguinte, será promovida uma roda de conversa para reflexão oral,
levantando questionamentos sobre o que trata o texto, quem é o autor, a quem se
destina o texto, bem como, onde ele poderia ser veiculado/publicado, (TV, revista,
jornal, internet). Igualmente, importante, utilizar-se-á de jogos educativos no decorrer
do desenvolvimento da proposta pedagógica, como ferramenta de auxílio na
construção da linguagem escrita, explorando também a linguagem falada.
No decorrer do desenvolvimento das aulas, direcionar-se-á os alunos na
construção de uma escrita, acompanhando o desempenho e tirando dúvidas diante
da temática abordada.
Desta forma, considerando-se a gama de aprendizagem neste processo, o
encerramento da proposta interventoria, se dará a partir de uma exposição literária
realizada na biblioteca escolar, no qual os alunos serão colocados como
protagonistas ativos na apresentação das suas produções textuais.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Inicialmente, antes de quaisquer considerações, julga-se pertinente frisar


algumas idealizações que amadureceram durante a feitura deste artigo. As
dificuldades de aprendizagem e os problemas na escrita continuarão existindo; mas,
é viável e importante se ter um olhar sobre as dificuldades para poder reduzir o
impacto delas na vida dos alunos.
Em sociedades letradas como a nossa, a comunicação através da escrita está
presente em muitas situações quotidianas. A criança observa, pensa, faz perguntas,
formula hipóteses, experimenta e tira suas próprias conclusões. Contudo, a
aprendizagem da leitura e da escrita torna-se complexa para alguns alunos.
Pode-se verificar que há necessidade de a escola rever o processo de
aquisição da leitura e escrita, bem como escolher professores que estejam
capacitados para atuar nesse processo. É essencial um contato físico, o sentar ao
lado com o aluno para constatar sua evolução, e suas necessidades, direcionando-
os os caminhos que devem percorrer, para atingir o conhecimento desejado.
Neste contexto, as possibilidades e os prognósticos das dificuldades de
aprendizagem são divergentes. Surgem assim, a importância de propostas de
intervenção pedagógicas baseados nos processos fundamentais das habilidades de
leitura, de escrita, conforme as características dos problemas apresentados pelas
crianças, respeitando suas individualidades.
As ferramentas a serem usadas para auxiliar as crianças com dificuldades
podem ser bem variadas, dentre elas, destacamos o jogo como um instrumento que
oferece à criança um ambiente agradável, estimulando na mesma, a curiosidade e a
aprendizagem através da experiência. Vale ressaltar também, que o uso das
tecnologias incentiva o aluno neste processo, de forma atraente e variada. Além
disso, se faz importante o acompanhamento pedagógico específico, desde a
primeira ideia sobre a escrita.
Assim sendo, os envolvidos no processo educacional do aluno, tal qual a
família, escola e sociedade, tem importante papel na construção da escrita e leitura,
principalmente, os que apresentam singularidades na aprendizagem e necessitam
de um olhar diferenciado para que se sinta integrado no espaço escolar e social.
Dessarte, o presente trabalho, leva-nos a refletir sobre diversas formas de
práticas educacionais e pedagógicas que amparem o educando na sua dificuldade,
nos sensibilizando a buscar cada vez mais o conhecimento aliado a teoria e a
prática para o exercício profissional e acadêmico.

Para aprender a ler e a escrever é preciso apropriar-se desse conhecimento,


através da reconstrução do modo como ele é produzido. Isto é, é preciso
reinventar a escrita. Os caminhos dessa reconstrução são os mesmos para
todas as crianças, de qualquer classe social.
Emília Ferreiro

Quando a escola foi criada, também havia muita diversidade. Mas foi uma
diversidade negada. Todas as crianças deviam ter os mesmos direitos,
aprender as mesmas coisas, da mesma maneira e falar a mesma língua.
Quando se estabelece isso, a missão da escola é formar esse cidadão ideal,
que deve saber certas coisas e falar de certa maneira. Hoje, a comunicação
entre as diversidades, as possibilidades de encontro se multiplicaram
exponencialmente. Não havia tanto encontro de diversidades antes, exceto
em alguns lugares. Então, historicamente, a escola não foi criada para
respeitar a diferença.

Emília Ferreiro

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