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Cláudio Pereira [a]; Fabiana Paixão Viana [b]; Jeferson Bacelar [c]
[a] Possui graduação em Ciências Sociais pela Universidade Federal da Bahia (1983), mestrado em Sociologia pela
Universidade Federal da Bahia (1995) e doutorado em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de Campinas (2002).
Atualmente é antropólogo da Universidade Federal da Bahia., Salvador, BA – Brasil.
[b] Possui a licenciatura em Ciências Sociais pela Universidade Federal da Bahia (2007), bacharelado em Ciências Sociais
com ênfase em Antropologia (2009) e mestrado em Estudos Étnicos e Africanos nesta mesma instituição (2012).
Atualmente é doutoranda no Programa de Pós-graduação em Antropologia da Universidade Federal da Bahia e realiza
intercâmbio financiado pelo Programa de Doutorado Sanduiche no Exterior (PDSE/CAPES) na Universidade de Santiago
de Compostela (USC), Salvador, BA – Brasil. E-mail: fabipviana@gmail.com
[c] Possui graduação em Ciências Sociais pela Universidade Federal da Bahia (1971), mestrado em Ciências Sociais por
essa mesma instituição (1980) e doutorado em Ciências Sociais pela UFBA (2003). Atualmente é professor das Pós-
Graduações em Estudos Étnicos e Africanos e Antropologia, pesquisador e Coordenador do Centro Estudos Afro-
Orientais, CEAO/UFBA e Conselheiro do Museu Fowler na UCLA para a exposição sobre a Bahia Negra em 2017,
Salvador, BA – Brasil. E-mail: bacelarj@ufba.br
Resumo
Este artigo, como o próprio nome sugere, apresenta um conjunto de indicações para uma futura
história da alimentação da Bahia. Inicia-se com os trabalhos de Thales de Azevedo e perpassa por
diversos autores da antropologia baiana que abordaram o tema da alimentação em seus trabalhos. A
antropologia da alimentação na Bahia, de forma geral, aparece como comportando duas grandes
vertentes: uma, que procurava compreender o que comiam os baianos, e a outra, direcionada para a
comida da religião afro-baiana; entretanto, progressivamente, outros caminhos foram abertos. Assim,
o artigo foi dividido em quatro tópicos: a) o que comiam e comem os baianos; b) comida e religião; c)
comida e grupos étnicos; e d) uma abordagem individual de Vivaldo da Costa Lima, devido sua
importância e tráfego em vários âmbitos da alimentação durante décadas.
Abstract
As its title suggests, this article presents a number of signposts for a future history of food in Bahia. It
begins with the works of Thales de Azevedo and goes on to discuss several Bahian anthropologists’
writings on the subject of food. The anthropology of food in Bahia, generally speaking, follows two
main pathways: one that sought to understand what Bahians ate, and another that focused on food in
Afro-Brazilian religion. However, other paths have gradually opened. Therefore, this paper is
somewhat into four topics: a) Bahian culinary habits past and present, b) food and religion and c)
Comida e religião
1
Sobre o assunto, ver Douglas, Mary. As abominações do Levítico, in Pureza e Perigo. São Paulo: Editora
Perspectiva, 1976, p. 57 a 74
2
Collaço, Janine Helfst Leicht. De que forma a (i)migração nas cidades influencia as transformações
culturais da alimentação. Revista Coletiva, no. 15, jan/fev/mar/abr 2015.
Existem dois livros de Costa Lima que necessariamente precisam ser consultados
quando o assunto é antropologia da alimentação: “Anatomia do Acarajé e outros escritos” e
“A comida de santo numa casa de queto da Bahia”. Complementarmente pode-se ler
Cosme e Damião, assim como se pode encontrar textos dispersos, publicados ou não, já que o
velho mestre tinha por hábito escrever suas aulas, suas palestras e suas conferências.
A obra Anatomia do Acarajé e Outros Escritos reúne seus principais textos sobre o
tema, e a despeito de ser um livro póstumo teve acompanhamento e seleção diretamente feita
pelo próprio Costa Lima. São ao todo onze escritos que podem ser assim apresentados:
À mesa com Gilberto Freyre, originalmente foi uma palestra apresentada em 1984 pela
passagem dos 50 anos de Casa Grande e Senzala e que trata do vasto conteúdo, dentro das
obras do sociólogo pernambucano, sobre a questão da alimentação no Brasil. Na obra casa
Grande e Senzala, de acordo com Costa Lima, a alimentação era um assunto recorrente.
Referências bibliográficas
_______. Cosme e Damião: o culto aos santos gêmeos no Brasil e na África. Salvador:
Corrupio, 2005.
_______; BRAGA, Célia Maria Leal. Bahianas de Acarajé: uma categoria ocupacional em
redefinição. Texto mimeografado para a Pós-Graduação em Ciências Humanas da UFBA,
1977.
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RÉGIS, Olga Francisca. A Comida de Santo numa Casa de Queto na Bahia. Introdução e
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Universidade Federal do Maranhão. São Luis: EDUFMA, 2014, v.11, n.21. P. 127 a 141.
Recebido: 14/03/2015
Received: 14/03/2015
Aprovado: 01/06/2015
Approved: 01/06/2015