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FAMÍLIA E DIREITO NA
CONTEMPORANEIDADE
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IDENTIFICAÇÃO DO CURSO
MÓDULO I: Família e Direito na
contemporaneidade
Carga Horária: 4 horas/aulas
Curso: Capacitação e qualificação
profissional
Professor: MsC. Héberto Olímpico Costa
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IDENTIFICAÇÃO DO CURSO
OBJETIVOS
Discutir aspectos conjunturais correlatos ao Direito
de Família.
Abordar as principais demandas que se apresentam
a psicólogos e assistentes sociais no âmbito
sóciojurídico, enquanto expressões da questão
social, demarcando desafios e perspectivas da ação
profissional.
Discutir os instrumentos e técnicas utilizados no
trabalho do/a psicólogo e/ou assistente social no
âmbito sócio-jurídico.
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DIREITO DAS FAMÍLIAS
O direito é a mais eficaz técnica para o Estado
cumprir sua importante função de organizar a
vida em sociedade.
O legislador “carimba” os fatos da vida,
transformando-os em normas jurídicas
mediante o estabelecimento de sanções. O
direito adjetiva os fatos para que sejam
“jurídicos”.
O Estado regula as relações entre as pessoas,
não podendo deixar de respeitar o direito à
liberdade, garantir o direito à vida digna e feliz.
ORIGEM DA FAMÍLIA
Acasalamento – perpetuação da espécie:
aversão a solidão;
Fato natural (química biológica);
A família é um agrupamento informal, de
formação espontânea no meio social, cuja
estruturação se dar através do direito;
A família é uma construção cultural, sem
entretanto estarem necessariamente ligados
biologicamente;
LAR: Lugar de Afeto e Respeito;
A intervenção do Estado levou ao casamento.
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ORIGEM DA FAMÍLIA
Vou te contar, os olhos já não podem ver
Coisas que só o coração pode entender
Fundamental é mesmo o amor
É impossível ser feliz sozinho
CONCEITO DE FAMÍLIA
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DIREITO DE FAMÍLIA
DIREITO DE FAMÍLIA
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DIREITO DE FAMÍLIA
FAMÍLIA E DIREITO NA
CONTEMPORANEIDADE
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FAMÍLIA E DIREITO NA
CONTEMPORANEIDADE
TIPOS DE FAMÍLIA
As recentes modificações sobre o instituto da Família
permitiram-na diferentes definições.
Antes a família era constituída por um casal, homem e
mulher. Hoje é possível que a Família seja
Convencional, Homoafetiva e Uniparental, também
chamada Monoparental.
Em palavras simples, temos na Família Convencional, a
presença de um homem e uma mulher, com filho ou não.
Enquanto na Homoafetiva, como já se sabe, existem
duas pessoas do mesmo sexo, com filho ou não.
Nesses dois tipos de Família, percebe-se a necessidade
de haver um casal, independente do sexo, com filhos ou
não.
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TIPOS DE FAMÍLIA
Já na Família Uniparental (art. 226, § 4º), não é
necessário que haja um casal, mas é fundamental e
lógico que exista filho(s), formando então uma
entidade familiar.
Apesar da CF/88 definir que o casamento só é
possível entre homem e mulher, hoje, decorrente da
permissão judicial, a Família Homoafetiva também é
reconhecida.
TIPOS DE FAMÍLIA
Família casamentária (advinda do casamento);
Família proveniente de união estável entre pessoas
de sexos diferentes;
Família monoparental, na qual não se leva em conta
a orientação sexual adotada.
Não obstante, a Constituição Federal não excluiu a
existência de outros tipos familiares.
Pudera, porque não compete ao Constituinte dizer o
que é família, mas sim, a “complexa dinâmica social,
que tem na aproximação decorrente de afetividade
mútua e desejo comum de convivência o tronco
principal da composição familiar”
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UNIÃO ESTÁVEL
União estável é a relação de convivência entre dois
cidadãos que é duradoura e estabelecida com o
objetivo de constituição familiar.
O Código Civil não menciona o prazo mínimo de
duração da convivência para que se atribua a
condição de união estável.
São direitos e deveres iguais dos conviventes:
I - respeito e consideração mútuos;
II - assistência moral e material recíproca;
III - guarda, sustento e educação dos filhos comuns.
UNIÃO HOMOAFETIVA
Comprovada a existência de união homoafetiva, é de
se reconhecer o direito do companheiro sobrevivente à
meação dos bens adquiridos a título oneroso ao longo
do relacionamento.
independente da onerosidade na aquisição do
patrimônio ser de apenas um dos companheiros, o
outro tem direito de copropriedade nesse patrimônio.
Como hoje há permissão judicial para a União
Homoafetiva, dar-se-ão os mesmos efeitos do
casamento também no momento em que um dos
companheiros falece. Tendo então o companheiro
sobrevivente direito a meação na herança.
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UNIÃO HOMOAFETIVA
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FIM DO CASAMENTO
A sociedade conjugal termina:
I - pela morte de um dos cônjuges;
II - pela nulidade ou anulação do casamento;
III - pela separação judicial;
IV - pelo divórcio.
Com o advento da EC 66/2010 o divórcio dissolve o
vínculo conjugal, quer de forma consensual, quer por
meio de ação litigiosa.
Caso os cônjuges não tiverem pontos de discordância
nem filhos menores ou incapazes, podem obter o
divórcio sem a intervenção judicial, perante um
tabelião.
FIM DO CASAMENTO
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FIM DO CASAMENTO
FIM DO CASAMENTO
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CRIANÇA E ADOLESCENTE
O Art. 6º do ECA (Lei 8.069/90) leciona:
CRIANÇA E ADOLESCENTE
Situação Irregular havia duas infâncias no Brasil:
Menores: pessoas em situação irregular;
Crianças e adolescentes (direitos assegurados).
Com a Doutrina da Proteção Integral, foi
concebida uma única infância, no sentido de que
todas as crianças e adolescentes são tidas como
sujeitos de direitos, pessoas em peculiar
condição de desenvolvimento, com a introdução
de conceitos que permitem abordar essa questão
sob a ótica dos direitos humanos.
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CONSTITUIÇÃO FEDERAL
A proteção à infância, no seu sentido lato, é
direito social amparado pelo art. 6º da
Constituição Federal.
Art. 6º - São direitos sociais a educação, a saúde, a
alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o
lazer, a segurança, a previdência social, a proteção
à maternidade e à infância, a assistência aos
desamparados, na forma desta Constituição.
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Os direitos da criança e do adolescente na
Constituição Federal
A Constituição atribuiu à infância e a juventude um
momento especial na vida do ser humano e, por isso,
conferiu-lhe no seu artigo 227 uma proteção jurídica
específica, assegurando: o status de pessoas em
situação peculiar de desenvolvimento, a titularidade
de direitos fundamentais e determinou ao Estado que
estes direitos sociais fossem promovidos por meio de
políticas públicas.
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CONSTITUIÇÃO FEDERAL
TRATAMENTO CONSTITUCIONAL RELACIONADOS
À INFÂNCIA E À JUVENTUDE:
Princípio da prioridade absoluta (art. 227, CF);
Garantia da inimputabilidade (art. 228, CF)
Possibilidade de adoção por estrangeiros e
assistência do poder público a qualquer tipo de
adoção (Lei 12.010-2009);
Isonomia entre os filhos;
Idade mínima para o trabalho.
DIREITOS FUNDAMENTAIS DA
CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
PRINCÍPIO DA ABOSLUTA PRIORIDADE
I - O direito à vida e à saúde;
II - Direito à liberdade, ao respeito e à dignidade;
III - Direito à convivência familiar e comunitária;
IV - direito à educação, à cultura, ao esporte e ao
lazer;
V - direito à profissionalização e à proteção ao
trabalho.
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DIREITOS FUNDAMENTAIS DA
CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
De acordo com o Estatuto, toda criança e adolescente
tem o direito de ser criado e educado, ordinariamente,
no seio de sua família natural e, excepcionalmente, em
FAMÍLIA SUBSTITUTA, “esta considerada como
estruturação psíquica, em que as funções de filho
e pais não têm de ser necessariamente fruto de
uma relação biológica”.
DIREITOS FUNDAMENTAIS DA
CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
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DIREITOS FUNDAMENTAIS DA
CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
Da Família Natural
Art. 25 – ECA:
Entende-se por família natural a comunidade formada
pelos pais ou qualquer deles e seus descendentes.
Parágrafo único. Entende-se por família extensa ou
ampliada aquela que se estende para além da
unidade pais e filhos ou da unidade do casal,
formada por parentes próximos com os quais a
criança ou adolescente convive e mantém vínculos
de afinidade e afetividade.
RECONHECIMENTO DE
PATERNIDADE
O Estatuto faz menção às formas de reconhecimento
de paternidade, direito esse personalíssimo,
indisponível e imprescritível, e que pode ser
exercido contra os pais ou seus herdeiros, sem
qualquer distinção.
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RECONHECIMENTO DE
PATERNIDADE
Segundo o Código Civil (art. 1.609), o
reconhecimento dos filhos havidos fora do
casamento é irrevogável e será feito:
no próprio registro de nascimento;
por escritura pública ou escrito particular;
por testamento;
por manifestação expressa e direta ao juiz, ainda que
o reconhecimento não haja sido o objeto único e
principal do ato que o contém;
Se acaso não houver o reconhecimento espontâneo,
poderá ele decorrer de sentença judicial, que
produzirá os mesmos efeitos jurídicos.
PODER FAMILIAR
O PODER FAMILIAR será exercido em igualdade de
condições entre o pai e a mãe, competindo-lhes o
sustento, a guarda e a educação dos filhos.
Eventual carência de recursos materiais não
constituirá motivo suficiente para a perda ou
suspensão do poder familiar, quando então a família
deve ser incluída em programas oficiais de auxílio.
A perda ou a suspensão do poder familiar decorrerão
de sentença judicial.
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FAMÍLIA EXTENSA
A FAMÍLIA EXTENSA é aquele que vai além da
unidade pais e filhos, para encampar também outros
parentes, com quem a criança mantenha vínculo de
afinidade ou de afetividade.
Não sendo possível a manutenção da criança ou do
adolescente nessa entidade familiar, a família natural
dará lugar à substituta. Portanto, família substituta é
aquela que, de forma excepcional e necessária,
assumiu o lugar da original.
FAMÍLIA EXTENSA
É possibilitada através dos institutos jurídicos da
GUARDA, TUTELA ou ADOÇÃO.
É deferida, via de regra, a famílias nacionais, salvo no
caso de adoção, em que é permitida a famílias
estrangeiras excepcionalmente (princípio da
excepcionalidade da adoção internacional – a adoção
nacional é prioritária).
Para a apreciação do pedido, o juiz levará em conta o
grau de parentesco e a relação de afinidade ou de
afetividade, como meio de minorar as
consequências da medida.
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GUARDA
Modalidade de colocação em família substituta
destinada a regularizar a posse de fato da criança ou
do adolescente.
A guarda é o instituto pelo qual se transfere ao
guardião, a título precário, os atributos do art. 1634, I,
II, VI e VII, do Código Civil.
Obriga à assistência material, moral e educacional
à criança ou adolescente.
É necessário o procedimento contraditório quando
houver discordância dos genitores (art. 166 ECA).
Tem como característica a provisoriedade, de modo
que pode ser revogada a qualquer tempo, mediante ato
judicial fundamentado (art. 35).
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GUARDA
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GUARDA
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GUARDA
GUARDA - JURISPRUDÊNCIA
A guarda compartilhada garante melhor o interesse da
criança, em caso de separação dos pais.
A guarda compartilhada busca a plena proteção do
melhor interesse dos filhos, pois reflete, com muito
mais acuidade, a realidade da organização social atual,
que caminha para o fim das rígidas divisões de papéis
sociais definidas pelo gênero dos pais.
Para o STJ, a guarda compartilhada é “o ideal a ser
buscado no exercício do poder familiar entre pais
separados, mesmo que demandem deles
reestruturações, concessões e adequações diversas,
para que seus filhos possam usufruir, durante sua
formação, do ideal psicológico de duplo referencial.
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TUTELA
Tutela constitui o conjunto de direitos e obrigações
conferidas a um terceiro (tutor), para que proteja a
pessoa de uma criança ou adolescente que não se
acha sob o poder familiar.
Poderá o tutor administrar os bens do tutelado, bem
como representá-lo ou assisti-lo nos atos da vida civil.
A tutela pressupõe a extinção do poder familiar, o que
pode ocorrer em virtude da morte dos pais ou a
decretação de sua perda (art. 1638 do CC) ou
suspensão (art. 1637 do CC), em razão de sentença
judicial proferida em procedimento próprio.
ADOÇÃO
É uma medida protetiva de colocação em família
substituta que estabelece o parentesco civil entre
adotantes e adotados.
A adoção implicará no desligamento dos vínculos
familiares existentes.
Quer seja a adoção de crianças e de adolescentes,
quer seja a de adultos, o regramento legal aplicado é o
Estatuto da Criança e do Adolescente, dependendo
ambas de SENTENÇA judicial.
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ADOÇÃO
Adoção unilateral – geralmente requerida pelo marido
ou companheiro da genitora da criança – entende-se
aquela em que o adotando mantém os vínculos com o
pai ou mãe biológicos.
Opõe-se à adoção bilateral, em que há o total
rompimento dos vínculos biológicos, quer em relação
ao pai, quer em relação à mãe biológicos.
A adoção unilateral poderá ocorrer em três hipóteses,
quais sejam: a) quando no registro de nascimento
constar tão somente o nome do pai ou da mãe; b)
quando no registro de nascimento constar também o
nome do outro pai ou mãe; e, c) adoção pelo cônjuge
ou companheiro, quando o pai/mãe for falecido.
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ADOÇÃO INTERNACIONAL
1°- Aplica-se essa adoção para estrangeiros domiciliados
no Brasil ou fora dele.
2°- O estágio aqui é obrigatório, sem exceção em território
nacional e, um prazo mínimo de 30 dias.
3°- O estrangeiro deve possuir cadastro junto aos órgãos
de adoção, para poder adotar no Brasil.
4°- Todo documento estrangeiro será autenticado pela
autoridade consular e traduzido por tradutor juramentado.
5°- Essa adoção terá a participação das chamadas
autoridades centrais, estaduais e Federal.
ADOÇÃO INTERNACIONAL
6°- Esses órgãos podem após o termino do processo exigir
informações a cerca do adotando, bem como antes da
sentença exigir do adotante estudos complementares de
cunhos psicossocial.
7°- É vedado aos adotantes sair do território nacional antes
do transito em julgado. Com a sentença o juiz determina a
expedição de alvará autorizando a viagem, bem como
expedir o passaporte.
A ação tramita na Vara da Infância e Juventude /
Família / Cível, é indispensável a presença do
advogado e o Ministério Público intervem na ação,
pode recorrer pois tem legitimidade.
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ADOÇÃO INTERNACIONAL
ADOÇÃO INTERNACIONAL
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VARA DA INFÂNCIA E DA
JUVENTUDE
A competência da justiça da infância e da juventude
pode ser exclusiva, quando compete tão somente a ela
o julgamento de determinadas ações, como pode ser
concorrente, quando, para que esse Juiz seja
competente, necessário se faz que a criança ou o
adolescente se encontre em situação de risco,
consubstanciada em uma das hipóteses do art. 98 do
ECA.
DECISÕES COMENTADAS
DIREITO CIVIL. ALIMENTOS NA HIPÓTESE DE
FORMAÇÃO DE VÍNCULO SOCIOAFETIVO.
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DECISÕES COMENTADAS
DIREITO CIVIL. ADOÇÃO. CONCESSÃO DE ADOÇÃO
UNILATERAL DE MENOR FRUTO DE INSEMINAÇÃO
ARTIFICIAL HETERÓLOGA À COMPANHEIRA DA MÃE
BIOLÓGICA DA ADOTANDA.
A adoção unilateral prevista no art. 41, § 1º, do ECA pode
ser concedida à companheira da mãe biológica da
adotanda, para que ambas as companheiras passem a
ostentar a condição de mães, na hipótese em que a
menor tenha sido fruto de inseminação artificial
heteróloga, com doador desconhecido, previamente
planejada pelo casal no âmbito de união estável
homoafetiva, presente, ademais, a anuência da mãe
biológica, desde que inexista prejuízo para a adotanda.
ReSP 922.462-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Boas Cueva, julgado em 4/4/2013,
Info 522, STJ.
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