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FORA
INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS
DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA
Texto em anexo: FRAGOSO, João Luís Ribeiro. Poderes e mercês nas conquistas americanas
de Portugal (séculos XVII e XVIII): apontamentos sobre as relações centro e periferia na
monarquia pluricontinental lusa. In: FRAGOSO, João Luís Ribeiro; Monteiro, Nuno Gonçalo
(orgs.). Um reino e suas repúblicas no Atlântico: comunicações políticas entre Portugal,
Brasil e Angola nos séculos XVII e XVIII. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2017, p.
49-68.
RESPOSTA
Fragoso mostra vários materiais que destacam a grande dificuldade que era a
manutenção de uma unidade política, territorial e cultural. Ao pensar em uma monarquia
corporativa e pluricontinental permitiu ter uma visão mais ampla e desenvolvida entre a
relação metrópole e colônia. A partir desse modelo de império é possível visualizar que não
havia uma constituição colonial unificada, não tinha um status consolidado para a população
colonial, o que existia de fato eram as instituições políticas utilizadas como mediadoras entre
o poder central e poder local, que geravam uma pluralidade de vínculos políticos e situações
jurídicas como a justaposição institucional, diversidade de modelos jurídicos, diversidade de
limitações constitucionais do poder régio e o consequente caráter mutuamente negociado de
vínculos políticos.
Dessa forma, o conceito proporciona uma relação entre a concepção de reino do ponto
de vista territorial, a relação com a produção das riquezas, o caráter do regime político e a
concretização da sua governança. Não se trata de perceber a instituição desses valores apenas
pelo consenso, mas também pelo conflito, todas divergências e contestações são recorrentes
ao longo da história colonial. Mas ao mesmo tempo é muito claro o fato de que a busca pelos
valores que compõem o espírito nobiliárquico mostra a recorrente busca pela adequação a
esse modelo corporativista onde o rei atua como a cabeça organizacional. O conceito de
monarquia pluricontinental contribui para compreender como uma herança histórica,
fundamental para criar uma forma de agir, e por consequência as motivações que regem.