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A INFLUÊNCIA DO AMBIENTE SOCIOMORAL SOBRE AS PRÁTICAS DE BULLYING


EM SALA DE AULA
1, 2
Poliana Soares Quinato Zocoler Jaqueline Batista de Oliveira Costa
1 2
Graduada em Pedagogia pela Universidade do Oeste Paulista/UNOESTE. Docente do Curso de Pedagogia da Universidade do
Oeste Paulista/UNOESTE). e-mail: poliana.soares@gmail.com

RESUMO
Nos dias atuais, muito tem se falado sobre violência na escola. Dentre as diferentes modalidades de
violência que se manifestam intramuros escolares, a prática do bullying vem se destacando nos últimos
anos. Nesse sentido, a presente pesquisa teve como objetivo geral discutir a influência do ambiente
sociomoral sobre as práticas de bullying na sala de aula. Especificamente buscamos caracterizar o
fenômeno bullying enquanto modalidade específica de violência; discutir a prática do bullying sob o contexto
das relações sociomorais estabelecidas dentro da escola; compreender como as relações sociomorais
estabelecidas entre os pares de alunos são capazes de influenciar a prática do bullying. A investigação foi
realizada em uma escola pública estadual do município de Presidente Prudente (SP). Participaram do
estudo 40 alunos do 6º ano do Ensino Fundamental entre 10 e 11 anos de idade. Foi utilizado como
instrumento para coleta de dados, a aplicação de dois questionários respondidos pelos alunos. O
questionário de número 01 teve como objetivo identificar como os sujeitos investigados avaliam o ambiente
sociomoral de suas salas de aula; o questionário de número 02 buscou identificar a ocorrência e a
intensidade de prática do bullying na escola, bem como o envolvimento dos sujeitos, quer como vítimas,
perpetradores e/ou espectadores. Os dados, obtidos por meio dos dois questionários, receberam tratamento
qualiquantitativo, por meio do qual, as respostas dos investigados foram cruzadas com o intuito de
identificar a possível relação do ambiente sociomoral da sala de aula e a intensidade da prática de bullying
pelos alunos.
Palavras chave: Bullying. Escola. Ambiente Sociomoral. Sala de aula.

THE INFLUENCE OF ENVIRONMENT ON SOCIAL MORAL PRACTICES OF BULLYING IN THE


CLASSROOM

ABSTRACT
Today, much has been said about violence in school. Among the different types of violence that manifest
Intra School, bullying has been highlighted in recent years. In this sense, this research aimed to discuss the
influence of environment on the sociomoral practices of bullying in the classroom. Specifically we seek to
characterize the phenomenon of bullying as a specific form of violence, to discuss bullying in the context of
relationships established within the school sociomorais; sociomorais understand how the relationships
established between students pairs are able to influence the practice of bullying. The investigation was
performed in a public school in the city of Presidente Prudente (SP). Participants were 40 students in the 6th
grade of elementary school between 10 and 11 years of age. Was used as an instrument for data collection,
the application of two questionnaires answered by students. The number 01 questionnaire aimed at
identifying how the subjects investigated sociomoral evaluate the environment of their classrooms, the
number 02 questionnaire sought to identify the occurrence and intensity of bullying at school as well as the
involvement of individuals, either as victims, perpetrators and / or spectators. The data obtained by means of
two questionnaires, received treatment quantitative quali, whereby the responses of those investigated were
crossed in order to identify the possible relationship between the environment of the classroom sociomoral
and intensity of bullying by students.
Keywords: Bullying. School. Socio moral environment. Classroom.

Colloquium Humanarum, Presidente Prudente, v. 9, n. 2, p. 29-41, jul/dez 2012. DOI: 10.5747/ch.2012.v09.n2.h122


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INTRODUÇÃO alguma influência sobre a prática do bullying entre


A agressividade e a violência escolar, os alunos?
segundo Fante (2005), vêm apresentando um Nesse sentido, a presente pesquisa tem
aumento significativo nos últimos anos, o que tem como objetivo geral discutir a influência do
acarretado um constante patrulhamento policial ambiente sociomoral sobre as práticas de bullying
nas escolas, decorrente da gravidade dos atos na sala de aula. Especificamente pretendemos
praticados em seu interior. Dentre as diferentes caracterizar o fenômeno bullying enquanto
modalidades de violência que se manifestam modalidade específica de violência; discutir a
intramuros escolares, a prática do bullying vem se prática do bullying sob o contexto das relações
destacando. sociomorais estabelecidas dentro da escola;
Entretanto, segundo Silva (2010), o compreender como as relações sociomorais
bullying não é prioridade das escolas brasileiras, estabelecidas entre os pares de alunos são
uma vez que se trata de um problema que atinge capazes de influenciar a prática do bullying.
o mundo todo, sendo encontrado em toda e
qualquer escola, e não se restringindo a nenhum BULLYING: O QUE É E COMO SE MANIFESTA
tipo de instituição, seja ela infantil, fundamental, Segundo Cezar (2010), estudos
média, pública ou particular, rural ou urbana. realizados mostram que, até algum tempo atrás,
Pode-se dizer que as escolas não admitem a atitudes agressivas como “xingar”, bater, não
ocorrência do bullying entre seus estudantes ou eram considerados como violência pela maioria
não têm conhecimento sobre o assunto. Dessa dos educadores e pais, pois ao seus olhos essas
forma, se negam a enfrentá-lo, levando crianças e atitudes eram consideradas como simples
adolescentes a, muitas vezes, não falarem sobre brincadeiras entre os estudantes. Hoje é sabido
o que está ocorrendo consigo e a achar que eles que estas atitudes realizadas de forma repetitiva
são culpados por tais agressões. e intencional caracterizam o bullying.
Nesse sentido esta proposta de pesquisa O termo Bullying é de origem inglesa sem
pretende contribuir com os estudos que vem tradução para o português. Segundo Silva (2010),
sendo desenvolvidos, por inúmeros Cezar (2010), Fante (2005), Lopes Neto (2005), a
pesquisadores, sobre a temática em questão. expressão bullying corresponde a uma série de
A relevância do estudo justifica-se pela atitudes violentas que podem ser físicas ou
grande destruição que o bullying é capaz de psicológicas, sempre recorrentes, ou seja,
provocar na vida das vítimas, espectadores e, aplicada de forma repetitiva por um
mesmo dos perpetradores. Sabemos que o agressor/autor contra uma vitima/alvo incapaz de
problema tende a se agravar, caso medidas se defender, causando dor e angústia aos
emergenciais de combate e prevenção, envolvidos.
envolvendo toda a comunidade escolar, não Ainda para Abramovay e Rua (2003):
sejam implementadas. Entretanto, para sabermos “Bullying é definido como abuso físico ou
lidar com o problema, é necessário que psicológico contra alguém que não é capaz de se
conheçamos suas múltiplas determinações. defender” (p.23).
Assim, questionamos: O ambiente sociomoral da Olweus (1998) define o bullying:
escola, baseado em práticas e relações Como um conjunto de atitudes
agressivas, intencionais e
interpessoais coercitivas ou cooperativas, exerce
repetitivas, adotado por um ou
mais alunos contra outro(s),

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sem motivação evidente, violência sofrida. Normalmente as vitimas sofrem


causando dor, angústia e
caladas, sem pedir ajuda à escola ou mesmo à
sofrimento. É caracterizado por
sua natureza repetitiva e por família.
desequilibro de poder. Insultos,
Os alunos normalmente são
intimidações, apelidos cruéis e
frágeis fisicamente ou
constrangedores, gozações que
apresentam alguma “marca” que
magoam profundamente,
as destaca da maioria dos
acusações injustas, atuação de
alunos: são gordinhas ou
grupos que hostilizam,
magras demais, altas ou baixas
ridicularizam e infernizam a vida
demais; usam óculos; são
de outros alunos, a ponto de
“caxias”. [...] enfim, qualquer
excluí-los do grupo, além de
coisa que fuja ao padrão
danos físicos, morais e
imposto por um determinado
materiais. (apud CESAR, 2010,
grupo pode deflagrar o processo
p. 66).
de escolha da vítima do bullying.
(SILVA, 2010, p. 38).
De acordo com Fante (2005) as
manifestações do bullying correspondem a:
Segundo Silva (2010), o agressor de
Insultos, intimidações, apelidos
cruéis, gozações que magoam bullying possui em seu perfil “traços de
profundamente, acusações desrespeito e maldade”. Silva enfatiza ainda que
injustas, atuação de grupos que
hostilizam, ridicularizam e Os agressores apresentam desde muito cedo,
infernizam a vida de outros “aversão às normas, não aceitam ser contrariados
alunos levando-os à exclusão,
além de danos físicos, morais e ou frustrados, geralmente estão envolvidos em
materiais, são algumas das pequenos delitos. [...] o desempenho escolar
manifestações do
comportamento bullying. (2005, desses jovens costuma ser regular ou deficitário,
p. 29). sem que isso configure deficiência intelectual ou

A PRÁTICA DO BULLYING NA ESCOLA: de aprendizagem” (p. 43).

VÍTIMAS, AUTORES, ALVOS E Para Cezar (2010), alvos de bullying que,

ESPECTADORES por vezes sofrem agressões, passam a perpetrar

Para Lopes Neto (2005) e Cezar (2010), as agressões sofridas contra outras pessoas que

os papeis desempenhados na prática do bullying são consideradas mais fracas. Por não

podem assim ser classificados entre: autores, conseguirem lidar com as provocações recebidas,

alvos, alvos/autores e espectadores de bullying. “descontam” em outras pessoas. E assim, o aluno

Segundo Lopes Neto (2005), o aluno que que é um alvo de provocações, faz novos alvos

é exposto repetidas vezes, às ações de perpetrando as crueldades já conhecidas.

perpetradores (agressores) de forma negativa, Lopes Neto (2005) pondera que a maioria

por um ou mais alunos, é uma vítima. Dessa dos alunos, não se envolve nos casos de bullying,

forma, entende-se que, para ser caracterizado pelo menos não diretamente. Todavia, os alunos

como bullying, essas ações negativas serão que testemunham a ação dos agressores em

aplicadas repetidas vezes, unicamente com o suas vitimas (denominados para objeto de estudo

intuito de humilhar, perseguir, incomodar outra como espectadores/testemunhas das ações de

pessoa, de forma intencional. bullying), normalmente se calam e não interferem,

O perfil psicológico das vítimas mostra pois o medo de ser a “próxima vitima”, de não

que as mesmas são inseguras, tímidas, pouco saber a quem recorrer, faz com que silenciem e

sociáveis, com baixa autoestima. Sendo assim, não apontem os agressores.

não se sentem preparadas para combater a

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Ainda segundo Lopes Neto (2005), (MENIN, 1996, p.38) e não apenas para um
“grande parte das testemunhas sente simpatia pequeno grupo de pessoas com seus costumes.
pelos alvos, tende a não culpá-los pelo ocorrido, Menin (1996) enfatiza que:
condena o comportamento dos autores e deseja O que o filósofo está nos
dizendo é que para sermos
que os professores intervenham mais
moralmente corretos basta
efetivamente”. (2005, p. 168). agirmos de acordo com motivos
racionais que concordemos
(possamos querer) que sejam
DESENVOLVIMENTO MORAL DA CRIANÇA E motivos possíveis para toda e
qualquer pessoa! Ou, de modo
AMBIENTE SOCIOMORAL
bem simples: “o que pode valer
Afim de melhor compreender sobre para mim devo concordar que
possa valer para todos!”.
desenvolvimento moral da criança, bem como
(MENIN, 1996, p.38).
sobre a possível relação entre ambiente
sociomoral da escola e a prática do bullying entre Para Piaget (1994) o indivíduo passará
os alunos, baseamos a pesquisa na Psicologia por duas etapas morais. Nascemos na anomia,
moral de Jean Piaget, contida no livro O Juízo que é a total ausência de regras; a criança não
Moral na Criança (1994) e de outros teóricos que reconhece as regras e baseia suas relações em
dão continuidade a seus estudos como, Tognetta sua vontade imediata e ainda não tem a
(2005), Menin (1996), Vinha (1999), dentre consciência do que é permitido ou não através
outros. das regras.
Para Menin (1996), ao analisar sobre o Posteriormente a criança atingirá a moral
que é moral, pode-se tentar buscar respostas heterônoma. Esta se baseia na moral autoritária,
sobre o conceito ainda no século XVIII com na relação de coação, unilateral, na qual a
filósofo alemão Emanuel Kant que se dedicou a criança apenas obedece às regras impostas, sem
pensar nas seguintes perguntas: o que seria a questioná-las, apenas as segue por medo de
moral? Ou ainda o que seria agir moralmente sanções punitivas ou ainda de perder o amor de
bem ou mal? Ou se agir moralmente bem seria o um adulto responsável, como pais e professores.
mesmo que apenas seguir as regras que nos Na autonomia moral as relações,
cercam? segundo Piaget (1994), são baseadas no
Menin (1996) resume as conclusões de cooperativismo, no respeito e diálogos mútuos.
Kant observando que agir moralmente bem não é Nesta fase o indivíduo segue as regras não
o mesmo do que seguir as regras sociais, porque porque são impostas, mas sim porque ao analisar
se assim o fosse, não precisaríamos da moral, a importância de seguir as mesmas, consideram
pois ao seguir esta ou aquela regra/lei certas em sua visão. É neste ponto que entendem
estabelecida socialmente eu agiria corretamente, e internalizam valores morais que nortearão suas
mas a moral exige um princípio universal que é ações/relações em sociedade.
diferente de apenas seguir os costumes desta ou Para Piaget (1994) é na interação e troca
daquela sociedade. diárias com o meio social, que o indivíduo
Sendo assim a moral deve indicar o que é constrói os valores morais. Neste meio se
bom, certo, errado pra “o maior número de encontra inserida a família, a escola e as
pessoas possível, ou ainda, para toda e qualquer diferentes pessoas que o constitui.
pessoa deste mundo, em qualquer lugar” Ainda segundo Piaget (1994), não é nas
“lições morais” que a criança construirá valores,

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pois ninguém ensina o outro a agir desta ou como a troca de experiências entre os colegas de
daquela maneira e a seguir esta ou aquela regra classe e com os professores interfere na
moral. Mas, é na troca de experiências que a construção de valores pelo indivíduo. Sendo
criança irá internalizar valores que lhe serão assim, consideramos de suma importância, a
significantes, de acordo com os seus princípios. caracterização do ambiente sócio moral, a fim de
Importante ressaltar que Piaget (1994) compreendermos como ocorrem essas relações e
afirma que nenhum indivíduo será totalmente suas possíveis consequências na identidade
heterônomo ou autônomo, mas que durante sua moral do aluno.
vida, uma moral ou outra serão mais visíveis.
Sendo assim, não são estágios fixos. AMBIENTE SOCIOMORAL COERCITIVO
Dessa forma, se faz necessário discutir Para Piaget (1994), sendo em seu meio
se ambientes escolares coercitivos, onde as social, lugar este, onde a criança irá construir
relações são unilaterais e o professor é autoritário valores morais através das interações e trocas
e baseia suas ações em mecanismos coercitivos, diárias com esse meio, a sala de aula nos parece
favorece a prática do bullying entre os o ambiente propício para tal. E mais, é na sala de
estudantes. aula que é possível, dependendo das relações
Ao passo que, em uma sala de aula onde estabelecidas neste espaço, favorecer a
as relações são cooperativas, as regras são autonomia moral do aluno ou ainda fazê-lo
estabelecidas em conjunto, com alunos e permanecer na heteronomia. Sendo assim, se a
professores dialogando a fim de resolver sala de aula caracterizar-se com um ambiente
possíveis conflitos, a prática do bullying tende a sociomoral coercitivo, a moral heterônoma irá
desaparecer. O fato das relações serem prevalecer; do contrário, se na sala de aula a
estabelecidas de forma democrática permite aos cooperação predominar, a moral autônoma
alunos resolver os conflitos por meio do diálogo e encontrará ambiente propício para florescer.
do respeito mútuo. Para Vinha (1999), o ambiente (sala de
Para Tognetta (2005), quando pensamos aula) coercitivo é aquele onde as relações
os conflitos, a palavra por si só, denota, violência, estabelecidas são unilaterais, o que pressupõe
brigas entre os envolvidos. Porém é necessário que o professor sendo uma figura mais forte se
que se pense o conceito de conflitos sob a ótica comporta de forma autoritária, não permitindo que
de que é exatamente mediante os conflitos, seus alunos expressem seus questionamentos e
desde que, resolvidos através do diálogo, de opiniões. Há regras que são pré-estabelecidas
forma cooperativa, que poderemos viver melhor pelo professor e devem ser seguidas pelos
em sociedade e, neste caso, dentro do ambiente alunos, mediante punições caso não sejam
escolar. respeitadas.
Sendo assim, o conflito pode ser o
caminho para que os indivíduos aprendam a AMBIENTE SOCIOMORAL COOPERATIVO
conviver de forma harmoniosa com o outro, desde Para Vinha e Tognetta (2009), o ambiente
que sejam entendidos, dentro do ambiente cooperativo será aquele onde as relações
escolar, como um degrau para estabelecer estabelecidas em sala de aula, se pautam na
relações mais solidárias. cooperação, solidariedade, diálogo e respeito
Segundo Vinha (1999) a qualidade das mútuos. O professor age com a autoridade que
relações existentes dentro de sala de aula, bem

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lhe cabe, entendendo que agir com autoridade e Universidade do Oeste Paulista (Protocolo
ser autoritário são duas expressões diferentes. n.1112/12). Participaram do estudo 40 alunos do
Para Tognetta (2005), os conflitos em um 6º ano do Ensino Fundamental entre 10 e 11
ambiente cooperativo são vistos pelo professor de anos de idade. Foi utilizada como instrumento
forma natural, pois é no conflito e na resolução para coleta de dados, a aplicação de dois
destes através da interação entre os pares, - questionários (Questionário 01 e 02) respondidos
ambiente este favorecido pelo professor que pelos próprios sujeitos. O questionário de número
1
trabalha com os alunos ações como o diálogo, a 01 teve como objetivo identificar como os
capacidade de aceitar outro ponto de vista – que sujeitos investigados avaliam o ambiente
será construído um ambiente que favoreça a sociomoral de suas salas de aula; o questionário
2
autonomia dos alunos. de número 02 buscou identificar a ocorrência e a
Neste ambiente cooperativo é possível intensidade de prática do bullying entre os alunos,
observar que as relações desenvolvidas em sala bem como o envolvimento dos sujeitos, quer
de aula são democráticas, afetuosas, onde o como vítimas, perpetradores e/ou espectadores.
conflito não significa indisciplina, mas sim, Os dados, obtidos por meio dos dois
oportunidade de melhorar o relacionamento entre questionários, receberam tratamento
os pares e professor. Verifica-se neste caso que o qualiquantitativo e as respostas dos investigados
ambiente favorece para que o aluno saia da moral foram cruzadas com o intuito de identificarmos a
heterônoma e se torne realmente autônomo. possível relação do ambiente sociomoral da sala
De acordo com Piaget (1994), a troca de aula e a intensidade da prática de bullying
existente entre o indivíduo e o meio ambiente pelos alunos.
favorece para a autonomia ou ainda a A análise dos resultados poderá ser
permanência da heteronomia do sujeito. observada nos próximos itens.

METODOLOGIA RESULTADOS
Trata-se de uma pesquisa qualitativa do O questionário de número 01, contendo
tipo estudo de caso. Conforme Minayo (2007, p. treze questões de múltipla escolha, buscou
21), na pesquisa qualitativa o pesquisador “[...] compreender a visão que os alunos possuem do
trabalha com o universo dos significados, dos ambiente sociomoral de suas salas de aula.
motivos, das aspirações, das crenças dos valores Assim, foi questionado primeiramente, sobre
e das atitudes, o que corresponde ao espaço quem estabelece as regras em sala de aula. Dos
mais profundo das relações, dos processos e dos 40 alunos entrevistados, 57,5% afirmaram que as
fenômenos humanos”. Nesse sentido, o ambiente regras são estabelecidas apenas pelo professor,
escolhido para a investigação constitui-se a fonte outros 37,5% que as regras são estabelecidas
direta de coleta de dados e o pesquisador deve pela professora junto com os alunos; apenas 5%
ter uma relação dinâmica com o(s) sujeito(s) para destacam que é a direção da escola que
uma melhor interpretação dos fenômenos que
serão pesquisados. 1
Questionário elaborado pelas autoras, tendo como
A investigação foi realizada em uma embasamento teórico a Psicologia do desenvolvimento moral
de Jean Piaget e seguidores.
2
escola pública estadual do município de Questionário utilizado pela instituição inglesa Kidscape que
há anos se dedica ao tema bullying. Foi elaborado para ser
Presidente Prudente (SP), logo após aprovação aplicado nas escolas. Está disponível no site:
do projeto pelo Comitê de Ética e Pesquisa da www.kidscape.org.uk.

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estabelece as regras. O gráfico a seguir retrata as respostas apresentadas pelos alunos.

Figura 1. quem estabelece as regras em sala de aula

Ao serem questionados se concordam A maioria dos alunos afirmou que as


com as regras existentes 90% afirmaram que sim situações de violência que ocorrem com maior
e 10% alegam que concordam apenas com frequência em sala de aula são: desrespeito entre
algumas das regras. os pares (31,25%); agressões verbais e/ou físicas
Quando questionados acerca do por que (28,75%); mentira (17,5%); desrespeito por parte
obedecem as regras 72,5% responderam que da professora para com os alunos e dos alunos
acreditam que as regras são importantes para a contra a professora (10,0% respectivamente) e
boa convivência da turma, 20% alegam segui-las roubos entre alunos (2,5%). Abaixo segue gráfico
para agradar a professora e 7,5% obedecem por com todas as respostas citadas pelos sujeitos da
medo de ser castigados. pesquisa.

Figura 2. Qual dessas situações ocorrem com maior frequência em sala de aula

Os alunos foram questionados sobre resolução dos conflitos é feita por meio de
como sua professora resolve os conflitos em sala encaminhamento dos envolvidos para a diretoria;
de aula envolvendo violência. Para essa questão 32,05% dos docentes chamam os pais ou
cada indivíduo poderia apresentar duas responsáveis para conversar; 10,26% afirmam
respostas. Conforme 39,74% dos sujeitos, a que a professora coloca os envolvidos para fora

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da sala; 10,0% busca dialogar com os envolvidos ameaçam verbalmente os alunos


em situações de conflito; 7,69% repreendem e
.

Figura 3. Como a professora resolve os conflitos em sala de aula

Do total de alunos que responderam a para conversarem sobre suas vidas fora da
questão anterior, 70% concordam com as escola.
medidas adotadas pela professora em situação Para identificar especificamente a
de conflitos e 30% dizem concordar apenas em ocorrência e a intensidade de prática do bullying
algumas vezes. Nenhum aluno discordou dos na escola, bem como o envolvimento dos
encaminhamentos dados pela professora. sujeitos, foi aplicado um segundo questionário
Com relação a como agem quando (número 02) padronizado pela instituição inglesa
observam que algum colega faz algo considerado Kidscape aos participantes do estudo. Do total de
errado, 57,5% afirmaram que fingem não ver, entrevistados, 67,50% afirmaram nunca ter
27,5% que conversam com seu colega sobre o sofrido algum tipo de intimidação, agressão ou
ocorrido e 15,0% omitem a informação ao assédio e 32,5% disseram já ter sofrido algum
professor por receio de que seu colega seja tipo de intimidação ou agressão entre 5 a 11 anos
punido. de idade (ver fig. 04).
Ao serem questionados sobre a relação Dentre os que afirmam ter sido
estabelecida durante a aula com seu professor vitimizados (32,5%), 46,15% sofreram
42,55% responderam ficar sentados e ouvirem as intimidações nos últimos seis meses. Destes,
explicações do professor; 27,66% copiam a lição 61,54% afirmam ter sofrido agressão apenas uma
da lousa em silêncio; 10,64% fazem atividades vez e 30,77% por diversas vezes.
individuais; 8,51% fazem atividades em grupo e,
do total de alunos entrevistados, apenas 10,64%
afirmaram que existe um tempo durante as aulas

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Figura 4. Você já sofreu algum tipo de intimidação, agressão ou assédio?

Quando questionados acerca do que A sala de aula e o pátio foram apontados


pensam sobre quem pratica intimidação, 30,77%, respectivamente, como locais onde
agressão ou assédio na escola, 62,5% disseram aconteceram essas agressões; 23,08% indicaram
não gostar das pessoas que praticam estas outros locais.
ações, 17,5% disseram sentir pena deles e
apenas 10% disseram gostar dos agressores.

Figura 5. Local onde aconteceram as agressões.

Dos alunos que sofreram alguma DISCUSSÃO DOS RESULTADOS


agressão (32,50%), 46,15% afirmaram que Para Piaget (1994) é na interação e troca
sentiram medo e 23,08% disseram que não se diárias com o meio social, que o indivíduo
incomodaram. constrói os valores morais. Neste meio se
Por fim, quando questionados em relação encontra inserida a família, a escola e as
à consequência dessa agressão sofrida 61,54% diferentes pessoas que o constitui. Sendo assim,
dos alunos disseram que não teve consequências consideramos importante analisar como são as
e 38,46% tiveram algumas consequências ruins. relações estabelecidas entre os alunos e destes
com os professores.
Segundo Vinha (1999), a qualidade das
relações existentes dentro de sala de aula, bem
como as trocas de experiências entre os colegas

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de classe e com os professores interfere na “porque se não tiver regras os


alunos tomam conta”
construção de valores pelo indivíduo. Neste ponto
podemos discutir conceitos como ambiente Embora estes alunos concordassem com
sociomoral coercitivo e ambiente sociomoral as regras, parece não haver uma reflexão crítica
cooperativo. sobre as mesmas. Os alunos demonstraram
O primeiro questionário continha entender que as regras existem para serem
perguntas que buscavam identificar a relação seguidas, não cabendo a eles questionarem. O
sociomoral que era estabelecida entre os pares intuito das mesmas seria o de manter a classe
de alunos e destes com seus professores. Para quieta e em ordem.
isso foram levantadas questões tais como: quem Deixam ainda mais evidente tal suposição
estabelece as regras em sala de aula; se os quando apresentam o porquê seguem as regras,
alunos concordavam com as regras existentes; o pois, embora tenham afirmado (72.5%) que era
porquê de seguirem ou não as regras; as para a boa convivência da turma, a maioria
situações diárias que ocorriam com maior destes acreditam que a boa convivência se
frequência no tempo escolar; como a professora resume a ordem em sala de aula. Sob a
resolvia possíveis situações de conflitos; se eles perspectiva da teoria do desenvolvimento moral
concordavam com essas soluções encontradas de Piaget (1994) estas crianças (ou pré-
pela professora e como eles gostariam que adolescentes) revelam uma tendência
fossem as aulas. predominante da moral heterônoma, na qual a
As respostas dadas a primeira questão obediência as regras resulta de uma atitude de
corrobora com as definições de Vinha (1999) que temor em relação à autoridade constituída. Nesse
aponta que, em um ambiente de sala de aula sentido há uma relação de coação, unilateral, na
coercitivo prevalecerá interações sociais qual a criança apenas obedece às regras
unilaterais, o que pressupõe que o professor impostas, sem questioná-las e as segue por
sendo uma figura mais forte se comporta de medo de sanções punitivas ou ainda de perder o
forma autoritária, não permitindo que seus alunos amor de um adulto responsável, como pais e
expressem seus questionamentos e opiniões. Há professores. Isto fica claro na resposta dada
regras que são pré-estabelecidas pelo professor e pelos alunos de que seguiam as regras apenas
devem ser seguidas pelos alunos, mediante para agradar a professora (20%).
punições caso não sejam respeitadas. Essa Com relação a resolução de conflitos, a
afirmação corrobora com o resultado encontrado maioria respondeu que a professora soluciona os
no questionário, no qual 57,5% dos alunos conflitos ocorridos em sala de aula encaminhando
afirmaram que as regras são estabelecidas os alunos envolvidos para a diretoria (39,74%) e
apenas pela professora. Ao serem questionados chamando os pais ou responsáveis para
se concordavam com essas regras 90% conversar sobre o ocorrido (32,05%). Como
afirmaram que sim, porém quando questionados vimos estas ações reforçam, ainda mais, a moral
por quê? Obtivemos respostas como: heterônoma dos alunos, pois não permitem que
“porque a gente tem que através do diálogo coletivo os mesmos tornem-se
respeitar quem dá as regras”
capazes de solucionar os conflitos.
“sim porque a professora tem
uma certa sabedoria” De acordo com Tognetta (2005) é através
“porque é pra manter a
do conflito que sabemos quem somos e o que
organização”
almejamos, além de sermos capazes de nos

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colocar no lugar do outro. Sendo assim, o conflito Com relação especificamente ao Bullying,
pode ser o caminho para que os indivíduos por meio do segundo questionário aplicado aos
aprendam a conviver de forma harmoniosa com o alunos podemos discutir alguns pontos.
outro. Desde que sejam entendidos, dentro da Primeiramente, assim como aponta Fante (2005),
escola como um degrau para estabelecer a agressividade e a violência escolar vêm
relações mais solidárias, nas quais mostro quem apresentando um aumento significativo nos
sou, mas também sei respeitar o espaço do outro, últimos anos, o que tem acarretado um constante
o conflito servirá para que seja possível alcançar patrulhamento policial nas escolas, decorrente da
a autonomia moral. gravidade dos atos praticados em seu interior.
Sendo assim, em concordância com Com isso é importante ressaltar que a prática do
Vinha (1999), observamos que quando os bullying entre os alunos se caracteriza apenas
professores adotam como medidas de resolução como uma das modalidades de violência
ou prevenção de conflitos, transferir a praticadas na escola, portanto nem toda violência
responsabilidade para a diretoria ou os pais, eles sofrida ou praticada poderá ser caracterizado
tolhem os alunos de buscar dialogar e encontrar como bullying. Consideramos essa diferenciação
meios de solucionar os conflitos entre eles, importante para que não se banalize o termo.
tornando-os dependentes e submissos e, Verificamos de acordo com o questionário
consequentemente, heterônomos. respondido, que do total de alunos entrevistados,
Mudar essa realidade não é fácil, mas o apenas 32,50% disseram já ter sofrido alguma
caminho a seguir talvez possa ser apontado pelos intimidação, assédio ou agressão. Porém destes,
próprios alunos. De acordo com as suas 61,54% afirmaram ter sofrido as agressões
respostas quando questionados sobre como apenas uma vez. Ora, se o bullying se caracteriza
gostariam que fossem as aulas, 27,27% exatamente pelo caráter repetitivo das agressões,
gostariam que as aulas fossem mais práticas com os alunos nos mostram por meio das respostas
menor tempo sentados copiando lição, ou ainda, dadas ao questionário que nem toda agressão
15,91% gostariam que houvesse maior tempo poderá ser considerada bullying.
para conversas sobre outros assuntos, Para Cesar (2010), o fenômeno bullying é
curiosidades e não somente sobre a lição da singular porque se diferencia de outras formas de
professora. violência observadas no cenário escolar. Este se
Esse cenário converge com as propostas diferencia exatamente porque as ações violentas
apresentadas pelos Parâmetros Curriculares perpetradas por um ou mais alunos são atitudes
Nacionais - PCNs (BRASIL, 2006), que nos repetitivas e intencionais. Ainda é possível
aponta que o caminho a seguir na busca da confirmar tal hipótese, pois, destes 32,50% que
construção de moral autônoma por parte dos afirmaram já ter sido alvo de agressão, 61,54%
alunos passa, necessariamente, pelas atividades afirmaram que as agressões não geraram
em grupos, experiências fora da sala de aula e consequências negativas.
que estas ações são capazes de criar um Sendo assim legitimam a afirmação de
ambiente saudável tanto para a aprendizagem alguns estudiosos do tema, de que nem toda
quanto para a resolução de conflitos. Para tanto agressão sofrida no ambiente escolar pode se
seria necessário trabalhar os conflitos traduzir como bullying. Portanto, é necessário
transversalmente como proposto nos PCNs maior conhecimento e reflexão sobre a prevenção
(BRASIL, 2006). e o combate do fenômeno.

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Retomando o objetivo geral desse estudo positiva ou negativamente o ambiente sociomoral


que consistia em discutir a possível influência do da sala de aula, bem como as relações
ambiente sociomoral sobre as práticas de bullying interpessoais entre os alunos e com os próprios
na sala de aula, pode-se inferir que, professores.
aparentemente, não há uma relação direta entre Se o professor favorecer um ambiente
ambiente sociomoral e a prática do bullying sociomoral cooperativo, pensando no grupo, nos
especificamente, pois embora os alunos diálogos e regras justas irá influenciar na criação
envolvidos na pesquisa denunciem que o de um ambiente capaz de promover a construção
ambiente de sua sala de aula seja coercitivo e, da autonomia moral por parte dos alunos e estes,
consequentemente demonstrem uma forte saberão que são capazes de resolver conflitos de
tendência para moral heterônoma, destacam que forma solidária, de se colocar no lugar do outro,
seu envolvimento, com a prática do bullying, é sendo, portanto, tolerante às diferenças
insignificante. Contudo acredita-se que embora individuais, sem que para isso busquem, como
não tenha sido possível relacionar o ambiente resolução de conflitos, a prática da violência.
sociomoral da sala de aula com a prática do Desse modo, a educação deverá, além
bullying é provável que as relações sociomorais dos conteúdos curriculares, ser capaz de
que se estabelecem nessa escola estejam promover a paz, a cooperação, o respeito mútuo,
favorecendo outras modalidades de violência, a solidariedade e as trocas de experiências. Ao
destacadas pelos próprios alunos. fazer isto será capaz de garantir a formação de
Convém ressaltar ainda que embora o cidadãos moralmente autônomos.
ambiente sociomoral não influencie a prática de
bullying, as observações assistemáticas REFERÊNCIAS
realizadas no período de coleta dos dados, bem ABRAMOVAY, M.; RUA, M. das G. Violências
nas escolas. Brasília: Pitágoras Unesco, 2003.
como os comentários dos próprios participantes
do estudo, deixam evidentes que as relações BRASIL. Ministério da Educação e Cultura.
Parâmetros Curriculares Nacionais: Temas
interpessoais têm favorecido o florescimento de
Transversais. Brasília: MEC, 2006.
conflitos que nem sempre são tratados de
CEZAR, N. Bullying: Preconceito, Estigmas e
maneira construtiva. Desse modo, o ambiente
desafios da educação para a paz. 2010.
sociomoral, provavelmente, tem propiciado a Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal de
Mato Grosso
permanência dos estudantes na moral
heterônoma. FANTE, C. Bullying escolar: perguntas e
respostas. Porto Alegre: Artmed, 2008.

CONCLUSÃO FANTE, C. Fenômeno Bullying: como prevenir a


violência das escolas e educar para a paz. 2. ed.
Com esta pesquisa buscou-se
rev. e ampl. Campinas/SP: Verus, 2005.
compreender se o ambiente sociomoral é capaz
LOPES NETO, A. A. Bullying: comportamento
de influenciar na prática de bullying em sala de
agressivo entre estudantes. Jornal de Pediatria,
aula. De acordo com as respostas apontadas Porto Alegre, v. 81, n. 5, nov., 2005.
pelos alunos, levantamos uma discussão
MENIN, M. S. de S.. Desenvolvimento Moral. In.
necessária à prática educativa que evidencia que MACEDO, L. de (Org.). Cinco Estudos de
Educação Moral. São Paulo: Casa do Psicólogo,
o professor tem um papel relevante na construção
1996.
da almejada autonomia moral dos alunos. A este
profissional compete à tarefa de influenciar

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método e criatividade. 26. ed Petrópolis, RJ:
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<http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/document
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