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Por exemplo, um cidadão que estava com muita fome e sem mais soluções para
acabar com esta situação, não teve outra alternativa no momento e acabou furtando
dois pacotes de bolacha de um mercado. Uma outra situação seria um cidadão que
intencionalmente roubou algo/alguém. Os dois cidadãos serão julgados, cada um
com uma sentença diferente determinada por um Juiz, mas independente de
qualquer situação, sendo intencional ou não, eles serão julgados e punidos assim
como a lei rege.
Por mais que o Direito não esteja tão próximo da justiça quanto necessário,
depende da justiça, pois o Direito sem justiça não serve para nada e não consegue
atingir seu objetivo final. Para a justiça ser aplicada, precisa de normas que a regem
para poder julgar corretamente.
Quando parece que o Direito está muito afastado da justiça, é aí que estão mais
próximos. Por mais que o Direito não seja tão justo quanto parece, as normas são
seguidas de maneira correta, mas infelizmente não são julgadas da melhor maneira.
Eduardo Juan Couture, é autor de uma frase muito interessante: ‘’Teu dever é lutar
pelo Direito, mas se um dia encontrares o Direito em conflito com a justiça, luta pela
justiça’’. Por mais que o Direito seja o ponto de partida para reger uma sociedade,
ele não deve ser exclusivo e o mais vangloriado. O Direito sem justiça não pode ser
aplicado, pois não serve para nada. O Direito não é maior que a justiça, e nem a
justiça maior que o Direito, ambos precisam caminhar lado a lado.
Pode-se dizer que sim, o Direito é ideológico a partir do momento em que cria as
normas levando em consideração os pensamentos de uma sociedade. E para poder
agir em cima desta ideologia e normas criadas, há a necessidade de justiça. É um
ciclo, desde o momento em que são criadas todas as bases para uma sociedade,
até o momento em que tudo é colocado em prática.
Justiça seria uma dimensão da racionalidade humana que encara nas relações
entre as pessoas o que é devido a cada um, dependendo do contexto.
Diferentemente do Direito que estabelece o tempo todo uma relação com esta
dimensão, mas que diz respeito a um produto social encarnado muitas vezes na
figura do estado.
Existe uma relação muito tensa no que as pessoas acham que é justo, e o que na
verdade é lícito e direito. Ideologia é baseada na sociedade, mas nem tudo o que a
sociedade acredita que seja justo e lícito é, perante a lei.
Referências:
- https://elfacchi.jusbrasil.com.br/artigos/184075346/direito-e-justica-ou-o-direito-e-
justo
O juspositivismo estrito que se iniciou no século XX, ficou conhecido como uma
corrente que explica que o Direito é o próprio Direito, ou seja, não importa o
conteúdo da norma e sim o estudo e a análise da norma jurídica. Neste período,
houve o conhecimento e desenvolvimento de uma nova compreensão em relação ao
juspositivismo pleno, na qual há uma identificação estrita do fenômeno do Direito à
forma estatal.
Hans Kelsen, Filósofo e Jurista, foi responsável pela criação da ‘’Teoria pura do
Direito’’. Trata-se da teoria geral do Direito e não de interpretações individualistas de
normas jurídicas. Essa teoria vem dos valores, considerações morais, cultura e
ideologia. O método de Kelsen em relação ao juspositivismo estrito é analítico, pois
em sua análise ele faz comparações, sistematizações, estabelece as diferenças e as
semelhanças. Assim, examina a norma parte por parte.
Alf Ross e Herbert Hart foram outros dois filósofos de muita importância no
juspositivismo estrito. Para eles era de maior importância conhecer a análise do
juspositivismo a partir de quadrantes realistas. Eles acreditavam que as normas
tinham que ser analisadas sim, mas sempre com um fundo de realidade. A norma
nunca será como a ciência quer, mas sim como o Juíz deseja, na prática concreta.
Este juspositivismo não refere-se à religiosidade só poque fala de ética, mas refere-
se à histórias socialmente construídas. Este juspositivismo não busca a verdade,
mas sim os princípios e costumes construídos por uma sociedade.
Referências:
- Mascaro, Alysson Leandro. Introdução ao estudo do Direito. Capítulo V. São Paulo:
Editora Atlas, 2019, p.84-87.
- Kelsen, Hans. Teoria pura do Direito. São Paulo: Editora Martins Fontes, 2006, p.1.