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INSTITUTO FEDERAL DA BAHIA / CAMPUS VITÓRIA DA CONQUISTA

CURSO: Bacharelado em Sistemas de Informação


DISCIPLINA: Direito Cibernético
DOCENTE: Fernando de Azevedo Alves SEMESTRE: 2019.2
GRADUANDO: Ester, Katarine, Raphael, Daniel, Bruno

RESENHA

Introdução:
A liberdade de expressão não é mais como antigamente, com a popularização da
internet, ficou mais fácil dar opiniões nos mais variados tipos de assuntos. “Nos dias
de hoje é quase impossível apagar conteúdos propagados pela internet” segundo
Cristina Sleiman. A velocidade com que uma notícia pode se espalhar pela rede é
absurda, e uma vez vazada é quase impossível ser apagada, já que muitas vezes
vão para blogs e redes sociais pessoais e também fica armazenado na memória
cache de computadores pessoais que podem ser acessados e retornar a rede, este
artigo trata do direito cibernético e da liberdade de expressão na internet, será que
as leis vigentes são suficientes? Ou será que precisamos de um novo marco civil?
Liberdade de expressão ou direito a ofensa? Entende-se que os relacionamentos na
internet entre pessoas em um círculo social devem ter as mesmas regras de
convivência que no mundo físico, entretanto não é o que vem acontecendo nos
últimos tempos, já que a internet se transformou em um vasto campo de batalha
onde as pessoas cruzam a linha que limita a liberdade de expressão ao direito a
ofensa e atentam contra a dignidade humana expressando “opiniões” a respeito de
política, religião, raça, orientação sexual e etc. Essas ações não vem apenas de
civis mas também de órgãos e entidades federais, no qual mascaram seu ódio e
revolta com a famosa liberdade de expressão.
No entanto aquele que pratica crime contra a honra e integridade seja no mundo
físico ou virtual está sujeito as devidas punições previstas em lei, contudo muitas
pessoas não estão cientes de tais leis e muitas vezes deixam esse tipo de crime
passar impune, um dos objetivos desse artigo é o de levar esta informação a essas
pessoas que precisam saber os seus direitos

Metodologia

Trata de um estudo àcerca de como é regido as leis no aspectro da internet.


Como base para pesquisas foram usados os termos de busca: liberdade de
expressão e direito cibernético. Para inclusão dos materiais, foram empregados os
seguintes critérios: materias em que falam sobre a liberdade de expressão,
importância de proteção ao direito de liberdade de expressão, fake news, censura,
limete entre privacidade e liberdade de expressão.
Tecnologia e liberdade andam lado a lado na sociedade vigente, portanto
surge a preocupação de até onde os direitos dentro da internet podem ir, no entanto
ao tentar limitar é claramente uma forma de censurar o direito de liberdade de
expressão. É extremamente importante a criação de leis especiais que se adequam
as redes sociais para criar barreiras contra o uso do anonimato, golpes eletrônicos e
disseminação de ódio.

É inegável que a relação social nesta era tem se tornado cada vez mais de
forma virtual e cada vez mais intensa, ganhando cada vez mais espaço do que as
relações ocorridas de forma física, emergida na perspectiva global de comunicação
instantânea que a Internet proporciona, fornecendo maior velocidade e comodidade.
Dada esta grande rede de comunicação, a facilidade e velocidade de propagação,
as ideias, mensagens e opiniões percorrem longas distâncias, de minorias para
maiorias, resultado da redução de barreiras sociais impostas na vida física.
Mas, como funciona a liberdade de expressão no mundo digital e
virtualizado? Primeiramente é importante ressalvar alguns conceitos sobre liberdade
de expressão.
Assim como a maioria dos direitos garantidos pelas mais variadas lutas
sociais, a liberdade de expressão teve sua importância reconhecida graças aos
percalços históricos com que a humanidade já conviveu, em busca de atender aos
anseios dos indivíduos e da vida coletiva. Em referência a isso, não se pode furtar
que na História, as mais variadas civilizações conviveram com a falta de espaço
para a livre manifestação.
Liberdade de expressão é um direito fundamental do ser humano que
garante a manifestação de ideologias, opiniões e pensamentos sem retaliação ou
censura por parte de governos ou de outros indivíduos. No Brasil, a liberdade de
expressão é assegurada pelo artigo 5º da Constituição Federal, incisos IV e IX.
Art. 5
(…)
II – Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa
senão em virtude de lei;
IV – é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o
anonimato;
IX – é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e
de comunicação, independentemente de censura ou licença.”

O direito à livre expressão é inato a qualquer pessoa, caracterizando-se


como direito fundamental de primeira dimensão, conjuntamente a outros direitos
ligados intimamente ao princípio da dignidade da pessoa humana.
Apesar de ser fundamental e tão importante, é importante frisar que nenhum
direito é absoluto, ou seja, a liberdade de expressão possui limites: ele vai até onde
outro direito começa. Analogamente, da mesma forma que o Direito protege o
cidadão se expressar, protege também a honra de outra pessoa.
Existe ainda o chamado Marco Civil da Internet, Lei 12.965 de 2014,
que “estabelece princípios, garantias, direitos e deveres para o uso da internet no
Brasil”. O principal fundamento apresentado, já no caput do art. 2, é o “respeito à
liberdade de expressão”.
Considerando essas relatividades, as mudanças do ordenamento jurídico e
as lutas incessantes para garantir referido direito, é imprescindível discutir a
liberdade de expressão na Modernidade, no mundo virtual.
Mesmo com a quebra de barreiras através das facilidades da Internet, por
vezes a liberdade de expressão é censurada. A censura é um ato intencional que
visa limitar o direito à liberdade de expressão de forma impositiva e autoritária. A
censura é uma barreira artificial à liberdade de expressão. É comum associar a
censura ao Estado, como exemplo, pode-se fazer alusão aos países autoritários,
que é o caso da Coreia do Norte, em que o acesso à internet é irrestrito, além de
monitorar o acesso que efetivamente permite aos indivíduos.
Entretanto, muito mais comuns são as censura oriundas das relações
individuais. Por exemplo, ocorre quando alguém utiliza de artifícios que vão mais do
que criticar outra pessoa por causa de opinião divergente, chegando às ofensas
escritas; ou quando o indivíduo tem receio de se expressar em redes sociais,
deixando de emitir opinião própria por medo de represália do seu chefe ou do
patrão; e ainda, quando uma conta de um dos canais de rede social é removida,
rastreada, cerceando diversas outras liberdades e direitos.
Mas como controlar isso? Uma leitura sistemática de diversos dispositivos
internacionais e a legislação nacional acerca do tema nos permite afirmar que é
possível o exercício da liberdade de expressão na internet de forma a não violar os
direitos humanos e constitucionais. Entretanto, considerando que as relações na
grande rede serem recentes, comparadas aos diversos outros direitos fundamentais,
tempo é necessário para uma completa adaptação da liberdade de expressão a
essa nova forma de interação social.
A Comissão Internacional de Direitos Humanos, em seu relatório especial,
deixa clara a importância de algumas regras para que haja a utilização do meio
online sem ferir o direito. A neutralidade da rede deve sempre ser prioridade e o
controle prévio das informações só deve existir quando realmente necessário.
O Brasil, seguindo o modelo internacional, criou o Marco Civil da Internet
para melhor regulamentação da rede onde estabelece princípios, garantias, direitos
e deveres dos usuários brasileiros, trabalhando com a perspectiva de que os direitos
garantidos no espaço virtual não sejam menores que aqueles existentes no nosso
dia a dia.
É preciso retomar a ideia exposta anteriormente, de que tal direito não é
absoluto, portanto, a liberdade de expressão deve ser permeada pelos limites de
outros direitos. Em suma, a liberdade de expressão individual vai até onde o direito
de outrem começa.

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