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Orientação de leitura – Manual p.

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1. O texto 1 pertence à intriga principal e situa-nos no início da obra, em 1875, ano em


que Carlos e Afonso da Maia vêm viver para o Ramalhete.
O texto 2 pertence à intriga secundária, correspondendo à narração da juventude de
Afonso da Maia – a sua ida para Inglaterra e o regresso a Portugal, o seu casamento e
o nascimento do filho.
Texto 1
2. A descrição feita neste excerto é motivada pelo facto de Afonso da Maia pensar
preparar o Ramalhete para aí viver com o neto. Na verdade, depois de o casarão
permanecer desabitado durante anos, Afonso volta a habitar esse espaço de forma a
poder viver com o neto e a proporcionar-lhe a possibilidade de exercer a profissão de
médico numa grande cidade, em Lisboa.
3. Neste excerto é descrito o Ramalhete, um casarão de paredes severas, com uma fila
de varandas estreitas de ferro no primeiro andar, tendo em cima uma pequena fila de
janelas abrigadas à beira do telhado. No lugar do painel heráldico do escudo de armas,
havia um revestimento de azulejos fazendo painel e representando um ramo de
girassóis, daí o nome Ramalhete.
O interior do casarão parecia um palácio com tectos apainelados, as paredes cobertas
de frescos onde desmaiavam as rosas das grinaldas e as faces dos cupidinhos.
Ao fundo do terraço de tijolo, havia um quintal inculto, cheio de ervas, com um
cipreste, um cedro e uma cascatazinha seca.
A casa apresentava o aspecto de uma residência eclesiástica.
4. A breve narrativa referente ao desejo de Monsenhor Buccarini alugar o Ramalhete
para aí instalar a Nunciatura enriquece o texto na medida em que permite ao
narrador criticar a igreja. Com efeito, Monsenhor revela gosto pelo luxo e pela riqueza,
o que constitui a negação total do espírito cristão, que proclama a humildade e
pobreza. Além disso, os frescos com as faces dos cupidinhos também lhe agradaram e
esse gosto pode denunciar uma certa propensão de Monsenhor para o amor e para a
paixão.
5. Este excerto apresenta um ritmo lento, porque é predominantemente descritivo.

Nota
Relembrar as características dos modos de representação do discurso (de expressão) –
narração, descrição, diálogo e monólogo.
Descrição – processo narrativo ao qual corresponde um momento de pausa, dado
que se fornecem dados relativos ao tempo, ao espaço, às personagens ou aos
objectos.
Características:
. o tempo verbal predominante é o pretérito imperfeito;
. é frequente a presença de adjectivos, advérbios, figuras de estilo…

Texto 2

6. Elipses presentes no texto: “Seu pai morreu de súbito, ele teve de regressar a Lisboa.”;
no segundo parágrafo, “Ao fim do luto casou com ela.”
Sumário: “Foi então que conheceu D. Maria Eduarda Runa…” até ao final do texto.

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