Este número é utilizado para expressar completude e plenitude. A maneira como
o livro é desenvolvido em torno do número sete, nos mostra que o número 7 também expressa esperança. Nas múltiplas formas que o número aparece, ele representa o divino. Logo no capitulo 1, vemos uma referência a 7 Espíritos, analisando o verso observamos que é uma citação ao Espírito Santo Percebe-se que o número é utilizado primordialmente para eventos terrenos, da natureza ou da cultura humana, ou de juízo sobre essas coisas. Segundo Kistemaker, no Apocalipse o número quatro descreve a criação divina, pois 4 remete-nos aos quatro cantos da terra, às quatro direções do vento. Pode-se também notar que as atividades a que se vincula esse número relacionam-se a julgamentos sobre a criação. O número três é importante para toda a teologia cristã. É o número da Trindade. Evidentemente, esse tipo de referência é esperado de um livro cristão. 3 E permite ver que o conceito da Trindade já estava em formação no primeiro século, embora só viesse a ser consolidado no quarto século durante o Concílio de Nicéia (ano 325). O número dez está associado ao mal. Não sabemos o motivo, mas este número sempre aparece relacionado a figuras malignas. Três exemplos: O dragão tem dez 10 chifres (12.3). A besta que emerge do mar tem dez chifres e dez diademas (13.1). A grande prostituta está montada numa besta com dez chifres (17.3). Ao contrário do número anterior, este se refere ao povo de Deus, e está mais claro dentro do livro. Kistemaker diz: “No Apocalipse, o contraste entre dez e 12 doze é de fato notável. O número doze descreve o povo de Deus; o número dez está associado a Satanás, seus seguidores e suas ações”. Se sete é o número divino, atribuir seis a Satanás talvez seja uma maneira de 6 dizer que o objetivo de Satanás é ser o mais parecido possível com Deus e, ao mesmo tempo, que ele jamais consegue atingir a perfeição divina. O número em questão trata-se de um enigma. Alguns já se aventuraram para desvendar a quem João se referiu. Não podemos entender claramente, mas o 666 número da besta é uma alusão aqueles que governam contra a igreja. Nero, que perseguiu severamente a igreja, é um exemplo. Domiciliano, o primeiro imperador a se declarar um deus, é outro exemplo.
Resumindo: os padrões numéricos desempenham importante papel no conteúdo do
Apocalipse. Não se trata de números postos aleatoriamente, mas cuidadosamente escolhidos para transmitirem um conteúdo acessível apenas àqueles que prestam atenção e entendem o significado dos mesmos. Não se trata de criptografia, mas de um uso consistente, o que, evidentemente, só é possível através das várias repetições desses mesmos números ao longo de toda a obra.
Fonte: Dr. Gregory Beale e Leandro Antonio de Lima.