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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA


FACULDADE DE EDUCAÇÃO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO

SOPHIA MÍDIAN BAGUES DOS SANTOS

Cuidando de si: técnicas e conceitos do yôga ancestral


aplicados à sociedade ocidental

Anteprojeto de pesquisa apresentado


como requisito parcial para a admissão no
Programa de Pós- Graduação em
Educação da Universidade Federal da
Bahia.

Curso: Doutorado


Linha de Pesquisa: Educação, Cultura


Corporal e Lazer

SALVADOR
2016

 
  1  

Sugestão de orientadores:

Maria Cecília de Paula Silva


Coriolano Pereira de Rocha Junior
Celi Nelza Zulke Taffarel

 
  2  

INTRODUÇÃO

“A partir da idéia que o indivíduo não nos é


dado, acho que há apenas uma conseqüência
prática: temos que criar a nós mesmos como
uma obra de arte.”
Michel Foucault
(FOUCALT, 1995, p.262)

Este projeto se destina a investigar as técnicas e conceitos que compõe o


acervo do Método De Rose, uma rede de escolas que tem o objetivo de elevar a
qualidade de vida do indivíduo e levá-lo à hiperconsciência através do Swàsthya
yôga. Este tipo de yôga é de linha tântrica, matriarcal e desrepressora, criado pela
civilização dravídica, que habitava a região do vale do Indo antes da chegada dos
arianos, povo patriarcal e guerreiro.
O ariano era o invasor estrangeiro em relação aos povos nativos ancestrais
do extremo-leste europeu e da Índia, os Drávidas. De tez escura, seu tipo físico se
preservou na Índia em virtude do rígido sistema social da divisão de castas.
Imposto pelos arianos através da fundamentação religiosa, tal sistema agiu como o
cristianismo sobre os povos da américa pré-colombiana, onde a religão era utilizada
para assegurar a supremacia política e econômica dos colonizadores, na região.
Dizimados os Drávidas e com eles sua cultura1 pelos Árias, deu-se por perdido o
primeiro yôga rudimentar, de origem naturalista (não-religioso) executado em
formato coreográfico e esquecido da história, no entanto foi recuperado pela
codificação do professor Mestre De Rose
De acordo com o site de uma da Unidade Método De Rose Campinas – cuja
estratégia de marketing ocorre de dentro pra fora, com indicação de amigos e
familiares pelos alunos – “o Método De Rose possui as ferramentas técnicas e os

                                                                                                                       
 
1
 Disponível em http://www.metododerose.org/blogdoderose/tag/vale-do-indo/ “Essa eliminação de evidências
foi tão eficiente que ninguém na Índia e no mundo inteiro sabia da existência da Civilização do Vale do Indo,
até o final do século XIX, quando o arqueólogo inglês Alexander Cunningham decidiu investigar umas ruínas
em 1873. Por isso, as Escrituras hindus ignoram o Yôga Primitivo e começam a História no meio do caminho,
quando esse nobre sistema já havia sido arianizado.Tudo o que fosse dravídico era considerado inferior, assim
como o fizeram nossos antepassados europeus ao dizimar os aborígenes das Américas e usurpar suas terras. O
que era da cultura indígena passou a ser considerado selvagem, inferior, primitivo, indigno e, até mesmo,
pecaminoso e sacrilege”. Acesso em 08 de dezembro de 2015

 
  3  

conceitos que, quando praticados juntos, promovem uma reeducação do nosso


comportamento para que possamos nos tornar pessoas mais participativas e
engajadas na sociedade, com saúde e com energia de realização. E para transmitir
esses conceitos e técnicas temos aulas para iniciantes e grupos de estudos mais
avançados”.2 Nesse sentido, nossa hipótese é a de que esse tipo de ensino que
privilegia o corpo enquanto possibilidade pragmática de uma filosofia de vida é uma
forma do mesmo conceito grego do Epimeleia Heautou, o cuidado de si, trazido por
Foucault nos volumes 2 e 3 da História da sexualidade e na Hermenêutica do
Sujeito.
Utilizaremos esse conceito de cuidado de si, onde Foucault (1984) remonta à
antiguidade clássica para pensar a produção de “morais” de grupo e estilizações da
vida, durante esse trabalho que se propõe a realizar um estudo comparado entre
duas unidades da rede Método De Rose, uma em Salvador e outra em Paris, a fim
de traçar o caminho de ascensão do aluno na escala evolutiva e a tensão entre
liberdade e disciplina nessa proposta. Também iremos refletir a cultura matriarcal e
desrepressora da linha tântrica do yôga praticado nas escolas e a formação do
instrutor de Swàsthya, que em sua senda iniciática tem acesso a conhecimentos
restritos, passados por Parampara, em sânscrito “de um para o outro”, ensinamento
oral ensinado diretamente do mestre ao discípulo. 

O SwàSthya, yôga praticado nas escolas , é também resultado de um
retorno à antiguidade, mas a da Índia. Assim, promoveremos um diálogo entre
Ocidente e Oriente, a partir do Método De Rose, que propõe uma estética da
existência através do caminho iniciático.

                                                                                                                       
2
 Disponível em http://www.metododerosecampinas.com.br/blog/bate-papo-sobre-aprofundamento-filosofico/.
Acesso em 13 de dezembro de 2015.  

 
  4  

PROBLEMA

Diante da avalanche de estímulos aos quais estão suscetíveis os sujeitos


contemporâneos, com pressões decorrentes da aceleração no ritmo cotidiano,
temos uma metodologia que promete melhorar a qualidade de vida de seus adeptos
e levá-los à expansão da consciência, mediante técnicas de si e conceitos que
remotam à antiguidade oriental. Logo, nosso problema é saber de que modo o
objetivo desse método é atingido. Qual a pedagogia utilizada pelo Método De Rose
junto aos alunos de suas escolas para atingir essa proposta? O que os alunos
devem ou não fazer a fim de alcançar esse intento? Quais os resultados
perceptíveis?

 
  5  

OBJETIVO GERAL
Pesquisar o Método De Rose enquanto uma instituição de ensino particular
que oferece o aprendizado do Swàsthya Yôga, filosofia pragmática oriental cujas
técnicas de si e conceitos prometem levar o praticante a um estado de consciência
expandida e maior qualidade de vida. Queremos identificar os procedimentos
pedagógicos utilizados pelo Método De Rose junto aos seus alunos, a fim de levá-
los a alcançar o que a rede promete, além de verificar os resultados observáveis a
partir disso.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
1. Analisar a proposta pedagógica da rede de escolas e a formação de
instrutores credenciados.
2. Avaliar se o objetivo proposto é atingido e como se dá à adequação do
praticante ao sistema, conduzido por um código de ética que constitui uma
moral própria do grupo.
3. Avaliar o nível de escolhas que conduz o praticante a graus mais elevados
na escala evolutiva, uma vez que é necessário aderir ao vegetarianismo e
abandonar o consumo de álcool, fumo e demais drogas para ascender de
categoria e ter acesso a conhecimentos iniciáticos, como a meditação tantra
dhyána.
4. Refletir sobre os limites entre disciplina e liberdade, já que o preceito
principal do grupo é a liberdade acima de todas as coisas. Avaliar como essa
liberdade é possível dentro da senda iniciática, própria da cultura oriental.
5. Refletir como os valores matriarcais e desrepressores dessa linha de yôga
praticada no Método De Rose interferem na visão de mundo desse grupo.
6. Mensurar os efeitos das práticas regulares do SwàSthya Yôga nos
praticantes, inclusive no que diz respeito ao despertamento da Kundalini.

 
  6  

JUSTIFICATIVA

A importância desta pesquisa para o campo das Ciências Humanas se deve


à necessidade premente de provocar um diálogo direto entre práticas, filosofias e
costumes Orientais e Ocidentais, suplantando a oposição entre as duas regiões do
mundo que, embora cada vez mais hibridizadas, mantém uma dicotomia que
remonta à ancestralidade histórica. Queremos ultrapassar as diferenças, lançando
um olhar científico sobre saberes antigos, oriundos do outro lado do mundo,
aplicados à realidade ocidental, ilustrada pelo caso do Método de Rose. Além disso,
“porque o corpo é uma dimensão essencial e valiosa da nossa humanidade, deve
ser reconhecido como um tópico crucial do estudo humanísitico e da aprendizagem
experimental” ( SHUSTERMAN, 2010, p.02).
A adequação do projeto à linha de pesquisa Educação, Cultura Corporal e
Lazer se dá por reconhecermos na oferta e na procura de espaços onde o sujeito
predispõe-se a cuidar de si3 – utilizando o corpo como instrumento de expressão e
aplicando sobre ele determinadas técnicas – tentativas de formação de uma
identidade nova, sujeita a modificação e aprimoramento constante, em consonância
com uma das normas éticas preconizadas dentro das escolas do Método de Rose,
que é a autossuperação4, em que o yôgin5 deve observar constante esforço sobre
si mesmo em todos os momentos. Além disso, trata-se de uma práxis pedagógica
baseada na relação mestre-discípulo, instigando a análise desse tipo de educação
comum ao oriente e favorecendo a pesquisa do corpo inserido num contexto
cultural específico.
O SwàSthya Yôga é de raiz naturalista, tântrica, desrepressora e matriarcal.
Uma afronta ao próprio sistema patriarcalista, característico da sociedade ocidental.
Esse paradigma, salientado pelas técnicas de si que libertam o sujeito da
necessidade de adoração espiritualista converte ao corpo o objeto de sua
transformação. Embora seja possível encontrarmos, aqui no Brasil, algumas
pesquisas acadêmicas que se debrucem sobre o yôga, seja enquanto prática

                                                                                                                       
3
“O cuidado de si é uma espécie de aguilhão que deve ser implantado na carne dos homens, cravado na sua
existência e constitui um princípio de agitação, um princípio de movimento, um princípio de permanente
inquietude no curso da existência”(FOUCAULT, 2006, 11)
4
 “A oitava norma ética do Yôga é tapas, autossuperação. O yôgin deve observar constante esforço sobre si
mesmo em todos os momentos. Esse esforço de auto-superação consiste numa atenção constante no sentido de
fazer-se melhor a cada dia e aplica-se a todas as circunstâncias.” (DE ROSE, 2009, 31)
5
 Um dos graus da escala evolutiva do SwàSthya yoga.  

 
  7  

corporal e profissional ou enquanto caminho sagrado, não encontrei nenhum


trabalho que se proponha a investigar o yôga ancestral destituído do caráter
espiritual ou o Método de Rose, escola de uma linha de yôga codificada por um
brasileiro e com presença de unidades em vários países do Ocidente, reconhecido
por sumidades do yôga indiano6.
Pelo fato da SwàSthya yôga ser de linha naturalista, desrepressora e
matriarcal estaremos indubitavelmente questionando tanto o patriarcalismo, quanto
fazendo uma crítica à religião, sem negá-la, mas descortinando seus mecanismos
de biopoder. Ao mesmo tempo, serão analisadas as técnicas de controle do homem
sobre si mesmo, provenientes de uma cultura milenar, surgida na Índia,
denominada yôga e atualizada sob inúmeras tendências, como: Ashtanga Vinyasa
Yoga, Power Yoga, Iyengar Yoga, Viniyoga, Sivananda Yoga, Swásthya Yôga,
Hatha Yoga, Raja Yoga, Mantra Yoga, Jñana Yoga, Yoga Integral, Tantra Yoga,
Ioga Fitness, entre outros.
A escolha pela análise de praticantes do Método de Rose se justifica, em
primeiro lugar, por ter unidades em diferentes países, possibilitando um olhar
menos regional. Segundo, porque nessas escolas é aplicada uma metodologia
calcada na relação mestre-discípulo, adaptada a uma realidade ocidental. Nesse
tipo de pedagogia iniciática é possível acompanhar os passos que conduzem o
aspirante à meta da proposta, através de afunilamentos aos quais somente alguns
poderão ter acesso a determinados segredos7. Por fim, esse objeto nos permitirá
uma reflexão crítica em torno da questão da adaptabilidade de um sistema filosófico
oriental ao sistema capitalista, uma vez que o acesso ao conhecimento iniciático
pressupõe o pagamento pelo serviço prestado pela empresa.
Por fim, sinto-me plenamente habilitada para realizar esta pesquisa, pois a
paixão que o universo cultural proposto desperta em mim e a possibilidade de

                                                                                                                       
6
 “Este livro é a contribuição monumental ao Yôga deste século e a mais inestimável dádiva ao do século
vindouro. Definitivamente, você produziu uma master-piece no ensinamento do Yôga”.
M.S. VISWANATH. Depoimento do Presidente da Yôga Federation of India a respeito do livro Tratado de
Yôga
 
7
 Pertencente à linha tântrica, a meditação tântrica é um dos conhecimentos disponibilizados apenas para
aqueles que chegarem ao grau de instrutor.

 
  8  

analisar a implementação de um sistema oriental sob os moldes do capitalismo,


asseguram-me o ânimo necessário para realizar um trabalho comprometida com a
excelência.

METODOLOGIA E PROCEDIMENTOS METODOLÓOGICOS

Utilizaremos em nosso trabalho o método fenomenológico e como


procedimento, a pesquisa qualitativa. A fim de alcançarmos nosso intento, faremos
vasta revisão bibliográfica do tema e um trabalho de campo, com observação
participativa, em um estudo comparado entre alunos de duas unidades do Método
de Rose, a Unidade Rio Vermelho, em Salvador, e o Espace Energie, em Paris.
Através da aplicação de questionários, entrevistas semi-estruturadas aos
instrutores e alunos, acompanharemos, durante um período de 3 anos, o nível de
ascensão na escala evolutiva do Método De Rose. Rastrearemos o
desenvolvimento de 10 alunos dessa rede de escolas, 5 de cada unidade. No início
da pesquisa, eles responderão a um questionário, com perguntas objetivas e
subjetivas. Essa investigação tentará traçar um esboço sócio-cultural do praticante.
Iremos fazer uma abordagem qualitativa para tentar compreender o
fenômeno na sua profundidade, por meio de descrições, comparações e
interpretações. Essa metodologia é oportuna porque responde a questões mais
particulares e opera com significados, valores, crenças e atitudes de uma forma
mais complexa e contextualizada (MINAYO, 2006). Pretendemos conseguir isso
através da utilização de entrevistas semi-estruturadas, no decorrer do período de
análise. Ao final do trabalho, pretendemos mensurar as mudanças de hábito, na
faixa de renda, na execução de asànas8 , melhorias no sono e demais modificações
nos praticantes de SwàSthya Yôga9, seja em aspectos materiais ou subjetivos e
psicológicos, como o autocontrole.
                                                                                                                       
8
 “Àsana é toda posição firme e agradável (sthira sukham ásanam). Essa é a definição ampla e lacônica do Yôga
Sútra, capítulo II, 46. Segundo tal definição o número de ásanas é infinito.Outra frase, esta atribuída a Shiva,
confirma a de Pátañjali: há tantos ásanas quantos seres vivos sobre a Terra”. Disponível em
http://www.mestresergiosantos.com.br/index.php/filosofia/yoga-e-as-tecnicas-corporais. Acesso em 07 de
dexembro de 2015.

9
 SwáSthya significa auto-suficiência, saúde, bem-estar, conforto, satisfação. É baseado em raízes muito antigas
(Tantra-Sámkhya) e por isso pois possui o gérmen do que, séculos mais tarde, deu origem aos oito ramos mais

 
  9  

Uma das características do Yôga praticado pelo Método De Rose é


despertar a Kundalini, uma energia física, de natureza neurológica e manifestação
sexual, que, por sua vez, levaria o praticante a um estado de consciência
expandida 10 , podendo, inclusive, gerar poderes “paranormais”, resultado do
desenvolvimento do terceiro olho11. É intensão dessa pesquisa averiguar também
essa promessa, nas entrevistas com os praticantes.
Com base no problema de nossa pesquisa, pretendemos mostrar como as
artes críticas do cuidado de si ajudam o praticante do Método De Rose a viver uma
experiência de liberdade, na medida em que, por meio das técnicas e conceitos do
SwàsSthya yôga, é possível construir um estilo de vida singular.

REFERENCIAL TEÓRICO

O autor fundamental para pensar nosso trabalho é Michel Foucault. Nos


cursos de 1981 e 1982 no Collège de France ele faz um retorno à Antiguidade
Clássica para desenvolver um estudo sobre as “morais” de grupos, pois não havia
ali a imposição de uma moral única, como ocorre na sociedade contemporânea,
herdeira de uma colonização cristã, patriarcal e repressora.
O que leva Foucault a adentrar esse universo das éticas greco-romanas é a
necessidade de pensar a liberdade, sempre implícita em seus estudos, afinal, onde
está o poder, está a liberdade lhe fazendo resistência. Nos textos/aulas que
compõem a Hermenêutica do Sujeito (2004), assim como no Cuidado de Si (1984),
terceiro volume da História da Sexualidade e no segundo volume, O uso dos
prazeres (1984), Foucault indica um caminho por onde a liberdade pode ser

                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                               
antigos (Ásana Yôga, Rája Yôga, Bhakti Yôga, Karma Yôga, Jñána Yôga, Layá  Yôga, Mantra Yôga e Tantra
Yôga). Trata-se da sistematização do Dakshinacharatantrika-Niríshwarasámkhya Yôga, um proto-Yôga
integrado de origens dravídicas com mais de 5.000 anos. (DE ROSE, 2007)  
10
 Pátañjali é o codificador do Yôga Clássico e viveu provavelmente no século III a.C. Em seu livro Yôga
Sútra, afirma que a meta do Yôga é o samádhi. Samádhi é o estado de hiperconsciência e megalucidez que gera
autoconhecimento. Segundo Shivánanda, o mais expressivo Mestre hindu do século XX, médico
oftalmologista, autor de mais de 300 livros sobre Yôga, "nenhum samádhi é possível sem kundaliní. (DE
ROSE, 2006)  
11
 “Há mais de dois mil anos, a glândula pineal, ou epífise, é tida como a sede da alma. Para os praticantes do
ioga, a pineal é o ajna chakra, ou o "terceiro olho", que leva ao autoconhecimento. O filósofo e matemático
francês Renê Descartes, em Carta a Mersenne, de 1640, afirma que "existiria no cérebro uma glândula que seria
o local onde a alma se fixaria mais intensamente". Disponível em
http://www.ippb.org.br/textos/especiais/mythos-editora/pineal-a-uniao-do-corpo-e-da-alma Acesso em 13 de
dezembro de 2015.  

 
  10  

experenciada: através da reconstrução do sujeito pelas artes do cuidado de si12. Se


os sistemas de moral geram interdição é possível fazer problematizações éticas
através de uma série de técnicas sobre si mesmo, cujo objetivo conduziria o
indivíduo ao domínio das forças concernentes aos aphorodisia. Essas forças seriam
o elemento de ligação inerente à dinâmica que constitue a experiência ética desses
aphorodisia, em que ato, desejo e prazer formam um conjunto cujos elementos
estão vinculados estreitamente e onde “a realização do ato seja associada a um
prazer, e é esse prazer que suscita a epithumia, o desejo, movimento dirigido por
natureza para o que dá prazer” (FOUCAULT, 1984, p.42).
Não é possível traduzir exatamente a concepção grega de Aphodísia, “os
atos de Aphrodite” porque os próprios gergos não se preocuparam em definir ou
delimitar a extensão desse campo. Sem classificação ou decifração, sabemos, no
entanto que sua

[…] origem e finalidade são naturais, mas cujas virtualidades, devido à sua
energia própria, levam à revolta e ao excesso. Só se pode usar dessas
forças com a moderação que convém quando se é capaz de opor-se a
elas, de lhes resistir e dominá-las. (Ibdem, 62).

Somente através de uma enkrateia 13 , estabelecendo uma relação


agonística consigo mesmo em que imperaria um combate com relação aos
prazeres, seria possível alcançar o controle do seu uso e com isso a liberdade. A
intensidade da prática, sua moderação ou incontinência nada tinha a ver com a
desvalorização moral reinante na pastoral cristã. “Essa majoração da austeridade
sexual na reflexão moral não toma a forma de um estreitamento do código que
define os atos proibidos, mas a de uma intensificação da relação consigo pela qual
o indivíduo se constitui enquanto sujeito de seus atos” (Ibdem, p.47). Não existiu na
Grécia um código do que se podia ou não fazer para obtenção ou negação desses
prazeres, nenhum manual que impedisse que o desejo de introduzisse “sub-
repticialmente na alma” (Ibdem, 1984). A oposição da “moral sexual do paganismo
antigo” com a “moral sexual do cristianismo” se manifesta sobretudo no valor do

                                                                                                                       
12
 O conceito do cuidado de si é uma tentative de traduzir a noção grega de Epiméleia Heautoû. “Com a noção
de Epimeleia Heautoû, temos todo um corpus definindo uma maneira de ser, uma attitude, uma reflexão,
práticas que constituem uma espécie de fenômeno extremamente importante não somente na história das
noções e teorias, mas na própria história da subjetividade ou, se quisermos, na história das práticas da
subjetividade” (FOUCAULT, 2006, 15)  
13
“é a condição da sophrosune, a forma de trabalho e de controle que o indivíduo deve exercer sobre si para
tornar-se temperante ( sophron)”(FAOUCAULT, 1984, 62)

 
  11  

próprio ato sexual, “associado ao mal, ao pecado, à queda, à morte” (Ibdem, p.17),
aceito apenas no casamento monogâmico com finalidade restrita à procriação, na
qual o papel da mulher estaria subjugado ao da maternidade, lugar que esse ser
misterioso, capaz de gerar vida, deveria ocupar, sendo assim uma experiência de
adestramento do corpo feminino. ''A mulher parecia-se com a ponta de um
continente submerso do qual nada se sabia. Ao mesmo tempo capaz de atrair e
seduzir os homens, ela os repelia através de seu ciclo menstrual, seus cheiros,
secreções e sucos, as expulsões do parto” (PRIORE, 1990, p.36).
Assim, na Grécia antiga, ao invés da imposição de uma conduta com
interdições relativas à fidelidade monogâmica, relações homossexuais e castidade,
estavam à disposição “textos ‘práticos’ que são eles próprios objeto de prática na
medida em que eram feitos para serem lidos, aprendidos, meditados, utilizados,
postos à prova, e visavam, no final das contas, constituir a armadura da conduta
cotidiana”. (FOUCAULT, 1984, p.16). O corpo, mais do que “casa do pecado” seria
alvo de uma experiência da Somaestética, que proporcionaria “uma consciência
corporal mais aprimorada”, capaz de aumentar o “conhecimento, a performance e o
prazer” (SHUSTERMAN in PICHININE, 2012, p.75). Shusterman a define como “um
arcabouço disciplinar para o qual convergem práticas e saberes que se propõem a
um uso prático (...)o estudo crítico e o cultivo melhorativo de como experenciamos e
usamos o corpo vivo (soma) como lugar de apreciação sensorial (estesia) e de
autoestilização criativa” (SHUSTERMAN, 2012, p.44). Desse modo, teríamos, ao
mesmo tempo, uma experiência e uma proposta desse tipo nas escolas do Método
De Rose, que ensinam o SwàSthya yôga, um tipo de yôga ancestral codificado por
De Rose e aplicado em sua rede. O Swásthya são técnicas e conceitos que
prometem melhorar a qualidade de vida do aluno .
Essa associação é possível por diversos aspectos. Primeiro porque se trata
de uma escola que ensina técnicas corporais que tem por finalidade levar ao estado
de Hiperconsciência. Segundo, porque a noção de experiência estética sugerida
por Foucault como produção da prática de liberdade é uma das características do
yôga praticado no Método, pois é de linha tântrica, portanto prescreve o deleite
como estilo de vida. “Para os tântricos, se a Natureza nos dotou de instintos,
emoções e sentidos, conseqüentemente, tudo o que tenha a ver com isso deve ser
naturalmente utilizado”. (SANTOS, 1995, p.84). A própria característica do
SwàSthya yôga, de ser executado em forma coreográfica, insinua uma dança, em

 
  12  

que Shiva, Deus14 da mitologia hindu, estraçalha a ignorância, sapateando em suas


costas. Shiva mantém subjugada a ignorância por meio de seus movimentos.
Para Foucault, a liberdade apareceria através das práticas de estilizações e
composições da vida. Essa liberdade, segundo De Rose: “é o nosso bem mais
precioso. No caso de ter que confrontá-la com a disciplina, se esta violentar aquela,
opte pela liberdade”. 15 Se o sistema do Método de Rose é iniciático e exige a
sujeição a um mestre, como inventar a liberdade nesse espaço?
Mudanças de hábitos como adesão ao vegetarianismo, restrições ao fumo,
drogas e ácool, integração ao grupo e disciplina são fundamentais para se ter
acesso ao conhecimento iniciático, restrito aos que preencherem os requisitos
exigidos para ascenderem dentro da Escala Evolutiva. Por hábito, podemos
entender aquilo que nos substitui na execução de algo que exigiria pensamento,
tempo e esforço, na concepção de William James, que o define como “ação
corporificada”( PICHININE, 2012, p.83). James ainda assevera que o hábito teria
por finalidade última impedir a mistura de diversas camadas sociais. Esse caráter
delimitador se reflete na quarta característica do Método De Rose que é a do
público identificado. No caso dessa rede, ele é constituído por jovens adultos
oriundos das classe A e B, vide o custo da mensalidade, mais cara do que a dos
outros iógas. “Como diz I. Hadot a propósito de Sêneca, toda essa atividade de
direção de consciência é da ordem da educação dos adultos – da
Erwachesenerziehung” ( FOUCAULT, 2009, p.55).
O que distingue o Swàsthya Yôga são oito características: “sua prática
extremamente completa, integrada por oito modalidades de técnicas; a codificação
das regras gerais; resgate do conceito arcaico de seqüências encadeadas sem
repetição; direcionamento a pessoas especiais, que nasceram para o SwáSthya
Yôga; valorização do sentimento gregário; seriedade superlativa; alegria sincera;
lealdade inquebrantável. As oito características são conhecidas como ashtánga
guna”16.
                                                                                                                       
14
 "Só posso acreditar num Deus que soubesse dançar" (NIETZSCHE, 2011, 7)  
15
 Disponível em http://www.metododerose.org/blogdoderose/a-bem-da-justica-e-da-verdade/a-liberdade-e-o-
nosso-bem-mais-precioso/ Acesso em 15 de dezembro 2015

16
 Disponível em http://derosealtodaxv.org.br/blog/caracteristicas-yoga. Acesso em 15 de dezembro 2015

 
  13  

Voltando à questão da liberdade, onde ela estaria, senão na escolha de


querer ou não compor o grupo desses que propõem entre si práticas em torno de
uma moral própria? Segundo Shusterman, “a nossa vida ética está baseada no
corpo (…) Ética implica escolha, o que por sua vez implica liberdade de escolha e
ação nessa escolha. Não podemos agir sem meios corporais”. (SHUSTERMAN,
2010, p.10). Nas palavras do Mestre De Rose, “o aluno fará os testes se assim o
desejar. Caso os faça e seja aprovado, passará para um grau mais elevado (de
sádhaka para yôgin; de yôgin para chêla) 17 . Em Foucault, as práticas para o
cuidado de si

[…] devem ser entendidas como as práticas racionais e voluntárias pelas


quais os homens não apenas determinam para si mesmos regras de
conduta, como também buscam transformar- se. Modificar-se em seu ser
singular, e fazer de sua vida uma obra que seja portadora de certos valores
estéticos e que corresponda a certos critérios de estilo. (Idem, 2014, 198-
199)

Observaremos por meio de nossa análise metodológica que a liberdade só


pode ser possível dentro de um sistema onde haja relação com o outro e onde o
poder esteja presente, uma vez que o poder só pode ser exercido sobre homens
livres. Sendo assim, a potência do capitalismo está presente na marca e
procedimentos do Método De Rose, confrontando todo um imaginário construído
em torno dos adeptos de filosofias orientais. Nessas filosofias, a correção da
performance funcional dos sentidos equivaleria ao que Shusterman chama de
consciência corporal, aquilo que despertaria uma “maior sensibilidade perceptiva e
maiores poderes de ação” Segundo ele, a defesa do treino somático para o
conhecimento e a virtude é ainda mais admirável nas tradições filosóficas asiáticas,
onde a educação inclui uma educação corporal distintiva” (SHUSTERMAN, 2015,
p.01).

O Método De Rose é assim uma proposta pedagógica de cuidados com o


corpo, entedido como indissolúvel da mente e totalidade dialética da existência
humana. Nessa pesquisa, entenderemos também esse corpo a partir da
perspectiva fenomenológica. Na visão de Merleau-Ponty (1996), o corpo seria um
conjunto de movimento, sensibilidade e expressão criadora que não se identificaria
com as coisas, uma vez que se trata de um ser-no-mundo. Ele insere o ser num
                                                                                                                       
17
 Disponível em http://www.metododerose.org/blogdoderose/profissao/exame-de-amissao-ao-yoga-e-testes-
mensais-sao-veementemente-recomendados-pela-uni-yoga/Acesso em 15 de dezembro 2015  

 
  14  

mundo que é sempre subjetivo, pois sua existência depende do sujeito que com ele
se relaciona. Essa relação do sujeito com o mundo se dá através da
intencionalidade que reflete o corpo através da ação, a qual revelaria a interioridade
do ser. Assim, a consciência se enraiza no corpo e se revela na ação. “Eu não
estou diante do meu corpo, estou em meu corpo, ou antes, sou meu
corpo”(MERLEAU-PONTY, 1996, p.207).
Superada a dicotomia entre corpo e mente, herança do cartesianismo que
dividia o mundo entre físico e mental – proposição que foi sendo ultrapassada a
partir de teorias que eram resultado de esforços sucessivos de pensadores como
Benedictus de Spinoza (1632-1677) com sua teoria do duplo aspecto, que defende
uma única substância infinita formando tudo, assim como Leibniz (1646-1716) que
confabula uma sincronia entre alma e corpo funcionando como dois relógios
simultâneos, além do paralelismo psicofísico de Bergson (1859-1941), onde haveria
uma correlação entre mente e cérebro, e a noção de body-mind (corpo-mente) que
“exprimiria de modo mais apto a sua união essencial, deixando ainda espaço para
uma distinção pragmática entre os aspectos mentais e físicos do comportamento e
para o projeto de aumentar a sua unidade experencial” ( SHUSTERMAN, 2000
p.32) – temos por explorar o universo do conhecimento da filosofia do yôga que se
refere a corpos sutis e chackras18. Esse tipo de conhecimento, ainda insipiente em
sua aceitação acadêmica, ganha tons de ciência a partir da física quântica, o que
permitiria refletir positivamente com relação aos campos vibracionais citados nesse
saber oriental19. A seguir, temos uma ilustração dos principais chackras dispostos
ao longo da coluna vertebral (figura 01) :

                                                                                                                       
18
   Centros de energia
19
 “Denomina-se Fisiologia Energética, o estudo dos processos sutis que ocorrem em nosso corpo e que se
referem aos nadis, chakras, kundaliní e ao prana. De acordo com tal fisiologia, no corpo humano existem
canais energéticos: os nadis, por onde circula o prana, que nutre órgãos e sistemas. Tais canais assumem várias
rotas diferentes e independentes por onde permitem que a energia circule”. (CAVALARI, 2011,42)

 
  15  

20
Figura 1 – Representação dos chakras .

Fonte: occultbloger, acessado em 07 de Janeiro de 2015

Temos lacunas no conhecimento com relação à bibliografia sobre as


técnicas da meditação tântrica, realizada através do Maithuna, uma prática sexual
com contenção orgiástica que trabalharia exatamente com essa energia que
circunda o campo dos Aphrodisia e que tanto pavor causou ao moralismo cristão.
Na tradição oriental essa energia, chamada pela psicologia de libido, é retratada
pelo Swàsthya e outras filosofias advindas do tantra como Kundalini, a serpente de
fogo enrascada três vezes na base da coluna, que uma vez despertada provocaria
estágios de consciência avançados. Dentro da formação de yôga no Método De
Rose, o conhecimento relativo à essas práticas sexuais ritualizadas somente são
repassados àqueles que se formam instrutores e que atravessaram uma série de
etapas que vão do aprofundamento filosófico ao aprofundamento pedagógico.
Ainda sobre a formação do instrutor de Swàsthya yôga é mister considerar a
introdução realizada pelo Mestre De Rose, a partir da década de 70, de cursos nas
universidades federais, estaduais e católicas de alguns estados brasileiros.
Segundo esse professor “isso fez toda a diferença, já que os estudantes passaram
a levar sua preparação muito mais a sério. Continuava sendo o mesmo professor, a
mesma matéria e os mesmos livros, mas então todos se dedicavam, estudavam,
acatavam os testes mensais e faziam os trabalhos escritos” (DE ROSE, 1995,
p.189).

                                                                                                                       
20
 Imagem retirada do site http://www.occultblogger.com/chakra-balancing-meditation em janeiro de 2016

 
  16  

Foucault considera que a liberdade do cuidado de si só pode ser


experimentada como uma experiência ético-moral do sujeito de caráter singular e
intransferível, sendo por isso uma escolha irredutível de existência. No campo da
sexualidade, ele questiona: “o problema não seria antes tentar definir as práticas de
liberdade através das quais seria possível definir o prazer sexual, as relações
eróticas, amorosas e passionais com os outros?21. Nesse sentido, um sopro de
liberdade seria a concepção tântrica do Método, que não reprime as relações e não
aceita como única forma possível a adequação a instituições padronizadas como o
casamento.

                                                                                                                       
21
 (entrevista com H. Becker, R. Fomet-Betancaurt, A. Gomez-Müller, em 20 de janeiro de 1984). Concórdia
o
Revista internacional de filosofia. n 6. Julho-dezembro de 1984, ps. 99-116.

 
  17  

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