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RENASCIMENTO

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O movimento artístico que chamamos “Renascimento” nasceu na Itália, em Florença, nas primeiras décadas do século
XV. Nos finais de 1400, tinha-se espalhado por toda a Itália. Na primeira metade do século seguinte, quando Roma se
sobrepunha a Florença como principal centro artístico, tinha alcançado os resultados mais clássicos.

Nessa mesma época, começou a difundir-se pelo resto da Europa, iniciando uma completa revolução artística, cujos
efeitos perdurariam, com constantes acontecimentos, durante séculos, até quase o limiar da nossa época.

Este movimento, embora bastante complexo e variado internamente, estabeleceu princípios, métodos e, sobretudo,
formas originais e típicas, mas comuns.

Tais formas provem de duas principais fontes: a reutilização, após um intervalo de quase um milênio, das formas
características da arte clássica – arte grega e arte romana. E a aplicação de uma nova descoberta técnica: a
perspectiva, conjunto de regras matemáticas e de desenho que permitem reproduzir sobre uma folha de papel ou
sobre qualquer superfície plana, o aspecto real dos objetos.

Além de reviver a antiga cultura greco-romana, ocorreram nesse período muitos progressos e incontáveis realizações
no campo das artes, da literatura e das ciências, que superaram a herança clássica. O ideal do humanismo foi, sem
dúvida, o motel desse progresso e tornou-se o próprio espírito do Renascimento. Trata-se de uma volta deliberada,
que propunha a ressurreição consciente (do renascimento) do passado, considerado agora como fonte de inspiração e
modelo de civilização. Num sentido amplo, esse ideal pode ser entendido como a valorização do homem (Humanismo)
e da natureza, em oposição ao divino e ao sobrenatural, conceitos que haviam impregnado a cultura da Idade Média.

Características gerais:

 Racionalidade;

 Dignidade do Ser Humano;

 Rigor Científico;

 Ideal Humanista;

 Reutilização das artes greco-romana.

A expansão marítima com a exploração de novos continentes e a pesquisa científica proclamavam a confiança no
homem e, ao mesmo tempo, a Reforma Protestante diminuía o domínio da Igreja. O resultado foi que o estudo de
Deus como Ser Supremo foi substituído pelo estudo do ser humano, inclusive com o estudo da anatomia. Desde
retratos detalhistas, como a intensidade emocional e a iluminação surreal, a arte foi o meio de explorar todas as
facetas da vida na terra.

ARQUITETURA

Na renascença italiana formada nos mesmos princípios da geometria harmoniosa em que se baseavam a pintura e a
escultura, a arquitetura recuperou o esplendor da Roma Antiga.

Os arquitetos renascentistas mais notáveis foram Leon Battista Alberti, Filippo Brunelleschi, Donato Bramante, Andrea
Palladio e Michelangelo Buonarotti.

Alberti (1404-72) escritor, pintor, escultor e arquiteto, foi o maior teórico da Renascença e deixou tratados de pintura,
escultura e arquitetura. Ele menosprezava o objetivo religioso da arte e propunha que os artistas buscassem no estudo
das ciências, como a história, a poesia e a matemática, os fundamentos de seu trabalho. Alberti escreveu o primeiro
manual sistematizado de perspectiva, oferecendo aos escultores as normas das proporções humanas ideais.

Outro renascentista de múltiplos talentos foi Brunelleschi (1377-1446). Excelente ourives, escultor, matemático,


relojoeiro e arquiteto, ele é mais conhecido, porém, como o pai da engenharia moderna. Brunelleschi não só
descobriu a perspectiva matemática como lançou o projeto da igreja em plano central, que veio substituir a basílica
medieval. Somente ele foi capaz de construir o domo da Catedral de Florença, chamada então da oitava maravilha do
mundo. Tal técnica constitui em construir duas células, uma apoiando a outra, encimadas por uma claraboia
estabilizando o conjunto. No projeto da Capela Pazzi, em Florença, Brunelleschi utilizou motivos clássicos na fachada,
ilustrando a retomada das formas romanas e a ênfase renascentista na simetria e na regularidade.

Em 1502, Bramante (1444-1514) construiu o Tempietto (Pequeno Templo) em Roma, no local onde São Pedro foi
crucificado. Embora pequeno, é protótipo perfeito da igreja com plano central encimado por domo, expressando os
ideias renascentistas de ordem, simplicidade e proporções harmoniosas.

Famoso por suas vilas e seus palácios, Palladio (1508-80) teve enorme influência sobre os séculos posteriores através
do seu tratado Quatro Livros de Arquitetura. Pioneiros do neoclássico se basearam no manual de Palladio. A “Villa
Rotonda” incorporou detalhes gregos e romanos, como pórticos, colunas jônicas, domo plano, como o do Panteon, e
aposentos dispostos simetricamente em torno de uma rotonda central.

Destaca-se também, Michelangelo Buonarotti (1475-1564) que em seus últimos anos dedicou-se à arquitetura,


supervisionando a reconstrução da Basílica de São Pedro, em Roma. Acreditava que “os membros da arquitetura são
derivados dos membros humanos”. As unidades arquitetônicas deveriam cercar simetricamente um eixo central
vertical, assim com braços e pernas flanqueiam o tronco humano. Outro exemplo desse estilo inovador é a Colina
Capitolina em Roma, o primeiro grande centro cívico da Renascença. Quebrou as normas renascentistas ao desenhar
essa praça com ovais interligados e variações do ângulo reto.Sendo um dos percursores do Maneirismo.

Na arquitetura renascentista, a ocupação do espaço pelo edifício baseia-se em relações matemáticas estabelecidas de
tal forma que o observador possa compreender a lei que o organiza de qualquer ponto em que se coloque.

“Já não é o edifício que possui o homem, mas este que, aprendendo a lei simples do espaço, possui o segredo do
edifício”. (Bruno Zevi, Saber Ver a Arquitetura)

As principais características da arquitetura renascentista são:

 Ordens Arquitetônicas;

 Arcos de Volta-Perfeita;

 Simplicidade na construção;

 A escultura e a pintura se desprendem da arquitetura e passam a ser autônomas;

 Construções: palácios, igrejas, vilas (casa de descanso fora da cidade), fortalezas (funções militares) e
planejamento urbanístico.

ARQUITETURA RENASCENTISTA NA EUROPA, EXCETO A ITÁLIA

O Renascimento caracterizou-se como um movimento praticamente restrito ao universo cultural italiano durante seus
dois primeiros séculos de evolução (entre os séculos XIV e XVI, aproximadamente), período durante o qual, no
restante da Europa, sobreviviam estilos arquitetônicos, em geral, ligados ao gótico ou ao tardo-românico.

No seu auge, na Itália, a estética clássica começou a ser difundida em diversos países europeus devido a motivos
diversos (como guerras, anexações de territórios, pelo fato de os artistas italianos viajarem pela Europa ou serem
contratados por cortes diversas).

Independente das razões, é certo que esta difusão fatalmente se dará já pela assimilação de certos ideais anticlássicos
trazidos pelo Maneirismo, estilo em voga naquele momento (início do século XVI). É um momento em que a
tratadística clássica está plenamente desenvolvida, de forma que os arquitetos, de uma forma geral, possuem um bom
domínio das regras compositivas clássicas e de sua canonização, o que lhes permite certa liberdade criativa.

Esta leve liberdade de que gozam os artistas do período será naturalmente absorvida pela produção renascentista dos
países fora do espectro cultural italiano. Há que se notar, porém, que existem estudiosos que não consideram o
Maneirismo como um movimento ligado ao Renascimento, mas um estilo novo e radicalmente contrário a este.

Desta forma, a produção dita maneirista dos demais países europeus pode vir, eventualmente, a não ser considerada
como uma arquitetura genuinamente renascentista. Em certo sentido é possível dizer, segundo tal ponto de vista, que
tais países “pularam” diretamente de uma produção tipicamente medieval para uma arquitetura pós-renascentista
(como na França).
Como as formas de difusão diferem de país para país, ainda que a arquitetura produzida por aqueles países neste
momento seja efetivamente renascentista, existe um Renascimento diferente para cada região da Europa (pelo menos
do ponto de vista arquitetônico). Será possível falar em um Renascimento francês, um Renascimento espanhol e
um Renascimento flamenco, por exemplo.

Em Portugal, as formas clássicas irão se difundir apenas durante um breve período, sendo logo substituídas
pela arquitetura manuelina, uma espécie de releitura dos estilos medievais e considerada por alguns como o efetivo
representante do Renascimento neste país, ainda que prossiga uma estética distante do classicismo (insere-se, de fato,
no estilo gótico tardio).

ESCULTURA

Ao contrário, por exemplo, da arte grega, o Renascimento já não sentiu a necessidade de elaborar para a escultura
uma série de regras comparáveis às da arquitetura. O que não quer dizer que faltassem, na escultura renascentista,
formas e tendências características.

Simplesmente, a passagem da arte do período anterior é menos brusca, é mais uma questão de gosto do que de
teoria. Acima de tudo, o reconhecimento de uma escultura renascentista é feito procurando os motivos de fundo em
que ela se inspira.

Os principais motivos são:

 Acentuado naturalismo, ou seja, a procura de verossimilhança;

 Um forte interesse pelo homem, pela forma de seu corpo, da sua expressão;

 Gosto marcado não só pelo conhecimento e técnica, como pela ostentação de conhecimento;

 Aspiração pela monumentalidade;

 Esquemas compositivos, quer dizer formas globais, geometricamente simples.

A escultura, assim como a pintura, já não fazia parte do projeto arquitetônico como ornamentação do edifício.
Conquistaram autonomia e brilhavam pela sua própria expressão.

A extrema importância que o Humanismo dava ao homem traduz-se em imagens em que o próprio homem é
representado com a maior “verdade” possível. Tal conceito surge como continuação do interesse pela natureza. E, tal
como na realidade predominam as linhas curvas e sinuosas.

O maior de todos os escultores renascentista foi Michelangelo Buonarroti usando esquemas geométricos para suas
esculturas: Pietá, na Basílica de São Pedro; Davi, na Academia de Belas Artes de Florença; Pietá de Rondanini, no
Castelo Sforza em Milão.

Donato di Niccoló di Betto Bardi (1386-1466), conhecido como Donatello, seus primeiros conhecimentos artísticos
vieram do treinamento que recebeu numa oficina de ourives. Trabalhou também, ainda na juventude, um curto
período de tempo na oficina do artista Lorenzo Ghiberti. Elaborou grandes esculturas e na cidade de Pádua esculpiu
uma estátua equestre, em mármore, de Erasmo da Narni, conhecido como Gattamelata. Donatello usou como
inspiração desta obra a estátua equestre de Marco Aurélio, em Roma. Uma das suas esculturas mais conhecidas é
“Davi”, feita em bronze e encontra-se no Museu Nacional em Florença.

Andrea di Francesco di Cione (1435-1488), mais conhecido como Andrea del Verrocchio foi filho de um oleiro, e
durante sua infância a família sofreu com a pobreza. Diz a tradição que foi treinado por um ourives chamado Giuliano
Verrocchi, de quem teria adotado o sobrenome. Em torno de 1460, começou a estudar pintura. Alguns anos mais
tarde, com a morte de Donatello, que era o favorito dos Médici, assumiu seu lugar como protegido, e para eles
produziu pinturas e esculturas, além de desenhos para decorações, vestimentas e armaduras. Tornado conservador
das coleções de antiguidades da família, restaurou muitos bustos e estátuas romanas. Então sua fama começou a se
espalhar, abriu uma grande oficina que atraiu muitos discípulos, entre eles Leonardo da Vinci e Perugino. Apesar de
sua fama como pintor e de sua produção, que se supõe ter sido significativa, hoje, quase nada pode ser atribuído a ele
com certeza. Dedicou-se com mais ênfase à escultura, mas também nesse campo suas obras autenticadas, embora em
maior número, são ainda poucas. Sua primeira grande encomenda foi uma tumba para Pedro e João de Médici na
antiga sacristia de São Lourenço. Sua reputação como um dos grandes escultores de baixo-relevo do século XV se
estabeleceu com o Cenotáfio do Cardeal Niccolò Forteguerri para a Catedral de Pistoia, sendo concluído somente após
sua morte.

A Capela Sistina foi construída por ordem do Papa Sisto IV (retângulo de 40mx13m e 20m altura). E é na própria Capela
que se faz o Conclave, reunião com os cardeais após a morte do Papa para proceder a eleição do próximo. A lareira
que produz fumaça negra, indica que o Papa ainda não foi escolhido, a fumaça branca, que o Papa acaba de ser
escolhido, avisando o povo na Praça de São Pedro, no Vaticano.

Michelangelo dominou a escultura e o desenho do corpo humano maravilhosamente bem, pois tendo dissecado
cadáveres por muito tempo, assim como Leonardo da Vinci, sabia exatamente a posição de cada músculo, cada
tendão, cada veia.

Além de pintor, Leonardo da Vinci, foi grande inventor. Dentre as suas invenções estão: “Parafuso Aéreo”, primitiva
versão do helicóptero, a ponte levadiça, o escafandro, um modelo de asa-delta, dentre outras.

Quando deparamos com o quadro da famosa Mona Lisa não conseguimos desgrudar os olhos do seu olhar, parece que
ele nos persegue. Por que acontece isso? Será que seus olhos podem se mexer? Este quadro foi pintado, pelo famoso
artista e inventor italiano Leonardo da Vinci, e qual será o truque que ele usou para dar esse efeito? Quando se pinta
uma pessoa olhando para a frente (olhando diretamente para o espectador) tem-se a impressão que o personagem do
quadro fixa seu olhar em todos que o observam. Isso acontece porque os quadros são lisos. Se olharmos para a Mona
Lisa de um ou de outro lado estaremos vendo-a sempre com os olhos e a ponta do nariz para a frente e não
poderemos ver o lado do seu rosto. Aí está o truque em qualquer ângulo que se olhe a Mona Lisa a veremos sempre
de frente.

Outra característica do quadro Mona Lisa, de Leonardo da Vinci é o uso da técnica do Sfumato, que é usada para gerar
suaves gradientes entre as tonalidades. A palavra vem do italiano sfumare, que significa “de tom baixo” ou “evaporar
como fumaça”. Nessa pintura é difícil perceber as pinceladas e as variações de tons na passagem da luz para sombra,
amenizando os contornos dos seres e objetos. Em materiais de fricção como grafite, pastel seco ou carvão, o sfumato
pode ser realizado esfregando-se o dedo no suporte pictórico, para que os riscos desapareçam e fique apenas o
degradê. Outro recurso é usar o esfuminho, um tipo de lápis com algodão na ponta, que substitui o dedo a fim de
evitar a interferência da oleosidade da pele.

A música renascentista: Características marcantes

Luca della Robbia: Relevo para um coro, 1431-38. Museo dell'Opera del Duomo, Florença

      Os compositores renascentistas passaram a ter um grande interesse pela música profana (música não religiosa). No
entanto, os maiores tesouros musicais foram compostos para a igreja (música sacra). Esses compositores dão muito
mais atenção a harmonia. E os contra pontos, que existiam na música medieval, foram muito mais desenvolvidos.

      O estilo da música renascentista é polifônico, onde várias melodias eram tocadas ou cantadas ao mesmo tempo, e
o estilo policoral, sem acompanhamento de instrumentos, que revela um alto grau de complexidade e sofisticação de
combinações harmônicas.
      Uma das diferenças mais marcantes entre os estilos medieval e renascentista é a tessitura musical - a maneira de
como o compositor trabalha o tecido da sua música. Enquanto o músico da idade média procura um jogo de
contrastes, construindo sua trama com fios dispostos um contra o outro, o renascentista visa um tecido com fios todos
combinados. Em vez de uma tessitura em camadas, ele trabalha a peça, atendendo a todas as partes vocais ao mesmo
tempo de modo a obter uma malha polifônica contínua.
      O elemento chave nesse tipo de tessitura é chamado de imitação, ou seja, a introdução de um trecho melódico,
que imediatamente depois será repetido ou copiado por outra voz.

                                                                                     MÚSICA VOCAL

      Naquela época os compositores tiveram a ideia de compor peças para mais de um coro, chamadas policorais.
Nessas peças policorais haviam dois grupos, onde uma voz vinda do coro da esquerda era respondida por uma voz
vinda do coro da direita e vice-versa.

                                                                            MÚSICA INSTRUMENTAL

      Antes do século XVI os instrumentos eram utilizados somente para acompanhar o canto. Contudo, durante o século
XVI, os compositores se interessaram cada vez mais em escrever músicas somente para instrumentos. Os
instrumentos utilizados na música renascentista são praticamente os mesmos da idade média, além das flautas,
alaúdes e violas, os instrumentos de teclados começaram a ganhar popularidade, que podia ser um pequeno órgão,
um clavicórdio ou um virginal, para o qual a maioria dos compositores ingleses escreveu peças.

Principais Escultores do Renascimento e suas obras principais:

Michelangelo Buonarroti (pintor, arquiteto e escultor italiano)

Principais esculturas: Baco,  Moisés,  Pietá e David.

Donatello (escultor italiano)

Principais esculturas: Gattamelata, Judite e Holofernes e Profeta Abacuc.

Tullio Lombardo (escultor e arquiteto italiano)

Principais esculturas: Adão e Jovem Guerreiro.

Germain Pilon (escultor francês)

Principais esculturas: As três graças e A Virgem da dor.

Jacopo della Quercia (escultor italiano)

Principal escultura: Tumba de Ilaria del Carretto

 
Tino di Camaino (escultor italiano)

Principais esculturas: Madona com Menino, Esperança e Caridade.

Andrea del Verrocchio (pintor e escultor italiano)

Principais esculturas: Cristo e São Tomé e Menino alado com delfim.

Bernardo Rossellino (arquiteto e escultor italiano)

Principais esculturas: Tumba de Leonardo Bruno e Tumba de Orlando de Médici.

Mino da Fiesole (escultor italiano)

Principal escultura: Sepulcro do Conde Ugo da Toscana.

Andrea della Robbia (escultor italiano)

Principais esculturas: Batismo de Cristo e Um Bispo.

Jacopo Sansovino (arquiteto e escultor italiano)

Principais esculturas: Baco e São Tiago.

Pier Jacopo Alari Bonacolsi também conhecido como Antico (escultor italiano)

Principais esculturas: Páris e Mercúrio.

Lorenzo Ghiberti (pintor, ourives e escultor italiano)

Principais esculturas: São João Batista  e  Porta do Paraíso.

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