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Equipe Responsável:
Lia Cassettari
Felipe Bannitz
Lolita Sala
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APRESENTAÇÃO DO CURSO
Visando ampliar o apoio oferecido pelo Instituto HSBC Solidariedade aos projetos de
geração de renda, os conteúdos abordados têm como meta elevar os resultados
atingidos pelos projetos e facilitar a reaplicação de tecnologias sociais e boas
práticas de gestão e promoção da inclusão produtiva na perspectiva da Economia
Solidária.
Um curso e uma apostila não são suficientes para esclarecer a grande variedade de
dúvidas que surgem sobre os assuntos tratados, mas podem servir de roteiro para
introduzir e aprofundar o tema e sensibilizar para a busca dos conhecimentos
necessários para construir alternativas de geração de trabalho e renda que
aproveitem melhor as oportunidades do mercado e os recursos disponíveis na região
de atuação.
Mãos à obra!!
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S U M Á R IO
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Economia Solidária, Cooperativismo Popular e Gestão de Empreendimentos
Populares
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Roteiro do capítulo:
Economia é uma palavra muito antiga que tem alguns significados, que
variam conforme a pessoa que dela faça uso. O que você entende por economia?
Como já vimos, quem pode oferecer produtos com custos mais baixos, são as
grandes empresas. Ou seja: quanto mais pobre o consumidor, mais ele direciona
seu consumo para os produtos produzidos pelas empresas poderosas que
acumularam vantagens e continuarão acumulando. Assim, com estes hábitos de
consumo, a pobreza cada vez mais alimenta a riqueza e o abismo entre ricos e
pobres.
E o que é Solidariedade?
Vamos pensar a mesma idéia da água e do gelo, mas agora com palitos de
madeira. É fácil quebrar um palito de madeira? Certamente sim. E se unirmos 30
palitos, continua fácil? Quando tentamos quebrar um, conseguimos com facilidade,
mas quando pegamos trinta palitos e tentamos quebrá-los fica mais difícil. É a
famosa frase: “a união faz a força”. Essa força está relacionada à proximidade dos
palitos.
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Trabalho em equipe: No vôo, uma das aves vai à frente, cortando o vento,
para facilitar a viagem de todo o grupo. Isto implica um desgaste para o ganso da
frente, mas quando ela cansa, vai para o final da fila e o ganso que estava atrás do
primeiro passa para a liderança;
Respeito pelo líder: Todos aprendem a respeitar o papel do líder, pois todos
assumem a liderança por algum tempo. Um exemplo são os sons que os gansos
emitem continuamente para incentivar o líder a continuar abrindo o caminho.
A magia da Soma
SOMA
(Léo Artese)
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O Resgate da Economia Solidária
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Dada a insatisfação dos trabalhadores, grande parte deles realizava suas
compras na cooperativa, fazendo com que a mesma prosperasse e gerasse
abundância. A partir desses recursos, outras cooperativas foram sendo criadas e um
verdadeiro movimento cooperativista foi sendo desenhado com a intenção de
reestruturar a economia e a sociedade.
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É a partir desse ambiente que a Economia Solidária começa a ser
reinventada. Trabalhadores assumiram empresas falidas; assentados da reforma
agrária formaram cooperativas agrícolas; igrejas e movimentos sociais urbanos
começaram a organizar empreendimentos solidários nos bolsões de pobreza;
universidades começaram a desenvolver tecnologias para a inclusão social;
gestores públicos começaram a implementar políticas públicas; e outras inúmeras
ações ligadas ao propósito da transformação sócio-econômica.
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Resumo do Capítulo
1)A palavra “economia” tem sua origem há cerca de 2300 anos e significa
"cuidar da casa";
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Roteiro do Capítulo:
Por outro lado é uma pessoa capacitada para tomar decisões importantes,
assumir riscos e focar no seu objetivo e metas. O empreendedor deve dominar
noções básicas de administração, como calcular custos, prever gastos até divulgar
seus produtos ou serviços e atender bem os clientes.
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empreendedor preocupado com a sua comunidade e o meio ambiente e que não
reproduza a "cultura da competição", mas trabalhe com a "cultura da paz".
A Águia Empreendedora
A águia é um animal surpreendente, não só pela sua beleza, mas por ser um
exemplo de vida para nós. Ela é um belo exemplo de empreendedorismo.
Para caçar, primeiro ela traça um objetivo: comer. Depois ela determina uma
meta: caçar uma cobra. Por fim ela elabora sua estratégia: utilizar sua visão para
enxergar a presa e, com garra e coragem, mergulhar. Então, habilidosamente ela
consegue agarrar seu alvo.
• Visão: ter definido e claro o público alvo, e qual produto ou serviço vai
proporcionar a estas pessoas; ter uma visão do mercado e perspectiva do
futuro;
• Habilidade: assim como a águia tem que ser precisa na hora de agarrar seu
alimento, devemos realizar as atividades do empreendimento com grande
habilidade;
• Assumir riscos calculados: assim como a águia que escolha as presas que
apresentam menor risco, devemos calcular os riscos de investir em uma
atividade.
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Além disso, a águia nos mostra duas belas lições:
A renovação da águia
Suas penas estão pesadas, suas unhas e bicos, grandes e tortos. Com isso,
ou ela se prepara para a morte ou se renova a partir de um processo doloroso.
Com o bico, ela arranca suas próprias penas e unhas e bate com seu bico na
rocha até ele cair. Com isso, seu bico, unhas e penas nascem de novo e ela pode
viver novamente a mesma quantidade de tempo que já viveu, podendo atingir até 70
anos.
A Águia e a Galinha
Certo dia, um ecologista andava por uma trilha em uma cidade no interior e
pediu hospedagem para um agricultor familiar. O ecologista, muito simpático, foi logo
se tornando amigo do agricultor e pediu para ele mostrar suas criações e plantações.
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Logo o ecologista afirmou que aquele animal não era uma galinha, mas um
águia.
O agricultor respondeu que no passado era uma águia e que agora era uma
galinha. O Ecologista não se convenceu! Pegou a águia pelo pulso e deu palavras
de incentivo: Voe! Você é uma águia e não uma galinha! A águia voltou ao chão e
continuou ciscando à procura de minhocas. O agricultor riu e disse: Falei que ela é
uma galinha!
Conclusão
Comportamento Empreendedor
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• Inovar: Fazer diferente, criar novas formas de fazer a mesma coisa ou
inventar algo novo. A inovação é muito importante para que possamos nos
diferenciar dos outros e para oferecer algo necessário, que ainda não está
sendo fornecido;
• Perseverar: como dissemos, não é fácil abrir e tocar um negócio próprio. Não
se tem a melhor das idéias de primeira. A idéia perfeita de hoje, pode não ser
a idéia perfeita para amanhã. Melhoras são sempre necessárias. Idéias e
decisões “erradas” sempre estarão presentes e são ótimos professores.
Devemos buscar identificar o que realmente não convém e mudar, encarar os
desafios como oportunidades de melhorar o que fazemos. O segredo disso é
a persistência;
A Importância do Planejamento
Metas fáceis não possibilitam um grande avanço, mas metas difíceis podem
desanimar os empreendedores. O objetivo do empreendimento deve ser
decomposto em metas parciais, atingíveis, dentro de prazos delimitados.
Exercício: determine duas metas para sua vida e um prazo para que elas
sejam atingidas:
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Elaborar estratégias
Meta
1:__________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Meta
2:__________________________________________________________________
___________________________________________________________________
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Necessidade Meta Estratégia Prazo Responsável
Resumo do Capítulo
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Relações interpessoais:
Relacionar-se significa:
• Saber ouvir.
• Criatividade: buscar o novo sem medo de errar; ser criativo mesmo na rotinas.
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• Liderança: ser capaz de comandar o processo de forma natural e contribuindo
com o grupo
Origens do cooperativismo
A primeira cooperativa
Cooperativismo no Brasil
• 75% do trigo, 40% do açúcar, 32% do álcool, 37% da soja e 41% da cevada
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produzido no país;
Princípios do cooperativismo
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4. Autonomia e independência
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Cooperativismo como forma de organização social
Função do cooperado
Para isso é preciso que o grupo que a compõe tenha uma visão
compartilhada, uma razão de ser, e uma visão, um futuro comum e valores comuns.
Deveres do cooperado
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Direitos do cooperado
Cooperativa de trabalho
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empregados na atividade fim. A cooperativa de trabalho é uma autêntica
cooperativa autogestionária: todos participam, ao mesmo tempo na gestão e na
produção.
Cooperativas artesanais:
Estrutura da cooperativa
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Assembléia geral
Conselho fiscal
Simbologia do cooperativismo
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Pinheiros
Círculo
O círculo representa a eternidade, pois não tem horizonte final, nem começo,
nem fim.
Emblema
A bandeira
• Vermelho: coragem
• Alaranjado: visão de possibilidades do futuro.
• Amarelo: desafio em casa, na família e na comunidade.
• Verde: crescimento tanto do indivíduo como cooperado.
• Azul: horizonte distante, a necessidade de ajudar os menos afortunados,
unindo-os uns aos outros.
• Anil: necessidade de ajudar a si próprio e aos outros através da cooperação.
• Violeta: beleza, calor humano e amizade.
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Formação do capital social da cooperativa
Capital social
Quota-parte
Sobras
Da renda total do que foi produzido retira - se os gastos e o que restou são as
sobras e será dividida entre os cooperados ou na cooperativa.
Perdas
A cooperativa fez um contrato com uma empresa, mas o valor recebido pelo
trabalho prestado não pagou todas as despesas daquele mês, então há um valor
negativo, isto significa perda e deverá ser dividida entre os associados da
cooperativa.
Fundos
Fundo de reserva:
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Etapas para constituição de uma cooperativa
Uma comissão deve ser eleita para elaborar proposta de estatuto e responder
pelas demais providências para a fundação. A comissão distribuirá para os
interessados uma cópia da proposta de estatuto, para que todos a estudem, e
realizará reuniões para discussão de todos os itens da proposta.
Pontos importantes:
Assembléia geral;
Conselho de administração e/ou diretoria;
Conselho fiscal;
Comitês, conselhos específicos e gerências;
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Conforme o volume e complexidade dos negócios, os dirigentes podem
contratar pessoal externo à cooperativa para gerenciar áreas de trabalho que exijam
conhecimentos especializados ou habilidades técnicas comprovadas - do mesmo
modo como contratam mão-de-obra para serviços operacionais quando necessário.
Natureza jurídica comercial - código Natureza jurídica civil - Lei Natureza jurídica civil-Lei das
comercial- Lei da S.A. 5761/71 OCIPS, filantrópicas
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Por maior que seja o número de empreendimentos econômicos solidários que
estão nascendo no Brasil, infelizmente poucos conseguem viabilizar a geração de
renda digna de seus integrantes.
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de viabilidade sócio-econômica e ambiental, cuja função básica é buscar o
entendimento das metas e desafios que deverão ser superados para garantir a
geração de renda de forma coletiva e democrática, minimizando os impactos
ambientais e contribuindo para o desenvolvimento local.
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Roteiro do Capítulo:
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Com isso, muitos dos empreendimentos populares e solidários, como as
cooperativas verdadeiras e outras formas de organização democrática, se vêem
produzindo ou prestando serviços de baixo valor agregado, vale dizer: produtos que
valorizam pouco o trabalho.
A pergunta aqui para o grupo seria: “De que produto ou serviço as pessoas
às quais podemos ter acesso precisam?” “Quais necessidades ou desejos do
mercado não estão sendo ainda bem atendidos?”
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grupo possa atender as necessidades do seu público, não na perspectiva de
concorrer, mas de completar o mercado, sem tirar ninguém, sem querer fazer algo
exatamente da forma como já está sendo feito.
Por exemplo:
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escolhido foi aquele.
Quando vamos decidir qual ou quais serão nossos produtos, devemos pensá-
los alinhados com o público alvo (público ao qual o produto se destina) e o ponto de
venda (local onde o cliente encontrará o produto).
Conclusões:
• Oportunidade de mercado.
• Disponibilidade de Infra-estrutura;
• Qualificação dos membros do grupo;
• Disponibilidade de matérias-primas ou tecnologia inovadoras;
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Roteiro do Capítulo:
Por isso, o estudo deve ser realizado antes de iniciar as primeiras atividades
e servir de orientação para os primeiros passos.
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1. Viabilidade Econômica:
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Sobra é a resignificação do lucro capitalista. Como o lucro está relacionado à
remuneração do Capital, preferimos trocar lucro por sobra pois ela está relacionada à
remuneração do trabalho.
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Contribuição unitária é a diferença entre o preço de venda e o custo das matérias-
primas da unidade, a margem de contribuição é a porcentagem da contribuição sobre o
preço de venda.
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Capital de Giro pode ser entendido como a quantidade de dinheiro em caixa que o
empreendimento necessita para conseguir comprar matérias-primas, produzir e vender seus
produtos antes de receber o pagamento dos clientes.
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mensais?
2. Social:
• Assembléias gerais;
• Reuniões deliberativas;
• Espaços de formação permanente;
• Regimento interno/Acordos coletivos;
• Divisão rotativa de cargos e funções;
• Reuniões de prestação de contas;
• Atividades de lazer e cultura;
• Compras coletivas.
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São boas opções para ampliar a viabilidade social de empreendimentos
populares.
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• A prefeitura é o órgão responsável pela coleta de lixo dos municípios. Para
isso, ela contrata empresas para realizarem esses serviços que são pagos
por tonelada coletada. Assim, se uma cooperativa de coleta seletiva inicia a
coleta de materiais recicláveis em um município, o volume de coleta de lixo
tradicional será reduzido, gerando uma economia do orçamento público,
viabilizando a ampliação de gastos em educação, saúde ou outras prioridades
locais;
3. Ambiental:
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Passos para elaboração do estudo de viabilidade
A) Viabilidade Ambiental
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Os resíduos descartados: A produção gera poucos resíduos que são
reutilizados, como as vasilhas de coleta de óleo vegetal usadas e soda cáustica. O
único resíduo que pode gerar problemas é a embalagem plástica que, apesar de ser
reciclável, pode ser descartada incorretamente pelos clientes depois do uso.
B) Viabilidade Social
Duas pessoas ficarão responsáveis pelo dinheiro, sendo que a cada dois
meses uma nova integrante entra na equipe financeira e outra sai, garantindo um
rodízio que não comprometa a continuidade da gestão financeira;
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Outra vez de forma simplificada, podemos concluir que a viabilidade social do
empreendimento é satisfatória.
C) Viabilidade Econômica
I ) Cálculo de Custos
Custos fixos: são os gastos que não variam de acordo com a quantidade de
produtos ou de serviços prestados. Exemplos: aluguel, publicidade, manutenção
entre outros;
Por outro lado, em um restaurante que utiliza fogões e fornos a gás, o gás é
um custo variável e a luz, fixo. Portanto verifique sua linha de produção para saber
se determinado custo é fixo ou variável.
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Para calculá-los podemos utilizar uma tabela simples para listar os itens e
valores do custo fixo, sendo que a soma desses valores é o custo fixo total. Os
custos fixos do Mãos Amigas são:
CUSTOS FIXOS
Item Valor mensal (R$)
Aluguel 100,00
Água 40,00
Luz 60,00
Telefone 100,00
Custo Fixo Total 300,00
Exemplo:
Se quisermos receber R$ 400,00 e trabalhar 100 horas por mês (5 horas por dia
vezes 20 dias por mês). Cada hora vale R$ 4,00.
2. Prever uma quantidade de horas de trabalho mensais alocadas para cada tipo de
despesa;
DESPESAS
Item Quantidade de Horas Valor Hora (R$) Valor Mensal (R$)
Venda dos produtos
50 4,00 200,00
Abastecimento de
matérias-primas 25 4,00 100,00
Atividades
administrativas 30 4,00 120,00
TOTAL 420,00
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INFORMAÇÃO FORMA DE CONSEGUI-LAS
Matérias-primas utilizadas na confecção do produto ou Pessoas responsáveis pela produção;
prestação do serviço;
As quantidades mínimas que as matérias-primas são Pessoas responsáveis pelas compras;
compradas;
O preço das matérias-primas; Pessoas responsáveis pelas compras;
O valor da hora de trabalho; Acordo coletivo entre os integrantes do
empreendimento;
Quantidades de matérias-primas e horas de trabalho Pessoas responsáveis pela produção;
utilizadas.
Custo de matérias-primas:
Para calcular os custos de materiais, o empreendimento Mãos Amigas utilizou a tabela abaixo:
TABELA DE CUSTOS DE MATÉRIAS-PRIMAS
Rendimento: 30 pedaços
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1. Preencher a linha Produto com: nome e especificações do produto que terá
seu custo calculado;
Atenção:
Custos de Trabalho
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Para se preencher essa tabela devem-se seguir os seguintes passos:
A tabela acima nos mostra que são utilizadas 2,5 horas, ou seja, 2 horas e 30
minutos para produzir 30 pedaços e 0,1 horas, ou seja, média de 6 minutos para produzir
cada pedaço de sabão.
O preço de um produto deve ser capaz de pagar seus custos e possibilitar uma
poupança que possibilite a expansão do empreendimento.
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Abaixo apresentamos uma tabela com os itens que compõe o preço e a forma de calculá-
los:
COMPOSIÇÃO DO PREÇO
ITEM FORMA DE CALCULAR
Custo de matérias-primas: Repor os gastos com os materiais utilizados Tabela de custos de matérias-primas.
na produção;
Custo de Mão de Obra: Remunerar as horas de trabalho utilizadas na Tabela de custo de mão de obra.
produção;
Custos fixos e despesas: Nesse caso, a venda de cada unidade do Dividir os custos fixos e despesas pela média de
produto deve contribuir para pagar uma parte dos custos fixos e produção mensal.
despesas; Caso o produto ainda não seja produzido, o
empreendimento deve projetar essa média de
vendas.
Caso o empreendimento apresente mais de um
produto, a média de vendas de cada produto deve ser
ponderada com as horas necessárias para produzir
cada produto (detalhes abaixo).
Poupança: Alimentar um fundo de reinvesti mento produtivo para Esse valor pode ser calculado como uma
comprar novas máquinas, realizar propaganda, desenvolver novos porcentagem do preço. Mas como o preço será
produtos, entre outras possibilidades. O famoso lucro que na Economia definido de acordo com as possibilidades de
Solidária é chamado de sobra. mercado, deixaremos esse item variável de
acordo com as possibilidades e estratégias de
mercado.
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Participação do Igual Produção de Dividido Produção de Mais Produção de
sabão ecológico sabão sabão detergente
Participação do = 3000 ÷ (3000 + 2000)
sabão ecológico
Para isso não acontecer devemos considerar o tempo total de produção (Média de
produção x tempo de produção). Esse número representa a quantidade de horas de
utilização da infra-estrutura do empreendimento. Agora sim podemos calcular a
participação de cada produto no pagamento dos custos fixos e despesas:
Participação do Igual Tempo Total Dividido Tempo Total de Mais Tempo Total de
sabão ecológico de Produção Produção de Produção de
Sabão Sabão Detergente
Participação do = 300 ÷ (300 + 600)
sabão ecológico
Preço Mínimo Igual Custo unitário de Custo unitário de Contribuição para os custos
matérias-primas trabalho fixos e despesas
Preço Mínimo = R$ 0,20 R$ 0,40 R$ 0,60
Ou seja, uma venda por um preço menor que o preço mínimo acarretará prejuízo,
e portanto, a impossibilidade de pagar satisfatoriamente o trabalho empenhado na
produção.
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Fator Mercado:
• Quais os preços que as outras empresas colocam nos produtos parecidos com
o seu?
Unindo os dois:
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No caso do Mãos Amigas, o preço mínimo do produto é R$ 0,68 e existe outro
sabão no mercado com uma qualidade menor vendido por R$ 0,80 e outro sabão com
melhor qualidade e vendido por R$ 1,30, seu preço de venda pode estar entre R$ 0,80 e
R$ 1,30. Nesse caso o empreendimento Mãos Amigas definiu o preço de R$1,00.
Não existe nenhuma regra matemática para calcular o preço de venda, mas
podemos utilizar um modelo simples de cálculo de preço, para adaptá-lo à nossa
realidade.
De fato, o mais difícil de avaliar é o mercado, para isso podemos nos fazer duas
perguntas, sobre o ambiente externo:
Cenário 1
Este é o pior dos cenários, já que o produto não se diferencia e o público não dá
valor a ele, logo o preço deverá estar entre o preço de mercado e o preço mínimo. Assim
o preço ideal deve ser:
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Nesse cenário, apesar de o produto não se diferenciar, o público-alvo valoriza.
Isso pode acontecer com consumidores que buscam apoiar projetos de inclusão
produtiva. Assim, o preço pode ser um pouco acima do preço de mercado:
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Cenário 4
O
melhor cenário é ter um produto diferenciado em um mercado que valoriza suas
qualidades. Nesse caso o preço pode ser mais alto que o do mercado dependendo do
nível de diferenciação e valorização do seu produto. Aqui cabe realizar alguns testes para
encontrar o preço ideal.
Política de Preços
Fator mercado:
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Fator Custo:
Juntando os dois:
A análise de mercado nos permite concluir que o sabão Mãos Amigas deve
apresentar três preços. Abaixo apresentamos duas formas de elaborar uma política de
preços, sendo elas:
POLÍTICA DE PREÇOS I
Tipo de preço Valor sugerido Justificativa
Varejo R$ 1,00 Começando pelo maior preço a
ser praticado, o varejo.
Atacado R$ 0,90 Pode-se dar um desconto de 10%
se o consumidor comprar um
volume acima de 5 unidades ou
qualquer quantidade a ser
definida.
Revenda R$ 0,80 Pode-se dar um desconto de 20%
para pessoas e lojas que estejam
interessadas em revender o
sabão.
POLÍTICA DE PREÇOS II
Tipo de preço Valor sugerido Justificativa
Revenda R$ 0,82 Começando pelo menor preço a
ser praticado para revenda. Pode-
se defini-lo a partir do preço
mínimo mais um porcentagem do
preço mínimo, por exemplo, 20%.
Nesse caso R$ 0,68 + R$ 0,14=
R$ 0,82
Atacado R$ 0,95 Pode-se seguir ampliando a
porcentagem do preço mínimo.
Por exemplo, 40%.
Varejo R$ 1,10 Pode-se seguir ampliando a
porcentagem do preço mínimo.
Por exemplo, 60%. Nesse caso o
preço seria R$ 1,09 mas, foi
arredondado para R$ 1,10 para
facilitar o troco.
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Mas lembramos: Não há regras para definir os preços, cada caso é um caso.
Há uma relação entre preço e quantidade vendida. Ou seja, quanto maior o preço,
mais difícil fica encontrar clientes e quanto menor o preço maior a chance das pessoas
comprarem os produtos, com exceção de clientes que acreditam que preço baixo
representa falta de qualidade.
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remunerar o trabalho e alimentar sua poupança.
Ponto de Equilíbrio
Quantas margens de contribuição unitárias preciso conseguir para pagar meus custos
fixos e despesas?
Margem de
contribuição Unitária
Margem de
Custos Fixos + contribuição Unitária
Despesas 65
Margem de
contribuição Unitária
Assim, para calcular o ponto de equilíbrio, dividimos o custo fixo mais despesas
pela margem de contribuição unitária.
Ou seja, o empreendimento Mãos Amigas deve vender pelo menos 900 pedaços
de sabão por mês para não ter prejuízo.
Para isso devemos calcular qual o valor total das remunerações esperadas
multiplicando o número de membros pela remuneração individual esperada.
No caso do Mãos Amigas, o grupo é formado por 5 pessoas e cada pessoa que
receber R$ 400,00 por mês para trabalhar 100 horas. O valor total das remunerações
será R$ 2.000,00. Agora devemos somar esse valor ao custo fixo e recalcular o ponto de
equilíbrio:
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Metas produtivas:
Para isso, dividimos 3400 pelos 30 pedaços que resultam de cada receita a fim de
descobrir quantas receitas deverão ser produzidas por mês.
Para encontrar a meta semanal devemos dividir a meta mensal por 4 semanas:
Viabilidade produtiva
Tendo como base a meta para remuneração esperada, temos que saber se o
volume de produção necessário para obter essa meta é possível de ser realizada pelos
membros do empreendimento com a tecnologia disponível. Para isso, temos que
multiplicar as horas necessárias para a produção dos produtos pela meta. O ideal é
utilizar a meta diária para planejar a jornada de trabalho diária do empreendimento:
As integrantes do Mãos Amigas estão dispostas a trabalhar 6 horas por dia, assim
o empreendimento tem viabilidade produtiva.
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Viabilidade comercial
2. Participar nas feiras livres da região. A fim de contar com o apoio da prefeitura
uma vez que sua atividade estimula o descarte correto do óleo vegetal usado
e a geração de postos de trabalho na região, o empreendimento visitou a
Subprefeitura e solicitou a autorização para comercializar sabão nas feiras
livres da região que somam 8 feiras semanais. A estimativa é que se venda,
em média, 60 pedaços de sabão em cada feira. No mês o empreendimento
participará de 32 feiras que poderá efetivar a venda de 1920 pedaços;
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Estratégia Volume de vendas
Parceria com 20 restaurantes 800
Participação nas Feiras Livres 1920
Venda para professoras das escolas 120
Vendas na rede solidária da região 560
Total 3400
Conclusão
Apesar de simples, esse estudo ilustra os passos básicos que cada projeto
terá que percorrer para justificar seus produtos, sua estrutura democrática, produtiva
e comercial, além do seu papel na melhoria da comunidade.
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Roteiro do Capítulo:
A Proposta do Marketing
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Com isso, o mercado de panificação, por exemplo, é a soma dos:
72
A importância de conhecer o mercado
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Ator do mercado Informações importantes Dados a serem coletados
Outros produtores ou Conhecer os outros empreendimentos Quais são os empreendimentos ou pessoas que oferecem os
prestadores de nos ajuda a evitar erros e aproveitar os mesmos produtos ou serviços?
serviço acertos dos outros. Eles são ótimos
professores. Na cultura da colaboração,
os “concorrentes” se tornam parceiros
na perspectiva de redes e franquias O que oferecem?
solidárias
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Planos de Marketing
Essa dinâmica pode ser realizada nos grupos incubados, a fim de introduzir o
tema do Marketing Solidário.
•Veja se consegue dizer qual fator crítico que faz você escolher essa marca a
outras ?
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Elaboração de Planos de Marketing
P Descrição
Preço Conhecer o cliente para adequar o preço e forma de pagamento às suas necessidades;
Preço muito baixo pode ser entendido como falta de qualidade. Para definir o preço ideal é
necessário conhecer bem os seus custos.
Produto O produto ou serviço deve satisfazer as necessidades do cliente, com duas qualidades:
Diferenciado - com características que destaquem seu produto em relação aos outros
Diversificado - com várias opções de variedade
Pontos de venda, Os locais em que serão comercializados os produtos e serviços do empreendimento devem
distribuição ou ser de fácil acesso e oferecer conforto.
atendimento Para isso, é necessário saber onde está o cliente. A distribuição do produto como entrega
em domicílio também pode facilitar o acesso do cliente ao produto ou serviço.
Propaganda Refere-se às formas de divulgar os produtos e serviços, seu preço e ponto despertando o
interesse do cliente. Destaque para a importância de um bom material de comunicação
visual com logomarca, folders, etiquetas e rótulos, site e materiais institucionais.
Esses 4 P's devem estar em harmonia e equilíbrio, como diz o ditado popular,
a corrente sempre arrebenta pelo elo mais fraco, se um desses 4 P's está falhando,
o empreendimento corre o risco de perder o cliente e enfraquecer sua marca.
• Produto Solidário:
◦ A definição e adequação do produto deve buscar oferecer produtos
ecologicamente corretos, com a máxima qualidade possível, com
destaque a produtos de alimentação, que possam garantir a segurança do
consumidor e sua qualidade de vida. Além disso, o produto deve garantir
que não há exploração do trabalho, com destaque ao trabalho infantil,
através da produção autogestionária. Assim, o produto deve integrar
qualidades tangíveis e intangíveis;
• Propagandas Educativas:
◦As abordagens de comunicação devem trazer consigo mensagens e
reflexões sobre os impactos que o consumo gera e a importância de
orientar esses impactos para a distribuição de renda e fortalecimento da
produção-popular.
◦
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• Pontos de Comércio Solidário: A busca por pontos de venda para os
produtos solidários deve primar por comercializar seus produtos na própria
comunidade, quando possível, pois empreendimentos de artesanato,
confecção e outros produtos direcionados a um público-alvo de maior poder
aquisitivo apresentam restrições de comercialização em comunidades
empobrecidas. Nesse sentido o empreendimento deve buscar estabelecer
parcerias com comerciantes locais, ampliando o vínculo entre o
empreendimento e os atores econômicos de sua comunidade, na perspectiva
do desenvolvimento local. Essa estratégia minimiza a necessidade de acesso
inicial a mercados distantes, não os descartando, mas propondo a utilização
do potencial endógeno da comunidade através da potencialização do
mercado local a partir de ações que possam desencadear processos
educativos capazes de sensibilizar os atores locais para a importância de se
prestigiar a produção local.
◦ Além disso, o empreendimento deve buscar mercados externos à sua
comunidade, de forma a viabilizar a ampliação das vendas e a
possibilidade de divulgar a comunidade para outras regiões, fortalecendo a
auto-estima da comunidade.
◦ Para isso, tanto dentro da comunidade quanto fora, os empreendimentos
podem utilizar as seguintes ferramentas:
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• Clubes de compras: Na busca por mobilizar o consumo local, essa
ferramenta propõe a realização periódica de compras comunitárias para viabilizar a
aproximação dos consumidores e produtores locais. O Clube de compras é mais do
que uma forma de baratear o preço e melhorar a qualidade dos produtos
consumidos no dia-a-dia, é uma forma de consumir com consciência, ajudando os
empreendimentos populares a se consolidarem;
79
Comercialização em espiral e Desenvolvimento Local Endógeno
80
Essa estratégia minimiza a necessidade de acesso inicial a mercados
distantes, não os descartando, mas propondo a utilização do potencial endógeno da
comunidade através da potencialização do mercado local a partir de ações que
possam desencadear processos educativos capazes de sensibilizar os atores locais
para a importância de se prestigiar a produção da região. Essa mobilização,
realizada pelos cooperados e cooperadas, deve ressaltar a viabilidade da abertura
de novos postos de trabalho e da redução da violência urbana na comunidade local,
pelo fato de o consumo local ser direcionado para a produção do próprio local,
construindo círculos virtuosos de geração de trabalho e renda.
Pensando as vendas
◦ Feiras Temáticas;
◦ Feiras de Artesanato;
◦ Lojas próprias;
◦ E-commerce.
82
Aprofundando o Plano de Marketing
Para isso, o educador deve realizar a dinâmica ¨Por quê você escolheu essa
marca?¨, já apresentada nessa apostila. A partir dela o educador deve realizar
novamente uma chuva de idéias para preencher uma tabela mais detalhada do que
a primeira preenchida.
• Existe mercado?
1. Bom preço?;
2. Qualidade?;
3. Aparência?;
4. Procedência?;
83
5. Durabilidade?;
6. Entre outros
• Já tenho planejado como vou comunicar quais benefícios vou destacar para o
consumidor?
◦ Lojas;
◦ Feiras;
◦ E-commerce;
◦ Outros pontos de venda;
Resumo do Capítulo
3)É muito importante conhecer o mercado, pois nos ajuda a realizar um bom
planejamento, capaz de aproveitar oportunidades que possam surgir no momento e
84
neutralizar ameaças;
85
Roteiro do Capítulo:
86
Estrutura de um Plano de Negócios
Produtos e Serviços: Este tópico deve descrever quais são seus produtos e
serviços, como são produzidos, quais seus custos e preços e as justificativas da
escolha dos mesmos.
Cenários: A partir das diferentes metas que podem ser calculadas, este tópico
deve apresentar três cenários:
• Início do empreendimento;
Estratégia de Mercado:
87
ampliação das estratégias de comercialização a fim de se atingir as metas semestral
e anual.
Porém, mais que isso, um bom sistema de gestão deve, além de atender as
expectativas, promover sempre a melhoria do desempenho da atividade econômica,
a partir da identificação dos pontos fracos e dos pontos fortes.
88
Roteiro do Capítulo:
• A proposta da autogestão;
Base organizacional:
• Planejamento;
• Rotinas administrativas e operacionais;
• Recursos: financeiros, materiais e estruturais;
• Sujeitos participantes, preparados para funções definidas e com
comprometimento e responsabilidade.
Base técnica:
89
Base jurídica:
A Proposta da Autogestão
• PRODUÇÃO
• COMÉRCIO
• SERVIÇO
B)Marketing
• Possíveis clientes;
92
• Outros produtores;
• Fornecedores de matérias-primas.
93
C)Gestão Financeira:
D) Aspectos Jurídicos:
• Contratos.
94
preços até a estocagem do material;
95
Essa ferramenta nos ajuda a mapear todos os processos envolvidos na
atividade econômica, para que possamos detalhar as entradas necessárias e as
saídas resultantes. Dessa forma, determinamos, antes do início da prática
empreendedora, a maioria das tarefas necessárias para o bom andamento do
Empreendimento.
Exemplo:
96
A etapa do processo de panificação de “assar” o biscoito, deve estar padronizado, e
estabelecido em procedimento (que seria a receita), para que sempre sejam
produzidos os mesmos biscoitos.
Exercício em Grupo:
Dinâmica do origami:
Conclusão:
97
Esse controle deve ser reforçado nas atividades ligadas à:
Controle Finalidade
Vendas A adoção de um controle de vendas possibilita ao empreendimento prever receitas futuras e,
conseqüentemente, programar as compras. Além disso, torna-se mais fácil acompanhar o
comportamento mensal das vendas, as variações devido a sazonalidade, bem como o prazo
médio concedido para os pagamentos realizados a prazo.
Compras A adoção de um controle de compras possibilitará distribuir melhor suas compras para os
meses seguintes, baseando-se nas previsões de vendas e nos compromissos assumidos.
Este controle permitirá, também a determinação do prazo médio das compras.
Despesas O controle de despesas tem como objetivo o melhor acompanhamento da evolução dos
gastos mensais, bem como a verificação do comportamento de cada item de despesa,
permitindo, assim, a adoção de medidas que possam conter os gastos que venham
crescendo sem justificativa. O controle de despesas é indispensável à elaboração do cálculo
dos custos e do preço de venda de um produto, serviço ou mercadoria.
Estoque Pode ser utilizada uma ficha de controle para cada item, onde serão anotadas as entradas e
saídas de mercadoria ou material.
Estoque O controle físico e financeiro de estoque tem como objetivo básico informar a quantidade
físico e disponível de cada item existente no empreendimento, quer seja matéria-prima, quer seja
financeiro mercadoria, e quanto esta quantidade significa em valores monetários.
98
Mais do que nunca, o conhecimento é um aliado fortíssimo para quem o
possui. Nas últimas décadas, as empresas somente se preocuparam com a gestão
de produtos e redução de custos na linha de produção. Hoje em dia, isso não é mais
suficiente e não gera tanto diferencial competitivo no mercado.
Montar uma pequena empresa não é tarefa das mais complicadas. Sobreviver
no mercado é o verdadeiro desafio. Passada esta etapa, só então se pode pensar
em lucro e rentabilidade.
Resumo da Oficina
2) Um sistema de gestão envolve, pelo menos, três frentes ou bases, sendo elas:
base organizacional, técnica e jurídica;
99
realizados conforme o esperado ou planejado, afim de que as necessidades dos
clientes sejam satisfeitas;
100
Roteiro do Capítulo:
Apresentação
101
Registros e Análises
102
• Implementação dos livros de fluxo caixa e contas a pagar e receber;
Livro Caixa
Fluxo de Caixa
Mês: Saldo Inicial $2.345,70
Data Descrição Entradas Saída Saldo
28/03/2009 compra de matérias primas $345,45 $2.000,25
29/03/2009 Venda de 17 Pufes $850,00 $2.850,25
30/03/2009 Distribuição das retiradas $2.250,00 $600,25
Passos de preenchimento:
Para realizar uma boa gestão, a equipe pode seguir os seguintes passos:
• O pagamento das contas como água, luz, telefone entre outras pode seguir os
seguintes passos:
104
• Registrar os gastos no livro caixa.
Para realizar uma boa gestão, a equipe pode seguir os seguintes passos:
• Fornecer o valor da venda e solicitar uma nota fiscal ou recibo para a equipe
financeira. A nota fiscal ou recibo deve ser preenchida com as seguintes
informações:
• Data de pagamento;
105
• Conferir se o pagamento foi efetivado e, em caso negativo, retornar a cobrança
do cliente;
• Data: dia, mês e ano em que a compra foi realizada. essa informação consta
na nota fiscal;
Esse caderno pode ser utilizado dos dois lados, sendo um para contas a
pagar e outro para contas a receber. E preenchido conforme o modelo:
Contas a pagar
Data Descrição Valor Confirmação do
Acerto
22/03/2009 Vencimento conta de luz $70,00 OK
24/03/2009 Pagamento fatura matérias-primas $245,00
Contas a receber
Data Descrição Valor Confirmação do
Acerto
19/03/2009 Pagamento venda 12 pufes $600,00 OK
25/03/2009 Pagamento 6 pufes $300,00
B)Distribuição das Retiradas
Todo o fim de mês a equipe financeira deverá calcular o valor que cada
membro do empreendimento receberá pelo trabalho desenvolvido durante o mês.
Para isso, deve-se tanto definir quanto do caixa será destinado para as retiradas
quanto como o dinheiro será distribuído entre seus membros.
106
Definição do Fundo de Retirada
Esse montante pode ser chamado de capital de giro. Como segue o exemplo
abaixo:
Fluxo de Caixa
Mês: Saldo Inicial $2.345,70
Data Descrição Entradas Saída Saldo
28/03/2009 compra de matérias primas $345,45 $2.000,25
29/03/2009 Venda de 17 Pufes $850,00 $2.850,25
30/03/2009 Distribuição das retiradas $2.250,00 $600,25
O valor do capital de giro deve ser calculado com base nas contas a pagar,
das necessidades de compras de matérias-primas e outros gastos que serão
realizados no começo do mês.
107
FORMA DE POR HORA
I GUAL I TÁRI A POR PRODUÇÃO
DI STRI BUI ÇÃO TRABAL HADA
ATRAVÉS DE
ATRAVÉS DE UM
CONTROLES DE
CADERNO DE PONTO,
ETAPAS DE PRODUÇÃO
CADA MEMBRO
O VALOR DAS OU SERVIÇOS
REGISTRA A
RETIRADAS É IGUAL PRESTADOS, CADA
DESCRI ÇÃO QUANTIDADE DE HORAS
PARA TODOS OS MEMBRO REGISTRA
TRABALHADAS E
MEMBROS SUA PRODUÇÃO E
RECEBE UMA RETIRADA
RECEBE UMA
PROPORCIONAL À SUA
RETIRADA
DEDICAÇÃO
PROPORCIONAL
REFORÇA A IGUALDADE
ESTIMULA OS ESTIMULA OS
ENTRE OS MEMBROS,
MEMBROS A SE MEMBROS A SE
PONTOS POSI TI VOS VALORIZANDO OS
DEDICAREM AO DEDICAREM AO
PRINCÍPIOS DA
EMPREENDIMENTO EMPREENDIMENTO
ECONOMIA SOLIDÁRIA
EXIGE UM TRABALHO
ADICIONAL PARA EXIGE UM TRABALHO
CASO TENHAM
CALCULAR AS ADICIONAL
MEMBROS QUE SE
RETIRADAS; COMPLEXO PARA
DEDICAM AO
CASO MEMBROS DO CALCULAR AS
EMPREENDIMENTO DE
GRUPO FIQUEM COM RETIRADAS;
PONTOS NEGATI VOS FORMA MUITO
CORPO MOLE, AS HORAS PODE ESTIMULAR O
DISTINTA, OS MAIS
SÃO CONTABILIZADAS INDIVIDUALISMO E O
DEDICADOS PODEM SE
MAS OS MAIS ISOLAMENTO DOS
SENTIR
DEDICADOS PODEM SE MEBROS DURANTE A
DESISTIMULADOS
SENTIR PRODUÇÃO
DESISTIMULADOS
Distribuição Igualitária
FUNDO: R$ 2.250,00
MEMBRO RETIRADA
Maria R$ 450,00
Rita R$ 450,00
Pedro R$ 450,00
Isabel R$ 450,00
João R$ 450,00
TOTAL R$ 2.250,00
108
Distribuição por hora trabalhada
Exemplo:
MEMBRO HORAS TRABALHADAS
Maria 124
Rita 146
Pedro 114
Isabel l96
João 102
HORAS TRABALHADAS NO
EMPREENDIMENTO 582
109
Distribuição por produção
DISTRIBUIÇÃO DA PONTUÇÃO
MEMBRO CORTES COSTURA PONTOS
Maria 23 0 23
Rita 10 15 40
Pedro 6 15 36
Isabel 16 0 16
João 0 25 50
TOTAL 55 55 165
110
DISTRIBUIÇÃO DAS RETIRADAS
FUNDO: R$ PONTOS TOTAIS: 165 VALOR PONTO: R$ 13,63
2.250,00
MEMBRO PONTOS RETIRADA
Maria 23 313,49
Rita 40 545,2
Pedro 36 490,68
Isabel 16 218,08
João 50 681,5
TOTAL 165 2248,95
• compras de matérias-primas;
• custos fixos;
112
• transporte;
• Equipamentos e investimentos;
Outras despesas
Preencher os tipos de investimento que constam no livro caixa (células B31 a B34).
Ou seja, deve criar categorias como:
113
Planilha Fluxo de Caixa
Fluxo de caixa
Nome do Empreendimento: 0
Data: 23 de Mar de 09 a 25 de Mar de 09
Total 250,00 500,00 250,00
DATA CA T E G O RIA DESCRIÇÃO DÉB ITO CRÉDITO SALDO
23/03/09 S ald o in ic ial 1.000,00 1.000,00
24/03/09 v endas produto I 500,00 1.500,00
25/03/09 Com pras de m atérias-prim as 250,00 1.250,00
114
Com as planilhas preenchidas, esse sistema fornece o relatório pronto para ser
utilizado em uma reunião de prestação de contas do Empreendimento.
115
Anexos
À medida que seguíamos, ficava cada vez mais claro para nós que este
processo de Diálogo é um meio poderoso de compreender como funciona o
pensamento. Percebemos que vivemos em um mundo que é quase inteiramente
produzido pelo pensamento e pelo empreendimento humanos. A sala onde estamos
sentados, o idioma em que estas palavras são escritas, as fronteiras da nossa
117
nação, os nossos sistemas de valores, e até mesmo aquilo que pensamos ser as
nossas percepções diretas da realidade, são essencialmente manifestações do
modo como os seres humanos pensam e pensaram. Percebemos que se não nos
dispusermos a investigar esta situação para obter uma profunda visão e
conhecimento sobre ela, não conseguiremos confrontar as crises reais do nosso
tempo, nem encontraremos mais do que soluções temporárias para a vasta coleção
de problemas humanos com que nos defrontamos agora.
118
O que torna essa situação tão séria é o fato de que o pensamento geralmente
oculta esses problemas da nossa percepção imediata gerando a idéia de que a
maneira pela qual cada um de nós interpreta o mundo é o único modo sensato de
fazê-lo. É necessário um procedimento pelo qual possamos desacelerar o processo
de pensamento para poder observá-lo enquanto acontece — em “tempo real”.
A palavra “diálogo” deriva de duas raízes: “dia”, que significa “através de”, e
“logos”, que significa “palavra”, ou, mais particularmente, “o significado da palavra”. A
imagem aqui é a de um fluxo de significado que acontece entre os participantes e
por meio deles. Podem-se envolver tantas pessoas quantas se queira no Diálogo —
pode-se até ter um Diálogo consigo mesmo — mas o tipo de Diálogo que sugerimos
propõe um grupo de vinte a quarenta pessoas, sentadas em círculo para conversar.
Propósito e significado
121
o grupo, ou de tentar exercer controle sobre ele e dar-lhe uma direção. Propósitos
previamente desconhecidos revelam-se. Sentimentos fortes são expostos, junto com
os pensamentos subjacentes a eles. As pessoas podem tomar posições fixas, e
freqüentemente ocorrem polarizações. Tudo isso é parte do processo. É o que
sustenta o Diálogo e o mantém constantemente criativo em novos domínios.
Diálogo não é um novo nome para T-grupos ou “sensitivity training”, ainda que
seja superficialmente similar a estas e outras formas relacionadas de trabalho de
grupo. Suas conseqüências podem ser psicoterapêuticas, mas ele não tenta focar
na remoção de bloqueios emocionais de qualquer participante nem ensinar, treinar
ou analisar. No entanto, é uma arena em que o aprendizado e a dissolução de
bloqueios podem acontecer — e freqüentemente acontecem. Não é uma técnica de
123
resolução de problemas ou conflitos, ainda que muitos problemas possam ser
solucionados ao longo do processo de Diálogo, ou talvez depois, como resultado de
uma compreensão e companheirismo maiores que se estabelecem entre os
participantes. É, como enfatizamos, primeiramente um modo de explorar o campo do
pensamento.
Suspensão
124
incoerente de qualquer ação que, de outro modo, você realizaria automaticamente.
Da mesma maneira, se um grupo é capaz de suspender tais sentimentos e prestar
atenção a eles, o processo geral que flui do pensamento para o sentimento, e daí
para o acting-out dentro do grupo, pode também desacelerar e mostrar seus
sentidos mais sutis e mais profundos, junto com as suas distorções implícitas,
levando ao que poderia ser descrito como um novo tipo de inteligência coletiva e
coerente.
Números
125
entanto, que a palavra “participação” tem dois sentidos: “compartilhar” e “fazer parte
de”. Ouvir é pelo menos tão importante quanto falar. Muitas vezes os participantes
mais silenciosos começam a falar mais à medida que se familiarizam com a
experiência do Diálogo, e os indivíduos mais dominadores descobrem-se falando
menos e ouvindo mais.
Duração
Liderança
A questão do tema
127
participantes. Se alguns membros do grupo sentem que certas trocas ou temas são
perturbadores ou inadequados, é importante que expressem esses pensamentos no
Diálogo. Nenhum conteúdo deve ser excluído.
128
certamente eliciará. Talvez o início aconteça com uma agenda mais ou menos
específica, que futuramente poderá ser mudada. Isso difere da abordagem usada
com grupos formados por pessoas que participam voluntariamente, ou apenas uma
vez, e que estão livres para começar a partir de qualquer tema. Mas, como
mencionamos, nenhum conteúdo deve ser excluído porque o impulso para excluir
um tema é em si um rico material para investigação.
Finalmente, queremos deixar claro que não propomos o Diálogo como uma
panacéia, nem como método ou técnica para substituir as outras formas de interação
social. Nem todos o acharão útil, e ele não o será em todos os contextos. Há grande
valor em muitos métodos psicoterapêuticos e há muitas tarefas que exigem liderança
firme e uma estrutura organizacional muito bem formada.
129
da mente que, entretanto, tem imenso poder e revela um propósito coerente. Uma
vez começado, torna-se uma aventura contínua que pode abrir caminho para uma
mudança criativa e cheia de significado.
Os detentores dos direitos autorizam a cópia deste material e a sua distribuição para
fins não-comerciais, incluindo discussão, pesquisa, crítica e como ajuda para montar
grupos de Diálogo, desde que ele não seja alterado e que esta nota seja incluída.
Todos os outros direitos reservados.
130