Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Direito Empresarial III FULL PDF
Direito Empresarial III FULL PDF
© 2013
04/02/13
Bibliografia Recomendada
Fran Martins
Rubens Requião
Títulos de Crédito
Avaliações
Conteúdo programático
1
Rafael Barreto Ramos
© 2013
Nota:
Título¹ de Crédito
1. Conceito de Crédito
- Requisitos:
I. Confiança;
Nota:
O crédito é fundamental para a circulação da riqueza. Quanto mais a população deve, mais rico
é o país.
IMPORTANTE:
2
Rafael Barreto Ramos
© 2013
2. Histórico
- Período italiano.
Na idade média, o comerciante, ao deslocar-se de uma cidade a outra, temia levar suas
moedas em virtude dos frequentes roubos. Desta forma, o comerciante entregava suas
moedas ao banqueiro, que lhe dava um comprovante de comprometimento a entregar a
moeda convertida em outra cidade.
- Período Francês
Somente se podia emitir um título de crédito se fosse de uma cidade para outra.
O título de crédito pode ser livremente emitido sem nenhuma justificativa. Não é necessário o
depósito prévio e pode ser emitido em uma mesma cidade.
3
Rafael Barreto Ramos
© 2013
07/02/13
3. Conceito de Título de Crédito (Art. 887 do Código Civil)
Art. 887. O título de crédito, documento¹ necessário² ao exercício do direito literal4 e autônomo5 nele
contido³, somente produz efeito quando preencha os requisitos da lei.
(2) Necessário: O documento deve ser APRESENTADO no momento do exercício de seus direitos.
(3) Nele contido: TODOS os direitos garantidos pelo TÍTULO devem estar nele contidos, haja vista que
este tem como finalidade circular.
(5) Autônomo: Independente, não vinculado a outros obrigados. “Você assinou, por que você quis.
Logo, assinou, obrigou-se.”
4
Rafael Barreto Ramos
© 2013
Para ser título de crédito é necessário estar em algo corpóreo, material, palpável.
- Crítica
Este princípio vem sofrendo muita crítica, vez que na atualidade as compras estão sendo feitas
por meios “virtuais” em virtude de sua praticidade e confiabilidade (Ex. Cartões de crédito).
Desta forma, os títulos de crédito estão sendo cada vez menos utilizados justamente em
virtude do princípio da documentalidade.
II. A doutrina moderna, por outro lado, define que os princípios estão sujeitos à evolução. Como a
documentalidade é exigida para fins probatórios, é definido que se a existência do documento puder ser
provada eletronicamente, virtualmente, o requisito do princípio da documentalidade ou cartularidade é
preenchido.
Art. 36. Justificando a propriedade e o extravio ou a destruição total ou parcial da letra, descrita com
clareza e precisão, o proprietário pode requerer ao juiz competente do lugar do pagamento na hipótese
de extravio, a intimação do sacado ou do aceitante e dos coobrigados, para não pagarem a aludida letra,
e a citação do detentor para apresentá-la em juízo, dentro do prazo de três meses, e, nos casos de
extravio e de destruição, a citação dos coobrigados para, dentro do referido prazo, oporem contestação,
firmada em defeito de forma do título ou, na falta de requisito essencial, ao exercício da ação cambial.
- Interpretação:
Se você for proprietário do título e este se extravia ou é destruído, devem-se citar o emitente e todos os
que o assinaram para que apresentem sua defesa afim de que seja provado a quem este pertencia e se
foi perdido e/ou extraviado. Se a ação for julgada procedente, o juiz determinará que o título seja
substituído.
Art. 885 - O juiz poderá ordenar a apreensão de título não restituído ou sonegado pelo emitente, sacado
ou aceitante; mas só decretará a prisão de quem o recebeu para firmar aceite ou efetuar pagamento, se
o portador provar, com justificação ou por documento, a entrega do título e a recusa da devolução.
- Interpretação:
Se você teve o título desapossado, entra-se no judiciário para que o juiz determine a entrega do título.
Caso este não seja apresentado, determinará a busca e apreensão do mesmo e aquele que estiver com
sua posse será preso por desobediência.
5
Rafael Barreto Ramos
© 2013
4.2. Literalidade
Somente o que está escrito no título é exigível, pois a finalidade do título de crédito é circular.
Todavia, nem tudo o que está escrito é VÁLIDO.
Toda condição e toda ilicitude contidas nos Títulos de Crédito são consideradas NÃO ESCRITAS.
Visa a SEGURANÇA, haja vista que o dono do título saberá quais são seus direitos.
IMPORTANTE:
NÃO SÃO CONSIDERADAS NULAS, vez que neste caso o título de crédito seria NULO.
6
Rafael Barreto Ramos
© 2013
14/02/13
4.3. Autonomia
“Para fugir de sua obrigação de pagar, não se poderá alegar as relações com terceiro.”
As relações com terceiros NÃO interessam a quem possui o título. Somente poderá alegar a
relação com quem está cobrando.
O princípio da autonomia possibilita que um título sem valor nenhum passe a ter.
Ex. Incapaz assina um título, um terceiro o preenche. Se um capaz endossar este cheque e
assiná-lo no verso, a partir deste momento o cheque passa a ter valor. Se porventura um
terceiro for possuidor deste cheque, não poderá cobrar do incapaz; no entanto, poderá de
todos os que o endossaram.
Quanto mais pessoas assinarem os títulos, mais estarão se obrigando. Assim sendo, mais o
possuidor deste estará garantido.
IMPORTANTE:
- Direito pessoal do réu contra o autor: As defesas que o réu tem que são cabíveis contra quem está
lhe cobrando o titulo de crédito.
- Defesas processuais
Nota:
Transfere-se o TÍTULO e os direitos nele contidos. Transferem-se DIREITOS. Se houver vícios, mesmo
Se este preencher os requisitos formais, será que anteriores, poderão estes serem alegados.
válido, independentemente de seus antecedentes.
7
Rafael Barreto Ramos
© 2013
4.4. Formalidade
Ou seja, se não preenchidos os requisitos, não será considerado como TÍTULO DE CRÉDITO.
Todavia, este NÃO será NULO, sendo considerado como título, podendo ser utilizado para fins
probatórios da existência da relação.
4.5. Abstração
Os Tribunais Superiores NÃO ADOTAM A ABSTRAÇÃO. O STJ e o STF entendem que este
princípio NÃO É APLICADO.
- Definição:
A partir do momento que o título é emitido, se desvincula de sua origem, ou seja, a partir do
momento que o título existe, não se questiona a sua origem.
Nota:
A abstração só cabe se o título NÃO circular. Caso este circule, aplicar-se-á o princípio da
autonomia.
8
Rafael Barreto Ramos
© 2013
18/02/13
5. Títulos de crédito no Código Civil (arts. 887 a 926)
5.1. Títulos
Criticadas pela doutrina por já se iniciar com o conceito do instituto, o que acarreta no
engessamento deste, que fica imutável no decorrer do tempo.
Art. 887. O título de crédito, documento necessário ao exercício do direito literal e autônomo nele
contido, somente produz efeito quando preencha os requisitos da lei.
O artigo 903 define que em matéria de título de crédito, deve-se aplicar primeiramente lei
especial e, na lacuna desta, o código civil, tornando-o uma lei suplementar.
Art. 903. Salvo disposição diversa em lei especial, regem-se os títulos de crédito pelo disposto neste
Código.
- Os títulos de créditos estão previstos no código civil para tratar dos títulos atípicos.
Crítica
Somente é título de crédito se estiver previsto em lei especial. Portanto, não existem títulos atípicos.
Crítica
Existem futuras legislações que não seguem o modelo disposto no código civil.
Estabelece que os títulos somente serão ao portador se houver uma lei específica que o
preveja.
Desta forma, para que seja exista um título ao portador, a lei 8.021 deverá ser revogada e
deverá ser criada uma lei específica regulando-o.
9
Rafael Barreto Ramos
© 2013
(1) Endosso: Transferência através de assinatura. Nos títulos de crédito, os que assinam, se obrigam.
Prevê que o endossante não será garante, salvo exceções; o que vai contra o disposto por
todas as leis esparsas.
Aquele em que quem emitiu o título possui um livros com os nomes dos proprietários.
Art. 921. É título nominativo o emitido em favor de pessoa cujo nome conste no registro do emitente.
5.5. Alterações
- Aval – Autorização: quando uma pessoa garante outra num título de crédito.
Define o código civil que o título de crédito somente é transferível com a autorização do
cônjuge, o que vai contra a natureza do desse, que é circular.
Vencido o prazo da cobrança do título de crédito (Ação de execução), tem-se 3 anos para
cobrar a obrigação (Ação de Conhecimento).
Nota:
- Aval x Fiança
Ex. A lei do cheque e a lei da nota promissória é quase a mesma em todo o mundo.
Gerou todos os demais títulos de crédito, contendo todos seus institutos. Desta forma, quem
compreende a letra de câmbio, compreende todos os demais títulos crédito.
10
Rafael Barreto Ramos
© 2013
Letra de Câmbio
1. Histórico
Na idade média, o comerciante, ao deslocar-se de uma cidade a outra, temia levar suas
moedas em virtude dos frequentes roubos. Desta forma, o comerciante entregava suas
moedas ao banqueiro, que lhe dava um comprovante de comprometimento a entregar a
moeda convertida em outra cidade.
Somente se podia emitir um título de crédito se fosse de uma cidade para outra.
O título de crédito pode ser livremente emitido sem nenhuma justificativa. Não é necessário o
depósito prévio e pode ser emitido em uma mesma cidade.
Título não é mais causal, isto é, não é necessário um motivo para sua emissão.
2. Histórico no Brasil
- Decreto 2.044/1908
Desde 1966, aplica-se no Brasil o Decreto 57.663, que é um tratado especial, sendo a parte
que realmente é legislação é o Anexo I.
11
Rafael Barreto Ramos
© 2013
É uma ordem de pagamento que o sacador dirige ao sacado para que este pague a importância
consignada a um terceiro denominado tomador.
As pessoas podem se repetir em A e B, ou seja, dar a ordem a si mesmo. Esta letra de câmbio
originou as notas promissórias. É permitido também que A mande B pagar a A.
4. Natureza Jurídica
5. Emissão
Ato de criar a letra de câmbio e coloca-la em circulação. Também chamada de saque ou letra
passada.
Se as informações não couberem na parte frontal da folha, não é permitido que se continue no
verso, devendo-se, então, colocar ANEXO ou ALONGO para terminar a ordem de pagamento.
Pontes de Miranda dispõe que se deve escrever nas duas folhas ao mesmo tempo, a fim de se
evitar desanexo e, com isso, fraudes.
12
Rafael Barreto Ramos
© 2013
6. Requisitos
a. Capacidade
Para se obrigar na letra de câmbio deve ser maior de 18 anos ou emancipado (pleno gozo da capacidade
civil). Todavia, se houver assinatura falta ou de incapaz só anula esta, ou seja, otodos os outros que
assinaram continuam obrigados.
b. Objeto lícito
c. Consentimento
Pessoa que emite a letra de câmbio tem que ter vontade livre, não pode ser coagida.
(2) Mandato puro e simples: não admite condição, sendo esta, se presente, considerada como NÃO
ESCRITA.
(3) Quantia: Valor em real para Letras de Câmbio emitidas e a serem pagas no Brasil. Somente é
admitida moeda estrangeira em transação internacional.
(4) Quantia determinada: A quantia deve ser fixada, pré-definida. Em caso de divergência dos valores
escritos, prevalece o escrito por extenso. Entretanto, se a divergência se der entre dois números escritos
por extenso, presume-se que parte do valor foi paga, prevalecendo o de menor valor.
Somente exigido o nome do SACADO, não sendo necessária sua assinatura. São aceitos abreviações e
apelidos, desde que sejam suficientes para IDENTIFICAR o indivíduo.
13
Rafael Barreto Ramos
© 2013
(2) Mês: NECESSARIAMENTE POR EXTENSO, haja vista que nada diz que o numeral 2 corresponde ao
mês de fevereiro, etc.
É facultada a inserção de data mundialmente considerada, desde que esta seja fixa.
Ex. Natal de 2013, vez que o natal sempre será no dia 25 de dezembro.
f. Assinatura do sacador.
1. a palavra "letra" inserta no próprio texto do título e expressa na língua empregada para a redação
desse título;
4. a época do pagamento;
Art. 2º O escrito em que faltar algum dos requisitos indicados no artigo anterior não produzirá efeito
como letra, salvo nos casos determinados nas alíneas seguintes:
Na falta de indicação especial, o lugar designado ao lado do nome do sacado considera-se como sendo o
lugar do pagamento, e, ao mesmo tempo, o lugar do domicilio do sacado.
A letra sem indicação do lugar onde foi passada considera-se como tendo-o sido no lugar designado, ao
lado do nome do sacador.
14
Rafael Barreto Ramos
© 2013
(1) Requisitos não essenciais: aqueles cuja falta é, se possível, suprida pela lei.
a. Época de pagamento
- Falta:
Se na letra de câmbio não constar a época de pagamento, a lei considerará que esta deverá ser paga a
vista.
Ex. Se a data referente ao pagamento 30 de fevereiro de 2013, a lei considerará o último dia do mês.
b. Lugar de pagamento
- Falta:
Caso não seja explicitado o lugar de pagamento, considerar-se-á o lugar disposto ao lado do nome do
sacado (domicílio).
c. Lugar de emissão
- Falta:
Se o lugar for inexistente e/ou esta irregularidade não for suprida, o título em questão deixa de ser letra
de câmbio.
15
Rafael Barreto Ramos
© 2013
25/02/13
IMPORTANTE:
(Rafael Barreto) A letra de câmbio que não tem todos requisitos não será letra de câmbio.
Todavia, isto não quer dizer que o título será nulo, ineficaz. Assim sendo, só não produzirá
efeito cambial, podendo ser utilizado como documento quirografário, meio probatório.
(Rebeca Ribeiro, adaptado) O título que não possui todos os requisitos da letra de câmbio não
será considerado como tal, todavia este não será nulo, podendo ser utilizado como meio
probatório (documento quirografário¹).
(Rafael Barreto) A letra de câmbio deverá estar com todos os requisitos preenchidos no
momento da cobrança ou do protesto, ou seja, a letra de câmbio pode surgir faltando alguns
requisitos, todavia, no momento da cobrança ou protesto, deverá preencher todos os
requisitos.
(Rebeca Ribeiro, adaptado) A letra de câmbio pode apresentar irregularidades quanto a estes
requisitos desde sua criação, no entanto, no momento de sua cobrança ou protestos, tais
requisitos devem estar supridos.
Caso o preenchido na letra seja diverso do combinado, aquele que apresentar tal alegação
deve provar em juízo, vez que se parte do pressuposto que deve vigorar aquilo que foi
acordado no momento da emissão da mesma.
Devedor de título de câmbio deve ser identificado pelo RG, CPF, Carteira de Trabalho ou
Profissional e, caso se trate de pessoa jurídica, CNPJ.
Tanto os requisitos do tratado internacional quanto os da lei interna devem ser obedecidos, ou
seja, caso sejam preenchidos os requisitos dos artigos 1º e 2º do decreto internacional, tratar-
se-á de letra de câmbio; caso contrário, configurar-se-á apenas como um título.
Se o sacado não for devidamente identificado, não possuirá nenhum tipo de responsabilidade
quanto o pagamento da letra de câmbio.
16
Rafael Barreto Ramos
© 2013
Nota:
Ilustríssimo Senhor Fulano de tal¹ pagará Vossa Senhoria por esta via de LETRA DE CÂMBIO² a
Siclano de tal³ a importância de dez reais4 no dia 21 de agosto de 20135, na Praça de Belo
Horizonte6.
Sacador: Beltrano
Legenda:
17
Rafael Barreto Ramos
© 2013
9.1. Endosso¹
(2) Literal: O endosso deve ser realizado, OBRIGATORIAMENTE, no título, não podendo, portanto, ser
realizado em outro documento.
(7) Integral: A transferência condiciona todo o título, não sendo possível a transferência parcial deste.
“O valor é integral.”
Pode ser realizado no verso (costas) ou no anverso (face). Necessária a assinatura do endossante.
Caso seja no anverso, a assinatura do endossante deverá ser acompanhada de uma declaração que
disponha que a assinatura em questão refere-se ao endosso.
18
Rafael Barreto Ramos
© 2013
- Cláusula não à ordem é cláusula inserida pelo sacador proibindo a circulação via endosso. A
transferência será realizada pela forma e efeito de cessão civil. Nesta transfere direitos, o cedente não
é responsável pelo pagamento do título.
Deseja-se que o título permaneça com o tomador, não devendo, portanto, circular. O cedente não
possui responsabilidade, sendo esta do cessionário.
- Cláusula sem garantia ou endosso “sem garantia”. Cláusula aposta/colocada pelo endossante ao
qual ele não se responsabiliza pela aceitação e pagamento da letra de câmbio.
- Proibição de endosso (diferente de endosso “sem garantia”) colocada pelo endossante ao qual ele
somente se responsabiliza perante o seu endossatário, não assumindo nenhuma responsabilidade
perante os futuros endossatários.
Se o título não circular, D pode cobrar de C. No entanto, caso este circule, não poderá.
É realizado simplesmente riscando o endosso ou escrevendo por cima deste a expressão “sem efeito”,
“sem valor” ou equivalente, datando e rubricando o endossante.
b. Responsabilidade do endossante
c. Direito Regressivo
O endossatário pode cobrar dos endossados anteriores. E o endossado que pagar pode cobrar dos
anteriores.
19
Rafael Barreto Ramos
© 2013
04/03/13
IMPORTANTE:
Ex. As duas partes pretendem se obrigar ao Ex. D comprou carro de E, E devia a F, etc.
contrato em questão.
- Pagamento de um só extingue a obrigação se for
- Pagamento de um extingue a obrigação feito pelo obrigado principal (Direito Regressivo)
9.1.7.1.1. Transferência
9.1.7.2.1. Transferência
20
Rafael Barreto Ramos
© 2013
IMPORTANTE:
“Recebi um título com endosso em branco e estou com medo de perdê-lo em virtude de o
portador ser o proprietário. Posso, então ,endossá-lo para mim mesmo, tornando o endosso
em preto.”
- Deste modo, o endosso em branco pode se tornar endosso em preto. Todavia, o endosso
em preto NÃO pode ser transformar em endosso em branco.
É o endosso utilizado não para transmitir a propriedade do título ao endossatário, mas para investi-lo na
sua posse, a fim de que promova, na condição de mandatário, a sua cobrança e passe a respectiva
quitação.
Não é um endosso. É um mandato uma procuração assinada. Pode ser em preto ou em branco, sendo,
normalmente, em preto.
Se após o endosso-mandato vier um novo endosso, este endosso será obrigatoriamente um endosso-
mandato.
9.1.8.1.1. Condições
Art. 18. Quando o endosso contém a menção "valor a cobrar" (valeur en recouvrement), "para
cobrança" (pour encaissement), "por procuração" (par procuration), ou qualquer outra menção que
implique um simples mandato, o portador pode exercer todos os direitos emergentes da letra, mas só
pode endossá-la na qualidade de procurador.
Os coobrigados, neste caso, só podem invocar contra o portador as exceções que eram oponíveis ao
endossante.
O mandato que resulta de um endosso por procuração não se extingue por morte ou sobrevinda
incapacidade legal do mandatário.
21
Rafael Barreto Ramos
© 2013
Art. 917. A cláusula constitutiva de mandato, lançada no endosso, confere ao endossatário o exercício
dos direitos inerentes ao título, salvo restrição expressamente estatuída.
§ 3o Pode o devedor opor ao endossatário de endosso-mandato somente as exceções que tiver contra o
endossante.
(Rebeca Ribeiro) Ex1. F vende carro para E e este dá em garantia a letra de câmbio. O título ainda é de
E, contudo os direitoes estão com F e são direitos provisórios. Deste modo, a qualquer momento F pode
ser obrigado a devolver (“Penhor”). Se F cobrar de C, este não quiser pagar, cobra suas relações com F,
pois este está com os direitos.
Ex2. E transfere para F título quase vencido e são 10 prestações. F cobra dos outros. C pagou. O dinheiro
que F ganhou de C continua em garantia de E, mas em posse de F.
Art. 19. Quando o endosso contém a menção "valor em garantia", "valor em penhor" ou qualquer outra
menção que implique uma caução, o portador pode exercer todos os direitos emergentes da letra, mas
um endosso feito por ele só vale como endosso a título de procuração.
Os coobrigados não podem invocar contra o portador as exceções fundadas sobre as relações pessoais
deles com o endossante, a menos que o portador, ao receber a letra, tenha procedido conscientemente
em detrimento do devedor.
Art. 918. A cláusula constitutiva de penhor, lançada no endosso, confere ao endossatário o exercício dos
direitos inerentes ao título.
§ 2o Não pode o devedor opor ao endossatário de endosso-penhor as exceções que tinha contra o
endossante, salvo se aquele tiver agido de má-fé.
22
Rafael Barreto Ramos
© 2013
Transfere-se parte da letra de câmbio. TRATA-SE DE UM ENDOSSO NULO, vez que não há como
transferir parte do título.
Art. 12. O endosso deve ser puro e simples. Qualquer condição a que ele seja subordinado considera-se
como não escrita.
Letra de câmbio é regulamentada pelo DIREITO CAMBIÁRIO desde a emissão até o protesto.
Logo, TUDO QUE OCORRER APÓS O PROTESTO SERÁ REGIDO PELO DIREITO CIVIL.
O endosso póstumo ou tardio é uma CESSÃO CIVIL (transfere direitos). O cede, ao transferir, não assume
nenhuma responsabilidade.
Para saber se é tardio, o endosso deve ser datado, caso contrário, será presumido antes do protesto.
Art. 20. O endosso posterior ao vencimento tem os mesmos efeitos que o endosso anterior. Todavia, o
endosso posterior ao protesto por falta de pagamento, ou feito depois de expirado o prazo fixado para
se fazer o protesto, produz apenas os efeitos de uma cessão ordinária de créditos.
Salvo prova em contrário, presume-se que um endosso sem data foi feito antes de expirado o prazo
fixado para se fazer o protesto.
23
Rafael Barreto Ramos
© 2013
9.2. Aceite
Sacador assina, sendo o ÚNICO RESPONSÁVEL. Todavia, até que assine, não possui nenhuma
responsabilidade.
Se o sacado¹ não aceitar, o dono do título deve protestar, sendo facultado a este a cobrança
aos outros, desde que esta se dê antes do vencimento.
Se após o protesto surgir um terceiro ou mesmo um obrigado que queira fazer o aceite por
intervenção (B2) e tiver a anuência do proprietário, este terceiro tomará o lugar do sacado,
tendo em vista que este não quis se obrigar. No entanto, quando B2 toma o lugar do sacado, o
título de crédito (letra de câmbio) somente poderá ser cobrado no vencimento.
(1) Letra de Câmbio à vista: Vence no momento que é apresentada. Desta forma, não é apresentada
para aceite e sim diretamente para pagamento.
No momento em que o sacador emite a letra de câmbio, “escreve que não é aceitável”.
Tem como efeito a possibilidade de cobrança da letra de câmbio somente no momento do vencimento.
Deste modo, não há o risco desta ser cobrada anteriormente ao vencimento.
Ex. F apresenta para B antes de vencer se F aceitar, se obriga e paga no vencimento; se F não aceitou,
tem que esperar o vencimento. Após este, vai no cartório e protesta tem que pagar perdas e danos,
pois o título não é aceitável.
24
Rafael Barreto Ramos
© 2013
11/03/13
9.2.3. Requisitos
(1) Verso: Além da assinatura, deve-se deixar claro que se trata do aceite para que não se confunda com
o endosso.
9.2.4.1. Falta
Falta ocorre nos casos em que, por um motivo superveniente qualquer, a letra não foi apresentada ao
sacado.
Ex. Enchente.
9.2.4.2. Recusa
A recusa, por outro lado, é um ATO DELIBERADO do sacado em recusar a letra de câmbio, seja tática ou
expressamente.
Há o elemento da vontade.
9.2.4.3. Consequência
O sacado não vai se obrigar e o portador terá que protestar a letra de câmbio.
Ocorre nos casos em que o sacado aceita somente parte do valor da letra de câmbio. A limitação do
aceite é considerada uma recusa, mas o sacado obriga-se pela parte aceita.
(Rebeca Ribeiro) Ele protesta e, ao cobrar de outro, cobra somente a parte não aceita. Se o C pagar a
parte não aceita, o dono do título não transfere, mas uma letra de câmbio autenticada dizendo que
aquela parte já foi paga por C e este pode cobrar dos outros. Ele não transfere para cobrar daquele que
aceitou, mas ainda não pagou (Tem que esperar o vencimento porque protestou). C fica com a cópia.
Ocorre naqueles casos em que o sacado, ao aceitar, altera algum dos requisitos da letra de câmbio. A
modificação é considerada uma recusa, mas o sacado obriga-se pela alteração.
25
Rafael Barreto Ramos
© 2013
Ocorre quando o sacado, no ato do aceite, indica um outro domicílio para nele ser efeituado o
pagamento.
IMPORTANTE:
26
Rafael Barreto Ramos
© 2013
9.3. Aval
É a garantia de pagamento da letra de câmbio dada por um terceiro ou mesmo por um de seus
signatários.
É uma declaração cambial escrita na própria cártula ou em seu alongamento por cujo meio o seu
subscritor, seja ou não um estranho à relação cambial, assume uma obrigação solidária1, autônoma2,
direta3 e pessoal4, que tem por finalidade garantir o pagamento integral ou parte da obrigação
pecuniária.
“Acontece nos casos em que surge um terceiro que vai garantir o pagamento da letra de câmbio. É uma
garantia PESSOAL.”
(2) Autônoma: Mesmo se a assinatura do avalizado der algum problema, o avalista continuará obrigado.
O avalizado não pode cobrar do seu próprio avalista, mas este pode cobrar daquele.
Avalista pode garantir apenas parte do valor, mas pode-se cobrar diretamente deste.
9.3.1. Partes
27
Rafael Barreto Ramos
© 2013
Aval Fiança
(Rebeca Ribeiro) Aval só existe em título de crédito e fiança só existe no contrato. O avalista é
autônomo. A fiança, por sua vez, depende.
“Benefício de ordem” não existe no aval, isto é, pode-se cobrar do avalista antes do avalizado.
28
Rafael Barreto Ramos
© 2013
Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do outro,
exceto no regime da separação absoluta:
- Interpretação:
Para o aval, se o indivíduo for casado, o cônjuge deve outorgar, exceto no regime de separação universal
de bens.
Exige autorização do cônjuge, pois o Direito protege o patrimônio do casal. O cônjuge que assina torna-
se obrigado também, ou seja, seu patrimônio também é envolvido.
Aval dado sem a outorga do cônjuge é válido, mas o que não assinou pode pedir ANULAÇÃO da
assinatura. Caso a anulação se caracterize, o cônjuge que assinou poderá sofrer ação de perdas e danos.
Art. 1.648. Cabe ao juiz, nos casos do artigo antecedente, suprir a outorga, quando um dos cônjuges a
denegue sem motivo justo, ou lhe seja impossível concedê-la.
IMPORTANTE:
Nota:
(2) Aval no verso: Tem como requisitos a assinatura do avalista, uma declaração constando que a
assinatura é por aval e uma declaração constando a quem se está avalizando (caso contrário, considera-
se que o aval foi dado ao sacador).
29
Rafael Barreto Ramos
© 2013
- Sacado: indicado para pagar, mas ainda não pagou: não possui responsabilidade. Com o advento do
avalista para o sacado:
II. O aval típico título crédito, no qual vigora o princípio da autonomia: ASSINOU, OBRIGOU-SE. Se o
avalista assinar, se obriga, ainda que o sacado não tenha assinado.Oco
Ocorre nos casos em que o avalista garante apenas parte do valor do título.
Para o aval ser caracterizado como limitado, deve haver declaração EXPRESSA de que apenas PARTE da
letra de câmbio foi garantida. Caso contrário, supõe-se que a letra de câmbio foi garantida em sua
totalidade.
Em aval a A:
a’ Quando é expresso na letra de câmbio desta forma, supõe-se o aval simultâneo. Para o
a’’ proprietário da mesma não há problema, vez que este pode cobrar de todos avalistas.
a’’’
STF Súmula nº189 - 13/12/1963 - Súmula da Jurisprudência Predominante do Supremo Tribunal Federal
- Anexo ao Regimento Interno. Edição: Imprensa Nacional, 1964, p. 97.
30
Rafael Barreto Ramos
© 2013
- Súmula 189 – STF (vide acima): aval superposto com número de ordem presume-se aval sucessivo. Se
não houver número de ordem, presume-se aval simultâneo.
Em aval a C:
1º c’ Quando é expresso na letra de câmbio desta forma, supõe-se o aval sucessivo. Deste
2º c’’ modo, dever-se-á cobrar primeiramente c’, em segundo lugar c’’, para somente então
(1) Situação 1: F cobra tudo de a’. Neste caso, a’, por sua vez, somente poderá cobrar de a’ e a’’ a quota
parte de 1/3, pois vigora a solidariedade do Direito Civil.
(2) Situação 2: Se F cobrar de c’’, não poderá cobrar de c’’’, mas pode cobrar de c’, ou seja, pode cobrar
do avalista, mas não do avalizado.
Obrigação: mesma de quem ele é avalista. Se for do obrigado principal, também o será.
Avalista pode cobrar do avalizado. Avalizado, por outro lado, não pode cobrar do avalista.
31
Rafael Barreto Ramos
© 2013
É preciso saber o número de ordem para cobrar dos obrigados anteriores, nunca dos
posteriores.
32
Rafael Barreto Ramos
© 2013
18/03/13
11. Vencimento
a. Vencimento à vista
Com o objetivo de evitar obrigações eternas, a lei define que a letra de câmbio à vista deve ser
apresentada ao sacado no prazo de 1 ano.
O sacador, ao emitir, pode aumentar ou diminuir o prazo de 1 ano. Os endossantes, por outro lado,
somente podem reduzir o prazo de 1 ano.
O sacador também poderá definir um lapso temporal no qual a letra não poderá ser apresentada. O
prazo passa a correr após este lapso.
É aquela em que o prazo de vencimento começa a correr a partir do aceite do sacado. Logo, o aceite
deve ser DATADO.
Também condicionada a evento. Desta forma, a lei define que a letra de câmbio seja apresentada para
aceite em 1 ano.
Cabe ressaltar, que o prazo passa a correr APÓS O ACEITE. Deste modo, o prazo de 1 ano para o
portador apresentar ao sacado, para que somente então, caso ocorra o aceite, o prazo comece a contar.
Caso o aceite se der sem data, deve-se realizar o protesto mencionando que não houve data.
Lei admite cláusula de juros, pois não se sabe o dia que vai pagar, já que está condicionado a um evento:
apresentação.
33
Rafael Barreto Ramos
© 2013
A mesma considerada no Direito Civil. Não se conta a data de emissão e se conta na data de
vencimento.
Se for de um mês e meio, primeiro se contará os inteiros, para somente então contar as
frações.
b. Nos casos de falência/insolvência do sacado, quer tenha aceito ou não, ou ter sido
promovida, sem resultado, a execução de seus bens.
Somente está sujeito a falência quem é empresário. Não empresários são considerados como
insolventes.
12. Pagamento
a. Extintivo
O pagamento realizado pelo aceitante ou pelo sacador de uma letra não aceita.
b. Recuperatório
34
Rafael Barreto Ramos
© 2013
a. Moratórios
Juros devidos a partir do vencimento. Os juros moratórios atuais são definidos pelo governo e
estão estabelecidos em 1% ao mês.
b. Compensatórios ou remuneratórios
É aquele acordado, aceito pelo fato de credor ficar por certo tempo sem o seu dinheiro.
IMPORTANTE:
- Questão de prova:
Sim. Se esta tiver vencido e forem acordados juros, haverá incidência dos dois.
Ao vencer a letra de câmbio, as pessoas são obrigadas a pagar a letra de câmbio em sua
totalidade.
O aceitante, no vencimento, tem o direito de pagar apenas parte do valor. Continua devendo o restante.
a. Pode ocorrer quando o portador tem direito de ação à data do vencimento ou quando a
lei admite o vencimento antecipado
c. Deve ser feito o mais tardar no dia seguinte ao último em que é permitido fazer o protesto
por falta de pagamento (2 dias após o vencimento).
35
Rafael Barreto Ramos
© 2013
21/03/13
13. Ressaque
Consiste no saque, pelo portador, de uma nova letra de câmbio, à vista, contra o obrigado de
quem deseja obter a soma cambial.
O portador da letra de câmbio pode cobrar de qualquer um dos obrigados. Este emite então uma nova
letra de câmbio
O “E” não quer cobrar das pessoas, ou porque não têm dinheiro ou porque tem outras relações
comerciais. A letra de câmbio já está vencida. Se a letra for continuar a circular, não poderá ser por
endosso, pois após o vencimento esta se dá por cessão civil. O “E” então emitirá uma nova letra de
câmbio, sendo então sacador, e elencará como sacado um dos devedores.
14. Protesto
Ato mediante o qual o portador do título demonstra que tentou receber, mas, apesar da
tentativa, o devedor não cumpriu sua obrigação no prazo.
O protesto é o aviso ao obrigado que ele deveria pagar e, apesar do aviso, não pagou.
Art. 202. A interrupção da prescrição, que somente poderá ocorrer uma vez, dar-se-á:
36
Rafael Barreto Ramos
© 2013
O protesto é necessário para poder cobrar dos coobrigados. Contra o obrigado principal, não é
necessária a realização do protesto.
IMPORTANTE:
Não, pois ele assume a mesma obrigação de quem avaliza. Isto é, se avaliza obrigado principal,
será considerado como obrigado principal.
b. No caso da letra pagável a certo termo de vista¹, em que houver falta de data.
(1) No caso da letra pagável a certo termo de vista: É aquele que o prazo de vencimento começa a
correr a partir do aceite. Logo, o aceite deve ser datado. Em caso de esquecimento da data, deve-se
realizar o protesto para começar a contar o prazo.
Surge uma pessoa como interveniente. Uma pessoa vem e diz “eu prometo pagar”. Porem na época do
pagamento, não paga. Deve-se realizar um protesto por falta de pegamento.
37
Rafael Barreto Ramos
© 2013
O decreto 57.663 elenca o prazo de 2 dias, todavia, deve-se considerar o prazo da lei.
(Rebeca Ribeiro)
38
Rafael Barreto Ramos
© 2013
04/04/13
IMPORTANTE:
A assinatura da letra de câmbio pode ser a lápis, contudo o portador corre o risco, se esta
assinatura for apagada, de perder parte de sua garantia.
14.6. Procedimento
O tabelião no prazo de 3 dias úteis, citará o aceitante para este aceitar ou pagar. E este terá o
prazo de 3 dias úteis para aceitar ou pagar.
O sacado não aceitando ou não pagando em 3 dias úteis, o tabelião vai “tirar o protesto”, ou
seja, “realizar o protesto”, que nada mais que uma declaração que o sacado/aceitante não
aceitou/pagou.
Devolve a letra de câmbio para portador para que este tome as devidas providências.
Após o recebimento da letra de câmbio, o portador terá 4 dias para informar ao sacador e os
demais endossantes que título não foi aceito. E, então, regressivamente, os endossantes terão
2 dias para comunicar os demais.
Não realizando as comunicações, aquele que não realizou poderá responder por perdas e
danos. Contudo, isto dificilmente ocorre, pois se devem provar as perdas e danos.
IMPORTANTE:
O sacado, MESMO QUE NÃO ACEITE, será protestado. Deste modo, pode-se ter um título
protestado sem dever NADA.
39
Rafael Barreto Ramos
© 2013
(3) Somente para os avalistas ou endossantes valerá: Poder-se-á cobrar somente daqueles que
colocaram a cláusula. Contra os demais, dever-se-á realizar o protesto para que seja garantido o direito
de regresso.
Ocorre nos casos em que o protesto já foi realizado. “Uma vez tirado o protesto, pode-se pedir
o seu cancelamento.”
II. Se não houver mais o título, dever-se-á apresentar um documento com firma reconhecida em
cartório de quem realizou o protesto pedindo que o protesto seja cancelado;
Uma vez cancelado o protesto, não constará mais nenhuma informação de que a pessoa teve
o título protestado, salvo por ordem judicial ou pedido daquele que teve o título protestado.
40
Rafael Barreto Ramos
© 2013
Art. 26. O cancelamento do registro do protesto será solicitado diretamente no Tabelionato de Protesto
de Títulos, por qualquer interessado, mediante apresentação do documento protestado, cuja cópia
ficará arquivada.
§ 2º Na hipótese de protesto em que tenha figurado apresentante por endosso-mandato, será suficiente
a declaração de anuência passada pelo credor endossante.
§ 5º O cancelamento do registro do protesto será feito pelo Tabelião titular, por seus Substitutos ou por
Escrevente autorizado.
§ 6º Quando o protesto lavrado for registrado sob forma de microfilme ou gravação eletrônica, o termo
do cancelamento será lançado em documento apartado, que será arquivado juntamente com os
documentos que instruíram o pedido, e anotado no índice respectivo.
Art. 27. O Tabelião de Protesto expedirá as certidões solicitadas dentro de cinco dias úteis, no máximo,
que abrangerão o período mínimo dos cinco anos anteriores, contados da data do pedido, salvo quando
se referir a protesto específico.
§ 2º Das certidões não constarão os registros cujos cancelamentos tiverem sido averbados, salvo por
requerimento escrito do próprio devedor ou por ordem judicial.
41
Rafael Barreto Ramos
© 2013
É uma cautelar¹ que visa a impedir a realização do protesto. Num prazo de 30 dias, o
sacado/aceitante terá que propor ação principal alegando a inexistência da dívida.
(1) Cautelar: é uma medida protetiva, precária que visa somente evitar o dano.
§ 1º O título do documento de dívida cujo protesto tiver sido sustado judicialmente só poderá ser pago,
protestado ou retirado com autorização judicial.
IMPORTANTE:
Pode-se, ao invés de propor a cautelar, ajuizar a ação principal com pedido de liminar pedindo
a sustação.
15. Ação cambial (Qual a ação proposta se o título não foi pago?)
Ação de execução.
Ação de cobrança: cobra-se o que gerou o título. Neste caso, a letra de câmbio poderá ser
utilizada como prova. Ex. Venda de um automóvel.
Ação de enriquecimento sem causa: Alega-se que se tem um título e que este não foi pago.
Logo, alguém enriqueceu em prol do empobrecimento de outrem.
Monitória
Ação que se propõe e cita do devedor. SE o devedor não se pronunciar, o juiz proferirá uma
sentença. Cobra-se então o título executivo.
42
Rafael Barreto Ramos
© 2013
IMPORTANTE:
Alguns autores afirmam ERRONEAMENTE que a monitória ressurge o título de crédito.. Esta
afirmação está errada em virtude do fato de que na ação monitória cobra-se o título executivo
judicial (SENTENÇA) e não o título de crédito.
Requere-se:
- O valor do título;
- Juros
- Correção monetária;
- Valor do protesto.
b. Defeito de forma
c. Defesas processuais
43
Rafael Barreto Ramos
© 2013
11/04/13
15.3. Pluralidade de exemplares
15.3.1. Duplicata
É solicitada pelo portador da letra de câmbio, ao sacador para que faça novas letras de câmbio em
várias vias. O pagamento de qualquer das vias libera aquele que pagou de pagar qualquer uma das
outras vias.
15.3.2. Cópias
É a reprodução via mecanográfica da letra de câmbio original, ou seja, o xerox. Somente o pagamento
da letra original liberará o emitente do pagamento das demais vias.
15.4. Prescrição
1 ano do protesto
Um ano do protesto.
IMPORTANTE:
44
Rafael Barreto Ramos
© 2013
Nota promissória
1. Conceito
Título de crédito mediante o qual o seu emitente se obriga a pagar a seu beneficiário, ou à sua
ordem, a quantia em dinheiro nele declarada.
“É uma promessa de pagamento. A pessoa que emite a nota promissória promete a pagar ao
beneficiário a importância nela declarada.”
Emitente Beneficiário/tomador
2. Legislação
Decreto 57.663/66
3. Natureza jurídica
Ato unilateral de vontade, ou seja, sua emissão depende única e somente da vontade do
emitente.
45
Rafael Barreto Ramos
© 2013
4. Requisitos essenciais
No caso de duas quantias, prevalece a por extenso e, caso ainda haja dúvida, a de menor valor.
- Falta:
- Falta:
- Falta:
Todos os institutos da letra de câmbio são aplicáveis à nota promissória, exceto o aceite e
duplicata.
46
Rafael Barreto Ramos
© 2013
Cheque
1. Conceito
É uma ordem de pagamento à vista, dada a um banco ou instituição assemelhada por alguém
que tem fundos disponíveis¹ no mesmo, em favor próprio ou de terceiro.
(1) Fundos disponíveis: dinheiro depositado pelo emitente ou crédito garantido pelo banco.
(2) Sacado: A princípio, NÃO TEM OBRIGAÇÃO NENHUMA. Somente será responsável se, ao realizar a
compensação do cheque, cometer algum erro.
IMPORTANTE:
Nota:
Cheque pré-datado é aquele no qual se insere uma data futura para o pagamento. Todavia,
por conceito, o cheque deve ser pago à vista. Se o cheque for apresentado antes da data
estipulada, este será descontado, pois seu pagamento deve ser à vista. Em contrapartida, os
tribunais tem entendido que aquele que descontou o cheque realizou uma quebra contratual,
cabendo perdas e danos.
- Crítica:
Professor é contra este ponto de vista, pois se transforma o cheque numa nota promissória.
2. Legislação
Lei 7.357/85
O cheque é regulado por um tratado internacional. Todavia, o Brasil já elaborou uma lei
conforme o tratado (7.357/85).
47
Rafael Barreto Ramos
© 2013
(1) Instituição financeira a ele equiparada: Instituições de crédito, financiamento e investimento, caixas
econômicas e cooperativas de crédito.
b. Provisão do sacador
d. Haver entre o emitente o banco sacado uma convenção para que o emitente disponha dos
fundos por meio de cheque.
Deverá haver um contrato de abertura de conta na qual as movimentações financeiras poderão ser
realizadas por meio de cheque.
IMPORTANTE:
48
Rafael Barreto Ramos
© 2013
15/04/13
4. Validade do cheque em que faltam os pressupostos de emissão
Se praticado um ato no qual não se preenche determinado pressuposto, este ato será
inexistente. Conduto, a lei determina que, neste caso, o cheque ainda existirá, sendo
considerado como cheque irregular.
Nota:
Emitir cheque sem fundo caracteriza o crime de estelionato (Artigo 171, Código Penal).
5. Requisitos essenciais
(1) Ordem incondicional: Aquela na qual não se podem impor condições. Caso haja alguma condição,
esta será considerada não escrita.
IMPORTANTE:
d. A assinatura do sacador
A pessoa somente se obriga no momento em que assina. O emitente sempre assina, sendo o obrigado
principal.
e. Data do cheque
A data do cheque é composta de dia, mês e ano, devendo o mês, obrigatoriamente, ser expresso por
extenso.
É fundamental, pois é a partir da data que começa a contar o prazo prescricional de apresentação.
49
Rafael Barreto Ramos
© 2013
a. Lugar de pagamento
- Falta:
b. Lugar de emissão
- Falta:
Cheque até 100 reais não necessita de ter o nome do beneficiário. Por outro lado, acima de
100 reais deve ser nominal, ou seja, deve conter o nome beneficiário.
Art. 69. A partir de 1º de julho de 1994, fica vedada a emissão, pagamento e compensação de cheque
de valor superior a R$ 100,00 (cem REAIS), sem identificação do beneficiário.
9. Responsabilidade do sacador
50
Rafael Barreto Ramos
© 2013
Permite o endosso.
A transferência não é feita por meio de endosso e sim por meio de cessão civil.
Art. 19. Todos os títulos, valores mobiliários e cambiais serão emitidos sempre sob a forma nominativa,
sendo transmissíveis somente por endosso em preto.
§ 2° A emissão em desobediência à forma nominativa prevista neste artigo torna inexigível qualquer
débito representado pelo título, valor mobiliário ou cambial irregular.
§ 3° A Comissão de Valores Mobiliários regulamentará o disposto neste artigo em relação aos valores
mobiliários.
O cheque pode ter vários beneficiários e, a depender da cláusula inserida, faz-se necessária a
presença de todos os beneficiários no ato do recebimento deste.
- Pessoa jurídica beneficiária: Somente o representante pode receber. Para que outra pessoa receba é
necessária procuração.
Em princípio, para ser beneficiário do cheque, deve-se estar em pleno gozo da capacidade civil,
isto é, ser maior de 18 anos ou emancipado.
Todavia, o relativamente incapaz que pode emitir cheque (deve possuir conta) também pode
ser beneficiário.
E toda vez que o cheque for em benefício do incapaz, este terá valor.
(Thâmara Laís) Se o cheque for para benefício do incapaz, será válido, ainda que este não tenha conta.
51
Rafael Barreto Ramos
© 2013
Se o cheque sustado chega em mãos de terceiro de boa-fé, este poderá cobrar de quem está
obrigado, que, por sua vez, somente não terá a obrigação de pagar se comprovada a má-fé
daquele que está cobrando (autonomia).
Art. 26 Quando o endosso contiver a cláusula ‘’valor em cobrança’’, ‘’para cobrança’’, ‘’por procuração’’,
ou qualquer outra que implique apenas mandato, o portador pode exercer todos os direitos resultantes
do cheque, mas só pode lançar no cheque endosso-mandato. Neste caso, os obrigados somente podem
invocar contra o portador as exceções oponíveis ao endossante.
Parágrafo único. O mandato contido no endosso não se extingue por morte do endossante ou por
superveniência de sua incapacidade.
52
Rafael Barreto Ramos
© 2013
É aquele realizado após o prazo de apresentação do cheque. Válido como CESSÃO CIVIL.
- Prazos:
IMPORTANTE:
O endosso não pode ser feito ao sacado (“B” – banco/instituição financeira), pois pode ser
confundido com o aceite.
- Exceção:
Pode ser realizado endosso para outra agência¹ que não a referente à do sacado.
(1) Outra agência: A possibilidade de descontar o cheque em outra agência é gentileza, pois, em regra, o
cheque deve ser descontado na agência a qual foi estipulada para tal.
NÃO EXISTE, somente se permitindo o ENDOSSO INTEGRAL. Contudo, nada impede que o
endosso seja feito para mais de uma pessoa em simultâneo.
- Anverso: Assinatura e declaração de que se trata de endosso para que NÃO SEJA
CONFUNDIDA COM AVAL.
- Ao portador: PROIBIDO.
53
Rafael Barreto Ramos
© 2013
IMPORTANTE:
I. Corrente majoritária:
A lei 8021 proibiu o título ao portador. Como o endosso em branco não designa o endossatário, o título
será do portador. Assim, em caso de endosso em branco, O ÚLTIMO DEVERÁ SER EM PRETO.
Nota:
- Em caso de endosso de cheque com vários beneficiários, TODOS DEVERÃO ASSINAR como
endossantes para que este seja endossado.
- Em caso de endosso para um dos beneficiários de cheque com vários beneficiários, todos os
beneficiários deverão assinar para endossar (inclusive o endossatário, que, neste momento,
assina como endossante) e o endossatário deverá assinar novamente (desta vez, como
endossatário).
- Descontar cheque: não é necessário assinar, pois não se está endossando. O banco exige a
assinatura com o intuito de se proteger em casos de problemas.
Coobrigado.
b) Proibição do endosso
Possível riscar ou escrever “sem efeito”, “sem valor”. Deve ser datado.
54
Rafael Barreto Ramos
© 2013
22/04/13
15. Aval
O cheque admite o aval. Todavia, existe pouco aval em virtude do fato de o cheque ter um
prazo curto de apresentação.
15.1. Aval do cônjuge (Arts. 1649, II; 1.642, IV, e 1646 do Código Civil)
Art. 1.649. A falta de autorização, não suprida pelo juiz, quando necessária (art. 1.647), tornará anulável
o ato praticado, podendo o outro cônjuge pleitear-lhe a anulação, até dois anos depois de terminada a
sociedade conjugal.
Parágrafo único. A aprovação torna válido o ato, desde que feita por instrumento público, ou particular,
autenticado.
Art. 1.642. Qualquer que seja o regime de bens, tanto o marido quanto a mulher podem livremente:
III - desobrigar ou reivindicar os imóveis que tenham sido gravados ou alienados sem o seu
consentimento ou sem suprimento judicial;
IV - demandar a rescisão dos contratos de fiança e doação, ou a invalidação do aval, realizados pelo
outro cônjuge com infração do disposto nos incisos III e IV do art. 1.647;
V - reivindicar os bens comuns, móveis ou imóveis, doados ou transferidos pelo outro cônjuge ao
concubino, desde que provado que os bens não foram adquiridos pelo esforço comum destes, se o casal
estiver separado de fato por mais de cinco anos;
Art. 1.646. No caso dos incisos III e IV do art. 1.642, o terceiro, prejudicado com a sentença favorável ao
autor, terá direito regressivo contra o cônjuge, que realizou o negócio jurídico, ou seus herdeiros.
- Interpretação:
Atualmente, conforme o código civil de 2002, quem é casado, exceto no regime de separação absoluta,
somente poderá prestar aval com a anuência do outro cônjuge. Caso o aval seja prestado sem a
autorização do cônjuge, o outro poderá pedir a invalidação do aval. Todavia, conseguida a invalidação
do aval, o terceiro prejudicado poderá entrar com perdas e danos, voltando-se, portanto, ao ponto de
origem.
O aval pode ser limitado/parcial. Contudo, deverá ser descrito o valor limitado, qual a parcela a
ser avalizada.
55
Rafael Barreto Ramos
© 2013
Qualquer pessoa capaz, com exceção do SACADO (“B” – Banco ou instituição financeira), vez
que, se este avalizar, o aval será confundido com a figura do aceite.
- Verso: simples assinatura e declaração constando que a assinatura é por aval para que não
seja confundida com o endosso.
- Anverso: Assinatura.
Caso não se especifique a quem será dado o aval, presumir-se-á que este foi dado ao
SACADOR.
NÃO PODE SER DADO AO SACADO, vez que este não é obrigado.
A mesma do AVALIZADO.
56
Rafael Barreto Ramos
© 2013
No ato do desconto do cheque, o banco não tem o dinheiro referente e, assim, o banco assina
o cheque garantindo que depois de certo tempo pagará ao beneficiário. Porém, já debitava o
valor da conta do emitente, tornando-se o único obrigado.
Foi proibido porque o banco não pode ser obrigado, como também porque os bancos estavam
utilizando o cheque marcado como forma de lucro (períodos de alta inflação).
O emitente ou o portador solicita ao gerente um visto datado num cheque não endossado e
não ao portador. Com o visto, o valor do cheque será debitado da conta do emitente e
separado para o pagamento deste durante o prazo de apresentação.
- Problemática:
Cancelamento é burocrático.
Art. 7º Pode o sacado, a pedido do emitente ou do portador legitimado, lançar e assinar, no verso do
cheque não ao portador e ainda não endossado, visto, certificação ou outra declaração equivalente,
datada e por quantia igual à indicada no título.
§ 1º A aposição de visto, certificação ou outra declaração equivalente obriga o sacado a debitar à conta
do emitente a quantia indicada no cheque e a reservá-la em benefício do portador legitimado, durante o
prazo de apresentação, sem que fiquem exonerados o emitente, endossantes e demais coobrigados.
§ 2º - O sacado creditará à conta do emitente a quantia reservada, uma vez vencido o prazo de
apresentação; e, antes disso, se o cheque lhe for entregue para inutilização.
57
Rafael Barreto Ramos
© 2013
58
Rafael Barreto Ramos
© 2013
25/04/13
20. Revogação ou contraordem do cheque (Art. 35)
Pedido para o cheque não ser pago APÓS o prazo de apresentação (30 ou 60 dias).
É uma ordem por escrito para o banco, na qual deve ser explicitado motivo, que, por sua vez,
não será analisado pelo banco. SE NÃO HOUVER MOTIVO, COMETER-SE-Á O CRIME DE
ESTELIONATO.
O motivo, então, é inserido para ser analisado posteriormente no que diz respeito à
propositura da ação de estelionato.
Art . 35 O emitente do cheque pagável no Brasil pode revogá-lo, mercê de contra-ordem dada por aviso
epistolar, ou por via judicial ou extrajudicial, com as razões motivadoras do ato.
É realizada por meio de ordem por escrito para o banco, na qual deve ser explicitado motivo.
SE NÃO HOUVER MOTIVO, COMETER-SE-Á O CRIME DE ESTELIONATO.
O motivo, então, é inserido para ser analisado posteriormente no que diz respeito à
propositura da ação de estelionato.
Art . 36 Mesmo durante o prazo de apresentação, o emitente e o portador legitimado podem fazer
sustar o pagamento, manifestando ao sacado, por escrito, oposição fundada em relevante razão de
direito.
59
Rafael Barreto Ramos
© 2013
Parágrafo único. O portador não pode recusar pagamento parcial, e, nesse caso, o sacado pode exigir
que esse pagamento conste do cheque e que o portador lhe dê a respectiva quitação.
O banco, ao pagar o cheque, pode pedir quitação da pessoa a quem está pagando o cheque.
Art . 39 O sacado que paga cheque ‘’à ordem’’ é obrigado a verificar a regularidade da série de
endossos, mas não a autenticidade das assinaturas dos endossantes. A mesma obrigação incumbe ao
banco apresentante do cheque a câmara de compensação.
Parágrafo único. Ressalvada a responsabilidade do apresentante, no caso da parte final deste artigo, o
banco sacado responde pelo pagamento do cheque falso, falsificado ou alterado, salvo dolo ou culpa do
correntista, do endossante ou do beneficiário, dos quais poderá o sacado, no todo ou em parte, reaver a
que pagou.
- Interpretação:
O banco, quando pega um cheque com vários endossos, não é obrigado a verificar a autenticidade dos
endossantes. Por outro lado, É OBRIGADO A CONFERIR A ASSINATURA DO EMITENTE. Se o banco pagar
cheque com assinatura falsa, somente retira sua responsabilidade se comprovada culpa do emitente.
O professor, por outro lado, discorda em virtude da alta quantidade de cheques fornecida pelo banco.
Art . 40 O pagamento se fará à medida em que forem apresentados os cheques e se 2 (dois) ou mais
forem apresentados simultaneamente, sem que os fundos disponíveis bastem para o pagamento de
todos, terão preferência os de emissão mais antiga e, se da mesma data, os de número inferior.
- Interpretação:
Se tem dois ou mais cheques e não dá para pagar todos, pagar-se-á os de data de emissão mais antiga.
Se as datas forem iguais, pagar-se-á os de menor valor.
Art . 41 O sacado pode pedir explicações ou garantia para pagar cheque mutilado, rasgado ou partido,
ou que contenha borrões, emendas e dizeres que não pareçam formalmente normais.
60
Rafael Barreto Ramos
© 2013
É aquele constituído por dois traços paralelos¹ indicando que o cheque só poderá ser pago a
uma instituição financeira ou a um cliente do banco sacado.
“Aquele que, se você é um cliente do sacado, consegue receber ‘na boca do caixa’.”
a) Geral
Aquele que, entre os dois traços paralelos, não se escreve nada. Significa que poderá depositar em
qualquer banco.
b) Especial
Aquele que, entre os dois traços paralelos, escreve-se o nome de um banco. Pode-se, portanto,
depositá-lo somente neste banco.
A diferença em relação ao cheque cruzado é que este não pode ser recebido na ‘boca do caixa’
mesmo que seja cliente do sacado.
- Endosso:
Para uns doutrinadores, o cheque para ser creditado em conta é aquele que não admite o endosso.
- Crítica:
Qualquer restrição, limitação deve ser LEGAL, ou seja, disposta pela própria lei.
61
Rafael Barreto Ramos
© 2013
Tem maior garantia que o cheque comum por não admitir sustação e por confiabilidade em
relação à existência de fundos.
É aquele cheque dado por uma instituição financeira para ser pago em outro país numa de
suas agências.
Assina-se antes de viajar e, ao chegar no outro país, assina-se novamente para fins de
conferência.
“Utilizado por pessoas que têm medo de viajar com muito dinheiro.”
É um cheque comum em que o sacado lhe abre uma linha de crédito. (Cheque ouro, cheque
estrela, cheque especial, etc.).
62
Rafael Barreto Ramos
© 2013
29/04/13
24.6. Cheque pós-datado (Cheque pré-datado)
“Aquele que você emitiu hoje, mas coloca a data de emissão futura com o intuito de evitar a
prescrição do cheque.”
Se o cheque for apresentado anteriormente deverá ser pago, vez que é uma ordem de
pagamento à vista. Contudo os tribunais entendem que, neste caso, trata-se de quebra
contratual, cabendo, portanto, perdas e danos.
Se navjdata do pagamento o cheque não tiver fundos, não se praticará o crime de estelionato
em virtude da falta do DOLO, pois não existe a possibilidade de se prever a existência de
fundos futuros.
NÃO É CHEQUE.
Aquele por meio do qual se transfere dinheiro para outra cidade, através do depósito na
agência dos correios com uma ordem de pagamento desta quantia em outra agência do
correio em outra cidade.
a) Protesto
b) Declaração do sacado
O protesto deve ser realizado dentro do prazo de apresentação. Caso o cheque seja
apresentado no último dia, a lei abre uma exceção concedendo mais um dia para que este seja
realizado.
63
Rafael Barreto Ramos
© 2013
“Recebe-se um cheque de um banco que recebeu intervenção, sendo impossibilitada sua apresentação.
Neste caso, pode-se entrar com ação de execução, sendo o emitente responsável, vez que escolhei mal
o banco.”
b) Se o emitente, o endossante e o avalista, pela cláusula “sem protesto”, ou outra que lhe
faça as vezes, lança e assinada no título, dispensarem o portador do protesto ou da
declaração equivalente
Não apresentação do cheque por motivo que não deu causa. Deve-se comunicar
imediatamente ao emitente o caso fortuito ou de força maior. Se o caso fortuito ou força
maior perdurar por mais de 15 dias, pode-se, diretamente, executar o cheque.
Art. 55 Quando disposição legal ou caso de força maior impedir a apresentação do cheque, o protesto
ou a declaração equivalente nos prazos estabelecidos, consideram-se estes prorrogados.
§ 1º O portador é obrigado a dar aviso imediato da ocorrência de força maior a seu endossante e a fazer
menção do aviso dado mediante declaração datada e assinada por ele no cheque ou folha de
alongamento. São aplicáveis, quanto ao mais, as disposições do art. 49 e seus parágrafos desta Lei.
§ 3º Se o impedimento durar por mais de 15 (quinze) dias, contados do dia em que o portador, mesmo
antes de findo o prazo de apresentação, comunicou a ocorrência de força maior a seu endossante,
poderá ser promovida a execução, sem necessidade da apresentação do protesto ou declaração
equivalente.
§ 4º Não constituem casos de força maior os fatos puramente pessoais relativos ao portador ou à
pessoa por ele incumbida da apresentação do cheque, do protesto ou da obtenção da declaração
equivalente.
64
Rafael Barreto Ramos
© 2013
a) Execução
Ação mais adequada, célere. Prescrito o cheque, não mais se pode propor a ação de execução,
podendo-se propor as ações abaixo.
c) Cobrança: 3 anos
d) Monitória
O juiz manda citar o réu. Se este não contestar, o juiz profere sentença reconhecendo a dívida,
cabendo ao autor propor a ação de execução cujo título executivo será a SENTENÇA, não
fazendo, portanto, ressurgir o título.
65
Rafael Barreto Ramos
© 2013
Na execução, pede-se o valor do cheque, juros, correção monetária, custas e custas com o
protesto.
IV - a compensação pela perde do valor aquisitivo da moeda, até o embolso das importâncias
mencionadas nos itens antecedentes.
IV - a compensação pela perda do valor aquisitivo da moeda, até o embolso das importâncias
mencionadas nos itens antecedentes.
Art . 54 O obrigado contra o qual se promova execução, ou que a esta esteja sujeito, pode exigir, contra
pagamento, a entrega do cheque, com o instrumento de protesto ou da declaração equivalente e a
conta de juros e despesas quitada.
Parágrafo único. O endossante que pagou o cheque pode cancelar seu endosso e os dos endossantes
posteriores.
66
Rafael Barreto Ramos
© 2013
STF Súmula nº 246 - 13/12/1963 - Súmula da Jurisprudência Predominante do Supremo Tribunal Federal
- Anexo ao Regimento Interno. Edição: Imprensa Nacional, 1964, p. 116.
Comprovado não ter havido fraude, não se configura o crime de emissão de cheque sem fundos.
- Interpretação
Emitir cheque pré-datado não configura crime se não tiver fundos e não houver fraude.
Pagamento de Cheque sem Fundos Após o Recebimento da Denúncia - Prosseguimento da Ação Penal
O pagamento de cheque emitido sem provisão de fundos, após o recebimento da denúncia, não obsta
ao prosseguimento da ação penal.
- Interpretação:
Se emitir cheque sem fundos e a denúncia de estelionato for realizada, o pagamento posterior não
eximirá o autor da ação penal.
30.2. Administrativamente
Apresentado uma vez, se o cheque for devolvido, pode ser feito protesto.
Costuma-se apresenta uma 2ª vez. Entretanto, se for devolvido, o emitente terá seu nome
inserido no Cadastro de Cheque Sem Fundo, deverá pagar taxa de compensação e sua conta
será encerrada.
b) Defesas processuais;
c) Defeito de forma.
67
Rafael Barreto Ramos
© 2013
Não é comum.
- Requisitos:
b) Número de ordem;
Art . 56 Excetuado o cheque ao portador, qualquer cheque emitido em um país e pagável em outro
pode ser feito em vários exemplares idênticos, que devem ser numerados no próprio texto do título, sob
pena de cada exemplar ser considerado cheque distinto.
Art . 57 O pagamento feito contra a apresentação de um exemplar é liberatório, ainda que não
estipulado que o pagamento torna sem efeito os outros exemplares.
IMPORTANTE:
- Questão de concurso:
68
Rafael Barreto Ramos
© 2013
a) Protesto
Nota:
b) O pagamento realizado com título de crédito não gera novação¹ (Art. 62)
(1) Não gera novação: Caso fosse gerada, somente se poderia propor execução.
Só ocorre pagamento quando o cheque é compensado. Caso não haja fundos, não se considera pago.
Pode-se cobrar além do cheque (execução), o pagamento (ação de cobrança) e juros a partir da
apresentação.
Código Civil - Art. 202. A interrupção da prescrição, que somente poderá ocorrer uma vez, dar-se-á:
I - por despacho do juiz, mesmo incompetente, que ordenar a citação, se o interessado a promover no
prazo e na forma da lei processual;
VI - por qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe reconhecimento do direito pelo
devedor.
Parágrafo único. A prescrição interrompida recomeça a correr da data do ato que a interrompeu, ou do
último ato do processo para a interromper.
Lei do cheque - Art . 62 Salvo prova de novação, a emissão ou a transferência do cheque não exclui a
ação fundada na relação causal, feita a prova do não-pagamento.
69
Rafael Barreto Ramos
© 2013
Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo
alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento:
VI - emite cheque, sem suficiente provisão de fundos em poder do sacado, ou lhe frustra o pagamento.
Sabe-se que a pessoa não tem dinheiro/fundos, mas a obriga emitir cheque.
O emitente não responde, vez que foi coagido. Portanto, responde quem coagiu.
Ex. Agiota.
Art. 160 - Exigir ou receber, como garantia de dívida, abusando da situação de alguém, documento que
pode dar causa a procedimento criminal contra a vítima ou contra terceiro:
70
Rafael Barreto Ramos
© 2013
06/05/13
Duplicata
1. Legislação
Lei 5474/68
“Quando se compra um produto e o prazo de entrega é superior a 30 dias, a lei obriga que
emissão da fatura pelo comerciante, que é a descrição da mercadoria que se está comprando.
Nas compras inferiores a 30 dias, pode ou não ser emitida a fatura.”
Nota:
É comum a junção da nota fiscal e da fatura, que é a descrição do produto com o seu preço.
3. Duplicata
3.1. Conceito
Título de crédito formal, circulante por meio de endosso, representativo de um saque que
encontra justificativa ou numa venda mercantil ou num contrato de prestação de serviço.
A duplicata NÃO é um título abstrato, sendo um título CAUSAL, pois tem um motivo, uma
justificativa. Somente pode ser emitida, se o comerciante/empresário/prestador de serviço
prestou um serviço ou vendeu uma mercadoria.
Quando o empresário realiza uma venda a prazo, a lei permite a emissão da duplicata.
71
Rafael Barreto Ramos
© 2013
3.3. Requisitos
a) Denominação “Duplicata”;
b) Número da fatura
Uma única fatura pode gerar VÁRIAS duplicatas. Deste modo, um único produto pode gerar VÁRIAS
duplicatas.
e) A praça de pagamento
f) A cláusula à ordem
h) A assinatura do emitente
72
Rafael Barreto Ramos
© 2013
Nota:
I. Diário
73
Rafael Barreto Ramos
© 2013
a) Pelo vendedor
30 dias da emissão
b) Por representantes:
3.6. Aceite
3.6.1. Aceite
O ACEITE É OBRIGATÓRIO.
Para recusar o aceite, deve-se haver motivo, devendo este ser escrito na duplicata. Caso o
motivo não seja escrito, a lei vai suprir a falta do aceite.
74
Rafael Barreto Ramos
© 2013
13/05/13
Nota:
b) A duplicata não for aceita, mas tiver sido protestada, estiver acompanhada de qualquer documento
comprobatório da empresa e do recebimento da mercadoria e não tiver o sacado, comprovadamente,
recusado o aceite;
c) A duplicata não aceita e não devolvida tiver sido protestada mediante indicação do credor ou do
apresentante do título, com qualquer documento comprobatório da empresa e recebimento da
mercadoria.
Quando se envia a duplicata para o comprador que, por sua vez a guarda.
3.7. Vencimento
a) À vista
b) A data certa
3.8. Pagamento
Realizado no vencimento.
- Risco recibo:
75
Rafael Barreto Ramos
© 2013
3.10. Aval
Existente.
3.11. Protesto¹
Quando se emite uma duplicata, deve-se enviá-la para o comprador, ou no prazo de 30 dias se for o
próprio vendedor ou de 10 dias se for por meio de terceiro para que o este aceite ou não.
- Prática recorrente
O comerciante vendia mercadoria e comunicava ao banco, que, por sua vez, emprestava-lhe o dinheiro.
O banco, então, enviava ao comprador o boleto bancário que, se não fosse pago, o banco ia no cartório
e realizava o protesto por falta de devolução. Neste caso, está INCORRETO, pois NÃO FOI EMITIDA
DUPLICATA. Estaria correto se o banco transformasse o boleto bancário em duplicata.
Segundo o professor, pode-se processar até mesmo o tabelião, pois este é responsável.
A ação é a execução de título extrajudicial. Se houver algum vício na duplicata, não poderá ser
proposta a ação.
IMPORTANTE:
I. Cheque;
76
Rafael Barreto Ramos
© 2013
(1) Ação ordinária: aquela na qual se possui o título, mas não se pode propor a ação de execução, em
virtude da existência de vício na duplicata (vide tópico 3.12.).
3.13.1. Cabimento
a) A ação do credor contra o devedor por duplicata não aceita e não protestada²;
(2) Duplicata não aceita e não protestada: Tem finalidade meramente probatória, isto é, “serve apenas
como meio de prova”.
b) A ação do credor contra o sacado por duplicata não aceita, mas protestada e não se faça
acompanhada de documento comprobatório da entrega e recebimento da mercadoria;
c) A ação do credor contra o sacador, endossantes e seus avalistas de duplicatas, se não tiver havido o
protesto;
d) A ação do credor, por duplicata não aceita e não devolvida que, posto o protestada por indicação,
não esteja acompanhada de documento hábil comprobatório da entrega e recebimento da
mercadoria³
a) Praça de pagamento
b) Domicílio do comprador
3.13.3. Prescrição
3.14. Triplicata
77
Rafael Barreto Ramos
© 2013
Decreto 1102/1903
Tem por finalidade atestar a propriedade das mercadorias. Sua transferência equivale à transferência
das mercadorias depositadas.
3.15.3. Warrant
Contratos atípicos
1. Contrato de franquia ou franchising
1.1. Conceito
É o contrato pelo qual uma pessoa, mediante remuneração, autoria outra a explorar sua marca
e seus produtos, prestando-lhe contínua assistência técnica.
1.2. Partes
78
Rafael Barreto Ramos
© 2013
1.4. Formação
O franqueador fornecerá uma circular¹ de oferta de franquia, pelo menos 10 dias antes da
celebração do contrato.
1.5. Extinção
a) Decurso do prazo
c) Distrato bilateral
d) Resolução
79
Rafael Barreto Ramos
© 2013
2.1. Conceito
IMPORTANTE:
NÃO CONFUNDIR COM CONTRATO DE FRANQUIA, vez que neste não se obriga a prestar
assistência técnica; usa-se nome do franqueador.
2.2. Partes
a) Concedente ou produtor;
b) Concessionária ou distribuidor.
2.3. Características
a) Típico;
c) Consensual;
d) Oneroso;
e) Bilateral;
f) Aleatório;
g) De execução futura;
i) Impessoal.
a) Subjetivo
b) Objetivo
80
Rafael Barreto Ramos
© 2013
Nota:
2.4. Extinção
a) Decurso do prazo;
b) Resolução;
c) Distrato;
d) Falência.
3. Contratos fiduciários
3.1. Conceito
Ocorrem sempre que uma pessoa transfere a propriedade ou titularidade sobre um ou mais
bens a outra que se obriga a lhes conferir certa destinação e a restituí-los assim que alcançado
o objetivo visado.
Transfere-se bem para determinada pessoa para atingir certo fim (administrar ou dado em
garantia). Após cumprida a finalidade, o bem retorna ao titular.
Nota:
Ex. Banco empresta o dinheiro e o bem, ao ser comprado, fica em nome de quem comprou, este que
transfere a propriedade para o banco garantir o pagamento; sendo este realizado, a propriedade
retorna ao comprador.
3.2. Elementos
a) Fiduciante e fiduciário;
b) Bens;
d) Destinação ao bem;
81
Rafael Barreto Ramos
© 2013
a) Venda com escopo de garantia: O fiduciante vende um bem ao fiduciário a fim de que seja em
garantia a uma obrigação, ficando adstrito a restituir o bem após saldada a dívida.
O bem (valor) corresponde exatamente ao valor do dinheiro emprestado, o que nem sempre ocorre na
alienação fiduciária.
c) Cessão fiduciária de crédito: O fiduciante cede ao fiduciário um crédito para garantir uma obrigação.
Paga esta, remancipa-se o bem.
d) Cessão fiduciária de Direitos de crédito decorrentes de alienação de imóveis (Lei 9514/97): Opera a
transferência do credor fiduciário da titularidade de crédito até a liquidação da dívida.
82
Rafael Barreto Ramos
© 2013
27/05/13
Nota:
Aquele contrato no qual o fiduciante transfere para o fiduciário para que este ou administre ou utilize
como garantia de uma outra obrigação e após o cumprimento da administração ou da obrigação
principal, o fiduciário devolve o bem para o fiduciante.
Ex. Reúne-se para investir em imóveis, todavia não se deseja arriscar o patrimônio pessoal. Transfere-se,
então, uma quantia de dinheiro para um fundo e contrata-se uma construtora, cabendo a esta construir
os imóveis. A vantagem se caracteriza no fato de a construtora arcar com toda a responsabilidade da
construção e, após a construção dos apartamentos, o lucro volta para os investidores.
Ex. Começa-se a perder certo patrimônio. Usualmente ocorre com empresas. Deste modo, passa-se a
empresa para terceiro para que este administre o patrimônio até que este reconstitua o valor perdido.
Ex. Tem-se uma sociedade familiar e há uma briga familiar na qual não se quer votar de acordo com
esta. Deste modo, transfere-se/vende-se a ação para terceiro para que este vote conforme seu interesse
(contrariamente à família). Após a votação, no entanto, compra-se novamente as ações deste terceiro.
d) Fidúcia
Aquele contrato em que se transfere os bens para um terceiro para que este os administre.
Ex. A Cemig de minério da Vale e a Vale precisa de energia da Cemig. Há o fornecimento dos
dois produtos e ao fim de cada período, o maior comprador paga a diferença ao outro.
83
Rafael Barreto Ramos
© 2013
5. Contratos bancários
5.1. Conceito
São aqueles contratos nos quais se tem a presença do banco. Em alguns casos o banco é
credor e, em outros, devedor.
5.2. Espécies
a) Depósito pecuniário
Aquele em que a pessoa deposita dinheiro no banco. O banco passa a ser devedor do
depositário. Este depósito pode conter juros ou não.
b) Redesconto
É o contrato em que a pessoa entrega títulos de crédito de terceiro e o banco paga o valor
referente ao título de crédito.
Tem-se um cheque pré-datado que não se quer esperar a data futura e o banco realiza o
pagamento
c) Empréstimo
d) Desconto
Nota:
No redesconto, por outro lado, o banco não possui a propriedade, tendo a função somente de
cobrar para o empresário.
e) Antecipação
f) Câmbio
Troca de moeda nacional por estrangeira e vice-versa. Deve ser autorizada pelo banco central.
84
Rafael Barreto Ramos
© 2013
g) Del Credere
IMPORTANTE:
I. Cheque
II. Duplicata
85