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brachial plexus bém usou o nervo longo torácico para reinervar o tron-
62 extraplexual neurotizations were performed in co superior do plexo braquial.
71 patients between 1972 and 1989. Microsurgical techni- Lurje, em 1948, transferiu o nervo longo torácico
ques were used combined in some cases to nerve grafts para o supra-escapular, nervos torácicos anteriores para
and/or the use of fibrin glue. Results of the procedures o musculocutâneo e ramos proximais do tríceps para o
(7)
were assessed. The authors conclude that good results nervo axilar .
may be obtained with extraplexual neurotizations with Seddon, em 1963, indicou os nervos intercostais pa-
or without nerve grafts. ra as avulsões de raízes do plexo braquial.
O uso dos nervos intercostais foi também muito apli-
cado por Kotami & Tsuyama, em 1972. Em 1983, Gil-
Neurotização, senso lato, seria sinônimo de reinerva-
bert transferiu nervos do lado são para o nervo musculo-
ção de um órgão motor ou sensitivo.
cutâneo do plexo braquial lesado, através de enxerto to-
A neurotização direta de um músculo paralisado
rácico.
foi popularizada por Brunelli (1), que implantou termina-
Gu Yu-Dong, em 1987, tratou 108 casos de lesão
tes nervosas em músculo desnervado e notou a forma-
pré-ganglionar de raízes do plexo braquial e em muitos
ção de novas terminações e receptores dentro do mús- (3)
usou o nervo frênico como elemento neurotizador .
culo.
Outros autores chineses usam a raiz de C7 do lado
são, com enxerto transtorácico, para reinervar o lado le-
1. Livre-Doc.; Chefe do Grupo de Mão, Microcirurg. e Reimplantes sado.
do Dot-HC/FMUSP.
Principalmente nas lesões traumáticas do plexo bra-
2. Assist. do Grupo de Mão, Microcirurg. e Reimplantes do DOT- (9,10)
HC/FMUSP.
quial, Narakas vem preconizando vários tipos de neu-
3. Prof. Titular da Disc. de Cirurg. Plást. e Queimados do HC/
rotizações desde 1969, tendo introduzido a denominação
FMUSP. de transferências, que chamou de intraplexuais com ele-
4. Méd. Resid- em Ortop. e Traumatol. mentos sãos para elementos lesados, dentro do próprio
Rev Bras Ortop - Vol. 28, Nº 3 - Março, 1993 163
R.J. AZZE, R. MATTAR JR., M.C. FERREIRA, E.J.L. DE PAULA & A.C. CANEDO
Fig. 1 – J.F.F., masculino, 37 anos; causa: pedrada; data do acidente: 1/85; cirurgia (10/85): paralisia total, avulsão de C5, C6, lesão de C7,
C8, T1. Feitos: neurólise de C7, C8, T1; acessório para supra-escapular; ramos motores cervicais para musculocutâneo; ramos sensitivos cervicais
para raiz lateral do mediano.
Fig. 2 — C.G.B., masculino, 18 anos; causa: automóvel; data do acidente: 6/89; cirurgia (8/89): paralisia total, avulsão de C6, C7, C8, T1 e le-
são de C5. Feitos: neurólise de C5; acessório para musculocutâneo; intercostal para raiz lateral do mediano.
QUADRO 1
Motricidade
QUADRO 2
M0 –
Paralisia Sensibilidade
M1 –Contração muscular sem movimento
M2 –
Contração muscular com movimento sem a gravidade S0 – Anestesia
M3 –
Contração muscular com movimento contra a gravidade e S1 – Sensibilidade profunda
pequena resistência S2 – Sensibilidade dolorosa + tátil + disestesia
M4 – Contração muscular com movimento contra grande resis- S3 – Sensibilidade dolorosa + tátil + sem disestesia
tência S4 – Sensibilidade discriminativa
M5 – Normal S5 – Normal
Gráfico 1 — Resultados da sensibilidade da mão (RLM) Gráfico 3 — Resultados da motricidade do ombro (SE) (Ax)
Gráfico 2 — Resultados da motricidade do cotovelo (MC) Gráfico 4 — Resultados da motricidade da mão (RMM)
mistas. Com seu emprego, podemos dizer que não há Narakas, usando o nervo acessório para o nervo su-
caso operado no qual não se possa conseguir algum be- pra-escapular, refere ter tido 75% de bons resultados.
nefício motor ou sensitivo. Na reinervação do nervo musculocutâneo, encontrou 70%
Seu emprego mais rotineiro veio acompanhando a de bons resultados. Kotami, em cinco neurotizações, re-
cristalização do conceito de prioridade nas lesões graves fere 100% de bons resultados.
do plexo braquial, em que temos que conseguir um míni-
Brunelli relata seus maus resultados nas neurotiza-
mo funcional e sensitivo para um membro gravemente
ções usando os nervos intercostais, preferindo ramos
paralisado.
motores cervicais. Considera a cirurgia menos traumati-
Há um consenso universal de que se deve buscar
zante. Usa também ramos sensitivos cervicais para a raiz
primordialmente a flexão do cotovelo, estabilização do
lateral do mediano.
ombro e sensibilidade da mão (pinça entre polegar e in-
dicador). Assim, as neurotizações extraplexuais devem Como mostramos, usamos o nervo acessório, ramos
ser realizadas para reinervar fundamentalmente o nervo sensitivos e motores cervicais e os nervos intercostais.
musculocutâneo, o nervo supra-escapular e o nervo me- De maneira geral, podemos dizer que obtivemos bons
diano (pelo menos sua porção sensitiva mais importan- resultados com todas as neurotizações extraplexuais, ex-
te, representada pela assim chamada raiz lateral). ceto nas que buscaram motricidade da mão.
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