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A consciência da dor e

do sofrimento Adams Auni

Muito se fala do processo de causa e efeito, onde se apresenta um determinismo de atos, culpando
e condenando as mazelas e em muitos casos não trazendo qualquer tipo de contribuição ou solução.

Há um grande conformismo em aceitar essas determinações para própria vida, como se dor e
sofrimento fizessem parte do contexto natural e que fosse obrigatório e necessário sofrer para viver.

Muitos dizem, afirmam e acreditam que: Se o mundo é ainda de provas e expiações ele não deve se
permitir de viver em uma outra condição melhor ou mais feliz e quando isso acontece se sente
culpado. Ou se busca essa melhora ou essa felicidade para si ou os obtem de outra forma, achando
ser menos merecedora, acredita estar em “pecado” e se culpa logo em seguida e se estende por
longa data.

Na verdade, só sofre quem quer e não quem precisa.

O sofrimento em si tem função educadora e não repressora, não cabe na consciência divina tal
colocação.

Por que então existe o conceito de causa e efeito, da culpa pela pena e pela dor aos outros? Quem
determina essa sentença? Deus? O outro? Nos mesmos?

O que se pode pensar?

Reflitamos um pouco.

Deus não faria sofrer alguém que esta nEle como um todo, pois seria algo ineficaz, dar a cola da
prova para depois esconder e deixar cada um se virar com seus erros.

Os outros? Como pode ser que os outros determinem sobre mim as minhas próprias culpas, ou
estaríamos superlativizando os outros ou reduzindo-nos a pequenas amebas, mesmo tendo sido
ameba um dia, não retroagimos.

Resta então, nos mesmos!

Como pode eu, me condenar e me fustigar em mazelas sem fim?


Isso ocorre e não precisamos nem fazer força para isso, basta continuar do jeitinho que estamos,
levando tudo na barriga e na sombra e agua fresca.

Permanecendo na área VIP da zona de conforto.

Nos mesmos nos condenamos. Pois continuamos a alimentar em nossas mentes tais penas e
sentenças e olha que isso pode ser ate de outras vidas, mas maioria das situações e na verdade é
dessa mesmo.

A consciência grava e nós mantemos ativa essa gravação, tocando o disco repetidamente com a
mesma musica, como se fosse o nosso fundo musical.

A consciência é como se fosse um disco re-gravável que se vai seletivizando os arquivos, zipando-
os(compactando-os) e classificando-os a medida que precisamos deles hoje ou depois, mas so
rodam se obterem , se receberem o “input”(sinal de entrada) para isso e mesmo recebendo esses
“inputs”(sinais de entrada) há necessidade de proporcionar o programa especifico para ele rodar.

O acesso a esses arquivos nem sempre é disponibilizado em sua totalidade, quase sempre
acessamos apenas alguns programas básicos e alguns arquivos para roda-los e nada mais.

A medida que progredimos, adicionamos e acumulamos informacoes que então possibilitam e


permitem a leitura e uso livre dos nossos próprios arquivos.

Há como um órgão fiscalizador e censor para dar a permissão de uso.

Contudo muitos não conseguem processar quase nada, criam novos programas e acumulam lixo
sobre o que já possui.

O deletar(apagar) é uma grande ferramenta.

O procedimento correto é promover informacoes e atitudes positivas onde a medida que são
arquivadas e processadas múltiplas vezes, conquistam ou adquirem possibilidades de atuarem e
corrigirem os arquivos negativos que possuímos e em muitos casos muitos nem sabemos que os
possuímos, sofremos sem saber o porque.

Porem muitos se comprazem da dorzinha e do probleminha, tem horror em dispensa-los ou


abandona-los, alegam que estão com eles a tanto tempo que não querem mais se desfazer.

Isso é mais grave, o doente não quer ficar bom, gosta da doença, pois em outros casos é
conveniente para ele ficar doente e se mostrar doente, pois assim tem elementos para se justificar e
se desculpar para não parar de sofrer.

Sofre mesmo por que quer e porque gosta.

Dizem: nasci para sofrer!

Ou: A dor é minha, só eu sei o que é...


A dor é como batatas podres que carregam para todos os lados, não querem se desfazer.

Em fim a dor esta presente na consciência, ela vem pela causa e nem pelo efeito a não ser que você
a mantenha ativa na sua mente.

Se sabe pode mudar correndo, se ainda não sabe, tem que seguir o programa para se desprogramar
e isso é como uma manutenção preventiva da dor.

Você ainda não tem, mas sabe que um dia pode ter ou tem a certeza que um dia terá, então ,
“inconscientemente”engana sua consciência, promovendo atitudes, comportamentos, pensamentos
e transformações para quando ela chegar, não encontre campo fértil para se instalar ou ate mesmo
evoluir.

Há muitos casos que nem se quer se pronunciam, tal é a incompatibilidade do ambiente.

A dor não é uma culpa que se deva carregar pela eternidade, so a carrega quem gosta.

Buda já ensinou nas quatro verdades e no caminho óctuplo, manual de sabedoria para todos, um
passo a passo para libertação do sofrimento e nele é ensinado que so passa para um novo estado
quando se entendeu com o anterior e por mais que tente, seguindo-o, não terá chance de enganar a
si mesmo.

A cultura da dor nos persegue, pois é uma forma de intimidar a mente e o progresso, a questão é
que não é ninguém de fora que promove isso, somos nós mesmos que promovemos.

A dor é impulsionadora a mudanças o sofrimento nos trava o progresso.

Digamos não ao apego dos sofrimentos.

Digamos não ao pensamento negativo, a palavra negativa, ao comportamento negativo, ao desejo


negativo, ao querer negativo, ao sentimento negativo e ao querer negativo.

É necessário não praticar mais nada disso e se abster por completo do que nos pode levar ao erro.

Tudo isso não passa de ilusão.

Tudo, inclusive nós mesmos é impermanente.

O real é o que não se vê e o que se vê não é real.

Tudo na sua impermanencia da dor se depura na consciência tranqüila, porem há necessidade de


esforço e comprometimento com a própria caminhada do espirito, rumo a plenitude da sua própria
intenção de paz.

Dor e sofrimento só estará presente enquanto houver pensamento que a promove.

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