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O que é a Luz

Poderíamos começar nosso estudo sobre a natureza da luz pelos


pensadores da antiguidade, mas vamos avançar no tempo até século XVII,
quando Isaac Newton (1642-1729) propôs uma teoria corpuscular para a
luz. Para ele, a luz consistir num fluxo de minúsculas partículas que eram
emitidas em ritmo contínuo pelas fontes luminosas. Elas se moviam em
linha reta e em altíssima velocidade, penetravam nos materiais
transparentes, saltavam como bolinhas ao chocarem-se elasticamente
contra a superfície dos materiais opacos e, ao penetrarem em nossos
olhos, transferiam sua energia à retina, estimulando o sentido da visão.
Newton utilizando a teoria corpuscular conseguiu explicações satisfatórias
para vários fenômenos ópticos que já eram conhecidos, tais como a
reflexão e a refração da luz, ao considerar que a velocidade de propagação
da luz na água era maior que no ar.
Mais ou menos na mesma época, Christian Huygens (1629-1695) propôs
uma teoria ondulatória, na qual a luz era uma vibração de um meio
hipotético, o éter, em analogia às ondas do mar, que são uma perturbação
que se propaga na superfície da agua. Assim sendo, a luz seria apenas uma
transferência de energia e não de matéria. A teoria ondulatória, ao
contrário da corpuscular, sustentava que a velocidade da luz na água é
menor do que no mar.
Esse debate, entre qual das teorias iria prevalecer para explicar a natureza
da luz, constitui uma das maiores e mais emocionantes batalhas cientificas
de todos os tempos.
Em 1801, Thomas Young (1773-1829) estudou o fenômeno de
interferência que reforçava o comportamento ondulatório da luz. Nos
meados do século XIX, o cientista francês Léon Foucault (1819-1868)
realizou experimentos para determinar a velocidade da luz e chegou à
conclusão de que sua velocidade na água era menor do que no ar. Esses
resultados contribuíam para desacreditar a teoria corpuscular e prevalecer
a ondulatória.
James C. Maxwell (1831-1879), físico escocês que teve grande importância
no estudo da eletricidade e do magnetismo, demonstrou
experimentalmente que a velocidade de propagação de uma onda
eletromagnética no espaço era igual à da luz. Esse fato levou Maxwell a
propor a ideia de que a luz era, de fato, uma onda eletromagnética.
Quando parecia que a natureza da luz iria se confirmar como ondulatória
de origem eletromagnética, um fenômeno que viria a ser chamado de
efeito fotoelétrico fez com que os cientistas se debruçassem novamente
sobre a teoria corpuscular.

O fato é que a luz, ao incidir sobre determinados metais, faz com que eles
emitam elétrons. Esse fluxo de elétrons foi chamado de corrente
fotoelétrica (foto=luz). São eles que fazem funcionar as células
fotoelétricas e painéis solares que transformam luz em eletricidade. Os
experimentos mostravam dois aspectos importantes: que quanto maior
fosse a intensidade da luz que incidia na placa, maior era a quantidade de
corrente obtida e, quanto maior fosse a frequência da onda
eletromagnética incidente, mais energia cinética possuía os elétrons
arrancados.

Em 1905, foi publicado um artigo que era contrário à ideia da luz como
onda. Albert Einstein (1879-1955) propôs uma explicação para o efeito
fotoelétrico, ao considerar que a energia de um feixe de luz era
concentrada em pequenos pacotes de energia denominados fótons, que
se comportam como ´´partículas`` de luz. Interessante notar que essa
partícula de luz apresentava valor energético em função da frequência da
onda associada.

Essa aparente contradição foi assimilada com o desenvolvimento da


Mecânica Quântica, entre 1900 e 1925. Pela nova teoria a luz tem
comportamento dual ou natureza dupla, ou seja, pode se comportar ora
como partícula, ora como onda, e isso é perfeitamente aceitável no
modelo quântico.

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