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MONLEVADE – MG
AÇÃO DE COBRANÇA
DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA
DAS PRELIMINARES
Da ineficácia da audiência de conciliação
DOS FATOS
A requerente, no dia 10.03.2018, por volta das 20:00h, Maria Bonita
acompanhada de sua amiga Severina Chique Chique, retornando de um
compromisso profissional que aconteceu na cidade de Juiz de Fora/MG, durante
os dias 08 a 10 de março de 2018, pararam na cidade de Ubá/MG para dormir. A
parada em Ubá se deve ao fato de que, quando estavam retornando de Juiz de
Fora, nesse pedaço da estrada, foram surpreendidas por uma forte chuva e não
era possível o prosseguimento da viagem até a cidade de Ipatinga/MG em razão
da chuva, do horário e do risco de duas mulheres prosseguirem viagem nessas
condições, sendo que Maria Bonita estava grávida.
Assim, as amigas buscaram referências na cidade e com amigos próximos
e optaram pela hospedagem no hotel GRANDIOSO HOTEL, por ser uma rede de
hotéis já conhecida no Brasil. Deste modo, a Maria Bonita realizou uma busca
através da internet das locações do hotel, tendo em vista as indicações para
estadia no mesmo. Insta salientar que a Maria Bonita e sua acompanhante, antes
de realizarem a compra da estadia no hotel GRANDIOSO HOTEL, procuraram
por outros hotéis na cidade de Ubá, mas não encontraram vaga em hotéis de
estrutura parecida. Conforme ficha de registro de hóspede, foi locado em nome da
OAB/MG, pela Maria Bonita 01 (quarto) Standart Solteiro para 2 pessoas, com
internet Wi Fi, estacionamento e café da manhã no GRANDIOSO HOTEL.
Quando do check in no referido hotel, o funcionário responsável pela
recepção dos hóspedes (mensageiro), bem como a recepcionista, informaram que
a garagem do hotel estava lotada, motivo pelo qual o carro deveria permanecer
durante a hospedagem no estacionamento do hotel localizado sobre o passeio da
frente do estabelecimento. Conforme ficha de registro de hóspede, o carro de
propriedade da Maria Bonita ficou sob a responsabilidade do estabelecimento.
Quando questionado por Maria Bonita sobre a contratação da hospedagem, o
recepcionista informou que tinham vagas de apartamento, contudo, não tinham
vagas de garagem. Replicado pela mesma e sua acompanhante sobre como seria
possível ter o quarto, mas não ter a respectiva vaga de garagem, o recepcionista
reiterou que não tinha e que estacionar o veículo na vaga em frente ao hotel não
traria nenhum problema, considerando que o estabelecimento se responsabilizava
da mesma forma, inclusive, tendo vigia o tempo todo no referido local.
Aproximadamente após 30 (trinta) minutos do check in, o rio que corta da
cidade de Ubá/MG transbordou e o carro da requerente foi totalmente alagado,
ocasionando na “perda total” do mesmo, tendo o recepcionista do
estabelecimento GRANDIOSO HOTEL interfonado no quarto da Maria Bonita e
Severina Chique Chique para informar do ocorrido. Diante da informação, Maria
Bonita e Severina Chique Chique desceram pelo elevador e ao chegarem no hall
principal do hotel se depararam com o local totalmente alagado e a cada minuto,
alagando ainda mais aumentando o nível da água, não sendo possível mais
acessar o quarto pelos elevadores e sequer ir até o carro da peticionária. Sendo
assim, Maria Bonita e Severina Chique Chique subiram os andares pelas escadas
de serviço, oportunidade em que viram que o hotel contava com dois andares
inteiros de garagem, sendo certo que somente uma vaga no G1 estava
preenchida.
Diante dessa constatação, Maria Bonita chamou o recepcionista e o
questionou sobre o motivo pelo qual o mesmo não permitiu que a mesma
adentrasse na garagem do hotel, considerando que a mesma possuía vaga e o
mesmo informou que a rampa de acesso à garagem não é adequada para a
subida de carros maiores, sendo certo que o mesmo informa que na inauguração
do Hotel, vários carros de hóspedes com carros altos não conseguiram subir na
garagem, e, por esse motivo, a informação pelo funcionário prestada era a de que
as vagas de garagem do hotel estavam preenchidas. Percebe-se que diante da
falsa informação prestada pelo hotel requerido e diante do quadro
visualizado por Maria Bonita, a mesma tirou fotografias do local e fez vídeos
que demonstram o constatado in loco, documentos esses os quais ela
apresentou a você enquanto advogado (a) na oportunidade da consulta.
Maria Bonita explica no atendimento que embora tenha contratado vaga de
hospedagem em quarto Standard Solteiro para duas pessoas, com ar
condicionado, wi-fi, café da manhã e garagem, não usou dos serviços contratados
e ainda, suportou dano material em seu veículo, tendo que acionar o seguro de
seu carro que concluiu pela perda total do veículo, teve que pagar a franquia de
R$2.101,68 (dois mil, cento e um reais e sessenta e oito centavos) e ainda
perdeu os bônus de sua seguradora, tendo que pagar um valor de seguro para
seu novo veículo, muito maior do que o que normalmente pagaria, haja vista a
perda de bônus a que teria direito. Fato é que além da perda total do veículo de
Maria Bonita, todos os objetos que se encontravam dentro do carro se perderam,
dentre eles uma caixa com 1000 (um mil) jornais, avaliados em R$ 640,00; livros
adquiridos no congresso, avaliados em R$ 500,00; bolsas, ferro de passar roupa
e escova giratória da marca Polishop, avaliados em R$ 350,00; sapatos e outros
objetos de uso pessoal.
DO DIREITO
“Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar
dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.”
O conceito legal de ato ilícito, por sua vez, está insculpido no artigo 186 do
NCCB, senão vejamos:
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária,
negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a
outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Desse modo, o Réu cometeu ato ilícito ao violar os direitos da requerente
seja pelos danos material inerentes ao veículos e pertences, seja pelo transtorno
causado pelo erros no atendimento do Grandioso Hotel
No âmbito do código de defesa do consumidor, LEI Nº 8.078, DE 11 DE
SETEMBRO DE 1990, artigo 6, inciso III e IV, temos:
Art. 6º São direitos básicos do consumidor:
III - a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos
e serviços, com especificação correta de quantidade,
características, composição, qualidade, tributos incidentes e
preço, bem como sobre os riscos que apresentem;
IV - a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva,
métodos comerciais coercitivos ou desleais, bem como contra
práticas e cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de
produtos e serviços;
V - a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam
prestações desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos
supervenientes que as tornem excessivamente onerosas;
Situações demostradas no fato ocorrido com a requerente.
DOS PEDIDOS
c) A total reparação dos danos causados pelo Grandioso Hotel face a requente.
Nestes termos;
Pede Deferimento.
Nome Nome
OAB XXXXXX OAB XXXXXX