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Abril a Junho
outubro
Primavera 2013a dezembro 2012 Nº 4
DESTAQUE
Astrologia Mundial - Portugal e Brasil - o ciclo de 2000 a 2020 e o ingresso de 2013
Campeões de Ténis - um caso de estudo sobre diferenças astrológicas entre os sexos
As prisões de Renato Seabra - parte II
A Astrologia na Linha do Tempo - parte II
A Astrologia dos Contos de Fadas
O Portugal Astrológico - parte I - Fundação e Templorismo
Pergunte ao Astrólogo
Thema Mundi - O horóscopo do Mundo
Astrologia e Medicinas Naturais
de
1
de Ficha Técnica
Diretora Direção
Isabel Guimarães Isabel Guimarães (Presidente)
Marta Castro (Secretária)
Diretora Editorial Susana Oliveira (Tesoureira)
Luiza Azancot
Assembleia Geral
Edição Tânia Pinto (Presidente)
Isabel Guimarães João Soares (Vogal)
Conselheiros Astrológicos Inês Miranda (Secretária)
Raul Américo Aguiar (Vogal)
Realização Gráfica João Neto (Vogal)
asuasecretária
Conselho Fiscal
Vânia Rodrigues (Presidente)
Redação e Administração Pedro Torres (Vogal)
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eAstrologia
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de Índice
Editorial 3
Conheça os nossos colaboradores 4
Aspas nos média 6
Artigos
Astrologia Mundial - Portugal e Brasil - o ciclo de 2000 a 2020 e o ingresso de 2013 7
por João Medeiros
Campeões de ténis - um caso de estudo sobre diferenças astrlógicas entre sexos 16
por Luiza Azancot
32
As prisões de Renato Seabra - parte II
por Patricia Azenha Henriques
38
A Astrologia na Linha do Tempo - parte II
por Vania L. Marinelli
44
A Astrologia dos Contos de Fadas
por Barbara Bonvalot
O Portugal Astrológico - parte I - Fundação e Templorismo 50
por Luís Resina
Rubrica
57
Caso real – Pergunte ao Astrólogo
por Jorge Lancinha
Estudante de Astrologia
Thema Mundi - O Horóscopo do Mundo 63
por Paulo Alexandre Silva
Astrologia e Medicinas Naturais 72
por Joana Kouprianoff Cavaco
Efemérides Trimestrais
78
Luiza Azancot e Jorge Lancinha
81
Publicidade
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de Editorial
Este nosso número 4 apresenta o trabalho de 10 membros da Aspas. Alguns artigos são de
autoria de Conselheiros da Direção que já foram apresentados aos nossos leitores. Três
deles colaboram neste número.
João Medeiros publicou anteriormente um artigo sobre técnicas mundanas e abre este
número com a sua análise da carta de ingresso do Sol em Carneiro.
Luiza Azancot preocupa-se em investigar aspetos ligados às diferenças astrológicas entre
homens e mulheres neste caso baseados num estudo sobre campeões de tenis. Patricia
Azenha Henriques acaba a análise do agora condenado Renato Seabra, um exemplo de
como as nossas vidas têm momentos em que tudo bascula.
A seguir apresentamos os novos colaboradores que merecem uma secção especial.
O nosso proximo número Julho/Agosto/ Setembro (Verão) será inteiramente dedicado ao
cinema – filmes, actores, realizadores serão objeto de comentários astrológicos.
Se quiserem participar neste número diferente devem enviar os vossos artigos para
jornal@associacaoportuguesadeastrologia.com até ao dia 21 de Maio de 2013.
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de Editorial
de Editorial
Joana Cavaco – Como estudante de Astrologia, escreve sobre duas áreas que a apaixonam,
Astrologia e Medicinas Naturais.
Sendo capricorniana com Sol na casa 10, licenciou-se em Gestão e fez também o mestrado
na mesma área em 2008. Desde então tem trabalhado em Marketing e Vendas em
multinacionais. O seu interesse pela astrologia nasceu em 2002 e tem vindo a ser uma
crescente, passando rapidamente de curiosa a auto-didacta e agora a estudante acérrima.
O fascínio pela Naturopatia, nomeadamente a área da nutrição é bastante recente e o seu
objectivo é conseguir conciliar as três áreas em harmonia.
www.withyouwechange.com
Jorge Lancinha
Formou-se em Pintura, na Faculdade de Belas Artes de Lisboa no ano 2000 e durante cerca
de 10 anos seguio uma carreira artística. Nesse mesmo ano que terminou a Faculdade
começou a interessar-se pela Astrologia e pela Espiritualidade, em busca de
auto-conhecimento. Frequentou o Quíron e mais tarde estudou com João Medeiros no
CEIA. Desde 2010 que começou a assumir a Astrologia como via profissional. A Astrologia é
para o Jorge a linguagem simbólica mais completa e universal para a compreensão da
psique humana e oferece-nos uma chave de valor inestimável na nossa relação com o
Cosmos e a Vida.
www.astrologia.jorgelancinha.com
Bárbara Bonvalot
Tem formação em Desenho Gráfico e trabalhou na área da publicidade. Começou a estudar
Astrologia em 2005, como forma de auto-conhecimento. Frequentou o Curso de Formação
Dinâmica em Astrologia do CEIA e é coach certificada. Atualmente é consultora, formadora
e investigadora na área da Astrologia e da simbologia arquetípica.
Em 2012 Jorge e Bárbara fundaram a “Árvore da Vida”, (parceiro da ASPAS) um projeto
dedicado à formação na área da Astrologia e do desenvolvimento da Consciência.
http://www.arvoredavidaproducoes.com/
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de Editorial
de Artigos
de Artigos
O regente do Ascendente (neste caso, Vénus) está combusto na Casa 8 o que sugere a
necessidade de agradar aos parceiros políticos (outros países) mas tendo uma identidade
pouco definida e “queimada”, ou seja, apagada.
Esta posição embora possa ajudar a fortalecer os laços comerciais e diplomáticos (Vénus
em Gémeos) implicaria, no entanto, a tendência para o aumento da dívida, para uma certa
dispersão e falta de capacidade de liderança.
A Lua na Casa 6 sugere questões de administração pública e desemprego da população a
desafiarem a governação (a Lua rege a Casa 10, associada aos governantes).
A principal boa notícia prende-se com a presença da estrela Spica no Ascendente o que
protege o país contra males maiores – como destruições massivas – e lhe confere
inclusivamente algum prestígio cultural e artístico no espaço mundial.
O propósito do país nestes 20 anos seria fundamentalmente o das trocas comerciais e
diplomáticas, ou seja, a abertura da economia e do comércio aos parceiros, mesmo que isso
implicasse dependências políticas e financeiras.
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de Artigos
Olhando para as Direções Simbólicas deste Mapa (tal como explicado no artigo anterior)
lembramos que cada grau está associado a cerca de 21 dias após a Grande Conjunção.
Dirigindo Vénus, o regente do Mapa, temos as seguintes datas significativas:
de Artigos
Contudo, este factor não é suficientemente forte, por si, para implicar a queda do governo
de Passos Coelho. A fase mais crítica seguinte será entre o início de 2015 e o meio de 2016.
Como a legislatura termina oficialmente a Junho de 2015, poderemos dizer que poderá
chegar perto do fim (4 anos) desmantelando-se entre o fim de 2014 e meio de 2015, ou
seja, cumprindo entre 3 anos e meio a 4 anos de governação.
O tal período seguinte politicamente mais instável (2015-2016) já está fora da janela mais
crítica de 2007 a 2014 (casas sucedentes da Grande Conjunção) podendo atenuar os seus
efeitos mais negativos.
Resta dizer que este Mapa da Grande Conjunção não tem particular relação ou sinastria
com os Mapas de Portugal (considerando a Fundação do Reino, a constituição da República
e a Democracia) indicando ser um período relativamente normal no contexto mais global
da História de Portugal (1128-2166).
-BRASIL-
Olhando o Mapa da Grande Conjunção agora calculado para a capital do Brasil – Brasília –
reparamos em dois fatores fundamentais: o stellium de astros na Casa 9 (Saturno e Júpiter
já estão mais na 9 do que na 8); e a força do regente do Ascendente - Mercúrio - na Casa 10
em Gémeos, sendo o dispositor do Sol, Vénus e Marte (e também dispositor final do Mapa).
de Artigos
Este enquadramento sugere que a fase de Maio de 2000 ao fim de 2020 seria caracterizada
por uma gestão governativa ágil, comunicativa e tendencialmente competente (com
recursos), com um crescimento considerável do contacto internacional (Casa 9)
particularmente por questões comerciais (Touro, na cúspide), favorecendo o futuro da
nação.
Seria também de esperar uma grande renovação das leis (Casa 9) e um desenvolvimento
dos temas associados a transportes (muita energia de Gémeos, incluindo o regente
Mercúrio).
Atendendo a que a Casa claramente mais preenchida é a Casa 9, que é cadente, seria de
esperar que o último terço do período considerado – ou seja, a fase que vai do início de
2014 ao fim de 2020 – como o mais marcante, expressivo e de consciência no contexto dos
20 anos.
Esta é a fase programada para a Copa/ Campeonato do Mundo de Futebol 2014 bem como
os Jogos Olímpicos de 2016, que serão o símbolo do desenvolvimento do Brasil no período
total que é governado pela Grande Conjunção.
De reparar que Mercúrio e a Lua estão em Casas angulares o que sugere que o primeiro
terço do período – ou seja, a fase do meio de 2000 ao início de 2007 – foi fundamental para
os frutos do último terço.
Lembramos que na fase de 2003 a 2010, o governo Lula conduziu o país a excelentes
resultados de desenvolvimento como: um crescimento inédito das exportações (Casa 9,
abrindo em Touro); balança comercial excedentária; estabilização da inflação; queda da
dívida externa; queda do desemprego (Virgem no Ascendente sugere mais e melhor
emprego); crescimento real dos salários; decréscimo da pobreza.
Entre outras iniciativas, este crescimento traduziu-se também na expansão dos fatores
“Gémeos”: recorde da produção de automóveis; maior exportação de aeronaves; concessão
de aeroportos; privatização de caminhos de ferro (ferrovias) e concessão de estradas e
auto-estradas (rodovias).
As energias renováveis também tiveram um papel preponderante nestes 20 anos de
sucesso, bem como a reforma do sistema de Justiça (Reforma do Judiciário de 2004) que
trouxe mais moralização, rapidez e transparência aos processos (Sol e Vénus na casa 9). Lula
promoveu também a integração dos países da Mercosul (Casa 9).
O mapa tem obviamente desafios e tensões, mas que estão salvaguardados. A quadratura
de Marte, regente da 8, ao Ascendente estará associado a alguns acidentes aéreos que
ocorreram (o “apagão” aéreo de 2006) mas relativamente neutralizada pelo trígono de
Saturno-Júpiter ao Ascendente. Este trígono é o grande promotor da estabilidade e
crescimento do país neste ciclo de 20 anos.
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de Artigos
de Artigos
-BRASIL -
O Mapa do ingresso do Sol em Áries/Carneiro, em 20 de Março de 2013, para o Brasil denota
um Ascendente Cardinal, em Áries/Carneiro, e que embora retrate o tema geral do ano
novo astrológico é válido particularmente para os primeiros 3 meses (até 21 de Junho),
segundo as regras tradicionais.
Estando as Casas Cadentes (12 e 3) mais povoadas sugere-se que é o último terço do ano
astrológico (de 21 Novembro 2013 a 20 Março 2014) com eventos mais relevantes, pelo que
será necessário analisar os ingressos do Sol nos signos Cardinais, especialmente em
Libra/Balança e Capricórnio, para conhecer melhor essa fase do ano.
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de Artigos
Para este ingresso e trimestre (fim de Março a fim de Junho), é sugerida uma certa força de
desenvolvimento do país pela conjunção de Sol, Marte e Urano em Áries/ Carneiro na Casa
12, podendo o Brasil destacar-se cada vez mais como primeira potência da América do Sul,
usando os recursos naturais (Casa 12), energias renováveis (Áries/ Carneiro) e inovação
tecnológica. A exploração de combustíveis pode tornar-se um tema dominante.
A presença de Vénus exaltada em Peixes na Casa 12, bem como o Sol, e o sextil de Marte
(regente do Ascendente) a Júpiter, neutralizam os efeitos mais tensos da Casa 12
(auto-sabotagem e corrupção) e da quadratura à Lua.
Esta quadratura poderia indicar algumas tensões do governo com as populações de níveis
sociais mais baixos (a Lua governa o povo, em geral, e a Casa 4) ou com os meios
jornalísticos (Lua está na Casa 3).
Uma vez que o Sol, regente da 5, faz combustão ao regente do Ascendente – Marte - será
natural que assuntos relacionados com militares, com o desporto (esporte) ou com atletas
brasileiros, se tornem mais visíveis na opinião pública, durante este trimestre.
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de Artigos
Síntese
Vimos inicialmente a grande tela do Grande Conjunção Júpiter-Saturno, cujo ciclo é válido
de 2000 a 2021, revelando os temas gerais de desenvolvimento de cada país.
Verificámos que é bem menos favorável para Portugal do que para o Brasil, estando este
país em melhor conexão com as propostas globais deste ciclo.
Para Portugal, seria natural um aumento da dívida nacional, maior troca comercial e uma
certa perda de soberania, particularmente de 2007 a 2014, período de maior consciência e
possibilidade de mudança de atitude nacional.
Para o Brasil, seria de esperar uma expansão comercial e internacional, bem como o
desenvolvimento geral do país, sobretudo de 2014 a 2021, período de maior consciência
nacional e alterações de atitudes, em prol do desenvolvimento.
O ingresso vernal de 2013, em Portugal, acrescenta temas de greves, maior atenção aos
desempregados (políticas solidárias) e foco político em empresas nacionais de transportes
e comunicações, como TAP e RTP, que poderão ser privatizadas ou concessionadas. Este
efeito é válido sobretudo de Março a Setembro de 2013.
O ingresso vernal de 2013, para o Brasil, sugere um impulso de liderança deste país na
América do Sul, com foco na energia, combustíveis e recursos naturais, pelo que a empresa
Petrobrás poderá estar em destaque, bem como as áreas desportivas (esportivas) e/ou
militares. Esta análise é válida particularmente de Março a Junho de 2013, sendo necessário
estudar os mapas dos ingressos do Sol nos restantes signos Cardinais, para informações
mais detalhadas sobre os trimestres seguintes.
Referências:
-Artigo “Astrologia Mundial: Teoria e Prática”, por João Medeiros, publicado na Edição Especial do Jornal Astrológico 4 Estações, de Dezembro de 2012
- De Magnis Coniunctionibus, de Abu Ma'shar al-Balkhi, tradução de Yamamoto, Ch. Burnett, Leiden (2000), 2 volumes, (Textos em árabe e Latim)
João Medeiros
Conselheiro da Direção
Membro nº 19
http://joaomedeiros.org/blog
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de Artigos
de Artigos
Este artigo relata a pesquisa que realizei usando o mundo do ténis de alta competição
como campo de experimentação e observando as diferenças astrológicas entre homens e
mulheres. As diferenças de comportamento entre sexos tendem a ser estereotipadas em
publicações como “Homens são de Marte e Mulheres são de Vénus” ou a ser ignoradas uma
vez que o conceito de desigualdade entre os sexos é politicamente incorreto.
Baseada no facto de que o ténis de alta competição é igual para ambos os sexos em termos
de regras, esforço e habilidade exigidos, comparei certos fatores astrológicos dos
jogadores do sexo masculino com os das jogadoras do sexo feminino e confiei no meu
“olho”para constatar as diferenças. Esta pesquisa têm como objetivos:
• ser um caso de estudo e não uma investigação de cariz estatístico apesar de
apresentar alguma análise quantitativa;
• levantar mais perguntas do que produzir respostas e
• alertar os astrólogos, neste caso os de língua portuguesa, para a necessidade de
questionarem o mecanismo de reforço comunitário através de pesquisas.
1. Metodologia
Amostra: Decidi analisar os melhores dos melhores baseada na premissa que nestes
indivíduosas caraterísticas que os tornam grandes campeões são mais evidentes. Defini um
grande campeão ou campeã de ténis como um jogador que tenha ganho pelo menos 5
Grand Slams durante a sua carreira de tenista profissional. Os Grand Slams são os quatro
torneios anuais mais prestigiosos e mais competitivos desta modalidade realizando-se em
Melbourne, Paris, Londres e Nova Iorque. Só considerei jogadores com vitórias a partir de
1968 porque nesta data o ténis de alta competição mudou as suas regras ficando
conhecido o período daí para a frente como “era moderna”.
de Artigos
Margaret Court e Billie Jean King começaram a jogar antes da era moderna mas o número
de vitórias depois de 1968 qualifica-as para este grupo de qualquer maneira. Só há 11
mulheres com mais de 5 vitórias em Grand Slams mas para facilitar as comparações escolhi
uma 12ª depois de analisar as 3 tenistas com 4 vitórias: Maria Sharapova, Kim Clijsters e
Aranxa Sanchez Vicario. Escolhi Kim Clijsters por ter uma mais alta percentagem de jogos
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de Artigos
Planetas analisados:
As e os melhores tenistas do mundo são dotados de grande vontade de vencer, capazes de
suportarem regimes de treino muito intenso e são muito atléticos. O progresso técnico das
raquetes mudou o jogo e o atletismo necessário para jogar. Os serviços são cada vez mais
rápidos e “top spin” é agora considerado standard. Este tipo de desporto exige que os
jogadores tenham mais força e se mexam mais rapidamente do que no passado. Contudo
estratégia mental e controle emocional continuam a ser necessários. Pareceu-me razoável
considerar as energias planetárias pessoais mais importantes para o jogo e deixar de lado
os outros planetas.
Análise: As cartas foram calculadas em Solar Fire Gold e usei as definições de orbe standard
deste programa nos aspetos considerados. Não tendo hora de nascimento de 33% da
amostra, não incluí analise dos ângulos, distribuição por casas ou regentes de casas. Para os
indivíduos sem hora de nascimento fiz as cartas para o meio-dia. Analisei os planetas acima
indicados no que se refere a:
2. Resultados
A. Distribuiçãopor signos e elementos (Homens a azul e mulheres a vermelho)
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de Artigos
Surpresa: Apesar do ar ser predominante em ambos sexos os homens não têm nenhum
destes quatro planetas em Balança e mulheres não têm nenhum destes quatro planetas
em Aquário.
Surpresa: Os homens não têm nenhum destes quatro planetas no eixo Carneiro / Balança e
as mulheres não têm nenhum destes quatro planetas em Capricórnio e Aquário, signos
tradicionalmente regidos por Saturno.
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de Artigos
Surpresa: Os homens têm 27% destes planetas em terra e as mulheres 13% enquanto
signos de fogo estão presentes em 13% dos casos nos homens e em 25% nas mulheres.
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de Artigos
B. Sol
• Na amostra masculina Wilander, Sampras, Federer têm o Sol em regência. McEnroe
têm o Sol em detrimento e não háexaltações nem quedas. Só Federer têm um dispositor
final que é obviamente o Sol. Na amostra feminina Cawley é a única com o Sol no seu
domicilio e Natratilova a única com o Sol em queda. 1/3 das campeãs - Steffi Graff, V.
Williams, Henin e Clijsters - e 1/4 dos campeões - Borg, Nadal e Djokovic - têm o Sol em
Gémeos.
Nas mulheres, todos os cinco aspetos entre a Lua e Sol são harmónicos, indicando uma
concordância entre o que querem e o que precisam. Os aspetos Sol – Neptuno sugerem
sensibilidade e possivelmente a importância do poder de visualização. Estas campeãs
enfrentam constantemente a realidade da derrota e da vitória possivelmente precisam
deste aspeto mais sonhador como mecanismo de escape das pressões da competição.
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de Artigos
C. Marte
Homens Signo Observações Mulheres Signo Observações
de Artigos
A grande astróloga Sue Tompkins escreveu sobre Marte – Neptuno “this combination can
be found in all sports situations especially those that appear glamorous or raise the
physical use of the body to something of an art form”29.
Marte – Urano simboliza ação rápida, capacidade de arriscar. A combinação Marte – Vénus
(força e elegância) é bastante visível nalgumas destas campeãs que vêm para o campo com
equipamento e joias muito escolhidas. Também significa o amor pela competição numa
percentagem superior à dos homens.
D. Mercúrio
Homens Signo Observações Mulheres Signo Observações
• 5 dos jogadores têm Mercúrio no seu domicilio e todos menos dois têm uma
caraterística que torna o torna mais forte. 3 das jogadoras têm Mercúrio no seu domicílio
mas surpreendentemente apresentam muito menos caraterísticasnotórias do que os
homens.
• Aspetos de Mercúrio com maior frequência:
Homens: Mercúrio - Plutão 58% Mercúrio– Urano 33%
Mulheres: Mercúrio – Plutão 42% Mercúrio -Urano 42%
Mundo mental rápido e intenso para ambos os sexos, só apresentado pequenas diferenças
de proporção.
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de Artigos
E. Lua
Surpresa: Nenhum jogador têm a Lua num signo de fogo e enquanto no elenco feminino
os elementos estãoproporcionalmente representados. Tinha uma expetativa de que nos
homens o “ardor” da competição viesse do fundo. Enganei-me!
• Aspetos da Lua com maior frequência:
Homens: Lua – Neptuno 50% Lua – Urano 42%
Mulheres: Lua – Neptuno 42% Lua – Urano 42% Lua – Saturno 50%
Lua - Neptuno representa a idealização de casa, do lar, porque o treino e os torneios tornam
os jogadores profissionais nuns verdadeiros nómadas. Lua - Urano indica a experiencia de
serem nómadas. Os aspetos da Lua a Urano e a Neptuno são sensivelmente os mesmos em
ambos os sexos. De notar a alta percentagem de mulheres com a Lua - Saturno
simbolizando sentimentos prováveis de solidão.
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de Artigos
de Artigos
Como o eixo nodal têm uma dimensão do passado e do futuro, o planeta no fulcro da
formação em T fica com uma concentração de temporalidade que se manifesta durante
toda a vida. A astrologia clássica dava a esta posição grande importância, sendo a
quadratura aos Nodos definida como “bendings”. Lee Lehman, uma grande estudiosa de
astrologia, diz o seguinte “Planets at the bendings represent critical issues which can
change the flow of life.” Para estes campeões dominar a energia desses planetas foi um
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de Artigos
• É de notar que Chris Evert, Navratilova e sobretudo Steffi Graaf ganharam mais Grand
Slams do que o grande Federer e ninguém se referiu a elas como “rainhas”.
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de Artigos
4. Considerando a neurobiologia
Têm havido avanços recentes que permitêm compreender melhores diferenças estruturais
e hormonais dos cérebros dos homens e das mulheres. Não tenho nenhuma competência
nesta ciência mas assinalo algumas descobertas que podem explicar as diferenças
astrológicas evidenciadas nesta pesquisa.
entre signos.
• “ Os homens têm também maiores processadores na parte mais primitiva do
cérebro, naquela onde se regista o medo e se aciona agressão – a amígdala”. O que pode
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de Artigos
Por último espero que este estudo de casos, mesmo com as suas insuficiências, provoque
discussão que possa eventualmente levar a mais pesquisas e ao avanço do saber
astrológico. Também espero que alguns destes resultados encorajem os meus colegas a
enriquecer a análise astrológica olhando para declinações fora da elíptica (OOB), para as
quadraturas aos Nodos e para os dispositores.
Comentários, criticas construtivas e sugestões podem ser enviados para
jornal@associacaoportuguesadeastrologia.com
Luiza Azancot
Conselheira da Direção - Membro nº 15
www.astrocape.com
de Artigos
26greatest-players.com/Female-Tennis-Players.htm
27OOB = Out- of- Bounds, refere-se a planetas cuja declinacao está têmporariamente fora dos limites da eliptica (23°28’ Norte ou Sul)
28 http://www.nytimes.com/2011/08/28/magazine/the-fierce-intimacy-of-tennis-rivalries.html?pagewanted=all
31 Tracy Marks, “The astrology of Self-Discovery”, CRCS Publication, Sebastopol, CA,USA, 1985, pag 76
33 Louann Brizendine, M.D., “The Female Brain”, Broadway Books, New Yor, USA, 2006, pag 5
de Artigos
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O pedido da defesa para que Renato Seabra seja declarado inocente porque
no momento do crime “estava em pensamento delirante, num episódio
maníaco e desordem bipolar com características psicóticas graves”, parecia
forçado, é algo que se faz habitualmente para ilibar alguém que pratica um
crime, quando não há outra alternativa de defesa. No caso de Renato todos
sabemos que matou Carlos Castro, pela análise do mapa concluo que estava
a atravessar uma fase muito difícil e que o cenário apresentado pela defesa
enquadra-se bem, não foi no entanto aceite pelo Júri e Renato foi
condenado.
Analisando as progressões secundárias, os planetas Mercúrio e Marte,
atingirão o ascendente ao mesmo tempo e aproximadamente daqui a 24
anos, sendo provavelmente nesta altura que Renato sairá da prisão.
Notas:
1. Firdária ou períodos planetários é uma técnica astrológica medieval que divide a vida da pessoa
em períodos regidos pelos planetas, seguindo a ordem caldaica (Saturno, Júpiter, Marte, Sol, Vénus,
Mercúrio, Lua) e começando pelo Sol, nos mapas diurnos e pela Lua nos mapas nocturnos.
2. Dados de nascimento de Renato Seabra com base na certidão de nascimento, obtida na
conservatória.
3. Hora da morte de Carlos Castro é aproximada, de qualquer forma aconteceu durante a tarde. A
hora do vídeo do elevador do hotel onde o casal foi visto pela última vez, foi pelas 13h30, quando subiam
para o quarto.
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Na sequência dos fatos, o rei Ptolomeu I (que reinou entre 305-283 aC) ordenou a
construção de uma grande biblioteca (que seria conhecida como a Biblioteca de
Alexandria), para a qual afluíram estudiosos de todo o mundo que falava a língua grega. A
condição de centro comercial de Alexandria, por seu turno, aumentava a possibilidade de
difusão de conhecimentos entre Alexandria e outras regiões do mundo. Os indivíduos
letrados de Alexandria foram especialmente ativos nos séculos III e II aC, e, entre eles,
encontravam-se os ‘inventores’ da astrologia horoscópica, é certo. Os verdadeiros nomes
desses astrólogos nos são desconhecidos - isto porque utilizavam pseudônimos de reis,
heróis e sábios de seu passado. De seus livros foram preservados fragmentos, partes;
todavia, os traços essenciais do que continham puderam ser transmitidos através dos
escritos de astrólogos gregos que os sucederam. Assim, note-se que o ‘período grego’ na
verdade quer dizer ‘período alexandrino’ da astrologia; a prevalência ‘grega’, de fato, era aí
cultural e linguística, como em todo o Império Macedônico, aliás.
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Os primeiros diagramas encontrados eram círculos simples, às vezes com a cruz cardinal
desenhada, e nomes de signos e planetas escritos. Eram desenhados com o leste à
esquerda e sul ao topo porque era dessa forma que os egípcios desenhavam seus mapas
geográficos. Foi Ptolomeu que reverteu essas posições cartográficas, colocando o oeste à
esquerda, e o norte em cima.
Pode-se notar que uma nova astrologia é, então, divisada. A preocupação com a hora de
nascimento, para se ficar conhecendo o ‘decano’ ascendente, e, enfim, o signo ascendente,
começa a inaugurar este novo tipo de astrologia. Trata-se de uma astrologia horoscópica
no preciso sentido dessa palavra, ‘relativa aos começos’, relativa ao começo da vida de
alguém - este começo como anunciador de uma espécie de destino. A astrologia chega ao
nível do indivíduo, para tentar representar o funcionamento de seu destino. Junto, surgem
de forma mais ‘oficialmente’ estabelecida, os ramos hoje conhecidos como astrologia
horária e astrologia elecional (ainda que não necessariamente chamadas por esses nomes).
Esse sistema de astrologia horoscópica, ou natal, começou a aparecer em livros escritos sob
os pseudônimos de Hermes (deus grego equivalente ao deus egípcio Thoth), Hanubius,
Aesculapius, Nechepso & Petosiris e Abram - no 2º século aC. Nenhum desses textos
chegou intacto às nossas mãos. O que deles sabemos nos vem por citações ou referências
feitas por astrólogos posteriores.
Tecnicamente falando, qualquer que fosse a estrutura de tábuas de dados confeccionadas,
ainda era o zodíaco fixo, ou sideral, a ser utilizado. O que pode ser uma indicação
importante de terem sido produzidas antes de Hiparcus confeccionar suas próprias
‘tabelas’ dos posicionamentos lunares e solares - tabelas estas que, então, já se referiam ao
zodíaco tropical (=2ª metade do século II aC). As tábuas que utilizavam o zodíaco sideral
foram usadas até por volta do 4º século dC, quando passam a ser sistematicamente
substituídas pelas novas tábuas de Claudius Ptolomeu, que faziam ostensiva referência ao
zodíaco tropical. Hiparcus (190-126 aC) foi o descobridor do fenônomeno da precessão dos
equinócios, no século II aC. Confeccionou o primeiro catálogo de estrelas sistematizado e
compreensível que conhecemos, e, junto, certamente, tabelas que computavam as
posições de SOL, LUA e eclipses. Essas ‘tabelas’ expressavam posições num zodíaco tropical.
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Hiparcus
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Vania L M Marinelli
membro nº 23
http://www.arionbr.com
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A origem dos contos de fadas perde-se nos tempos. Provavelmente vêm da mesma
fonte que os mitos, mas, enquanto os mitos se foram tornando mais complexos para
responderem a uma sociedade intelectualmente mais sofisticada, os contos seguiram
outra direcção e aproximaram-se das pessoas mais simples, adaptando a linguagem e as
situações a um imaginário popular e informal.
Na verdade, os contos desempenham a mesma função dos mitos, ajudando-nos a dar
sentido e significado à vida, só que os contos fazem-no apelando directamente ao nosso
inconsciente, sem por isso precisarem de grandes elaborações mentais.
Os contos de fadas, de uma forma emocional mas também prática, apresentam-nos
exemplos de vivências suficientemente simples para serem entendidas tanto pelas
crianças como pelos adultos e, ao mesmo tempo, estão cheios de elementos mágicos e
fantásticos, suficientemente surpreendentes para nos prenderem a atenção.
Ao identificarmo-nos com as personagens e com os seus desafios, identificamo-nos
também com as suas qualidades e dons e encontramos a chave para a resolução dos
nossos próprios conflitos. A ligação dos contos de fadas ao simbolismo da Astrologia é
inevitável, a partir do momento em que reconhecemos nos contos os arquétipos universais
da linguagem dos astros. Impossível não encontrar na fábula de Esopo “A Cigarra e a
Formiga” (mais tarde reescrita por La Fontaine) as energias de Leão, que procura o prazer e
a diversão sem pensar na consequência dos seus actos, e de Virgem, metódica,
trabalhadora e organizada, mas sem a espontaneidade de quem sabe aproveitar os bons
momentos da vida. Podemos até ir mais longe e imaginarmesmo um Júpiter em Leão para
a Cigarra, muita jovialidade e auto-confiança, e um Saturno em Virgem para a Formiga, a
responsabilidade do trabalho e a gestão metódica.
A versão tradicional desta fábula favorece a disciplina em detrimento da diversão e
avisa-nos para o perigo de sermos demasiado optimistas e de não trabalharmos o
suficiente. Mas estas histórias, que pertencem à cultura popular e não são propriedade de
ninguém, vão tomando as cores dos tempos e existem actualizações da fábula nas quais os
dotes de entertainer da cigarra acabam por lhe render mais do que o esforço dedicado da
formiga. Pessoas com mais energia de Virgem no seu mapa natal provavelmente preferem
a primeira versão, aquela que valida a sua atitude e forma de funcionar, mas quem tivero
signo de Leão mais evidente vai certamente identificar-se com a Cigarra e encontrar nas
versões modernas uma conclusão mais a seu gosto.
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Talvez o final mais próximo da verdadeira integração destes arquétipos esteja na versão
animada de Walt Disney, “The Grasshopper and the Ants” de 1934, onde no fim, com a
chegada do Inverno, a Formiga partilha os seus recursos acumulados durante o Verão com
a Cigarra, a troco da sua animação musical.
Muitos contos têm como protagonistas princesas e ensinam-nos a lidar com a nossa
energia de Vénus, por isso são tão populares entre as meninas das mais variadas idades. Um
dos mais conhecidos, “A Branca de Neve”, tem como temática a dinâmica entre Vénus e Lua.
A Rainha Má vive estes dois planetas no seu aspecto sombra.Por um lado, é uma mulher
vaidosa e arrogante, que procura constantemente a validação do seu espelho mágico (ou
dos outros?), por outro, uma mãe-feiticeira que prefere aniquilar a filha a vê-la crescer e a
reconhecê-la como mulher.
Esta descrição sugere-me uma Vénus em Leão e uma Lua em Escorpião, com os dois
planetas em quadratura, a dificultar a vivência equilibrada destes papéis. Já na Branca de
Neve imagino este par em oposição, talvez a Lua em Virgem e a Vénus em Peixes, os dois
astros ainda em conflito, mas a permitir mais facilmente o processo de integração que a
mãe (madrasta) não conseguiu concretizar. Ao ficar abandonada na floresta — símbolo dos
cantos escuros da nossa psique, onde se escondem os medos, e metáfora para a casa 8 do
nosso mapa natal —a Branca de Neve inicia um movimento de harmonização das energias
dos dois planetas.
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Arrumando e limpando a pequena casa dos sete anões, ela aprende a ser a mãe dedicada,
prestável e humilde que nunca conheceu e integra a sua Lua em Virgem. Depois, a própria
mãe, disfarçada de vendedora, vem confrontá-la com os desafios de uma Vénus sem
propósito nem foco, fascinada, dispersa e funcionando apenas por si e para si mesma.
Primeiro, a Branca de Neve deixa-se seduzir por uma fita que afinal é demasiado apertada,
a seguir por um pente que está envenenado e, finalmente, por uma maçã enfeitiçada (tudo
símbolos de Vénus). Apesar da bondade do seu coração, a jovem ainda não tem
maturidade suficiente e falha os testes às intenções da sua Vénus. Ela cai então num sono
profundo, que simboliza o período de latência necessária para, de uma forma mais sincera
e genuína, pôr este arquétipo ao serviço do seu Sol, o Príncipe, completando finalmente a
integração da sua feminilidade. Independentemente dos signos onde tenhamos estes
planetas, o conto mostra-nos como pode ser perigoso viver estas energias
inconscientemente, pois só quando expressas em função da nossa essência elas se podem
manifestar na sua mais pura forma.
No conto “A Pequena Sereia”, de Hans
Christian Andersen, a ligação ao universo de
Peixes e Neptuno é óbvia e inequívoca.
Começa desde logo com o título e a
protagonista, a Pequena Sereia. A mais nova
de seis irmãs, ela é a mais calada e pensativa
e sonha com o mundo acima das águas do
mar — toda a natureza contemplativa de
Peixes implícita na descrição da
personagem central do conto. Durante a
narrativa, a Pequena Sereia salva um
Príncipe de morrer afogado e apaixona-se
por ele. Como ele não sabe sequer da sua
existência, ela decide dar a sua linda voz a
uma Bruxa em troca de duas pernas para
viver no seu mundo, em terra firme.
The Little Mermaid, Edmond Dulac (1911)
Quando finalmente o encontra, a sua mudez não lhe permite transmitir o tamanho do seu
sentimento nem todos os sacrifícios por que passou para estar com ele, restando-lhe a
dança para se expressar, mesmo com ador que sente cada vez que pousa um pé no chão,
“como se andasse sobre facas afiadas”.
O Príncipe nunca chega a corresponder o amor da Pequena Sereia e o fim da fantasia
acontece quandoelereencontra a Princesa por quem se tinha apaixonado anos antes e que
nunca mais tinha esquecido.
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Como a Bruxa lhe tinha anunciado, o frágil coração da Sereiazinha parte-se nesse
momento, mas é-lhe dada ainda uma última hipótese para se salvar. Matando o Príncipe
com uma faca no seu coração, ela regressaria à sua primitiva forma de sereia e poderia
voltar para junto das suas irmãs no fundo do mar. Mais uma vez ela escolhe o sacrifício e
abdica desta oportunidade, salvando o eterno amado. Ao mergulhar no mar, ela funde-se
com as outras “filhas do ar”, que esperam receber a sua alma imortal através de actos
bondosos para com os humanos.
Ao longo deste conto, tudo nos remete ao universo de Peixes, cada palavra, cada imagem,
cada metáfora. Desde o ambiente inicial da história, o fundo do mar, passando pela
metamorfose, pelo sofrimento e pelo sacrifício da Pequena Sereia, e até a sua morte,
quando ela se dilui na espuma das ondas. Também o amor não correspondido da Pequena
Sereia pelo seu Príncipe, nos remetea uma Vénus em Peixes ou em aspecto a Neptuno, o
amor silencioso e devocional, o amor fusional, o amor como sacrifício e salvação, mas
também a ilusão do amor e a idealização do objecto amado. Este padrão de amores
inalcançáveis e nunca concretizados é familiar aHans Christian Andersen, autor do
conto.Com a Vénus em Peixes e em trígono a Neptuno, também ele alimentou durante
toda a sua vida paixões não correspondidas nem concretizadas. De alguma forma, nesta
história ele relata a sua própria vivência de uma Vénus em Peixes, sendo o final do conto a
sublimação última desta energia.
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Uma história que nos fala, não de Vénus, mas sobre a conciliação de um Marte indomado é
“João de Ferro”. Um gigante selvagem, que vivia dentro de um poço numa floresta vizinha a
um castelo,devorava todos os que do seu poço se aproximassem. Aqui encontramos os
impulsos de um Marte violento e insubmisso defendendo de forma instintiva o seu lado
emocional e vulnerável (Marte em Carneiro na casa 8?). Eventualmente o gigante,
enorme,com longos cabelos e barbas e de uma cor avermelhada como o ferro enferrujado
(vermelho e ferro são símbolos de Marte), é capturado e posto dentro de uma jaula no meio
do pátio do castelo. Já não é possível esconder esta energia, que agora está à vista de todos,
mas bloqueada, aparentemente controlada.
O pequeno Príncipe, que brincava com a sua bola por perto deixa o brinquedo escapar para
dentro da jaula. Em troca da sua bola, o rapaz aceita libertar o gigante, mas decide fugir
com ele por medo do castigo que teria de enfrentar, ficando assimrefém de João de Ferro,
ou seja, da energia de Marte. Depois de vários testes em que o rapaz prova ter bom
coração, apesar de ser um pouco negligente com o poço que João lhe pedira para guardar
(a água, como sabemos,é metáfora para os sentimentos e afectos),o gigante liberta-o e
põe-se à sua disposição, ensinando-nos que, desde que tenhamos boas intenções,
poderemos pôr o Marte ao nosso serviço em vez de ficarmos para sempre seus prisioneiros.
Quando, anos mais tarde, o Príncipe precisa da ajuda de João, para defender um reino de
uma guerra na qual se envolvera, o gigante dá-lhe todos os recursos que necessita,
ajudando-o a ganhar a guerra e ainda, como consequência, a mão da princesa desse reino.
No fim da história João de Ferro reaparece como um rei, que tinha sido enfeitiçado, mas foi
libertado pela pureza do coração do Príncipe.Este conto mostra-nos que a melhor forma de
viver o arquétipo de Marte é, primeiro, trazê-lo à consciência, e depois garantir que as
nossas intenções são dignas, usando-o para servir os nossos sentimentos mais puros.
12 de Janeiro de 2013
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Como se percebe pelos exemplos acima, os contos de fadas espelham de forma profunda
e precisa as nossas dinâmicas internas e, por consequência, são uma projecção clara e
evidente do nosso mapa natal, fornecendo simultaneamente pistas claras para a
integração dessas energias.
Foi com este princípio em mente que idealizei o workshop “A Simbologia dos Contos de
Fadas”. Ao construir o seu próprio conto, os participantes permitem-se olhar para as
princesas e bruxas, gigantes e sereias, cigarras e patinhos dentro de si mesmos e acabam
por encontrar também a resposta para as suas próprias questões.
Exemplo disso são os contos escritos pelos participantes da primeira edição. A criatividade
abundou, a fantasia encheu o papel e os contos surgiram lindíssimos e fiéis ao imaginário
de cada um. Aqui podem encontrar alguns deles:
http://www.arvoredavidaproducoes.com/a-simbologia-dos-contos-de-fadas.html
Bárbara Bonvalot
Membro nº 64
www.arvoredavidaproducoes.com
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Contexto histórico
Estamos no final do século XI após um período sombrio marcado pelos receios do fim do
mundo do ano 1000, e num período em que os domínios da terra assentavam
fundamentalmente em senhores feudais e nos poderes dos mosteiros. A partir do século
XII as cidades começam a crescer, e, nomeadamente, a partir das Cruzadas dá-se a expansão
do comércio e o desenvolvimento dos mercados e das transações financeiras.
Esta passagem de um período mais centrado na agricultura para o comércio, corresponde
à transição da fase 6 para a fase 7 da Era de Peixes. Se a Era de Peixes tem a duração de
aproximadamente 2160 anos (30º x 72 anos, equivalente a 1º processional resultante do
terceiro movimento da Terra, o movimento de nutação), quando dividimos este período em
12 subfases temos 180 anos para cada casa ou fase ao longo de todo o ciclo.
Em casa subfase de 180 anos dá-se uma conjunção de Urano com Neptuno visto que o
ciclo destes planetas anda à volta dos 175 anos. Queria também sublinhar que a influência
dos planetas em termos do colectivo é tanto maior quanto mais estes estão afastados do
Sol, embora os planetas transpessoais não fossem conhecidos nessa época, isso não
significa que eles não se refletissem no inconsciente colectivo da humanidade da época.
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1 -Início da Era de Peixes de 2160 anos (Era Cristã). Cada 12ª fracção = 180 anos (110/111)
2 -Fim da perseguição aos cristãos. (180/360)
3-O cristianismo torna-se a igreja oficial de Roma. Queda de Roma em 476. (412 452/453)
4 - Cristianização da Europa. Ordem de S. Bento. Monastérios. 622- Islamismo
5-Carlos Magno. Império Sacro-Romano. Tentativa de unificação da Europa.
6-Fase relacionada com o feudalismo. Origem da Alemanha actual e fundação do Reino de França.
7-Fundação do Reino de Portugal. As Cruzadas. Fundação da Ordem do Templo - 1128. O Ciclo do Graal. S.
Bernardo. O Joanismo. S. Francisco. Joaquim de Ficra.
8-A crise da Idade Média (peste negra). D. Diniz e a Ordem de Cristo. A crise de 1383/1385. A perseguição
aos Templários. Fim da Idade do Filho.
9-O Renascimento. A expansão marítima. As Profecias do Fim do Mundo. O início da Era do Espírito Santo
– período de gestação. Reforma.
10-Monarquias Absolutas. Ciclo do Poder Social. Restauração. Cromwell – Inglaterra. USA e Revolução
Francesa. Racionalismo.
11-Independência do Brasil. Liberalismo, Socialismo e Monarquias Constitucionais. Independência da
América Espanhola. Revolução Industrial. Repúblicas.
12-Revolução Espiritual. Síntese da relação Espírito-Matéria. A Globalização. O Advento do V Império. 2012
– O fim do calendário Maia. 1980/2160
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Assim, o início da fase 7 dá-se por volta de 1080 até 1260 e corresponde simbolicamente a Balança na subfase de
Peixes. A passagem do elemento terra (Virgem) para Balança (Ar) marca o início de um período que acentua os
contactos, as alianças, as disputas, a bipolarização e o intercâmbio entre ocidente e oriente. Há que também
salientar que a fase 7 corresponde ao ponto médio de toda a Era de Peixes, o que acentua toda uma culminação
do ciclo da Idade Média e apelidada por alguns historiadores como “renascimento do século XII”.
Temos neste período o fenómeno das Cruzadas, sendo a 1ª convocada pelo Papa Urbano II no Concílio de
Clermont em 1095, como resposta a um pedido de ajuda do Imperador bizantino Aleixo I, para conter o avanço
turco na região. O Papa evocou a “guerra santa” prometendo indulgências em todos os que nela participem.
Jerusalém foi conquistada pelos cruzados em 1099 e houve uma série de conquistas e perdas entre cristãos e
muçulmanos que geraram ao todo, 9 Cruzadas a partir do Ocidente até ao ano de 1272.
Na primeira Cruzada dá-se o cruzamento de culturas e saberes entre Ocidente e Oriente, sabemos também que as
falanges esotéricas de cada religião comunicavam e partilhavam conhecimentos entre si, é desse encontro
célebre de Constantinopla em 1096 que se dá a concepção daquela que viria a ser a Ordem do Templo.
1118/19 - Fundação da Ordem do Templo - 9 cavaleiros, Nove Fundadores:
1. Hugo de Payens (ou Payns)
2. Godofredo de Saint-Omer
3. Godofredo de Bisol ( ou Roral ou Rossal, ou Roland ou Rossel);
4. Payen de Montdidier ( ou Nirval de Montdidier);
5. André de Montbard (tio de S. Bernardo);
6. Arcimbaldo de Saint-Amand, ou Archambaud de Saint-Aignan;
7. Hugo Rigaud
8. Gondemaro, (ou Gondomar);
9. Arnaldo ou Arnoldo; (o nono fundados Frei Arnaldo da Rocha, presume-se ser português)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ordem_dos_Templ%C3%A1rios#Os_Nove_Fundadores
“Tomaram o nome de Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão (1118 ou 1119 data da sua fundação)
por terem construído o seu castelo sobre as ruínas do antigo Templo de Salomão em Jerusalém . De dimensão
modesta em 1123 desde então chamada Ordem do Templo de Jerusalém com ideias espirituais de paz e de
caridade em proveito dos mais fracos, e defendidos, se necessário, pelas armas. Pretendia-se um reconhecimento
oficial jurídico e espiritual, sobretudo do papado. O Papa Honório II, em 1128 (Séc. XII), concedeu à Ordem a
legitimidade da sua fundação” (http://terrasdesantiago.planetaclix.pt/ordtempl.htm) após São Bernardo de
Claraval ter redigido a Regra do Templo aprovada pelo Papa no Concilio de Troyes.
Os Cruzados e os Templários em Portugal
Segundo a Teoria das Idades Portugal como reino-nação nasceu no período de apogeu da Era de Peixes (na
metade do ciclo de 2160 anos).
Antecedentes históricos: Portugal – associado ao signo de Peixes, signo consignado por Ptolomeu à região da
Lusitânia, LUX-CITÂNIA – Terra da Luz. Na Antiguidade a energia dos signos era atribuída por analogia ao carácter
das raças e povos. Convém lembrar o que os Romanos diziam dos Lusitanos quando colonizaram a Península
Ibérica: “este é um povo que nem se governa nem se deixa governar”.
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Antes das cruzadas à Terra Santa tiveram início as cruzadas na Península Ibérica a partir da
região que hoje se intitula a Catalunha, foi numa dessas incursões de cavaleiros que vieram
do centro da Europa que se situa a vinda dos Condes de Borgonha, Dom Raimundo e Dom
Henrique por volta de 1090, estes vieram ajudar Dom Afonso VI, rei de Leão e Castela, na
luta contra os Almorávidas. Após os feitos e ajuda prestada por tão insignes cavaleiros,
Afonso VI concede duas das suas filhas, Dona Urraca e Dona Tareja, doando o Reino da
Galiza a D. Raimundo e o Condado Portugalense a D. Henrique por volta do ano de 1095.
Portugal ao surgir na segunda metade da Era de Peixes, nomeadamente no seu período de
apogeu – o período das Cruzadas e dos intercâmbios das duas maiores religiões da época,
o cristianismo e o islamismo, aparece também associado a outro fenómeno cultural – o
aparecimento das Ordens de Cavalaria Monásticas. A maior destas ordens foi sem dúvida a
dos Templários, que tiveram um papel fundamental na formação do reino e na conquista
do território nacional. O fenómeno do Templarismo constitui por si um outro tema e uma
outra obra que aqui não tem lugar. No entanto, gostaria de salientar que a vertente
esotérica ou gnóstica do cristianismo estava bem patente nos seus principais
representantes pela simpatia que estes nutriam pela igreja oculta de Cristo representada
na figura de São João.
O nosso Cristianismo primordial foi eivado das mais diversas correntes gnósticas e pagãs,
porque na sua essência já tinha o cariz universal presente na energia sintética dos Peixes,
ou melhor dito nas palavras de Álvaro de Campos: “ser tudo e todos, ser plural como o
universo”. O cristianismo de Roma nunca foi muito apreciado pelos nossos primeiros reis
(alguns deles até foram excomungados) já que era demasiado, dogmático, impositivo e
demagógico, características herdadas de atavismos de certos povos, especialmente o
romano, provenientes da Era anterior ao cristianismo - a do Carneiro.
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Se fizermos a redução teosófica de 1136 (soma das parcelas) temos o nº 11 como resultado,
em termos numerológicos este é o número associado ao planeta Urano. Ora toda a fase de
1080 a 1260 (7ª fase do ciclo mundial, corresponde ao signo da Balança) é consignada à
sub-regência de Balança em pleno apogeu da Era de Peixes (2160:12=180 anos). As
conjunções de Urano e Neptuno dão-se periodicamente com ligeiras variações em cada
175 anos, marcando assim, em termos qualitativos cada um destes períodos de 180 anos.
Estas conjunções marcam períodos de grandes mudanças sociais e colectivas, o propósito
da união destes dois astros é fundir numa só unidade o individual e o colectivo, a mente e
o sentimento, o ocidente e o oriente… Nestas conjunções plantam-se sementes cujo
potencial é abrir novos rumos e ideais para a Humanidade.
Urano é o planeta que simboliza a renovação, a inovação e a liberdade. Tradicionalmente é
o regente esotérico da Balança, isso significa que ao nível da alma ele procura transformar
e renovar o verdadeiro sentido das relações humanas por uma individualização que
integre a dialéctica dos pares de opostos. Por sua vez, Neptuno em Balança, pede uma
maior abertura e compreensão do “Outro” quando exprime a vertente de luz, no aspecto
ilusório ou de sombra, originam-se mitos de projecção ou de evangelização forçada
assentes no dogmatismo - o desejo que os outros sejam iguais a nós.
O sétimo período da Era mundial de Peixes foi o período das Cruzadas, que no seu aspecto
mais primário trouxe as guerras e as pilhagens, mas por outro, levou-nos ao contacto com
outras culturas, à expansão de ideias e ao alargamento de horizontes. O trabalho de Urano
e Neptuno em Balança (1º signo do 3º quadrante colectivo) no seu aspecto mais universal
foi o de relacionar as três grandes culturas da época: o Cristianismo, o Islamismo e o
Judaísmo. Todo o 3º quadrante da Era de Peixes compreende os anos de 1080 a 1620, assim
temos a Balança ou fase 7 de 1080 a 1260; Escorpião ou fase 8 – de 1260 a 1440; e Sagitário
ou fase 9 – de 1440 a 1620.
A primeira grande conjunção dos Planetas lentos (aqueles que marcam os grandes eventos
colectivos) na fase 7, 1085 a 1265, começa com a conjunção de Urano e Plutão em Carneiro
em 1090, e corresponde à chegada dos Condes de Borgonha à Península Ibérica. Para além
das guerras, algo de novo, inusitado, intenso e pioneiro iria acontecer a partir deste período.
Simultaneamente é proclamada a 1ª Cruzada a Jerusalém no final do ano de 1095 com a
seguinte configuração: Cruz em T Cardinal formada por Urano a 23/24 de Carneiro
quadratura a Neptuno a 25 de Câncer quadratura a Júpiter a 21 de Capricórnio.
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de Artigos
Luís Resina
Conselheiro da Direção - Membro nº 22
www.luisresina.com
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de Rubrica
Pergunte ao Astrólogo
por Jorge Lancinha - membro nº 56
de Rubrica
O regente de Vénus, que é Mercúrio, faz também especto a Úrano: um trígono! Parece-me
muito claro que, embora a necessidade de estrutura e segurança nas relações seja
fundamental para C., estas devem conter suficiente abertura e flexibilidade para
permitirem uma séria busca pela individualidade e independência. A quadratura de Vénus
ao Nodo Norte em Sagitário na casa I é também outro reforço deste propósito: indica a
necessidade de encontrar um caminho próprio que possa incluir a relação sem se dispersar
nela.
Ao olharmos para a casa VII dos relacionamentos, não poderemos deixar de salientar a
conjunção de Marte com o Descendente. Este planeta é de grande importância no mapa
de C., devido não só a este posicionamento mas também pelo facto de ser o regente do
Ascendente Escorpião. De notar também o fortequincúncio que este estabelece com
Plutão. Daqui poderemos intuir que o campo dos relacionamentos implica
necessariamente questões de afirmação e assertividade. É importante que C. afirme
claramente os seus desejos e vontades, aprendendo a gerir os seus ímpetos afirmativos
dentro de uma relação. Cortes, ruturas, transformações serão necessárias até que aprenda a
não se projetar demasiado no outro.
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de Rubrica
Olhando agora para a conjuntura astrológica dos últimos meses verificamos que durante o
ano de 2012 C. esteve sob elevada pressão emocional. Temos a quadratura crescente de
Saturno em trânsito a Saturno e Lua natais durante o primeiro semestre de 2012 e a fazer
conjunção a Úrano até Setembro. Simultaneamente Plutão em trânsito faz a última das
suas quadraturas a Plutão natal também nesse mês. Trata-se de trânsitos de grande dureza,
que pedem ajustamento, restruturação, redefinição de padrões de vida.
Vénus natal esteve também sobre tensão desde Abril de 2011 até Novembro de 2012 com
a oposição de Neptuno em trânsito. A relação que C. mantinha na altura estava claramente
a diluir-se neste processo de transformação que abria caminho a novas formas de
realização emocional.
Em Dezembro Saturno transita pelo Ascendente e não é de surpreender que esse tenha
sido o momento em que C. decide romper com a situação estabelecida e seguir um novo
rumo.
A pergunta de C. é portanto se está no caminho certo ao fazer planos para viver junto com
o seu parceiro e considerar a possibilidade de terem filhos.
60
de Rubrica
de Rubrica
Chamo a atenção para um outro fator muito importante neste mapa temporal e que tem
algo de muito simbólico a acrescentar a este período da vida de C.: em Setembro deste ano
Vénus faz conjunção a Plutão natal por arco solar e em Setembro de 2014 a Lua fará
conjunção a Vénus também por arco solar. Convocando aqui a mitologia clássica,
poderemos entender melhor a importância destas conjugações:
- Perséfone, filha de Deméter(deusa das colheitas), mantinha com a mãe uma relação
extremamente umbilical e dependente. Vénus, a deusa do amor, não acha graça a este tipo
de relação, e inspira em Plutão uma paixão pela jovem virgem. Este rapta-a e faz dela sua
esposa. Perséfone é resgatada posteriormente mas fica para sempre ligada à sua função de
rainha do submundo.
de Rubrica
Jorge Lancinha
Membro nº 56
www.astrologia.jorgelancinha.com
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de Estudante Astrologia
M acrobius 1: "...eles dizem que quando esse dia começou que foi o primeiro de todos e é,
portanto, justamente chamado de aniversário do mundo, Carneiro estava no Meio-do-Céu, e
porque o Meio-do-Céu é como se fosse o vértice do mundo, Carneiro foi, portanto, considerado
o primeiro entre todos eles, o único que apareceu como a cabeça do mundo no início da luz. E
acrescentam a razão porque esses doze signos são atribuídos aos poderes dos diferentes
deuses. Por isso dizem que nesse mesmo mapa do nascimento do mundo, Carneiro
encontrando-se, como tínhamos, dito no Meio-do-Céu, o horoscopus [ascendente] do mundo a
nascer era Caranguejo, trazendo à tona nesse momento a Lua. O Sol estava a nascer junto com
Leão, Virgem com Mercúrio, Balança com Vénus, Marte estava em Escorpião, Sagitário tinha
Júpiter e Saturno estava vagando em Capricórnio..." 2
Thema, palavra de origem grega que significa construir, algo estabelecido, o estabelecer de
uma fundação.
Mundi, palavra latina para mundo, universo, tudo o que é grande, firmamento.
Thema Mundi é o mapa do estabelecimento, da fundação do universo, do mundo.
Thema Mundi é o nome dado a um mapa que circulou no mundo antigo assim como no
período medieval. Representa metaforicamente a natividade ou o horóscopo do mundo,
dá-nos a posição onde os planetas se encontrariam aquando da sua criação.
Referências a este mapa aparecem em textos helenistas, perso/arábes assim como na
literatura medieval e renascentista.
A primeira referência ao texto aparece mencionada em Thrasyllus3 , cerca de 36 AD,
astrólogo e conselheiro do imperador Tiberius.
Foi o astrólogo romano Firmicus Maternus que nos deu orientações na transmissão do
Thema Mundi, pode ler-se em Matheseos Libri VIII: O Horóscopo do Mundo
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de Estudante Astrologia
"Nesta doutrina, Petosiris e Nechepso seguiram Aesculápios e Hanúbis. A eles, o Mui Poderoso
Mercúrio confiou o segredo. Eles levantaram o mapa do nascimento do universo como se
segue: o Sol no 15º grau de Leão, a Lua no 15º grau de Caranguejo; Saturno no 15º grau de
Capricórnio; Júpiter no 15º grau de Sagitário; Marte no 15º grau de Escorpião; Vénus no 15º
grau de Balança; Mercúrio no 15º grau de Virgem e o ascendente no 15º grau de Caranguejo." 4
Thema Mundi
As Regências
A Doutrina dos Aspectos
As Exaltações
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de Estudante Astrologia
de Estudante Astrologia
É contado em textos antigos de forma alegórica que quando Deus colocou o mundo em
movimento e o Sol começou a avançar de Leão para Virgem, Mercúrio com medo do calor
do Sol fugiu para o mais longe possível e foi parar a Gémeos, à medida que o Sol ia
avançando também Vénus que se encontrava em Balança fugiu para Touro, e, assim
sucessivamente os restantes planetas; Marte para Carneiro; Júpiter para Peixes e Saturno
para Aquário, ficamos assim com as restantes regências:
Mercúrio no signo de Gémeos
Vénus no signo de Touro
Marte no signo de Carneiro
Júpiter no signo de Peixes
Saturno no signo de Aquário
Regências Planetárias
O que o Thema Mundi nos mostra até aqui é essencialmente a noção básica das regências
planetárias.
3. O THEMA MUNDI E A NATUREZA DOS ASPECTOS
O Thema Mundi também pode ser usado para ilustrar o significado fundamental dos
aspectos. Em astrologia clássica assim como em astrologia moderna os aspectos de Sextil e
de Trígono são conhecidos por serem auxiliadores, bons, positivos, criativos enquanto que
a Quadratura e a Oposição são impeditivos e desafiadores.
67
de Estudante Astrologia
Se olharmos para o Sol e para a Lua no Thema Mundi eles são os luminares, o rei e a rainha,
os líderes que definem o 'sect' do mapa - o dia e a noite.
Se partirmos do Sol em Leão, a primeira configuração de um Sextil dá-se em Balança e
vemos que Vénus é a regente de Balança - assim, o Sextil é da natureza de Vénus; vemos o
mesmo padrão se partirmos da Lua em Caranguejo para a Vénus em Touro.
"...É dito que o aspecto de sextil é um bom aspecto e é um aspecto de média (mas não completa)
amizade e concordância. É dito que é um aspecto de média amizade, porque é proveniente de
Vénus e dos luminares, uma vez que os domicílios de Vénus aspectam os domicílios dos
luminares por um aspecto de sextil. Por isso é dito que este aspecto é de média amizade porque
Vénus é um benéfico medianamente forte e não perfeitamente." 8
A configuração seguinte, partindo do Sol em Leão, é de uma Quadratura com Escorpião, e
sendo um aspecto difícil, vemos que é da natureza de Marte, pois Marte é o regente de
Escorpião; mais uma vez temos a mesma configuração se partirmos da Lua em Caranguejo
para Marte em Carneiro.
"E o aspecto de quadratura é dito que é moderadamente mau, e é um aspecto de média
inimizade e discordância, mas não de forma completa. E é dito que é um aspecto de média
inimizade porque é proveniente de Marte e dos luminares, uma vez que os domicílios de Marte
olham os domicílios dos luminares a partir de um aspecto de quadratura. Por isso este aspecto
é dito ser de média inimizade, porque Marte é menos maléfico que Saturno, assim como Vénus
é menos benéfica que Júpiter." 9
Seguindo o mesmo padrão iremos ter um Trígono de Leão para Sagitário, sendo este o mais
benéfico aspecto vemos que é da natureza de Júpiter, o regente de Sagitário, temos mais
uma vez a mesma configuração de Caranguejo para Peixes.
"Mas o aspecto de trígono é dito ser um bom aspecto, e é um aspecto de perfeita amizade, e de
perfeita concordância, e completa bondade. E é dito ser um aspecto de perfeita amizade e
concordância porque é proveniente de Júpiter e dos luminares, uma vez que os domicílios de
Júpiter aspectam os domicílios dos luminares a partir de um aspecto de trígono. Por isso este
aspecto é dito ser de perfeita amizade, porque Júpiter é um forte e perfeito benéfico, para lá de
todos os outros benéficos, e de quem nenhuma bondade está em falta." 10
O último dos aspectos principais, ptolemaicos, é a Oposição que a partir do signo de Leão
é com Aquário e sendo o seu regente Saturno, a Oposição é da natureza de Saturno,
impeditivo, difícil e desafiador. Temos de novo a mesma configuração partindo da Lua em
Caranguejo para Saturno em Capricórnio.
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de Estudante Astrologia
de Estudante Astrologia
Os planetas diurnos:
Sol
Júpiter
Saturno
Os planetas nocturnos:
Lua
Vénus
Marte
Mercúrio tanto pode ser diurno como nocturno dependendo se nasceu antes ou depois do
Sol, respectivamente.
Se repararmos, cada um dos planetas diurnos, Sol, Júpiter e Saturno, está configurado em
Trígono a partir do seu signo de exaltação para com o signo da sua regência.
O Sol em Carneiro, onde se exalta, faz um Trígono ao seu signo de regência, Leão.
Júpiter em Caranguejo, onde se exalta, faz um Trígono ao seu signo de regência, Peixes.
Saturno em Balança, onde se exalta, faz um Trígono ao seu signo de regência, Aquário.
Exaltações Diurnas
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Por sua vez os planetas nocturnos, Lua, Vénus e Marte estão configurados em Sextil a partir
do seu signo de exaltação para com o signo da sua regência.
A Lua em Touro, onde se exalta, faz um Sextil ao seu signo de regência, Caranguejo.
Vénus em Peixes, onde se exalta, faz um Sextil ao seu signo de regência, Touro.
Marte em Capricórnio, onde se exalta, faz um Sextil ao seu signo de regência, Escorpião.
Exaltações Nocturnas
Mercúrio que tanto pode ser diurno como nocturno, exaltado em Virgem, faz uma
Quadratura ao seu outro signo de regência, Gémeos.
Exaltação de Mercúrio
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de Estudante Astrologia
Referências:
1 Macróbio ou Ambrósio Teodósio Macróbio (em latim: Flavius Macrobius Ambrosius Theodosius ou Ambrosius
Aurelius Theodosius Macrobius) é um escritor, filósofo e filólogo romano, autor das Saturnais e do Comentário ao
Sonho de Cipião. Segundo uma das versões, nasceu por volta de 370 na Numídia, na África. Exerceu grande
influência na Idade Média pela transmissão e elaboração de uma parte da tradição filosófica grega pagã. -
http://pt.wikipedia.org
2 A History of Western Astrology © Jim Tester 1987 - The Boydell Press
3 The Astrological Record of the Early Sages - Definitions and Foundations © Traduzido e comentado por Robert
H. Schmidt, Volume Two - Project Hindsight
4 Matheseos Libri VIII - Firmicus Maternus - © Tradução CMM - Biblioteca Sadalsuud
5 Ibid.
6 Höroskopos, o mesmo que ascendente.
8 Late Classical Astrology: Paulus Alexandrinus and Olympiodorus with the Scholia from Later Commentators ©
Traduzido por Dorian Gieseler Greenbaum, M. A., ARHAT
9 Book of Astronomy - Guido Bonatti © Traduzido por Benjamin N. Dykes, PhD, Volume I - The Cazimi Press 2007
10 Ibid.
11 Ibid.
12 Ibid.
de Estudante Astrologia
Actualidade do tema
Nos dias de hoje os cidadãos começam a sentir-se e a querer viver de uma forma holística;
uma das razões encontradas é porque o sedentarismo se encontra em níveis bastante
elevados e sentirem que uma mudança deve tomar lugar, já não é satisfatório tratar apenas
o corpo, nem apenas os sintomas. As terapias que encaram o ser humano como um
todoencontram-se em discussão e até mesmo em Portugal já foi aprovado em Janeiro um
decreto de lei que visa regulamentar este tipo de práticas de terapias chamadas “não
convencionais”. A visão de sermos um ser holístico está cada vez mais presente no nosso
dia-a-dia: é discutido com amigos, familiares, internet, nos meios de comunicação mais
convencionais: na rádio, tv, jornais e revistas. O uso crescente de medicinas alternativas e
complementares tem vindo a ser demonstrado em inquéritos conduzidos em diversos
estados membros da UE e é algo que trará, num futuro próximo, mais segurança em termos
de regulamentação e qualidade dos serviços prestados.
Ao longo dos últimos anos conseguimos ver uma maior abertura a todo o tipo de terapias
chamadas alternativasem parte pelo falhanço das práticas médicas estabelecidas.
Analisando astrologicamente esta situação deve-se muito ao facto de alguns planetas
transpessoais terem passagens em Peixes, que é um signorelacionado à espiritualidade e
aos níveis da realidade além do mundo quotidiano, é possivelmente por esta razão que os
interesses religiosos e espirituais tenham vindo a ganhar prioridade em termos globais. Há
mudanças em todas estruturas ortodoxas (medicina e religiões) pois a psique coletiva
despertou para uma busca de valores espirituais mais inclusivos, mais holísticos e
integrativos de uma forma única, diferente e criativa.
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de Estudante Astrologia
de Estudante Astrologia
A medicina medieval servia-se do horóscopo, pois acreditava que a posição dos planetas
nos 12 signos do Zodíaco de algum modo afetava a saúde dos seres humanos, do mesmo
modo que a Lua condicionava as marés e o Sol as boas safras. Cada órgão humano
obedecia aos humores de um signo. O sábio Avicena (980-1037) acreditava que era “a má
disposição dos céus quem rapidamente enferma os corpos”. Dizia que se devia ao ar
corrompido pelos astros a responsabilidade pelos surtos de epidemias que apavoravam e
devastavam a sociedade medieval.
Exatamente por isto os estudantes de medicina da Universidade de Bologna terem que
estudar astrologia por quatro anos, para que quando aplicassem a sangria num paciente
ela não fosse feita durante um estágio não conveniente da Lua (a Lua cheia, estavam certos,
provocava uma hemorragia em excesso).
A astrologia médica não deve, no entanto, ser considerada plenamente completa ou
inflalível, sendo que a podemos analisar sempre como um indicador das tendências à
doença por parte do indivíduo.
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de Estudante Astrologia
Saúde e Bem-Estar
A saúde tem uma influência colossal na sensação de felicidade do individuo, há quem diga
que não existe felicidade sem saúde. Ora não existe objectivo mais universal para o Ser
Humano que o alcance da felicidade! Quando pensamos em qualidade de vida, já não
pensamos apenas em ter um corpo de sonho, queremos ter um corpo mais apto para
disfrutar o prazer de viver e que funcione correctamente.; queremos ter uma mente livre de
traumas e o espírito em expansão de consciência.Assim que tenhamos consciência que a
mente e o espírito tem influência directa na nossa saúde, que as nossas emoções
influenciam o estado do nosso corpo físico, torna-se mais fácil compreender o recurso à
Astrologia para facilitar a melhoria e manutenção do estado de saúde pleno, que nos pode
dar indicações preciosas de: quais as principais afecções poderá o individuo sofrer, de que
forma o individuo integra psicologicamente a sua realidade (muito importante para identificar
doenças somáticas) e ainda de que forma podemos ajudar de forma relevante o nosso paciente
tendo em conta os trânsitos que estão a atravessar.
Devemos sempre ter em mente que o corpo faz parte do problema e da cura, que deverá
tomar lugar uma mudança de conduta e de hábitos de vida, para que se comecem a
verificar melhorias significativas nos pacientes, especialmente em casos crónicos. A
astrologia mostra-se aqui uma ferramenta indispensável na ajuda da prevenção e da
manutenção da saúde dos pacientes. A medicina alopática (tradicional) trata a doença
eliminando apenas os sintomas, na maior parte das vezes e raramente se focando na busca
da origem dos sintomas, ou seja, a doença; por outro lado as medicinas naturais na maioria
do casos vão à origem do problema encarando o paciente como um todo e não tendo
como foco apenas os sintomas, obviamente que nos casos agudos há um foco na melhoria
da qualidade de vida do paciente, o que muitas vezes passa por minimizar a dor.
P.e.x. Estar alerta para o facto de que o tratamento será mais lento, pois o tratamento tem
como foco principal o desequilíbrioinstalado e não apenas a eliminação os sintomas
apresentados, o que por vezes torna o processo mais lento, quanto mais enraizado esteja o
problema.
Como procede um NaturopataAstrólogo?
Baseia-se em primeiro lugar nas regencias tradicionais:
Carneiro: a cabeça, o crânio e particularmente o cérebro, centros motores que regulam toda
a actividade física e mental.
Touro: os ouvidos, o nariz e a garganta, as adenoides, as amígdalas e a laringe. O cérebro e a
tiroide, em associação com Mercúrio e determina o consumo e a eliminação do alimento.
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de Estudante Astrologia
Depois analisa o mapa pessoal de cada paciente para identificar quais os tipos de
afecções/fragilidades a pessoa terá.
Por passos:
1. O Ascendente e a primeira casa, e planetas presentes – pois a primeira casa também está
relacionada com o corpo e simboliza o paciente.
2. A influencia do Sol e da Lua e o planeta regente; se a Lua ou Sol fazem algum aspecto
com esse planeta.
3. A sexta casa, qualquer planeta ali posicionado e seu regente – pois esta casa indica
também como será a nossa saúde e/ou como vivenciamos a nossa saúde.
4. décima segunda casa e seu regente – representa o que pode ocasionar a doença, como
o paciente reage em momento de crise e seu subconsciente.
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de Estudante Astrologia
Fontes:
Mann, A. T.; A astrologia e a arte de curar, Editora Pensamento, 10a edição
Parker, Julia & Derek; Manual completo de astrologia, Civilização Editores, 2004
Queiroz-Tibet, Elizabeth; A astrologia de saúde funcional e ortomolecular, Editora Roca, 2002
http://www.astro.com/astrologia/in_info_p.htm - acessado em Fevereiro 2013
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de Efemérides
Efemérides Trimestrais
por Luiza Azancot - membro nº15
e Jorge Lancinha - membro nº 56
de Efemérides
de Efemérides
28 Vénus conjunto a Júpiter-uma boa altura para expandir a sua vida social e
conhecer novas pessoas.
31 Ingresso de Mercúrio em Caranguejo 08:06 04:06
Ingresso de Marte em Gémeos 11:39 07:39
JUNHO LISBOA RIO DE JANEIRO
3 Ingresso de Vénus em Caranguejo 03:12 23:12 de 2 de Junho
7 Vénus trígono a Saturno e Neptuno-abra o seu coração e ligue-se
emocionalmente. Este é um momento muito especial de comunhão, partilha e fluidez nos
afetos.
Marte quadratura a Neptuno-pode ser difícil definir um sentido concreto para as
suas ações. Tente não desperdiçar energia em divagações dispersas.
8 Lua Nova a 18° de Gémeos 16:56 12:56
11 Vénus oposto a Plutão-o desafio é viver as ligações emocionais sem se perder no
apego, na possessividade e na dependência. Esta é uma oportunidade de transformação…
Saturno trígono a Neptuno-a intuição deverá ser o nosso guia e a Alma o nosso
mestre na construção de um mundo mais alinhado com o propósito divino.
12 Vénus quadratura a Úrano-o amor cresce na liberdade, mas não confundir
desapego com distanciamento e frieza.
17 Marte sextil a Úrano-afirme as suas ideias, exprima-se!
19 Sol conjunto a Júpiter-acredite em si e no seu potencial. Vá a uma palestra,
inscreva-se num workshop, aprenda mais sobre o que estimula o seu interesse.
21 Ingresso do Sol em Caranguejo 06:03 02:03
23 Lua Cheia a 2° 09’ Capricornio 12:32 08:32
25 Ingresso de Júpiter em Caranguejo 02:39 22:39 de 24 de Junho
26 Mercúrio Rx 23° 06’ Caranguejo 14:07 10:07
27 Ingresso de Vénus em Leão 18:03 14:03
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