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Percepção Ambiental: perceber os impactos provocados pela

ação humana no meio ambiente


DIAS, Marta Élen Correia Moreira1; LEAL, Nilma Maria de Oliveira2; DIAS, COUTINHO, Maria
José Mendes Souza3; PINTO, Leila Cristina B.C.R4. OLIVEIRA, Wilhan Souza de5; LOPES, Iris
Solange de Oliveira6.

Resumo

O meio ambiente é um dos recursos finitos que o homem utiliza para fins de desenvolvimento
enquanto utilizador e ocupador do espaço em que vive. Mas, a partir do momento em que este
homem se estabelece, transforma e capitaliza, o espaço natural, gera impactos ao meio
ambiente. Nesta perspectiva, o estudo desenvolveu uma reflexão acerca da inserção e da
relevância do uso da percepção ambiental, que pode ser entendido como cada indivíduo
percebe, concebe, cuida e protege o meio em que vive. Metodologicamente, trata-se de uma
revisão bibliográfica, dando ênfase a relação do homem com o meio ambiente, através da
assimilação, valorização e respeito. O objetivo foi entender os desafios, os avanços e as
mudanças de comportamento do homem com a natureza, a partir dos estudos de Holtzer,
Kevin Lynch, Hugh Prince. Os resultados apontaram que: a) os impactos ambientais têm
modificado a paisagem natural; b) os impactos ambientais se devem, também, à necessidade
do homem; c) os impactos têm gerado insatisfações, dividem opiniões; d) os impactos sociais
acompanham a história dos povos do mundo todo.

Palavras-chave: Percepção ambiental; Impactos; Educação; Qualidade.

abstract

1
Mestranda em Ciências da Educação da UNIGRENDAL Polo em Teixeira de Freitas.
2
Mestranda em Ciências da Educação da UNIGRENDAL Polo em Teixeira de Freitas.
3
Mestranda em Ciências da Educação da UNIGRENDAL Polo em Teixeira de Freitas.
4
Mestranda em Ciências da Educação da UNIGRENDAL Polo em Teixeira de Freitas.
5
Mestrando em Ciências da Educação da UNIGRENDAL Polo em Teixeira de Freitas.
6
Mestranda em Ciências da Educação da UNIGRENDAL Polo em Teixeira de Freitas.

1
The environment is one of the finite resources that man uses for development purposes as a
user and occupier of the space in which he lives. But from the moment this man establishes
himself, he transforms and capitalizes, the natural space, generates impacts to the environment.
In this perspective, the study developed a reflection on the insertion and relevance of the use of
environmental perception, which can be understood as each individual perceives, conceives,
cares for and protects the environment in which they live. Methodologically, this is a
bibliographical review, emphasizing the relationship between man and the environment, through
assimilation, appreciation and respect. The objective was to understand the challenges, the
advances and the changes of the behavior of the man with the nature, from the studies of
Holtzer, Kevin Lynch, Hugh Prince. The results showed that: a) environmental impacts have
modified the natural landscape; b) environmental impacts are also due to man's need; c) the
impacts have generated dissatisfaction, divide opinions; d) social impacts accompany the
history of the peoples of the world.

Keywords: Environmental perception; Impacts; Education; Quality .

1 Considerações iniciais

Inicialmente, é preciso que se diga que a degradação ambiental é um processo


pelo qual se tem uma relação dos potenciais de recursos renováveis,
provocados por uma combinação de agentes se manifestando no ambiente em
questão.

Os impactos ambientais são ainda, desequilíbrios provocados pelo choque de


relação do homem com o meio ambiente. Percebe-se que um dos fatores mais
importantes e preocupantes em todo mundo hoje são atividades sociais e
econômicas, que vem acarretando problemas como desmatamento, erosão,
perda da fauna e flora contaminação de rios etc.

Por isso, vale salientar o quão importante é trazer este tema para debater e
refletir, no que diz respeito ao processo de degradação ambiental, que, por sua
vez, tem sido, de uma forma geral, esquecida pela maioria e os problemas tem
surgido e passado despercebidos.

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Podemos afirmar que apesar dos desafios, existem esforços de algumas
instituições para tentar conter a degradação, porém, pode-se ressaltar que é
extremamente necessário, o apoio da comunidade organizada (políticas
públicas, educação ambiental, políticas ambientais, apoio aos movimentos
sociais, ONGs, programas ecológicos, etc.), e iniciativas concretas para o
enfrentamento deste problema. Se cada um fizer a sua parte, certamente,
teremos de volta um ambiente mais saudável, sustentável e garantidor de um
futuro pleno para o ecossistema do planeta.

2 Em busca do conceito de Percepção Ambiental

Não é possível falar de degradação, impactos, problemas, sem o devido


entendimento do significado de Percepção Ambiental, doravante PA. A PA se
resume no processo de reunir e integrar informações acerca do meio,
ocorrendo uma avaliação pessoal que varia conforme o indivíduo e as
características do próprio ambiente.

Foi a partir das discussões mundiais sobre meio ambiente que o Brasil buscou
inserir nas suas instituições, políticas que abrangem as questões ambientais,
visando desenvolver um sistema descentralizado, responsabilizando União,
Estados e Municípios pela gestão ambiental. Cada esfera governamental, seja
ela Federal, Estadual, Municipal, exerce diferentes papéis no que diz respeito à
execução da gestão pública ambiental. Afunilando para os municípios de forma
que pode-se aplicar educação ambiental a nível local, podemos elencar:
obtenção de informações, sensibilização para a participação popular, legislação
local, parceria com empresas e execução de projetos, fiscalização,
monitoramento da qualidade ambiental e recursos financeiros (IBAMA, 2006).

É a partir de uma gestão compartilhada, com foco na educação ambiental de


valorização da percepção do indivíduo ou grupos de indivíduos, como forma de
conscientização para o bem estar social e ambiental. Neste contexto,
Rodríguez (2014) afirma que a Educação Ambiental, tem como propósito
básico incorporar a cultura ambiental nas percepções, comportamentos e nos
imaginários das populações. Fritzsons e Mantovani (2004, p.01) confirmam que

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a finalidade “é a conservação da natureza por indivíduos conscientes do seu
papel como agentes da história do planeta”.

Sendo assim, segue alguns conceitos sobre Percepção e Percepcepção


Ambiental: o psicólogo Hochberg (1973, apud ALTEMBURG, 2011), afirma que
a percepção é um dos mais antigos temas de especulação e pesquisa no
estudo do homem [...]. Estudamos a percepção numa tentativa de explicar
nossas observações do mundo que nos rodeia. Segundo esse autor, o estudo
da percepção começou muito antes de existir a ciência da Psicologia, sendo as
primeiras pesquisas, obras de fisiologistas e físicos.

A psicologia define “percepção” como: o processo de organizar e interpretar


dados sensoriais recebidos (sensações) para desenvolvermos a consciência do
ambiente que nos cerca e de nós mesmos, ou seja, a percepção implica
interpretação (DAVIDOFF, 1983). Dorin (1984) explica a percepção, como
sendo o procedimento pelo qual compreendemos aquilo que é externo a nós.
Conforme o mesmo, “é um processo pelo qual tomamos consciência imediata
dos objetos e fatos e de suas relações num dado contexto ambiental” (DORIN,
1984, p. 163). Percepção é sempre uma interpretação pessoal de um evento
externo.

Por volta do ano de 1960, começaram as discussões e análises da percepção


ambiental, Holtzer (1993), traz alguns autores humanistas e suas abordagens
teóricas sobre percepção ambiental, exemplos, Kevin Lynch, destaca o papel
relevante do sujeito e sua imagem como fonte de estabilidade e equilíbrio do
homem e sua ligação com o meio em que vive com a seguinte afirmação:
“Facilidade com que cada uma das partes [da cidade] pode ser reconhecida e
organizada em um padrão coerente” (LYNCH, 1960, p.2) .; Hugh Prince (1961),
indica “os aspectos subjetivos da arte e da descrição com a explicação, na qual
a visão subjetiva não tinha lugar”; Roger Downs (1970), tinha como ponto de
partida a geografia analítica e na percepção ambiental, uma maneira de
explicar o comportamento espacial: “estrutural, que se refere à identidade e
estruturação da percepção do espaço; avaliativa, que procura estimar os
fatores ambientais valorizados pelas pessoas; da preferência, que procura

4
diferenciar espacialmente os objetos a partir da escala de preferência”
(HOLTZER, 1993, p. 115-121).

Apesar da temática não ser totalmente desconhecida, foi a partir da psicologia


ambiental que consolida-se os estudos sobre percepção ambiental, e a partir
da década de sessenta, sendo o período anterior caracterizado por
investigações dispersas sobre as relações do ser humano com seu ambiente
(LEE, 1977, p. 12).

Diante do exposto, o trabalho fundamenta-se na percepção ambiental, em que


o indivíduo parte da sua realidade, ou seja, do seu entorno para uma existência
externa, desenvolve a capacidade de perceber além do mundo que o cerca.
Robbins (1999), define-a como a maneira como os indivíduos organizam e
interpretam suas impressões sensoriais, a fim de dar sentido ao seu ambiente.
Segundo, Doron e Parot (2001, p. 570), a percepção indica uma “função de
captação de informação dos acontecimentos do meio exterior, ou do meio
interno, pela via dos mecanismos sensoriais”.

A percepção ambiental é, por sua natureza, algo individual, já que cada pessoa
percebe conforme suas interações, sua cosmovisão, e reage de forma única,
converte-se isso, como uma das principais dificuldades para a proteção de
ambientes naturais, baseados na existência de diferenças nas percepções dos
valores e da importância dos mesmos entre os indivíduos de culturas diferentes
ou de grupos socioeconômicos que desempenham funções distintas, no plano
social, nesses ambientes.

A educação e percepção ambiental despontam como armas na defesa do meio


natural e ajudam a reaproximar o homem da natureza, garantindo um futuro
com mais qualidade de vida para todos, já que despertam maior
responsabilidade e respeito dos indivíduos em relação ao ambiente em que
vivem.

As convivências que decorrem entre ser humano e a natureza estão


intrinsecamente ligadas com a forma a qual determinados grupos interagem
com o meio ambiente dentro da percepção real que se tem do espaço onde

5
eles estão inseridos. Essa visão do ambiente estaria ligada à leitura que cada
indivíduo ou comunidade faz do meio ambiente onde vive. (RIBEIRO; LOBATO;
LIBERATO, 2009).

Segundo Tuan (1980), de acordo com as modificações culturais sofridas pela


sociedade ao longo do tempo, o comportamento, o sentimento, a visão, e, é
claro, o relacionamento com o ambiente sofrerá significativas alterações. A
cultura e o meio ambiente contribuem para diferentes interpretações acerca
das particularidades da percepção e atitudes ambientais, bem como a ligação
histórico-afetivos podem trazer acepções singulares a respeito do MA. Nessa
perspectiva,

A percepção humana da realidade é individual e seletiva. Todavia,


não se pode desconsiderar que, por mais diferentes que sejam as
percepções de indivíduos e de grupos sobre o meio, como membros
da mesma espécie, existem limitações ao ver os objetos e os
fenômenos da realidade de uma certa maneira (RIBEIRO; LOBATO;
LIBERATO, p. 56, 2009).

A questão ambiental e a percepção ambiental é um dos obstáculos


contemporâneos, Oliveira (2009) ressalta que a interdependência entre
sociedade e natureza é algo que a sociedade ainda encontra muito obstáculo
para compreender o sentido político e afetivo. Mostra, também, os diferentes
pontos de vista, no tocante à percepção ambiental, a partir das diversidades
socioculturais, de práticas coletivas ou individuais, sendo consideradas
comportamentos e normas referentes ao meio ambiente “físico, natural e
humanizado. Desta feita usa-se o neologismo topofilia, para expressar as
alianças afetivas que são desenvolvidas em relação ao meio ambiente, direta
ou simbolicamente”. (OLIVEIRA, p. 61, 2009).

Dessa forma, perceber-se como parte intrínseca do meio é essencial para viver
com qualidade e interagir de fato com a natureza e com o outro. De
conformidade com Oliveira, Melazo (2005), reforça o argumento quando diz [...]
ocorre por meio dos órgãos dos sentidos associados a atividades cerebrais. As
diferentes percepções do mundo estão relacionadas às diferentes
personalidades, à idade, às experiências, aos aspectos socioambientais, à

6
educação e à herança biológica. Os estímulos sensoriais, os sentimentos
relacionados ao espaço e a paisagem originam-se de experiências comuns
voltadas para o exterior (MELAZO, 2005, p. 47).

A Percepção Ambiental como Ferramenta Para Processos de Educação


Ambiental

Na compreensão de Nathália Calih (2000), “há três motivos para se


conscientizar e combater os problemas ambientais: pela economia (evitando o
desperdício); por respeito à sua casa, o Planeta Terra; ou pelo simples fato de
querer ser útil à humanidade. ’’

Segundo Martins (2009), “área degradada é aquela que, após sofrer um forte
impacto, perdeu a capacidade de retornar naturalmente ao estado original ou a
um equilíbrio dinâmico, ou seja, perdeu sua resiliência […]”. Mesmo os
impactos ambientais podendo ser de forma positiva ou negativa ao meio
ambiente, depois de uma área ter sido degradada, de maneira nenhuma ela
voltará a ser como era antes do ocorrido.

Para Martins (2012), “no Brasil, a partir da década de 1980, iniciou-se uma
frente de reação ao processo de degradação ambiental, cujo foco é a
restauração dos ecossistemas já degradados”. “Pós Conferência das Nações
Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio 92), realizada na
cidade do Rio de Janeiro em 1992 e, mais recentemente, em 2003 (Brasília ),
nas Conferências Infanto-Juvenil e a Nacional de Meio Ambiente.” A partir das
conferências já citadas, a sociedade brasileira passou a discutir os sérios
problemas que o meio ambiente vem sofrendo, mas, está longe o
envolvimento, a percepção e a consciência do indivíduo como parte de um
todo. Com tantos problemas ocasionados pela degradação ambiental, algumas
medidas globais foram tomadas para tentar amenizar essa situação. Sendo a
maior delas em Estocolmo, na Rússia.

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Estratégias para envolver a sociedade e perceber a compreensão que os
mesmos tem do meio em que vive

Após uma abordagem também conceitual sobre o tema, podemos usar a


percepção ambiental como metodogia para avaliar a degração do meio
ambiente e suas consequencias, ou ainda, buscar analisar através de pequisa
o grau de comprementimento, sensiblidade, ou a ligação que une a pessoa o
lugar ou ambiente físico. Para Tuan, (1980: 86) “ a medida que a sociedade e a
cultura envolvem com o tempo, pode mudar a atitude com o meio ambiente –
até intervir-se”, vindo a desenvolver sentimentos topofílicos ou topofóbicos
dependendo das circunstâncias. Tuan (1980, p. O5) reafirma seu conceito de
“topofilia” “o elo afetivo entre a pessoa o lugar ou ambiente físico.

Segundo Faggionato (2002), existem várias formas de se estudar a percepção


ambiental, entre elas o uso de questionários, mapas mentais e até
representação fotográfica, histórias orais, trajetórias culturais dos povos até
relatos individuais e coletivos. De acordo com a autora encontram-se
trabalhos de percepção ambiental […] “que buscam não apenas o
entendimento do que o indivíduo percebe, mas promover a sensibilização, bem
como o desenvolvimento do sistema de percepção e compreensão do
ambiente”. Normalmente a investigação tem o objetivo de identificar,
caracterizar a importânica e prioridades dos principais problemas ambientais ou
sociais de uma determinada região. Assim como: natureza, recurso, problema,
lugar para se viver, biosfera ou como projeto comunitário (SAUVÉ, 1997).
Nesse contexto é necessário e de extrema relevância “o papel do poder
público, das industrias, da sociedade, as ONGs e das Instituições de Ensino”.
Dessa forma várias intituiões vem fazendo uso da percepção ambiental como
instrumento de medir, apreciar, ponderar qual o sentimento que aquela
sociedade tem em relação a sua casa e até um sentimento maior com o
planeta. Logo, essa concepção de percepção ambiental se expande para o
pensar e o sentir humanos. Citando Guarim Neto que diz:
A educação ambiental enquanto um processo cumulativo de
saberes e práticas são certamente eficientes na sensibilização
e compreensão de fatos que muitas vezes exigem uma
interpretação afetiva e muito próxima das pessoas e demais
seres.

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(GUARIM NETO, 2006)

Portanto, é buscando compreender os diferentes aspctos que envolvem os


conflitos, as inter-relações da sociedade com o meio ambiente, valorizando a
educação formal e não formal, Adams e Gehlen (2008) “uma vez que os
problemas ambientais têm consequências que permeiam todo o tecido
socioambiental” (p.17). Neste sentido é muito importante que se estreta os
laços com a Educação Ambiental.

Reconhecendo que a educação é um dos principais instrumentos de


transformação social e que a escola tem o importante papel de promover o ser
humano na sua integridade, estimulando a criatividade, a investigação, o senso
crítico. Fernandes et al. (2003) diz ser necessário entender que cada indivíduo
percebe, reage e responde diferentemente às ações sobre o ambiente em que
vive. Há uma diversidade de valores que permitem que uma determinada
sociedade valorize ou não um determinado recurso e é o sujeito que aprende
através da sua experiência. Os filtros culturais são essenciais neste processo,
já que selecionam as informações recebidas conferindo significados
diferenciados. Aprendemos juntos, no dia-a-dia, observando tudo aquilo que
nos cerca e interpretando aquilo que vemos e/ou vivemos. Desse modo, será
possível compreender a realidade que nos cerca, a história, a cultura, as
tradições, a comunidade, e assim por diante, portanto, Percepção Ambiental,
não é um fato isolado, ela sofre influência histórica, cultural e socioeconômica e
varia de cultura para cultura revelando toda uma diversidade. Trigueiro (2005),
a consciência ambiental se dá na exata proporção em que percebemos o meio
ambiente como algo que começa dentro de nós, alcançando tudo o que nos
cerca e as relações que estabelecemos com o universo. Neste sentido, é
indispensável a discussão de questões fundamentais como a percepção que o
homem tem do ambiente, pois a percepção e a representação simbólica
caracteriza o homem, bem como suas ações, objeto deste estudo.

Igualmente relevante é o papel metodológico que a comunicaçõ social ou as


mídias estabelece com a sociedade, buscando informar os vários
acontecimentos que ocorre no mundo, sensibilizando e fortelecendo esses
elos, visando um bem comum, este bem comum é: Percepção Ambiental e

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Educção Ambiental, logo, elas fazem parte de um todo. Segundo Nascimento
(2010), [...] a ferramenta da educomunicação unida ao instrumento da
educação ambiental possibilita uma dinâmica na difusão do diálogo para o
conhecimento ambiental da sociedade; se faz um alicerce capaz de levar o
aprendizado dos aspectos ambientais ao indivíduo. Assim reflete em ações
concretas e práticas, de forma a fortalecer o entendimento (NASCIMENTO,
2010, p. 3). E se a mídia realmente exerce uma grande influência no modo de
ser e perceber das pessoas, é preciso considerar isso nos processos de
sensibilização ambiental. No entanto, isso dependerá também da maneira
como os expectadores e leitores compreendem ou interpretam as mensagens
passadas.

Pensar na preservação do meio ambiente implica, por exemplo, um repensar


as formas e padrões de consumo. A regra passa a ser o atendimento às
necessidades básicas do indivíduo, evitando abusos, desperdícios e tudo o que
for supérfluo. É mister refletir, a quem atende determinada abordagem
comercial. Baseado na consciência que a natureza é matéria prima, meio de
exploração comercial e capitalista, faz-se necessário pensar para quê se
compra, e, quais impactos isso traz à coletividade.

Considerações finais

São inúmeros os fatores que, em nosso cotidiano afetam, de forma direta ou


indireta, a percepção de grande parte dos moradores de uma localidade, como
questões socioeconômicas, políticas, sociais e culturais, como a pobreza, a
violência, a qualidade de vida, as formas de poluição, a educação, entre outros,
são fatores relacionados a uma forma de viver de um grupo social, que podem
responder de forma negativa ou não às motivações que cercam esse mesmo
grupo. No entanto, existem fatores econômicos que geram (in)satisfação
associados ao modelo padrão que requer uma necessidade ou não, pois os
centros urbanos exercem um grande poder atrativo, assim como a mídia, se
consideramos as oportunidades e a variedade produtos e serviços à escolha, a
movimentação, as tendências, modismos e o consumismo apregoados.
Podemos exemplificar os atos ou atitudes de destruição do ambiente coletivo,
principalmente em espaços comunitários, como praças, pontos de ônibus e

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instituições públicas, assim como a despreocupação com o descarte e uso dos
recursos naturais.
Logo, é importante compreender que, a melhor maneira de compreender, e
modificar estes comportamentos, é através de um processo educativo, onde
políticas públicas sejam implementadas, de trabalhos entre pessoas tendem a
ser mais eficazes na promoção de mudanças de percepção, valores e
comportamentos. São, afinal, ambientes pensados coletivamente mais
promissores para o desenvolvimento da cultura de sustentabilidade.

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