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FICHAMENTO

LIVRO - Práticas Pedagógicas na Educação Infantil: diálogos possíveis a partir


da formação profissional.

Segundo Maranhão (2000, p. 117): Nos últimos anos a literatura nacional sobre
educação infantil vem apontando a necessidade de integrar o cuidar e o educar. Essa
necessidade deriva de perceber a importância de superarmos os preconceitos em
relação ao ato de cuidar, preconceitos que surgiram no início do movimento que
culminou no reconhecimento da creche como espaço educativo, confundindo cuidado
com assistência ou com concepções higienistas. (P. 58)

Ao analisar o pensamento de Maranhão, podemos perceber que ainda a discussão e


a crítica da polarização entre o cuidar e o educar, a partir, principalmente, das
pesquisas e estudos da área da educação.

Deste modo, a leitura e a contação de histórias presentes na escola, e na escola de


Educação Infantil, ampliam repertórios. O professor, ao planejar seu trabalho, leva em
consideração o que ensinar aos alunos e, através da literatura, percebe que muito pode
ser aprendido e ensinado. (P. 309)

Partindo desse fundamento, pautamos nossa intervenção pedagógica na literatura infantil,


literatura com intencionalidade pedagógica, com o objetivo de ampliar repertórios, despertar o
gosto pela leitura, possibilitar a viagem à fantasia.

Assim sendo, o planejamento das ações cotidianas pelo professor, faz com que,
intencionalmente, ele possa ampliar o repertório vivencial das crianças. Então, ao
trabalhar com literatura sob diferentes enfoques, acabamos por entender a educação
das crianças no ambiente escolar como via de mão dupla, como disse Debus (2006),
onde educamos e somos educadas, ensinamos e também aprendemos, falamos e
escutamos. (P. 311)

Levando em conta ao exemplo, é na escola que contamos as histórias que conhecemos,


permitimo-nos ler e conhecer outras histórias, ampliar repertórios; além disso, permitimos que
as crianças também contem suas histórias, recontem histórias conhecidas, criem novos
enredos. Enredos não só vivenciais, de suas experiências, seus encontros familiares,
culturais, mas também imaginados, ampliados, aguçados pela possibilidade que novas
leituras criam.
Para Girardello (2003), é ouvindo histórias (lidas e também contadas livremente,
inspiradas na literatura ou na experiência vivida) e vendo ouvidas as suas próprias
histórias que elas aprendem desde muito cedo a tecer narrativamente sua experiência,
e ao fazê-lo vão se constituindo como sujeitos culturais. Na entrega ao presente do
jogo narrativo no âmbito da educação infantil, professoras e crianças ampliam um
espaço simbólico comum, pleno de imagens e das reverberações corporais e culturais
de suas vozes. Tornam-se seres narrados e seres narrantes, com todas as implicações
favoráveis disso para a vida pessoal, social e cultural de cada um e do grupo (P.326)

Desta forma, as narrativas e na possibilidade de aprendizagens, propondo um contato maior


e mais dinâmico com livros, cantigas, poesias e diversos gêneros literários. Partindo do
entendimento de que a literatura infantil é um caminho que possibilita à criança desenvolver
sua imaginação, emoções e sentimentos, começava a elaboração de um novo capítulo na
formação dessas crianças. As histórias infantis são “mágicas”, cheias de personagens
diferentes, imaginários, parecidos com a realidade ou até mesmo muito diferentes de tudo o
que já vimos.

REFERÊNCIAS

MARANHÃO, Damaris Gomes. O cuidado como elo entre saúde e educação.


Cadernos de Pesquisa, n. 111, p. 115-133, dez. 2000.

DEBUS, Eliane. Festaria de brincança: a leitura literária na educação infantil. São


Paulo: Paulus, 2006. 131 p.

GIRARDELLO, Gilka. Voz, presença e imaginação: a narração de histórias e as


crianças pequenas. Trabalho apresentado na 26ª Reunião Anual da ANPED
(Associação de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação), no GT Educação da
Criança de 0 a 6 anos. Poços de Caldas (MG), 2003. Disponível em: <http://
www.anped.org.br/reunioes/26/trabalhos/gilkagirardello.rtf>. Acesso em: 07 jan.
2012.

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