Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
00
%
z ~ -›- - -¬-f. _,;_z-,
I .
“_ ¬-'--lu.
af' ____¡./
.' __ _-›;-II 'jp
-'-Jeff' nf J
1 _J.fiJj'r
_ ‹-..._ _ __..
,1..|u-I-v-*"“"*
_ :.._¿. _
2'
1 ímiu
gw-mvmâ um
“snxuânrnanz : snúns” *
HêM|N|sMn.ELE|r;ü|:s.uNsuAsEM
POESIAS .TRl][IA-CAHTAS.|NFUHMES
NESTE Númauo '= !
1-
1
H í-q-_-I a í J ._
' - CHANACOMCHANA
-I
(..
¡- 1Í
"'5`f3.¡'..:" u 5.7 iiií¿¡¡'*` JF- =- -,'- "' __' *'_.|'Ç_._._._P-'._.'._.z.;._.'-_.;_.;.'...-.- .- ---_-_|z___
É
_fiÊ| __*'
läu »l__
- r _ :_| _ .¬:-:'5~í:›"'Ê-:`ã;i'?'i'§"-"-'_'
!_1;|| 1_I1_ _. .:¡;__ _ 3- “ll " '~ -'VBÊ Í' -
11'
1_
Á¡;-;'-.~2-;--:É;.-_:z.¢:šft-15:z:;'-:-:;:~:-.-:f!"“ -i'¿'-:I11Ê'tíÉLf'í;¡Iffririíi"'--;
-sz-.-ei -~.-a="*"-
¬. 45;; __: . __ , . .¬_ 1, . I I, :If _-_-_ I- . I-¬_ . ._._._._..-. . .
*__
iflilnlq Ill'
§__'¿IIIl'-i '_ .._ I.
\_-
z-:z¢âE=_¿~=Ez .=1:'?‹eë5*"'= ;L' 1ar
'l_¬___. .'_ Í-'
":Í'
|'::f'.:.:É
.'. 'F
il
I'
1:
:Í -Q
Íttfr "-_:..1-I'
_-_; .
1:I__|› l:-__1:\|'\__11q__- .
'rf”
‹':¬_'
-i-EI:‹= '-
'fi?-' ; .Ê; ¡.§› '.[:_':_ ¡:_'_
. .-.'_§51¡_¿s.`1ë=z"›:í= ". | -`r.Tzi
-"c-:-=z:--i
-.' r-r#i
'›-'-l<::'“*-
fÊ
_; 11.1.-1:' ví. |_|-nn ___ '" ..f
n
,, -U ç_¡-
j:§'. ' ¡1-' 0-'
_-___¡¿ aii-'i' -__
\¡_ +1.
'_ I'io I -'° ¡-"
I -_ -_'-1-: -._-. .-:-'-;-:I
_ 11 i " .__ I'
.Q I
i Q .¡ Q
.1|In11
I"I-Ivfiin.
ÍIIUI n
1' '
'
'__¡
¡-nn
I
1\ =zzz_25.F“-:z;z¡=.;:?.='
í-;ë:._-z: :.:__- "ai-É
I-I|. -:I -¡.I-lírI.:-¡'%-lan.-_l.I1¡.LíI1r
--
Id'_u__I_ gi
1 :|'Í'1"':'¡:›' |.|'1: I; E :Í
F' '_*-.'. II '- ..1|¡|¡¡_.- ""¡"¬I-|-.___`_
fã:
f.f;:"::__' F _-:_,_.Ç1-Il"""
¡_
`
__ ílí_|_¡
1-í 4 '-_
_, 10-11- I ri
Ii
QD
.
¡
-Uíàni-111..
lnuíg
_
,
|
\
_
lšäz_
___
___
`_|,_":\`fi`\.
LI
I_-_.
of
.Q
\_'`:__
`.`~__'|\__`\-L-;l'|~"'I Ui.-i='›'É«.`=:*.'Í=.1Í'
'1 'I ' 'I'|'1' '.'i
___.
1
-_-|_|¡_¡_
- 1 . ' I
.-fl1..II| 'IIIIII ,_ .|._. _¡ im- ¡
J . I
as?
I -1 _
:\
1_'_
__. '.1n ' 1.l_@,¿ _'
%\':`)ä:_\__
\ ,,..=-I
i 11'. .É
mm:
' .-- \;a›
-I' 'Í
.¡-1|I""'_ ' -_.
__
._-I . " '
___
'
¡¡ iii-I-Il
1, _¡___Ê__
1_,|-¡..rI.n1ln
_ _ 11 '_' 'HIÂ'
I'
_
___
_:;{!I_.}›'
_¡¿._*=_%e¡':___:š_/.éf -
Ê -
_..'
.__
. *'# - Í
_._._. ._ _ . .
...nz Í
-:HI
1.
I-I
-1.1.
_'
_
I _ |
l
-IIl"-'
-I
31 as. Í
J.
-
3' _¡-q.l
-l in _
I. ¬--L-_.-_ _
_ '_
nr' 'I
_- 1
Í -1-IP' ._
*Ê
-<i
-I'
_ I.-:`:--z-=-z -».
____5
.,.â‹!L¬.;z5fi.__.
;4_
¡_ ¿;:~‹',._-Êjš:_=¡;â_z;qs_,fâ.z¢_zê<_¿
Ê*äl.i= ._ _. oi-._.'_ __,___-¿_
n'
ff-
'JF
'|z'
'Ir|
-511;_
___'
Í--iii*
_'§_':'__
' _í-
zršü.Í:-I"-` -1.¬›-
'izr-'I ..-:z- 'iš `?:Ef:`F-- - 1
-» ' -'H'_,|r* .""-¡:›.'"Ê
_ '."1"._ nr_,¡:' .-3....: I'
1:-5=z'›'.I:frÊ-'zälz-'z-'ffš'
_;-.¡._._-:¡.¿.¿;;:_;'¿:_;_
I .
cammomcflmà iá - išãv
1111 1 - uxul'
I. ' 'HF
'A`_;,`_`.Í
I.
É
W Gf-^""' 9 ;asM,,,,_,¡,,
'EFE5 I.,
Ltúlifl uma "11' Ú” 'Ê'-ÍBQ ra: Úüfibflfll iümgnt
sff' Ô* 1
o 'JB
tflriqcial 5 ñ ' As mulheres possuem 1.1 da
Ut propriedade a nivel mundial
_ csânxcoxcaxna 12 - iesvi
quantp maior o nivel de escolaridade da mulher,maior o grau de discri-
minaçao que sofre*. Em empregos que exigem mais qualificação profissip
nal, as mulheres ganham menos da metade do que qualquer homem pelo sim
ples fato de serem mulheres, não importando se lésbicas ou heterosse-
xuais. Portanto, a luta por salãrioigmal por trabalho igual também é_
uma luta léaeiúa; P
3) D feminismo luta para combater a violéncia contra as mulheres que
se dé através de estupros, espancamentos, assassinatos, etc... Para
tanto, busca conscientizã-las, por meio de livros, debates, programas
de rãdio e Tv, de que a violéncia que as(nos) atinge não é natural,mas
sim produto de uma educação equivocada, onde a mulher e vista como pro-
priedade do homem e nao como ser humano independente e integral. Neste
sentido, o feminismo vem criando também, em vãrios estados brasileiros,
delegacias da mulher e grupos feministas que trabalham especificamente
no atendimento a mulheres agredidas, procurando, de fato, punir os vid
ladores.
As mulheres lesbicas não estao imunes a violencia masculina,
nem em casa,nem nas ruas. Estupradores, espancadores e assassinos nao
vãem diferença entre lésbicas e heterossexuais e, quando véem, no caso
das lésbicas, acabam se achando com mais direitos ainda de perpetrar
seus abusos. Considerando'que existem mulheres lésbicas em todos os ti
pos de trabalho, de todas as idades, raças, classes sociais e, até mcg
mo, lésbicas casadas, é fãcil perceber que muitas sofrem diferentes a-
gressães por parte de pais, irmãos, tios, chefes e quaisquer homens da
rua. Casos de lésbicas estupradas e/ou agredidas fisica e psicologicae
mente, dentro e fora de casa, não são incomuns. Portanto, a luta para
acabar com a violéncia contra as mulheres também é uma luta lésbica;
4) O feminismo trabalha para que o governo faça cumprir a lei que obrg
ga empresas,com mais de 30 trabalhadoras, a instalarem creches em suas
dependéncias bem como luta pela criação de mais creches em lugares de
trabalho e moradia. Para todas as mães que trabalham fora,sejam elas
lésbicas ou heterossexuais, a questão da segurança de suas crianças é
fundamental. Portanto, considerando que existe um némero significati-
vo - embora invisivel - de mães lésbicas, a luta por creches também é
de nosso interesse;
5) O feminismo trabalha na criação de centros de saéde,para mulheres,
onde os tratamentos prescritos-levam em conta nosso corpo, nossa sexug
lidade e nossos sentimentos como partes de um todo e não como coisas
desarticuladas,ao estilo da medicina tradicional.
_ Mulheres lésbicas, em geral, enfrentam, não sé o sexismc* da
medicina masculina tradicional, que atinge todas as mulheres, como tam
bém a visão, ainda prevalecente em particular nas ãreas de saúde, de
que o lesbianismo é uma doença em si mesmo. Partindo do pressuposto de
que a heterossexualidade é uma condição prépria da mulher e não apenas
u
-I
me
MIM .. *'°°" .. se
Pfnóucfi “bu thüfióu awe
yhfifai' o'-Ú' 'WD U9 fe
F W-Ú Úc 'Í af
'Ef'
cÚ; IrerQ- 'F'Fo -E
igiflfiia cfl a ea eg a@r,b egà
995.* Úa¿~e nua I Hunüomuifie
I'
"Ga r:E'¿¿,aa
cim
_ í ¡¿¡_-¡i_|-¡_í g
¿b
` ad.-‹f›'rÍ0. QUI- 7'
I I I Ú °°e Quit
t.
zl
1 ; -I _ .pf~.
¡9Jr.-_ *¬
'iflvfieiwfiè
*À
/E *¶"~'*"
"'~'hI›"I- l 1+ -.io
'H
-..: fz :F """-
r “
J]J'*_ _ il ._
.I _
*~.:¡¿._'-II
LP -¡tl!-,_
sf “ i
\
fias-sf*
I'\`.- J .li-'Í-Í“¡""'T. `
....1.. ` 'Io-¬* .
*Hi
.__.....i_
I'
_. ..z. - _ 1-.. --1 -.--í í.-z...-_-|
CHANACDMCHANA 12 - 198?
Por exemplo, a suposição de que a maioria das mulheres "o" he
terossexual esto provavelmente mais baseada em preconceitos do que em _
dados concretos. Somos obrigadas a constatar que a maioria das mulheres
vive com homens,mesmo porque se não não estariamos no patriarcado[estru
tura social fundada na dominação do homem sobre a mulher), porom isso o
diferente de afirmarmos que a maioria das mulheres "o" heterossexual.Em
primeiro lugar, se a maioria fosse "naturalmente" heterossexual, não ng
veria necessidade de tantas repressoes para manter essa "naturalidade".
Segundo, levando em conta a propria realidade, tornada invisivel pelo
sistema, os seres humanos não estão divididos estritamente em homosse-
xuais e heterossexuais.Existem solteiras, celibatãrias, bissexuais, loš
bicas, etc... que formam um contingente significativo de mulheres. Exis
tem losbicas casadas que mantêm o casamento porque não tom condiçoes e-
conomicas de viver fora dele. Existem mulheres casadas que se relacio-
nam,temporãria ou constantemente,com outras mulheres,som abrir mão do
casamento e existem mulheres, de todas as idades, que mantom relaçoes
(homolsexuais em diferentes periodos de suas vidas. Isso, o claro, sem
contar aquelas que simplesmente reprimem seus desejos por outras mulhe-
res por causa da repressão social. Enfim, a afirmação de que a.maioria
das mulheres"o"heterossexual É, no minimo, duvidosa e deveria ser incog
porada as análises feministas para que seu questionamento tivesse, eg
tre outras coisas, maior repercussão na sociedade.
A criação de grupos lêsbicos passa, portanto,não so pela ne-
cessidade de termos instrumentos de pressão para garantir nossos direi-
tos humanos mais elementares como também para que possamos construir o
nosso proprio feminismo, ou seja, a nossa propria visão, enquanto mulhg
res lésbicas, da realidade. Passa também pela necessidade de tentarmos
procurar soluçoes, a médio prazo, para problemas que nos afligem(rever
pãg. 4) e de buscarmos relaçoes, entre nos mesmas, que se pautem por al
guns principios feministas tais como: solidariedade, equilibrio de podg
res, divisão igualitária de deveres e prazeres, entre outros. E final-
mente,passa pela necessidade de podermos nos afirmar, como seresflhuma-
nos, a partir de nossas capacidades individuais, sem discriminaçoes por
sermos lésbicas, e em beneficio de nos mesmas e de todas as mulheres.
.I :{' _
P-'olho fi' 'I
_ Í
U ¡_'- nbr.,
._ ¬I¬-|I
É
.'¡ -I..-I. It
li Ir
-r
'I'\
I 'lí'
.I M
1 ff
os ~?\.\
T , _
¿{¡¿¡
_ _ _`;:§
_
H'“ img
um "close" do pltrilrcndo
fr to
"‹"u'~-P.-Q
d
em aços.
- - GHANACÚMCHANA 12 - 1937
LESBIANISMO E HUHOSSEXUALIDADEI MAS NÓS NÃO TEMOS MAIS A'VER
COM DS HOMENS HÚHOSSEXUAIS? .
Algumas losbicas acreditam que nossas questoes tom mais a ver
com as dos homens homossexuais do que com as das mulheres, provavelmen-
te baseadas na velha estoria dos "homossexuais" como um povo distinto
das outras pessoas. Sem dovida, esta o uma visão bastante equivocada,c2
mo procurei estabelecer durante o deoorrer doste texto, que pode nos le
var a uma falsa identidade politica e, conseqüentemente, a diversos er- 4
ros de ação. Não se trata, É claro, de afirmar que não temos nada em cg
mum com os homens homossexuais e de que não podemos desenvolver nenhum
trabalho conjunto,mas sim de delimitar as semelhanças e diferenças en-
tre os dois grupos discriminados e em que base podem ser realizadas ati
vidades conjuntas.
Para analisar a repressão e a opressão que atingem os homens
homossexuais, precisamos nos remeter a visão de homem que tem nossa so-
ciedade, ou melhor, o que ela espera do comportamento das pessoas do SÉ
xo masculino. O mesmo deve ser feito em relação ãs losbicas: o preciso
analisar como a sociedade "educa" as mulheres, qual o papel que lhes o
reservado, para entender a opressão que recai sobre nos.
Temos,em comumvcom os homens homossexuais, c fato de que o
sistema patriarcal discrimina as pessoas que se relacionam com outras
do mesmo sexo, porom essa discriminação não se do da mesma maneira para
losbicas e gays,pelo simples fato de que mulheres e homens não são
iguais , em nossa sociedade. Assim os homens homossexuais, embora dis
criminados por suas vivoncias gays, não sofrem preconceitos por serem
homens ao contrãrio das losbicas que já são discriminadas a priori por
serem mulheres. Exemplificando, os homens homossexuais, assim como os
heterossexuais, recebem uma educação, desde o berço, que valoriza tudo
que É considerado "masculino" e são criados com uma sorie de privilo-
gios que as mulheres, losbicas ou heterossexuais, não tom. Os homens hp
mossexuais, como os heterossexuais, vão ter acesso a um melhor nivel de
instrução e escolaridade, não vão ser guetarizadosfiisolados) em nenhum
tipo especifico de profissão e vão receber melhores salários do que mu-
lheres, lésbicas ou heterossexuais, pelo simples fato de serem homens.
Os homens homossexuais, como os heterossexuais, não sofrem uma violon-
cia especifica por serem homens, como acontece com as lesbicas por serem
mulheres e nem arcam com toda responsabilidade pela criaçao das crian-
ças que, em geral, não tom, como no caso das mães lésbicas.
Em resumo, a sociedade permite muito mais autonomia e indepen
doncia economica aos homens homossexuais,por serem homens,do que ão log
bicas, por serem mulheres. É muito mais fácil para um homem do que para
uma mulher, losbica ou heterossexual, alugar um apartamento, andar sozi
nho ã noite, sem ser estuprado, e,ato mesmo,se enrustir perante a fami-
lia e a quem mais interessar. A familia não controla tanto um rapaz
quanto uma garota; hã menos horãrios para chegar em casa, menos descul-
pas a serem`dadas, etc... Inclusive, a independoncia masculina É incen-
tivada enquanto a independoncia fominina o coioida, mesmo quando a mu-
lher trabalha fora. A mulher aindaeo vista, por muitos, como aquela
criaturazinha destinada a fazer companhiaã m_ã,e,qua.ndo permanece soltei-
ra.
É claro que esses exemplos todos são generalizantes e não le-
vam em oonta travestis, bichas loucas, homens muito efeminados e sque--
les poucos "assumidos" que tambom tom problemas com familia, emprego,
etc..., pois estes não representam a grande maioria dos homens homosse-
xuais. De fato, esta grande maioria o completamente invisivel, ou seja,
não se distingue, em nada, dos homens heterossexuais, não sofrendo, por
tanto, nenhuma repressão "direta" por sua-sexualidade. As lësbicas,mes-
mo as mais enrustidas, já encaram , de antemão, uma série de limitações
Í. ' _' ' -"'l'í_ 1-1' X íi.___ _ ¡ I il 1' 1 l l_. .I .
NOTA5
__. *I
_I_ I-L-H .
'III É
J-11'
I “I I-.I
'_'
bl II-::¬
r "."": pulsante, dissoluto
*fl *_ __' .. . 1 Na fonte matriz
as-=ê='‹|ff* *ss
_ ¿¬¡_¡- _ ___? .
.É
sugo-te a seiva
-'E-";'.*_`.':»'T€'-_ '.'-
¡.;'¬|.¡ -z.1,'_=_...|-.z ¬-¬--- -
I H com Ênsia e loucura
H-"Í~. _f=*¬_._ Vá- ~*§'¡.¬*'
.-f 'Ú' :À ,_ * _ ._ E tu, sinuosa, cobra-mulher,
me pães mais desvairada
eu_"" gemendo assim
ix
fra'Qi.
i I - ' -Hi -- '___ ' _-*' _ :u_u----r -i-|
_.
-1.5.-I|I'I|-|"'._ * -il--\ -
ll '¬" |
ÍÉÊÍ-ki5%-z
*?f=*~1*'¬ .` \às âifiie
_ |,_ .lr I." __
.
¬n.r.|-
. - -1
Í
1 Ie_- Ç*'x_
35____¿__ ÊE
';_1;f_¶¬`
_ '*.\`
Lgw. al
F.
u_u
-F'-
_;
___
_
-___ ___
RITA DDLAÇD
.-
GHANACGMCHANA 12 H 1987
"Ê* ¬~ dicas de
c
_ leitura
* Lançansnros
Ficção
As Brumo§_flc,§3o1gn - Marion Zimmer Bradley; tradução Welteg
sir Dutra. Marco Aurelio P. Cesarino - Rio de Janeiro: Imm;n'l985.
Obra em 4 volumes onde a lenda do rei arthur e contada sob o
ponto de viste dos mulheres, que,aqui, têm o papel central.
Sociologia
História '
¬ Psicologia
Biografias ~
antropologia
Iivltp 1'|'l'
ii
=sÍneoLo Lésszco
_* É I I í
_1ü__oHAmAcomoaAnA 12 - 1asv
11
1
I
,_ '1-
1 nl _ __
íIífl
ü D
ii
'pp--¡ _ ___.. |_ _ -_ "-1 1
-__..__'._'._. -' |_ ¡-
l
__ Êzrrr
'
A
E
Enrsunflmaíasi
"%'""DESCONTFiAÇAO. '
' “AMBIENTE
----_-ACONCHEGANTE,
----MUSICA AO VIVO
ee o-meu E ooaueae
E §¿F|N'smn
Hull Piiloie Gomide I-I? iaquirn 1:; Frei Eanes;
dP¡. ' --_-' 'l'-.I-nl l*_"* 1-I
| 1
I
|
-|
rã
nn-Lsraaw.
1 Ir-'-
-11~
Nau LEIA! LINGUAGEM E REPHESSÃU
Celia
Quando estávamos elaborando a pauta deste boletim. eu havia
me proposto a escrever um artigo sobre a tecnocracia, :ni correta-
mente sobre a ditadura dos "técnicos-sabe-tudo". Estava - e estou-
muito irritada com esse tipo de gente que usa o saber como meio de
deter o poder, e não para torná-lo acessivel e democrático .
Irritada com essas pessoas que olham para belíssima área verde i-
lhado pelo cinza. na Av. Paulista. e eo conseguem pensar' no valor
do metro quadrado que ela tem no mercado imobiliário. Ou ainda com
i'
os técnicos, os especialistas que afirmam ser impossivel ocorrer
um acidente na Usina Nuclear de Angra dos Reis. isto porque ela
possui inumeros e eficientes dispositivos de segurança, tambem co-
nhecidoscorro rebinbocas da parafuseta, deu pra entender?
.
E sem que houvesse uma Única alteração nos componentes
f | 1 'U u
fi- 1
Porem, com o passar dos anos, fui notando cpm tanto eu como
minhas amigas, algumas vezes pronunciãvamos a palavra lesbica, em
outros idiomas assim como escreviamos frases tais como: "o amor
lésbico e maravilhoso", ou algo assim, também em outro idioma. ls-
to até que uma amiga minha me deu o "toque":W- Acho flmui‹a gente
faz isso.fipois não temos coragem de escrever en: portuguãs, _porque
se escrevessemos ficaria mais claro".
hi
do
nfinlaunmunque
e:l-hnear-nml de
tlnvprfipfln
eirg:-erpou.u S
í -1. 1 '_". _I_ í. ' í í
- I I-|-na II- 1 I'-l_'" Ú- - `-'Í' ' '
Se voce disser
Tudo o que quiser
~ Entao eu escuto
FALA
PELA
Se eu não entender
Não vou responder
Então eu escuto
Eu sd vou falar
na hora de falar
Entao eu escuto
FALA
FRLA _ -
. em
"Bemrincandoem
I
Far
n
fllflflllü
.WII
'H
Hlr n:a
11
CHAHACÚMCHANA 12 - 1987
/I/EWäfié/mass
balanço das eleições
RCJS-EI.Y
SEEXUAIS
D HESULTADÚ DE lã DE NOVEHHRÚ PARH DS HOMENS §_HQLfl§BE$_flQHU
.A LUTÀ CONTINUA. . .
_.__._H_________i__________l_______i___________ÉW__________________________
_15_ cnxnxcoacaàxi 12 - iss?
a situação da Mulher no Brasil, para a organização das Nações Uniã
-das em 1984, participou tambem do programa _da Tv Recor
"A Mulher dá o Recado", nos anos de 1985-86. Atualmente exerce,des-
de 1983, o cargo de vereadora. Durante o seu mandapo, Irede~ e sua
assessoria sempre procuraram atender as reivindicaçoes dos grupos
que integram os movimentos sociais, seja oferecendo a ajuda mate-
rial de que a Cãmara Municipal dispõe e/ou respaldando as reivindi-
cações dos grupos. Mas, mesmo assim, Irede não conseguiu rm: eleger,
fato este que me surpreendeu e decepcionou bastqnte porque tinha cop
fiança em sua eleição. Trabalhei para isto. Alenl dos meus artigos
nesta revista, onde procurei divulgar a sua candidatura (o mesmo fiz
num artigo para o jornal feminista Mulheriol, juntas, eu e Irede, e-
laboramos um texto especifico sobre a situação de discriminaçao
em relação aos homens e õs mulheres homossexuais. Este texto foi am-
plamente distribuido, principalmente para o publico gay/lesbica.
Realizamos, nos do Galf, um debate na Cãmara municipal, com alguns
candidatos (as) ã Assembléia Nacional Constituinte e a Assembléia
Legislativa.. Apesar de todo o esforço, a decepção. Fica para a prd-
xima! `
-lr
J'
.-
-_. -ul nf'
.
-'
1- - .-_-..-.-‹ r
.,..¡__,_ se
.... 1-
.
- -_ «
¡.._¡_.-vt H M-
~ -.- ---- .- -_
_- . ¡--
_ H›'- -- f ¡
-' a«o.o
_. -"*- '-
F' L
- - - -- . »“ut¬_
.n
_,_.- _. "" ~__'¡-'-E
1-! " ' ' . .__ .
ii.. l
W-z._¡I_
É' .-
_.. -
_. l __' I
.‹_
¡f__,.. . - .F |'
-;_':.;"I" I
-T-fi _-f J
I
J'
Ê-'. ‹' .
“Rom eram* _¿
-'rf
. I '
_]-JI
_
J."
1 'L'
. ala' ' '_¡.-I|:._\?
.,u-,___sr
I-._ _
" ' rf -. - .
_¿~Ge~;~
'-HL-"'-¡,. 1
- ' '-__
.Jia-"', `
\
`. Êg 'P t
'{ """T'.-If'
šãfiídtiídi
Ltidí I' H-¬|'I'-Il 1 Y
“nie
GHANACDHCHANA 12 - 1987
Em São Paulo, a única mulher eleita, que. se coloca aberta-
mente como feminista, foi a candidata pelo PMDB a deputada esta-
dual. Buth Escobar. Mas Ruth. pelo menos até o momento, inn: está
comprometida com os direitos gays/lésbicos. Na "Paulicéia Desvai-
rada", dos S4 deputados estaduais eleitos, apenas. 4 são mulheres
(uma média de 5%): Ruth Escobar (PMDB). Luiza Erundina (PT), Tel-
me de Sousa (PT) e Clara Ant -(PT). Dos 60 deputados federais elei-
tos, apenas 3 sao mulheres (aqui também repete-se a máfia de~ 5%):
Bete Mendes (PMDB), Tutu Quadros (da coligação PTB-PL-PSC) is Ir-
na Passoni (PT)._
No HJ, foram eleitos (as) dois senadores do PMDB: ' ' Nelson
Carneiro, com 22,27% do total dos votos. dadoa,a Afonso Arinos Ide
Melo. com 14,DB% do total dos votos. Para a Cãmara dos Deputados, a
coligação PMDB-PC do B (Partido Comunista do Brasil), ' elegeu 14
deputados; o PDT, treze: o PFL, sete; a coligação PL-PSC, ‹cinco,
o PTB trés, o PT, doisr_o PDS, um e o PDC (Partido Democrata-Cris-
tão), um; totalizando 46 parlamentares. Houve 5,dT% de votos nulos
e 19.30 de votos em branco, resultado em 24,93% dos votantes.
Dos 46 parlamentares eleitos, sõ uma é mulher, Ana Maria Rattes,
fiD'PHDD.
- *¡- Ir
_-.P
I illí.
'nur
'Í II
DD
UIiF.HI.lDI.`I'
¡- '_ e 4. ..- __ _ _
.~.`_'-"'_'$I.'.:'*' _-aii
ua arte que sempre rei nessa e que eidules de repressle seu
seguiria quase epa pr: a arte de curar. cem plantas. ervas
CE[fzäfl|FEMWW5FI e cem carinha. em um sentimente de amar e respeite per nesses
cerpes e nessa integridade.
EEXUÀUEÀUESAUUE
--¡.
'K?
. rá*
I"
E'Ill'
1 _u
_
É L -
ÇnaclWnl in il ol -izlfl
the hu... ua upleuls 1 un "palha i tuo: ou que uu uulnni-1 nuuuita para rua- um guga-
nun: ginnaala-|iea. :aum-|:ar.noua ‹:ar||-G. dlnceh-rtr que u :ale da üura l 1-anna 1 iinqg,
datlatar fluziol vazinul, ata... u auto-na-n na oifman :lda ve: ruin entra as aulharu
an inda a luide.
¬°- _-_
---
Hr cnxnxcoxcaaflà 12 « iss?
1-
da, então acabou, tira isso de uma vez". Tem toda uma historia de
fazer a retirada do útero como uma forma de prevenir ci cãncer.
D maior absurdo, né? Então tentamos fazer todo um pmocesso de dis-
cussão com alnflher fazer um conhecimento do corpo dela. Due ala
_ I
of
ä
e
vzsã;
šff~
_ -
iii.*vg
jáífiáášâr
`IL. H'
íšfiäáäggl
ão*
:I v
êf
cê )-4
`
Í̀ƒ as1a~.:,~‹ 'rñ** gmgëãëšëším
Pá _ u
blema. Depois ela consegue buscar uma identidade :nun as outras mu-
lh eres, uma identidade de mulher mesmo. Nem-sempre :na grupos re
so1vem,mas eu ja tive muitos casos, nos meus grupos, onde muitas mu
l h eres cons e g uiram ter relaçães sexuais melhores. Depois de1es,elas pr_q
curaram outro tipo de atividade sexual, procurarae| trabalhou come-
çaram a falar em casa, se abšir, _a querer fazer outras coisas, a
sair para o mundo de fora, nao so ficando no mundo domestico.
GALF: Esse tipo de conversa mais intima, vocês conseguem :unnni vo-
ces, do Coletivo? '
S5' Na Hi feira, vem a psicdloga para discutir alguns dos casos
šãe tratamos e discutimos' também nossos problemas. Ja fizemos
'
3 psicodramas, falamos como estavamos '
nos sentindo aqui` d en t ro . Te
_
mos o espaço para isto.
GALF: vocês encaminham as pessoas para os grupos de reflexão?
SS' Olha.xr tem algumas
`-'-i .
que vem procurar diretamente. Agora,para a mp
ioria,nos sugerimos; porque eu acho que a consulta- tem limites.
P or men os q ue a gente psicologize a questao da sexualidade e-chi a-
feto, eu acho que tem niveis.que nao da para se discutir na con-
sulta. Então o grupo de reflexao é o lugar melhor para elas discu-
tirem.
GALF: Em geral, as mulheres que fazem parte dq'grupo the reflexão
são as mesmas que passaram pelo atendimento medico?
§§: Não necessariamente. Tem mulheres que não passaram pelo atendi-
mento medico.
GALF: Qual o público que as procura em relação ã. classe- social,
cor, orientaçao sexual e idade?
§§: 44% das usuárias estão inseridas na faixa mais baixa de pagamep
to, superando nossas expectativas de que apenas 30% delas iriam se
situar nessa faixa. Em relação ã cor não temos levantamento, nos
acho que é bem misturado. A faixa etária é super variável: não vem
muita adolescente de 14, 15 e lã anos: também as mulheres mais ve-
,lhas aparecem muito pouco. A c h o qu e a faixa etária das mulheres
e de 2o e SU anos.
_ . ¡ ____ ----- _| H 1 _ _ _' _ _ _||_
CHAHAGDMCHANA 12 - 158? ¡z az
§§: Não ã uma coisa fãcil. Tem hora qut za vontade de oeeíerir,
porque, por exemplo. se a mulher que abre o consultório chega a-
trasada. voce vai entrar e não-Yai ter lãmina, não vai ter papel
nas camas, nao vai ter luvas, nao vai ter nada, certo?
QÉLE: Due materiais vocês usam para os grupos de reflexão?
§§: Nós usamos massa de modelar, cartilhas, expresão corporal,
massagem e a propria fala. O grupo de menopausa usou argila para
fazer figuras.
G§LF: Fatos marcantes positivos e negativos dos grupos de refle-
xao?
§§: Eu não participei de nenhum grupo de reflexão. As outras mu
lheres que participaram falaram que o grupo de menopausa tinha da-
ta para acabar e elas não quiseram acabã-lo. Quando deveria ir
até às 20:00 horas, elas ficam até as 21:00 ou 21:30 horas. Muitas
choravam, se emocionavam, falavam que nunca tiveram nenhum espaço
para falar disso. Acho que sempre que se abre um espaço persas nm
lheres é assim incrivel como a fala flui facil¡.porque nao ha ne-
n h um asp a Ç o . A mulher não _ tem voz . Eu acho que
_ e a mesnm coisa em
todos os grupos de reflexao. Elas acham que e uma coisa the identi-
dade. U que eu observo, dentro desses 6 anos de trabalho the grupo,
é a formaçao ` de uma identidade
' ' nova. A mulher começa a p erceber
que ela não é sozinha, que ela não e doente, que ela pode falar sem
se sentir culpada, que ela nao ã e' a unica.
' ' Entao_ passa pe 1 a q ues
_
tao da identidade dela se descobrir no processo- social. Perce-
ber Q ue o processo social influiu em toda a repressao. Eu acho que
os grupos de reflexão passam muito pela questao da identidade fe-
minina- muito mais,pela questao da psicologisaçao cha coisa, por e
xemplo, a questão do orgasmo: - "Ah eu nao tenho orgasmo, eu sou
d oe nte , eu sou a única". Tem muito essa questao dk: homem dizer que
ela não é normal e ela escuta outras mulheres que tem o mesmo pro-
blema. Depois ela consegue buscar uma identidade cnxn as outras mu-
` `
lheres, uma identidade de mulher mesmo. Nem - sempre cn; grup os re-
so1vem,mas eu já tive muitos casos, nos meus grupos, onde muitas mu
lheres conseguiram ter relações sexuais melhores. Depois deles, elas prg
curaram outro tipo de atividade sexual; procurarann trabalho, ~come-
çaram a falar em casa, se abrir, a querer fazer outras ‹m:isas, ai
sair para o mundo de fora, não so ficando no mundo domestico.
J À
GALF: Esse tipo de conversa mais intima, voces conseguem entre vo-
ces, do Coletivo? '
§§: Na Bi feira, vem a psicóloga para discutir alguns dos casos
que tratamos e discutimos' tambem nossos problemas. Ja fizemos
3 psicodramas, falamos como estavamos nos sentindo aqui dentro. Ie
mos o espaço para isto.
GALF: Vocês encaminham as pessoas para os grupos de reflexão?
§§: Olha, tem algumas que vem procurar diretamente. Agora,para a me
'o I ia _| nos sugerimos'¡- porque eu acho que a consulta-
1 tem limites.
Por menos que a gente psicologize a questao da sexualidade ea do a-
feto, eu acho que tem niveis.que nao da para se discutir na con-
sulta. Entao o grup de reflexao e o lugar melhor para elas discu-
tirem.
GELF: Em geral, as mulheres que fazem parte do grupo ck: reflexão
sao as mesmas que passaram pelo atendimento medico?
§§: Não necessariamente. Tem mulheres que não passaram pelo atendi-
mento medico.
GALF: Qual o público que as procura em relação à. classe social,
cor, orientaçao sexual e idade?
§§: 44% das usuárias estão inseridas na faixa mais baixa de pagamap
to, superando nossas expectativas de que apenas 30% delas iriam se
situar nessa faixa. Em relação ã cor não temos levantamento, ams
acho que e bem misturado. A faixa etãria é super variãvel: não vem
muita adolescente de 14, 15 e 15 anos; também as mulheres mais ve-
.lhas aparecem muito pouco. Acho que a faixa etãria das mulheres
e de 20 a 50 anos.
cl-mm.coMcrLuu.'12" Í- iss? _ p _ _
/É
ki»
___,/
I -í
..-*_
Jfifiãú
I;
"
F I-
'- 3-`
'I
'oi _.
'fJ'
a
I
II ig.
:'I ."~'I'-'," 1"*-,.
-I.¡ I'_*I¡. ll
FI I..
I..,¡ -..in."II I-'I'
II..||;-Il 'II.¡ :I|I_|._'I
"I riI
1
¡ 'I`r
I¡_
1.
-_' 'nr
a.. li! 1-.'-.,"""l-'›l-
,.I|I||._|!:iII_¡
'mf'-Q
i. | -¡`l_¡.l.`_¡`i
¬- I , -I I., 1. I z ¡+ ¡-
A* *I:'.*‹'.'.'-'.*-*."
--¿"`T..;"'.;..-z
I-¡¡¡_*¡|III.¡._._ l|_||I."'
I|-:'-I¡
l¡11 '.-¡. ..I "'|¡.¡'|'FI__"¡`.I."|'
r¡'I'¡- '+ '1'¡‹-re l¡*I,¡ lI¡_.1+
..l_I|I ci 'I¡-il l-II¬|I':¡¡ n u.
1_
I ¡¡_-. I, ¡ 1--
_,:¡_' :.L:L: ¡¡¡...¡I
Í- II.. I I' '
Éãlhã *Fil--¡'.l`-FI'
F `:kF*-':'. _'-::::
Fl. . ._¡,_
. -_5..-.
. 'F
` ___* Ig -Ê.II""¿"-"' _. lira
. ,. -
í¬l""""
O
?
que ã preciso fazer para integrar o grupo "Sexualidade e
UIÉÍI DIEF EF' Ébfl fh-ea
GAL!-¬': E quanto aos grupos de reflexao, vocãs acham que estao atin-
gindo os objetivos propostos?
§§: Não teve nem a quantidade e nem a diversidade que desejava-
mos.
GALF: Úocé falou que algumas mulheres lésbicas proc uram o atendi-
manto médico. Em cima de que necessidades?
S5 Exame anual: para fazer o toque, o Papanicolau, para saber se
ãã alguma infecção vaginal.
D III' F' "11 Alguma mulher lésbica já participou dos grupos de reflexão?
§§; Não sei dizer porque não participei de nenhum grupo este anos
GALF: Tem alguma mulher lésbica que participa_ do atendimento, no
I' , 7 I |
ambulatorio.
§§: Tem... Não sei se se pode dizer...tem bissexuais.
GALF: Sd? Lésbica não tem?
§§: Não. Pelo menos acho que nao.
CI 3' T.'* "11 E o tema do lesbianismo foi abordado nos grupos the reflexão?
SS: Não sei, não participei dos grupos. Tenho~o informe ck: que a-
contece, mas não tenho certeza, nao posso falar...
GALF: Que aspectos relacionados com a saúde e a sexualidade, vocãs
acham que as mulheres lésbicas deveriam levar em conta.? Que d oenças
uma mulher pode transmitir para outra?
§§: Várias: pode transmitir gonorréia; tricomonas, ardenerella,
cândida e clamidfiafi Se passa pelo dedo e por chana com chana. A
gonorreia passa também através do sexo oral; as outras run) sabemos
se são transmissíveis por esta via. Em todos Hastes' casos, temos
que tratar também a companheira: fazemos o exame e se h ouver in-
facção, tratamos. GD Tricomonas é um parasita, um bichinho que fpa-
rece uma coruja. Ele mexe, quando você coloca a secreção vaginal no
microscópio, ele fica andando loucamente. Pode passar' através «da
relação sexual e também numa piscina. 0 sintoma é im: corrimento,
muito mal cheiroso, meio esverdeado. Pode dar coceira e arder o ca-
nal urinário. Tem um cheiro muito forte, um cheiro meio acre, bem
desagradável. É bem fácil de curar. Agora-há um medicamento que é
dose única. você toma e cura. A Cândida também pode passar de uma
mulher para outra. É um fungos que vive na vagina. Dependendo :de
certas condições como uso de anti bidtico, pílula anti-concepcio-
nal, alimentação deficiente. stress, ansiedade, todo esse tipo de
Coisa que baixa a resisti-incia,ela se desenvolve e passa a dar sin-
tomas: uma coceira intensíssima, deixa a xoxota toda vermelha, tem
um corrimento branco, tipo nata de leite. A Qardenarella é uma bac-
téria que normalmente vive na vagina e.quando eLa se junta com ou-
tras bactérias, ela dã um tipo dercorrimento cinzento, txmn chei-
ro de peixe podre. 90% das mulheres que passam aqui tém este ti-
po de infecção. As mulheres podem ter esta bactéria, mas não apre-
sentar nenhum sintoma. Se ela percebe o sintoma, nds tratamos. Po-
demos encontrar no microscdpio essa gardenerella. Se ela não in-
terferir cm nada, porque ãs vezes ela faz parte da flora, nda não
tratamos, a não ser que a mulher tenha o DIU. A Gonorréia também
e uma infecção grave, altamente contagioso, dã mais sintomas em ho-
mem. Na mulher dã dor no canal urinãrio, um corrimento purulento,
e e muito grave. porque pode subir rapidamente para as trompas, o-
casionando esterilidade. Tem a clamidyia, que é super moderna, essa
a gente pega na relaçao sexual. Quanto a AIDS não 'tivemos nenhu-
ma experiãncia, até agora.
l ---í I _ _|_ í. _ _
CHAHACDMCHANA 12 ~ 198? _
33 B
QLLEJ E a questão da prevenção, vocês possuem algum panfleto so-
bre higiene pessoal? _
§§: Em relação ã higiene, se a mulher tem gardengrella, tratamos
dela e da sua companheira. Deve se ter um certo~ cuidado› durante o
tratamento porque reinfacta.
Nao se deve usar a calcinha da outra mulher que está doente,
porque pode pegar um tricomona na calcinha umida. A tricomonaa e
-uma coisa que contamina rapidissimo; deve-se evitar ci contato se-
xual durante o período de tratamento.
Para combater a cãndidg deve-se usar calcinhaz de -algodão, pu-
ramente de algodão: usar saia, dormir sem calcinha, não enxugar
com papel higiênico colorido; beber bastante égua, diminuir o a-
çúcar e'o chocolate. a mulher deve aumentar a sua resistência com
boa alimentação. Isto tudo faz parte da pmevenção, não só em re-
lação ao local da doença, mas também em relação ao corpo.
GALF: A Tricomonas passa através do contato genital? Passa.assiHLa-
través do dedo??
‹â
§§: Sim, passa. nas a verdade é que a questão da saude, faz parte
da sexualidade. 0 assunto Saude e Sexualidade ea ainda muito des-
conhecido em relação ãs mulheres lesbicas. Eu ja senti que nos,
mulheres, que não somos
.il I lésbicas,
_ ., não estamos muitoI preparados
| No- no_
que se refere a saude e a sexualidade das mulheres lesbicas. ao se
ria verdadeiro dizer, para voces, que nos ja temos certa estrutu-
ra para tratar das mulheres lesbicas. Acho que falta ainda. Nos.EUa
eu trabalhei, num coletivo,onde havia uma noite que era so para as
mulheres lésbicas, inclusive, a médica, nesta noite, tambem era leg
bica. Ebi uma coisa conquistada. Aqui, no Brasil, precisamos ver a
demanda, que ainda não exigiu isso. Se honmmse uma demanda...
câtrz nas é aifíeii... i .
§§: Por exemplo, em Genebra, o ambulatório não tinha :nn horário só
P ara as mulheres lesbicas. Este ambulatorio. que existe, ha ll) a-
nos, e super conceituado e tem muitas lesbicas. Ha toda uma ideia
de que é o pinto que contamina, e a mulher que não tem pinto, então
'
como e que fica? `
Nao se tem o habito de perguntar para uma mulher
J' . I fi ir
1esbica° - "como e que voce transa? Coloca o dedo,. nao coloca?"
Eu mesmo fico incomodado de perguntar isso...
GALF: Por isso perguntamos se haviam infecções que passavam através
do dedo, porque ha o mito de que a mulher nao penetra e so faz cqg
na com chana.
§§: Acho que esses detalhes têm que ser ditos...
QALF: Hã o mito de que a mulher lésbica não passa doença, nao
E2
i-- ` ...-ir
I
I r
| " I
š z
i......- ___. _: -ía-¬- r
H-
_ 4_ cnànàconcaànx 12 e iss?
|-¡
I'
U.,K H”-
|,¡I
Í“im\“ ¬_¿L"_1t_-'.-_-
,__..-' eu '|«_?.'~
,.¡_
"'
..
“gs/atffae
{ “fiz-;,
'11
n '_
.ur
.F
\¢/
.F3 .'I_-
'vz
|_I
fr.
-"'I-|¡|-Í' \1-
"n_ '\.:I
III-
`
. ¡ hr
iflwfiëä 1.
.-zssâf
Ê`fëe›ä-Ç
\'\n
Ê* *mf
fmfiflä
L
Í g .qmrítlaäa 'L_I¡|_'f."
I i 1- 1.}.f.E-:Fil ff.:-II:-ih .
-H.In.-'=1.Iz5:e
.`I1"l
IL-¡~_
"'¡.Q'¡_1f¿.."-"
._-.I
¡ J. ,f-,1...-'¬f_j"'.l_|
-I--I |-L ----II-L _ _'-I-.¬_ --1 I ¡ l ¡-| -_.,-¬--...,_,_ -_ - -_---_., -_,_.,,,__-, I -,__¡___,"| ,__ ___
computadores
Passatempos preferidos: ler, passear Rosingeis Rocha de Negreiros Passatempos preferidos: passeios
e muitas outras coisas sua são cristovão. of av. vila san- ao ar livre, bate-papos, música,
ouer es corresponder, para amizade _ ta FÉ, Gravatai, R5, cap 94000 teatro, cinema
ou transa. cos mulheres crencas ou branca, 1,60, 57 Kg, 24 anos, sol- doer se corresponder, para amizade
mulatas, inteligentes, solteiras teira, soasroiiris ou compromisso, com moças de ll s
Kiko - Passatempos preferidos: cinema, mú- 30 anos
H. Manoel Josi Pereira, 210, Vila das sica, passeio ao sr livre
za , Suzano, BP, cep 08500 Quer se corresponder, para transa Nani Mendonca `
oriental, 29 anos, 1,52, 55 Kg, sola ou compromisso, com mulher feminina teias Postal flfll. H=elfe.FE.¢¢P
teirs, auxiliar de ssoritário le livre entre 20 e 30 anos 53000 _
Passatempos preferidos: ouvir müsioa 43 anos, solteira, medica
eo toa suave, ler revistas, curtir a Quer se corresponder com pessoas
natureza . J. 1. F.
que precisem de uma amiga
ousr as corresponder para amizade Qflüi 03 Loto 15, Taguatinga, Brasilia,
or, cep 72130 Ssflbfla REGINA FEHHAHI Llha
Ltd t'ri muinto, i.5s, se sp, 34 anos, solteira Estrada do Lageado Velho, 515,
Baias Postal sedã, Curitiba, PH,oep funcioniria pdblica Guaianases, BF, cep üüádü
soooo Passatempos preferidos: ouvir musica soiteira,oioquiete
brancas, 25 e se ana, l,5d e 1.50. I GBC FGVIÍ' Rio especificou com quer se corrcg
se s So lg.-solteiras, professora e Guor se corresponder para amizade ponder
repositora _
Passatempos preferidos: Jogos, musica
leitura. cinema, etc... SILEHE Mais uatnrnrz Josi os sirva
Querem se corresponder Flrl lllllfii Baias Postal 3053. Belo Horizonts,Hd sua Gravatai, 23, apto si, Sic Pag
morena clara, estudante s escritora
1o, EF, cep diãdã
tücia saaouas i Passatempos preferidos teatro, mar se -dos, solteira. funcioniris pú-
av. dio safasi, dondominio Moradas do poesia e estar ao com alquem que nao ol:~fl
e ampo, sua i alooo 102 B. apto sos; -me deixe sentir que er'›w so U- rrespondsr para amizade -
csnaasnt viii, salvador, si,oap eoooo ouar as corresponder. rflfe flllelflfl. oh eso
r a sr anos l ea se la fitlflfli com alguém que seja genre o sufici-
tl mu I, I j . | Q -
í_"¿_i"
um-CHANACÚHCHANA 12 ~ 1987