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Índice

Introdução 3
Caracterização da Faixa Etária 4
Caracterização do Grupo 6
Organização do Espaço 10
Organização do Tempo 11
Fundamentação da Escolha do Tema 12
Áreas / Temas a Desenvolver com o Grupo 13
Objetivos / Intenções Pedagógicas 14
Comunicação de resultados, divulgação de informação 20
Conclusão 21
Bibliografia 22

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Introdução

Um Projeto Pedagógico, elaborado pela Educadora responsável de sala, pretende ser


um documento orientador de todo o trabalho a realizar com as crianças ao longo de um
ano letivo. Partindo do tema anual “Eu e o meu corpo”, vamos tentar promover e
desenvolver competências ao nível pessoal e social. Apesar de ser um documento, não
impede que surjam alterações ao longo do ano, no sentido de ir ao encontro das
necessidades do grupo. Um bom planejamento das atividades educativas favorece a
formação de competências para a criança aprender a cuidar de si. No entanto, na
perspectiva que integra o cuidado, educar não é apenas isto. Educar cuidando inclui
acolher, garantir a segurança, mas também alimentar a curiosidade, a ludicidade e a
expressividade infantis. É essencial um fazer pedagógico que permita à criança agir sem
o auxílio do adulto, levando em consideração suas necessidades básicas e suas
potencialidades.

Durante este ano letivo, enquanto educadora da sala “Aventura”, defini alguns temas a
desenvolver com o grupo, temas estes pensados a partir dos interesses das crianças, bem
como os objetivos/ intenções pedagógicas, que me proponho alcançar/ trabalhar.
Conhecer o próprio corpo possibilita que a criança tenha condições de interagir com ele
de forma coerente, reconhecendo suas sensações, promovendo a construção de uma
imagem positiva de si mesma e aprendendo a conviver e a respeitar as diferenças. Este é
um assunto muito importante e deve ser priorizado no trabalho com as crianças, pois a
imagem corporal que a criança tem de si mesma é o ponto de referência para todo tipo
de aquisição de conhecimento. É através do domínio do próprio corpo que irá estruturar
e organizar o conhecimento do mundo exterior. É com esta compreensão que este
trabalho com o corpo será desenvolvido, um trabalho cheio de atividades e jogos, as
quais levarão as crianças a fazer a grande descoberta do seu corpo e a adaptar-se com o
mundo que a cerca.

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Caracterização da Faixa Etária

Compete ao educador, fundamentar-se em teorias psicológicas do desenvolvimento e da


aprendizagem, para desta forma proceder à caracterização do seu grupo de crianças e
poder adequar a sua prática às necessidades, interesses e níveis de desenvolvimento.
Segundo Piaget (psicólogo que se dedicou ao estudo do desenvolvimento cognitivo das
crianças durante a infância), entre os 12 e os 24 meses a criança encontra-se no estádio
sensório motor. Durante o estádio sensório motor as crianças aprendem acerca de si
próprios e do mundo através da sua atividade sensorial e motora que se encontra em
desenvolvimento.
É durante este período que as crianças começam a experimentar novos
comportamentos e é também nesta fase que as crianças começam a adquirir a marcha, e
é através da mesma que podem começar a satisfazer a sua curiosidade através da
exploração do ambiente.
“Pela primeira vez, as crianças revelam originalidade na resolução de problemas.

Através da tentativa e erro, elas experimentam novos comportamentos até terem


encontrado a melhor maneira de atingir um objetivo.” (O mundo da criança, 200)
Nesta fase a criança possui já uma capacidade representacional, que consiste na
capacidade que a criança tem para representar mentalmente objetos e experiências,
principalmente através do uso de símbolos.
A imitação diferida, é outra característica desta faixa etária, esta consiste na capacidade
por parte da criança em imitar ações que já não visualiza à sua frente, e é então que surge
o “faz de conta”, presente nas suas brincadeiras do quotidiano.
É ainda durante este estádio que a criança adquire a permanência do objeto, ou seja,
passa a ter consciência de que uma pessoa ou objeto continuam a existir, mesmo quando
não estão presentes. É através do desenvolvimento desta capacidade que a criança se
consegue sentir segura mesmo sabendo que a figura parental se possa ter ausentado, pois

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ela possui a capacidade de perceber que mesmo que os pais não estejam ali, eles
continuam a existir e vão voltar. No que diz respeito ao desenvolvimento da linguagem,
é por volta dos doze, treze meses, que a maior parte das crianças começa a perceber que
uma palavra representa um objeto ou um acontecimento específico, permitindo, desta
forma que rapidamente aprenda o significado de uma nova palavra. Inicialmente este
processo é um pouco lento, mas assim que a criança começa a depender mais das
palavras para se exprimir, os sons e os ritmos da fala tornam-se mais elaborados.
Uma criança com um ano conhece já o significado de algumas palavras, e já é capaz de

começar a perceber ordens simples. Nesta fase, a criança utiliza muitas vezes uma só
palavra/sílaba que na verdade significa uma frase, por exemplo, a criança quando diz
“dá” esta a querer dizer “Eu quero”. O uso de uma só palavra que transmite uma ideia
completa, chama-se holófrase. Relativamente ao desenvolvimento motor, nesta fase, a
criança começa a aprender a caminhar, pegar em objetos e até mesmo rejeitar os mesmos
atirando-os para o chão. Lentamente a criança vai adquirindo a capacidade de realizar o
movimento de preensão, e assim conseguir mais facilmente pegar em objetos mais
pequenos.
No que se refere ao desenvolvimento pessoal e social, Piaget diz que a criança nesta
fase é egocêntrica, o egocentrismo traduz- se no facto de a criança, acreditar que o
mundo funciona e existe em função dela, ela é o centro de tudo, não é capaz de
compreender o ponto de vista do outro, bem como, apresenta dificuldade em partilhar
objetos. Uma outra caraterística da criança nesta fase é a chamada brincadeira solitária,
que consiste no facto que a criança apesar de fazer parte de um grupo, brinca como se
estivesse sozinha, ou seja, as crianças do grupo estão todas juntas na mesma sala, mas
cada uma está a ter a sua brincadeira. Apesar desta brincadeira solitária, nesta fase a
criança, gosta e sente necessidade de ter sempre por perto o adulto, e ao mesmo tempo
tenta sempre captar a sua atenção. A criança ainda é extremamente dependente do
adulto.

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Caracterização do Grupo

Este projeto destina-se a um grupo de 14 crianças, até à data, com idades


compreendidas entre os 11 e 16 meses, 9 (nove) das quais são do sexo feminino e 5
(cinco) do sexo masculino. As crianças estão a frequentar a instituição pela primeira vez,
não tendo frequentado antes outra. Ao nível da adaptação, podemos dizer que 7 (sete) já
estão completamente adaptadas, já não choram para ficar na escola, não choram para
comer e para dormir e também já não perguntam pelos pais ao longo do dia. As restantes
ainda choramingao no momento de ficar na escola e também nas situações de mudança
de espaços. No entanto, é de salientar que estas crianças estão há poucos dias a
frequentar a instituição.

Ao nível da compreensão da linguagem as crianças deste grupo já são capazes


compreender alguns pedidos e ordens simples. No que diz respeito ao desenvolvimento
pessoal e social, nomeadamente, no que diz respeito à autonomia, todas as crianças do
grupo necessitam de ajuda no momento da refeição, para se vestir/ despir, calçar/
descalçar, no entanto, algumas crianças já começam a demonstrar interesse para pegar na
colher sozinhas. Ainda em relação ao seu desenvolvimento pessoal e social algumas
crianças já são capazes de reconhecer alguns objetos que lhes são familiares. São capazes
de demonstrar as suas emoções através de algumas expressões, mas ainda é frequente o
recurso às birras.

De uma forma geral, enquanto educadora é importante salientar que todas estas
caraterísticas do grupo, descritas anteriormente, são tidas em consideração no momento
de planificação e execução a minha prática pedagógica.

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Caracterização das necessidades e interesses

• Principais competências

O grupo em questão apresenta algumas características comuns, nomeadamente algumas


competências já adquiridas. Na área da comunicação verifica-se uma capacidade
crescente para estabelecer comunicação com os pares, apesar de não terem ainda
adquirido a linguagem, já conseguem socializar e interagir entre eles.

Na área da aprendizagem é um grupo interessado, que já se deu conta das rotinas da


sala. Grande parte do grupo consegue permanecer sentado durante as refeições, mas
todos eles necessitam do adulto para comer. Relativamente ao tapete, todos eles
apresentam algumas dificuldades para ficarem sentados e ouvirem uma história, o
período de concentração deles é ainda muito reduzido. No que diz respeito às
competências físicas e motoras é um grupo onde a aquisição da marcha ainda não esta
concluída por todos.

Resultados desejáveis

As crianças nesta faixa etária irão iniciar o processo de afirmação de personalidade. Este
processo caracteriza-se por uma crescente destreza física, um desenvolvimento
acentuado da linguagem e manifestações emocionais próprias. Também a tomada de um
melhor conhecimento do mundo que as rodeia, se verifica nesta fase do crescimento.
Será ainda de salientar, a crescente tendência para a participação no grupo,
abandonando, aos poucos, o comportamento individualista, caraterístico dos primeiros
anos de vida. Assim, na área de formação pessoal e social, a interação com os pares será
um aspeto a ter em conta, pois é um grupo muito egocêntrico devido à idade e, por isso,
com muita dificuldade em partilhar os seus brinquedos.

Na área da aprendizagem, é um grupo que está a iniciar o desenvolvimento de


competências cognitivas e de resolução de problemas, contudo ainda recorrem, com

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muita frequência ao empurrar e dar dentadas para resolver situações de conflito. Apesar
de ser algo muito pouco agradável para nós profissionais e para os pais, não deixa de ser
totalmente normal nesta faixa etária entre os 12 e os 24 meses.
Nesta idade a criança encontra-se em plena fase de omnipotência, acreditando que é o
centro do mundo. O mais importante da vida, é a gratificação dos seus desejos e
necessidades físicas e psicológicas. Aliado à fase de descoberta, curiosidade e enorme
aprendizagem em que se encontra, partilhar os objetos de interesse torna- se uma tarefa
difícil. Por outro lado, os estados emocionais são para ela ainda um mistério. Ainda não
consegue expressar zanga e frustração sem ser através de intensas birras ou de
comportamentos que aos nossos olhos parecem muito agressivos. Todos estes fatores
combinados, fazem da dentada, dos empurrões e/ou aranhões a forma possível da criança
se expressar em determinados momentos. Se dói a quem recebe a dentada? Dói. Mas o
objetivo da criança não é necessariamente atingir o outro mas apenas libertar ou
manifestar o que está em si. Frequentemente, quando se apercebe que provocou dor, a
criança começa a chorar assustada com o seu próprio comportamento.
Depois da mordida, é habitual ver ambas as crianças a olharem à volta como que a

solicitar a intervenção do adulto. E, a forma como os adultos que estão por perto irão
reagir, vai ser determinante para a aprendizagem retirada do momento. Depois da
dentada devemos dizer um firme e compreensivo NÃO. Tentar traduzir esta
manifestação, tentar perceber porque o fez. “Será que querias este brinquedo?” “Mas não
se morde.” “Eu sei que ficaste zangado, mas não se morde.” Tentando dar uma
alternativa ao conflito. “E se brincasses com outro?” “Pode ser que o teu amigo te
empreste. É claro que a criança não deixa naturalmente de morder. Também não começa
a exprimir as suas emoções, nem tão pouco a brincar sem conflitos. Mas é fundamental
que o adulto compreenda que a agressividade existe na infância e que é uma forma de
manifestação das emoções, como existem muitas outras, não podemos negar a zanga,
frustração, medo, tristeza, assim como não negamos felicidade, compreensão, aceitação.

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Também será necessário, ao longo deste ano, incidir a nossa atenção no desenvolvimento
da linguagem. Este será sem dúvida um dos aspetos ao qual iremos dar maior relevância,
uma vez que é nesta faixa etária que surgem as primeiras palavras e a criança repete tudo
quanto ouve.

Na área das competências físicas e motoras, a atenção será mais direcionada para o
desenvolvimento da motricidade, nomeadamente adquirir a capacidade de encaixar
peças de jogos, assim como pegar num lápis ou pincel. Definir a lateralidade (preferência
por uma mão) e imitar o rabisco circular e garatuja.

Quanto à higiene, é um grupo que ainda usa fralda e será necessário criar hábitos de ir
à sanita de forma a retirar a mesma. Muitas das crianças ainda não se dão conta que
necessitam de assoar o nariz, não pedem ou demonstram incómodo com tal situação, pelo
que será também um aspeto a desenvolver.

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Organização do Espaço

“A organização do espaço da sala é expressão das intenções do/a educador/a e da


dinâmica do grupo, sendo indispensável que este/a se interrogue sobre a sua função,
finalidades e sua utilização, de modo a planear e fundamentar as razões dessa
organização.”(Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar, 28)
Para que se tenha uma qualidade na educação infantil faz-se necessário promover as
interações e brincadeiras entre as crianças. Uma das formas de promover isto é
organizando os espaços da sala de aula, tornando o ambiente rico e desafiador e que
proporcione experiências ricas e prazerosas, tornando o processo de aprendizagem mais
significativo. A competência e a motivação das crianças podem tanto ser acentuadas
quanto inibidas, dependendo do grau de consciência e da força motivacional do contexto
circundante. Diversos estudos demonstram a importância do papel dos adultos no
desenvolvimento das crianças pequenas, não apenas por meio de ações diretas e
almejadas, mas também indiretamente, quando os adultos criam contextos educacionais
que estimulam as crianças a utilizar suas aptidões e competências. Essa implicação tem
relevância na organização dos espaços físicos de uma escola para crianças pequenas.O
conhecimento do espaço e das suas possibilidades, é um fator que promove o
desenvolvimento da independência e da autonomia das crianças, pois ao conhecerem e
compreenderem a forma como o espaço se encontra organizado, dá a criança a
possibilidade de fazer escolhas, e de utilizar os materiais da sala de diferentes maneiras,
desenvolvendo desta forma a criatividade. Nessas circunstâncias deve-se sempre
procurar proporcionar um espaço que estimule as crianças a desenvolverem suas
competências, oferecendo novos desafios a elas. Porém, se deve ter o cuidado de não
sobrecarregá-las com muitas informações e atividades que não são do seu interesse.

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Organização do Tempo

As referências temporais transmitem segurança à criança e ajudam a mesma na


compreensão do tempo.“O tempo educativo tem uma distribuição flexível, embora
corresponda a momentos que se repetem com uma certa periocidade. A sucessão de cada
dia, as manhãs e as tardes tem um determinado ritmo existindo, deste modo, uma rotina
que é educativa porque é intencionalmente planeada pelo/a educador/a e porque é
conhecida pelas crianças que sabem o que podem fazer nos vários momentos e prever a
sua sucessão.”(Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar, 29)

Hora Rotina

7h45m-9h30m Acolhimento das crianças


9h30m-10h
Canção dos bons dias, registo presenças
10h-10h15m
Reforço da manhã (fruta)
10h15m-11h15m
Atividades Orientadas
11h15m-11h30m
Higiene e Preparação para o Almoço
11h30m-12h30m
Período de Almoço
12h30m-15h
Inicío da Sesta
15h-15h30m
Higiene e Preparação para o Lanche
15h30m-16h
Período do Lanche

16h Inicío das Atividaes Livres

19h30m Encerramento da Instituição

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Fundamentação da Escolha do Tema

As crianças têm uma curiosidade natural sobre o próprio corpo e seu funcionamento. É

preciso que este assunto seja tratado com naturalidade e respeito.Na infância, é natural
que as crianças queiram saber tudo sobre o corpo, porque é período no qual ocorrem as
descobertas. Pernas, pés, braços, mãos, cabeça, enfim, o corpo humano vai aos poucos
sendo desvendado pela curiosidade.. A criança começa a se perceber como ser, além da
estrutura básica corporal ( cabeça, tronco e membros) e começa a perceber a forma
humana rica em detalhes ( sobrancelhas, cílios, orelhas, mãos, pés, dedos, entre outros).
Percebem que todos órgãos são importantes e desempenham funções diferentes e únicas.

Conhecer o próprio corpo possibilita que a criança tenha condições de interagir com
ele de forma coerente, reconhecendo suas sensações, promovendo a construção de uma
imagem positiva de si mesma e aprendendo a conviver e a respeitar as diferenças.

Este é um assunto muito importante e deve ser priorizado no trabalho com as crianças,
pois a imagem corporal que a criança tem de si mesma é o ponto de referência para todo
tipo de aquisição de conhecimento. É através do domínio do próprio corpo que irá
estruturar e organizar o conhecimento do mundo exterior. Será este o ponto de partida
das noções de espaço, tempo, forma, volume, etc

É com esta compreensão que este trabalho com o corpo será desenvolvido, um
trabalho cheio de atividades e jogos, as quais levarão as crianças a fazer a grande
descoberta do seu corpo e a adaptar-se com o mundo que a cerca.

Concluindo, o que pretendo é conseguir trabalhar todos conteúdos que devem ser
trabalhados com as crianças da faixa etária.

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Áreas / Temas a Desenvolver com o Grupo

Durante este ano letivo, enquanto educadora da sala “Aventura”, defini alguns temas a
desenvolver com o grupo, temas estes pensados a partir dos interesses das crianças, bem
como os objetivos/ intenções pedagógicas, que me proponho alcançar/ trabalhar. É
importante salvaguardar que estes temas poderão ser trabalhados por uma ordem
diferente daquela que a seguir vai ser apresentada.
Numa fase inicial, vou trabalhar o tema dos animais (da quinta e domésticos), onde
vivem e o que comem, ao mesmo tempo aproveitando para trabalhar o respeito e
cuidado que devemos ter pelos mesmos, bem como pela natureza.
Um outro tema a trabalhar é a família, especificamente os seus membros (pai, mãe e
irmãos), uma vez que, apesar de conhecerem e saberem que tem avós, tios e primos, para
eles ainda é difícil perceber as diferenças entre graus de parentesco.
Aproveitando as diferenças entre patos e patas surge a temática do corpo humano,
trabalhando a diferença entre menino e menina, bem como as diferentes partes do corpo
(cabeça, tronco, mãos, pés, etc.)
Também pretendo abordar os meios de transporte mais comuns, ou seja, aqueles com
que as crianças têm mais contacto habitualmente (carro, mota, comboio, barco, avião)
aproveitando o facto de haver água no lago e do barco se deslocar na água.
No sentido de conseguir melhores aprendizagens e tendo em conta a maturidade das
crianças mais para o final do ano letivo, trabalharei as cores primárias.
Por fim, sempre que se inicia uma estação do ano, serão trabalhadas as suas diferentes
características.
Enquanto educadora de creche da sala “Aventura”, é meu desejo que através destes
temas as crianças consigam desenvolver em plenitude, todos os objetivos que são
expectáveis, tendo em conta a faixa etária em que se encontram.

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Objetivos / Intenções Pedagógicas

ÁREA DE FORMAÇÃO PESSOAL E SOCIAL

Reconhece-se através do próprio nome

Sabe dizer o seu próprio nome

Reconhece os seus objetos pessoais

Reconhece pessoas que lhe são familiares

Expressa, através de gestos, os seus gostos

Verbaliza desejos através de ações e expressões faciais

Reconhece-se quando se olha ao espelho

Reconhece-se numa fotografia

Pega na colher e come de forma autónoma

Reconhece os adultos da sala, chamando-os pelo seu nome

Permanece atento(a) durante algum tempo, no decurso de uma atividade

Identifica e nomeia os amigos da sala

Espera pela sua vez durante uma atividade

Permanece sentado(a) quando assim o é exigido

Dirige-se para a sala segundo a orientação do adulto

Ajuda o adulto a arrumar os objetos/brinquedos nas respetivas áreas da sala

Tira os sapatos, depois de desapertados pelo adulto

Dirige-se para a sala segundo a orientação do adulto

Interrompe uma ação quando lhe dizem que “não”

Tem uma atitude de carinho para com o amigo quando o magoa, a pedido do adulto

Partilha objetos/brinquedos de forma espontânea ou a pedido do adulto;

Participa nas diferentes atividades ao longo do dia

Diz “adeus” e “olá” nas situações adequadas

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Participa no momento do “Acolhimento”

Tira os sapatos sem a ajuda do adulto

Despe as calças, depois de desapertadas pelo adulto

Ajuda a vestir-se, levantando mãos e pernas

CAPACIDADES MOTORAS FINAS

Retira os objetos de dentro de uma caixa ou contentor

Deita os objectos para dentro de uma caixa ou contentor

Usa as mãos para remexer e agarrar ou manipular objetos, areia, comida, etc

Usa o sistema de pinça (dedo polegar com o 4º dedo) para agarrar pequenas coisas(i.e.
objetos, comida)

Consegue comer sozinha (i.e. segura o copo para beber não derramando muito do seu
conteúdo, segura na colher para comer sozinha)

COMPETÊNCIAS COGNITIVAS

Recorda a localização dos objetos favoritos (i.e. procura pelos objetos que não se
encontra à vista, é persistente na sua procura do objeto que quer quando este se encontra
escondido)

Demonstra uma consciência básica de causalidade ou de efeito imediato (i.e. abrir e

fechar, pressionar botões para fazer barulho)

Usa objetos ou uma pessoa como estratégia para conseguir algo (i.e. pede para ser
agarrada ao colo para chegar a algo, usa um brinquedo para alcançar outro que está muito
alto ou distante, puxa a toalha para alcançar um brinquedo)

COMPETÊNCIAS DE LEITURA

Aponta ou faz sons quando olha para as pinturas de um livro

Interesse em livros e outros materiais escritos

Gosta de tocar, andar e de olhar para livros

Leva livros para o adulto lhe mostrar

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Demonstra prazer quando alguém lê para ela (i.e. vocaliza, sorri, mantêm o olhar

demonstrando interesse na atividade)

Segura marcadores ou lápis e faz marcas ou riscos no papel

COMPREENSÃO E EXPRESSÃO DA LINGUAGEM

Vira a cabeça em direção a um objeto (i.e. bola ou pessoa) quando se diz o seu nome

Compreende pedidos ou ordens simples que impliquem uma tarefa ou instrução (i.e.
Quando está a ser alimentada ""por favor, abre a boca"", quando está a brincar
""podes trazer a bola?"")

Expressa duas ou três palavras compreensíveis (i.e. ""mama"", ""papa"", ""não"",""dada""

Faz gestos, sons, movimentos ou demonstra o que quer ou sente através de entoação ou
expressões faciais (i.e. abana a cabeça para dizer ""não"" ou ""sim"", usa gestos
personalizados que quem lhe está próximo reconhece)

Participa em brincadeiras ou atividades de mímica ou de conversação (i.e. responde à


conversa reproduzindo alguns dos sons ou palavras ou balbuciando sons em resposta
ao adulto)

CONCEITO DO NÚMERO

Compreende o conceito de ""mais"" em relação à comida ou à brincadeira (i.e. usa


""mais"" ou responde adequadamente quando lhe perguntam se quer mais comida, mais
música, mais brincadeira)

CONCEITOS DA MATEMÁTICA

Explora reações espaciais (i.e. tenta colocar o corpo dentro de caixas ou tunéis, coloca os
dedos dentro de um brinquedo/quadro de pinos ou furos, enche e esvazia caixas
de brinquedos)

Agrupa alguns objetos pelo tamanho, cor ou forma (i.e. encontra 2 ou 3 objetos que

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possuem a mesma cor, forma ou tamanho)

EDUCAÇÃO-MOTORA

Controla o corpo quando se baixa

Desloca-se pelo espaço empurrando um objeto

Corre num espaço amplo

Rasga papel

Levanta um braço ou uma perna de acordo com a indicação do adulto

Pontapeia uma bola

Desloca-se no espaço envolvente de forma livre ou sobre a orientação do adulto

Ajoelha-se e põe-se de cócoras;

Reage ao som realizado pelo próprio corpo como, por exemplo, bater palmas

Executa um gesto ou um movimento ao som de uma música

Experimenta e reage através do tato a diferentes superfícies e texturas (liso/ rugoso;

macio/ áspero), matérias (algodão, papel, tecido, plástico, tinta), consistência (duro/mole) e
temperaturas

Brinca com o próprio corpo

Realiza construções com legos formando uma torre

Imita ações indicadas pelo adulto

Faz riscos com lápis de cera e de cor

Movimenta de forma livre o pincel pelo papel

Coloca os objetos segundo determinadas posições: em cima/ em baixo; à frente/ atrás

Coloca os brinquedos da sala na respetiva área

Compreende os diferentes momentos da rotina diária

Reage a estímulos visuais, tais como a luz, cor e movimento

Identifica e aponta para os objetos

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Reage aos alimentos quentes e frios

Prova diferentes alimentos de diferentes paladares

Prova os frutos da época

Reage aos sons do meio envolvente

Reage à voz das pessoas

Pega corretamente na colher

Reage perante a apresentação de canções novas

Passa uma perna de cada vez por cima de um obstáculo

Dá a mão a um amigo para formar uma roda

Equilibra-se sem o apoio do adulto

Reconhece e identifica os diferentes sons dos animais

Reage aos diferentes ritmos da música

Contorna obstáculos com e sem o apoio do adulto

Manipula objetos de diferentes formas e tamanhos

Executa várias atividades tais como: empilhar/ desempilhar; empurrar/ puxar;

encaixar/ desencaixar; tocar, agarrar, retirar, trazer, levar

HÁBITOS SAUDÁVEIS E COMPORTAMENTOS DE SEGURANÇA

Lava e seca as mãos com o apoio do adulto

Consegue ser distraída de um comportamento que está a fazer e que seja pouco seguro
para si através de instruções verbais, de indicações físicas ou outros sinais por parte do
adulto (i.e. evita determinados objetos se alguém lhe disser para o fazer, pode ser
redirecionada de uma atividade potencialmente perigosa para outra)

INTERESSE EM APRENDER

Manipula coisas no contexto que a rodeia (i.e. move-se em direção às coisas, coloca objetos
na boca e com as mãos, observa o movimento dos dedos)

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Investiga os novos acontecimentos ou fenómenos que assiste (i.e. tenta apanhar a chuva,
pára de brincar para ver a sombra que se mexe)

MEDIDA, ORDEM E TEMPO

Usa brinquedos simples de empilhamento ou de encaixe (i.e. empilha ou encaixa 3 ou 4


copos ou blocos de tamanhos graduados)

"Entende palavras relacionadas com o tempo tais como ""depois"", ""antes"" (i.e. entende
coisas como ""depois de mudar a fralda vamos ler uma história"", ""antes de ir á rua temos
que vestir o casaco"")"

MOTRICIDADE GLOBAL

Fica sentada

Rasteja ou gatinha sobre as mãos e os joelhos

Agarra-se às coisas para se puxar e manter de pé

Fica de pé e anda à volta de algo enquanto se agarra aos objetos ou mobília

Consegue andar sozinho

Corre

Pára e anda para trás alguns passos

Sobe a pequenas estruturas (i.e. escorrega, estruturas de parque infantil)

Atira pequenos objetos

Carrega pequenos objetos

Empurra os objetos

Puxa os objetos

Anda de triciclo ou outros brinquedos de rodas sem pedais

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Comunicação de resultados, divulgação de informação

“O sucesso de toda instituição de ensino com educação infantil passa pela


comunicação.”

A Educação Infantil é um período que requer cuidados especiais no processo, e quanto


mais próximos forem os pais da escola, melhor. Na Educação Infantil, muitas informações
são preciosas. Dentre tais, se destacam a frequência no sono das crianças, questões
familiares em geral, problemas de saúde e necessidades educacionais especiais. Os
primeiros anos de vida de uma criança são essenciais para o desenvolvimento de uma
sólida inteligência emocional, então todo cuidado é necessário. Como tal será elaborado
um registo semanal das atividades e momentos vividos pelas crianças na creche que será
publicado na plataforma online Educabiz. As informações transmitidas são fundamentais
para o bem estar dos alunos e de uma sala de aula mais harmônica. Nesse sentido, as
inovações tecnológicas se transformam em grandes aliados de uma boa gestão escolar.

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Conclusão

Enquanto educadora de creche da sala “Aventura”, tenho a intenção de utilizar este


projeto curricular de sala como instrumento de trabalho, para a partir deste poder
intervir de uma forma mais específica no meu grupo de crianças. A elaboração deste
projeto, permitiu-me refletir acerca dos temas a trabalhar, bem como a forma como os
devo abordar, tendo sempre em conta os objetivos/ intenções pedagógicas que pretendo
alcançar com o meu grupo de crianças. No que se refere a uma educação de qualidade,
devem ser proporcionados espaços nos quais as crianças possam se expressar por
diferentes meios: serem ouvidas, serem acolhidas e se sentirem bem no seu ambiente. Já
que a escola é um espaço de socialização, o ambiente deve ser organizado para facilitar
esse processo. É na escola que a criança vai ampliar a socialização, pois é nela que ela vai
fazer diversas interações. Portanto, quanto mais rico e desafiador for o ambiente em que
a criança estiver inserida, mais interações ela poderá fazer, desenvolvendo assim suas
habilidades e competências. Através dessa organização os pequenos podem ter a
oportunidade de aprender a cuidar de si, cuidar do outro e também do ambiente no qual
estão inseridos. Portanto a organização feita pelo educador(a) é que vai determinar a
qualidade da proposta pedagógica e do trabalho realizado na escola de educação infantil.
É importante referir, que o projeto curricular de sala, é um documento que apesar de
ser elaborado no início do ano letivo, deve ser sempre passível de ser alterado e
complementado ao longo de todo o ano letivo.

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Bibliografia

--DA SILVA, Isabel Lopes, MARQUES, Liliana, MATA, Lourdes, ROSA, Manuela
(2016) Orientações Curriculares para a Educação Pré- Escolar. Lisboa, Ministério da
Educação/ Direção Geral de Educação

--PAPALIA, Diane, OLDS, Sally Wendkos e FELDMAN, Ruth Duskin. O


Mundo da Criança,8ª edição, Lisboa, Mc Graw Hill, 1999

--SPRINTHALL, NORMAN A E SPRINTHALL, RICHARD C (1993) Psicologia


Educacional. Lisboa, Ed McGraw-Hill.

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