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De 1986 a 1996, tivemos profundas mudanças no campo político, com o fim do Império
Soviético, foi o maior, se não o mais espantoso e inacreditável acontecimento do fim do século
XX. A revolução bolchevique, que buscou mudar a face econômico-social do planeta chegava ao
fim de forma um tanto melancólica, com seus dois principais dirigentes tentando, em frente às
câmeras de televisão do mundo inteiro, engolir um ao outro, como forma de se manterem no
poder, independentemente de a própria estrutura da qual os dois eram os supremos guardiões não
mais existir. Com o fim do bloco soviético, e do modelo socioeconômico que o socialismo tentou
implantar, na Rússia e em todas as nações do mundo, o que restou foi o modelo oposto,
patrocinado pelo grande rival, os Estados Unidos, modelo este conhecido como capitalismo.
Com o fim da divisão das nações, pelo tipo de modelo político praticado, surge uma nova
forma de classificá-las e de agrupá-las, o regionalismo. Aqui temos a primeira estrutura diferente
com a qual temos que saber interagir: os blocos econômicos. O mundo agora tem uma nova
forma, mas não se preocupe em decorá-la, pois o dinamismo desta estrutura é uma das forças
propulsoras do desenvolvimento dela. Isso quer dizer que neste novo tipo de organização, as
nações entram e saem, movidas por interesses que muitas vezes não conseguimos entender
rapidamente à primeira vista. Algumas vezes, mesmo fazendo parte formal de um grupo
econômico, esta ou aquela nação tem interesses comuns com outras nações que não fazem parte
de seu grupo, gerando expectativas e atritos com alguns parceiros.
Esta nova forma de interação das nações fez com que alguns comentaristas passassem a
defender o fim dos diplomatas, substituindo-os por homens de negócios. Como os antigos
mercadores, que eram negociantes e diplomatas ao mesmo tempo. Seria, no mínimo, uma
tremenda economia.
A globalização pode ser financeira, com o fluxo de capitais de todas as espécies circulando
livremente entre os países através de redes de computadores de uso exclusivo do mercado de
capitais; pode ser econômica, com o capital de investimento procurando ao redor do mundo os
países mais atraentes, tanto em matéria de segurança, quanto de remuneração, para se investir e
ter lucro; pode ser também comercial, com um volume de mercadorias de mais ou menos 6,1
trilhões de dólares transitando ao redor do mundo.
É claro que o fenômeno está longe de ser uma unanimidade. Há os que defendem e há os
que atacam. Prefiro ficar com os que defendem, por reconhecer que existe maior número de
pontos positivos, e que os pontos negativos devem, e podem, ser resolvidos dentro de uma nova
abordagem, principalmente com preocupações sociais.
Aos que defendem a globalização alguns setores anacrônicos, juntamente com outros
puramente aproveitadores por quererem manter as velhas oligarquias e feudos cheios de
privilégios, dão o nome de liberais, como se os estivesse xingando, por causa da teoria do
liberalismo econômico. Entretanto, como hoje vivemos uma era em que o radicalismo, quer seja
de direita, quer seja de esquerda, quer seja religioso, ou de outro tipo qualquer, não tem mais
lugar, devemos antes de mais nada sentar à mesa de negociações para juntos aprendermos o que
cada um dos outros participantes tem de melhor e melhorarmos nossas próprias crenças. Isso
vale inclusive para o dia-a-dia das empresas.
Fator positivo é também a diminuição das tensões entre nações, o que gerava um clima de
instabilidade muito grande, com iminente perigo de guerras envolvendo grandes blocos. Hoje, as
guerras, que continuam sendo uma barbárie, estão regionalizadas e um conflito mundial de
grandes proporções parece muito remoto.
Entretanto, como não existe a perfeição, quer absoluta, quer eterna, a globalização tem
também seus efeitos negativos, que, porém, desde que cada um faça sua parte, podem ser
minimizados em alguns casos e extintos em outros.
Isso tem acontecido com freqüência no mundo todo e no Brasil não podia ser diferente.
As empresas viram-se quase de repente expostas a uma batalha de vida ou morte com empresas
mais bem estruturadas, muito mais bem aparelhadas e o resultado não poderia ser outro. Só em
São Paulo, em dezembro de 1996, antes de mesmo da globalização ser uma unanimidade, já eram
mais de um milhão e trezentos mil os trabalhadores desempregados na indústria. Postos de
trabalho, aliás, que nunca mais existirão.
Além disso, é bom lembrar do atraso tecnológico que sofremos por conta da adoção da
política de substituição das importações. Ou seja, nas décadas de 70 e 80, as empresas apoiadas
pelo governo preferiram importar a desenvolver tecnologia. Com isso, os efeitos perversos estão
sendo sentidos agora. O parque industrial brasileiro não se modernizou quando podia e devia e
hoje está pagando um preço alto e, em muitos casos, injusto, pela ignorância dos nossos
governantes.
Outro fator negativo é que países que não se comportam dentro das regras gerais, ou que
não cumprem as regras do comércio internacional, se beneficiam do abrandamento das barreiras
alfandegárias, para invadir os outros países com mercadorias de má qualidade, com preços baixos
pela prática do dumping, e da exploração de mão-de-obra quase escrava. Como fazem alguns
países asiáticos tão conhecidos dos brasileiros pelas porcarias que muitas vezes tentam vender, e
pelas inúmeras outras que efetivamente conseguem vender em nosso país. Nesses casos, só há
um jeito eficaz de combater esse tipo de desonestidade: sobretaxando os produtos oriundos
desses países.
O Estado falido
Outro fenômeno presente neste final de século é o Estado falido. Os Estados não têm
mais dinheiro para continuarem bancando a orgia promovida pelos maus políticos, pelos partidos
fisiológicos, pelas teorias fora de época, por uma máquina inchada e ineficiente, que exauriram os
cofres públicos até bem pouco tempo. O pouco de dinheiro que resta aos Estados deve ser
investido em segurança, saúde e educação, que são os deveres do Estado.
Os membros fundadores, juntamente com outros países, formaram um grupo que elaborou
o projeto de criação da OIC, sendo os Estados Unidos um dos países mais atuantes no
convencimento da idéia do liberalismo comercial regulamentado em bases multilaterais. O foro de
discussões, que se estendeu de novembro de 1947 a março de 1948, ocorreu em Havana, Cuba, e
culminou com a assinatura da Carta de Havana, na qual constava a criação da OIC. O projeto de
criação da OIC era ambicioso, pois além de estabelecer disciplinas para o comércio de bens,
continha normas sobre emprego, práticas comerciais restritivas, investimentos estrangeiros e
serviços.
Caso um relatório de painel aprovado pelo OSC conclua pela inconformidade da prática
de um Membro com as regras da OMC, a parte afetada deve modificar aquela prática, de modo a
recompor o equilíbrio entre direitos e obrigações. Apenas em caso de recusa por parte do
Membro derrotado em recompor tal equilíbrio é que a OMC poderá autorizar retaliações.
1. Consultas;
3. O painel será estabelecido o mais tardar na reunião do OSC seguinte à reunião em que a
solicitação constou pela primeira vez da agenda do Órgão;
4. O painel será composto, normalmente, por 3 peritos, após consultas às partes em disputa.
As partes em litígio, de comum acordo, podem solicitar que o painel seja integrado por 5
peritos. As deliberações dos painéis serão confidenciais;
5. O painel terá 6, ou, no máximo, 9 meses, em condições habituais, para apresentar seu
relatório, a contar da data de seu estabelecimento e da determinação de seus termos de
referência;
6. A parte demandante poderá solicitar a suspensão dos trabalhos do painel, a qual não
poderá exceder a 12 meses, sob pena de caducar a autoridade para estabelecimento do
painel;
8. Adoção do relatório do painel: salvo em casos de apelação, o relatório deverá ser adotado
pelo OSC dentro de 60 dias, a contar da data de circulação do documento entre os
membros. Os relatórios não serão examinados para efeito de aceitação pelo OSC até 20
dias após a data de distribuição aos Membros;
9. Apelação: o Órgão de Apelação (OA) – composto por sete integrantes (nomeados para
mandato de quatro anos, renovável), três dos quais atuarão em cada caso – terá, como
regra geral, 60 dias contados a partir da data da notificação formal da decisão de apelar
para distribuir seu relatório. O procedimento não deverá exceder 90 dias. Apenas as partes
em controvérsia, excluindo-se terceiros interessados, poderão recorrer do relatório do
painel;
11. Implementação das Recomendações do OSC: em reunião do OSC dentro de 30 dias após
a data de adoção do relatório do Painel ou do OA, o membro interessado deverá informar
ao OSC suas intenções com relação à implementação das decisões e recomendações
daquele Órgão. Não sendo possível a implementação imediata, o membro interessado
deverá dispor de prazo razoável;
15. Após a determinação, pelo comitê de arbitragem, de que maneira e em que valor incidirá a
suspensão da aplicação de concessões, a parte interessada deve solicitar autorização ao
OSC para poder aplicar aquela suspensão.