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MANUAL DE MEIO AMBIENTE CONSÓRCIO ACL-SCETAUROUTE

MANUAL DE MEIO AMBIENTE

ANEXO 3

ANÁLISE DA LEGISLAÇÃO AMBIENTAL


FEDERAL E ESTADUAL

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ANEXO 3

Análise da Legislação Ambiental


Federal e Estadual

ANEXO 3.1: Análise da Legislação Ambiental Federal e Estadual

ANEXO 3.2: Sistema Hierárquico dos Objetivos Ambientais

ANEXO 3.3 Banco de Dados dos Objetivos Ambientais (ACCESS 97)

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ANEXO 3.1:
Análise da Legislação Ambiental Federal e Estadual

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GOVERNO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL


SECRETARIA DOS TRANSPORTES
DEPARTAMENTO AUTÔNOMO DE ESTRADAS DE
RODAGEM - DAER/RS

ANÁLISE DA LEGISLAÇÃO AMBIENTAL


FEDERAL E ESTADUAL

CONSÓRCIO

ACL
ABRIL 1998

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ...............................................................................................7

2. ANÁLISE DA LEGISLAÇÃO AMBIENTAL ..............................................10


2.1 INVENTÁRIO DA LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL E ESTADUAL ........... 11
2.1.1 Levantamento da legislação (“Objetivos ambientais”) ..........................................11
2.1.2 Documentação dos objetivos ambientais através de fichas..................................12
2.1.3 Desenvolvimento de um “Sistema Hierárquico de Objetivos Ambientais” ........13
2.1.4 Análise da situação existente em relação à legislação ambiental .........................13
2.1.4.1 Análise para impactos ambientais sobre „A saúde, segurança e bem estar da
população“ (I)............................................................................................................15
2.1.4.2 Análise para impactos ambientais sobre „As atividades sócio-econômicas“ (II)18
2.1.4.3 Análise para impactos ambientais sobre „A biota“ (III)........................................22
2.1.4.4 Análise para impactos ambientais sobre „As condições estéticas do meio
ambiente“ (IV) ...........................................................................................................26
2.1.4.5 Análise para impactos ambientais sobre „A qualidade dos recursos naturais“
(V)................................................................................................................................28
2.1.4.6 Resumo dos resultados (Análise geral dos impactos).........................................35

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1. INTRODUÇÃO

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1. INTRODUÇÃO
Este relatório apresenta os resultados obtidos na análise da legislação ambiental federal e estadual em vigor,
bem como na descrição dos procedimentos de licenciamento ambiental de projetos rodoviários.

Os diversos trabalhos foram executados em contato permanente com os técnicos da CTMA, da FEPAM e do
DRNR.

Em primeiro lugar (capítulo 2.1), foi elaborado um Banco de Dados (ACCESS 97) que documenta a legislação
ambiental federal e estadual. Com base nesse banco de dados, foi desenvolvido um Sistema Hierárquico de
Objetivos Ambientais. Estes dois instrumentos (vide ANEXOS 3.2 e 3.3) são valiosos e aplicáveis no dia-a-dia
dos técnicos da CTMA do DAER/RS, da FEPAM e do DRNR.

Os principais resultados da análise da legislação ambiental são:

• a legislação não considera, ou apenas considera de maneira limitada os componentes do meio


ambiente „clima“, „paisagem“ e „solos“ como próprios bens a proteger;
• em vários casos, falta a inter-relação entre as legislações a nível federal, estadual e municipal;
• os componentes do meio ambiente são razoavelmente protegidos quando se encontram dentro dos
limites de áreas protegidas por lei; fora destas áreas, faltam textos legais que definam os valores
dos elementos do meio ambiente;
• mesmo assim, pode-se avaliar a legislação ambiental federal e estadual como um contexto jurídico
amplo, cuja qualidade é comparável com as legislações na Europa;
• é recomendável considerar na avaliação de empreendimentos rodoviários as estatutas do Projeto de
Lei 400/94;
• a legislação estadual deveria formular mais concretamente estatutas legais para o clima, a
paisagem e os solos, bem como estatutas que orientem o poder público municipal, na maioria dos
casos, não possui o ‘corpo técnico’ para criar uma legislação própria.

Em segundo lugar, foram descritos os procedimentos de licenciamento ambiental. Este capítulo (2.2) entende-
se como uma documentação dos procedimentos atuais que foram considerados na elaboração do „Manual do
Meio Ambiente“.

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2. ANÁLISE DA LEGISLAÇÃO AMBIENTAL


A descrição e a análise da legislação ambiental federal e estadual em vigor foram realizadas através da
metodologia mostrada pela Fig. 1.

Fig. 1: Metodologia para a análise da Legislação Ambiental Federal e Estadual

Levantamento da legislação
(“Objetivos ambientais”)

Documentação dos objetivos ambientais


através de um
Banco de Dados (MS-ACCESS)

Desenvolvimento de um “Sistema
Hierárquico de Objetivos Ambientais”

Confronto dos objetivos ambientais


com os impactos ambientais
de um projeto rodoviário

Identificação de déficits
do contexto jurídico

Consideração de normas e diretrizes Apresentação dos processos do


„externas“ licenciamento ambiental

Interpretação da legislação

Dedução de recomendações e propostas


de solução

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2.1 INVENTÁRIO DA LEGISLAÇÃO AMBIENTAL FEDERAL E ESTADUAL

2.1.1 Levantamento da Legislação (“Objetivos ambientais”)

O “Conselho de Especialistas em Assuntos Ambientais (Rat der Sachverständigen für Umweltfragen)” é um


uma instituição criada pelo Parlamento Alemão (Deutscher Bundestag) que tem a tarefa de descrever e
analisar o estado do meio ambiente na Alemanha e de dar recomendações com o objetivo de o melhorar. Este
conselho declarou, em 1987, que a proteção do meio ambiente deve ser baseada em objetivos ambientais
que se referem principalmente aos danos que sofrem os respectivos componentes do meio ambiente e não
somente às emissões ou aos fatores que causam esses mesmos danos. Ou seja: os objetivos devem conter
declarações sobre áreas, bens ou seres vivos a serem protegidos, enquanto que previamente muitos objetivos
apenas continham declarações relativamente aos fatores causadores de danos ambientais. Assim, o conselho
alemão exigiu que fossem definidos tais objetivos ambientais nos níveis federal, estadual e municipal.

Os objetivos ambientais podem ser definidos na forma seguinte:

Objetivos ambientais indicam certas qualidades definidas de recursos, potenciais ou


funções efetivas, espaciais e eventualmente temporais que devem ser conservadas ou
desenvolvidas.

Os objetivos ambientais podem ser obtidos de várias fontes: são contidos em leis, programas e planos
políticos, conceitos de proteção etc. nos níveis internacional, federal, estadual, regional e municipal. Para a
análise aqui apresentada somente foi consultada a legislação ambiental a nível federal e do Rio Grande do Sul.

Objetivos ambientais têm diferentes graus de concretização quanto ao teor das suas declarações: existem
objetivos ambientais com declarações gerais e que são portanto amplamente interpretáveis. Outros objetivos
ambientais definem mais concretamente os seus conteúdos e assim são menos interpretáveis. Além disso,
existem objetivos ambientais que consistem em conteúdos claramente definidos sem admitir qualquer
interpretação, ou seja: eles têm o caráter de padrões como p.ex. valores limite. Resumidamente, é possível
distinguir três níveis de concretização:

• Nível 1: Objetivos Ambientais Gerais (OAG)


• Nível 2: Objetivos Ambientais Concretos (OAC)
• Nível 3: Objetivos Ambientais de Padrão (OAP)

Como já referido, os OAG são objetivos com um baixo grau de concretização, e assim amplamente
interpretáveis. Eles não têm uma relação fixa a um empreendimento ou um determinado setor do meio
ambiente. OAG precisam de uma concretização por OAC e OAP. Os OAG têm a função importante de dar um
quadro geral para os objetivos dos níveis mais concretos.

OAC definem recursos, potenciais ou funções que devem ser protegidas ou desenvolvidas. Eles são pouco
interpretáveis e definem concretamente o objetivo ambiental para um setor de meio ambiente. OAC precisam
de uma ligação a um objetivo superior (OAG) e de um objetivo mais específico (OAP) para se tornar aplicável.

OAP, portanto, concretizam e tornam aplicáveis os objetivos dos níveis superiores. OAP são valores limite,
valores de guia, valores de recomendação, proibições, permissões, etc.

A Fig. 2 dá um exemplo fictício de objetivos ambientais que configuram uma hieraquia. Na área da biota podem
existir estes objetivos nos níveis 1 a 3:

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Fig. 2: Exemplo fictício para objetivos ambientais dos três níveis na área da biota

A natureza e a paisagem são bens a proteger,


cuidar e desenvolver de maneira que
assegurem a qualidade de vida ao homem,
garantindo a preservação:
• das capacidades e do potencial da
Nível 1
natureza
(OAG)
• do potencial de uso dos recursos
naturais
• da flora e da fauna
• da variedade, particularidade e beleza
da natureza e da paisagem

...
Áreas com variedades de biótopos e espécies Áreas para flora e fauna devem ser
devem ser protegidas de quaisquer danos. conservadas e melhoradas nas suas funções Nível 2
(OAC)

...

As áreas x, y, z... não podem ser diminuidas As espécies x, y, z...devem ser conservadas
nem ser expostas a quaisquer emissões numa população mínima de a, b, c... Nível 3
poluentes ou sonoras exemplares (OAP)

A distinção em três níveis permite organizar todos os objetivos em um “sistema hierárquico de objetivos
ambientais” que será desenvolvido no item 1.1.3. Este sistema é um instrumento valioso para estruturar e
avaliar os impactos ambientais de um empreendimento rodoviário. Ao mesmo tempo, é possível definir e
analisar os déficits existentes na legislação ambiental e, posteriormente, deduzir recomendações para
solucionar os problemas identificados.

2.1.2 Documentação dos objetivos ambientais através de fichas

Foram recolhidos os objetivos ambientais contidos em declarações da legislação ambiental federal e do estado
do Rio Grande do Sul. Estes objetivos foram documentados em fichas do modelo seguinte (Fig. 3):

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Fig. 3: Modelo de uma Ficha de Documentação dos Objetivos Ambientais

Teor do objetivo ambiental


Fonte legal (citado) Nível hierárquico
do objetivo do objetivo
ambiental ambiental

Fonte(s): Nível:

Relevante para: N°:

Relevância do objetivo ambiental Número corrido do


para o(s) componente(s) do meio objetivo ambiental
ambiente seguir CONAMA 001/86

As declarações legais foram ainda documentadas num Banco de Dados de MS-ACCESS 97. Através deste
Banco de Dados (ver ANEXO 3.3) é possível procurar e encontrar rapidamente na legislação relacionada, uma
questão específica (p. ex. Mata Atlântica, padrões de qualidade de ar, legislação relativamente aos sítios e
monumentos arqueológicos etc.). Além disso, esse fichário pode ser facilmente atualizado, aprimorado e
complementado. Assim, o Banco de Dados representa um instrumento valioso de trabalho para todos que
necessitam considerar a conformidade legal ambiental em um empreendimento rodoviário, ou seja: o consultor
na elaboração do projeto, a CTMA na fiscalização do consultor e a FEPAM no licenciamento ambiental do
projeto entregue.

2.1.3 Desenvolvimento de um “Sistema Hierárquico de Objetivos Ambientais”

Sendo a classificação dos objetivos ambientais em 3 graus de concretização (geral, concreto e padrão), o
sistema hierárquico consiste em 3 níveis adequados.

A Fig. 2 mostrou a estrutura principal do sistema hierárquico de objetivos ambientais. As linhas-de-conexão


indicam as interações dos objetivos ambientais entre si e entre os componentes do meio ambiente.

Primeiro foram elaborados „minutas“ de cinco sistemas hierárquicos para os respectivos itens a proteger
nomeados no Art. 1° da Resolução CONAMA 001/86. Com base nesses minutas, foi desenvolvido o sistema
hierárquico geral dos objetivos ambientais apresentado no ANEXO 3.2.

O sistema hierárquico representa um valioso instrumento que possibilita uma visão geral sobre a legislação
ambiental federal e estadual em vigor, e que poderá ser aplicado para verificar caso a caso a conformidade
legal de um empreendimento rodoviário. Assim, o sistema complementa o Banco de Dados podendo ser
aproveitado pela CTMA (verificando a conformidade legal do projeto elaborado pelo consultor contratado) e pela
FEPAM (verificando a conformidade legal do projeto entregue pelo DAER/RS).

O sistema permite, ao mesmo tempo, analisar a legislação ambiental em vigor em relação à aplicabilidade dela
na avaliação de impactos ambientais de um empreendimento rodoviário.

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2.1.4 Análise da situação existente em relação à legislação ambiental

Através do confronto da legislação ambiental federal e estadual em vigor (representada pelos objetivos
ambientais recolhidos e classificados no sistema hierárquico) com os potenciais impactos ambientais
causados por um empreendimento rodoviário, foi analisada a situação existente da legislação. A análise
concentra-se na questão da avaliação de impactos ambientais, ou seja; como podem ser avaliados os
impactos ambientais causados por um empreendimento rodoviário utilizando-se a legislação ambiental em
vigor. A viabilidade de um empreendimento rodoviário é decidida pelos órgãos ambientais licenciadores (DRNR
e FEPAM) que possuem como único instrumento aplicável a esta decisão, a legislação ambiental.

Os impactos ambientais considerados nesta análise representam o „pior caso“ de impactos ambientais que
poderiam ocorrer oriundo de um empreendimento rodoviário, ou seja: alguns dos impactos nem sempre têm
uma relevância significativa para o meio ambiente (especialmente em empreendimentos rodoviários de
restauração e melhoria).

Para a análise dos impactos ambientais foram questionados os critérios a seguir:

• quais são as leis diretamente aplicáveis a cada impacto?


• quais são as leis somente indiretamente aplicáveis a cada impacto?
• até que ponto são aplicáveis os objetivos ambientais para descrever e avaliar os impactos?
• quais são os parâmetros que faltam ou quais são outros déficits identificáveis na
legislação?
• quais são as outras legislações que devem ser vistas e analisadas para completar o
sistema hierárquico e o banco de dados?
• qual é a avaliação geral da situação para cada impacto?

Depois desta análise, para cada impacto ambiental, foram formuladas recomendações quanto à aprimoração da
situação encontrada. Estas recomendações baseiam-se em diretrizes externas existentes, em pesquisas
científicas que propõem certos valores ou critérios a considerar e especialmente no Projeto de Lei N° 400 do
ano 1994, elaborado pela Comissão „Saúde e Meio Ambiente“. Apesar de não estar em vigor, o Projeto de Lei
N° 400/94 contém numerosas declarações legais aplicáveis à questão de avaliação de impactos ambientais e
que aprimoram o sistema hierárquico para os níveis de OAC e OAP.

Recomenda-se, tirar o “Sistema Hierárquico dos Objetivos Ambientais” (ANEXO 3.2) deste presente volume
para facilitar a leitura e a compreensão dos seguintes capítulos.

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2.1.4.1 Análise relativamente a impactos ambientais sobre „A saúde, segurança e bem estar
da população“ (I)

Para todos os impactos sobre „a saúde, a segurança e o bem estar da população“ é aplicável o objetivo
ambiental geral contido na Constituição Federal e Estadual:

„Todos têm o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à
sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para
presentes e futuras gerações“.

O Projeto de Lei N° 400/94 acrescenta no seu Art. 1° ainda o seguinte: „... defendê-lo e preservá-lo para as
gerações futuras, garantindo-se a proteção dos ecossistemas e o uso racional dos recursos ambientais...“.

I.1 Danos à saúde e ao bem estar da população por emissões e/ou substâncias nocivas

Este impacto é causado pelas emissões devido ao tráfego e às obras (emissões dos veículos na operação e
durante as obras, escoamento de água poluida da superfície da rodovia ou nas áreas de obras, carga de poeira
durante a construção da rodovia, etc.). Ao mesmo tempo, a rodovia passa por ou perto de áreas residenciais
ou outras áreas suscetíveis à poluição.

No que diz respeito à legislação relevante para o impacto I.1, existe uma relação forte aos impactos ambientais
descritos sobre os pontos IV.3 (Danos através de emissões a áreas com funções para o repouso / lazer), VA.5
(Acumulação de poluentes nos solos), VBa.2 (Poluição da água subterrânea), VBb.4 (Poluição de águas
superficiais) e especialmente ao impacto VC.4 (Danos à qualidade do ar).

No nível geral, os N°s 51 e 52 (LF 6.938) dispõem sobre a Política Nacional do Meio Ambiente que têm, entre
outros, por finalidade a „proteção da dignidade da vida humana“ e a „racionalização do uso do solo, subsolo, de
água e ar“. O N° 6 (CNM 005/89) dispõe sobre a instituição do Programa Nacional de Controle de Qualidade do
Ar - PRONAR, para a „proteção da saúde e bem estar da população e melhoria da qualidade de vida“. O N° 42
(LE N° 7.488) declara que „... fica proibido o lançamento ou a liberação de poluentes no ar, no solo, ou no
subsolo e nas águas“.

Para concretizar o OAG N° 6 foi publicado o N° 22 (CNM 005/89) que classifica três classes de áreas para
usos pretendidos em combinação com exigências correspondentes à qualidade do ar. Este OAC fica mais
concretizado pelo padrão N° 24 (CNM 003/90) que estabelece padrões primários e secundários de qualidade
do ar que no caso de serem ultrapassados, „poderão afetar a saúde, a segurança e o bem estar da população,
bem como ocasionar danos à flora e fauna...“. Além disso, existe um conjunto de valores limites com o objetivo
de reduzir as emissões de veículos automotores (N°s 2, 11, 19, 21, 39, 63, 67, 68 e 69).

Relativamente à poluição de águas superficiais e subterrâneas, existem no nível OAC o N° 10 (CNM 01-A/86)
que dispõe sobre providências a executar no transporte de cargas perigosas e o N° 12 (CNM 020/86) sobre a
classificação das águas interiores nacionais e os diversos usos permitidos correspondente à qualidade destas
águas. Estes objetivos são concretizados no nível OAP por uma classificação adequada para o território do
Estado do Rio Grande do Sul no que diz respeito, entre outros, „ao abastecimento doméstico“ e „à irrigação de
hortaliças ou plantas frutíferas“ (N° 47, DE N° 30.191) e por vários padrões relativamente ao lançamento de
poluentes ou emissão de efluentes líquidos às águas.

Além da legislação em vigor, existe o Projeto de Lei N° 400/94 (N° 98) que exige como padrões, a proibição da
„disposição direta de poluentes e resíduos de qualquer natureza em condições de contato direto com corpos
de água naturais, superficiais ou subterrâneas, em regiões de nascentes ou em poços e perfurações ativas ou
abandonadas, mesmo secas“ e ainda que „(deverão ser equipados) os poços jorrantes e quaisquer perfurações
de solo que coloquem a superfície do terreno em comunicação com aquíferos ou com o lençol freático (...)
com dispositivos de segurança contra vandalismo, contaminação acidental ou voluntária e desperdícios...“ (N°
99).

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Assim, a legislação ambiental existente em vigor aplicável para o impacto I.1 oferece um instrumento que
permite uma avaliação suficiente do impacto sobre a saúde, a segurança e o bem estar da população devido às
emissões e substâncias nocivas.

I.2 Danos à saúde e ao bem estar da população por ruído

Este impacto é causado pela passagem da rodovia por ou perto de áreas residenciais e outras áreas
suscetíveis ao ruído (áreas de lazer, áreas com hospitais, escolas, etc.). O impacto ocorre durante a fase da
operação da rodovia pela emissão de ruído devido aos veículos automotores e durante a fase de obras devido
às máquinas e veículos em uso.

Este impacto tem uma relação forte aos impactos descritos sob o ponto IV.3 (Danos acústicos (...) a áreas
(...) com funções para o repouso / lazer).

No nível geral, os N°s 51 e 52 (LF 6.938) dispõem sobre a Política Nacional do Meio Ambiente que têm, entre
outros, por finalidade a „proteção da dignidade da vida humana“. No nível concreto foi identificado o objetivo
ambiental N° 3 (CNM 002/90) que trata a instituição do Programa Nacional „Silêncio“ com a finalidade de
reduzir as emissões de ruído. Também existe um objetivo concreto no Projeto de Lei N° 400/94 (OAC N° 124)
que considera „prejudicais à saúde e ao sossego público os níveis de sons e ruídos superiores aos
estabelecidos pelas normas municipais e estaduais, ou na ausência destas, pelas normas vigentes da
associação Brasileira de Normas Técnicas...“. Estes objetivos recebem uma concretização pelos N°s 1 (CNM
001/90) e 70 (CNM 017/95) que estabelecem valores de limites quanto a produção de ruído. No entanto, mais
interessante para a avaliação de um impacto causado pelo ruído é o OAP N° 93 (NBR 10.151) que define
valores limites para diferentes usos de solo (áreas residenciais, áreas com hospitais, áreas industriais, áreas
de centro urbano), ou seja; valores limites quanto à carga causada pelo ruído que afeta diversos usos de solo.

Assim, a legislação ambiental existente em vigor aplicável para o impacto I.2 oferece um instrumento que
permite uma avaliação suficiente do impacto sobre a saúde, a segurança e o bem estar da população devido
ao ruído.

I.3 Danos ou perda de áreas urbanas com funções para a saúde e o bem estar da
população

Este impacto é causado pela passagem da rodovia por áreas de uso urbano (áreas residenciais, áreas livres,
áreas com hospitais, etc.). O impacto ocorre devido à ocupação das áreas pelo corpo da estrada e pela área de
obras, jazidas e pedreiras.

Eventualmente, pertencem a uma área de preservação permanente ou outras áreas protegidas por lei. Sendo
assim, devem ser consideradas adequadamente aos respectivos objetivos ambientais, analisados para os
impactos ambientais sobre „A biota“ (III) e „A qualidade dos recursos naturais“ (V).

No nível geral, os N°s 51 e 52 (LF N° 6.938) dispõem sobre a Política Nacional do Meio Ambiente que têm,
entre outros, por finalidade a „proteção da dignidade da vida humana“ e a „racionalização do uso do solo,
subsolo, de água e ar“.

Para os níveis de OAC e OAP, a LF N° 6.766 (N°s 50, 94 e 95) que dispõe sobre o uso e parcelamento do solo
urbano contém alguns objetivos aplicáveis para avaliar o impacto I.3; no nível concreto (N° 50), esta lei define
áreas nas quais não é permitido o parcelamento do solo. Além disso, o Art. 4° exige no inciso I da lei (N° 95)
que „as áreas destinadas a sistema de circulação, a implantação de equipamento urbano e comunitário, bem
como espaços livres de uso público, serão proporcionais à densidade de ocupação prevista para a gleba“ e que
(§1) „a percentagem de áreas públicas ... não poderá ser inferior a 35% da gleba ...“. No inciso III do Art. 4° foi
definido que „ao longo das águas correntes e dormentes e das faixas de domínio público das rodovias, ferrovias
e dutos, será obrigatório a reserva de uma ‘non edificandi’ de 15 metros de cada lado“.

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Sendo assim, existe uma legislação ambiental a nível federal (LF 6.766) que define critérios básicos quanto ao
uso do solo e que permite em combinação com as exigências e objetivos dos Planos Diretores Municipais no
Estado de Rio Grande do Sul, uma avaliação de impactos sobre as áreas urbanas com funções para a saúde e
o bem estar da população. Além disso, existe o Projeto de Lei N° 400/94 que também regulamenta o
parcelamento do solo (vide N°s 120, 121 e 122) para o Estado do Rio Grande do Sul. Cujo teor é concordante
com as declarações da LF N° 6.766.

A legislação ambiental federal e estadual, portanto, é somente limitadamente aplicável na avaliação do impacto
I.3.

I.4 Perigo de acidentes para a população devido ao tráfego

Este impacto é causado pelo percurso da rodovia por áreas onde há um alto fluxo de pessoas e, proporcional
risco de atropelamento na rodovia. Trata-se de um impacto classificado como ‘muito alto’ e deve ser evitado.

No nível geral, os N°s 51 e 52 (LF 6.938) dispõem sobre a Política Nacional do Meio Ambiente que têm, entre
outros, por finalidade a „proteção da dignidade da vida humana“. Além disso, não foram identificados objetivos
ambientais que tenham por finalidade, p. ex., evitar ou diminuir o perigo de acidentes para a população devido
ao tráfego.

Respeitando-se as declarações do Código Nacional de Trânsito, este impacto nem ocorreria. Para diminuir um
restante risco de ocorrência deste impacto, devem ser executadas todas as providências necessárias. Isto
também é exigido pelo N° 97 (Projeto de Lei N° 400/94 do Estado do Rio Grande do Sul) que declara no seu
Art.8° que „as atividades de qualquer natureza deverão ser dotadas de meios e sistemas de segurança contra
acidentes que possam pôr em risco a saúde pública ou o meio ambiente“.

I.5 Perigo de um crescimento urbano desordenado e de uma ocupação desordenada da


gleba

Este impacto é causado pela construção ilegal de edificações como bares, cafés, restaurantes, casas, etc. ao
longo da rodovia levando a graves impactos secundários sobre o meio ambiente (especialmente sobre „A biota“
(III), „A paisagem“ (IV) e „A qualidade dos recursos naturais“ (V)).

Assim, trata-se de um impacto que não ocorre quando são tomadas pelo Poder Público todas as medidas
adequadas e obrigatórias para evitá-lo.

Como legislação ambiental diretamente aplicável a este impacto, servem os objetivos ambientais analisados no
ponto I.3. A legislação federal e estadual que foi estudada e apresentada no Sistema Hierárquico dos Objetivos
Ambientais não é suficiente para avaliar o impacto I.5 é preciso aprimorar a legislação a partir dos textos
jurídicos no nível municipal.

Cabe ao Poder Público (Municipal) assegurar as exigências definidas no Plano Diretor Municipal relativamente
ao uso e ocupação do solo. A princípio, existe uma legislação para evitar tal tipo de impacto. O problema é, ou
a falta de uma fiscalização pelo Poder Municipal das áreas suscetíveis a um crescimento urbano desordenado,
ou a falta de uma aplicação rígida das leis no que diz respeito ao parcelamento urbano, à realização dos
objetivos do Plano Diretor e ao respeito das finalidades de uma área protegida por lei.

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2.1.4.2 Análise relativamente a impactos ambientais sobre „As atividades sócio-


econômicas“ (II)

Para todos os impactos sobre „as atividades sócio-econômicas“ é aplicável o objetivo ambiental geral contido
na Constituição Federal e Estadual:

„Todos têm o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à
sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para
presentes e futuras gerações“

O Projeto de Lei N° 400/94 acrescenta no seu Art. 1° ainda o seguinte: „... defendê-lo e preservá-lo para as
gerações futuras, garantindo-se a proteção dos ecossistemas e o uso racional dos recursos ambientais...“.

II.1 Perda ou corte de áreas de importância econômica

Este impacto é causado pela passagem da rodovia por áreas de importância econômica como p. ex. áreas de
agricultura, áreas de pastagem, áreas de silvicultura, áreas de comércio, áreas de indústria, etc. O corpo da
rodovia e as áreas para as obras, jazidas e pedreiras ocupam totalmente ou parcialmente tais áreas.

No nível geral, os N°s 51 e 52 (LF N° 6.938) declaram que a Política Nacional do Meio Ambiente „tem por
objetivo ... assegurar, no País, condições ao desenvolvimento sócio-econômico...“ e que „... visará (...) à
compatibilização do desenvolvimento econômico-social...“. A política florestal do Estado tem por fim „o uso
adequado e racional dos recursos florestais (...) visando (...) a compatibilização do desenvolvimento sócio-
econômico...“ (N° 27 (CFE/LE N° 9.519). No que diz respeito ao Programa Nacional de Controle de Qualidade
do Ar -PRONAR, também o objetivo é de „permitir o desenvolvimento econômico e social do país“ (N° 6 (CNM
005/89)). Todos estes objetivos para a sócio-economia são integrados nos objetivos que têm por finalidade a
proteção geral do meio ambiente e do equilíbrio ecológico.

Estes objetivos ambientais gerais que tratam explicitamente da questão da sócio-economia não obtêm uma
concretização considerando as áreas de importância econômica como próprio bens a proteger.

Porém, existe um objetivo ambiental padrão que pode ser aplicado para domínios privados e para a silvicultura
(N° 75 (CFF/LF N° 4.771): Conforme este OAP, no território do Rio Grande do Sul („Sul“) somente podem ser
derrubadas florestas nos domínios privados „respeitando o limite mínimo de 20% da área de cada propriedade
com cobertura arbórea“ e „nas áreas ainda incultas (...) as derrubadas de florestas primitivas (...) só serão
toleradas até o máximo de 50% da área da propriedade“. Estes „valores de limite“ poderiam ser transferidas
para a avaliação de um impacto causado pela perda/corte de uma área usada para a silvicultura.

Além disso, faltam regulamentações quanto às restantes áreas de importância econômica. Apenas o Projeto
de Lei N° 400/94, que ainda não entrou em vigor, define uma certa proteção do solo agrícola no seu Art. 120°:
„Consideram-se de interesse público, na exploração do solo agrícola, todas as medidas que visem (...) manter,
melhorar ou recuperar as características biológicas, físicas e químicas do solo“, bem como medidas que
evitem vários problemas ambientais tais como erosão, degradação e desertificação, assoreamentos etc. (OAC
N° 122). No Art. 127° da mesma lei, é exigido que „o planejamento, a construção e preservação de rodovias,
estradas federais, estaduais e municipais, deverão ser realizadas de acordo com normas técnicas de
preservação do solo agrícola e recursos naturais respaldados em projeto ambiental“ e que „fica vedada a
utilização dos leitos e faixas de domínio de estradas, rodovias, como canais de escoadouro do excedente de
águas advindas de estradas internas e divisas de imóveis rurais“ (OAC N° 123).

Considerando esta situação jurídica, deveriam ser estabelecidos p. ex. valores que definam uma máxima perda
permitida de áreas de importância econômica através das leis municipais no que diz respeito ao uso do solo,
ou seja; as declarações contidas no Plano Diretor Municipal.

O Decreto-Lei N° 3.365 que dispõe sobre a desapropriação por utilidade pública, declara no seu Art. 4° que „a
desapropriação poderá abranger a área contígua necessária ao desenvolvimento da obra a que se destina, e as

MANUAL DE MEIO AMBIENTE, ANEXO 3, VERSÃO 1, 01/01/97 18


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zonas que se valorizarem extraordinariamente, em consequência da realização do serviço“ (OAG N° 129). A


única „proteção“ para áreas agrícolas poderia ser deduzida da legislação agrária no que diz respeito à reforma
agrária. A Constituição Federal ( OAC N° 128) declara no seu Art. 185° que „são insuscetíveis de
desapropriação para fins de reforma agrária (...) a pequena e média propriedade rural (...) desde que seu
proprietário não possua outra ...“.

Portanto, a legislação ambiental federal e estadual em vigor apenas permite de forma muito limitada a
avaliação de um impacto sobre áreas de importância econômica. Porém, deveria ser possível avaliar
suficientemente os impactos ambientais através de uma aprimoração da legislação apresentada no Sistema
Hierárquica dos Objetivos Ambientais por declarações legais municipais,.

II.2 Alteração do valor de terra

Um aumento do valor de terra é causado por especulações de preços de terrenos na faixa de domínio da
rodovia com até graves consequências para a vi abilidade econômica do empreendimento, enquanto a baixa do
valor poderia ser causada pelas emissões devido ao tráfego e às obras que são realizadas sobre alguns
terrenos ao longo da rodovia e que danificam os respectivos proprietários.

Este segundo impacto negativo tem uma relação forte com impactos analisados sob os pontos III.5 (Danos aos
animais e às plantas através de poluentes), VA.5 (Acumulação de poluentes nos solos), VBb.4 (Poluição de
águas superficiais) e VC.4 (Danos à qualidade do ar).

O impacto que leva a um aumento do valor de terra tem de ser evitado por medidas preventivas por todas as
entidades envolventes para assegurar a viabilidade econômica da rodovia. A Constituição Estadual (OAG N°
133) declara relativamente a isto que „os Municípios definirão o planejamento e a ordenação de usos,
atividades e funções de interesse local, visando a (...) distribuir os benefícios e encargos do processo de
desenvolvimento das cidades, inibindo a especulação imobiliária (...)“.

No nível geral, os N°s 51 e 52 (LF N° 6.938) declaram que a Política Nacional do Meio Ambiente „tem por
objetivo (...) assegurar, no País, condições ao desenvolvimento sócio-econômico...“ e que „... visará (...) à
compatibilização do desenvolvimento econômico-social...“. A política florestal do Estado tem por fim „o uso
adequado e racional dos recursos florestais (...) visando (...) a compatibilização do desenvolvimento sócio-
econômico...“ (N° 27 (CFE/LE N° 9.519). No que diz respeito ao Programa Nacional de Controle de Qualidade
do Ar -PRONAR, também o objetivo é „permitir o desenvolvimento econômico e social do país (N° 6 (CNM
005/89)). Todos estes objetivos para a sócio-economia são integrados nos objetivos que têm por finalidade a
proteção geral do meio ambiente e do equilíbrio ecológico.

Os objetivos ambientais gerais que tratam explicitamente a questão da sócio-economia recebem uma
concretização considerando as áreas de importância econômica como bens a proteger através do OAC N° 22
(CNM 005/89). Este OAC define três classes de áreas que necessitam de uma certa qualidade do ar, das
quais a classe II poderia ser transferida para áreas de importância econômica como agrícola, pastagem e
silvicultura („concentrações atmosféricas de poluentes abaixo das quais se prevê o mínimo efeito adverso
sobre o bem estar da população, assim como o mínimo dano à flora e fauna...“).

Além disso, devem ser respeitados para o impacto que leva a uma desvalorização da terra os objetivos
ambientais analisados para os impactos acima mencionados (III.5, VA.5, VBb.4 e VC.4).

Desta forma, existe uma legislação ambiental federal e estadual em vigor que permite apenas de forma limitada
a avaliação do impacto da alteração do valor de terra

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II.3 Alteração do fluxo existente de benefícios e desequilíbrio do mercado

A rodovia pode cortar ou danificar os fluxos existentes de um mercado ou significar um ganho de atratividade
para certos locais na região em questão. Assim, ela poderia fortificar ou enfraquecer pólos do mercado
existente.

Existe uma relação forte aos impactos ambientais analisados nos pontos I.5 e II.4.

Uma avaliação de um determinado impacto somente poderá ser feita no nível municipal, ou seja: os Municípios
envolvidos no empreendimento devem analisar na fase de planejamento as possíveis consequências de uma
nova rodovia sobre o mercado existente e examinar a conformidade delas com os objetivos estabelecidos nos
respectivos Planos Diretores Municipais. Assim, o Poder Municipal poderia estabelecer planos e programas
especiais para evitar um desequilíbrio do mercado existente e, ao mesmo tempo, para aproveitar tanto quanto
possível, as influências positivas para o desenvolvimento sócio-econômico da região que pode trazer uma nova
rodovia.

Por não ter sido analisada a legislação municipal no Estado do Rio Grande do Sul, também não foram
integrados os respectivos objetivos ambientais no Banco de Dados e no Sistema Hierárquico dos Objetivos
Ambientais. Por isso, recomendamos atualizar e completar sucessivamente estes dois instrumentos por
objetivos ambientais contidos em declarações legais municipais (como Plano Diretor Municipal, Planos e
Programas especiais da localidade ou região, etc.).

Sendo assim, trata-se de um impacto com possibilidade de não ocorrência quando forem tomadas todas as
adequadas medidas preventivas pelo Poder Público responsável. O Art. 182° da Constituição Federal (OAG N°
130) criou uma base para tais medidas declarando que „a política de desenvolvimento urbano, executada pelo
Poder Público municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno
desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem estar de seus habitantes“.

II.4 Danos ao equilíbrio demográfico local e/ou regional

Uma rodovia nova pode obter a função de um fator de desenvolvimento, induzindo a construção ilegal de casas,
bares, cafés ou outras edificações ao longo do seu percurso tendo como consequência migrações
locais/regionais ou até de favelizações.

Existe uma relação forte aos impactos ambientais analisados nos pontos I.5 e II.3.

A avaliação de tal impacto apenas pode ser feita no nível municipal, ou seja: os municípios envolvidos no
empreendimento devem analisar as possíveis consequências de uma nova rodovia, para o equilíbrio
demográfico existente e examinar a conformidade delas com os objetivos estabelecidos nos respectivos
Planos Diretores Municipais. Assim, o Poder Municipal poderá estabelecer planos e programas especiais para
evitar um desequilíbrio local ou regional. Uma base legislativa para esta exigência consiste na Constituição
Estadual, Art. 176° (OAG N° 133) que declara que „os Municípios definirão o planejamento e a ordenação de
usos, atividades e funções de interesse local, visando a (...) promover a ordenação territorial, integrando as
diversas atividades e funções urbanas (e) prevenir e corrigir as distorções do crescimento urbano (bem como)
promover a recuperação dos bolsões de favelamento, sua integração e articulação com a malha urbana“.

Por não ter sido analisada a legislação municipal no Estado do Rio Grande do Sul, também não foram
integrados os respectivos objetivos ambientais no Banco de Dados e no Sistema Hierárquico dos Objetivos
Ambientais. Porém, recomendamos atualizar e completar sucessivamente estes dois instrumentos por
objetivos ambientais contidos em declarações legais municipais (como Plano Diretor Municipal, Planos e
Programas especiais da localidade ou região, etc.).

Assim, trata-se de um impacto que não deverá ocorrer quando foram tomadas as adequadas medidas
preventivas pelo Poder Público responsável.

MANUAL DE MEIO AMBIENTE, ANEXO 3, VERSÃO 1, 01/01/97 20


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II.5 Danos aos sítios e monumentos arqueológicos, históricos e culturais

Este impacto é causado pela passagem do corpo da rodovia, bem como das áreas para obras, jazidas e
pedreiras por sítios e/ou monumentos arquelógicos, históricos e culturais.

No nível concreto, a Constituição Federal (N° 131 CF) declara no Art. 216° que „constituem o patrimônio
cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto,
portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade
brasileira, nos quais incluem (...) os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, arqueológico,
paleontológico, ecológico e científico“. A Constituição Estadual (N° 132 CE) define que „os Municípios definirão
o planejamento e a ordenação de usos, atividades e funções de interesse local, visando a (...) preservar os
sítios, as edificações e os monumentos de valor histórico, artístico e cultural“.

A Lei Federal N° 3.924 dispõe sobre os monumentos arqueológicos e pré-históricos no Brasil, no seu Art. 1°
declara que „os monumentos arqueológicos ou pré-históricos de qualquer natureza existentes no território
nacional e todos os elementos que neles se encontram ficam sob a guarda e proteção do Poder Público“ (OAC
N° 138). E no Art.2° são listados os monumentos relativos ao Art.°1 (vide OAP N° 139). O Art. 3°, afinal,
declara „a proibição do aproveitamento econômico, a destruição e mutilação“ etc. desses monumentos (OAP
N° 139).

O DLF N° 25 de 1937 (OAC N° 135) dispõe sobre a proteção do patrimônio histórico e artístico nacional e
declara no Art. 1° que „constitui o patrimônio histórico e artístico nacional o conjunto dos bens imóveis
existentes no país e cuja conservação seja de interesse público...“ (OAC N° 135). Existem vários „Livros do
Tombo“ (OAP N° 136) nos quais são inscritas as obras a que se refere o Art.1°. E o Art. 17° (OAP N° 137)
declara que „as coisas tombadas não poderão, em caso nenhum ser destruídas, demolidas ou multidas...“.

Assim, a legislação federal e estadual em vigor criou um instrumento suficiente para a avaliação de impactos
sobre os sítios e monumentos arqueológicos, históricos e culturais.

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2.1.4.3 Análise relativamente a impactos ambientais sobre „A biota“ (III)

Para todos os impactos sobre „a biota“ é aplicável o objetivo ambiental geral contido na Constituição Federal e
Estadual:

„Todos têm o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à
sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para
presentes e futuras gerações“.

O Projeto de Lei N° 400/94 acrescenta no seu Art. 1° ainda o seguinte: „... defendê-lo e preservá-lo para as
gerações futuras, garantindo-se a proteção dos ecossistemas e o uso racional dos recursos ambientais...“.

III.1 Perda e destruição de biótopos

Este impacto é causado pela passagem da rodovia por áreas de importância ecológica. O impacto ocorre
devido a uma ocupação total dos biótopos pelo corpo da estrada e pelas áreas de obras, jazidas e pedreiras,
causando a sua perda e destruição total.

Na legislação ambiental federal e estadual em vigor existem numerosos objetivos ambientais diretamente
aplicáveis ao impacto em questão:

No nível geral, os N°s 51 e 52 que dispõem sobre a Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA) têm por
objetivo „a preservação, melhoria e recuperação, e a qualidade ambiental e manutenção do equilíbrio
ecológico“. Um dos instrumentos fundamentais da PNMA é a criação de „Unidades de Conservação“. Assim,
os N°s 14, 17, 26 e 28 tratam como objetivos ambientais concretos a criação e a definição das Unidades de
Conservação („Estações Ecológicas“, „Reservas Ecológicas“, „Áreas de Proteção Ambiental“, „Parques
Nacionais, Estaduais e Municipais“, „Reservas Biológicas“, „Florestas Nacionais, Estaduais e Municipais“,
„Monumentos Naturais“, „Jardins Botânicos“, „Jardins Zoológicos“ e „Hortos Florestais“ (vide OAC N° 17 CNM
010/87).

Estas áreas possuem entre si diferentes valores para biótopos quanto aos seus valores ecossitemáticos.
Portanto, foram estabelecidas outras declarações legais que caracterizam mais claramente as respectivas
Unidades de Conservação (OACs N°s 7, 8, 18, 20, 23 e 91 (Res. CONAMA e DF89.336: Áreas de Relevante
Interesse Ecológico); N°s 81 e 83 (LF 6.902 e DF 88.351:Estações Ecológicas); N° 9 (CNM 004/85: Reserva
Ecológica); N°s 4, 5 e 82 (CNM 010/88 e DF 6.902: Áreas de Proteção Ambiental); N° 46 (DE N° 30.788:
Reserva Biológica); ). Além destas áreas, existe a exigência do Projeto de Lei 400/97 (que ainda não entrou
em vigor) que declara como proteção especial além das Unidades de Conservação p. ex. a área da „Biosfera
Mata Atlântica da UNESCO“, as „áreas de tampão para as Unidades“, „as fontes hidrominerais“, „as áreas de
formação vegetal defensivas à erosão de encostas ou de ambientes de grande circulação biológica“ etc. (OAC
N° 119). Este Projeto de Lei também declara no seu Artigo 108° a proibição de certas atividades nas Unidades
de Conservação.

Para as áreas com ocorrência de Mata Atlântica existe uma legislação especial bastante abrangente que
define a necessidade de proteger, os critérios de formações primárias e secundárias de Mata Atlântica e as
áreas da sua distribuição no Estado do Rio Grande do Sul. Estes objetivos ambientais do nível concreto são
contidos nos N°s 25 (CNM 011/90), 72 (CNM 009/96), 80 (CF 1988) e 58 (DF N° 750) bem como no N° 125 do
Projeto de Lei 400/94. Mais declarações legais encontram-se o nível padrão (N°s 37, 38, 61, 65 e 66).

Para formações vegetais que possuem uma importante função de proteção para dunas, nascentes, a erosão,
etc., e que são de preservação permanente. Existe também uma abrangente legislação contida nos Códigos
Florestais Federal e Estadual e nas Resoluções CONAMA (vide OACs e OAPs N°s 27, 32, 55, 84, e 86, 29,
31, 40, 62, 75, 85, 87 e 88). O Projeto de Lei 400/94 também define formações de vegetação a proteger (vide
N°s 105, 106 e 127 (OAC) e 107 e 111 (OAP).

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Quanto aos biótopos aquáticos pode ser aplicada a legislação especial que classifica as águas do território
nacional em nove classes (N° 12 (CNM 020/86)), dentre as quais, „águas para proteção das comunidades
aquáticas...“. Esta lei apresenta como padrão o N° 47 (DE 30.191) que classifica as águas interiores do
Estado e que trata „à preservação de peixes em geral e de outros elementos da fauna e da flora“.

Em relação direta com a perda ou destruição de biótopos inteiros, pode ser considerada a legislação
específica que trata as espécies da flora e fauna ameaçadas de extinção. No nível concreto encontram-se os
N°s 49 (LF N°5.197) e 89 (CFF/LF N°5.197) que têm por objetivo a criação de Reservas Biológicas Nacionais,
Estaduais e Municipais para proteger a flora e fauna (N° 49) e a proteção dos animais em especial (N°89).
Completando, o Projeto de Lei 400/94 dispõe no seu Art. 58 (N° 110) sobre a proteção da flora no Rio Grande
do Sul e nos Art. 65 e 67/68 (N°s 114 e 115) sobre a proteção da fauna silvestre. No nível padrão, estes
objetivos necessitam de uma concretização, tal como listas de espécies da flora e fauna ameaçadas de
extinção. Porém, a legislação em vigor apenas declarou as plantas „algarrobo“ e „inhanduvá“ (N° 34), „pinheiro
brasileiro“ (N° 76), „palmito“ (N° 36) e „erva-mate“ (N° 60) de proteção especial. Falta ainda, como também
exigida pelo Projeto de Lei 400/94 „a elaboração de listas de espécies da fauna (e flora) raras ou endêmicas,
que necessitam cuidados especiais ou cuja sobrevivência esteja sendo ameaçada dentro dos limites do
território estadual“ (OAP N° 116).

Ainda a nível concreto, o N° 92 (DF 99.556) determina que as cavidades naturais subterrâneas existentes no
território nacional são preservadas e conservadas com finalidades de estudos e pesquisas a nível técnico e
científico, considerando, entre outros, a fauna e a flora ali encontrados. O N° 15 (CNM 005/87) implanta o
Programa Nacional da Proteção do Patrimônio Espeleológico com a finalidade de considerar o patrimônio
espeleológico com a mesma atenção como o patrimônio arqueológico. Não foram encontrados objetivos padrão
para os objetivos concretos N°s 72 e 15.

Assim, existe uma legislação ambiental federal e estadual em vigor que protege razoavelmente a flora, a fauna
e os seus biótopos. Para a avaliação de um impacto sobre os biótopos que se encontram dentro das áreas
acima descritas, existe um instrumentário completo. Porém, fica difícil avaliar, baseando-se na legislação,
importantes biótopos fora das áreas protegidas por lei. Os municípios deveriam sucessivamente fazer um
mapeamento dos biótopos que possuem valores especiais para a gleba do município (p. ex. funções de
refúgio, biótopo raro etc.). Além disso, como exigido pelo Projeto de Lei 400/97 deveriam ser criados pelo
Poder público Municipal (e Estadual) bancos de dados que documentem o inventário biológico e que definem a
necessidade de proteger certas espécies da flora e da fauna.

III.2 Corte de biótopos e impedimento das funções de um intercâmbio ecológico

Este impacto é causado pela passagem da rodovi a por áreas de importância ecológica. A rodovia e as áreas
de obras podem ter o efeito de uma barreira e assim impedir as funções de intercâmbio ecológico do biótopo
atingido.

Esse impacto ocorre, portanto, nas mesmas áreas de interesse ecológico analisadas sob o ponto III.1. Assim,
é possível transferir os resultados desta análise adequadamente para o impacto III.2. A diferença entre os dois
impactos é o grau da importância deles (perda/destruição (III.1) e corte (III.2)).

Muito importante para uma avaliação correta deste impacto, é o conhecimento do inventário faunístico do
biótopo e dos respectivos habitats das espécies, para identificar quais são os animais atingidos pela barreira e
assim, definir quais serão as medidas mitigadoras e como executá-las (p. ex. túneis de passagem). Enquanto
não existem os bancos de dados sobre as espécies em questão no nível municipal e estadual, uma avaliação
final do impacto somente será possível depois da execução de estudos faunísticos especiais a elaborar no
decorrer do planejamento do empreendimento.

Portanto, a legislação ambiental federal e estadual em vigor permite somente de forma limitada a avaliação do
impacto sobre as espécies atingidas pelo corte da rodovia. Apenas uma avaliação geral do valor do biótopo
atingido e uma adequada dedução do grau do impacto sobre as espécies faunísticas do biótopo é possível
baseada na legislação existente.

MANUAL DE MEIO AMBIENTE, ANEXO 3, VERSÃO 1, 01/01/97 23


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III.3 Morte de animais devido ao tráfego

Este impacto também é causado pela passagem da rodovia por áreas de importância ecológica. A rodovia
pode atrair animais (luz, movimento de veículos, etc.) e provocar o atropelamento ou simplesmente ter o efeito
de uma barreira que corta o habitat obrigando a travessia de animais.

Este impacto ocorre portanto nas mesmas áreas de interesse ecológico analisadas sob o ponto III.1. Assim, é
possível transferir os resultados desta análise adequadamente para o impacto III.3. A diferença entre os dois
impactos é o grau da importância deles (perda/destruição (III.1) e morte por atropelamento de espécies
faunísticas (III.3)).

Muito importante para uma avaliação correta do impacto, é o conhecimento do inventário faunístico do biótopo
e os respectivos habitats das espécies para identificar quais os animais possíveis de serem atingidos pela
barreira e assim, definir quais serão as medidas mitigadoras e como executá-las (p. ex. túneis de passagem e
cercas de proteção). A avaliação da fauna seguirá o mesmo procedimento proposto no ponto III.2.

Portanto, a legislação ambiental federal e estadual em vigor somente é limitadamente suficiente para avaliar o
impacto sobre as espécies atingidas pelo corte da rodovia. Apenas uma avaliação geral do valor do biótopo
atingido e uma adequada dedução do grau do impacto sobre as espécies faunísticas do biótopo é possível
baseada na legislação existente.

III.4 Danos aos comportamentos e movimentos naturais de animais

Este impacto também é causado pela passagem da rodovia por áreas de importância ecológica. A rodovia
pode interferir no comportamento e movimento natural dos animais (através de luz, movimento de veículos,
ruídos etc.).

Impactos de maior importância ocorrem nas mesmas áreas de interesse ecológico analisadas no ponto III.1.
Assim, é possível transferir os principais resultados desta análise para o impacto III.4. A diferença entre os
dois impactos é o grau de importância (perda/destruição (III.1) e danos aos comportamentos e movimentos
naturais dos animais (III.4)).

Muito importante para uma avaliação correta do impacto, é o conhecimento do inventário faunístico do biótopo
e as respectivas suscetibilidades aos fatores de stress (luz, ruído etc.) para as espécies, na identificação dos
animais atingidos. Enquanto não existem bancos de dados sobre as espécies em questão no nível municipal,
uma avaliação final do impacto somente será possível depois da execução de estudos faunísticos especiais a
serem elaborados no decorrer do planejamento do empreendimento.

III.5 Danos aos animais e às plantas através de poluentes

Este impacto também é causado pela passagem da rodovia por áreas de importância ecológica. As emissões
devido ao tráfego e às obras (emissões de poluentes através de veículos automotores, água poluida do
escoamento superficial, etc.).

O impacto tem uma relação forte aos impactos analisados sob os pontos VC.4 (poluição do ar), VA.5
(Acumulação de poluentes nos solos) e VBb.4 (Poluição de águas superficiais). O problema é que os objetivos
ambientais gerais, concretos e padrão foram estabelecidos para proteger em primeiro lugar o homem e a
saúde dele. Assim, os objetivos somente são transferíveis para a flora e fauna de maneira limitada. Apenas o
OAC N° 22 (CNM 005/89) declara que respeitando os padrões primários e secundários (estabelecidos no OAP
N° 24 (CNM 003/90)) para a classe II é previsto „mínimo dano a flora e fauna“. As espécies da flora e fauna
possuem suscetibilidades muito diferentes aos diferentes tipos de poluentes. Porém, uma carga adicional
significante que possa provocar problemas à saúde do homem, geralmente também provocerá danos à flora e
fauna.

MANUAL DE MEIO AMBIENTE, ANEXO 3, VERSÃO 1, 01/01/97 24


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Muito importante para uma avaliação correta do impacto, é o conhecimento do inventário faunístico do biótopo
e as respectivas suscetibilidades aos poluentes. Enquanto não existem bancos de dados das espécies em
questão, no nível municipal, uma avaliação final do impacto somente será possível depois da execução de
estudos faunísticos e florísticos especiais a serem elaborados no decorrer do planejamento do
empreendimento.

MANUAL DE MEIO AMBIENTE, ANEXO 3, VERSÃO 1, 01/01/97 25


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2.1.4.4 Análise relativamente a impactos ambientais sobre „As condições estéticas do meio
ambiente“ (IV)

Para todos os impactos sobre „as condições estéticas do meio ambiente“ é aplicável o objetivo ambiental geral
contido na Constituição Federal e Estadual:

„Todos têm o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à
sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para
presentes e futuras gerações“

O Projeto de Lei N° 400/94 acrescenta no seu Art. 1° o seguinte texto: „... defendê-lo e preservá-lo para as
gerações futuras, garantindo-se a proteção dos ecossistemas e o uso racional dos recursos ambientais...“.

IV.1: Perda de elementos importantes para as condições estéticas da paisagem

Este impacto é causado pela passagem da rodovia por elementos de importância para as condições estéticas
da paisagem. Ocorre uma perda destes elementos pela ocupação total pelo corpo da estrada e pelas áreas de
obras, jazidas e pedreiras.

No nível geral, o N° 57 (DF N° 98.914) considera no reconhecimento e registro das Reservas Particulares do
Patrimônio Natural as condições estéticas do meio ambiente (da paisagem): „sejam identificadas condições
naturais ... cujas características justifiquem ações de recuperação, pelo seu aspecto paisagístico...“. A
Política Nacional do Meio Ambiente (N°s 51 e 52) não considera a paisagem como próprio bem a proteger.

No nível dos objetivos ambientais concretos, o N° 86 (Art.° 3 do CFF) considera de „preservação permanente ...
sítios de excepcional beleza ou de valor científico ou histórico“. O OAC N° 58 (DF N° 750) que trata a proteção
da Mata Atlântica coloca sob proteção as áreas de vegetação secundária em estágios médios e avançados de
regeneração que têm „um excepcional valor paisagístico“. Nas Áreas de Relevante Interesse Ecológico é
protegido a „harmonia da paisagem“ (N°s 18 e 23). O Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro protege os
„monumentos que integrem o patrimônio ... paisagístico“ (N° 54). No contexto da proteção das águas no
território nacional e estadual (N°s 12 e 100) é considerada a „harmonia paisagística“ na classificação das
águas.

No nível de padrão, faltam concretizações que definem detalhadamente os termos „excepcional beleza“, „valor
paisagístico“ ou „harmonia de paisagem“. Na Alemanha, consideram-se como elementos importantes para as
condições estéticas da paisagem, p. ex.:
• paisagens naturais (ou perto da natureza) de grande extensão como montanhas, costas,
etc.
• particularidades geomorfológicas marcantes
• elementos da paisagem com importância natural-histórica ou geológica
• biótopos naturais (matas, pântanos, vales, etc.)
• elementos que estruturam a paisagem (grupos de ávores marcantes, cercas vivas, relevos
típicos)
• paisagens com relações de vistas especiais (miradouros)
• ...

Desta forma existe uma legislação ambiental federal e estadual em vigor que permite apenas de forma limitada
a avaliação do impacto da perda de elementos importantes para as condições estéticas do meio ambiente.

IV.2: Incómodos visuais das condições estéticas da paisagem

Este impacto também é causado pela passagem da rodovia por elementos de importância para as condições
estéticas da paisagem. No entanto, ocorre uma ocupação parcial dos elementos pelo corpo da estrada e pelas

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áreas de obras, jazidas e pedreiras. A diferença entre os dois impactos é o grau da importância do impacto
(perda (IV.1) e incómodos (IV.2)).

Assim, a análise feita para impacto IV.1 é adequadamente transferível para o impacto IV.2.

IV.3: Danos através de emissões de poluentes e sonoras a áreas com funções para o
repouso/lazer

Este impacto é causado pelas emissões devido ao tráfego e ás obras, bem como emissões gasosas de
veículos, cheiros, ruído etc. No mesmo tempo passa a rodovia por áreas suscetíveis a estes fatores.

Existem os objetivos ambientais descritos e analizados sob os pontos I.1 e I.2, que poderiam ser transferidos
ao impacto aqui tratado; para isto, seria necessário de p. ex. agregar as áreas de lazer e turismo às áreas
classificadas na proteção do ar (N° 22) e transferir adequadamente os padrões estabelecidos. No que diz
respeito à poluição sonora, poderiam ser transferidos os valores de limites estabelecidos na Norma Técnica
Brasileira (N°93) para zonas de hospitais às áreas de repouso/lazer e turismo (como feito p. ex. na Alemanha).

Assim, existe uma legislação ambiental federal e estadual em vigor que permite apenas de forma limitada a
avaliação do impacto de danos através de emissões de poluentes e sonoras a áreas com funções para o
repouso/lazer.

IV.4: Corte e impedimento de acessos a áreas com funções para o repouso/lazer

Este impacto é causado pelo corte de caminhos existentes que possuem a função de acesso para áreas de
repouso e lazer. Ocorre uma ocupação total ou parcial destes caminhos pelo corpo da estrada e as áreas de
obras, jazidas e pedreiras.

Além dos objetivos ambientais que apenas tratam de forma geral a paisagem como bem a proteger (vide
pontos IV.1) não existem declarações legais poderiam ser aplicadas diretamente a este impacto ambiental.

Portanto, a legislação ambiental federal e estadual em vigor não é suficiente para avaliar o impacto do corte e
impedimento de acessos a áreas com funções para o repouso/lazer.

IV.5: Destruição ou ruptura de valores estéticos e perda da qualidade da paisagem urbana

Este impacto é causado pela passagem da rodovia por áreas importantes para a qualidade da paisagem
urbana como sítios de valor arquitetônico, urbanístico e/ou paisagístico, centros históricos etc.

Além dos objetivos ambientais analizados e descritos sob o ponto II.5, não foram identificados objetivos
ambientais que poderiam ser diretamente aplicados a este impacto ambiental.

Faltam definições de áreas e de características relevantes para descrever os valores estéticos e a qualidade da
paisagem urbana. Será preciso estabelecer nos níveis geral, concreto e padrão declarações legais que
garantem uma proteção destes valores estéticos e da qualidade da paisagem urbana.

Portanto, a legislação ambiental federal e estadual em vigor não é suficiente para avaliar o impacto da
destruição ou ruptura de valores estéticos e perda da qualidade da paisagem urbana.

MANUAL DE MEIO AMBIENTE, ANEXO 3, VERSÃO 1, 01/01/97 27


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2.1.4.5 Análise relativamente a impactos ambientais sobre „A qualidade dos recursos


naturais“ (V)

Para todos os impactos sobre „a qualidade dos recursos naturais“ é aplicável o objetivo ambiental geral contido
na Constituição Federal e Estadual:

„Todos têm o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à
sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para
presentes e futuras gerações“

O Projeto de Lei N° 400/94 acrescenta no seu Art. 1° o seguinte texto: „... defendê-lo e preservá-lo para as
gerações futuras, garantindo-se a proteção dos ecossistemas e o uso racional dos recursos ambientais...“.

VA.1: Perda total das funções dos solos

Este impacto é causado pela ocupação total dos solos pelo corpo da rodovia e pelas áreas de obras, jazidas e
pedreiras. A rodovia passa por áreas com solos que possuem funções importantes para biótopos, águas
subterrâneas, agricultura, etc.

O impacto leva também a um aumento do escoamento de água superficial e tem portanto uma relação
importante aos impactos ambientais descritos nos pontos VB (água superficial e subterrânea).

No nível geral dos objetivos ambientais, os N°s 51 e 52 (LF N° 6.938) dispõem sobre a Politica Nacional de
Meio Ambiente e prevêm a „... racionalização do uso do solo, do subsolo...“. No nível concreto o objetivo
ambiental N°54 (LF N° 7.661) dispõe sobre o Plano Geral de Gerenciamento Costeiro e no seu Art. 5° que
poderão ser estabelecidas „normas e diretrizes sobre o uso de solo, subsolo...“. Apenas para este plano
existem concretizações no nível padrão para a zona costeira. O objetivo N° 50 (LF N° 6.766) declara em quais
áreas será permitido o parcelamento do solo para fins urbanos ou expansão urbana. Este OAC é concretizado
pelos OAPs N°s 94 e 95 (LF N° 6.766) (vide I.3 (Danos ou perda de áreas urbanas...)).

Através das suas funções ecológicas, existem inter-relações entre os solos e os objetivos ambientais que
dispõem sobre áreas de preservação (vide III.1 (Perda/Destruição de biótopos).

Faltam p. ex. declarações legais diretamente aplicáveis sobre tipos de solos que possuem valores mais altos
devido às suas funções amplas para ecossistemas ou devido às suas funções e capacidades como regulador
hídrico, filtro de poluentes, etc. Desta maneira, seria possível classificar os valores dos solos através de um
conjunto de parâmetros como pH, características estratigráficas, composição mineral etc.

A legislação ambiental federal e estadual em vigor não é suficiente para servir como um instrumento de
avaliação de um impacto deste tipo.

Na Alemanha existem conceitos ao nível federal (e a executar ao nível estadual) que tratam o solo como um
componente central do meio ambiente e assim como um próprio bem a proteger. Para avaliar a importância do
impacto, os solos poderiam ser classificados como, p. ex., solos de um valor alto são.:
• solos sem ou com pouca influência antrópica
• raros tipos de solos
• solos com alto potencial para o desenvolvimento de biótopos especiais
• solos com uma importância cultural-histórica

O Projeto de Lei N° 400/94 apoia esta ideia com a declaração feita no seu Art. 37° (OAC N° 102): „A utilização
do solo, para quaisquer fins, far-se-á através da adoção de técnicas, processos e métodos que visem sua
conservação e melhoria e recuperação, observadas as características geomorfológicas, físicas, químicas,
biológicas, ambientais e suas funções sócio-econômicas . §1: O Poder Público, municipal ou estadual, através
dos órgãos competentes, e conforme regulamento, elaborá planos e estabelecerá normas, critérios,
parâmetros e padrões de utilização adequada do solo...“.

MANUAL DE MEIO AMBIENTE, ANEXO 3, VERSÃO 1, 01/01/97 28


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VA.2: Alteração das condições naturais dos solos e desvalorização das funções dos solos

Este impacto é causado por escavamentos, aterros, mistura de camadas de solos etc. O impacto ocorre nas
áreas dos taludes da rodovia, nas áreas de obras, jazidas e pedreiras.

Como descrito no impacto VA.1, também aqui são danificadas as funções dos solos atingidos. A diferença
entre os dois impactos é o grau da importância do impacto (perda (VA.1) e desvalorização (VA.2)).

Assim, a análise feita para impacto VA.1 é adequadamente transferível para o impacto VA.2.

VA.3: Compactação dos solos e desvalorização das funções dos solos

Este impacto ocorre durante a fase de obras pelo uso de máquinas pesadas sobre solos abertos.

Também este impacto leva a uma desvalorização das funções dos solos (como nos impactos VA.1 e VA.2).
Assim, as análises dos impactos VA.1 e VA.2 são adequadamente transferíveis para o impacto VA.3.

VA.4: Erosão de solos e deslizamentos

Este impacto é causado por cortes e aberturas de camadas de solo suscetíveis à erosão. Outro fator causador
em rodovias existentes pode ser um subdimensionamento e/ou uma alocação deficiente do sistema de
drenagem existente. O impacto leva à destruição de solos e das suas funções (vide VA1 a VA3) e causa danos
nas áreas de cultivo ao longo de rodovias

No nível geral dos objetivos ambientais, nenhuma lei dispõe diretamente sobre os fenômenos erosão e
deslizamento. No nível concreto o objetivo ambiental N°86 (LF N° 4.771/CFF) declara que „ consideram-se de
preservação permanente ... as florestas e demais formas de vegetação natural destinadas a atenuar a erosão“.
O objetivo N° 82 (LF 6.902) diz que „o Poder Público estabelecerá normas limitando ou proibindo (nas Áreas de
Proteção Ambiental) ... o exercício de atividades capazes de provocar uma acelerada erosão das terras e/ou
um acentuado assoreamento das coleções hídricas“. Apenas este objetivo é concretizado por uma declaração
no nível padrão (N° 4, CNM 010/88) que proibe „atividades de terraplenagem, mineração, dragagem e
escavação“ nestas áreas .

Existem os objetivos padrão N° 9 (CNM 004/85)e 85 (LF 4.771/CFF) que aprimoram os objetivos concretos N°
49 e 86 no sentido em que determinam mais detalhadamente áreas nas quais as formações de vegetação
natural são protegidas. Algumas destas áreas são suscetíveis à erosão e deslizamentos: topo de morros,
montes e montanhas, encostas íngremes, nas linhas de cumeada e nas bordas de tabuleiros ou chapadas.

Os objetivos ambientais são aplicáveis para impactos de erosão e deslizamentos somente através da proteção
da vegetação em áreas de preservação permanente.

Não existem outras leis ou declarações legais no nível federal e estadual que poderiam completar os objetivos
ambientais já coletados.

A legislação ambiental federal e estadual em vigor é limitadamente suficiente para servir como um instrumento
aplicável à avaliação legal de um impacto deste tipo.

Considerando os grandes problemas causados por erosões e deslizamentos nas rodovias existentes como
impactos graves a evitar no caso de uma implantação da rodovia nova, deveriam ser identificadas (através de
mapeamento) as áreas com ausência ou pouca cobertura vegetal e as áreas suscetíveis a erosão que não
fazem parte das áreas abrangidas pela legislação federal e estadual.

VA.5: Acumulação de poluentes nos solos

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Este impacto é causado por emissões devido ao tráfego, às obras (emissões de poluentes através dos veículos
e máquinas na fase de obras, da má armazenagem de substâncias nocivas, etc.) e às águas poluidas da
superfície da rodovia. A distribuição dos poluentes ocorre portanto pelos meios ar e água ou diretamente para
os solos.

No nível dos objetivos ambientais gerais, somente o N° 42 (LF 7.488) tem uma relevância direta à acumulação
de poluentes nos solos: „fica proibido o lancamento ou a liberação de poluentes no ar, no solo ou no subsolo e
nas águas, salvo mediante licença ou autorização expedida...“. No que diz respeito ao lançamento de
substâncias nocivas, existe um padrão que declara que „ficam proibidos quaisquer descartes de óleos usados
em solos, águas superficiais, águas subterrâneas, no mar territorial e em sistemas de esgoto ou evacuação de
águas residuais“ (N°64, CNM 009/93). Além disso, não existem mais concretizações nos níveis dos OAC e
OAP diretamente aplicáveis para os solos. Somente foram estabelecidas declarações legais relativamente aos
meios ar e água (vide VB e VC).

Respeitando os objetivos ambientais dos níveis OAC e OAP relativamente ao ar e à agua, também fica
assegurada uma certa proteção dos solos contra acumulações de poluentes. Neste sentido podem ser
aplicados os objetivos ambientais coletados no sistema hierárquico e no banco de dados.

Os diferentes tipos de solos possuem diferentes graus de suscetibilidade à acumulação de poluentes. Assim,
deveriam ser considerados parâmetros que descrevem estes diferentes grau (como p. ex. pH, percentagem de
argila no solo, grossura das camadas do solo, etc.).

É recomendável, fazer no nível municipal ou regional mapeamentos dos solos com a descrição das suas
características principais para capacitar, através deste instrumento, a avaliação do valor de um determinado
tipo de solo e, assim, a importância do impacto sobre ele. Este instrumento teria uma função importante não
somente para empreendimentos rodoviários, mas em primeiro lugar também principalmente para todos os
futuros planejamentos e projetos de um município.

VBa.1: Redução da renovação de água subterrânea com consequências para


biótopos

Este impacto é uma consequência dos impactos já descritos nos pontos VA1 a VA3. É causado pela
ocupação (selagem) total dos solos pelo corpo da estrada, pelas áreas de jazida e pedreiras, pelos
escavamentos, aterros e misturas de camadas de solo nas áreas dos taludes da rodovia, nas áreas de obras,
jazidas e pedreiras bem como pela compactação de solos primordialmente durante a fase de obras.

Portanto, as análises feitas nos pontos VA.1, VA.2 e VA.3 são adequadamente transferíveis para este impacto
ambiental. Além disso, é possível constatar o seguinte:
• Geralmente, nenhum objetivo ambiental coletado contém uma declaração diretamente relacionada
ao bem „água subterrânea“
• Somente existem declarações indiretamente aplicáveis à agua subterrânea no sentido de um
compartimento dos ecossistemas
• Em princípio, não existem objetivos ambientais aplicáveis para as águas subterrâneas
• Parâmetros como p. ex. a precipitação pluvial anual, distância do lençol freático à superfície em
combinação com os tipos de solo que o sobrepõem, a quota de renovação de água subterrânea na
região atingida, graus de selagens permitidos etc., podem ajudar a avaliar melhor um impacto como
aqui tratado. Quanto ao lençol freático o Projeto de Lei 400/94 (OAC N° 101) exige na elaboração
dos Planos Diretores Municipais o mapeamento da posição do lençol freático vulnerável.

MANUAL DE MEIO AMBIENTE, ANEXO 3, VERSÃO 1, 01/01/97 30


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VBa.2: Poluição da água subterrânea

Este impacto é causado por emissões devido ao tráfego, às obras (emissões poluentes através dos veículos e
máquinas de obras, da armazenagem não adequada de substâncias nocivas, etc.) e às águas poluidas da
superfície da rodovia. A distribuição dos poluentes ocorre portanto pelo meios ar, água e solo.

A análise feita para o impacto correspondente para os solos (VA.5) pode ser adequadamente transferida ao
impacto aqui tratado. Além disso, seria interessante considerar a seguinte recomendação:
• Parâmetros como p. ex. a distância do lençol freático à superfície em combinação com os tipos de
solo que o sobrepõem e as suas capacidades de filtrar poluentes, as direções de distribuição da
água subterrânea bem como o mapeamento de áreas suscetíveis a alterações da qualidade de
água subterrânea (p. ex. biótopos) podem ajudar a avaliar melhor um impacto como o aqui tratado.
• Uma parte destas exigências recomendáveis encontra-se no Projeto de Lei N° 400/94 (N°100) que
declara como OAC que „ incumbe ao Poder Público manter programas permanentes de proteção
das águas subterrâneas, visando seu aproveitamento sustentável, e a privilegiar a adoção de
medidas preventivas em todas as situações de ameaça potencial a sua qualidade“ (vide também os
N°s 98 e 99 descrito no impacto I.1) e que „a vulnerabilidade dos lençois de água subterrânea será
prioritariamente considerada na escolha da melhor alternativa de localização de empreendimentos
de qualquer natureza potencialmente poluidores das águas subterrâneas“; este objetivo obtem mais
uma concretização pela mesma lei no seu Art. 30, inciso I (N° 101) que exige que „ na elaboração
de Planos Diretores e outros instrumentos de planejamento urbano deverão ser indicados (...) a
posição dos lençois de águas subterrâneas vulneráveis“.

VBa.3: Danos às camadas de proteção para água subterrânea

Este impacto é uma consequência dos impactos já descritos nos pontos VA.2 e VA.3. É causado pelos
escavamentos, aterros e misturas de camadas de solo nas áreas dos taludes da rodovia, nas áreas de obras,
jazidas e pedreiras bem como pela compactação de solos principalmente durante a fase de obras.

Portanto, as análises feitas nos pontos VA.2 e VA.3 são transferíveis para este impacto ambiental. Além
disso, é possível constatar o seguinte:
• Parâmetros como a distância do lençol freático à superfície em combinação com os tipos de solo
que o sobrepõem e as suas capacidades de filtrar poluentes, bem como um mapeamento de áreas
suscetíveis a alterações da qualidade de água subterrânea (p. ex. biótopos) podem ajudar avaliar
melhor um impacto como aqui tratado.

VBb.1: Perda de águas superficiais como biótopos

Este impacto é causado pela passagem da rodovia por águas superficiais que possuem funções importantes
como biótopos. Ocorre uma ocupação total das águas pelo corpo da rodovia, pelas áreas de obras, jazidas e
pedreiras.

No nível geral dos objetivos ambientais somente existem declarações indiretamente aplicáveis às águas
superficiais em termos das suas funções como biotópos. No nível dos objetivos ambientais concretos e padrão
foram coletadas as seguintes declarações legais: O N°12 (CNM 020/86) dispõe sobre a classificação nacional
das águas interiores. Este objetivo foi concretizado pelo N°47 (DE N°30.191) que classifica as águas interiores
para o Estado de Rio Grande do Sul. O item 3b) dedica-se à „preservação de peixes em geral e dos outros
elementos da flora e fauna“, ou seja, às funções ecológicas das águas superficiais. Porém, estes objetivos
estabelecem padrões de qualidade de água com a finalidade de definir diversos usos antrópicos possíveis
(água potável, natação, navegação, etc.). Outros objetivos diretamente aplicáveis à questão de águas
superficiais encontram-se nos N°s 54 (LF N°7.661) e 56 (DF N° 96.660) que dispõem sobre a conservação e
proteção de „sistemas fluviais, estuarinos e lagunares, baías e enseadas“, etc. bem como os N°s 85 (CFF e
LF 4,771) e 9 (CNM 004/85) que protegem a vegetação natural situada ao longo de corpos d’água e ao redor de
lagoas, lagos ou reservatório de águas naturais ou artificiais. Além disso, somente existem alguns objetivos

MANUAL DE MEIO AMBIENTE, ANEXO 3, VERSÃO 1, 01/01/97 31


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ambientais que dispõem sobre áreas de preservação e que são indiretamente aplicáveis às águas superficiais
como componente de ecossistemas.

Assim, os objetivos ambientais somente são aplicáveis limitadamente até o nível padrão.

É recomendável, identificar no nível estadual e municipal as águas superficiais descrevendo as suas funções e
valores ecológicos. Na Alemanha, p. ex., classificam-se as águas superficiais de alto valor ecológico em:
• águas superficiais e sistemas fluviais com configurações naturais
• águas superficiais com qualidade de água natural
• águas superficiais que encontram-se em um conjunto de biótopos interligados
• ...

VBb.2: Danos às estruturas de águas superficiais com consequências para as funções de


um biótopo

Este impacto é causado pela passagem da rodovia por águas superficiais com funções importantes para
biótopos. Ocorre uma ocupação parcial das águas pelo corpo da rodovia, pelas áreas de obras, jazidas e
pedreiras.

Como descrito no impacto VBb.1, também aqui são danificadas as funções das águas superficiais como
biótopos. A diferença entre os dois impactos é o grau da importância do impacto (perda (VBb.1) e
desvalorização (VBb.2)). Desta maneira, a análise do impacto VBb.1 é adequadamente aplicável para o
impacto VBb.2.

VBb.3: Aumento do escoamento de águas superficiais

Este impacto é uma consequência do conjunto dos impactos descritos sob os pontos VA.1 a VA.3. Pelas
selagens e compactações dos solos, aumenta o escoamento de águas superficias, o que significa um
aumento do volume das águas superficiais, com as quais fica dirigido o escoamento (a alteração da qualidade
destas águas trata o ponto VBb.4). Além dos objetivos ambientais mencionados no ponto VBb.1 não existem
no nível geral, concreto ou padrão objetivos que limitam de forma qualquer uma carga quantitativa adicional às
aguas superficiais.

Para uma avaliação básica do impacto pode ser utilizada a classificação das águas interiores do Estado do
Rio Grande do Sul (N°47, DE N° 30.191). Além disso, não há uma classificação das águas que considera as
funções ecológicas delas (vide VBb.1 e VBb.2).

A legislação ambiental permite somente uma avaliação limitada do impacto ambiental.

É recomendável, definir valores para águas superficiais que determinem quantidades máximas de escoamento
sem alterar significativamente as condições ecológicas ou sem causar impactos secundários (como p. ex.
erosão nas margens de rios).

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VBb.4: Poluição de águas superficiais

Este impacto é causado pelas emissões devido ao tráfego e às obras (emissões de poluentes através dos
veículos, escoamento superficial de água poluida.

No nível dos objetivos ambientais gerais, somente o N° 42 (LF 7.488) tem uma relevância direta à poluição de
águas: „fica proibida o lancamento ou a liberação de poluentes no ar, no solo ou no subsolo e nas águas, salvo
mediante licença ou autorização expedida...“. No que diz respeito à disposição de substâncias nocivas, existe
um padrão que declara que „ficam proibidos quaisquer descartes de óleos usados em solos, águas
superficiais, águas subterrâneas, no mar territorial e em sistemas de esgoto ou evacuação de águas residuais“
(N°64, CNM 009/93). A legislação diretamente aplicável a este impacto é a classificação das águas interiores
(N° 12 e 47 nos níveis OAC e OAP) quanto à qualidade de água e à necessidade de protegê-la.

Indiretamente aplicáveis são as declarações legais que dispõe sobre a qualidade do ar (vide também impacto
VC.4), isto é:
• no nível geral os N°s 51 e 52 (LF N° 6.938) que têm por objetivo a „racionalização do uso ... do ar“,
o N° 42 (LE N° 7.488) que declara no Art. 2° que „fica proibido o lançamento e a liberação de
poluentes no ar...“ e o N° 6 (CNM 005/89) que dispõe sobre a instituição do „Programa Nacional de
Controle de Qualidade do Ar - PRONAR“;
• este último objetivo é concretizado pelo OAC N° 22 (CNM 005/85) que classifica áreas de qualidade
de ar para diversos usos
• novamente este é concretizado pelos padrões estabelecidos no N° 24 (CNM 003/90) para estas
áreas (padrões primários e secundários de qualidade de ar); além disso existe um conjunto de
vários objetivos ambientais padrão que definem valores de limite para emissões de veículos.

Uma outra legislação a analisar seria o processo de licenciamento ambiental que dispõe sobre a permissão de
lançamento de esgotos ou outras substâncias potencialmente nocivas para águas superficiais que poderiam
conter mais padrões e valores de limite ligados a qualidade de água.

O conjunto destes objetivos diretamente e indiretamente aplicáveis a este impacto permitem uma avaliação
suficiente quanto à poluição de águas superficiais.

VC.1: Destruição ou alteração grave do microclima

Este impacto é causado pela passagem da rodovia por áreas com um microclima equilibrado ou especial e por
áreas que possuem uma importância para a formação de ar fresco que abastece biótopos e áreas residenciais.
O impacto ocorre devido à ocupação destas áreas pelo corpo da estrada e por áreas de jazidas e pedreiras.

Não foram encontrados objetivos ambientais que poderiam ser diretamente aplicados aos impactos ambientais
causados ao clima. Indiretamente aplicáveis são somente aqueles objetivos que dispõem sobre ecossistemas
em geral nos quais seria possível considerar o clima e os impactos sobre ele como um componente
importante de ecossistemas intactos. Na Alemanha., consideram-se:
• caminhos de intercâmbio de correntes de ar
• áreas que promovem um equilíbrio climático de um local ou uma região
• áreas que necessitam condições ecológicas especiais ou equilibradas

Portanto, a avaliação de impactos sobre as condições climáticas de um local ou uma região não é possível
através da legislação ambiental existente. Deveriam ser estabelecidas declarações legais que definem
objetivos ambientais quanto à proteção do clima e microclima. Em todos os níveis (geral, concreto e padrão)
devem ser considerados objectivos que respeitam o clima como um próprio bem a proteger, como por
exemplo:
• no nível geral: falar diretamente sobre a necessidade de proteger o clima
• no nível concreto: definir áreas que possuem em geral funções para o clima e microclima
• no nível padrão: estabelecer proteções rígidas para estruturas e áreas com funções climáticas

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VC.2: Alteração do microclima com consequências aos biótopos

Este impacto é causado pela passagem da rodovia por perto de áreas com um microclima equilibrado ou
especial ou por áreas com importância para a formação de ar fresco com funções para biótopos e/ou o
homem. O impacto ocorre devido à ocupação parcial destas áreas pelo corpo da estrada e pela área de jazidas
e pedreiras.

Como descrito no impacto VC.1, também aqui são afetadas as funções estruturas e áreas climáticas de um
local ou uma região. A diferença entre os dois impactos é o grau da importância de impacto (destruição ou
alteração grave (VC.1) e alteração (VC.2)). Assim, a análise do impacto VC.1 é adequadamente transferível
para o impacto VC.2.

VC3: Danos ao intercâmbio de ar fresco

Este impacto é causado pela passagem da rodovia por áreas com a função de formar ar fresco com
importância para biótopos e o homem. A rodovia impede, pela ocupação da área por aterros, o intercâmbio de
ar fresco do local ou da região com consequências para as condições de vida nos biótopos e/ou para a
qualidade de vida em áreas residenciais abastecidas por ar fresco.

Por outro lado, existe uma ligação forte ao impacto VC.4 (Danos à qualidade do ar), no caso que a rodovia
passa por áreas com a função de criar ar fresco e, ao mesmo tempo, em um relevo que favorece um
intercâmbio de ar, danificando estas áreas através das poluições devido ao tráfego da rodovia. Assim, poderiam
ser transportados poluentes com o fluxo de ar para áreas que necessitam um ar limpo (áreas residenciais,
biótopos suscetíveis, etc.).

Quanto à legislação ambiental existente, é possível aplicar neste impacto a análise feita para os impactos VC1
e VC.2.

VC.4: Danos à qualidade do ar

Este impacto é causado pelas emissões devidas ao tráfego na operação da rodovia.

No nível dos objetivos ambientais gerais, os N°s 51 e 52 (LF N° 6.938) têm por objetivo a „racionalização do
uso ... do ar“, o N° 42 (LE N° 7.488) declara no Art. 2° que „fica proibido o lançamento e a liberação de
poluentes no ar...“ e o N° 6 (CNM 005/89) dispõe sobre a instituição do „Programa Nacional de Controle de
Qualidade do Ar - PRONAR“.

Este último objetivo é concretizado pelo OAC N° 22 (CNM 005/85) que classifica três áreas de qualidade de ar
para diversos usos. Este, novamente, é concretizado pelos padrões estabelecidos no N° 24 (CNM 003/90) para
estas áreas (padrões de qualidade de ar primários e secundários); além disso existe um conjunto de vários
objetivos ambientais padrão que definem valores de limite para emissões de veículos. A classificação do N° 22
foi transferida para o nível estadual pelo Projeto de Lei N° 400/94, que ainda não entrou em vigor (OAC N° 103).
Além da classificação, a lei também define proibições quanto à poluição e emissão de poluentes nestas três
áreas (N° 104).

A proteção de uma certa qualidade do ar como componente importante de um ecossistema intacto, também é
indiretamente considerada pelos objetivos ambientais que tratam as diversas áreas de proteção permanente
(vide as análises para os impactos sobre „A biota“ (III)).

O conjunto destes objetivos diretamente aplicáveis a este impacto permitem uma avaliação suficiente quanto à
poluição do ar.

MANUAL DE MEIO AMBIENTE, ANEXO 3, VERSÃO 1, 01/01/97 34


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2.1.4.6 Resumo dos Resultados (Análise Geral dos Impactos)

A Tab. 1 descreve resumidamente os resultados da análise da legislação ambiental federal e estadual em


vigor.

Tab. 1: Resultado Geral da Análise da Legislação Ambiental Federal e Estadual

CNM Legislação Legislação Legislação


Impacto ambiental suficiente parcialmenteu não suficiente
001/86 ficiente

I.1: Danos à saúde e ao bem estar da população


por emissões/substâncias nocivas X
I.2: Danos à saúde e ao bem estar da população
por ruído X
I I.3: Danos ou perda de áreas urbanas com
funções para a saúde e o bem estar da X
população

I.4: Perigo de acidentes para a população devido


ao tráfego (X)
I.5: Perigo de um crescimento urbano
desordenado e de uma ocupação X
desordenada da gleba

II.1: Perda ou corte de áreas de importância


econômica X
II.2: Alteração do valor de terra
X
II II.3: Alteração do fluxo existente de benefícios e
desequilíbrio do mercado X
II.4: Danos ao equilíbrio demográfico local /
regional X

II.5: Danos aos sítios / monumentos


arqueológicos, históricos e culturais X
III.1 Perda / Destruição de biótopos
(X) X
III.2: Corte de biótopos e impedimento das
funções de um intercâmbio ecológico X
III III. 3: Morte de animais devido ao tráfego
X
III.4: Danos aos comportamentos e movimentos
naturais de animais X
III.5: Danos aos animais e às plantas através de
poluentes X
IV.1: Perda de elementos importantes para as
condições estéticas da paisagem X
IV IV.2: Incómodos visuais das condições estéticas
da paisagem X
IV.3: Danos através de emissões de poluentes e
sonoras a áreas com funções para o X
repouso / lazer

MANUAL DE MEIO AMBIENTE, ANEXO 3, VERSÃO 1, 01/01/97 35


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IV.4: Corte e impedimento de acesso a áreas


com funções para o repouso / lazer X
IV.5: Destruição ou ruptura de valores estéticos
e perda da qualidade da paisagem urbana X

MANUAL DE MEIO AMBIENTE, ANEXO 3, VERSÃO 1, 01/01/97 36


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Tab. 1: Resultado Geral da Análise da Legislação Ambiental Federal e Estadual


(Continuação)

CNM Legislação Legislação Legislação


Impacto ambiental suficiente limitadamente não suficiente
001/86 suficiente

VA 1: Perda total das funções dos solos


X
VA.2: Alteração das condições naturais dos
solos e desvalorização das funções dos X
solos

VA.3: Compactação dos solos e desvalorização


das funções dos solos X
VA.4: Erosão dos solos e deslizamentos
X
VA.5: Acumulação de poluentes nos solos
X
VBa.1: Redução da renovação de água
subterrânea X

VBa.2: Poluição da água subterrânea


X
V VBa.3: Danos às camadas de proteção para
água subterrânea X
VBb.1: Perda de águas superficiais como
biótopos X

VBb.2: Danos às estruturas de águas


superficiais X

VBb.3: Aumento do escoamento de águas


superficiais X
VBb.4: Poluição de águas superficiais
X
VC.1: Destruição ou alteração grave do
microclima X

VC.2: Alteração do microclima


X
VC.3: Danos ao intercâmbio de ar fresco
X
VC.4: Danos à qualidade do ar
X

A Tab. 1 mostra que com exceção dos impactos causados pela poluição do ar e da água (I.1, VBb.4 e VC.4),
pelos ruídos (I.2) e aos sítios e monumentos arqueológicos, históricos e culturais (II.5) - a legislação ambiental
federal e estadual em vigor não permite uma avaliação integral de impactos ambientais oriundos de um
empreendimento rodoviário.

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No entanto, a legislação federal e estadual sempre necessitará de uma complementação pela legislação
municipal. Como já referido nos itens anteriores, muitos impactos ambientais somente podem ser avaliados a
nível municipal.

Neste contexto, e comparado com a legislação federal e estadual na Alemanha, o contexto jurídico aqui
analisado representa uma legislação bastante extensa.

Porém, é possível identificar alguns déficits:

• por vezes, é difícil entender a ligação entre declarações legais (como as das Resoluções
CONAMA) e outras declarações que têm por objeto o mesmo assunto (Leis federais e estaduais);
assim, pode acontecer que diferentes termos tenham o mesmo conteúdo, porém sem uma ligação
clara; portanto, falta uma conexão clara entre as respectivas declarações legais;
• a legislação federal e estadual raramente concretiza os seus teores jurídicos no nível da legislação
municipal; assim, há uma incompatibilidade das leis municipais por não ter uma relação direta com
a legislação superior (criação de uma „legislação autônoma“);
• existe uma nomenclatura confusa relativamente a áreas protegidas por lei; seria melhor criar uma
classificação mais simples das áreas de proteção, com definições claras sobre seus limites, usos
permitidos, proibições etc.;
• os componentes do meio ambiente recebem através da legislação uma proteção suficiente
enquanto eles fazem parte de uma área protegida por lei; fora dos limites dessas áreas, em
princípio, não existem proteções para os solos, o clima, a paisagem, os biótopos etc.;
• o clima é um componente do meio ambiente que não é considerado pela legislação ambiental
federal e estadual como um bem a proteger; faltam declarações legais em todos os níveis de
concretização (OAG, OAC e OAP);
• em relação às suas funções ecológicas, os solos também não são integrados na legislação
ambiental; a legislação considera os solos mais do ponto de vista antrópica respeitando as suas
funções econômicos e para o parcelamento;
• fora das áreas protegidas por lei, as condições estéticas da paisagem não são objeto de
declarações legais; e mesmo nas áreas protegidas por lei, faltam objetivos ambientais concretos
que definam critérios das condições estéticas da paisagem.

A análise mostrou que o Projeto de Lei 400/94 contém muitas declarações valiosas que deveriam entrar em
vigor. Porém, esta lei não consegue eliminar todos os déficits acima descritos. Resta muito ao Poder
Municipal completar o contexto jurídico federal e estadual por leis que respeitem as declarações dos Poderes
superiores para que seja formada uma hieraquia jurídica clara e facilmente aplicável.

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ANEXO 3.2:
Sistema Hierárquico dos Objetivos Ambientais

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ANEXO 3.3:
Banco de Dados dos Objetivos Ambientais (ACCESS 97)

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