Você está na página 1de 27

Avenida do Trabalhador Gleba B/4 - Distrito Agroindustrial

CNPJ: 08.048.212/0001-50

TELEFONE: (61) 3620 - 6315

Projeto passo-a-passo:
Movimento , Matemática e
Letramento.

LUZIÂNIA-GO, MARÇO DE 2011.


MARIA CECÍLIA SILVA DE AMORIM

PROJETO PASSO-A-PASSO:

MOVIMENTO, MATEMÁTICA E LETRAMENTO.

Projeto de trabalho e apoio pedagógico


organizado pela Supervisora Escolar Maria Cecília
Silva de Amorim (port.529/2010), com vistas ao ensino
e aprendizagem de alunos de 1º ao 5º ano do Ensino
Fundamental da Escola Municipal Dilma Roriz
Medeiros, de março a novembro de 2011.
1- IDENTIFICAÇÃO

Escola Municipal Dilma Roriz Medeiros

Responsável: Maria Cecília Silva de Amorim – Supervisora Escolar, pedagoga


especialista em Psicopedagogia.

Público alvo: alunos de 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental.

Período de execução: março a novembro de 2011.

2- TEMA

Ensino e aprendizagem significativa focando competências e habilidades para o


letramento e a educação matemática.

3- OBJETIVO GERAL

Possibilitar a aquisição de conhecimentos por meio da aprendizagem


significativa e exercício da cidadania, suscitando habilidades e competências nos
campos cognitivo, social e afetivo com vistas a favorecer o desempenho acadêmico de
maneira global com a valorização do ambiente escolar focando as disciplinas críticas:
Língua Portuguesa e Matemática.

4- OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Realizar semanalmente um encontro com todos os alunos por turno denominado


“momento cidadão”;
 Confeccionar e distribuir agenda individual para melhor comunicação família-
escola;

 Realizar montagem das ações pedagógicas voltadas aos alunos junto ao corpo
docente de acordo com os temas sugeridos;

 Apresentar os temas aos alunos de forma dinâmica e prazerosa;

 Oportunizar a formação docente sobre Letramento e Matemática;

 Capacitar os membros da escola sobre a temática Cultura e africanidade;

 Orientar a utilização de obras literárias de maneira contextualizada, na intenção


de atingir objetivos junto às disciplinas críticas: Língua Portuguesa e
Matemática;

 Utilizar os espaços da escola tais como: auditório, pátios, quadra, tenda, horta,
laboratório de informáticas, biblioteca, como ambientes propícios à
aprendizagem;

 Modificar a horta transformando-a no “Espaço Verde e Vida Mais Educação”,


em parceria com a Universidade Estadual de Goiás;

 Trabalhar datas comemorativas com foco em cidadania e respeito às diferenças,


iniciando com o Carnaval das Diferenças, Páscoa, Dia das Mães, Festa Junina e
Dia dos Pais e dia das mães, lançando mão das parcerias necessárias;

 Vincular as ações pedagógicas aos valores trabalhados pela Dinamização, no


cotidiano das aulas;

 Realizar a Semana Literária com foco no despertar o prazer de ler;

 Organizar o evento “Semaninha Pedagógica”, com participação ativa dos alunos


e professores também em comemoração ao dia da criança e dia do professor;

 Comemorar o aniversário da escola a fim de unir os anseios da mesma aos da


comunidade escolar de forma agradável e festiva;

 Realizar atividades pedagógicas de ensino e aprendizagem, relacionadas aos


eixos temáticos “Falando de Animais, Aprendendo com os Contos de fadas,
Folclore e africanidade, Histórias que falam de gente”, de acordo com as
especificidades de cada série/ano nas disciplinas Língua Portuguesa e
Matemática;

 Diversificar os recursos metodológicos para trabalhar as dificuldades em


Matemática, principalmente jogos e outros disponíveis nas aulas normais ou em
reforços mensais;

 Finalizar cada tema com exposição, dramatização ou outras produções


individuais e coletivas relacionadas, de acordo com o planejamento realizado
previamente e disponibilidade de tempo;

 Produzir um CD de áudio com as músicas trabalhadas durante o decorrer do ano


e presentear os alunos individualmente no encerramento letivo anual;

 Avaliar a importância dos recursos materiais, subsídios teóricos práticos e


formações oferecidas professores, bem como melhorias de qualidade notadas no
ensino aprendizagem junto aos alunos através destes e de seus pais ou
familiares que acompanham o rendimento acadêmico,durante a execução do
trabalho.

5- JUSTIFICATIVA

Diante da complexidade do processo de letramento e dos desafios de ensinar


matemática (SOARES, 2009,TOLEDO,2009), deu-se a necessidade de reforçar por
meios diferenciados o processo ensino-aprendizagem na Escola Municipal Dilma Roriz
Medeiros no ano de 2011. Já é prática da instituição desde o primeiro ano de trabalho
(2006) realizar projetos com significativo sucesso. Vale citar a experiência do ano
inicial, pois haviam poucos recursos financeiros e materiais, mas com o empenho de
toda a equipe foi desenvolvido o projeto piloto “Fazendo a diferença na escola”, com o
objetivo de resgatar o valor da escola dando a ela um novo significado e construindo
uma filosofia que consiste em praticar a alegria e a sensibilização para aprender. Outros
projetos também fizeram parte dessa história, mas devido ao envolvimento marcante e o
reflexo positivo no contexto da sala de aula é que se pensou em envolver todos os
professores numa temática tão significativa.

A Escola Municipal Dilma Roriz Medeiros, através de seus atores em cada um de seus
segmentos, vem construindo sua filosofia de trabalho de forma coletiva e processual,
levando em consideração os quatro pilares que norteiam os princípios da educação em
busca de promover o desenvolvimento humano, sendo eles: aprender a ser, aprender a
conviver, aprender a fazer e aprender a aprender; definindo, dessa maneira, o objetivo
maior da educação como a construção, pelas pessoas, de competências e habilidades
que lhes permitam alcançar seu desenvolvimento pleno e integral. (P.P.P., 2011)

Tendo em vista que os elementos norteadores do processo de letramento de 1º ao


5º ano possibilitaram a implementação de eixos temáticos, suscitamos a questão do
movimento, necessidade humana (ROSSINI, 2003) voltado para questões de
aprendizagem e também psicológicas com foco na motivação e valorização do alunado,
bem como do professor no papel criativo e gerenciador. Assim músicas, danças, poesia,
se encontram com a literatura por meio do teatro, dos contos de fadas, das tradições
folclóricas vindas dos negros e da consciência da humanidade por meio de práticas
sociais de letramento e resolução de problemas. “Proporcionar atividades para que elas
“utilizem” a energia sabendo que é preciso equilíbrio entre repouso e atividade. O
“movimento” do ambiente físico é bastante estimulante para nossas crianças e
jovens.”(ROSSINI, 2003, p.27).

Sobre a necessidade de conhecer novas propostas já é mencionado no Projeto


Político Pedagógico, 2011:

Para que o objeto de conhecimento proposto pelo o professor torne -se objeto de
conhecimento para o aluno, é necessário que o educando esteja mobilizado para dirigir
sua atenção, seu sentir, seu pensar, seu fazer sobre o objeto. Em outras palavras, é
preciso tornar o ato de aprendizagem numa ação intencional por parte do aluno. (P.P.P.,
2011)

Diante do trabalho que vem sendo realizado nesta unidade de ensino, num
contexto geral, alguns objetivos não foram plenamente alcançados em relação ao
rendimento real admitido pelo IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica)
que no ano de 2009 foi de 3,8 enquanto esperava-se 4,6.

O IDEB é uma excelente ferramenta para os Estados e Municípios utilizarem os


resultados do índice como parâmetro para orientar a melhoraria do ensino em sua rede.
Partindo desse pensamento a Escola Municipal Dilma Roriz Medeiros, a partir de seu
primeiro IDEB, no ano de 2007, tem o compromisso de implementar um plano de ação
com medidas simples, porém eficazes, buscando melhorar os resultados para unidade de
ensino, bem como, para a educação do país. (P.P.P., 2011.)

A qualidade de ensino deve ser compromisso de todos e cabe também nesse


projeto como citado anteriormente, utilizar medidas simples, porém eficientes para
trabalhar leitura, escrita e educação matemática, não só como medidas de melhoria de
índice de aproveitamento, mas como elemento norteador para o trabalho diversificado
que com algum esforço dará resultados mensuráveis em relação ao rendimento
acadêmico e posteriormente na aproximação ou superação das metas propostas frente ao
Ideb, como se lê na tabela a seguir:

 IDEB observado em 2005, 2007, 2009 e Metas para Escola:

ESCOLA MUNICIPAL DILMA RORIZ MEDEIROS

IDEB Observado Metas Projetadas


Ensino Fundamental
2005 2007 2007 2009 2011 2013 2015 2017 2019 2021

Anos Iniciais - 4,1 - 4,6 5,0 5,2 5,5 5,8 6,0 6,3

Anos Finais - - - - - - - - - -

Fonte: Prova Brasil e Censo Escolar.

Assim com base no conhecimento adquirido acerca da vida de cada aluno e do


meio, também no desejo de melhorar a qualidade do ensino com respostas na práxis
educativa confiantes no trabalho do professor e no enriquecimento do conteúdo
programático, proposto pela Grade Curricular do Município de Luziânia, iniciou-se a
proposta desse projeto com foco na sala de aula, fortalecendo os laços do aluno com a
escola permitindo ao professor “atender pontos imprescindíveis a uma educação
prazerosa, gostosa, interessante e, portanto eficaz”. (ROSSINI, 2003). Ainda em
complemento:

Outro fator relevante é o fato de grande parte dos pais dos alunos serem analfabetos ou
semi-analfabetos, comprometendo o auxilio dos mesmos nas questões pedagógicas dos
alunos como atividades para casa e trabalhos avaliativos. Partindo dessa realidade o
grande desafio da Escola Municipal Dilma Roriz Medeiros está pautado em trabalhar as
questões sociais, políticas, econômico e não apenas cognitivas.(P.P.P., 2011)

As ações planejadas, algumas sob responsabilidade do Núcleo administrativo da


escola, porém mais voltadas ao professor, visam reforçar o processo de letramento e
matemática do 1º ao 5º ano com ideia central ou núcleos interessantes.

É um trabalho pedagógico que propõe uma ação pedagógica baseada em uma idéia
central, busca seu tema nas necessidades humanas e requer do professor uma atenção
especial sobre a motivação do aluno.(...) O professor pode trabalhar em consonância
com seu conteúdo programático, enriquecendo-o.(...) O trabalho com a idéia central
permite ao professor atender aos pontos que são imprescindíveis para uma educação
prazerosa, gostosa, interessante e, portanto, eficaz.(ROSSINI, 2003, p.80)

Assim, os eixos temáticos foram subdivididos nos contextos: Falando de


animais, utilizando a fábula dos Músicos de Bremen, aliada ao humor dos
“Saltimbancos Trapalhões” e a crítica de Chico Buarque sob proposta lúdica com
abertura para atividades de escrita, leitura, gincanas e jogos matemáticos.

Sabendo que a criança desde a infância já percebe e utiliza os símbolos para


registrar sua fantasia, por isso contamos com a temática dos Contos de fadas antigos ou
modernos e seus contextos variados, desde os Irmãos Grimm, despertando nos atores do
processo educativo os elementos da formação do imaginário e a elucidação de vários
processos psicológicos voltados para os contos de fadas. Com a exploração de
personagens, características e desejos antes não vislumbrados serão despertados de
maneira lúdica usando imaginação, criatividade e movimento.
Num terceiro momento a proposta estará voltada às origens do povo brasileiro e
sob a orientação legal, Lei 11.645/08, que determina a inclusão das temáticas “História
e Cultura Afro-Brasileiras e Indígenas” no currículo oficial da rede de ensino, a temática
proposta será Folclore e Africanidade, explorando amplos aspectos além do conteúdo
programático, tais como: preconceito racial, bulling e outros com vistas a despertar para
a valorização da cultura afro e sua influência na língua e nos costumes brasileiros.

Após a discussão das temáticas citadas anteriormente, o professor lançará mão


do último tema: Falando de gente, suscitando no aluno valores outrora esquecidos como
a conquista da amizade e o amor desinteressado. “Para tal proposta a obra sugerida
como “carro chefe” é “ O pequeno príncipe” que poderá cativar cada criança e fortalecer
a bagagem cultural a ser alcançada nos aspectos da aprendizagem significativa. Nas
palavras de ROSSINI, 2003 ( p. 64):

Nada acontece, nenhum passo é dado se o ser humano não tem um motivo, uma razão.
Portanto, é preciso que ele tenha um motivo para realizar qualquer ação.(...) A
aprendizagem é:

 Contínua – acontece ao longo das nossas vidas;

 Gradativa – as situações novas vão se complexando e sempre envolvem as


situações já aprendidas;

 Dinâmica – as experiências se reorganizam e tudo começa.

Explorando as temáticas com certeza surgirão novas propostas aliadas às


geradoras, pois, acredita-se que haverá empenho e pesquisa dos docentes já que é nítido
o compromisso destes com a Escola e com os alunos.

Outras ações também voltadas à melhoria do processo educativo serão


contempladas neste projeto anual. Tendo em vista que o espaço físico da escola é
bastante favorável, firmou-se a ideia de melhorar também a participação e o
envolvimento dos educando em eventos semanais, denominados “Momento cidadão”,
visando conhecer sobre civismo, símbolos pátrios, em espaços variados. Cada segmento
deverá preparar a atividade cívica de cantar e estudar hinos bem como realizar alguma
apresentação valorizando amostra do trabalho realizado em sala de aula. Cada mês um
segmento ou série/ano será responsável pela preparação.

Quanto à melhoria do espaço, deve-se lembrar das crianças que frequentam a


escola no período integral inseridas no Programa Mais Educação, implantado nesta
Unidade desde agosto de 2010. Participam no contra turno de oficinas de letramento,
matemática, dança, futsal e karatê, por isso dadas as condições haverá modificação da
horta como espaço pedagógico e a instalação de duchas para banhos coletivos a fim de
tornar o espaço mais atraente para estes alunos. O espaço será construído numa parceria
com a UEG – Universidade Estadual de Goiás e será denominado “ Espaço Verde e
Vida Mais Educação”.

Todas as ações estarão também vinculadas ao processo de formação continuada.


Serão realizados estudos e palestras para sanar dúvidas e acrescentar aos docentes novas
experiências teórico práticas para letramento, matemática e africanidade durante o
período do projeto e também em Encontros de Apoio Pedagógico(E.A.P.) sempre que
oportuno para fornecer subsídios à pratica na sala de aula.

Propõe-se ainda realizar eventos escolares com participação dos alunos em datas
significativas, tais como: Carnaval, páscoa, dia das mães, dia dos pais, semana literária,
aniversário da escola e semaninha pedagógica, vinculadas às temáticas propostas.

Enfim, diante das ações propostas espera-se um árduo ano de trabalho com
frutos a colher em diversos momentos, principalmente no que tange a resultados finais e
aspectos motivacionais relevantes.
6- DESENVOLVIMENTO DO PLANO DE AÇÃO

A escola é um espaço dinâmico de constantes construções para o professor e


para o aluno. Diante da Proposta Pedagógica da Escola, a metodologia adotada para a
realização do trabalho de ensino e aprendizagem deverá ser pautada na alegria de
aprender reforçando as conquistas individuais e coletivas dos alunos em cada nível.

O Projeto Político Pedagógico da Escola Municipal Dilma Roriz Medeiros – ESCOLA


DE APLICAÇÃO tem como concepção primeira a ideia de que a escola é um espaço
social, no qual, as relações com o SABER e as relações INTERPESSOAIS precisam
ser, prioritariamente, prazerosas. Em outras palavras a Escola precisa ser ALEGRE,
pois isso é a chave para as portas do aprender. Nessa perspectiva, optamos por uma
prática pedagógica cujo objetivo central seja a motivação do aluno pelo gosto da
descoberta e pela alegria de estar inserido no processo educativo trabalhando num
contexto sócio-cultural. (P.P.P., 2011)

Faz- se necessário que o trabalho pedagógico e de gestão sejam executados de


forma harmônica no sentido de que as ações realizadas têm como objetivo primordial o
aluno em desenvolvimento. Tendo em vista que a escola conta com recursos materiais
tais como de papelaria , livros para formação continuada e outros mais que fornecerão
subsídios para a prática necessários a tais ações, e ainda a arte e criatividade de cada
ator do processo sugerem-se as seguintes ações:

 Realização semanal do Momento Cidadão, planejado e executado por


série/turma previamente definidos, utilizando hinos nacional, do estado e
da cidade, com acréscimo de apresentação à escolha do responsável;

 Confecção de material para uso do aluno (agendas) utilizando-a durante


o ano letivo, sob cuidados do próprio aluno e do professor;

 Realização de Encontros de Apoio Pedagógico para planejamento e/ou


estudo dos temas abordados junto aos docentes, fornecendo subsídios
teóricos e trocas de experiências para elaboração de atividades de ensino;
 Promoção de capacitações para os docentes nos temas Letramento,
Matemática e Africanidade com profissionais especialistas;

 Organização de eventos culturais envolvendo datas comemorativas


selecionadas previamente, utilizando recursos didáticos, musicais e
teatrais;

 Motivação para a vivência dos temas com os alunos de maneira dinâmica


e prazerosa utilizando sequencia didática de acordo com as
especificidades de cada turma;

 Modificação da horta em parceria com a UEG e utilização dos espaços


físicos da escola e de locais como sala de informática, pátios e outros
para fins de ensino e aprendizagem;

 Seleção de recursos visuais, audiovisuais, jogos, livros pedagógicos para


tratamento dos temas e realização das ações envolvendo letramento,
leitura, escrita e jogos matemáticos;

 Realização de culminâncias temáticas utilizando os materiais


confeccionados pelos professores e alunos como cartazes, produções
individuais e coletivas, gráficos, listas, poemas, músicas, painéis
coletivos e outros confeccionados;

 Formulação e aplicação de instrumentos de coleta de dados de acordo


com as temáticas para alunos, professores e pais constatando a eficácia
das ações planejadas para reelaboração, se necessário.

7- LETRAMENTO, MATEMÁTICA: ENVOLVIMENTO TEMÁTICO


FRENTE AO PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM

Sabendo-se que o foco deste projeto é o trabalho com as disciplinas críticas,


Língua Portuguesa e Matemática, vale tratar sobre os temas propostos de forma mais
específica sob vários enfoques teóricos, uns mais detalhados como a questão do
letramento, bem como a importância de se trabalhar com contos, cultura afro brasileira,
e jogos matemáticos utilizando as características primordiais de um projeto de acordo
com ROSSINI, 2003:

Quatro são os elementos de um projeto:

1º Formar o raciocínio aplicado às realidades não dando peso à memória;

2º Buscar a informação de acordo com as oportunidades para que o realizar seja


vivo, formando a experiência do educando que porá à prova suas próprias conclusões;

3º O aprender deve acontecer em ambiente natural, integrando capacida des,


modos de pensar, sentir e agir;

4º O problema antecede os princípios, despertando, assim, o exercício mental que


levará ao pensamento com valor funcional.

A leitura é uma das principais formas de aquisição de conhecimento, pois todo o


legado cultural humano está registrado através da escrita, e adquiri-lo significa
empossar-se da condição humana, uma vez que a mesma é determinada pela cultura.
Por meio dela, ampliamos o nosso conhecimento do mundo a nossa volta, o que
provoca em nós a mudança de pensamentos, valores e atitudes.

Ensinar a ler e escrever hoje já não são os maiores desafios que as escolas brasileiras
tem de enfrentar, mas sim ensinar a ler com prazer, mostrar às crianças que dentro dos
livros se escondem mundos a serem explorados, que as palavras podem ter magia e
encantamento. Mas como fazer isso? Ler histórias para crianças, sempre, sempre... É

poder sorrir, rir, gargalhar com as situações vividas pelas personagens, com a idéia do
conto ou com o jeito de escrever dum autor e, então, pod er ser um pouco cúmplice
desse momento de humor, de brincadeira, de divertimento...É também suscitar o
imaginário, é ter a curiosidade respondida em relação a tantas perguntas, é encontrar
outras idéias para solucionar questões ( como as personagens fizera m...). É uma
possibilidade de descobrir o mundo imenso dos conflitos, dos impasses, das soluções
que todos vivemos e atravessamos – dum jeito ou de outro – através dos problemas que
vão sendo defrontados, enfrentados (ou não), resolvidos (ou não) pelas personagens de
cada história ( cada uma a seu modo)... É a cada vez ir se identificando com outra
personagem (cada qual no momento que corresponde àquele que está sendo vivido pela
criança)... e, assim, esclarecer melhor as próprias dificuldades ou encontrar um caminho
para resolução delas. É ouvindo histórias que se pode sentir (também) emoções
importantes, como a riqueza, a raiva, a irritação, o bem-estar, o medo, a alegria, o pavor,
a insegurança,a tranqüilidade, e tantas outras mais, e viver profundamente tudo o que as
narrativas provocam em quem as ouve – com toda a amplitude, significância e verdade
que cada uma delas fez (ou não) brotar... Pois é ouvir, sentir e enxergar com os olhos do
imaginário! É através de uma história que se pode descobrir outros lugares, outros
tempos, outros jeitos de agir e de ser, outra ética, outra ótica... É ficar sabendo História,
Geografia, Filosofia, Política, Sociologia, sem precisar saber o nome disso tudo e muito
menos achar que tem cara de aula... Porque, se tiver deixa de ser literatura, deixa de ser
prazer e passa a ser Didática, que é outro departamento (não tão preocupado em abrir as
portas da compreensão do mundo). (ABRAMOVICH, 1997,p,49)

O conceito de letramento (CASTANHEIRA, MACIEL, MARTINS, 2009),


muito divulgado no Brasil, nas pesquisas da área de educação pela professora Magda
Soares (entre outras), deixou de lado o contraste entre pessoas que sabem e que não
sabem ler. O letramento considera graus de intimidade do indivíduo com materiais de
escrita e de leitura. Para não assustar ninguém, é bom deixar claro que o letramento é
algo que está em nosso dia-a-dia. Nada mais é do que parte de nossa necessidade diária
de ação pela linguagem, especialmente lendo e escrevendo. Assim a autora definiu
letramento como sendo:

[...] o resultado da ação de ensinar ou de aprendera ler e escrever: o estado ou a


condição que adquire um grupo social ou um indivíduo como conseqüência de ter-se
apropriado da escrita. (SOARES,1998, p.18).

Quando alguém sabe ler, mas não consegue compreender sequer textos curtos,
essa pessoa pode ser alfabetizada, mas tem um nível de letramento muito baixo. Esse
nível pode aumentar à medida que o indivíduo aprende a lidar com mais e diferentes
materiais de leitura e de escrita. Quanto maior a quantidade de textos alguém é capaz de
ler e entender, mais letrado é. Assim também funciona com a escrita. Quanto mais
material escrito alguém é capaz de produzir, mais letramento tem. E não adianta
produzir apenas em quantidade. É preciso ampliar o leque de possibilidades, ou seja, ler
diferentes tipos de materiais e saber o que fazer com eles.

Uso a palavra alfabetização no sentido restrito de aprendizagem inicial da leitura e


escrita, isto é, a ação de ensinar (ou o resultado de aprender) o código alfabético, ou
seja, as relações entre letras e sons. Existem definições mais amplas de alfabetização
que incluem as habilidades de interpretação de leitura e produção de escrita, e até de
conhecimento do mundo. O letramento traz consequências (políticas, econômicas,
culturais etc.) para indivíduos e grupos que se apropriam da escrita, fazendo com que
esta se torne parte de suas vidas como meio de expressão e comunicação.
(CARVALHO,2005, p.80)
Por exemplo: você é capaz de ler bem uma tirinha? Sabe lidar com o texto do
rótulo de uma lata de ervilhas? Consegue produzir um bom bilhete para um familiar?
Pode se mover na cidade lendo as placas de rua? Sabe como procurar informações numa
bula de remédio? Então você tem letramento suficiente para o dia-a-dia. O caixa
eletrônico do banco é mais uma possibilidade de letramento. Já que está numa máquina,
ficou sendo chamado de letramento digital. As pessoas que entraram nesse tipo de
letramento podem atuar na linguagem por meio da leitura e da escrita de textos
produzidos no e para o computador, estejam eles na internet ou nos programas de
produção e leitura de material textual.

A escola em grande parte é a responsável, pelo aumento do letramento das


pessoas. É nela que o indivíduo deixa de ler e escrever apenas os textos do dia-a-dia e
passa a ter contato com materiais elaborados e sistematizados de maneira diferente, às
vezes mais complexos e menos comuns no cotidiano. Quanto maior for o interesse por
uma formação mais elevada maior será o interesse pelos diversos tipos de leituras e
textos. Tudo isso faz aumentar, a quantidade e a qualidade das informações na nossa
memória, ou seja, nossa bagagem cultural. Isso é letramento.

Ler é uma das competências mais importantes a serem trabalhadas com o aluno,
principalmente após recentes pesquisas que apontam ser esta uma das principais
deficiências do estudante brasileiro.

[...] só recentemente passamos a enfrentar essa nova realidade social em que não basta
apenas saber ler e escrever, é preciso saber fazer uso do ler e escrever, saber responder
as exigências de leitura e de escrita que a sociedade faz continuamente. ( SOARES
1998, p. 20 ).

Magda Soares, citada por CARVALHO, sugere práticas para todo o ensino
básico:

Proponho fazer a criança trabalhar desde cedo com textos variados, mas familiarizar-se
com a diversidade textual não é trabalho para apenas um ano letivo, é tarefa que se
estende por todo o ensino básico. Tornar-se letrado, ou formar-se leitor, é aprender
sobre autores, seus modos de pensar, intenções, interlocutores, idéias e valores; é
aprender sobre gêneros, sobre a forma pela qual os textos se organizam, a partir do
título, obedecendo a certas convenções, e desdobrando -se parágrafo por Parágrafo para
exprimir ideias. É principalmente aprender a dialogar com os autores, refletindo sobre o
que eles nos dizem e comparando as suas com as nossas próprias idéias. (CARVALHO,
2005, p.70)

Não basta identificar as palavras, mas fazê-las ter sentido, compreender,


interpretar, relacionar e reter o que for mais relevante. A escrita não é somente uma
grafia, um gesto que marca, representando um som da fala, mas, além disso, uma
linguagem particular, diversa da fala e capaz de significar. Aprender a escrever
alfabetizar-se, é mais do que aprender a grafar sons; ou mesmo, mais do que aprender a
simbolizar graficamente um universo sonoro já por si mesmo simbólico. Aqui, aprender
a escrever é aprender novos modos do discurso (gêneros); novos modos de se relacionar
com interlocutores, muitas vezes, virtuais; novos modos de se relacionar com temas e
significados; novos motivos para comunicar em novas situações. Aprender a
escrever é, aqui sim, construir uma nova inserção cultural.

Assim, na construção da escrita, a criança tem muito mais a aprender do que as


letras: uma infinidade de gêneros viabilizados pela escritura se abre à criança quando
ela começa a adentrar o mundo da escrita. Uns mais complexos e abstratos do que
outros.

Nos dias de hoje, saber ler e escrever, tem se revelado condição insuficiente
para responder adequadamente às demandas contemporâneas. É preciso ir além da
simples aquisição do código escrito, é preciso fazer uso da leitura e da escrita no
cotidiano, apropriar-se da função social dessas duas práticas; é preciso letrar-se. O
conceito de letramento tem seu aflorar devido à insuficiência reconhecida do conceito
de alfabetização.

"A cada momento, multiplicam-se as demandas por práticas de leitura e de


escrita, não só na chamada cultura do papel, mas também na nova cultura da tela, com
os meios eletrônicos", diz Magda, professora emérita da Universidade Federal de Minas
Gerais (UFMG).

Se uma criança sabe ler, mas não é capaz de ler um livro, uma revista, um
jornal, se sabe escrever palavras e frases, mas não é capaz de escrever uma carta, é
alfabetizada, mas não é letrada em sociedades como a nossa, tanto crianças de camadas
favorecidas quanto crianças das camadas populares convivem com a escrita e com
práticas de leitura e escrita cotidianamente, ou seja, vivem em ambientes de letramento.

A diferença é que crianças das camadas favorecidas têm um convívio mais


frequente e mais intenso com material escrito e com práticas de leitura e de escrita. É
prioritário propiciar igualmente a todos o acesso ao letramento, um processo de toda a
vida.

Algumas pessoas principalmente as crianças adquirem o gosto pela leitura pelo


exemplo de familiares ou influência de professores ou simplesmente pelo fácil acesso de
recursos de leitura. Assim, se houver professores leitores dando exemplos positivos aos
seus alunos e famílias que também lhes proporcionem algum tipo de leitura
consequentemente, ali haverá crianças que realmente sentem o prazer pela leitura. Seja
ela de qualquer gênero. Ninguém impõe o gosto pela leitura nem se forma um letrado
por coação, essa ação é um processo contínuo e gradual.

No âmbito escolar, o discurso sobre a importância da literatura a da formação do hábito


de ler se transforma em prática pedagógica que, em geral não abre espaço para refletir e
discutir sobre a natureza e desenvolvimento do processo de atribuição de sentido a um
texto. E embora se consiga ultrapassar o ato mecânico de decodificação do signo
lingüístico, dificilmente são criadas condições para a formação de leitores efetivos.
Muito menos se indaga a respeito da peculiaridade recepção de textos pelas crianças
(Martins, 1989, p.25)
Letramento é o estado em que vive o indivíduo que não só sabe ler e escrever,
mas exerce as práticas sociais de leitura e escrita que circulam na sociedade em que
vive: sabe ler e lê jornais, revistas, livros; sabe ler e interpretar tabelas, quadros,
formulários, sua carteira de trabalho, suas contas de água, luz, telefone; sabe escrever e
escreve cartas, bilhetes, telegramas sem dificuldade, sabe preencher um formulário, sabe
redigir um ofício, um requerimento. São exemplos das práticas mais comuns e
cotidianas de leitura e escrita; muitas outras poderiam ser citadas.

Alfabetização não é apenas ensinar a ler e a escrever, desmerecendo assim, de


certa forma, a importância de ensinar a ler e a escrever. É verdade que esta é uma
maneira de reconhecer que não basta saber ler e escrever, mas, ao mesmo tempo, pode
levar também a perder-se a especificidade do processo de aprender a ler e a escrever,
entendido como aquisição do sistema de codificação de fonemas e decodificação de
grafemas, apropriação do sistema alfabético e ortográfico da língua, aquisição que é
necessária, mais que isso, é imprescindível para a entrada no mundo da escrita. Um
processo complexo, difícil de ensinar e difícil de aprender, por isso é importante que
seja considerado em sua especificidade. Mas isso não quer dizer que os dois processos,
alfabetização e letramento, sejam processos distintos; na verdade, não se distinguem,
deve-se alfabetizar letrando.

Se alfabetizar significa orientar a criança para o domínio da escrita, letrar significa


levá-la ao exercício das práticas sociais de leitura e de escrita. Uma criança alfabetizada
é uma criança que sabe ler e escrever; uma criança letrada é uma criança que tem o
hábito, as habilidades e até mesmo o prazer de leitura e de escrita de diferentes gêneros
de textos, em diferentes contextos e circunstâncias. Se a criança não sabe ler, mas pede
que leiam histórias para ela, ou finge estar lendo um livro, se não sabe escrever, mas faz
rabiscos dizendo que aquilo é uma carta que escreveu para alguém, é letrada, embora
analfabeta, porque conhece e tenta exercer, no limite de suas possibilidades, práticas de
leitura e de escrita. Alfabetizar letrando significa orientar a criança para que aprenda a
ler e a escrever levando-a a conviver com práticas reais de leitura e de escrita com
livros, por revistas, por jornais, enfim, pelo material de leitura que circula na escola e na
sociedade, e criando situações que tornem necessárias e significativas práticas de
produção de textos.

Pode-se dizer que o processo começa bem antes de seu processo de


alfabetização: a criança começa a "letrar-se" a partir do momento em que nasce numa
sociedade letrada. Rodeada de material escrito e de pessoas que usam a leitura e a
escrita - e isto tanto vale para a criança das camadas favorecidas como para a das
camadas populares, pois a escrita está presente no contexto de ambas as crianças, desde
cedo, vão conhecendo e reconhecendo práticas de leitura e de escrita. Nesse processo,
vão também conhecendo e reconhecendo o sistema de escrita, descobrindo o sistema
alfabético, o sistema ortográfico. Quando chega à escola, cabe à educação formal
orientar metodicamente esses processos.

É importante valorizar as manifestações literárias independente do formato, para


que, levando para a sala de aula sejam compreendidas pelos alunos e sejam como
motivadores no processo de aquisição da leitura e escrita.

Esses diferentes domínios de significados constituem espaços de criação,


transgressão, formação de sentidos e significados que fornecem aos sujeitos
autores ou contempladores, novas formas de inteligibilidade, comunicação e
relação com a vida, reproduzindo-a e tornando-a objeto de reflexão.
(BRASIL, 2001).

Conhecer autores e aprender a ler, conhecer histórias e personagens, num ato


prazeroso torna-se o objetivo do aluno e do professor. Nas palavras de
ABRAMOVICH, 1997 ler é o mesmo que “...abrir todas as comportas para entender o
mundo através dos olhos dos autores e da vivência das personagens...”

No que tange aos contos de fadas e as fábulas pode-se utilizar da obra de


Bettelheim, 2007 que realizou estudos voltados para a utilização dessa tipologia textual
demonstrando que através de um conto que aparentemente está cercado de imaginação,
ou uma história que não é real, onde predomina o maravilhoso pode estar de modos
disfarçados os sentimentos que cercam o interior da criança, como o sentimento de raiva
ao ser abandonado pelos pais ou na possibilidade de vencê-los em esperteza, passando
para a criança mensagens importantes para sua vida, como nunca desistir perante os
obstáculos por mais que no início pareçam difíceis. Com relação aos personagens nos
contos de fadas e também nas fábulas é perceptíveis características peculiares às
crianças com imaturidade e a maturidade destes mostrando a capacidade de controle das
emoções ou ser racional.

Trabalhar com contos de fadas nas escolas é uma atividade prazerosa para todos
os envolvidos no processo educativo, pois é um tema de grande aceitação entre as
crianças, que desperta interesse, envolvimento e participação dos mesmos.

O importante de se desenvolver esse tema é que, através dele o professor


consegue trabalhar alguns conflitos do dia-a-dia dos alunos, bem como buscar as
soluções para os mesmos, procurando encontrar respostas para aquilo que não está bem.

À medida que as histórias vão sendo trabalhadas, as crianças podem se


identificar com os personagens e transferirem todos os seus conflitos para aqueles
vividos na história. A criança se envolve tanto que passa a viver como se fosse um dos
personagens.

Os assuntos abordados nos contos de fada muitas vezes tornam-se reais, como os
medos que fazem parte de nossa vida.

Dentre esses, os que mais vemos nas crianças são medo de escuro, de animais, dos pais
não buscarem na escola, etc. Porém, um dos medos mais difíceis de trabalhar nas escolas é o
medo do Lobo Mau. Na verdade, a intenção das histórias, como a Chapeuzinho Vermelho, não é
de assustar as crianças, mas de mostrar para as mesmas que não devemos falar com pessoas
estranhas, que não podemos confiar em qualquer um.

O amor é outro importante tema dos contos de fadas, sempre aparecendo com um
príncipe encantado e a princesa, que se casam ao final da história.

Esses sentimentos fazem parte da vida de qualquer ser humano e é bom que as crianças
aprendam a lidar com eles o quanto antes.

Nas aulas as crianças vão percebendo que seus medos vão sendo amenizados à medida
que a professora as faz refletir sobre os mesmos, que as suas relações sociais vão ficando menos
conflitantes, devido a momentos de discussão dos combinados da turma, como regras de boa
convivência que devem respeitar. Já o amor, este vai surgindo através do respeito ao próximo,
das atitudes menos egoístas e de carinho. Assim, a criança vai percebendo que a amizade é uma
importante conquista para seu dia-a-dia.

Os contos de fadas ensinam também as crianças a enfrentarem sentimentos de perda e


angústia. Através deles as crianças percebem que tudo de ruim que pode acontecer na vida de
uma pessoa pode passar, pois sempre há uma fada para ajudar a resolver os problemas, como as
mães, avós, tias ou mesmo as professoras.

Enquanto divertem as crianças, os contos trabalham o lado emocional das mesmas,


favorecendo o desenvolvimento de suas personalidades, pois tratam vários problemas de forma
prazerosa e aceitável. Cultivam a esperança, o sonhar e nos mostram que sempre há esperança
para os finais felizes.

E é importante ressaltar ainda que, para as crianças acostumadas a ouvir histórias e


estimuladas a ter sempre contato com as mesmas, a leitura se fará constante na vida delas.
Misturar leitura e cultura afro brasileira pode dar bons resultados sob vários aspectos,
não só cognitivos , por isso faz-se necessário conhecer um pouco sobre essa temática que faz
parte do currículo escolar e da necessidade de valorizar e respeitar as raízes culturais do nosso
povo. Assim podem estar envolvidos assuntos como a constituição do povo brasileiro, as
heranças negras, tais como vocábulos, indumentárias, alimentação, religião e outras explorando
ainda personagens do folclore regional. Pode-se utilizar desde contos conhecidos como Menina
Bonita do laço de fita , A bonequinha preta e outros títulos do acervo da biblioteca escolar e
outros que o professor julgar necessários.

Ao contrário das inúmeras publicações na área da linguagem, no contexto da Educação


Matemática (NUNES, et al, 2009) há poucas publicações, especialmente há referência do PCN
(Parâmetros Curriculares Nacionais) em outros textos, pois esse documento serviu para
reformular o currículo nacional, como faz referência Nacarato:

Esse documento trouxe, sem dúvida, questões inovadoras quanto ao ensino da


matemática, dentre as quais Pires (2007, p.57) destaca: a matemática colocada como
instrumento de compreensão e leitura de mundo; o reconhecimento desse área de
conhecimento como estimuladora do “interesse, curiosidade, espírito de investigação e
o desenvolvimento da capacidade de resolver problemas”. Segundo a autora, há, no
documento indicativos de ruptura com a linearidade do currículo, uma vez que ele
destaca a importância de estabelecer conexões entre os diferentes blocos de conteúdos
entre a matemática e as demais disciplinas, além da exploração de projetos que
possibilitem a articulação e a contextualização dos conteúdos. ( 2009, p.19)

Algumas perspectivas são importantes para pensar e repensar o ensino da matemática


nas séries iniciais do Ensino Fundamental como, por exemplo, o fato dos professores não
possuírem a formação adequada para trabalhar tal disciplina de maneira aprofundada podendo
exceder na cobrança acerca dos conceitos e procedimentos. Nacarato , nomeia o professor desse
nível de ensino de “professor polivalente”. Assim para este autor é necessário refletir e

(...) pensar na educação matemática como prática de possibilidades, é reconhecer a sua


natureza crítica.nessa perspectiva, há que pensar num currículo de matemática pautado
não em conteúdos a ser ensinados, mas nas possibilidades de inclusão social de crianças
e jovens, a partir do ensino desses conteúdos. A matemática precisa ser compreendida
como um patrimônio cultural da humanidade, portanto um direito de todos. Daí a
necessidade que ela seja inclusiva. (NACARATO, 2009, p.34)
Alguns pontos são de suma importância para ensinar e aprender matemática: A
questão do ambiente favorável à aprendizagem, a importância do registro para
argumentação e comunicação do aluno e do professor, a elaboração conceitual como
produção de significados e ainda as possibilidades e desafios da interdisciplinaridade,
pois se observados darão maior consistência e significado no trabalho de ensino e
aprendizagem.

A escola é espaço de aprendizagem sistematização das aprendizagens que o


aluno já possui. Quanto aos objetivos e o papel da matemática na vida do cidadão, o
PCN (2001) afirma que:

A Matemática desempenha papel decisivo, pois permite resolver problemas da vida


cotidiana, tem muitas aplicações no mundo do trabalho e funciona como instrumento
essencial para a construção de conhecimentos em outras áreas curriculares, interfere
fortemente na formação de capacidades intectuais, na estruturação do pensamento e na
agilização do raciocínio dedutivo do aluno. (BRASIL, 2001)

O PCN reforça ainda o papel do professor deve ser de mediador, procurando


conhecer os conceitos matemáticos que possibilitarão mostrar aos alunos que a
Matemática não é imutável , mas sim , dinâmica e aberta a incorporação de novos
conhecimentos.

No trabalho direcionado a jogos matemáticos (STAREPRAVO, 2009) existem


inúmeras possibilidades para a ampliação do conhecimento dos conteúdos aplicados à
prática cotidiana dos alunos, pois, “além de ser um objeto sociocultural em que a
Matemática está presente, o jogo é uma atividade natural no desenvolvimento dos
processos psicológicos básicos; supõe um “fazer sem obrigação externa e imposta”,
embora demande exigências, normas e controle.” (BRASIL, 2011) e ainda:
Por meio dos jogos as crianças, aprendem a lidar com símbolos e a pensar por analogia
(jogos simbólicos): os significados das coisas passam a ser imaginados por elas. Ao
criarem essas analogias, tornam-se produtoras de linguagens, criadoras de convenções,
capacitando-se para se submeterem a regras e dar explicações. (BRASIL, 2001.)

Deve – se lembrar que a criança está em foco e deve haver uma preocupação em
possibilitar o entusiasmo em aprender matemática, pois os jogos e brincadeiras
funcionam com aliados na construção da autonomia e se bem direcionados pelos
educadores poderão atingir seguramente os objetivos propostos, como registra
RICARDI, 2007, na Revista Educativa.

Seguramente muito ainda há para estudar e conhecer a respeito de Letramento e


Educação Matemática com vistas a alcançar satisfatoriamente os objetivos propostos, de
alfabetizar e letrar, além de desmistificar questões sobre o ensino e aprendizagem de
Matemática, de forma lúdica e contextualizada, dinâmica, usando recursos
metodológicos diversificados, utilizando movimento e raciocínio para que as
disciplinas Língua Portuguesa e Matemática ocupem seu caráter verdadeiro de inserção
social para o exercício pleno da cidadania.

8- CRONOGRAMA

De acordo com os temas e atividades que serão realizadas e a ênfase necessária a


cada etapa, a orientação temporal será bem definida a fim de orientar o trabalho
pedagógico e as demais ações propostas. No decorrer do projeto também serão
avaliadas e planejadas as ações diretamente ligadas ao trabalho dos professores e
alunos.

MESES
DESENVOLVIMENTO DAS ATIVIDADES
F M A M J A S O N D

Pesquisa bibliográfica. x x
Apresentação do tema para equipe docente e
x x
discente.

Encontro semanal para Momento Cidadão. x x x x x x x x x

Entrega das agendas para os alunos. X

Comemoração do carnaval das diferenças. X

Atividades de ensino com o tema “Falando de


x x
Animais, Os Saltimbancos”, de 1º ao 5º ano.

Semana literária. x

Atividades de ensino com o tema “Aprendendo


x x
com contos de fadas”, de 1º ao 5º ano.

Modificação e inauguração do Espaço Verde e


x
vida Mais Educação.

Encontro para formação docente sobre


x
letramento.

Formação sobre cultura afro-brasileira. x

Formação sobre matemática. x

Semaninha pedagógica. x

Atividades de ensino com o tema “Folclore e


x x
Africanidade”, de 1º ao 5º ano.

Atividades sobre o tema “Falando de gente, O


x x
pequeno príncipe”, de 1º ao 5º ano.

Culminância temática. x x x X

Encerramento do projeto e entrega de relatório


x x
final.

9- CONSIDERAÇÕES FINAIS

O trabalho com projetos na escola propõe o educar para a vida, fortalecendo os


pilares da educação de maneira a sobrepor os obstáculos materiais baseando-se numa
proposta simples, porém ousada, envolvendo os atores do processo educativo de forma
harmoniosa a fim de vencer barreiras.

A Escola Municipal Dilma Roriz conta com fortes aliados: trabalho e boa
vontade. Assim, nesse projeto a proposta está fortemente vinculada ao trabalho
educativo temático, envolvendo literatura e jogos para melhorar aspectos deficientes no
processo de ensino, contando com subsídios teóricos e práticos para os docentes que
poderão sanar ou diminuir algumas dificuldades de aprendizagem diagnosticadas nos
alunos na questão do letramento e do raciocínio lógico matemático, necessários ao
pleno desenvolvimento acadêmico no Ensino Fundamental e no decorrer da vida.

Portanto, é necessário motivar professores e alunos para que a aprendizagem


significativa ocorra realmente com as características do dinamismo, do movimento,
passo a passo, conhecendo as dificuldades do percurso e inovando nos procedimentos
metodológicos, mas com simplicidade, valorizando a pessoa humana com necessidades
específicas inerentes, sejam elas profissionais ou pessoais, no caso do professor, e no
aluno, do mesmo modo.

Teorias diversas apontam caminhos e estratégias para que a mudança na


Educação aconteça realmente no lugar certo, a sala de aula, como espaço continuo de
representações e suposições que geram conhecimento. Espera-se que este projeto seja
visto como norteador para a prática educativa, proposta de alegria e valorização do ser
aprendente que, reúne possibilidades de direcionamento e redirecionamento pedagógico
no cotidiano com vistas a desenvolver habilidades e competências necessárias ao
cidadão complexo.

10- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABRAMOVICH. Fanny. Literatura infantil: gostosuras e bobices. São Paulo: Scipione,


1997. (Pensamento e ação no magistério).
BETTELHEIM, Bruno. A psicanálise dos contos de fadas.. São Paulo: Paz e Terra,
2007. Fonte: http://www.webartigos.com/articles/9969/1/Resenha-Da-Psicanalise-Dos-
Contos-De-Fadas-De-Bruno-Bettlheim/pagina1.html#ixzz1JGQUxbpj

BARROS, Jussara. ORIENTAÇÕES CONTOS DE FADAS:


http://educador.brasilescola.com/orientacoes/contos-fadas.htm, Acesso em 23/02/2011.

BRASIL. Ministério da Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais: Língua


Portuguesa, Brasília, 2001,3ª ed.

__________.Ministério da Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais: Matemática,


3ª ed, Brasília, 2001.

CARVALHO, Marlene. Alfabetizar e letrar: um diálogo entre a teoria e a prática.


Petrópolis, RJ: Vozes, 2005.

CASTANHEIRA, M. L., MACIELF.I.P., MARTINS, R.M.F.(orgs), Alfabetização e


letramento na sala de aula . Belo Horizonte: Autêntica Editora: Ceale, 2009, 2ª ed.

MARTINS, Maria Helena. Crônica de uma utopia- leitura e literatura infantil em


trânsito. São Paulo: Brasiliense, 1989.

NUNES, Terezinha, et al. Educação Matemática 1 : números e operações numéricas.


São Paulo : Cortez, 2009, 2ª ed.

REZENDE, Lenize. Cultura popular brasileira e folclore.


http://www.lendorelendogabi.com/folclore/cultura_popular_e_folclore3.htm, acesso em
15/03/2011.

RICARDI, Geise Cristina L., Atividades lúdicas no ensino da matemática: A criança em


foco. Periódico: Revista Educativa Especial nº 005.

ROSSINI,Maria Augusta Sanches. Aprender tem que ser gostoso. Petrópolis, RJ:
Vozes, 2003, 2ª ed.

SOARES, Eduardo Sarquis. Ensinar matemática – desafios e possibilidades. Belo


Horizonte: Dimensão, 2009.

SOARES, Magda. Letramento: um tema em três gêneros. Belo Horizonte: Autêntica,


1998.

TOLEDO, Marília Barros de, TOLEDO, Mauro de Almeida.Teoria e prática de


matemática: como dois e dois. São Paulo: FTD, 2009.

Você também pode gostar