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27/03/2021 O Método APAC Como Alternativa de Ressocialização do Preso, à Luz de Lei de Execução Penal - Âmbito Jurídico

    

O Método APAC Como Alternativa de


Ressocialização do Preso, à Luz de Lei de
Execução Penal
24 de julho de 2019

THE APAC METHOD AS AN ALTERNATIVE TO THE RESTORATION OF THE PRISONER,


UNDER THE LAW OF THE PENAL EXECUTION LAW

Cláudia Mara de Almeida Rabelo Viegas [1]

Paulo Drummond Silva[2]

RESUMO: Busca-se, neste artigo, realizar uma análise da execução penal, em face do
princípio basilar da Constituição Federal de 1988, a Dignidade da Pessoa Humana. A
evolução das penas privativas de liberdade foi marcada na história pela aplicação de penas
cruéis, verdadeiros martírios e sofrimentos, os condenados, em praça pública, serviam de
espetáculo e de exemplo a toda a sociedade. A dignidade da pessoa humana e outros
direitos, como o contraditório ou a presunção de inocência sequer eram cogitados. O
mundo, felizmente, evoluiu, sobretudo, quanto ao cumprimento de pena, inexistindo mais
espaço jurídico para a aplicação da tortura à pessoa do condenado. Contudo, até o presente
momento, nenhum dos sistemas de penas até então adotados conseguiu diminuir os
problemas enfrentados pela sociedade contemporânea de presídios superlotados e total
desrespeito à dignidade da pessoa humana do enclausurado. Diante da constatação de que
o sistema penitenciário brasileiro vive uma crise generalizada em todos os Estados,
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sobretudo, porque as penas privativas de liberdade evidenciam cada vez mais a sua
incapacidade de ressocialização, pretende-se verificar se o Método APAC (Associação de
Proteção e Assistência aos Condenados) pode alterar essa realidade, trazendo dignidade ao
condenado, para que este retorne melhor à sociedade.

Palavras-chave: Dignidade da Pessoa Humana; Sistema Prisional; Lei de Execução Penal.


Método APAC.

ABSTRACT: Search, in this article, perform an analysis of the criminal execution, in the face
of the basic principle of the Federal Constitution of 1988, the dignity of the human person.
The evolution of custodial sentences was marked in history by applying cruel, true
martyrdom and suffering, the damned, in the public square, served as spectacle and an
example to the whole of society. Human dignity and other rights, such as the contradictory
or the presumption of innocence even were bandied about. The world, fortunately, has
evolved, especially regarding the fulfillment of shame, no more legal space for the
application of torture on the person of the condemned. However, to date, none of the
systems of penalties until then adopted managed to decrease the problems faced by
contemporary society of overcrowded prisons and total disrespect to the human dignity of
the shut-in. Faced with the realization that the Brazilian penitentiary system live a
generalized crisis in all States, above all because the custodial sentences show more and
more their inability to resocialization is designed to verify that the APAC Method
(Association for protection and assistance to convicts) can change this reality, bringing
dignity to the doomed to return to society.

KEYWORDS: Human dignity. Prison system. Law of Penal Execution.method APAC.

SUMÁRIO: 1 Introdução; 2 Breve histórico do sistema prisional até os dias atuais; 3 Das
diversas Espécies de Penas; 4 Da Teoria da Pena; 5 Objetivos da Lei Nº 7.210/84 – Lei de
Execuções Penais; 6 O Problema do Brasil aos dias atuais; 6.1 O sistema prisional brasileiro
em números; 6.2 O sistema prisional tradicional na atualidade 7 O método APAC como
alternativa à pena privativa de liberdade em Minas Gerais; 7.1 Filosofia do Método APAC; 8
Jurisprudência acerca da aplicação do método APAC; 9 Conclusão; Referências. Privacidade - Termos

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1 INTRODUÇÃO

O presente trabalho visa demonstrar a problemática da persecução penal que nada mais e
do que um procedimento jurisdicional que visa na aferição da condenação ou absolvição de
quem esta sendo acusado ou processado, o procedimento criminal deve se embasar sob o
enfoque da dignidade da pessoa humana e o respeito ao preso, à luz da Lei de Execução
Penal. Para tanto, traçar-se-á breve esboço dos sistemas penitenciários, abordando as
diversas espécies de pena ate os dias atuais.

Visando melhor aplicabilidade da pena e do direito propriamente dito, apresenta-se, ainda,


um breve histórico do surgimento da Lei nº 7.210. (Lei de Execução Penal), abordando seus
objetivos norteadores de garantias e deveres daqueles que se encontram encarcerados; os
problemas enfrentados pelo Brasil, nos dias atuais, que resultam em diversas complicações
como, por exemplo, a ociosidade dos presos, a superlotação, fazendo-se, ao final, um
panorama da situação do Estado de Minas Gerais.

Por fim, será objeto de estudo o surgimento do Método APAC, como alternativa na
aplicação da pena privativa de liberdade, medida voltada ao respeito e à ressocialização do
preso.

Assim, por meio de pesquisa bibliográfica e jurisprudencial, o presente artigo pretende


traçar a diferença do sistema prisional tradicional e o Método APAC, a fim de verificar se este
realmente cumpre o objetivo de ressocializar aquele que se encontra recluso.

2 BREVE HISTÓRICO DO SISTEMA PRISIONAL ATÉ OS DIAS ATUAIS

Segundo Guilherme de Souza Nucci [3]: A pena  É a sanção imposta pelo Estado, através da
Ação Penal, ao criminoso, cuja finalidade é a retribuição ao delito perpetrado e a prevenção
a novos crimes. Verifica-se que, desde a antiguidade, basicamente por volta do século XVIII,
as penas tinham característica extremamente aflitivas, ou seja, o corpo do delinquente
pagava pelo mal por ele praticado, consistindo-se em penas de morte, sofrimento físico
(açoites e mutilações). Privacidade - Termos

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Segundo ANDRADE (2014) “o Direito medieval, fortemente influenciado pelo Direito


Canônico, adotou a pena de morte por métodos cruéis, como fogueira, afogamento e tinha
a finalidade de intimidar.”[4]

No que diz respeito à evolução das penas, a história está repleta de casos cruéis e
atrocidades. Entre elas, é possível se deparar, nos manuais de Direito Penal, por exemplo,
com o famoso caso conhecido como episódio Francês, de 02 de março de 1757, ocorrido
em frente à igreja principal de Paris, quando o infeliz condenado Damiens passou por várias
sessões de tortura, a fim de que se consumasse o desejo estatal na persecução penal em seu
desfavor por cometer determinado delito. Sobre o fato, tem-se o relato segundo Michel
Foulcault

Damiens fora condenado, a 2 de março de 1757], a pedir perdão publicamente diante da


porta principal da Igreja de Paris [aonde devia ser] levado e acompanhado numa carroça, nu,
de camisola, carregando uma tocha de cera acesa de duas libras; [em seguida], na dita
carroça, na praça de Greve, e sobre uma patíbulo que será erguido, atenado nos mamilos,
braços, coxas e barrigas das pernas, sua mão direita segurando a faca com que cometeu o
dito parricídio,  queimada com fogo de enxofre, e às partes em que será atenizado se
aplicarão chumbo derretido, óleo fervente, piche em fogo, cera e enxofre derretidos
conjuntamente, e a seguir seu corpo será puxado e desmembrado por quatro cavalos e seus
membros e corpo consumidos ao fogo, reduzidos a cinzas, e suas cinzas lançadas ao vento.
[5]

Foucault relata em sua obra, que os suplícios eram ostentados e momentos legitimados pela
ordenação que regeu a França de 1670 até a Revolução. As formas gerais da prática penal
hierarquizavam os castigos por ela prescritos, resumidos na morte, os açoites, a confissão
pública, o banimento. “As penas físicas tinham, portanto, uma parte considerável. Os
costumes, a natureza dos crimes, o status dos condenados as faziam variar ainda mais”. [6]

O suplício era uma pena corporal dolorosa mais ou menos atroz, relata Foucault, acrescenta
que: “é um fenômeno inexplicável a extensão da imaginação dos homens para a barbárie e a
crueldade”[7]. O entendimento era de que o corpo suplicado traria à luz a verdade do crime.
O condenado não tinha sequer acesso ao procedimento ou às peças do processo, assim
como não existia o contraditório, nem simétrica paridade entre as partes. O Estado privava o

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condenado do direito a um advogado, até mesmo para o ato básico de verificação do


andamento regular do processo ou para participar da defesa. Por certo, o devido processo
legal nem se cogitava, pois tais preceitos eram sucumbidos.

Nesse período, não existiam casas de custódia de presos ou lugar algum onde se pudessem
abrigar os que atentavam contra as leis, e, diante da inexistência de estabelecimentos
prisionais, muitas vezes, os presos eram levados para lugares em condições subumanas de
ocupação. Foi na sociedade crista que a ideia inicial da pena de prisão se tornou uma forma
inicial de sanção, visto que somente no Século XVIII  é que a pena de prisão começou a ser
reconhecida em substituição as penas de morte. Cabe destacar que que em uma ideia inicial
,  o aprisionamento se dava em palácios de reis, ou em templos ou ao redor das cidades
para se evitar a fuga. Não se tinha uma ideia de estabelecimentos prisionais adequados, até
porque as condições econômicas da época não permitiam. Havia a concepção de reclusão e
meditação como forma de recuperar o infrator, mas sem perder caráter de expiação,
circunstância que acabou por influenciar o direito punitivo, tornando-se inquestionável
antecedente da prisão moderna. Inclusive, o vocábulo “penitenciária” tem sua origem na
palavra penitência, intimamente vinculada ao Direito Canônico. A prisão como forma de
aplicação de pena surge na era cristã, tendo forte influência por parte da Igreja Católica,
como aponta Durval Ângelo de Andrade.

[…] A prisão como pena, ou castigo, surgiu, portanto, na sociedade cristã, como uma criação
do Direito Canônico. dos séculos XIII a XIX, para punir quem não confessasse a fé católica, a
Igreja praticou a Inquisição, criando prisões onde eram praticados suplícios cruéis que
podiam culminar com a morte na fogueira. As prisões, denominadas “penitenciarias”, eram
em geral, subterrâneas, escuras e imundas, a fim de propiciar a penitencia, a expiação e a
purgação. [8]

Todavia, como pensar em ressocialização se a própria história mostra que o sistema


penitenciário já fora extremamente cruel, sendo que as pessoas se deleitavam em assistir
tais execuções?

Hoje, apesar de não existirem mais tais procedimentos, a nação brasileira vive em um
sistema prisional extremamente falido e ineficaz, fazendo com que a sociedade clame ao
Poder Público a elevação das penas e a criação de outras mais cruéis, como forma de tentar
resolver o problema. Como buscar uma solução justa, quando se tem diversos problemas no
sistema penitenciário brasileiro?
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É uma missão difícil para o governo, pois, novos presídios são construídos, mas a corrupção
e o abandono do Estado, dentre tantos outros fatores, impedem tal feito. Rogério Greco,
dissertando acerca dos problemas que ocorrem hoje no sistema penal, no que toca ao
desrespeito ao preso, aduz:

[…] A toda hora testemunhamos, pelos meios de comunicação, a humilhação e o sofrimento


daqueles que por algum motivo se encontram em nosso sistema carcerário. Não somente os
presos provisórios, que ainda aguardam julgamento nas cadeias públicas, como também
aqueles que já foram condenados e cumprem pena nas penitenciarias do Estado. Na
verdade, temos problemas em toda a federação. Motins, rebeliões, mortes, tráfico de
entorpecentes e de armas ocorrem com frequência em nosso sistema carcerário[…], no
entanto o Estado quando faz valer o seu “Jus puniendi”, deve preservar as condições
mínimas de dignidade da pessoa humana. O erro cometido pelo cidadão ao praticar um
delito não permite que o Estado cometa outro, muito mais grave, de tratá-lo como um
animal. Se uma das funções da pena e a ressocialização do condenado, certamente num
regime cruel e desumano isso não acontecera. As leis surgem e desaparecem com a mesma
facilidade. Direitos são outorgados, mas não são cumpridos. O Estado faz de conta que
cumpre a lei, mas o preso, que sofre as consequências pela má administração, pela
corrupção dos poderes públicos, pela ignorância da sociedade, sente-se cada vez mais
revoltado, e a única coisa que pode pensar dentro é em fugir daquele ambiente imundo,
fétido, promiscuo, enfim, desumano, é em fugir e voltar a delinquir, já que a sociedade
jamais o receberá com o fim de ajudá-lo. [9]

Sendo assim, percebe-se que a reclusão, nos moldes tradicionais, nada tem a oferecer no
quesito de recuperação, pelo contrário, acaba por corromper a própria personalidade do
recluso, ao invés de ajudá-lo. Não basta prender, é preciso ressocializar para que o egresso
do sistema prisional realmente encontre amparo frente às suas necessidades, para que não
volte a delinquir novamente. Deve-se entender que de nada adianta ter apenas lindos
escritos constitucionais e simplesmente responsabilizar o Direito Penal ou o sistema
carcerário, se o próprio Estado vem provando sua incapacidade de resolver o problema, ou
de, ao menos, amenizá-lo. Prova disso são os noticiários, com inúmeros relatos de rebeliões
e desrespeito aos Direitos Humanos.

Assim, também não será o sistema penal que proporcionará uma solução eficiente para a
demanda, pois, como afirma Michel Foucault a prisão “em vez de devolver a liberdade em
indivíduos corrigidos, espalha na população, delinquentes perigosos”[10]. Para uma eventual
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mudança, necessária a mobilização do governo e da sociedade, por meio de incentivos e


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criação de políticas públicas, atos que reduziriam, em muito, a reincidência. Com a prática
do respeito ao preso e da pessoa, no que diz respeito aos valores humanos, ter-se-ia uma
sociedade melhor, mais tranquila, singularmente mais segura.

Cabe lembrar, tanto às autoridades como a toda sociedade, que o preso tem direito a sua
integridade física, moral e social, cumprindo a todos o seu devido respeito.

Muito embora se busque a paz, em um aparelho jurídico equilibrado e que vá ao encontro


de um sistema democrático e constitucional, não é possível fazê-lo se vários direitos hoje,
no Brasil, são desrespeitados. É sabido que a pena é um mal necessário, contudo, deve ser
aplicada de forma justa e eficaz, uma vez que está contida na norma penal e constitucional.
Infelizmente, não é assim que acontece.

É a pena com a função de prevenção, tanto geral como especial, através do senso de justiça
e reeducação do indivíduo. Nesse sentido, Luiz Regis Prado disserta que:

“Em linhas gerais, três são os efeitos principais que se vislumbram dentro do âmbito de
atuação de uma pena fundada na prevenção geral positiva: o efeito de aprendizagem, que
consiste na possibilidade de recordar ao sujeito as regras sociais básicas cuja transgressão já
não é tolerada pelo Direito Penal; o efeito de confiança, que se consegue quando o cidadão
vê que o Direito se impõe, e o efeito de pacificação social, que se produz quando uma
infração normativa estatal, restabelecendo a paz jurídica.

A prevenção especial, a seu turno, consiste na atuação sobre a pessoa do delinquente, para
evitar que volte a delinquir no futuro, assim, enquanto a prevenção geral se dirige
indistintamente à totalidade dos indivíduos integrantes da sociedade, a ideia de prevenção
especial refere-se ao delinquente em si, concretamente considerado, manifesta como
advertência, intimidação individual, correção, emenda do delinquente, reinserção social ou
separação, quando incorrigível ou de difícil correção. A prevenção especial se apoia
basicamente na periculosidade individual, buscando sua eliminação ou diminuição. Portanto,
quando se consegue tal objetivo, assegura se a integridade do ordenamento jurídico com
relação a um determinado indivíduo (sujeito/agente do delito). Sua ideia essencial é de que
a pena justa é a pena necessária .”[11]

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Chegou-se à conclusão, portanto, que o Estado deveria acabar com as penas e tratamentos
cruéis, devendo apenas aplicar o senso de justiça, eliminando, de uma vez por todas, com as
penas punitivas de vingança a que eram submetidos os condenados.

Passa a ser objeto de análise pela sociedade a procura de uma nova e melhor estratégia
para aplicar a punição, tendo-se em mente o princípio da moderação, a fim de se evitar o
abuso. O Judiciário anseia por modificações relevantes no setor penitenciário. A nova ordem
é buscar novos métodos, eficazes, a fim de desenvolver no indivíduo repulsa ao crime.

É importante compreender a evolução do sistema penal e da aplicação da pena, pois ao


longo da história, surgiram vários sistemas modelos, e cada um, dentro do possível e de seu
alcance, buscou mudar o velho modelo tradicional de cumprimento de penas. Conhecidos
como sistemas penitenciários clássicos, são eles: Sistema Pensilvânico; Sistema Auburniano;
Sistema Progressivo Inglês, Sistema Progressivo Irlandês, Sistema de Montesinos que não
serão tratados no presente artigo sob pena do mesmo ficar extenso.

3. AS ESPÉCIES DE PENAS

A Constituição Federal de 1988 vedou a aplicação de penas de castigo e cruéis, contrárias


aos Direitos Humanos, restando estabelecido no art. 5º, XLVII da Carta Magna, que: “Não
haverá penas: de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX; de
caráter perpétuo; de trabalhos forçados; de banimento; e penas cruéis”. [12]

Lado outro, o art. 32 do Código Penal dispõe que são penas aplicadas no Brasil: I – Privativas
de Liberdade; II – Restritivas de direitos; III – De multa.[13]

Examinam-se, nos próximos tópicos, as teorias que explicam a função, a finalidade e o


sentido das penas, com o intuito de demonstrar a necessidade de estudo e adequação ao
Estado para fazer-se impor o seu poder punitivo.

4. DA TEORIA DA PENA
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A teoria da pena surgiu como reação ao crime, tratam-se de teorias e opiniões cientificas
desenvolvidas ao longo da historia, cujo objetivo e dar controle e adequação ao combate da
criminalidade em si. Têm-se de um lado as teorias absolutas, que visam mostrar o aspecto
da retribuição ou da expiação ao crime, isto é são também conhecidas como teoria
absolutas cuja ideia se remete ao código de Talião, o qual era enxergada sob a ótica de
punição e castigo para que fosse feita e alcançada a justiça.

Seus principais defensores foram Kant e Hegel. Acerca das teorias absolutas preleciona Claus
Roxin:

“A teoria da retribuição não encontra o sentido da pena na perspectiva de algum fim


socialmente útil, senão em que mediante a imposição de um mal merecidamente se retribui,
equilibra e espia a culpabilidade do autor do fato pelo cometido. Se fala aqui de uma teoria
‘absoluta’ porque para ela o fim da pena é independente, ‘desvinculado’ de seu efeito social.
A concepção da pena como retribuição compensatória realmente já é conhecida desde a
antiguidade e permanece viva na consciência dos profanos com uma certa naturalidade: a
pena deve ser justa e isso pressupõe que se corresponda em sua duração e intensidade com
a gravidade do delito, que o compense. Detrás da teoria da retribuição se encontra o velho
princípio do Talião”.[14]

Entre outras teorias vem a teoria  relativas, que é a prevenção geral positiva ou negativa e da
prevenção especial ou individual. E, por fim, as teorias mistas ou unificadoras. Convém
demonstrar as principais teorias sobre a pena, que se justificam para a persecução na
repressão contra a delinquência, ou seja, as respostas por parte do Estado, para o
cometimento da infração penal.

5 OBJETIVOS DA LEI Nº 7.210/84 – LEI DE EXECUÇÕES PENAIS

Diante da necessidade de refutar-se às condições das prisões e na tentativa de adotar um


caráter de funcionalidade mais racional, capaz de reabilitar o criminoso, criou-se a Lei de
Execução Penal – Lei 7.210, de 11/07/84 –  “LEP”.[15]. A Lei de Execução Penal introduziu no
sistema prisional brasileiro normas com disciplinas peculiares, tentando superar o

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tradicionalismo que vigorava, caracterizado pela autonomia existente com relação ao direito
e o processo penal, possibilitando, restritamente, dispor da vida carcerária, aplicando
garantias, segurança e disciplinas na vida dos presos.

Contudo, na atualidade, tal diploma legal tem sido cada vez mais desrespeitado pelos
órgãos de segurança, configurando grave problema no Brasil, pois, a cada dia, é possível
assistir notícias na mídia mostrando rebeliões. Na realidade, o que se observa é um
verdadeiro abandono pelo qual passa hoje o sistema prisional brasileiro, seja por falta de
verbas, por descaso das autoridades e, muitas vezes, por “vistas grossas” por parte dos
governantes.

Assim, procurou-se, por meio da LEP, disciplinar os direitos e deveres do preso. Contudo, na
verdade, ocorre uma imensa negação de tais direitos, haja vista o enorme descaso que vive
o sistema prisional brasileiro.  Os direitos do preso estão previstos nos artigo 41 da LEP, que
dispõe:

Art. 41 Constituem direitos do preso:

I – alimentação suficiente e vestuário;

II – atribuição de trabalho e sua remuneração;

III – previdência social;

IV – constituição de pecúlio;

V – proporcionalidade na distribuição do tempo para o trabalho, o descanso e a recreação;

VI – exercício das atividades profissionais, intelectuais, artísticas e desportivas anteriores,


desde que compatíveis com a execução da pena;

VII – assistência material, à saúde, jurídica, educacional, social e religiosa;

VIII – proteção contra qualquer forma de sensacionalismo;

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IX – entrevista pessoal e reservada com o advogado;

X – visita do cônjuge, da companheira, de parentes e amigos em dias determinados;

XI – chamamento nominal;

XII – igualdade de tratamento salvo quanto às exigências da individualização de pena;

XIII – audiência especial com o diretor do estabelecimento;

XIV – representação e petição a qualquer autoridade, em defesa de direito;

XV – contato com o mundo exterior por meio de correspondência escrita, da leitura e de


outros meios de informações que não comprometam a moral e os bons costumes.

XVI – atestado de pena a cumprir, emitido anualmente, sob pena da responsabilidade da


autoridade judiciária competente.

Parágrafo único. Os direitos previstos nos incisos V, X e XV poderão ser Suspensos ou


restringidos mediante ato motivado do direito do estabelecimento (BRASIL, 1984).[16]

Não é novidade nenhuma que as condições de detenção e prisão no sistema carcerário


brasileiro violam os direitos humanos, fomentando diversas situações de rebelião, nas quais,
na maioria das vezes, as autoridades agem com descaso, quando não com excesso de
violência contra a população carcerária. A Constituição Federal de 1988 prevê, em seu artigo
5°, inciso XLIX, a salvaguarda da integridade física e moral dos presos, dispositivo raramente
respeitado no sistema carcerário pátrio.

O artigo 61 da LEP lista os órgãos da execução penal:

Art. 61. São órgãos da execução penal:

I – o Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária;

II – o Juízo da Execução; Privacidade - Termos

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III – o Ministério Público;

IV – o Conselho Penitenciário;

V – os Departamentos Penitenciários;

VI – o Patronato;

VII – o Conselho da Comunidade.

VIII – a Defensoria Pública. (BRASIL,1984).[17]

Verifica-se, na prática dos diversos órgãos listados no citado artigo da Lei de Execução
Penal, uma verdadeira incoerência, pois mais funcionam como órgãos de natureza política,
não exercendo função crítica e atuante, devido a interesses políticos governamentais, em
manobras de jogos de interesses e troca de favores. A atuação do Poder Executivo,
encarregado de criar, manter e organizar a estrutura dos presídios, na realidade, passa
longe, tornando letra morta os diversos institutos previstos na Lei de Execução Penal. Sobre
essa questão, NUCCI (2014) chama à atenção:

[…] órgão de natureza política, vinculado-se à política nacional, o Conselho é formado pelo
Ministro da Justiça, razão pela qual há um forte conteúdo político nessas designações.
Dificilmente, vê-se, nos meios de comunicação em geral, a atuação critica desse conselho
em face da atividade governamental quanto á administração penitenciaria. A explicação é
lógica: a sua composição é amistosa. Na prática, portanto, o conselho acaba propondo
diretrizes harmônicas com o Governo, seja de que partido for, deixando de exercer a
importante função crítica e a devida fiscalização dos presídios. Em lugar de se dirigir á
sociedade, como órgão público que é, criticando, por exemplo, a falta de Casas do
Albergado em vários Estados ou a superlotação de inúmeros estabelecimentos penais,
termina por agir de maneira imperceptível aos meios de comunicação.[18]

Após três décadas da vigência da LEP, percebe-se que grande parte dos institutos nela
previstos, por mais avançada que seja a legislação brasileira, parecem mais letras mortas,
sem relevância em muitos estabelecimentos prisionais pelo país, devido à falta de
infraestrutura e vontade política para efetivamente resolver o problema penitenciário
nacional, o que torna tarefa difícil o fiel cumprimento dos deveres e direitos nela contidos. Privacidade - Termos

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6 O PROBLEMA DO BRASIL AOS DIAS ATUAIS

A política criminal brasileira arrasta-se a passos curtos e lentos. O abalo constante dos
padrões de justiça é revelado em diversas circunstâncias como, por exemplo, no atual
contexto da realidade penitenciária, tipicamente criminalizante, um modelo de sistema
arcaico, próprio para a internalização dos apodrecidos valores da vida carcerária, sempre a
fomentar malefícios que, na teoria, se propõe a evitar.

O povo brasileiro vem presenciando a proliferação de gangues rivais de infratores e a


ascensão de facções criminosas, que comandam operações de dentro dos estabelecimentos
prisionais, se organizando de maneira impressionante, com uma capacidade sem igual para
promover rebeliões, impor terror, intimidar o governo e, mais do que isso, assombrar a
sociedade com atos de terrorismo. A exemplo disso foram no inicio do ano de 2017
inúmeras rebeliões e mortes  que marcaram o ano de 2017, onde o pais se deparou com um
verdadeiro cenário de guerra, onde o Estado permitiu que o caos –se instalasse nas régioes
Norte e Nordeste do Estado Brasileiro. Renato Souza do Jornal Correio Brasiliense, registra
que as 133 mortes registradas em Janeiro de 2017 não foram suficientes para provocar uma
resposta eficiente das autoridades. [19]

Percebe-se que o Brasil tem experimentado uma crescente demanda de vagas e um enorme
crescimento de sua população carcerária, atingindo, assim, índices alarmantes de
superlotação, contrariando a LEP, bem como o Princípio da Dignidade da Pessoa Humana.
Dados do Ministério da Justiça mostram tal realidade, como se verá no próximo tópico.

6.1 O SISTEMA PRISIONAL BRASILEIRO EM NÚMEROS

O crime lesa interesses individuais e coletivos. Sendo assim, dentre os diversos tipos de
pena, a pena privativa de liberdade é o meio de coerção desde os primórdios do século.
Com caráter aflitivo, serviu e ainda serve ao cerceamento de liberdade e, com a pena
privativa de liberdade o indivíduo se vê privado de tal direito fundamental. Nos primórdios
do século XVIII eram as chamadas penas capitais, culminando em mutilação dos detentos,
que acabavam pagando a pena com seu próprio corpo.

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A humanidade avançou no que diz respeito à aplicação da pena, extirpando a imposição de


penas de suplício, mutilações etc. Porém, no Brasil, o problema da superpopulação
carcerária nos presídios, agravado nas últimas décadas devido às péssimas condições de
alocação de detentos, assemelha-se ao cumprimento de pena daquela época.

Segundo dados do DEPEN (Departamento Penitenciário Nacional), órgão vinculado ao


Ministério da Justiça, entre dezembro de 2005 e dezembro de 2009, a população carcerária
aumentou de 361.402 para 473.626, detentos, o que representou um crescimento, em
quatro anos, de 31,05% Os indicadores do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), em 2014,
apontavam que a nova população carcerária brasileira é de 715.655 indivíduos [20]

Com isso, o Brasil passa a ter a quarta maior população carcerária do mundo, segundo
dados do Centro Internacional de Estudos Prisionais. Tabela atualizada pelo INFOPEN, em
2015, aponta o Brasil com uma população carcerária no total de 607.731, incluindo homens
e mulheres, nos diversos regimes, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, da China e da
Rússia. Cotejada a taxa de aprisionamento desses países, constata-se que, em termos
relativos, a população prisional brasileira perde somente para os Estados Unidos, a Rússia e
a Tailândia que têm um contingente prisional mais elevado. [21]

O grande problema existente nos presídios e penitenciárias espalhadas pelo país origina-se
da superlotação, da violência, da crescente macrocomunidade carcerária e do fato de que
poucos presídios são construídos, representando, assim, verdadeira afronta ao princípio da
dignidade da pessoa humana e aos direitos fundamentais. O art. 5º, inciso XLIX, da
Constituição Federal de 1988, inclusive, assegura ao preso o respeito à sua integridade física
e moral.

Percebe-se que as cadeias, na atualidade, servem apenas como verdadeiros depósitos, onde
os presos são ali descartados como lixo. O Estado se preocupa tão somente em aplicar a
segregação e o castigo ao preso, o que lhe é imposto pelo delito cometido.

No Brasil, o objetivo da pena não é apenas o castigo, mas a oportunidade de ressocializar o


criminoso, que representa uma grande ameaça para a sociedade. Assim, a sociedade
somente será defendida na medida em que tornar possível a ressocialização.

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A necessidade de ressocialização visa enfatizar a necessidade de humanização das prisões


através de políticas de educação, conforme prevê o art. 1º  da LEP, afirmando que a
aplicação da execução, como primeira premissa “tem por objetivo efetivar as disposições da
sentença ou decisão criminal”. A segunda, a de “proporcionar condições para a harmônica
integração social do condenado e do internado”, deixa claro que é imprescindível a oferta
de meios pelos quais os apenados possam participar construtivamente da comunhão social.

A individualização da pena se estabelece em três aspectos consideráveis: o primeiro deles é


a individualização legislativa, quando se cria o tipo penal estabelecendo o quantum de pena
a ser aplicada; o segundo, a individualização judicial, quando, em consonância com o art 1º
da LEP, o magistrado fixa a pena variando se entre o mínimo e o máximo a ser aplicado,
dependendo das condições favoráveis que o condenado apresentar, ou seja, a sentença
condenatória. Como terceira etapa a pena, imposta pelo magistrado, tem-se a execução
penal, sendo vedada qualquer forma de açoite em praça pública  ou penas de trabalho
forçados.

Daí a necessidade do legislador implantar, logo no 1º artigo da Lei de Execução Penal, o


oferecimento de condições para a harmônica integração social do condenado e do
internado, pois como chama a atenção Guilherme de Souza Nucci: “Pena cruel não é
somente açoitar um condenado em praça pública, mas também mantê-lo em cárceres
insalubres e superlotados. Logo, o despertar da magistratura para essa realidade é essencial.
[22]

O sentido imanente da reinserção social, conforme estabelecido na lei de execução,


compreende a assistência e a ajuda na obtenção dos meios capazes de permitir o retorno
do apenado e do internado ao meio social.

Como alternativa para esse problema, a introdução do método da Associação de Proteção e


Assistência aos Condenados (APAC) vem trazer um novo modelo de ressocialização, com o
objetivo de humanizar a execução penal, sem perder, contudo, o caráter punitivo da pena. O
método desenvolvido pela APAC garante a ressocialização, pois de nada adianta fazer com
que o detento aprenda uma profissão ou um ofício dentro da penitenciária se, ao tentar se
reintegrar à sociedade, não conte com uma oportunidade, em razão de seu histórico
criminal, ou de seu passado na prisão.

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Observa-se, então, um grave problema no sistema tradicional comum, e a presente pesquisa


em forma de artigo visa mostrar a execução penal, à luz do método APAC, sob o enfoque do
princípio da dignidade da pessoa humana.

7 O MÉTODO APAC COMO ALTERNATIVA À PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE EM


MINAS GERAIS

A APAC foi fundada em 1972, na cidade de São José dos Campos, São Paulo, por meio de
um grupo, liderado pelo Dr. Mário Ottoboni, que, preocupado com o problema das prisões
na cidade, passou a pesquisar a situação carcerária em âmbito nacional. No início, era um
trabalho na forma de uma Pastoral Penitenciária, contudo, diante das dificuldades
observadas, transformou-se em uma entidade civil de direito privado, surgindo como
alternativa ao sistema prisional, já falido e que não recupera ninguém.

Segundo Mário Ottoboni, citado por Durval Ângelo de Andrade as APAC’s, tem sido uma
alternativa em relação ao sistema prisional tradicional, em virtude disso tem se mostrado
como um sistema de elevado sucesso não só no Brasil, mas como em outras partes do
mundo”[23]. Isso se deve à redução de índices de reincidências e a minimização de índices de
violência em seus diversos Centros de Reintegração Social.

A eficácia do método, ao longo de todos esses anos, desde que foi implantado, consiste em
trabalhar sob a filosofia de que todo homem é maior que seu erro, todos merecem uma
nova chance, e nesse prisma, o indivíduo precisa ser recuperado. Esse é o objetivo central do
método, como aponta Mario Ottoboni, citado por Durval Ângelo de Andrade :

[…] Não basta prender, é preciso recuperar. Este é o objetivo central que deve imperar.
Ninguém é irrecuperável. Nascemos puros e com o alvará de soltura. A liberdade sucede ao
nascimento, portanto, é a segunda mais valiosa conquista do ser humano. Segundo Jean
Jacques Rousseau, “nascemos puros, o meio ambiente é que corrompe”. [24]

O modelo “Apaqueano” reflete uma preocupação por parte do legislador em garantir uma
política criminal que torne efetiva a punição do agente que atua em desconformidade com a
legislação, observando a humanização da execução penal.
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Dispõe o art. 3º na Lei de Execução Penal, que “ao condenado e ao internado serão
assegurados todos os direitos não atingidos pela sentença ou pela lei”[25]. Tal dispositivo
deixa clara a imprescindibilidade da oferta de meios pelos quais os apenados possam
participar construtivamente da comunhão social, assegurando-os direitos fundamentais,
dispostos no art. 5º, salientando-se aqui o inciso XLIX, da Constituição Federal no qual “é
assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral”.[26] No mesmo sentido o
artigo 38 do Código Penal prescreve que: “O preso conserva todos os direitos não atingidos
pela perda da liberdade, impondo-se a todas as autoridades o respeito à sua integridade
física e moral”. [27]

Conforme disserta  Júlio Fabbrini Mirabete: O sentido imanente da reinserção social, nos
termos da LEP, compreende a assistência e a ajuda na obtenção dos meios capazes de
permitir o retorno do apenado e do internado ao seio social, em condições favoráveis para a
sua integração , não se confundindo com qualquer sistema de tratamento que procure
impor uma hierarquia de valores em contraste com os direitos de personalidade do
condenado.[28]

Para que se tornem efetivos todos os preceitos normatizados pela legislação de execução
penal é imprescindível a cooperação da comunidade, prevista no artigo 4º da LEP, que
determina que “o Estado deverá recorrer à cooperação da comunidade nas atividades de
execução da pena e da medida de segurança”. [29]

7.1 FILOSOFIA DO MÉTODO APAC

A filosofia do método APAC tem como função orientar todos os recuperandos, observando a
valorização da pessoa humana, com disciplina rígida, baseada no respeito, trabalho e
envolvimento familiar do sentenciado, como forma de se manter os laços afetivos, dando
condições e ânimo para que o condenado tenha maiores chances de recuperação. Segundo
Mario Ottoboni “a APAC propugna acirradamente por matar o criminoso e salvar o homem.
Por isso, justifica-se a filosofia desde os primórdios de sua existência: matar o criminoso e
salvar o homem”.[30]

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Consoante dados do Relatório do Programa Novos Rumos do Tribunal de Justiça de Minas


Gerais, apurados em dezembro de 2013, mostram que 1.882 recuperandos cumprem pena
nos 34 (trinta e quatro) Centros de Reintegração Social da Associação de Proteção aos
Condenados em funcionamento no Estado de Minas Gerais, o que representa 84,74% de
ocupação das vagas disponíveis nas mesmas. Foram realizados 2.443 atendimentos a
recuperandos nessas APAC’s.[31] Como alternativa, o método APAC tem como objetivo
trabalhar a recuperação e a ressocialização, dedicando-se à reintegração social dos
condenados a penas privativas de liberdade. O trabalho da APAC é baseado no método da
valorização humana, oferecendo ao condenado condições dignas de se recuperar,
buscando, a todo custo, a devida aplicação da Lei de Execução Penal, sem a presença da
Polícia, de armas ou agentes penitenciários, sob a filosofia fantástica idealizada pelo seu
criador, o advogado Mario Ottoboni, qual seja, “todo homem é maior que seu erro”.[32]

Em contrapartida ao sistema tradicional, o método APAC é visto como um sistema


socializador, tendo como alternativa concreta às disfuncionalidades do sistema prisional
atual. A pena é vista com caráter dúplice, punitiva e recuperativa, chamando a atenção para
que a sociedade tenha consciência de que a recuperação do preso é necessária, é um
imperativo de ordem moral. Nesse sentido disserta Mario Ottoboni:

[…] o delinquente é condenado e preso por imposição da sociedade, ao passo que recuperá-
lo é um imperativo de ordem moral, do qual ninguém deve se escusar. A sociedade somente
se sentirá protegida quando o preso for recuperado. A prisão existe por castigo e não para
castigar, é a afirmação cujo conteúdo não se pode perder de vista.

O Estado, enquanto persistir em ignorar que é indispensável cumprir sua obrigação no que
diz respeito á recuperação do condenado deixará a sociedade desprotegida. Como é sabido,
nossas prisões são verdadeiras escolas de violência e criminalidade.[33]

A APAC é resultado da metodologia de esforço, voltada para a política do trabalho do preso


e sua preparação para o retorno à sociedade. Em um mundo que vive a era do caos, das
catástrofes, o ser humano, enquanto recluso, viverá num sistema de círculo vicioso da
violência, da banalização da maldade. A metodologia apaqueana está fundada no papel
social, ligado ao trabalho e à educação, bem como ao amor ao próximo inspirado nos
mandamentos bíblicos. Durval Ângelo de Andrade destaca, em sua obra “APAC – a face
humana da prisão” que:

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A metodologia APAC está fundamentada no papel social do trabalho, rompendo com a


ociosidade do sistema prisional, raiz de inúmeras crises. Ela trabalha com valores religiosos e
questões lúdicas, priorizando a educação como forma de promoção humana. Neste modelo,
o preso tem possibilidades reais de recuperação, porque redescobre valores morais, éticos e
espirituais, passando a encarar a vida, a sociedade e até a sua transgressão com um outro
olhar. [34]

A justiça restaurativa à luz do método APAC proporciona a recuperação do condenado,


preparando-o para retornar ao convívio social. Mas não é só isso. A recuperação no Método
APAC atenta à preocupação de ministrar e atingir a todos os elementos necessários ao
desenvolvimento da pessoa humana, quais sejam, a saúde, educação, instrução,
independentemente do delito praticado.

8 JURISPRUDÊNCIA ACERCA DA APLICAÇÃO DO MÉTODO APAC

O entendimento do Tribunal de Justiça mineiro tem sido no sentido de valorizar e viabilizar a


aplicação do método APAC, conforme jurisprudência abaixo colacionada:

EMENTA: AGRAVO EM EXECUÇÃO – AGENTE EM CUMPRIMENTO DE PENA NO REGIME


ABERTO – AUSÊNCIA DE CASA DE ALBERGADO NA COMARCA – IMPOSIÇÃO DE
COMPARECIMENTO DO REEDUCANDO NA APAC- POSSIBILIDADE. 1 – Tendo o
legislador, consoante o disposto no artigo 115, I, da Lei 7.210/84, deliberado ser condição
geral e obrigatória que o Reeducando, em regime aberto, permaneça no local que lhe for
designado, durante o repouso e nos dias de folga (artigo 115, I, da Lei 7.210/84), mostra-se
legítima a decisão judicial que, ao vislumbrar que o presídio da Comarca não oferece
condições estruturais para que o agente possa lá pernoitar e permanecer recolhido nos dias
de folga, determina que ele se recolha na APAC-Associação de Proteção e Assistência ao
Condenado, em fins de semana e feriados, com horários fixados.Tribunal de Justiça do
Estado de Minas Gerais processo.AgExec 1.0016.14.009220-2/001. (MINAS GERAIS, 2016).[35]

O presente julgado mostra que não ser aceitável que o preso sofra com a ineficiência do
Estado pela falta de casas do albergado. De acordo com o artigo 115 da LEP “ o juiz poderá
estabelecer condições especiais para a concessão de regime aberto, sem prejuízo das
seguintes condições gerais e obrigatórias […].[36] Privacidade - Termos

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A decisão dada pelo TJMG foi no sentido de autorizar a permanência do detento, durante o
repouso e nos dias de folga, para que o mesmo pudesse pernoitar e permanecer recolhido
na APAC da comarca, já que, pelo caso em tela, quando não há estabelecimento adequado
para o cumprimento de pena no regime aberto, é lícito o comparecimento do reeducando à
APAC, visando a promoção de palestras e cursos que lá são oferecidos, promovendo o
desenvolvimento do preso reeducando.

Em outro julgado, observa-se a importância da APAC ao promover o trabalho ou o estudo


como atividades que podem ensejar a remissão de parte da pena, in verbis:

AGRAVO EM EXECUÇÃO PENAL -REMIÇÃO DE PENA – ATIVIDADE DE LABORTERAPIA –


MÉTODO APAC – ESPÉCIE DE ATIVIDADE DE TRABALHO – INTERPRETAÇÃO DO ART.
126 DA LEP – POSSIBILIDADE – RECURSO PROVIDO. – O art. 126 da LEP (redação dada
pela Lei nº 12.443/11), dispositivo legal que regulamenta o instituto da remição, limita-se a
apontar o trabalho ou o estudo como atividades que podem ensejar a remição de parte da
pena, não conceituando o termo “”trabalho”” ou discriminando espécies deste. – A
finalidade primordial da pena, em fase de execução penal, é a ressocialização do
reeducando, diretriz que deve servir de parâmetro para interpretação de qual atividade
pode ser entendida como forma de trabalho. – A atividade de laborterapia é desenvolvida e
reconhecida pela metodologia APAC como espécie de trabalho que visa à ressocialização do
reeducando em cumprimento de pena em regime fechado, sendo, portanto, imperioso o
seu reconhecimento para fim de remição de pena. Tribunal de Justiça de Minas Gerais
processo AgExec.nº 1.0042.10.002895-2/001 (MINAS GERAIS, 2012).[37]

O julgado acima, cuja relatoria é do Des. Herbert Carneiro, deu provimento ao Agravo em
Execução Penal, contra decisão do juiz da 2º Vara da Comarca de Arcos, que indeferiu
pedido de remissão de pena por ter o agravante desenvolvido atividades de laborterapia, o
que, no entendimento do juiz, não configura atividade como forma de trabalho. Entendeu o
relator que a atividade de laborterapia é reconhecida e desenvolvida pela metodologia
APAC como espécie de trabalho que visa a ressocializaçao e recuperação do preso, uma vez
que, pela regra do artigo 126 da LEP, que traz a regra da remissão, limita-se tão somente a
apontar o trabalho ou estudo como atividades que podem remir parte do tempo de
execução da pena, não fazendo acepção da espécie do gênero trabalho. O Relator assim
destaca:

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[..] A finalidade primordial da pena, em fase de execução penal, é a ressocialização do


reeducando, diretriz que deve servir de parâmetro para interpretação de qual atividade
pode ser entendida como forma de trabalho. Dessa forma, a meu ver, a atividade laboral
exercida pelo reeducando durante o cumprimento de pena, de forma regular e devidamente
reconhecida e gerenciada pela direção do presídio, que permita a este o avanço no processo
de recondução ao âmbito social, como ocorreu no caso em questão, deve ser interpretada
como trabalho. Tribunal de Justiça de Minas Gerais processo AgExec.nº 1.0042.10.002895-
2/001 (MINAS GERAIS, 2012).

Verifica-se, portanto, que os magistrados do tribunal mineiro enxergam a importância da


APAC como entidade de ressocializaçao, visando promover a dignidade do preso, em
observância à Lei de Execução Penal, a muito se observa a necessidade de humanização no
sistema prisional. A jurisprudência tem entendido que as atividades desenvolvidas pela
APAC são atividades voltadas para a promoção do trabalho e da recuperação por parte
daquele que está envolvido como, por exemplo, as atividades de laborterapia.

9 CONCLUSÃO

Apesar das falhas, a pena ainda continua sendo um mal necessário, ao menos quando o
indivíduo representa uma ameaça para a sociedade.

Os traumas causados pelo sistema penitenciário nos internos e seus familiares dificilmente
serão superados por completo. Alguns podem até conseguir se reintegrar à sociedade com
sucesso, contudo, a grande maioria da população carcerária carregará os estigmas de ex-
detento pelo resto de suas vidas, o que, com certeza, se refletirá nas futuras gerações.

A solução para muitos dos problemas penitenciários é a realização de uma reforma, não só
nas leis, mas também nos pensamentos e ideologias daqueles que as produzem.

Verificou-se que o sistema prisional tradicional apenas visa o castigo, inexistindo qualquer
preocupação com higiene ou ressocialização, e os que ali estão não tem sequer
assegurados, na prática, os direitos da dignidade da pessoa humana.

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O Poder Público justificando-se pela falta de vagas, verbas e de condições para resolver o
problema carcerário continua desrespeitando os direitos dos presos no ato da persecução
penal, ofertando um sistema carcerário defasado, super lotado, enfim, um depósito de
pessoas que vivem em situações desumanas, impedindo a sua ressocialização. O preso
encarcerado se sujeita a todo tipo de crueldade e humilhação, prevalecendo no cárcere a lei
do mais forte. Os direitos mínimos dos presos são habitualmente violados, razão pela qual
não há condição favorável para a ressocializaçao.

Na tentativa de alterar tal realidade, surgiram as APACs – Associações de Proteção e


Assistência aos Condenados -, entidades civis destinadas à recuperação e reintegração à
sociedade do condenado a penas privativas de liberdade, que se distingue do modelo
tradicional, notadamente, porque o preso passa a ser corresponsável por sua recuperação,
enquanto cumpre a pena, desenvolve atividades que o auxiliam em sua convivência.

A APAC busca, através de métodos humanitários, baseados em valores cristãos e de amor ao


próximo, demonstrar ao condenado que este pode ter uma vida melhor, durante e após o
cumprimento de sua pena, levando-o a pensar no delito que praticou, para avaliar se vale à
pena delinquir. Utiliza, para tanto, uma metodologia inovadora e voluntária, sem policiais ou
armas, buscando trabalhar a ressocialização de uma maneira diferenciada, ensinando ao
preso o caminho e a oportunidade para se reintegrar ao seio social.

Demonstrou-se que a APAC é um importante centro de reabilitação, onde o condenado


durante todo o dia ocupa sua mente, trabalha, tem a possibilidade de estudar e aprender
uma profissão, para que ao término do cumprimento da pena possa se sentir útil e estar
pronto para o convívio social.

Interessante ressaltar que há um atrelamento à busca da fé e o tratamento humanizado


garante o baixo índice de reincidência, deixando explícito que a simples garantia dos
direitos humanos, que não passa de obrigação do Estado, ressocializar o preso e o insere no
meio social com mais eficiência.

Conclui-se, pois, que o futuro melhor para o sistema prisional brasileiro pode estar na
ampliação das APACs, sobretudo, porque, neste modelo respeita-se a dignidade da pessoa
humana do condenado e toda sociedade se torna co-participante neste processo de
recuperação e ressocialização.

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                                                           REFERÊNCIAS

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BITENCOURT, Cezar Roberto. Falência da pena de prisão : causas e alternativas. 2. ed. São


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BRASIL. Código Penal (1940). Código penal. 12 ed. São Paulo: Ridel, 2012.

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http://planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L7210compilado.htm.>. Acesso em: 10.jul.2018.

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<http://portal.mj.gov.br/data/Pages/MJD574E9CEITEMIDC37B2AE94C6840068B1624D28407509C
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penitenciarias INFOPEN –JUNHO DE 2014 .Brasília. DEPEN148 p.Disponível em: <
http://www.justica.gov.br/noticias/mj-divulgara-novo-relatorio-do-infopen-nesta-terca-
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FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir. Trad. de Lígia M. Ponde Vassallo. 15. ed. Petrópolis:
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GRECO. Rogério. Curso de direito penal: Parte geral (arts.1ª a 120 do CP). 9.ed. Rio de
Janeiro. Impetus.2007. v.1.

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GRECO, Rogério. Direito Penal do Equilíbrio: uma visão minimalista do Direito Penal.
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MINAS GERAIS. Tribunal de Justiça. Projeto Novos Rumos na Lei de Execução Penal
(2009). Disponível em: <http://www.tjmg.jus.br/info/pdf/?uri=/terceiro
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MIRABETE, Júlio Fabbrini. Execução Penal: comentários à Lei 7.210 de 11 julho de1984. 5.ed.
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NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de Direito Penal –  Parte  Geral  e  Especial. São Paulo:
Editora  Revista dos Tribunais, 2005

NUCCI, Guilherme de Souza. Leis penais e processuais penais comentadas. 8. ed. rev. atual
e ampl. Rio de Janeiro: Forense,2014. v.2.

OTTOBONI, Mário. Ninguém é irrecuperável: APAC, a revolução do sistema penitenciário. 2.


ed. rev. e atual. São Paulo: Cidade Nova, 2001. Privacidade - Termos

https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-penal/o-metodo-apac-como-alternativa-de-ressocializacao-do-preso-a-luz-de-lei-de-execucao-pe… 24/30
27/03/2021 O Método APAC Como Alternativa de Ressocialização do Preso, à Luz de Lei de Execução Penal - Âmbito Jurídico

OTTOBONI, Mário. Vamos matar o criminoso?: Método APAC. 4. ed. São Paulo:
Paulinas,2014

PRADO, Luiz Regis. Direito penal: parte geral. 2. ed. reform. atual. e ampl. São Paulo: Revista
dos Tribunais, 2008. v.1.

ROXIN, Claus. Derecho Penal: Parte General – Fundamentos. La estructura de la Teoria del
Delito. Tomo I. Traducción de la 2ª ediciónalemana y notas por Diego-Manuel Luzón Pena;
Miguel Diaz y Garcia Conlledo; Javier de Vicente Remesal. Madri: Thomson Civitas, 2003.

SECRETARIA DE ESTADO DE DEFESA SOCIAL DE MINAS GERAIS. O Sistema Prisional. Minas


Gerais: SEDS,2015. Disponível em: <http://www.seds.mg.gov.br/prisional/o-sistema>. Acesso
em: 17 dez. 2015

SOUZA, Renato. Rebeliões, mortes e fugas em presídios marcam o início de 2018. Disponivel
em: < https://correiobraziliense.com.br/app/noticia/brasil/2018/01/15/interna-
brasil,653290/rebelioes-mortes-e-fugas-em-presidios-marcam-o-inicio-de-2018.shtml. >.
Acesso em: 16 jul 2018.

SUBSECRETARIA DE ADMINISTRAÇÃO PRISIONAL  DE MINAS GERAIS. Programa de


Parceria Público Privada. Complexo Penal. Disponível em:<
http://www.ppp.mg.gov.br/sobre/projetos-de-ppp-concluidos/ppp-complexo-penal>.
Acesso em: 02. jan. 2016.

TEXTO CONFECCIONADO EM BELO HORIZONTE – JULHO DE 2018

[1] Professora de Direito da Pontifícia Universidade Católica do Estado de Minas Gerais e


Faculdades Del Rey – UNIESP. Doutora e Mestre em Direito Privado pela Pontifícia
Universidade Católica de Minas Gerais. Tutora do Conselho Nacional de Justiça – CNJ.
Servidora Pública Federal do TRT MG – Assistente do Desembargador Corregedor.
Especialista em Direito Processual Civil pela Universidade Gama Filho. Especialista em
Educação à distância pela PUC Minas. Especialista em Direito Público – Ciências Criminais
pelo Complexo Educacional Damásio de Jesus. Bacharel em Administração de Empresas e
Privacidade - Termos

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Direito pela Universidade FUMEC. Site: www.claudiamara.com.br. E-mail:


claudiamaraviegas@yahoo.com.br. Endereço: Rua Senador Amaral, 314 – Mangabeiras –
Belo Horizonte – MG.

[2] Graduado em  Direito pela Pontifícia Universidade Católica do Estado de Minas Gerais (
PUC – Minas). Advogado.Pós graduando em Direito Penal e Processo Penal pela UCAM. E-
mail: silva_drummond@hotmail.com

[3]
NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de Direito Penal –  Parte  Geral  e  Especial. São
Paulo: Editora          Revista dos Tribunais, 2005. p. 335

[4]  ANDRADE, Durval Ângelo. APAC: a face humana da prisão: 2. ed.Belo Horizonte: O
lutador,2014,p.34-35.

[5] FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir. Trad. de Lígia M. Ponde Vassallo. 15. ed. Petrópolis:
Vozes, 1987.p11.

[6]
FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir. Trad. de Lígia M. Ponde Vassallo. 15. ed. Petrópolis:
Vozes, 1987.p33

[7]
FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir. Trad. de Lígia M. Ponde Vassallo. 15. ed. Petrópolis:
Vozes, 1987.p33

[8] ANDRADE, Durval Ângelo. APAC: a face humana da prisão: 2. ed.Belo Horizonte: O
lutador,2014,p.35.

[9] GRECO. Rogério. Curso de direito penal: Parte geral (arts.1ª a 120 do CP). 9.ed. Rio de
Janeiro. Impetus.2007. v.1,p.517

[10]
FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir. Trad. de Lígia M. Ponde Vassallo. 15. ed. Petrópolis:
Vozes, 1987.p 221.

[11]
PRADO, Luiz Regis. Direito penal: parte geral. 2. ed. reform. atual. e ampl. São Paulo:
Revista dos Tribunais, 2008. v.1. p.137.

Privacidade - Termos

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27/03/2021 O Método APAC Como Alternativa de Ressocialização do Preso, à Luz de Lei de Execução Penal - Âmbito Jurídico

[12] BRASIL. Constituição (1988) Constituição da República Federativa do Brasil. Rio de


Janeiro. Senado Federal, 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/constituição/ConstituicaoCompilado.htm>. Acesso em: 13 out. 2015.

[13]
BRASIL. Código Penal (1940). Código penal. 12 ed. São Paulo: Ridel, 2012.

[14] ROXIN, Claus. Derecho Penal: Parte General – Fundamentos. La estructura de la Teoria del
Delito. Tomo I. Traducción de la 2ª ediciónalemana y notas por Diego-Manuel Luzón Pena;
Miguel Diaz y Garcia Conlledo; Javier de Vicente Remesal. Madri: Thomson Civitas, 2003., p.
81-82

[15] BRASIL. Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984. Institui a Lei de Execução Penal. Diário
Oficial da União, Brasília,11 de jul. 1984. Disponível em: <
http://planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L7210compilado.htm.>. Acesso em: 10.jul.2018.

[16]
BRASIL. Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984. Institui a Lei de Execução Penal. Diário
Oficial da União, Brasília,11 de jul. 1984. Disponivel em: <
http://planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L7210compilado.htm.>. Acesso em: 10.jul.2018.

[17] BRASIL. Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984. Institui a Lei de Execução Penal. Diário
Oficial da União, Brasília,11 de jul. 1984. Disponivel em: <
http://planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L7210compilado.htm.>. Acesso em: 10.jul.2018.

[18]
NUCCI, Guilherme de Souza. Leis penais e processuais penais comentadas. 8. ed. rev.
atual e ampl. Rio de Janeiro: Forense,2014. v.2.  p. 236.

[19] SOUZA, Renato. Rebeliões, mortes e fugas em presídios marcam o início de 2018.
Disponivel em: < https://correiobraziliense.com.br/app/noticia/brasil/2018/01/15/interna-
brasil,653290/rebelioes-mortes-e-fugas-em-presidios-marcam-o-inicio-de-2018.shtml. >.
Acesso em: 16 jul 2018.

[20]
BRASIL. Ministério da Justiça. Execução Penal Sistema Prisional. Disponível em:
<http://portal.mj.gov.br/data/Pages/MJD574E9CEITEMIDC37B2AE94C6840068B1624D28407509C
Acesso em: 24 ago.2015.

Privacidade - Termos

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27/03/2021 O Método APAC Como Alternativa de Ressocialização do Preso, à Luz de Lei de Execução Penal - Âmbito Jurídico

[21]
DEPARTAMENTO PENITENCIÁRIO NACIONAL. (2014).Levantamento de Informações
penitenciarias INFOPEN –JUNHO DE 2014 .Brasília. DEPEN148 p.Disponível em: <
http://www.justica.gov.br/noticias/mj-divulgara-novo-relatorio-do-infopen-nesta-terca-
feira/relatorio-depen-versao-web.pdf.>. Acesso em: 24 ago.2015

[22] NUCCI, Guilherme de Souza. Leis penais e processuais penais comentadas. 8. ed. rev.
atual e ampl. Rio de Janeiro: Forense,2014. v.2. p.157.

[23]
ANDRADE, Durval Ângelo. APAC: a face humana da prisão: 2. ed.Belo Horizonte: O
lutador,2014.

[24]
ANDRADE, Durval Ângelo. APAC: a face humana da prisão: 2. ed.Belo Horizonte: O
lutador,2014. p.9.

[25] BRASIL. Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984. Institui a Lei de Execução Penal. Diário
Oficial da União, Brasília,11 de jul. 1984. Disponivel em: <
http://planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L7210compilado.htm.>. Acesso em: 10.jul.2018.

[26]
BRASIL. Constituição (1988) Constituição da República Federativa do Brasil. Rio de
Janeiro. Senado Federal, 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/constituição/ConstituicaoCompilado.htm>. Acesso em: 13 out. 2015

[27] BRASIL. Código Penal (1940). Código penal. 12 ed. São Paulo: Ridel, 2012.

[28] MIRABETE, Júlio Fabbrini. Execução Penal: comentários à Lei 7.210 de 11 julho
de1984. 5.ed. São Paulo: Atlas, 1993.

[29] BRASIL. Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984. Institui a Lei de Execução Penal. Diário
Oficial da União, Brasília,11 de jul. 1984. Disponível em: <
http://planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L7210compilado.htm.>. Acesso em: 10.jul.2018.

[30]
OTTOBONI, Mário. Vamos matar o criminoso?: Método APAC. 4. ed. São Paulo:
Paulinas,2014

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[31] MINAS GERAIS. Tribunal de Justiça. Projeto Novos Rumos na Lei de Execução Penal
(2009). Disponível em: <http://www.tjmg.jus.br/info/pdf/?uri=/terceiro
_vice/novo_rumos_execucao_penal/cartilha_apac.pdf>. Acesso em:07.nov. 2015.

[32]
OTTOBONI, Mário. Ninguém é irrecuperável: APAC, a revolução do sistema
penitenciário. 2. ed. rev. e atual. São Paulo: Cidade Nova, 2001. p. 9.

[33]
OTTOBONI, Mário. Ninguém é irrecuperável: APAC, a revolução do sistema penitenciário.
2. ed. rev. e atual. São Paulo: Cidade Nova, 2001. p. 20.

[34] ANDRADE, Durval Ângelo. APAC: a face humana da prisão: 2. ed.Belo Horizonte: O
lutador,2014. p.68.

[35]  MINAS GERAIS. Tribunal de Justiça. Processo AgExec 1.0016.14.009220-2/001. Relator


Des. Sálvio Chaves.Belo Horizonte. 2016.

[36]
BRASIL. Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984. Institui a Lei de Execução Penal. Diário
Oficial da União, Brasília,11 de jul. 1984. Disponivel em: <
http://planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L7210compilado.htm.>. Acesso em: 10.jul.2018.

[37] MINAS GERAIS. Tribunal de Justiça. Processo AgExec 1.0042.10.002895-2/001. Relator


Des.  Hebert Carneiro, Belo Horizonte. 2012.

Direito Penal Revista 181

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