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4 a 7/08/2010, Recife, PE
RESUMO
Para o presidencialismo brasileiro, de coalizão, é fundamental a construção
de sólidas maiorias no Parlamento, pressupondo a separação de poderes e o
pluralismo partidário no Congresso, através da distribuição de cargos e de
recursos orçamentários entre os grandes partidos políticos. Nos
subsistemas estaduais brasileiros, os Governadores possuem menor poder
de agenda e menores recursos orçamentários, mas os mesmos fatores
ocorrem, combinados diversamente, para governabilidade e estabilidade.
Objetivamos comparar os padrões de formação de gabinete no Rio Grande
do Sul e Paraná e compreender como relacionam-se gabinete e Assembléia
Legislativa. A nomeação do gabinete auxilia o governador a implementar
suas decisões? Qual o padrão de formação do secretariado? De que forma a
distribuição judiciosa de secretarias facilita a boa tramitação da agenda
prioritária para o governador?
PALAVRAS CHAVE: GOVERNO DE COALIZÃO; RIO GRANDE DO SUL;
PARANÁ; PRESIDENCIALISMO DE COALIZÃO
2010
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1. introdução
Fabricio Tomio e Paolo Ricci (2008), em recente paper apresentado no
Congresso da Associação Brasileira de Ciência Política – ABCP, em Campinas,
questionam-se sobre a razão de estudo de instituições de nível local. Trata-se de
um tema relevante ou, apenas, um mero exercício de pesquisa sem alguma
pretensão teórica? Tomio & Ricci asseveram que o interesse pelo âmbito sub-
nacional pode ser justificado partindo-se de duas constatações:
Em primeiro lugar o fato de que vários autores têm enfatizado que a
literatura contemporânea tem-se centrado em instituições nacionais – congresso
nacional e poder executivo. Segundo estes autores, um levantamento nos
principais periódicos da área, comprova esta preferência. Assim, em que pese um
claro pluralismo institucional, com a existência de inúmeras diferenças
fundamentais no âmbito subnacional, a preferência é a análise das instituições
centrais. Trata-se de um claro desvio, alertam estes pesquisadores.
Por outro lado, tem surgido nos últimos anos um volume crescente de
análise que buscam entender o funcionamento das instituições subnacionais,
acompanhando as transformações das instituições do federalismo e do
regionalismo, observados em inúmeros países europeus. Desta forma, a
especificidade das instituições subnacionais, tem sido colocadas novamente no
centro do debate. Cabe pensar uma estratégia de análise do caso brasileiro.
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1
O conceito adotado neste trabalho de Gabinetes é o mesmo assumido por Amorin Neto (1994), qual seja, o
conjunto de ministros, no nosso caso secretários, ou conjunto de assessores nomeados pelo Governador que
possuem status de Secretário de Estado. O autor ressalta que tal definição não implica necessariamente
responsabilidade do gabinete perante o parlamento ou a existência de um governo colegiado.
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De qualquer forma, essa relação pode ser geradora de crises, visto que
possibilita a eleição de um Presidente, sem base partidária forte, que pode entrar
em choque com um parlamento majoritariamente oposicionista, funcionando como
“veto player”.
2
Argumentação presente em: FRANÇA, Andressa Silveiro Terra (2006)
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sua relação com o Governador, visto que este exerce o controle absoluto dos
recursos estaduais. Como salienta Abrucio, o Governador do Estado tem o
controle completo dos canais de destinação dos recursos de clientela, atuando
inclusive junto ao Governo Federal para decidir como e para quem serão
destinados verbas e cargos públicos que interessam à elite política estadual.
PSC/PL/PPS/PRN/PSB/PSD/PRP/PTdoB)
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Desta modo, o poder no Paraná pode ser exercido de forma tranqüila, sem
maiores sobressaltos, visto que a formação de maiorias na Assembléia Legislativa
do Paraná é construída de forma natural, sem maiores problemas de
coordenação.
Rio Paraná
Grande do
Sul
# % # %
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Schneider, Aaron Mitchell (2001)
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4
Schneider, Aaron Mitchell (2001
5
Apud Schneider, Aaron Mitchell (2001.”Other indices that measure the difficulty of forming a minimum
winning coalition (Shapley-Shubik Power Index, Johnston Index of Power, Deegan-Packel Power Index)
could also be used, but relative positions of the states would not change, and numbers and calculations would
not be as easy to understand and compare.”
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Fonte: Banco de Dados Eleitorais do NUPERGS e TRE/RS
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PRIMEIRO TURNO
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SEGUNDO TURNO
9
PRIMEIRO TURNO
10
SEGUNDO TURNO
11
PRIMEIRO TURNO
15
TABELA 313
12
SEGUNDO TURNO
13
Fonte: GROMANN (2001, 126)
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TABELA 414
PR RS BRASIL
Colégio de X X
Líderes (poder
de pauta)
Decreto do X
Executivo com
poder legislativo
Veto total X X X
Veto Parcial X X X
Comissão com X X
poder terminativo
Líderes com X X
prerrogativas
fortes
Iniciativa X X X
exclusiva em
matéria
financeira e
tributária
Leis delegadas X
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Fonte: GROMANN (2001, 141), Regimento Interno da ALEP
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do Legislativo
para o Executivo
Pedido de X X X
urgência por
parte do
executivo
BIBLIOGRAFIA
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The Bases of Voting in the Brazilian Congress". Journal of Politics, vol. 57, nº 2,
pp. 324-343.
LIMA JÚNIOR, Olavo Brasil de; SANTOS, Fabiano Guilherme Mendes. O Sistema
Proporcional no Brasil: lições de vida. In: JUNIOR, Olavo Brasil de Lima (Org).
21
Sistema Eleitoral Brasileiro: teoria e prática. Rio de Janeiro: IUPERJ; Eio Fundo
Editora, 1991.
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escritos democráticos de José de Alencar: o sistema representativo, reforma
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TAAGEPERA, Rein; SHUGART, Matthew S. Seats and Votes: the effectes and
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