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Transformações nas ciências e ideias no século XIX

aula 1

1. Durante muito tempo, o trabalho científico foi realizado por diletantes, normalmente em seus
próprios lares, com utensílios simples e recursos limitados. Após as Revoluções Francesa e In-
dustrial, fundaram-se escolas e faculdades que formavam grande número de pessoas que dis-
punham de laboratórios e bibliotecas para a aprendizagem. O resultado disso foi a transição
do amadorismo à profissionalização, tanto do conhecimento quanto da produção científica.
2. A aplicação da crítica histórica aos relatos religiosos (sobretudo bíblicos), as evidências acumu-
ladas pela Geologia sobre a antiguidade da Terra e a teoria da evolução propuseram novas pers-
pectivas que, não raro, mostraram-se incompatíveis com o pensamento religioso tradicional.
3. Em 1864, o papa Pio IX publicou a encíclica Quanta Cura, que reafirmou o poder temporal da
Igreja, e a bula Syllabus Errorum, que condenou as práticas religiosas e políticas em desacordo
com a doutrina da Igreja. A partir de 1870, a defesa do dogma da infalibilidade papal provocou
uma maior oposição por parte dos anticlericais. No pontificado seguinte (Leão XIII), a Igreja
procurou se aproximar da oposição política e intelectual e passou a aceitar, com reservas, al-
gumas ideias científicas. Em 1891, a encíclica Rerum Novarum discutiu, entre outros aspectos,
os problemas decorrentes das relações entre capital e trabalho.
4. O anarquismo é contrário a qualquer forma de governo, pregando a eliminação de toda a
autoridade. Defende a “ação direta” contra o poder estabelecido e nega-se a participar de pro-
jetos eleitorais ou partidários. Contrário ao sistema capitalista, propõe uma sociedade sem
classes, sem partidos e sem Estado.
O comunismo, como o anarquismo, é contra o capitalismo e também propõe uma sociedade
sem classes, sem partidos e sem Estado. No entanto, acredita ser necessária uma revolução,
conduzida pelo Partido Comunista, para que o proletariado chegue ao poder. Para a passagem
do capitalismo ao comunismo, é necessário um Estado de transição (socialista).
O socialismo defende o pluripartidarismo e as regras democráticas, visando atingir o poder
por meio de eleições. Admite uma economia de mercado “vigiada”, cabendo ao Estado o papel
de benfeitor e promotor da justiça social.

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Formação do regime parlamentar/Reinados de Jorge III,
Jorge IV e Guilherme IV
aula 2

1. O Parlamento era o centro da vida política inglesa. Além de votar leis e julgar o orçamento,
exercia um controle ativo sobre os atos do governo. Era composto pela Câmara dos Lordes
(lordes espirituais e lordes temporais) e pela Câmara dos Comuns.
2. Durante seu reinado, Jorge III (1760-1820) teve de lidar com o processo de independência das
Treze Colônias (1776) e com as guerras com a França revolucionária (1789-1799) e napoleônica
(1799-1815).
3. Entre 1822 e 1830, houve a redução do imposto sobre produtos importados, aprovou-se o
direito de coalizão e greve para os operários, reformou-se o Código Penal e melhorou-se o
regime carcerário. As Leis dos Cereais (Corn Laws) foram modificadas pelo sistema de escala
móvel, segundo o qual os impostos sobre os cereais importados variariam em razão do preço
do trigo no mercado interno.
4. A reforma eleitoral de 1832 extinguiu os “burgos podres”, levando à redistribuição das cadeiras
no Parlamento (até então ocupadas, majoritariamente, por membros da aristocracia rural). Ao
garantir representatividade às regiões industriais, a reforma levou a um aumento de 70% do
eleitorado britânico (mas houve a manutenção do voto censitário). Enfim, a reforma eleitoral
de 1832 fortaleceu o papel da Câmara dos Comuns e consagrou a prática parlamentar. Nessa
época, os whigs se transformaram no Partido Liberal, e os tories, no Partido Conservador.

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Era Vitoriana (1837-1901)
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1. O movimento cartista teria surgido em decorrência de a reforma eleitoral de 1832 não ter ga-
rantido a representação do operariado industrial no Parlamento. As reivindicações contidas na
“Carta do Povo”, cuja redação foi atribuída a William Lovett, eram: sufrágio universal masculino,
voto secreto, eliminação da condição de proprietário para ser membro do Parlamento, paga-
mento aos membros do Parlamento, igualdade entre os distritos eleitorais e eleições anuais
para o Parlamento.
2. As Leis dos Cereais (Corn Laws), por taxarem os produtos agrícolas importados, induziam ao
consumo do que era produzido no mercado interno. Logo, eram leis protecionistas, ou seja,
visavam proteger a produção interna. Um movimento iniciado na cidade industrial de Manches-
ter se colocou contra essa política protecionista, lutando pelo livre-cambismo. Em 1838, Richard
Cobden e John Bright fundaram a Anti-Corn Law League e, após uma campanha bem organi-
zada, de caráter nacional, conseguiram a revogação das Corn Laws e a instauração do livre-
-cambismo.
3. A China, sem ter como enfrentar os britânicos, teve de se render. A Inglaterra impôs o Tratado
de Nanquim (1842), que abriu novos portos chineses ao comércio com os estrangeiros, res-
tabeleceu o comércio do ópio e anexou Hong Kong. Um tratado de 1843 deu aos cidadãos
britânicos na China o direito de extraterritorialidade.
4. A descoberta de diamantes nas repúblicas bôeres (instaladas na África do Sul), a tentativa bri-
tânica de controlar as jazidas e o afluxo migratório de ingleses para a região gerou tensões que
levaram à eclosão da Guerra dos Bôeres. Após muita luta, os bôeres foram derrotados pelos
ingleses.

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Segundo Império Francês (1852-1870)
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1. Durante o Segundo Império, a França viveu sob uma ditadura marcada por crescimento
econômico e guerras vitoriosas. O intervalo 1852-1863 foi marcado por um regime autoritário
que, aos poucos, foi se transformando em um semiparlamentarismo que naufragou em virtude
da derrota na Guerra Franco-Prussiana (1870). De qualquer maneira, nesse período, a França
cresceu, se industrializou e realizou reformas sociais, além de ver aumentado seu império co-
lonial (especialmente na África e Ásia).
2. Houve a criação de instituições de crédito que financiaram grandes empreendimentos indus-
triais e a ampliação da malha ferroviária francesa. Uma companhia francesa construiu o canal
de Suez, ligando os mares Mediterrâneo e Vermelho. Por fim, houve um grande investimento
na reforma urbana que remodelou Paris.
3. Durante o Segundo Império, a França se envolveu em três guerras europeias: a da Crimeia
(1853-1856), contra a Rússia; a da Itália (1859), contra a Áustria; e a Franco-Prussiana (1870),
contra a Prússia e outros estados alemães. Fora da Europa, as tropas francesas estiveram na
Argélia, Senegal, Síria, China, Indochina e México.
4. A posse de territórios ultramarinos era importante, pois, entre outros interesses, a França pre-
tendia competir com o Império Colonial da Inglaterra na busca por fontes de matérias-primas
e de mercados para os produtos de suas indústrias.

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França (1870-1914)
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1. Após a capitulação francesa na Guerra Franco-Prussiana, houve a proclamação da República


(04.09.1870), formando-se o Governo de Defesa Nacional sob a presidência do general Trochu.
Este governo ainda tentou resistir aos alemães por algum tempo, o que tornou crítica a si-
tuação do país. No interior, houve eleições para uma Assembleia Nacional que, reunida em
Bordeaux, passou a governar a França a partir de 13 de fevereiro de 1871, tendo como chefe
do Executivo Adolphe Thiers (favorável ao estabelecimento da paz).
2. A Comuna de Paris foi um movimento insurrecional que tomou o poder em Paris entre 18 de
março e 28 de maio de 1871. A situação precária da cidade (após o bombardeio e sítio pelas
tropas alemãs), somada aos atos do governo Thiers (como a tentativa de desarmar a Guarda
Nacional), levou à formação da Comuna. De maneira geral, os revoltosos ficaram isolados e,
após uma luta encarniçada contra o governo, foram derrotados e tratados como traidores.
3. Embora editada durante o governo de Patrice de Mac Mahon, a Constituição de 1875 formali-
zou o regime republicano e tornou a presidência um cargo quase honorário. A França adotou
o modelo da república parlamentar, e quem exercia efetivamente o governo era o presidente
do Conselho de Ministros. Sob o governo de Jules Grévy (1879-1887), consolidou-se o regime
republicano, em um período marcado pelo embate entre clericalismo e anticlericalismo.
4. Os franceses jamais aceitaram a perda do território da Alsácia-Lorena para a Alemanha. Em
virtude disso, o governo francês procurou canalizar o nacionalismo e a ideia de “prestígio na-
cional” para a expansão colonial. De fato, as colônias francesas implantadas na África e na Ásia
renderam à França fontes de matérias-primas e mercados de consumo no período de sua re-
construção econômica. Recuperada a economia, o governo voltou a se militarizar e buscou,
na política externa, meios para isolar a Alemanha no continente europeu. Políticos militaristas
incentivavam a imprensa a influenciar a opinião pública com a ideia de revanche contra os ale-
mães. Com o crescimento do poderio econômico e militar alemão, avolumaram-se divergên-
cias e conflitos de interesses que agruparam as potências europeias em dois blocos (Tríplice
Aliança e Tríplice Entente) que se confrontaram na Primeira Guerra Mundial.

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Partilha da África
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1. O colonialismo do século XVI associou-se à expansão marítima europeia e ao desenvolvimento


do capitalismo com a montagem do Antigo Sistema Colonial, que estabeleceu um pacto entre
metrópoles e colônias baseado no monopólio comercial e viabilizado pela política econômica
mercantilista. Por sua vez, o colonialismo do século XIX associou-se ao advento da Revolu-
ção Industrial inglesa e à afirmação do capitalismo industrial. A necessidade de obter novos
mercados, de controlar as fontes de matérias-primas e de encontrar locais para a aplicação de
capitais excedentes levou as potências europeias a dominar e partilhar entre si a África e a Ásia,
que passaram a integrar o mercado internacional.
2. As potências coloniais formularam diversas argumentações culturais, humanitárias e filosófi-
cas para explicar a necessidade do imperialismo no século XIX. Entre elas, destacou-se a ideia
do dever do homem branco em levar a cultura e a civilização europeias aos povos considera-
dos atrasados.
3. Ainda que a partilha da África tenha começado em meados do século XIX, a Conferência de
Berlim (1884-1885) marcou o auge desse processo. Contando com a participação de catorze
países da Europa Ocidental, além dos Estados Unidos e da Rússia, a conferência visou estabe-
lecer uma regulamentação colonial e delimitar as fronteiras territoriais entre as colônias afri-
canas. Consagrou-se também o princípio segundo o qual um país europeu, para reclamar um
território na África, deveria efetivamente ocupá-lo (o que gerou uma verdadeira corrida ao
interior do continente africano).

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Partilha da Ásia
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1. No século XIX, a Índia estava sob o domínio inglês, a Indochina, sob o domínio francês, e a In-
donésia, sob o domínio holandês.
2. Em 1842, derrotada na Guerra do Ópio, a China teve de assinar o Tratado de Nanquim
(29.08.1842), por meio do qual se abriram cinco portos ao comércio inglês, restabelecendo-se
o comércio do ópio; a Inglaterra também anexou Hong Kong. Estados Unidos e França obtiveram
concessões semelhantes pelos Tratados de Wanghin e Whampoa (1844).
Entre 1856 e 1858, Inglaterra e França moveram uma guerra contra a China que, derrotada,
teve de assinar os Tratados de Tientsin (livre navegação do rio Yang-Tsé, abertura de onze
novos portos no vale do Yang-Tsé, jurisdição autônoma, liberdade de ação para as missões cristãs
e proteção dos missionários). Posteriormente, o Tratado de Pequim (1860) deu às potências
ocidentais o direito de estabelecer embaixadas em Pequim, bem como acrescentou mais por-
tos à lista dos Tratados de Tientsin.
Entre 1894 e 1895, eclodiu a Guerra Sino-Japonesa. Derrotada, a China assinou o Tratado de
Shimonoseki, pelo qual reconheceu a independência da Coreia (que passou à influência japo-
nesa), cedeu ao Japão a Ilha Formosa (Taiwan), as Ilhas Pescadoras e a península de Liao-Tung
(Manchúria).
Em 1900, eclodiu na China uma revolta de caráter nacionalista contra a dominação ocidental
denominada Revolta dos Boxers. Um exército internacional sufocou a revolta, obrigando os
chineses a assinar o Protocolo dos Boxers (1901): além da punição aos culpados, haveria a sus-
pensão dos concursos de funcionários públicos durante cinco anos, a proibição de importar
armas e munições por dois anos, o pagamento de uma indenização de cerca de 67 milhões de
libras e a autorização aos europeus para manter tropas em Pequim.
3. A Restauração Meiji retirou o poder das mãos da aristocracia feudal no Japão. Com a subida
ao trono do imperador Mutsuhito (1867-1912), acabou-se com o poder dos senhores feudais
(xóguns) e estabeleceu-se a centralização do poder político. O país se modernizou, passando
por uma revolução industrial. Em pouco mais de duas décadas, a Restauração Meiji fez o Japão
sair do estado de atraso econômico, passando a ocupar um lugar entre as dez primeiras nações
industriais.

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Brasil: Primeira República (1889-1894)
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1. A Abolição da Escravatura e a entrada em massa de imigrantes, associadas ao crescimento do


trabalho assalariado, agravaram a falta de meio circulante no Brasil. A fim de solucionar o pro-
blema, Rui Barbosa permitiu que vários bancos regionais emitissem papel-moeda, que era las-
treado em títulos da dívida pública. Em pouco tempo, a mudança da situação econômica – de
restrição para a expansão do crédito – gerou um quadro de euforia econômica. O resultado
mais evidente da reforma financeira foi o aumento generalizado e contínuo dos preços (infla-
ção), que levou à desvalorização da moeda e à queda do poder aquisitivo. A multiplicação de
negócios arriscados, que pretendiam fazer fortuna da noite para o dia, provocou falências ge-
neralizadas, desemprego e o desenvolvimento de um desenfreado jogo especulativo na Bolsa
de Valores (que operava com ações fictícias).
2. Inspirada nos modelos constitucionais dos Estados Unidos, da Argentina e da Suíça, a primei-
ra Constituição republicana (24.02.1891) definia o Brasil como uma república representativa,
federalista e presidencialista assentada sobre três poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário.
O voto era aberto, mas as mulheres não tinham o direito de votar. De acordo com disposições
transitórias, a primeira eleição para a Presidência da República seria feita de forma indireta,
pelo Congresso Nacional.
3. Tão logo Deodoro assumiu a Presidência, abriu-se uma grande oposição do Legislativo, que
o acusava de envolvimento em casos de corrupção. Ao lado de um novo ministério sob o co-
mando do Barão de Lucena, ambos tentaram reforçar o Poder Executivo. Todavia, um artigo da
Constituição dava ao Legislativo o poder de fazer uma lei que definisse as responsabilidades
criminais do presidente. Na medida em que o Legislativo estava contra Deodoro, os parlamen-
tares trataram de preparar o projeto de lei, que passou na Câmara e no Senado, necessitando
da sanção presidencial para se tornar lei. Caso o projeto fosse aprovado, certamente Deodoro
seria impedido de governar por meios legais. Frente a isso, executou um golpe de Estado:
dissolveu o Legislativo e decretou o estado de sítio no Rio de Janeiro (03.11.1891). Em 23 de
novembro de 1891 ocorreu o contragolpe. A Revolta da Armada, liderada pelo contra-almi-
rante Custódio José de Melo, exigiu que Deodoro renunciasse, caso contrário o Rio de Janeiro
seria bombardeado. Deodoro renunciou imediatamente e assumiu o vice-presidente, Floriano
Peixoto.
4. Devido à sua vitória sobre a Segunda Revolta da Armada (09.12.1893), que exigia sua renúncia.

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Brasil: Primeira República (1894-1902)
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1. A Guerra de Canudos (1896-1897) foi um movimento social de caráter messiânico ocorrido no


sertão da Bahia. Liderados por Antônio Conselheiro, sertanejos formaram o arraial de Canudos
que, atraindo uma população cada vez maior, provocou falta de mão de obra nos latifúndios
da região e enfraqueceu o poder e a influência da Igreja Católica. Após a intervenção infrutí-
fera do governo estadual, o Exército enviou três expedições que foram derrotadas pelos ser-
tanejos. Somente na quarta expedição o arraial de Canudos foi destruído e os seguidores de
Conselheiro, em sua maioria, mortos.
2. Frente a uma situação econômica crítica, Campos Salles, antes de ser empossado, viajou à
Inglaterra e conseguiu, junto aos principais credores do Brasil, o reescalonamento da dívida
externa (moratória) e um empréstimo (10 milhões de libras esterlinas) cujo pagamento foi
garantido pelas rendas da alfândega do Rio de Janeiro (Funding Loan). Procedeu-se também
a uma rígida política deflacionária, com o congelamento de créditos e salários e a retirada do
dinheiro inflacionado de circulação. Por fim, aumentaram-se os impostos existentes e cria-
ram-se novos impostos.
3. A Política dos Governadores foi um esquema montado pelo próprio Campos Salles que con-
sistia no seguinte: o governo central apoiaria os governos estaduais, desde que estes o apoias-
sem no Congresso Nacional. Esse sistema de apoio mútuo resultou no predomínio político de
São Paulo e Minas Gerais (política do café com leite), pois as maiores bancadas na Câmara dos
Deputados eram oriundas desses estados.

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Brasil: Primeira República (1902-1910)
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1. Em 31 de outubro de 1904, o Congresso Nacional aprovou a lei da vacina obrigatória contra a


varíola no Rio de Janeiro. Contudo, o meio de ação empregado para isso, conjugado ao desco-
nhecimento em relação ao funcionamento da vacina, gerou uma forte resistência que acabou
levando a um levante popular entre os dias 10 e 16 de novembro de 1904. A revolta se tornou
mais grave ao receber a adesão de alunos da Escola Militar da Praia Vermelha, instigados por
indivíduos que pretendiam depor Rodrigues Alves. Após conter o movimento, o governo de-
cretou o estado de sítio por 30 dias e extinguiu a Escola Militar no Rio de Janeiro, criando uma
Escola de Guerra em Porto Alegre (RS).
2. Rodrigues Alves procurou eliminar da cidade do Rio de Janeiro o tom acanhado herdado do
Período Colonial. Por intermédio do prefeito Pereira Passos, demoliram-se cortiços, abriram-se
novas avenidas, remodelou-se e ampliou-se o porto, fiscalizaram-se habitações, removeram-se
objetos que favoreciam a proliferação de ratos e mosquitos e retiraram-se quiosques de co-
mércio das ruas.
3. O Convênio de Taubaté foi uma reunião dos presidentes dos três estados produtores de café
(São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro) que estabeleceu o primeiro acordo para a valoriza-
ção do café. Segundo esse acordo, caberia ao governo a compra dos estoques de café inven-
dáveis no exterior. Também seria criada a Caixa de Conversão, um instrumento monetário para
que as moedas estrangeiras provenientes das exportações de café fossem convertidas a uma
taxa desvalorizada.

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Brasil: Primeira República (1910-1919)
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1. Apoiado por Pinheiro Machado, Hermes da Fonseca iniciou a chamada Política das Salvações,
que consistiu em destituir do poder algumas oligarquias estaduais que haviam apoiado a can-
didatura de Rui Barbosa. O presidente passou a substituir os governos estaduais eleitos com
o apoio daquelas oligarquias por interventores militares, usando até mesmo tropas federais e
tentando eliminar, dessa maneira, a oposição em certos estados, sobretudo no Nordeste.
2. Foi um movimento liderado pelo marinheiro João Cândido Felisberto, do encouraçado Minas
Gerais, contra os castigos corporais (chibatadas) vigentes na Marinha e pela melhoria dos salá-
rios. Frente à adesão de outros navios e ao pânico da população carioca, o Congresso apresen-
tou um projeto de anistia que foi sancionado por Hermes da Fonseca. Confiantes na promessa
do governo, os marinheiros encerraram a rebelião. Todavia, o governo não honrou a anistia,
prendendo e eliminando a maioria dos revoltosos.
3. A presidência de Venceslau Brás coincidiu com o período da Primeira Guerra Mundial (1914-1918).
Houve um aumento das exportações brasileiras devido às necessidades dos países em guerra
e, simultaneamente, uma queda das importações, pois os países fornecedores de manufaturas
estavam envolvidos no esforço de guerra. Frente a isso, os setores ligados à agricultura passa-
ram a investir no setor industrial para atender à demanda reprimida, iniciando-se a industria-
lização do Brasil, chamada de “substitutiva de importações” porque o país passou a produzir
muitos dos bens de consumo que antes importava.

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Brasil: Primeira República (1919-1930)
aula 12

1. Tenentismo foi o nome dado a um movimento mais ou menos articulado de jovens oficiais,
sobretudo tenentes, que criticava a máquina político-administrativa da Primeira República. Da
crítica, passaram à ação armada, como atestam as revoltas ocorridas ao longo da década de
1920 no Brasil. Segundo alguns autores, o tenentismo expressava os interesses da classe média
nascente, propondo a moralização dos costumes políticos e o voto secreto.
2. A Revolta do Forte de Copacabana foi o primeiro movimento tenentista armado, que visava
impedir a posse de Arthur Bernardes na Presidência da República. Apesar de derrotado, o mo-
vimento chamou a atenção do país para o tenentismo e sua luta.
3. A Coluna Prestes-Miguel Costa surgiu do encontro dos revoltosos do Rio Grande do Sul, lidera-
dos por Luís Carlos Prestes, com os de São Paulo, vinculados a Miguel Costa. Seu propósito era
continuar a campanha de incentivo à rebeldia tenentista pelo Brasil. Entre 1925 e 1927, a Coluna
percorreu cerca de 25 mil quilômetros, atravessando doze estados brasileiros sob intensa per-
seguição do governo. Ao final, muitos de seus membros se exilaram na Bolívia.
4. A indicação oficial do paulista Júlio Prestes à Presidência da República representou o rompi-
mento da política do café com leite que levou à formação da Aliança Liberal, chapa de oposição
que tinha como candidatos Getúlio Vargas (presidente) e João Pessoa (vice), e era apoiada por
Rio Grande do Sul, Paraíba e Minas Gerais. As eleições deram a vitória aos candidatos situa-
cionistas (Júlio Prestes e Vital Soares) e, em princípio, o resultado foi aceito pelos derrotados.
Todavia, alguns incidentes políticos – como o assassinato de João Pessoa – precipitaram a
eclosão da revolução. Luís Carlos Prestes, no exílio, foi procurado pelos militares que conspira-
vam contra o governo para liderar o movimento revoltoso; ao declarar-se comunista, Prestes
causou uma cisão no tenentismo, levando muitos de seus membros a romperem com ele e
a aproximarem-se de Getúlio Vargas, que assumiu a liderança do movimento e publicou um
manifesto no qual contestava a legitimidade dos resultados eleitorais. Em 24 de outubro de
1930, Washington Luís foi deposto, assumindo em seu lugar uma Junta Pacificadora que, em
3 de novembro, entregou o poder a Getúlio Vargas.

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A reconstrução dos Estados Unidos após a Guerra Civil
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1. Com a Abolição da Escravatura, que libertou cerca de quatro milhões de escravos, houve no
Sul uma tendência ao desaparecimento das grandes propriedades devido tanto ao endivida-
mento dos proprietários quanto ao parcelamento da terra que se seguiu. As indústrias têxtil e
metalúrgica começaram a se desenvolver na região, surgindo, aos poucos, uma classe média
onde, até então, havia apenas senhores e escravos.
2. A partir de 1890, os sulistas introduziram cláusulas em suas legislações que retiravam direitos
civis dos negros (como o direito de voto). Negou-se aos negros o direito de pertencer a um júri,
estabelecendo-se locais separados para brancos e negros. Em 1865, fundou-se no Tennessee a
Ku Klux Klan, movimento de segregação racial.
3. Homestead Act foi um decreto do Congresso norte-americano (20.05.1862) que, visando fa-
vorecer a migração para o Oeste do território, previa a doação de 64 hectares de terras aos
colonos que as cultivassem por pelo menos cinco anos.

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Política externa dos Estados Unidos (séculos XIX e XX)
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1. Trata-se da Guerra Hispano-Americana, ocorrida em 1898, que colocou em confronto os Es-


tados Unidos e a Espanha. Havia muitos interesses econômicos norte-americanos em Cuba,
onde, desde 1895, desenvolvia-se uma revolta contra o domínio espanhol. A explosão de um
navio norte-americano ancorado em Havana (15.02.1898), por razões não esclarecidas, levou
os Estados Unidos a abrir hostilidades contra as autoridades espanholas em Cuba. A Espanha
declarou guerra aos Estados Unidos (24.04.1898) e a ação se passou nas Antilhas e no Pacífico.
Derrotada, a Espanha teve de assinar o Tratado de Paris (10.12.1898), que pôs fim à guerra e
a seu Império Colonial. Cuba tornou-se independente sob a tutela dos Estados Unidos, que
também receberam Porto Rico (Antilhas), Guam (Micronésia) e as Filipinas (obtidas por uma
indenização paga à Espanha).
2. Big Stick Policy (Política do Grande Porrete) foi o nome dado à orientação de política externa
dos Estados Unidos durante a presidência de Theodore Roosevelt (1901-1909) que dava um
poder de polícia aos Estados Unidos em relação aos problemas latino-americanos. Sob o pre-
texto da defesa de interesses norte-americanos, realizaram-se intervenções militares em paí-
ses como a República Dominicana, Cuba, Nicarágua e Honduras.
3. Franklin D. Roosevelt candidatou-se à presidência dos Estados Unidos, constando de sua pla-
taforma eleitoral o New Deal (novo acordo), que propunha a recuperação econômica do país.
Eleito em novembro de 1932, Roosevelt desvalorizou o dólar, favorecendo o aumento da renda
dos produtores. Criou também frentes de trabalho por meio de grandes obras públicas, o que
garantiu o emprego de muita mão de obra.
4. Good Neighbor Policy foi o nome dado à orientação de política externa em relação à América
Latina durante a presidência de Franklin D. Roosevelt (1933-1945). Essa “Política da Boa Vizi-
nhança” tinha por finalidade mudar a imagem dos Estados Unidos e, para tanto, abandonou-se
a intervenção na República Dominicana, fizeram-se acordos comerciais com Cuba e chegou-se
a bons termos com a política de nacionalização de Lázaro Cárdenas. Procurava-se, com isso, o
estabelecimento de denominadores comuns entre os Estados Unidos e a América Latina.

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Revolução Mexicana (1910)
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1. No período da ditadura de Porfírio Díaz, a economia mexicana era dependente do capital es-
trangeiro, voltada para o mercado externo e caracterizada pela concentração social e regional
da renda, marginalizando (e até excluindo) a maior parte da população dos frutos do cresci-
mento econômico. Com a finalidade de atender aos interesses da economia de exportação, a
população camponesa e indígena mexicana foi expropriada de suas terras comunais (ejidos).
Em consequência, as economias locais e de subsistência foram virtualmente eliminadas, dan-
do origem a uma massa de camponeses e indígenas empobrecidos e marginalizados.
2. Francisco Madero foi o líder ao redor do qual se uniram todos os descontentes com a ditadura
de Porfírio Díaz, inclusive lideranças populares como Emiliano Zapata e Pancho Villa. Candida-
tou-se à presidência nas eleições de 1910 mas não conseguiu se eleger, sendo preso pelo go-
verno. Após fugir para os Estados Unidos, propôs o Plano de San Luis Potosí (07.10.1910) que,
entre outros aspectos, declarava nulas as eleições presidenciais e conclamava a população
para uma insurreição contra a ditadura de Porfírio Díaz. Declarando-se presidente provisório e
contando com o apoio de Zapata e Villa, Madero conseguiu que o movimento revolucionário
fosse bem-sucedido, levando Porfírio Díaz à renúncia e ao exílio (25.05.1911). Em outubro de
1911, Madero foi eleito presidente e realizou as reformas políticas; todavia, não levou adiante
a proposta de devolução dos ejidos aos indígenas, levando ao rompimento de Zapata, que
propôs o Plano de Ayala (devolução das terras aos indígenas). Com a eclosão de revoltas por
todo o país, Madero nomeou o general Victoriano Huerta para defender o governo. No entan-
to, Huerta, dispondo das Forças Armadas, executou um golpe de Estado. Madero foi deposto e
assassinado (22.02.1913).
3. A importância da Revolução Mexicana associa-se à sua intervenção na estrutura agrária do
país, marcada por séculos de latifúndio, e à aprovação de uma Constituição (1917) que, entre
outros aspectos, criou regras para o estabelecimento de uma democracia no México.

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Ciências Humanas e suas Tecnologias – História – 2ª Série – Módulo 1 – Resolução

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