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1. Durante muito tempo, o trabalho científico foi realizado por diletantes, normalmente em seus
próprios lares, com utensílios simples e recursos limitados. Após as Revoluções Francesa e In-
dustrial, fundaram-se escolas e faculdades que formavam grande número de pessoas que dis-
punham de laboratórios e bibliotecas para a aprendizagem. O resultado disso foi a transição
do amadorismo à profissionalização, tanto do conhecimento quanto da produção científica.
2. A aplicação da crítica histórica aos relatos religiosos (sobretudo bíblicos), as evidências acumu-
ladas pela Geologia sobre a antiguidade da Terra e a teoria da evolução propuseram novas pers-
pectivas que, não raro, mostraram-se incompatíveis com o pensamento religioso tradicional.
3. Em 1864, o papa Pio IX publicou a encíclica Quanta Cura, que reafirmou o poder temporal da
Igreja, e a bula Syllabus Errorum, que condenou as práticas religiosas e políticas em desacordo
com a doutrina da Igreja. A partir de 1870, a defesa do dogma da infalibilidade papal provocou
uma maior oposição por parte dos anticlericais. No pontificado seguinte (Leão XIII), a Igreja
procurou se aproximar da oposição política e intelectual e passou a aceitar, com reservas, al-
gumas ideias científicas. Em 1891, a encíclica Rerum Novarum discutiu, entre outros aspectos,
os problemas decorrentes das relações entre capital e trabalho.
4. O anarquismo é contrário a qualquer forma de governo, pregando a eliminação de toda a
autoridade. Defende a “ação direta” contra o poder estabelecido e nega-se a participar de pro-
jetos eleitorais ou partidários. Contrário ao sistema capitalista, propõe uma sociedade sem
classes, sem partidos e sem Estado.
O comunismo, como o anarquismo, é contra o capitalismo e também propõe uma sociedade
sem classes, sem partidos e sem Estado. No entanto, acredita ser necessária uma revolução,
conduzida pelo Partido Comunista, para que o proletariado chegue ao poder. Para a passagem
do capitalismo ao comunismo, é necessário um Estado de transição (socialista).
O socialismo defende o pluripartidarismo e as regras democráticas, visando atingir o poder
por meio de eleições. Admite uma economia de mercado “vigiada”, cabendo ao Estado o papel
de benfeitor e promotor da justiça social.
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1. O Parlamento era o centro da vida política inglesa. Além de votar leis e julgar o orçamento,
exercia um controle ativo sobre os atos do governo. Era composto pela Câmara dos Lordes
(lordes espirituais e lordes temporais) e pela Câmara dos Comuns.
2. Durante seu reinado, Jorge III (1760-1820) teve de lidar com o processo de independência das
Treze Colônias (1776) e com as guerras com a França revolucionária (1789-1799) e napoleônica
(1799-1815).
3. Entre 1822 e 1830, houve a redução do imposto sobre produtos importados, aprovou-se o
direito de coalizão e greve para os operários, reformou-se o Código Penal e melhorou-se o
regime carcerário. As Leis dos Cereais (Corn Laws) foram modificadas pelo sistema de escala
móvel, segundo o qual os impostos sobre os cereais importados variariam em razão do preço
do trigo no mercado interno.
4. A reforma eleitoral de 1832 extinguiu os “burgos podres”, levando à redistribuição das cadeiras
no Parlamento (até então ocupadas, majoritariamente, por membros da aristocracia rural). Ao
garantir representatividade às regiões industriais, a reforma levou a um aumento de 70% do
eleitorado britânico (mas houve a manutenção do voto censitário). Enfim, a reforma eleitoral
de 1832 fortaleceu o papel da Câmara dos Comuns e consagrou a prática parlamentar. Nessa
época, os whigs se transformaram no Partido Liberal, e os tories, no Partido Conservador.
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1. O movimento cartista teria surgido em decorrência de a reforma eleitoral de 1832 não ter ga-
rantido a representação do operariado industrial no Parlamento. As reivindicações contidas na
“Carta do Povo”, cuja redação foi atribuída a William Lovett, eram: sufrágio universal masculino,
voto secreto, eliminação da condição de proprietário para ser membro do Parlamento, paga-
mento aos membros do Parlamento, igualdade entre os distritos eleitorais e eleições anuais
para o Parlamento.
2. As Leis dos Cereais (Corn Laws), por taxarem os produtos agrícolas importados, induziam ao
consumo do que era produzido no mercado interno. Logo, eram leis protecionistas, ou seja,
visavam proteger a produção interna. Um movimento iniciado na cidade industrial de Manches-
ter se colocou contra essa política protecionista, lutando pelo livre-cambismo. Em 1838, Richard
Cobden e John Bright fundaram a Anti-Corn Law League e, após uma campanha bem organi-
zada, de caráter nacional, conseguiram a revogação das Corn Laws e a instauração do livre-
-cambismo.
3. A China, sem ter como enfrentar os britânicos, teve de se render. A Inglaterra impôs o Tratado
de Nanquim (1842), que abriu novos portos chineses ao comércio com os estrangeiros, res-
tabeleceu o comércio do ópio e anexou Hong Kong. Um tratado de 1843 deu aos cidadãos
britânicos na China o direito de extraterritorialidade.
4. A descoberta de diamantes nas repúblicas bôeres (instaladas na África do Sul), a tentativa bri-
tânica de controlar as jazidas e o afluxo migratório de ingleses para a região gerou tensões que
levaram à eclosão da Guerra dos Bôeres. Após muita luta, os bôeres foram derrotados pelos
ingleses.
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1. Durante o Segundo Império, a França viveu sob uma ditadura marcada por crescimento
econômico e guerras vitoriosas. O intervalo 1852-1863 foi marcado por um regime autoritário
que, aos poucos, foi se transformando em um semiparlamentarismo que naufragou em virtude
da derrota na Guerra Franco-Prussiana (1870). De qualquer maneira, nesse período, a França
cresceu, se industrializou e realizou reformas sociais, além de ver aumentado seu império co-
lonial (especialmente na África e Ásia).
2. Houve a criação de instituições de crédito que financiaram grandes empreendimentos indus-
triais e a ampliação da malha ferroviária francesa. Uma companhia francesa construiu o canal
de Suez, ligando os mares Mediterrâneo e Vermelho. Por fim, houve um grande investimento
na reforma urbana que remodelou Paris.
3. Durante o Segundo Império, a França se envolveu em três guerras europeias: a da Crimeia
(1853-1856), contra a Rússia; a da Itália (1859), contra a Áustria; e a Franco-Prussiana (1870),
contra a Prússia e outros estados alemães. Fora da Europa, as tropas francesas estiveram na
Argélia, Senegal, Síria, China, Indochina e México.
4. A posse de territórios ultramarinos era importante, pois, entre outros interesses, a França pre-
tendia competir com o Império Colonial da Inglaterra na busca por fontes de matérias-primas
e de mercados para os produtos de suas indústrias.
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1. No século XIX, a Índia estava sob o domínio inglês, a Indochina, sob o domínio francês, e a In-
donésia, sob o domínio holandês.
2. Em 1842, derrotada na Guerra do Ópio, a China teve de assinar o Tratado de Nanquim
(29.08.1842), por meio do qual se abriram cinco portos ao comércio inglês, restabelecendo-se
o comércio do ópio; a Inglaterra também anexou Hong Kong. Estados Unidos e França obtiveram
concessões semelhantes pelos Tratados de Wanghin e Whampoa (1844).
Entre 1856 e 1858, Inglaterra e França moveram uma guerra contra a China que, derrotada,
teve de assinar os Tratados de Tientsin (livre navegação do rio Yang-Tsé, abertura de onze
novos portos no vale do Yang-Tsé, jurisdição autônoma, liberdade de ação para as missões cristãs
e proteção dos missionários). Posteriormente, o Tratado de Pequim (1860) deu às potências
ocidentais o direito de estabelecer embaixadas em Pequim, bem como acrescentou mais por-
tos à lista dos Tratados de Tientsin.
Entre 1894 e 1895, eclodiu a Guerra Sino-Japonesa. Derrotada, a China assinou o Tratado de
Shimonoseki, pelo qual reconheceu a independência da Coreia (que passou à influência japo-
nesa), cedeu ao Japão a Ilha Formosa (Taiwan), as Ilhas Pescadoras e a península de Liao-Tung
(Manchúria).
Em 1900, eclodiu na China uma revolta de caráter nacionalista contra a dominação ocidental
denominada Revolta dos Boxers. Um exército internacional sufocou a revolta, obrigando os
chineses a assinar o Protocolo dos Boxers (1901): além da punição aos culpados, haveria a sus-
pensão dos concursos de funcionários públicos durante cinco anos, a proibição de importar
armas e munições por dois anos, o pagamento de uma indenização de cerca de 67 milhões de
libras e a autorização aos europeus para manter tropas em Pequim.
3. A Restauração Meiji retirou o poder das mãos da aristocracia feudal no Japão. Com a subida
ao trono do imperador Mutsuhito (1867-1912), acabou-se com o poder dos senhores feudais
(xóguns) e estabeleceu-se a centralização do poder político. O país se modernizou, passando
por uma revolução industrial. Em pouco mais de duas décadas, a Restauração Meiji fez o Japão
sair do estado de atraso econômico, passando a ocupar um lugar entre as dez primeiras nações
industriais.
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1. Apoiado por Pinheiro Machado, Hermes da Fonseca iniciou a chamada Política das Salvações,
que consistiu em destituir do poder algumas oligarquias estaduais que haviam apoiado a can-
didatura de Rui Barbosa. O presidente passou a substituir os governos estaduais eleitos com
o apoio daquelas oligarquias por interventores militares, usando até mesmo tropas federais e
tentando eliminar, dessa maneira, a oposição em certos estados, sobretudo no Nordeste.
2. Foi um movimento liderado pelo marinheiro João Cândido Felisberto, do encouraçado Minas
Gerais, contra os castigos corporais (chibatadas) vigentes na Marinha e pela melhoria dos salá-
rios. Frente à adesão de outros navios e ao pânico da população carioca, o Congresso apresen-
tou um projeto de anistia que foi sancionado por Hermes da Fonseca. Confiantes na promessa
do governo, os marinheiros encerraram a rebelião. Todavia, o governo não honrou a anistia,
prendendo e eliminando a maioria dos revoltosos.
3. A presidência de Venceslau Brás coincidiu com o período da Primeira Guerra Mundial (1914-1918).
Houve um aumento das exportações brasileiras devido às necessidades dos países em guerra
e, simultaneamente, uma queda das importações, pois os países fornecedores de manufaturas
estavam envolvidos no esforço de guerra. Frente a isso, os setores ligados à agricultura passa-
ram a investir no setor industrial para atender à demanda reprimida, iniciando-se a industria-
lização do Brasil, chamada de “substitutiva de importações” porque o país passou a produzir
muitos dos bens de consumo que antes importava.
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1. Tenentismo foi o nome dado a um movimento mais ou menos articulado de jovens oficiais,
sobretudo tenentes, que criticava a máquina político-administrativa da Primeira República. Da
crítica, passaram à ação armada, como atestam as revoltas ocorridas ao longo da década de
1920 no Brasil. Segundo alguns autores, o tenentismo expressava os interesses da classe média
nascente, propondo a moralização dos costumes políticos e o voto secreto.
2. A Revolta do Forte de Copacabana foi o primeiro movimento tenentista armado, que visava
impedir a posse de Arthur Bernardes na Presidência da República. Apesar de derrotado, o mo-
vimento chamou a atenção do país para o tenentismo e sua luta.
3. A Coluna Prestes-Miguel Costa surgiu do encontro dos revoltosos do Rio Grande do Sul, lidera-
dos por Luís Carlos Prestes, com os de São Paulo, vinculados a Miguel Costa. Seu propósito era
continuar a campanha de incentivo à rebeldia tenentista pelo Brasil. Entre 1925 e 1927, a Coluna
percorreu cerca de 25 mil quilômetros, atravessando doze estados brasileiros sob intensa per-
seguição do governo. Ao final, muitos de seus membros se exilaram na Bolívia.
4. A indicação oficial do paulista Júlio Prestes à Presidência da República representou o rompi-
mento da política do café com leite que levou à formação da Aliança Liberal, chapa de oposição
que tinha como candidatos Getúlio Vargas (presidente) e João Pessoa (vice), e era apoiada por
Rio Grande do Sul, Paraíba e Minas Gerais. As eleições deram a vitória aos candidatos situa-
cionistas (Júlio Prestes e Vital Soares) e, em princípio, o resultado foi aceito pelos derrotados.
Todavia, alguns incidentes políticos – como o assassinato de João Pessoa – precipitaram a
eclosão da revolução. Luís Carlos Prestes, no exílio, foi procurado pelos militares que conspira-
vam contra o governo para liderar o movimento revoltoso; ao declarar-se comunista, Prestes
causou uma cisão no tenentismo, levando muitos de seus membros a romperem com ele e
a aproximarem-se de Getúlio Vargas, que assumiu a liderança do movimento e publicou um
manifesto no qual contestava a legitimidade dos resultados eleitorais. Em 24 de outubro de
1930, Washington Luís foi deposto, assumindo em seu lugar uma Junta Pacificadora que, em
3 de novembro, entregou o poder a Getúlio Vargas.
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1. Com a Abolição da Escravatura, que libertou cerca de quatro milhões de escravos, houve no
Sul uma tendência ao desaparecimento das grandes propriedades devido tanto ao endivida-
mento dos proprietários quanto ao parcelamento da terra que se seguiu. As indústrias têxtil e
metalúrgica começaram a se desenvolver na região, surgindo, aos poucos, uma classe média
onde, até então, havia apenas senhores e escravos.
2. A partir de 1890, os sulistas introduziram cláusulas em suas legislações que retiravam direitos
civis dos negros (como o direito de voto). Negou-se aos negros o direito de pertencer a um júri,
estabelecendo-se locais separados para brancos e negros. Em 1865, fundou-se no Tennessee a
Ku Klux Klan, movimento de segregação racial.
3. Homestead Act foi um decreto do Congresso norte-americano (20.05.1862) que, visando fa-
vorecer a migração para o Oeste do território, previa a doação de 64 hectares de terras aos
colonos que as cultivassem por pelo menos cinco anos.
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1. No período da ditadura de Porfírio Díaz, a economia mexicana era dependente do capital es-
trangeiro, voltada para o mercado externo e caracterizada pela concentração social e regional
da renda, marginalizando (e até excluindo) a maior parte da população dos frutos do cresci-
mento econômico. Com a finalidade de atender aos interesses da economia de exportação, a
população camponesa e indígena mexicana foi expropriada de suas terras comunais (ejidos).
Em consequência, as economias locais e de subsistência foram virtualmente eliminadas, dan-
do origem a uma massa de camponeses e indígenas empobrecidos e marginalizados.
2. Francisco Madero foi o líder ao redor do qual se uniram todos os descontentes com a ditadura
de Porfírio Díaz, inclusive lideranças populares como Emiliano Zapata e Pancho Villa. Candida-
tou-se à presidência nas eleições de 1910 mas não conseguiu se eleger, sendo preso pelo go-
verno. Após fugir para os Estados Unidos, propôs o Plano de San Luis Potosí (07.10.1910) que,
entre outros aspectos, declarava nulas as eleições presidenciais e conclamava a população
para uma insurreição contra a ditadura de Porfírio Díaz. Declarando-se presidente provisório e
contando com o apoio de Zapata e Villa, Madero conseguiu que o movimento revolucionário
fosse bem-sucedido, levando Porfírio Díaz à renúncia e ao exílio (25.05.1911). Em outubro de
1911, Madero foi eleito presidente e realizou as reformas políticas; todavia, não levou adiante
a proposta de devolução dos ejidos aos indígenas, levando ao rompimento de Zapata, que
propôs o Plano de Ayala (devolução das terras aos indígenas). Com a eclosão de revoltas por
todo o país, Madero nomeou o general Victoriano Huerta para defender o governo. No entan-
to, Huerta, dispondo das Forças Armadas, executou um golpe de Estado. Madero foi deposto e
assassinado (22.02.1913).
3. A importância da Revolução Mexicana associa-se à sua intervenção na estrutura agrária do
país, marcada por séculos de latifúndio, e à aprovação de uma Constituição (1917) que, entre
outros aspectos, criou regras para o estabelecimento de uma democracia no México.
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