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Determinismo

aula 1

1. Livre-arbítrio é a liberdade de decisão ou de ação, a capacidade de escolhermos o que fazer.


O problema do livre-arbítrio surge quando se pergunta se as decisões e ações humanas são
comparáveis a quaisquer outros fenômenos, dominados por causas e pelas leis da natureza, ou
se são livres.
2. O determinismo é a tese segundo a qual as ações humanas não são livres; ao contrário, são
determinadas por causas anteriores e pelas leis da natureza.
3. O argumento determinista é o seguinte: se nossas ações são determinadas, então não temos
livre-arbítrio. Ora, nossas ações são realmente determinadas. Logo, não temos livre-arbítrio.
4. O argumento da causalidade à distância afirma que nossas ações são determinadas por fatores
que escapam ao nosso controle, tais como os genes e o ambiente. Em linhas gerais, afirma que
se todas as ações humanas têm causas anteriores, então elas são determinadas. Ora, como as
ações humanas têm causas anteriores, elas são determinadas.
5. O argumento da inevitabilidade afirma que, dados os nossos desejos e crenças, nossas ações
não podem ser de outra maneira, ou seja, são inevitáveis. Em sua forma resumida, o argumen-
to afirma que se todas as ações humanas são inevitáveis, então elas são determinadas. Ora,
como as ações humanas são de fato inevitáveis, então elas são determinadas.

Ciências Humanas e suas Tecnologias – Filosofia – 2ª Série – Módulo 1 – Resolução 1


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Sartre e o indeterminismo
aula 2

1. O indeterminismo é a tese de que nossas ações não são determinadas causalmente. Sendo
assim, somos agentes livres.
2. A afirmação de Hugo, segundo a qual “um pai de família nunca é um pai de família” e “um as-
sassino nunca é inteiramente um assassino”, remete à tese existencialista de que, no homem,
“a existência precede a essência”. De fato, não existe uma natureza humana que condicione o
comportamento dos sujeitos, sendo eles livres para realizarem escolhas sempre renovadas pe-
las quais continuamente se definem e se redefinem. Na medida em que se reinventa por suas
ações, o homem é um projeto lançado no futuro, em vez de um objeto fabricado e um produto
acabado, cuja função e utilidade estão previamente determinadas.
3. O argumento de Sartre contra a ideia de natureza humana é o seguinte: se o determinismo é
verdadeiro, então existe a natureza humana; mas a natureza humana não existe; logo, o deter-
minismo é falso. Já o argumento de Sartre a favor da responsabilidade moral afirma o seguinte:
se o determinismo é verdadeiro, então não existe responsabilidade moral; mas a responsabi-
lidade moral existe; logo, o determinismo é falso.
4. Sartre caracteriza a angústia como a situação do homem completamente isolado na tomada
de escolhas, sem nenhum parâmetro preestabelecido que possa auxiliá-lo em suas resoluções.
Por isso, a angústia também envolve uma total responsabilidade sobre os indivíduos.
5. A má-fé consiste, de acordo com Sartre, em uma espécie de negação da total liberdade e res-
ponsabilidade que temos ao fazer escolhas e agir. Hugo parece cair nesse autoengano na me-
dida em que atribui ao acaso, e não à sua decisão, o ato de ter disparado um tiro.

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Análise do texto: O existencialismo é um humanismo
aula 3

1. a) O existencialismo defende que, no homem, a existência precede a essência. Isso implica


dizer que não existe nenhuma natureza humana, nenhum modelo prévio no qual o homem
se encaixe e que indique a ele o que deva ser ou o modo como deve agir. Se é assim, ele está
condenado à liberdade, uma vez que todas as suas escolhas ou ações são resultado de uma
decisão subjetiva e, desse modo, o homem nada mais é do que aquilo que ele faz de si mesmo.
b) Para o existencialismo sartriano, não há nada de um ponto de vista objetivo capaz de orien-
tar os homens sobre a maneira correta de agir. Assim, estariam todos abandonados ao próprio
subjetivismo, ou seja, a escolher sozinhos no que crer e como agir. Mas, de todo modo, qualquer
motivação será sempre subjetiva, uma vez que não há “o certo” e “o errado” predefinidos, o
que faz pesar sobre os homens a liberdade de decidir em favor daquilo que concebem como
o melhor para a humanidade e, assim, a responsabilidade sobre todas as consequências que
advierem dessas escolhas.
c) A angústia, segundo Sartre, decorre da consciência acerca da responsabilidade que cada
homem carrega em suas decisões, que deriva, por sua vez, da compreensão de que o mundo
é construído através das ações humanas e que, portanto, suas escolhas e ações fazem parte
dessa construção. Se não há nenhum guia de conduta a priori capaz de orientá-lo em suas
escolhas, cada homem, no lugar de um deus, é coautor do mundo, pois, se estiver de boa-fé,
reconhece que na busca pela melhor decisão está escolhendo através de suas ações como os
homens e a realidade devem ser, construindo o mundo de acordo com o quinhão de respon-
sabilidade que lhe cabe.
d) A má-fé consiste na negação da própria responsabilidade pelo agente, o que ocorre quando
ele se contenta em agir de um modo que sabe ser insustentável ou danoso ao mundo, caso
todos os demais agentes decidissem imitar sua conduta.

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A crítica ao indeterminismo e o compatibilismo
aula 4

1. A crítica à implausibilidade defende que o indeterminismo, ao afirmar que as ações humanas


são livres, é forçado a assumir que elas não estão sob o domínio das leis causais da natureza.
Os seres humanos, portanto, seriam algo à parte da natureza. No entanto, não há evidência ou
prova científica que corrobore essa posição.
2. O determinismo e o indeterminismo caem em um falso dilema, na medida em que consideram
excludentes as ideias de determinismo e de liberdade. Existiria, contudo, uma terceira resposta
para o problema do livre-arbítrio: a ideia de que o comportamento humano pode ser livre
apesar de causalmente determinado, como defendem os compatibilistas.
3. O compatibilismo é a tese de que a liberdade é compatível com o determinismo. Em outras
palavras, é a ideia de que os seres humanos podem ser livres apesar de serem causalmente
determinados.
4. Não é uma contradição porque o compatibilismo redefine o conceito de livre-arbítrio. Embora
todas as ações sejam determinadas, a liberdade aparece no fato de que as ações não são reali-
zadas sob coação ou constrangimento externo.
5. O argumento da ausência de coação afirma que se algumas ações humanas não são resultado
de coação externa e estão ligadas à nossa capacidade de escolha, então tais ações são livres.
Ora, algumas ações não resultam, de fato, de nenhuma coação externa e estão ligadas à nossa
capacidade de escolha. Portanto, tais ações seriam livres.

Ética e relativismo cultural


aula 5

1. O relativismo cultural defende a tese de que todas as proposições morais só são verdadeiras
ou falsas em uma determinada cultura. Desse modo, não há um padrão objetivo e neutro de
avaliação moral.
2. O argumento da diversidade cultural afirma que o fato de existirem culturas diferentes, com có-
digos morais diferentes, mostra que não há padrões morais universalmente aceitos e objetivos.
3. O argumento da tolerância afirma que nenhuma cultura é moralmente superior a outra e, por
isso, não se deve interferir nos costumes que cada cultura admite. Apoiado no argumento da
tolerância, o relativismo cultural repudia o etnocentrismo, atitude de desprezo por culturas
consideradas inferiores, bárbaras ou selvagens.

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