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DIREITOS HUMANOS

1. FONTES DO DIREITO INTERNACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS .................................. 4


1.1. Tratados internacionais..................................................................................................... 4
1.2. Costume Internacional ...................................................................................................... 5
1.3. Princípios gerais do direito ................................................................................................ 5
1.4. Fontes auxiliares do DIDH ................................................................................................ 5
1.5. Outras fontes .................................................................................................................... 6
2. CLASSIFICAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS ....................................................................... 6
2.1. Classificação clássica – gerações de direitos humanos .................................................... 6
2.2. Classificação conforme o direito internacional: os direitos humanos civis e políticos, os
econômicos, sociais e culturais ................................................................................................... 7
2.3. Direitos humanos globais ................................................................................................... 14
3. CARACTERÍSTICAS (PRINCÍPIOS) DO DIREITO INTERNACIONAL DOS DIREITOS
HUMANOS ................................................................................................................................... 15
3.1. Inerência ......................................................................................................................... 15
3.2. Universalidade ................................................................................................................ 15
3.3. Indivisibilidade e interdependência ................................................................................. 16
3.4. Transnacionalidade ........................................................................................................ 16
3.5. Proibição do Regresso ou Vedação do Retrocesso ........................................................ 16
3.6. Imprescritibilidade ........................................................................................................... 16
3.7. Inalienabilidade ............................................................................................................... 17
3.8. Irrenunciabilidade ........................................................................................................... 17
3.9. Efetividade ...................................................................................................................... 17
3.10. Historicidade ............................................................................................................... 17
SISTEMA INTERNACIONAL DE PROTEÇÃO E PROMOÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS:
DECLARAÇÕES E TRATADOS DA ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS E DA
ORGANIZAÇÃO DOS ESTADOS AMERICANOS. ....................................................................... 17
I. INTRODUÇÃO....................................................................................................................... 17
II. SISTEMA UNIVERSAL: A CARTA INTERNACIONAL DE DIREITOS HUMANOS ................. 18
1. DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS (DUDH) ......................................... 18
2. PACTOS INTERNACIONAIS DE DIREITOS HUMANOS DE 1966 ........................................... 21
2.1. Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos ................................................................. 23
2.1.1. Mecanismo de Proteção: Comitê de Direitos Humanos ............................................... 30
2.2. Pacto Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (PIDESC) ....................... 34
2.2.1. Mecanismo de proteção: Comitê de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais ............ 37
III. SISTEMA UNIVERSAL: TRATADOS ESPECÍFICOS .............................................................. 38
1. CONVENÇÃO INTERNACIONAL SOBRE A ELIMINAÇÃO DE TODAS AS FORMAS DE
DISCRIMINAÇÃO RACIAL ........................................................................................................... 38
1.1. Comitê para a Eliminação da Discriminação Racial ........................................................ 40
2. CONVENÇÃO SOBRE A ELIMINAÇÃO DE TODAS AS FORMAS DE DISCRIMINAÇÃO
CONTRA A MULHER ................................................................................................................... 42
2.1. Protocolo Facultativo à Convenção sobre a Eliminação de todas as formas de
Discriminação contra a Mulher .................................................................................................. 43
2.2. Comitê sobre a Eliminação da Discriminação Contra a Mulher........................................... 43
3. CONVENÇÃO CONTRA A TORTURA E OUTROS TRATAMENTOS OU PENAS CRUÉIS,
DESUMANOS OU DEGRADANTES............................................................................................. 46
3.1. Protocolo Facultativo à Convenção Contra a Tortura e Outros Tratamentos ou Penas
Cruéis, Desumanos ou Degradantes ......................................................................................... 50
3.2. Comitê ................................................................................................................................ 50
3.3. Subcomitê para Prevenção da Tortura ............................................................................... 54
4. CONVENÇÃO INTERNACIONAL SOBRE OS DIREITOS DA CRIANÇA .............................. 55
4.1. Protocolo Facultativo à Convenção Internacional sobre os Direitos das Crianças, relativo à
Venda de Crianças, Prostituição Infantil e Pornografia Infantil................................................... 58
4.2. Protocolo Facultativo à Convenção Internacional Sobre Os Direitos Da Criança, Relativo à
Participação De Crianças Em Conflitos Armados ...................................................................... 59
4.3. Comitê sobre os Direitos das Crianças ............................................................................... 59
5. CONVENÇÃO SOBRE OS DIREITOS DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA ........................ 61
5.1. Protocolo Facultativo à Convenção sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência .......... 64
5.2. Comitê dos Direitos das Pessoas com Deficiências ........................................................ 64
6. CONVENÇÃO PARA A PREVENÇÃO E PUNIÇÃO AO CRIME DE GENOCÍDIO ................. 65
7. CONVENÇÃO INTERNACIONAL PARA A PROTEÇÃO DE TODAS AS PESSOAS CONTRA
OS DESAPARECIMENTOS FORÇADOS..................................................................................... 65
7.1. Comitê contra Desaparecimentos Forçados ................................................................... 67
8. CONVENÇÃO PARA A PROTEÇÃO DOS DIREITOS DE TODOS OS TRABALHADORES
MIGRANTES E MEMBROS DAS SUAS FAMÍLIAS ...................................................................... 68
8.1. Comitê ............................................................................................................................ 69
IV – SISTEMA REGIONAL AMERICANO ..................................................................................... 69
1. CARTA DA OEA .................................................................................................................... 69
2. DECLARAÇÃO AMERICANA DOS DIREITOS E DEVERES DO HOMEM ............................ 70
3. CONVENÇÃO AMERICANA DE DIREITOS HUMANOS ....................................................... 72
3.1. Comissão Interamericana de Direitos Humanos ............................................................. 79
3.2. Corte Interamericana de Direitos Humanos .................................................................... 82
3.3. Protocolo Adicional à Convenção Americana sobre Direitos Humanos Referente à Abolição
da Pena de Morte ...................................................................................................................... 84
3.4. Protocolo Adicional à Convenção Americana sobre Direitos Humanos em Matéria de
Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, “Protocolo de San Salvador” .................................... 85
4. CONVENÇÃO INTERAMERICANA PARA PREVENIR E PUNIR A TORTURA ..................... 86
5. CONVENÇÃO INTERAMERICANA PARA PREVENIR, PUNIR E ERRADICAR A VIOLÊNCIA
CONTRA A MULHER, CONVENÇÃO DE BELÉM DO PARÁ ....................................................... 87
6. CONVENÇÃO INTERAMERICANA PARA ELIMINAÇÃO DE TODAS AS FORMAS DE
DISCRIMINAÇÃO CONTRA AS PESSOAS PORTADORAS DE DEFICIÊNCIA ........................... 91
7. CONVENÇÃO INTERAMERICANA SOBRE O DESAPARECIMENTO FORÇADO DE
PESSOAS..................................................................................................................................... 93
V. OPINIÕES CONSULTIVAS ...................................................................................................... 94
1. Opinião Consultiva 1/82 ......................................................................................................... 95
2. Opinião Consultiva 2/82 ......................................................................................................... 95
3. Opinião Consultiva 3/83 ......................................................................................................... 97
4. Opinião Consultiva 4/84 ......................................................................................................... 98
5. Opinião Consultiva 5/85 ......................................................................................................... 98
6. Opinião Consultiva 6/86 ......................................................................................................... 99
7. Opinião Consultiva 7/86 ....................................................................................................... 100
8. Opinião Consultiva 8/87 ....................................................................................................... 101
9. Opinião Consultiva 9/87. ...................................................................................................... 102
10. Opinião Consultiva 10/89 ................................................................................................. 104
11. Opinião Consultiva 11/90. ................................................................................................ 105
12. Opinião Consultiva 12/91 ................................................................................................. 106
13. Opinião Consultiva 13/93 ................................................................................................. 107
14. Opinião Consultiva 14/94. ................................................................................................ 108
15. Opinião Consultiva 15/97. ................................................................................................ 109
16. Opinião Consultiva 16/99 ................................................................................................. 110
17. Opinião Consultiva 17/97 ................................................................................................. 113
18. Opinião Consultiva 18/03 ................................................................................................. 113
19. Opinião Consultiva 19/05 ................................................................................................. 114
20. Opinião Consultiva 20/09 ................................................................................................. 114
21. Opinião Consultiva 21/11. ................................................................................................ 115
1. FONTES DO DIREITO INTERNACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS
Entende-se como Direitos Humanos Internacionais1 a soma dos direitos civis, políticos,
econômicos, sociais, culturais e coletivos estipulados pelos instrumentos internacionais e
regionais e pelo costume internacional. Deste conceito extraem-se as principais fontes formais do
DIDH, quais sejam: os tratados internacionais e o costume internacional – os princípios também
são considerados como fonte formal primária. Há, ainda, as fontes auxiliares, tais como a doutrina
e decisões judiciais.

O art. 38 do Estatuto da Corte Internacional de Justiça traz as fontes do Direito


Internacional.

Artigo 38
1. A Corte, cuja função seja decidir conforme o direito internacional as
controvérsias que sejam submetidas, deverá aplicar;
2. As convenções internacionais, sejam gerais ou particulares, que
estabeleçam regras expressamente reconhecidas pelos Estados litigantes;
3. O costume internacional como prova de uma prática geralmente aceita
como direito;
4. Os princípios gerais do direito reconhecidos pelas nações civilizadas;
5. As decisões judiciais e as doutrinas dos publicitários de maior
competência das diversas nações, como meio auxiliar para a determinação
das regras de direito, sem prejuízo do disposto no Artigo 59.
6. A presente disposição não restringe a faculdade da Corte para decidir um
litígio ex aequo et bono, se convier às partes

Segundo André de Carvalho Ramos, são fontes do Direito Internacional, apesar de não
mencionadas no artigo 38, os atos unilaterais e as resoluções vinculantes das organizações
internacionais.

1.1. Tratados internacionais


Importante ressaltar que não existe hierarquia entre as fontes principais. Embora seja mais
fácil e prático aplicar um tratado internacional, pois está escrito, do que um costume internacional,
algo “invisível”.

Tradados são acordos juridicamente obrigatórios e vinculantes, firmados entre sujeitos de


Direito Internacional, também chamados de Convenções, Pactos. Não se confundem com as
declarações (DUDH e a Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem, por exemplo)
que, por não gerarem efeitos jurídicos (direitos e obrigações), não podem ser entendidas como
tratados, constituindo categoria diversa2.

No âmbito do sistema global têm-se os seguintes tratados (considerados os mais


importantes3): os Pactos de Direitos Humanos de 1966, as Convenções sobre a Eliminação de
Todas as Formas de Discriminação Racial, de 1966, e contra a Mulher, de 1979; a Convenção
contra a Tortura e outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes, de 1984, e
a Convenção sobre os Direitos da Criança, de 1989; a Convenção Internacional sobre a Proteção

1 Conceito extraído do Manual Prático de Direitos Humanos Internacionais, da ESMPU.


2 Explicadas em tópico apropriado.
3 Há alguns tratados que não tratam exclusivamente de direitos humanos, como exemplo os tratados de Direito Penal Internacional

(Convenção para a Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio, de 1948), bem como os tratados que tratam de direito
humanitário. Porém, isto não lhes tira a qualidade de fonte de DIDH.
dos Direitos de Todos os Migrantes Trabalhadores e dos Membros de suas Famílias, de 1999; a
Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, assim como a
Convenção Internacional para a Proteção de Todas as Pessoas contra Desaparecimento Forçado.

Além disso, é também amplamente reconhecido que à categoria de tratados universais de


direitos humanos acrescenta-se algumas convenções da OIT, como, por exemplo, a Convenção n.
1694 da OIT sobre Povos Indígenas e Tribais, de 1989, e a Convenção n. 182 sobre a Proibição e
a Ação Imediata para a Eliminação das Piores Formas de Trabalho Infantil, de 1999.

No sistema regional (OEA) tem-se a Convenção Americana sobre Direitos Humanos


(Pacto de San José), de 1969; a Convenção Interamericana para Prevenir e Punir a Tortura, de
1985; a Convenção Interamericana sobre o Desaparecimento Forçado de Pessoas, de 1994; e, do
mesmo ano, a Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a
Mulher; a Convenção Interamericana para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação
contra Pessoas Portadoras de Deficiência, de 1999.

1.2. Costume Internacional


O costume internacional resulta da prática geral e consistente dos Estados de reconhecer
como válida e juridicamente exigível determinada obrigação.

Os costumes aplicam-se a todos os Estados, até àqueles que deliberadamente recusaram-


se a ratificação de um tratado internacional de direitos humanos, ou que tentaram liberar-se de
uma das suas disposições por meio de reservas.

O costume internacional é formado por dois elementos, quais sejam:

a) Elemento objetivo: é a prática geral, ou seja, a conduta oficial de órgãos estatais;


referem-se aos fatos interestaduais, e, por isso, podem ter relevância para a formação
do novo Direito Internacional Público.
b) Elemento subjetivo: é a opinião jurídica dos Estados. Determina que os atos praticados
pelos Estados sejam uma obrigação jurídica, por isso surgem novos direitos.

A Corte Internacional de Justiça decidiu expressamente pelo caráter de norma costumeira


da Declaração Universal de Direitos Humanos, considerada como elemento de interpretação do
conceito de direitos fundamentais insculpido na Carta da ONU.

1.3. Princípios gerais do direito


Prevalece a posição de que os princípios gerais de direito internacional são aqueles
aceitos por (quase) todos os ordenamentos jurídicos, a exemplo da boa-fé, do respeito à coisa
julgada, do direito adquirido e do pacta sunt servanda.

1.4. Fontes auxiliares do DIDH

a) Decisões judiciais: são as chamadas jurisprudências internacionais. As quais são


reiteradas decisões no mesmo sentido. Nota-se que é chamada de fonte auxiliar, pois
não criam novos direitos, mas sim determinam o modo como devem ser interpretados.

4 Na segunda fase da DPE/ES, em Direitos Humanos, caiu uma questão sobre esta Convenção.
b) Doutrina: refere-se aos autores de renome. Além disso, inclui-se aqui a Comissão de
Direito Internacional da ONU, criada pelas Nações Unidas para “incentivar o
desenvolvimento progressivo do direito internacional e a sua codificação”.

1.5. Outras fontes


Embora não constem no rol do art. 38 do Estatuto da CIJ, são considerados como fonte de
DIDH:

a) Atos unilaterais dos Estados: são atos que não possuem normatividade. Contudo,
criam obrigações aos Estados que os proclamam. Assim, quando assumir
unilateralmente um compromisso publicamente, mesmo quando não efetuado no
contexto das negociações internacionais, o Estado deverá cumpri-lo obrigatoriamente,
em respeito à boa-fé.

b) Decisões de organizações internacionais: a partir do momento que um Estado é parte


em uma organização internacional, ele assume obrigações para com ela, dentre as
quais a de cumprir aquilo que vier a ser decidido em suas assembleias ou órgãos
deliberativos.

c) Analogia e equidade: são soluções eficientes para enfrentar o problema da falta de


norma jurídica regulamentadora a determinado caso concreto, ou ainda para suprir a
inutilidade da norma existente, a fim de que se possa solucionar, com um mínimo de
justiça, o conflito de interesses.

2. CLASSIFICAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS

2.1. Classificação clássica – gerações de direitos humanos


Primeiramente, destaca-se que a doutrina moderna prefere a expressão “dimensões” e não
“gerações”, pois esta traz a ideia de sucessão, contrariando o caráter complementar dos direitos
humanos. Assim, com o surgimento de uma nova dimensão a anterior não deixa de existir.

Bonavides afirma que a melhor expressão seria “dimensão”, que se justifica tanto pelo fato
de não existir realmente uma sucessão ou desaparecimento de uma geração por outra, mas
também quando novo direito é reconhecido, os anteriores assumem uma nova dimensão, de
modo a melhor interpretá-los e realizá-los.

a) 1ª Geração/Dimensão: surgiu com as revoluções burguesas dos séculos XVI e XIX.


Englobam os chamados direitos de liberdade, chamados prestações negativas, nas
quais o Estado deve proteger a esfera de autonomia do indivíduo. Assim, Estado não
poderia interferir na orbita individual, salvo para garantir a prevalência do máximo de
liberdade possível para todos.
Exemplos: direito à liberdade, igualdade perante a lei, propriedade, intimidade e
segurança, traduzindo o valor de liberdade.

b) 2ª Geração/Dimensão: surgiu em decorrência da deplorável situação da população


pobre das cidades industrializadas. Englobam os chamados direitos de igualdade.

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