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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADÊMICO DO AGRESTE


NÚCLEO DE TECNOLOGIA
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

ARTHUR ALMEIDA CORDEIRO DE FARIAS

ANÁLISE E PROJETO ESTRUTURAL DE GALPÃO INDUSTRIAL DE AÇO COM


PONTE ROLANTE

Caruaru, 2018
ARTHUR ALMEIDA CORDEIRO DE FARIAS

ANÁLISE E PROJETO ESTRUTURAL DE GALPÃO INDUSTRIAL DE AÇO COM


PONTE ROLANTE

Trabalho de conclusão de curso realizado como


requisito obrigatório na obtenção do título de
bacharel em engenharia civil, na Universidade
Federal de Pernambuco.

Área de Concentração: Estruturas

Orientado pelo Prof. Dr. Douglas Mateus de Lima.

Caruaru, 2018
ARTHUR ALMEIDA CORDEIRO DE FARIAS

ANÁLISE E PROJETO ESTRUTURAL DE GALPÃO INDUSTRIAL DE AÇO COM


PONTE ROLANTE

Trabalho de conclusão de curso realizado como


requisito obrigatório na obtenção do título de
bacharel em engenharia civil, na Universidade
Federal de Pernambuco.

Área de Concentração: Estruturas

A banca examinadora composta pelos professores abaixo, considera o candidato


ALUNO APROVADO COM NOTA: .

Caruaru, 28 de Julho de 2018.

Banca Examinadora:

Prof. Dr. Douglas Mateus de Lima


Universidade Federal de Pernambuco – UFPE/CAA (Orientador)

Prof. Dr. Flávio Eduardo Gomes Diniz


Universidade Federal de Pernambuco – UFPE (Avaliador)

Prof. Dr. Humberto Correia Lima Júnior


Universidade Federal de Pernambuco – UFPE (Avaliador)

Prof. Dr. Elder Alpes de Vasconcelos


Universidade Federal de Pernambuco – UFPE (Coordenador da disciplina)
Dedico este trabalho a Deus, à minha família, à
minha namorada e a todos os meus amigos que
sempre me apoiaram e me acompanharam nessa
caminhada.
AGRADECIMENTOS
RESUMO
ABSTRACT
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Pontes rolantes dupla-viga em galpão de aço. ......................................................... 12


Figura 2 - Pórtico simples de alma cheia. ................................................................................. 15
Figura 3 - Pórtico simples com viga castelada ou celular. ....................................................... 16
Figura 4 - Pórtico com tirantes. ................................................................................................ 16
Figura 5 - Pórtico com escora central. ...................................................................................... 16
Figura 6 - Pórtico com cobertura poligonal. ............................................................................. 17
Figura 7 - Pórtico com cobertura em arco. ............................................................................... 17
Figura 8 - Pórtico com console. ................................................................................................ 18
Figura 9 - Edifício industrial com viga de ponte rolante apoiada em coluna com console. ..... 18
Figura 10 - Pórtico com coluna escalonada. ............................................................................. 18
Figura 11 - Pórtico com coluna dupla. ..................................................................................... 19
Figura 12 - Colunas independentes para o pórtico e para a viga de rolamento. ....................... 19
Figura 13 - Principais componentes de uma ponte rolante. ...................................................... 20
Figura 14 - Ponte rolante apoiada univiga. ............................................................................... 21
Figura 15 - Ponte rolante apoiada dupla-viga. .......................................................................... 22
Figura 16 - Ponte rolante suspensa. .......................................................................................... 22
Figura 17 - Ponte rolante tipo console. ..................................................................................... 22
Figura 18 - Seção transversal do galpão em estudo.................................................................. 26
Figura 19 - Elevação lateral do galpão em estudo. ................................................................... 26
Figura 20 - Representação do contraventamento do banzo inferior das tesouras. ................... 27
Figura 21 - Coeficientes de forma externos nos tapamentos laterais para vento a 0º. ............. 30
Figura 22 - Coeficientes de forma externos nos tapamentos laterais para vento a 90º. ........... 31
Figura 23 - Coeficientes de forma externos na cobertura para vento a 0º. ............................... 31
Figura 24 - Coeficientes de forma externos na cobertura para vento a 90º. ............................. 31
Figura 25 - Combinações dos coeficientes na região EG, para vento a 0º. .............................. 32
Figura 26 - Combinações dos coeficientes na região IJ, para vento a 0º. ................................ 32
Figura 27 – Combinações dos coeficientes para vento a 90º. .................................................. 32
LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Coeficientes de ponderação das ações permanentes. ............................................. 34


Quadro 2 - Coeficientes de ponderação das ações variáveis. ................................................... 34
Quadro 3 - Valores dos fatores de combinação e dos fatores de redução. ............................... 35
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Parâmetros para determinação dos coeficientes de forma externo.......................... 30


SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 12
1.1 JUSTIFICATIVA ....................................................................................................... 13
1.2 OBJETIVOS ............................................................................................................... 13
1.2.1 Objetivo Geral ............................................................................................................ 13
1.2.2 Objetivos Específicos ................................................................................................. 13
1.3 CONTEÚDO E ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO ............................................... 14
2 REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................... 15
2.1 TIPOS DE GALPÕES METÁLICOS EM PÓRTICO............................................... 15
2.1.1 Galpões sem ponte rolante ......................................................................................... 15
2.1.1.1 Pórtico simples de alma cheia .................................................................................... 15
2.1.1.2 Pórtico simples com viga castelada ou celular ........................................................... 16
2.1.1.3 Pórtico com tirantes .................................................................................................... 16
2.1.1.4 Pórtico com escora central ......................................................................................... 16
2.1.1.5 Pórtico com cobertura poligonal ................................................................................ 17
2.1.1.6 Pórtico com cobertura em arco ................................................................................... 17
2.1.2 Galpões com ponte rolante ......................................................................................... 17
2.1.2.1 Pórtico com console ................................................................................................... 17
2.1.2.2 Pórtico com coluna escalonada .................................................................................. 18
2.1.2.3 Pórtico com coluna dupla ........................................................................................... 19
2.2 COMPONENTES DAS PONTES ROLANTES ....................................................... 19
2.3 TIPOS DE PONTES ROLANTES............................................................................. 20
2.3.1 Ponte rolante apoiada ................................................................................................. 21
2.3.1.1 Univiga ....................................................................................................................... 21
2.3.1.2 Dupla-viga .................................................................................................................. 21
2.3.2 Ponte rolante suspensa................................................................................................ 22
2.3.3 Ponte rolante tipo console .......................................................................................... 22
2.4 SAP-2000 ................................................................................................................... 23
2.5 REVISÃO DA LITERATURA .................................................................................. 23
3 METODOLOGIA .................................................................................................... 26
3.1 DESCRIÇÃO DO GALPÃO EM ESTUDO.............................................................. 26
3.2 SOFTWARE DE ANÁLISE ESTRUTURAL ........................................................... 27
3.3 AÇÕES ....................................................................................................................... 28
3.3.1 Ações permanentes ..................................................................................................... 28
3.3.2 Ações variáveis........................................................................................................... 29
3.3.2.1 Sobrecarga na cobertura e na passarela ...................................................................... 29
3.3.2.2 Ações devidas ao vento .............................................................................................. 29
3.3.3 Ações na ponte rolante ............................................................................................... 33
3.4 COMBINAÇÕES ....................................................................................................... 34
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 36
12

1 INTRODUÇÃO

Os galpões são construções geralmente de um único pavimento, que apresentam grandes


áreas cobertas e destinadas à fins comerciais, industriais, agrícolas e entre outros. No setor
industrial há, muitas vezes, a necessidade de transporte e elevação de cargas no interior dos
galpões e, para isso, é necessária a utilização de equipamentos auxiliares, como pontes
rolantes.
O avanço no crescimento e expansão das industrias requer construções mais rápidas, e
que sejam eficientes, econômicas e duráveis. Por este motivo, torna-se viável a utilização de
galpões de aço.
Atualmente há uma grande variedade de equipamentos para movimentação de cargas,
como guindastes móveis, correias transportadoras, empilhadeiras, pontes rolantes entre outros.
Porém o sistema mais utilizado na movimentação e elevação de cargas, principalmente devido
à falta de espaço, que limita a quantidade de maquinário disposta no interior do galpão, é o de
pontes rolantes.
A ponte rolante é um sistema constituído por um carro que se desloca sobre vigas,
chamadas de vigas de rolamento, ao longo do edifício industrial, e possuem um mecanismo de
subida e descida de carga. A Figura 1 mostra um exemplo de duas pontes rolantes do tipo
dupla-viga no interior de um galpão de aço.
Figura 1 - Pontes rolantes dupla-viga em galpão de aço.

Fonte: STAHL (?).


13

1.1 JUSTIFICATIVA

Nos últimos anos, o crescimento da indústria na mesorregião agreste de Pernambuco


tem sido bastante acentuado, o que traz a necessidade de novas técnicas construtivas, que
atrelem velocidade de execução com eficiência e economia.
As construções em aço, apesar de ainda serem pouco utilizadas na região, o que acaba
acarretando um maior custo de execução, se comparado ao sistema construtivo convencional
em concreto, trazem a rapidez de execução que as indústrias necessitam, podendo tornar, no
fim das contas, o sistema construtivo em aço mais econômico que o convencional.
Com a utilização de pontes rolantes é possível reduzir custos com mão de obra e
materiais, além de melhorar as condições de trabalho dos funcionários. Dessa forma, a
implantação de pontes rolantes em galpões industriais aumenta a capacidade produtiva da
área, visto que aumentará o espaço interno disponível para estoque e movimentação.
Com o intuito de aumentar a utilização de galpões de estrutura metálica e de pontes
rolantes no setor industrial da região, tema este que não é abordado durante a graduação no
curso de Engenharia Civil da Universidade Federal de Pernambuco, gerando um déficit de
profissionais com conhecimento sobre este tipo de estrutura, é justificável a abordagem deste
tema para elaboração deste trabalho.

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo Geral

O objetivo geral do presente trabalho é analisar e projetar um galpão industrial de aço


com uso de ponte rolante.
1.2.2 Objetivos Específicos

• Fazer uma revisão bibliográfica do tema em estudo, para servir de base para as
análises realizadas neste trabalho.
• Classificar e definir as características gerais do galpão industrial e da ponte
rolante, bem como as restrições de projeto.
• Analisar as solicitações atuantes nos elementos do projeto e dimensiona-los de
acordo com as normas técnicas vigentes.
14

• Analisar a estabilidade do galpão e da ponte rolante.

1.3 CONTEÚDO E ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

Este trabalho se divide em cinco capítulos, os quais são descritos a seguir.


Neste primeiro capítulo (INTRODUÇÃO), é mencionado o tipo de estrutura que será
tratada no trabalho, como também a justificativa e os objetivos gerais e específicos, além da
descrição do conteúdo do trabalho.
No capítulo 2 (REFERENCIAL TEÓRICO), são descritos os tipos de galpões metálicos
e de pontes rolantes existentes, como também o software utilizado para análise estrutural,
além de uma revisão da literatura relacionada ao tema em estudo.
No capítulo 3 (METODOLOGIA), são apresentados os critérios iniciais de projeto, a
definição do modelo de galpão utilizado como base para a concepção estrutural, a definição
do sistema estrutural e escolha dos materiais, assim como a determinação das ações atuantes
no edifício industrial e suas combinações.
15

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Neste capítulo são apresentados os principais conceitos relacionados ao tema em estudo.


Inicialmente são apresentados os principais tipos de galpões de estrutura metálica, com e sem
ponte rolante. Na sequência são apresentados os principais tipos de pontes rolantes e seus
elementos constitutivos. Em seguida é apresentado o software de elementos finitos utilizado
para análise estrutura. Por fim é feita uma revisão bibliográfica dos trabalhos relacionados ao
tema em estudo.

2.1 TIPOS DE GALPÕES METÁLICOS EM PÓRTICO

Existem basicamente dois tipos de galpões em pórticos, que são classificados quanto ao
tipo de estrutura portante, podendo ser de alma cheia, que utilizam perfis laminados maiores,
e os pórticos treliçados, que utilizam perfis menores e, como o próprio nome já diz, é formado
por treliças. Estes galpões podem ser sem ou com ponte rolante.

2.1.1 Galpões sem ponte rolante

Nos galpões sem ponte rolante a carga predominante é o vento, pois as telhas são,
geralmente, metálicas, possuindo pouco peso. Estes galpões são mais simples e mais rápidos e
podem ser de pórtico simples de alma cheia, simples com viga castelada ou celular, com
tirantes, com escora central, com cobertura poligonal ou com cobertura em arco.

2.1.1.1 Pórtico simples de alma cheia

Este é estrutura simples e simétrica com cobertura inclinada que tem vão livre de 15 a
45 m e altura de 5 a 12 m. A inclinação da cobertura fica entre 5° e 20° e o espaçamento entre
os pórticos entre 6 e 12 m. A Figura 2 mostra a representação deste tipo de pórtico.
Figura 2 - Pórtico simples de alma cheia.

Fonte: GERDAU (?).


16

2.1.1.2 Pórtico simples com viga castelada ou celular

Utiliza para as vigas inclinadas os perfis laminados, formando vigas casteladas ou


celulares. Consegue-se vencer vãos maiores, de até 60 m. A Figura 3 mostra a representação
deste tipo de pórtico.
Figura 3 - Pórtico simples com viga castelada ou celular.

Fonte: GERDAU (?).


2.1.1.3 Pórtico com tirantes

Utiliza tirantes para reduzir os deslocamentos horizontais e os momentos nas colunas.


Indicado para inclinações maiores que 15°. Dependendo da atividade a ser executada, os
tirantes podem se tornar obstáculos indesejáveis. A Figura 4 mostra a representação deste tipo
de pórtico.
Figura 4 - Pórtico com tirantes.

Fonte: GERDAU (?).


2.1.1.4 Pórtico com escora central

É utilizado para vãos maiores que 30 m, e sem a necessidade de vão livre, o pórtico com
escora central pode reduzir as vigas, gerando uma estrutura mais econômica. A Figura 5
mostra a representação deste tipo de pórtico.
Figura 5 - Pórtico com escora central.

Fonte: GERDAU (?).


17

2.1.1.5 Pórtico com cobertura poligonal

Este tipo de pórtico pode ser usado quando há a necessidade de grandes vãos, onde a
altura total do galpão deve ser reduzida. A utilização de tirantes horizontais pode tornar a
solução mais econômica. A Figura 6 mostra a representação deste tipo de pórtico.
Figura 6 - Pórtico com cobertura poligonal.

Fonte: GERDAU (?).


2.1.1.6 Pórtico com cobertura em arco

Estes são utilizados principalmente em função de necessidades arquitetônicas. As vigas


laminadas são curvadas por calandragem a frio. Para vãos grandes, serão necessárias ligações
nas vigas, que devem ser bem detalhadas para que não haja problemas futuros. A Figura 7
mostra a representação deste tipo de pórtico.
Figura 7 - Pórtico com cobertura em arco.

Fonte: GERDAU (?).


2.1.2 Galpões com ponte rolante

Os galpões com ponte rolante são mais complexos pois exigem apoios para as vigas de
rolamento das pontes rolantes. Para este tipo de estrutura a carga predominante é a da ponte
rolante, apresentando esforços horizontais, verticais e impactos, os quais os pórticos devem
suportar. Os principais tipos de galpões com ponte rolante são: Pórtico com console, pórtico
com coluna escalonada e pórtico com coluna dupla.

2.1.2.1 Pórtico com console

É utilizado em galpões com pontes rolantes leves, operadas com controles pendentes, as
vigas de rolamento podem se apoiar em consoles soldados nas colunas de seção única,
respeitando os afastamentos mínimos exigidos para a movimentação da ponte. Uma
18

representação deste tipo de sistema é mostrada na Figura 8 e na Figura 9.

Figura 8 - Pórtico com console.

Fonte: Adaptado de GERDAU (?).

Figura 9 - Edifício industrial com viga de ponte rolante apoiada em coluna com console.

Fonte: CBCA (2010).


2.1.2.2 Pórtico com coluna escalonada

Este tipo de pórtico é utilizado galpões com pontes rolantes médias ou com caminho de
rolamento de maior altura. Uma representação deste tipo de sistema é mostrada na Figura 10.
Figura 10 - Pórtico com coluna escalonada.

Fonte: Adaptado de GERDAU (?).


19

2.1.2.3 Pórtico com coluna dupla

Este último é utilizado para galpões com pontes rolantes pesadas ou de grandes vãos
livres, a utilização de uma segunda coluna, apenas para o apoio das vigas de rolamento, torna
o conjunto bastante eficiente, desde que se trave uma coluna na outra formando um conjunto
treliçado. Uma representação deste tipo de sistema é mostrada na Figura 11 e na Figura 12.
Figura 11 - Pórtico com coluna dupla.

Fonte: Adaptado de GERDAU (?).

Figura 12 - Colunas independentes para o pórtico e para a viga de rolamento.

Fonte: CBCA (2010).


2.2 COMPONENTES DAS PONTES ROLANTES

Os principais componentes de uma ponte rolante são: ponte, cabeceiras, viga principal,
trolley, talha e caminho de rolamento, os quais são descritos a seguir. A Figura 13 identifica
cada um destes componentes.
20

Figura 13 - Principais componentes de uma ponte rolante.

Fonte: Adaptado de ULTRASEG (?).


A ponte constitui a estrutura principal da ponte rolante, suporta a maior parte dos
componentes e realiza o movimento de translação da estrutura sobre o vão do galpão.
Uma ponte rolante é constituída por duas cabeceiras, as quais estão localizadas nas
extremidades da viga. Nas cabeceiras encontram-se fixadas as rodas, e estas se movem sobre
os trilhos que compõem o caminho de rolamento.
A viga principal pode ser chamada de univiga, quando a ponte rolante utiliza apenas
uma viga, ou dupla-viga, quando o projeto utiliza duas vigas. O carro talha desloca-se sobre
ou sob esta viga, dependendo do tipo de ponte rolante.
O trolley é responsável pelo deslocamento transversal da carga, movimentando-se
sobre as vigas principais da ponte. Nesse mecanismo se localiza o sistema de elevação,
chamado de talha.
A talha é responsável pelo movimento de elevação da carga, utilizando, geralmente,
um cabo de aço para levantar um bloco de gancho ou dispositivo de elevação.
Por fim, o caminho de rolamento é onde ocorre o deslocamento longitudinal da ponte
rolante, nele se utiliza um par de trilhos ferroviários, normalmente fixados nas vigas laterais
do galpão, sendo posicionado abaixo das rodas da cabeceira.

2.3 TIPOS DE PONTES ROLANTES

Segundo Passos (2011), este tipo de estrutura tem o nome de “ponte rolante” por ser
21

constituída basicamente de uma viga principal apoiada em cada extremidade por apoios
rolantes que se deslocam sobre dois trilhos elevados e paralelos afastados um do outro
As pontes rolantes podem ser classificadas com base em suas características
construtivas como apoiada, suspensa e de console, sendo a primeira subdividida em univiga e
dupla-viga.

2.3.1 Ponte rolante apoiada

Neste tipo de estrutura a ponte rolante corre por cima do caminho de rolamento, apoiada
sobre este.

2.3.1.1 Univiga

A ponte rolante apoiada univiga constituída por duas cabeceiras, uma única viga e um
ou dois carros trolley que sustentam a(s) talha(s). O carro trolley corre na aba inferior da viga
da ponte rolante. Este tipo de ponte é aplicada para capacidade de cargas de até 15 toneladas
(PASSOS, 2011).
A Figura 14 mostra uma ponte rolante do tipo univiga.
Figura 14 - Ponte rolante apoiada univiga.

Fonte: STAHL (?).


2.3.1.2 Dupla-viga

A ponte rolante apoiada dupla-viga é constituída por duas cabeceiras, duas dois carros
trolley que sustentam a(s) talha(s). O carro trolley corre em trilhos que são normalmente
fixados na parte superior da viga da ponte rolante (PASSOS, 2011).
A Figura 15 mostra uma ponte rolante do tipo dupla-viga.
22

Figura 15 - Ponte rolante apoiada dupla-viga.

Fonte: STAHL (?).


2.3.2 Ponte rolante suspensa

A viga de rolamento é montada diretamente na estrutura do prédio, para aproveitar o


máximo de altura disponível e eliminar a necessidade de estrutura auxiliar no piso.
A viga da ponte rolante corre por baixo dos trilhos das vigas do caminho de rolamento.
Geralmente suportam cargas de até 10 toneladas.
A Figura 16 mostra uma ponte rolante do tipo suspensa.
Figura 16 - Ponte rolante suspensa.

Fonte: STAHL (?).


2.3.3 Ponte rolante tipo console

Este tipo de ponte rolante movimenta-se em um nível próprio, debaixo das grandes
pontes rolantes. Dessa forma, possibilita movimentação adicional para outras áreas de
produção. As pontes rolantes do tipo console são geralmente encontradas para capacidade
cargas de até 5 toneladas até 10m de comprimento de lança.
A Figura 17 mostra uma ponte rolante tipo console.
Figura 17 - Ponte rolante tipo console.

Fonte: PASSOS (2011).


23

2.4 SAP-2000

O software utilizado para análise estrutural dos esforços solicitantes na estrutura em


análise foi o SAP-2000. Por meio deste pode-se analisar e projetar uma estrutura utilizando
uma interface gráfica de fácil aplicação.
O SAP-2000 utiliza para seus cálculos o processo de subdivisão da estrutura por
elementos finitos, neste processo é feita a discretização da estrutura em pequenos pontos,
onde são efetuados os cálculos.
A sigla S.A.P. é a abreviação de Structural Analysis Program e pertence à família de
softwares para estruturas mais usada no mundo. O Autor do Software SAP é o Prof. Edward
L. Wilson da Universidade da Califórnia, Berkeley (VELOZA, 2009).
Cronologia dos programas SAP:
• SAP II - ano 1972 - tese de doutorado do Prof. Wilson
• SAP IV - ano 1974 - surge o software de Elementos Finitos mais usado no mundo
• SAP80 - ano 1982 - primeiro software de Elementos Finitos para microcomputador
• SAP90 - ano 1989 - introduz avançados recursos gráficos
• SAP2000 - ano 1997 - surge o mais moderno software de Elementos Finitos
• SAP2000 v.8 - ano 2003 - geração paramétrica e nova Análise Não-linear
• SAP2000 v.9 - ano 2004 - novos recursos para pontes e estruturas offshore
• SAP2000 v.10 - ano 2005 - recursos para Construção em Etapas e Interação Solo-
estrutura
• SAP2000 v.11 - ano 2006 - novos recursos para Análise Dinâmica e Não-linear
• SAP2000 v.12 - ano 2007
• SAP2000 v.14 - ano 2009

2.5 REVISÃO DA LITERATURA

DÓRIA (2007) apresenta em seu trabalho um estudo comparativo entre métodos


simplificados para avaliação da estabilidade de pórticos planos de aço. O autor afirma que o
tradicional procedimento do comprimento efetivo de flambagem, ainda presente em algumas
normas, é confrontado com métodos que empregam forças horizontais fictícias para
contabilizar os efeitos desestabilizantes, tais como imperfeições geométricas iniciais e tensões
residuais. É feita uma análise numérica avançada via MEF que permite a modelagem explícita
24

dos efeitos que contribuem para a instabilidade de pórticos, e esta é empregada como
referência na comparação dos resultados. É avaliada a resposta de pilares isolados, edifícios
industriais e de múltiplos andares. O autor conclui que os métodos que empregam forças
horizontais fictícias são considerados adequados, pois além de eliminar o cálculo do
comprimento efetivo de flambagem, apresentaram resultados mais consistentes em relação à
análise avançada.
ALENCAR (2014) apresenta em seu estudo a modelagem numérica, análise e
dimensionamento de pórticos metálicos para pavilhões industriais, onde os esforços são
obtidos a partir de uma análise elasto-plástica. O método utilizado no trabalho é o das análises
elásticas sucessivas, com sucessiva formação de rótulas plásticas. Para tal, foi desenvolvido
um programa computacional. A ferramenta numérica desenvolvida conta com um pré-
processador gráfico com interface amigável para o usuário, auxiliando o mesmo na edição e
visualização do modelo estrutural. Após a fase de análise, os resultados obtidos são
convenientemente visualizados por um pós-processador gráfico que exibe os deslocamentos e
esforços do sistema estrutural investigado. Estes esforços são utilizados para o
dimensionamento dos perfis estruturais, e, também, são comparados com a análise linear-
elástica. O autor conclui que os modelos estruturais investigados neste estudo podem ser
projetados de forma mais eficiente e econômica, com base no emprego de análises elasto-
plásticas.
FRANTZ (2011) aborda em seu trabalho o dimensionamento de um pavilhão industrial
com estrutura em aço. Primeiramente, após uma série de análises quanto aos aspectos
construtivos e de dimensionamento, foi escolhido um modelo de pavilhão industrial,
priorizando uma concepção que proporcionasse facilidade e rapidez na execução, pensando
nisso foi escolhido o pelo perfil de alma cheia, tendo em vista que o pavilhão terá dimensões
de 15 metros de largura por 30 metros de comprimento. Posteriormente foi definido que as
bases do pórtico seriam engastadas, assim como, os nós de ligação entre viga e pilar. Após
definir as dimensões de perfis utilizados e do dimensionamento, foram apresentados os
projetos e seus detalhamentos. Para concluir, o autor comparou o consumo total de aço
necessário no pavilhão em estudo com um gráfico disponibilizado pelo Ministério da
Industria e do Comércio-STI (1986), que apresentou, em média, um consumo de 12 % a mais
de aço que na bibliografia consultada.
ANDREOLLA (2016) afirma em seu trabalho que em estruturas de aço, as forças
oriundas do vento são ações de relevante importância, pois sabe-se que os coeficientes de
pressão aerodinâmicos, internos e externos, apresentam valores significativos, fazendo com
25

que a pressão dinâmica e consequentemente as forças devidas ao vento atuantes na estrutura


sejam elevadas, em comparação com as cargas de peso próprio e sobrecarga de utilização. O
autor também afirma que em qualquer pavilhão, a permeabilidade altera significativamente os
coeficientes de pressão. No trabalho o autor avaliou as alterações nas forças devidas ao vento
e no dimensionamento da estrutura de aço de um pavilhão com fechamento lateral, com uma
determinada permeabilidade, e sem o fechamento lateral.
SORDI (2016) apresenta em seu trabalho o projeto e dimensionamento da viga principal
de uma ponte rolante univiga para aplicação na indústria metal-mecânica. O procedimento de
cálculo estrutural é baseado na norma NBR 8400 e NBR 8800. A NBR 8400 estabelece os
critérios mínimos para o dimensionamento de equipamentos para transporte e elevação de
carga, e a NBR 8800 define os requisitos mínimos para o projeto de estruturas de aço. Após o
dimensionamento e análise estrutural foi selecionado o perfil comercial W360x39 (fabricante
Gerdau) para a viga principal da ponte rolante. Por fim, realizou-se uma análise de elementos
finitos utilizando o software Autodesk Inventor, onde o autor concluiu que os níveis de tensão
e deflexão estrutural são valores dentro dos limites estabelecidos pelos órgãos normativos.
TAMASAUSKAS (2000) em seu trabalho, apresenta o desenvolvimento da sequência,
modelos e procedimentos que possibilitam o projeto básico de um equipamento de manuseio e
transporte de cargas (Ponte Rolante), com aplicação não-siderúrgica. O autor aborda mais
especificamente o modelo para determinação dos componentes principais, bem como uma
sugestão para verificação mecânica e estrutural destes componentes. A partir deste modelo,
foi desenvolvida uma sequência objetiva do ponto de vista de engenharia para a configuração
do equipamento. No Apêndice B o autor apresenta o desenvolvimento do projeto básico de
um dos subconjuntos de uma Ponte Rolante.
LANGUI (2001) mostra em seu estudo a relação custo x benefício na implantação de
ponte rolante. O autor afirma que com a implantação obtêm-se oportunidades de redução de
custo: mão de obra, materiais e despesas gerais; com melhoria nas condições de trabalho
dando maior segurança e reduzindo a fadiga dos funcionários. Há um aumento na capacidade
produtiva da área e no estoque de matéria prima. Para comprovar o acima exposto, foram
realizadas entrevistas em empresas do Vale do Paraíba, onde foram escolhidas duas que se
destacaram pela análise dos dados. Estes dados foram integrados ao trabalho com intuito de
comparar situações reais que ocorreram no dia a dia das empresas utilizando métodos de
auxílio para cálculo de viabilidade econômica na implantação deste equipamento.
26

3 METODOLOGIA

Neste capítulo são apresentados os critérios iniciais de projeto, como a definição do


modelo de galpão utilizado como base para a concepção estrutural, definição do sistema
estrutural e escolha dos materiais, assim como a determinação das ações atuantes no edifício
industrial e suas combinações.

3.1 DESCRIÇÃO DO GALPÃO EM ESTUDO

O galpão industrial em estudo apresenta 20m de vão transversal e 42m de vão


longitudinal, 9m de coluna e mais 4m de baioneta. O telhado é formado por uma tesoura em
duas águas com telhas de aço galvanizado. O topo da viga de rolamento da ponte rolante
encontra-se a 9,8m de altura. A Figura 18 apresenta a seção transversal deste galpão.
Figura 18 - Seção transversal do galpão em estudo.

Fonte: Autor (2018).


Longitudinalmente o galpão é composto por oito pórticos e, consequentemente, sete
vãos, sendo, cada vão, espaçado de 6m e os contraventamentos colocados no vão central,
como pode ser visto na Figura 19.
Figura 19 - Elevação lateral do galpão em estudo.

Fonte: Autor (2018).


27

O fato de os contraventamentos serem feitos no vão central apresenta vantagens e


desvantagens. A vantagem é que não há preocupações com o acréscimo de ações devido à
variação de temperatura na estrutura, enquanto que a desvantagem é que todas as ações
laterais que atuem nos oitões deverão percorrer as escoras horizontais até o sistema de
contraventamento lateral.
Para efeito de contenção lateral à flambagem das barras comprimidas e esbeltez das
barras tracionadas, que devem atender aos estados limites de serviço, deve ser definido o
sistema de contraventamento da cobertura e do banzo inferior, onde são determinados os
pontos contidos lateralmente nas tesouras.
Para contraventamento do banzo inferior serão utilizadas escoras em todos os vãos e um
sistema de contraventamento central, como mostrado na Figura 20.
Figura 20 - Representação do contraventamento do banzo inferior das tesouras.

Fonte: Autor (2018).


O contraventamento da cobertura será utilizado para reduzir o efeito de flambagem no
banzo superior e para suportar um pequeno esforço lateral na região de fechamento da
tesoura, sendo esse um contraventamento leve.
A ponte rolante apresentará ações longitudinais, devido à frenagem da própria ponte,
como também ações transversais, devido à frenagem do trolley.
Quando houverem ações longitudinais, a viga de rolamento servirá como elemento de
transmissão dos esforços para o contraventamento central.
Como o vão transversal é, relativamente, pequeno, é considerado que a força de
frenagem devido ao trolley será suportada pelo pórtico, composto pelas colunas, tesouras e
baionetas, devendo o pórtico ter resistência e estabilidade para esta situação.

3.2 SOFTWARE DE ANÁLISE ESTRUTURAL


28

Para análise estrutural e lançamento dos carregamentos atuantes na estrutura utilizou-se


o software SAP 2000 student, que é um software para análise estrutural estática e dinâmica,
linear e não linear, utilizando elementos finitos, para a análise estrutural do galpão industrial.
A precisão dos resultados varia de acordo com o número de elementos finitos que a
estrutura é discretizada, ou seja, quanto maior o número de discretizações, mais preciso será o
resultado, sendo que o programa possibilita essa manipulação.
Foi considerado o comportamento elástico-linear dos materiais dos elementos
estruturais e foram extraídos do programa todos os esforços solicitantes, deformações dos
elementos estruturais, além da análise dinâmica que o software fornece.

3.3 AÇÕES

3.3.1 Ações permanentes

A seguir serão apresentadas todas as ações permanentes que atuam uniformemente


sobre a estrutura.
a) Peso próprio da tesoura, com valor estimado em 0,058 kN/m².
b) Peso próprio das terça e longarinas, com valor estimado em 0,039 kN/m².
c) Peso próprio de tirantes e mãos francesas, os quais apresentam uma carga de 0,02
kN/m².
d) Peso próprio das telhas de aço galvanizados, as quais possuem uma espessura
e=0,66mm, apresentando uma carga de 0,070 kN/m².
e) Peso próprio da coluna superior, baioneta, com valor estimado em 0,700 kN/m.
f) Peso próprio da coluna inferior, com valor estimado em 1,100 kN/m.
g) Peso próprio da viga de rolamento, com um valor de 0,900 kN/m.
h) Peso próprio dos trilhos em perfil TR 32 e todos os seus acessórios, com valor
estimado de 0,400 kN/m.
i) Peso próprio da passarela de manutenção, a qual utiliza chapa xadrez de 6mm,
com uma carga de 0,670 kN/m².
j) Peso próprio da viga lateral da passarela, em perfil laminado U 152x12,2, com
uma carga de 0,120 kN/m.
k) Peso próprio da calha em chapa galvanizada, com valor estimado de 0,100 kN/m.
29

3.3.2 Ações variáveis

Os itens seguintes apresentam as ações variáveis que atuam na estrutura do galpão em


estudo.

3.3.2.1 Sobrecarga na cobertura e na passarela

A NBR 8800 (ABNT, 2008) estabelece que nas coberturas comuns, não sujeitas a
acúmulos de quaisquer materiais, e na ausência de especificação em contrário, deve ser
prevista uma sobrecarga nominal mínima de 0,25 kN/m², em projeção horizontal.
Foi utilizada, para o galpão em estudo uma sobrecarga nominal de 0,50 kN/m² para a
cobertura e, uma sobrecarga uniformemente distribuída sobre a passarela de manutenção igual
a 3,00 kN/m².

3.3.2.2 Ações devidas ao vento

A NBR 6123 (ABNT, 1988) apresenta procedimentos para o cálculo das forças devidas
ao vento nas edificações. Para o galpão em estudo foi considerado uma velocidade do vento,
V0, igual a 40m/s, um fator topográfico, S1, igual a 1, sendo o terreno aproximadamente plano,
um fator estatístico, S3, igual 1, e uma rugosidade 3.
Para o cálculo das velocidades características do vento atuantes na estrutura foram
consideradas quatro alturas diferentes, onde foi determinado um fator S2, o qual é função da
altura da edificação, para cada um dos trechos. A velocidade característica é determinada pela
Equação 1 (ABNT, 1988).
𝑉𝑘 = 𝑉0 . 𝑆1 . 𝑆2 . 𝑆3 (1)
Dessa forma, tem-se a 5m uma velocidade atuando na coluna principal de 30,4m/s, na
elevação de 9m encontra-se a viga de rolamento, que está sujeita à velocidade de 32,8m/s, já a
13m de altura está o topo da baioneta, onde o vento atua com uma velocidade de 34,4m/s e,
por fim, no nível de 14m encontra-se o topo da tesoura, sobre o qual o vento atua com uma
velocidade de 34,8m/s.
A NBR 6123 apresenta a pressão dinâmica do vento sendo calculada pela seguinte equação
(ABNT, 1988):
𝑞=0,613𝑉k² (2)
Sendo: q a pressão dinâmica do vento, em N/m².
30

A partir desses valores de velocidades características e da Equação 2, foram calculadas


as pressões dinâmicas, ou pressões de obstrução. Até a altura de 5m tem-se uma pressão de
0,57 kN/m², entre 5 e 9m tem-se um valor de 0,66 kN/m², enquanto que para os últimos dois
níveis foi considerado um único valor de pressão, pelo fato de os dois serem muito próximos,
sendo esse de 0,74 kN/m².

3.3.2.2.1 Determinação dos coeficientes de forma

Os coeficientes de pressão e de forma, externos, para paredes de edificações de planta


retangular foram obtidos através da Tabela 4 da NBR 6123 (ABNT, 1988). Este coeficiente
depende da relação entre as dimensões em planta da edificação, e da relação entre a altura do
edifício e a largura do edifício.
A Tabela 1 apresenta os parâmetros do galpão, utilizados para determinação dos
coeficientes de forma externo.
Tabela 1 - Parâmetros para determinação dos coeficientes de forma externo.
Parâmetros
a (m) 42
b (m) 20
h (m) 14
a/b 2,10
h/b 0,70
Fonte: Autor (2018).
Através destes parâmetros foi possível determinar os coeficientes de forma externos
para o vento incidindo a 0º e a 90º nos tapamentos laterais, mostrados, respectivamente, na
Figura 21 e na Figura 22.
Figura 21 - Coeficientes de forma externos nos tapamentos laterais para vento a 0º.

Fonte: Autor (2018).


31

Figura 22 - Coeficientes de forma externos nos tapamentos laterais para vento a 90º.

Fonte: Autor (2018).


Os coeficientes de pressão e de forma para a cobertura foram obtidos através da Tabela 5 da
NBR 6123 (ABNT, 1988). A Figura 23 e a Figura 24 mostram os coeficientes para ventos a 0º e
a 90º, respectivamente.
Figura 23 - Coeficientes de forma externos na cobertura para vento a 0º.

Fonte: Autor (2018).


Figura 24 - Coeficientes de forma externos na cobertura para vento a 90º.

Fonte: Autor (2018).


Segundo a NBR 6123 (ABNT, 1988), para edificações internas permeáveis, a pressão
interna pode ser considerada uniforme. Para esta edificação foram consideradas quatro faces
igualmente permeáveis, o que gera em um coeficiente de pressão interna, Cpi, igual a -0,3 ou 0,
tanto para vento a 0º quanto a 90º, devendo ser considerado o valor mais crítico.
32

3.3.2.2.2 Combinação entre os coeficientes

As combinações dos coeficientes de pressão e de forma externos com os coeficientes de


pressão interna, com vento a 0º, são mostradas nas seguintes Figuras, apenas para as regiões
EG e IJ, que são os casos mais críticos.
Figura 25 - Combinações dos coeficientes na região EG, para vento a 0º.

Fonte: Autor (2018).


Figura 26 - Combinações dos coeficientes na região IJ, para vento a 0º.

Fonte: Autor (2018).


Na Figura 25 e na Figura 26 encontram-se em destaque a combinação mais desfavorável
à estabilidade da estrutura, sendo 0,10 o maior valor de sobrepressão e 0,9 o maior valor de
sucção.
Para vento a 90º as combinações são iguais em todas as regiões e são representadas na
Figura 27.
Figura 27 – Combinações dos coeficientes para vento a 90º.

Fonte: Autor (2018).


Para esta situação não é possível identificar visualmente a combinação mais
desfavorável, dessa forma, deve ser feito o cálculo da estrutura para as duas situações de
33

vento. Sendo assim serão consideradas quatro situações de ações devidas ao vento na
estrutura.
Além dessas combinações, também serão consideradas as combinações de ações
devidas ao vento nos oitões do galpão, para calcular as colunas de oitão e as colunas que
fazem parte do contraventamento central.

3.3.3 Ações na ponte rolante

Para dimensionamento da ponte rolante é necessário saber o seu trem tipo, o qual foi
fornecido pelo fabricante da mesma.
Segundo o fabricante, o carregamento máximo do trem tipo que atua sobre a ponte
rolante, no momento em que o trolley está o mais próximo possível de uma das cabeceiras é
Pmáx = 163 kN, enquanto que o carregamento mínimo, na outra cabeceira, é Pmín ~ 0,4Pmáx =
65,2 kN. Nestes carregamentos estão inclusos a carga total que a ponte pode içar, o peso
próprio da ponte, o peso próprio do trolley e o peso próprio de todo o mecanismo da ponte
rolante.
Para o cálculo do momento fletor máximo que atua sobre a viga de rolamento é
utilizada a seguinte equação.
𝜑𝑃 𝑎 2 (3)
𝑀𝑚á𝑥 = (𝑙 − )
2𝑙 2
Onde:
𝑃 é o carregamento que a ponte rolante exerce sobre a viga de rolamento;
𝜑 é o coeficiente de impacto vertical da ponte rolante;
𝑙 é o comprimento da viga de rolamento; e
𝑎 é a distância entre as duas rodas na cabeceira da ponte.
A NBR 8800 (ABNT, 2008) recomenda como coeficiente de impacto vertical para este
tipo de ponte o valor de 1,25.
Além do momento fletor, há uma força horizontal longitudinal ao caminho de
rolamento, causada pela frenagem da ponte, e uma força horizontal transversal, causada pela
frenagem do trolley. O Anexo B da NBR 8800 (ABNT, 2008) recomenda, nos casos em que o
fabricante não fornece os valores destas forças horizontais, a seguinte aproximação, sem
utilização do coeficiente de impacto.
𝐻 𝑡 ~ 0,1𝑃𝑣𝑒𝑟𝑡 (4)
𝐻𝑙 ~ 0,2𝑃𝑚á𝑥 (5)
34

3.4 COMBINAÇÕES

As ações atuantes no galpão devem ser combinadas entre si, visando à determinação dos
efeitos mais desfavoráveis para a estrutura. As ações permanentes atuantes na estrutura foram
consideradas agrupadas e seus coeficientes de ponderação são apresentados no Quadro 1,
enquanto que os coeficientes de ponderação das ações variáveis encontram-se no Quadro 2.
Quadro 1 - Coeficientes de ponderação das ações permanentes.

Fonte: ABNT NBR 8681 (2003).

Quadro 2 - Coeficientes de ponderação das ações variáveis.

Fonte: adaptado de ABNT NBR 8800 (2008).


Os fatores de combinação consideram a ocorrência simultânea das ações e são
apresentados no Quadro 3. O fator de combinação ψ0 é utilizado nas combinações últimas e
os fatores de redução ψ0 ψ1 e ψ2 são utilizados nas combinações de serviço frequentes e
quase-permanentes.
35

Quadro 3 - Valores dos fatores de combinação e dos fatores de redução.

Fonte: adaptado de ABNT NBR 8800 (2008).


36

REFERÊNCIAS

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Anápolis. 2014.

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vento em edificações. Rio de Janeiro, 1988.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8400: Cálculo de


equipamento para levantamento e movimentação de cargas. Rio de Janeiro, 1984.

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