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Caruaru, 2018
ARTHUR ALMEIDA CORDEIRO DE FARIAS
Caruaru, 2018
ARTHUR ALMEIDA CORDEIRO DE FARIAS
Banca Examinadora:
1 INTRODUÇÃO
1.1 JUSTIFICATIVA
1.2 OBJETIVOS
• Fazer uma revisão bibliográfica do tema em estudo, para servir de base para as
análises realizadas neste trabalho.
• Classificar e definir as características gerais do galpão industrial e da ponte
rolante, bem como as restrições de projeto.
• Analisar as solicitações atuantes nos elementos do projeto e dimensiona-los de
acordo com as normas técnicas vigentes.
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2 REFERENCIAL TEÓRICO
Existem basicamente dois tipos de galpões em pórticos, que são classificados quanto ao
tipo de estrutura portante, podendo ser de alma cheia, que utilizam perfis laminados maiores,
e os pórticos treliçados, que utilizam perfis menores e, como o próprio nome já diz, é formado
por treliças. Estes galpões podem ser sem ou com ponte rolante.
Nos galpões sem ponte rolante a carga predominante é o vento, pois as telhas são,
geralmente, metálicas, possuindo pouco peso. Estes galpões são mais simples e mais rápidos e
podem ser de pórtico simples de alma cheia, simples com viga castelada ou celular, com
tirantes, com escora central, com cobertura poligonal ou com cobertura em arco.
Este é estrutura simples e simétrica com cobertura inclinada que tem vão livre de 15 a
45 m e altura de 5 a 12 m. A inclinação da cobertura fica entre 5° e 20° e o espaçamento entre
os pórticos entre 6 e 12 m. A Figura 2 mostra a representação deste tipo de pórtico.
Figura 2 - Pórtico simples de alma cheia.
É utilizado para vãos maiores que 30 m, e sem a necessidade de vão livre, o pórtico com
escora central pode reduzir as vigas, gerando uma estrutura mais econômica. A Figura 5
mostra a representação deste tipo de pórtico.
Figura 5 - Pórtico com escora central.
Este tipo de pórtico pode ser usado quando há a necessidade de grandes vãos, onde a
altura total do galpão deve ser reduzida. A utilização de tirantes horizontais pode tornar a
solução mais econômica. A Figura 6 mostra a representação deste tipo de pórtico.
Figura 6 - Pórtico com cobertura poligonal.
Os galpões com ponte rolante são mais complexos pois exigem apoios para as vigas de
rolamento das pontes rolantes. Para este tipo de estrutura a carga predominante é a da ponte
rolante, apresentando esforços horizontais, verticais e impactos, os quais os pórticos devem
suportar. Os principais tipos de galpões com ponte rolante são: Pórtico com console, pórtico
com coluna escalonada e pórtico com coluna dupla.
É utilizado em galpões com pontes rolantes leves, operadas com controles pendentes, as
vigas de rolamento podem se apoiar em consoles soldados nas colunas de seção única,
respeitando os afastamentos mínimos exigidos para a movimentação da ponte. Uma
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Figura 9 - Edifício industrial com viga de ponte rolante apoiada em coluna com console.
Este tipo de pórtico é utilizado galpões com pontes rolantes médias ou com caminho de
rolamento de maior altura. Uma representação deste tipo de sistema é mostrada na Figura 10.
Figura 10 - Pórtico com coluna escalonada.
Este último é utilizado para galpões com pontes rolantes pesadas ou de grandes vãos
livres, a utilização de uma segunda coluna, apenas para o apoio das vigas de rolamento, torna
o conjunto bastante eficiente, desde que se trave uma coluna na outra formando um conjunto
treliçado. Uma representação deste tipo de sistema é mostrada na Figura 11 e na Figura 12.
Figura 11 - Pórtico com coluna dupla.
Os principais componentes de uma ponte rolante são: ponte, cabeceiras, viga principal,
trolley, talha e caminho de rolamento, os quais são descritos a seguir. A Figura 13 identifica
cada um destes componentes.
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Segundo Passos (2011), este tipo de estrutura tem o nome de “ponte rolante” por ser
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constituída basicamente de uma viga principal apoiada em cada extremidade por apoios
rolantes que se deslocam sobre dois trilhos elevados e paralelos afastados um do outro
As pontes rolantes podem ser classificadas com base em suas características
construtivas como apoiada, suspensa e de console, sendo a primeira subdividida em univiga e
dupla-viga.
Neste tipo de estrutura a ponte rolante corre por cima do caminho de rolamento, apoiada
sobre este.
2.3.1.1 Univiga
A ponte rolante apoiada univiga constituída por duas cabeceiras, uma única viga e um
ou dois carros trolley que sustentam a(s) talha(s). O carro trolley corre na aba inferior da viga
da ponte rolante. Este tipo de ponte é aplicada para capacidade de cargas de até 15 toneladas
(PASSOS, 2011).
A Figura 14 mostra uma ponte rolante do tipo univiga.
Figura 14 - Ponte rolante apoiada univiga.
A ponte rolante apoiada dupla-viga é constituída por duas cabeceiras, duas dois carros
trolley que sustentam a(s) talha(s). O carro trolley corre em trilhos que são normalmente
fixados na parte superior da viga da ponte rolante (PASSOS, 2011).
A Figura 15 mostra uma ponte rolante do tipo dupla-viga.
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Este tipo de ponte rolante movimenta-se em um nível próprio, debaixo das grandes
pontes rolantes. Dessa forma, possibilita movimentação adicional para outras áreas de
produção. As pontes rolantes do tipo console são geralmente encontradas para capacidade
cargas de até 5 toneladas até 10m de comprimento de lança.
A Figura 17 mostra uma ponte rolante tipo console.
Figura 17 - Ponte rolante tipo console.
2.4 SAP-2000
dos efeitos que contribuem para a instabilidade de pórticos, e esta é empregada como
referência na comparação dos resultados. É avaliada a resposta de pilares isolados, edifícios
industriais e de múltiplos andares. O autor conclui que os métodos que empregam forças
horizontais fictícias são considerados adequados, pois além de eliminar o cálculo do
comprimento efetivo de flambagem, apresentaram resultados mais consistentes em relação à
análise avançada.
ALENCAR (2014) apresenta em seu estudo a modelagem numérica, análise e
dimensionamento de pórticos metálicos para pavilhões industriais, onde os esforços são
obtidos a partir de uma análise elasto-plástica. O método utilizado no trabalho é o das análises
elásticas sucessivas, com sucessiva formação de rótulas plásticas. Para tal, foi desenvolvido
um programa computacional. A ferramenta numérica desenvolvida conta com um pré-
processador gráfico com interface amigável para o usuário, auxiliando o mesmo na edição e
visualização do modelo estrutural. Após a fase de análise, os resultados obtidos são
convenientemente visualizados por um pós-processador gráfico que exibe os deslocamentos e
esforços do sistema estrutural investigado. Estes esforços são utilizados para o
dimensionamento dos perfis estruturais, e, também, são comparados com a análise linear-
elástica. O autor conclui que os modelos estruturais investigados neste estudo podem ser
projetados de forma mais eficiente e econômica, com base no emprego de análises elasto-
plásticas.
FRANTZ (2011) aborda em seu trabalho o dimensionamento de um pavilhão industrial
com estrutura em aço. Primeiramente, após uma série de análises quanto aos aspectos
construtivos e de dimensionamento, foi escolhido um modelo de pavilhão industrial,
priorizando uma concepção que proporcionasse facilidade e rapidez na execução, pensando
nisso foi escolhido o pelo perfil de alma cheia, tendo em vista que o pavilhão terá dimensões
de 15 metros de largura por 30 metros de comprimento. Posteriormente foi definido que as
bases do pórtico seriam engastadas, assim como, os nós de ligação entre viga e pilar. Após
definir as dimensões de perfis utilizados e do dimensionamento, foram apresentados os
projetos e seus detalhamentos. Para concluir, o autor comparou o consumo total de aço
necessário no pavilhão em estudo com um gráfico disponibilizado pelo Ministério da
Industria e do Comércio-STI (1986), que apresentou, em média, um consumo de 12 % a mais
de aço que na bibliografia consultada.
ANDREOLLA (2016) afirma em seu trabalho que em estruturas de aço, as forças
oriundas do vento são ações de relevante importância, pois sabe-se que os coeficientes de
pressão aerodinâmicos, internos e externos, apresentam valores significativos, fazendo com
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3 METODOLOGIA
3.3 AÇÕES
A NBR 8800 (ABNT, 2008) estabelece que nas coberturas comuns, não sujeitas a
acúmulos de quaisquer materiais, e na ausência de especificação em contrário, deve ser
prevista uma sobrecarga nominal mínima de 0,25 kN/m², em projeção horizontal.
Foi utilizada, para o galpão em estudo uma sobrecarga nominal de 0,50 kN/m² para a
cobertura e, uma sobrecarga uniformemente distribuída sobre a passarela de manutenção igual
a 3,00 kN/m².
A NBR 6123 (ABNT, 1988) apresenta procedimentos para o cálculo das forças devidas
ao vento nas edificações. Para o galpão em estudo foi considerado uma velocidade do vento,
V0, igual a 40m/s, um fator topográfico, S1, igual a 1, sendo o terreno aproximadamente plano,
um fator estatístico, S3, igual 1, e uma rugosidade 3.
Para o cálculo das velocidades características do vento atuantes na estrutura foram
consideradas quatro alturas diferentes, onde foi determinado um fator S2, o qual é função da
altura da edificação, para cada um dos trechos. A velocidade característica é determinada pela
Equação 1 (ABNT, 1988).
𝑉𝑘 = 𝑉0 . 𝑆1 . 𝑆2 . 𝑆3 (1)
Dessa forma, tem-se a 5m uma velocidade atuando na coluna principal de 30,4m/s, na
elevação de 9m encontra-se a viga de rolamento, que está sujeita à velocidade de 32,8m/s, já a
13m de altura está o topo da baioneta, onde o vento atua com uma velocidade de 34,4m/s e,
por fim, no nível de 14m encontra-se o topo da tesoura, sobre o qual o vento atua com uma
velocidade de 34,8m/s.
A NBR 6123 apresenta a pressão dinâmica do vento sendo calculada pela seguinte equação
(ABNT, 1988):
𝑞=0,613𝑉k² (2)
Sendo: q a pressão dinâmica do vento, em N/m².
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Figura 22 - Coeficientes de forma externos nos tapamentos laterais para vento a 90º.
vento. Sendo assim serão consideradas quatro situações de ações devidas ao vento na
estrutura.
Além dessas combinações, também serão consideradas as combinações de ações
devidas ao vento nos oitões do galpão, para calcular as colunas de oitão e as colunas que
fazem parte do contraventamento central.
Para dimensionamento da ponte rolante é necessário saber o seu trem tipo, o qual foi
fornecido pelo fabricante da mesma.
Segundo o fabricante, o carregamento máximo do trem tipo que atua sobre a ponte
rolante, no momento em que o trolley está o mais próximo possível de uma das cabeceiras é
Pmáx = 163 kN, enquanto que o carregamento mínimo, na outra cabeceira, é Pmín ~ 0,4Pmáx =
65,2 kN. Nestes carregamentos estão inclusos a carga total que a ponte pode içar, o peso
próprio da ponte, o peso próprio do trolley e o peso próprio de todo o mecanismo da ponte
rolante.
Para o cálculo do momento fletor máximo que atua sobre a viga de rolamento é
utilizada a seguinte equação.
𝜑𝑃 𝑎 2 (3)
𝑀𝑚á𝑥 = (𝑙 − )
2𝑙 2
Onde:
𝑃 é o carregamento que a ponte rolante exerce sobre a viga de rolamento;
𝜑 é o coeficiente de impacto vertical da ponte rolante;
𝑙 é o comprimento da viga de rolamento; e
𝑎 é a distância entre as duas rodas na cabeceira da ponte.
A NBR 8800 (ABNT, 2008) recomenda como coeficiente de impacto vertical para este
tipo de ponte o valor de 1,25.
Além do momento fletor, há uma força horizontal longitudinal ao caminho de
rolamento, causada pela frenagem da ponte, e uma força horizontal transversal, causada pela
frenagem do trolley. O Anexo B da NBR 8800 (ABNT, 2008) recomenda, nos casos em que o
fabricante não fornece os valores destas forças horizontais, a seguinte aproximação, sem
utilização do coeficiente de impacto.
𝐻 𝑡 ~ 0,1𝑃𝑣𝑒𝑟𝑡 (4)
𝐻𝑙 ~ 0,2𝑃𝑚á𝑥 (5)
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3.4 COMBINAÇÕES
As ações atuantes no galpão devem ser combinadas entre si, visando à determinação dos
efeitos mais desfavoráveis para a estrutura. As ações permanentes atuantes na estrutura foram
consideradas agrupadas e seus coeficientes de ponderação são apresentados no Quadro 1,
enquanto que os coeficientes de ponderação das ações variáveis encontram-se no Quadro 2.
Quadro 1 - Coeficientes de ponderação das ações permanentes.
REFERÊNCIAS
PRAVIA, Z. M. C.; DREHMER, G. A.; JÚNIOR, E. M. Galpões para usos gerais. 4ª ed.
Rio de Janeiro: IABr/CBCA, 2010.