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Hipocalemia é definida como uma concentração sérica de potássio menor que 3,5 mEq/L

Existe uma enorme diferença entre o potássio intracelular (140 mEq/L) e o extracelular (3,5 a
5,0 mEq/L). Existe uma enorme diferença entre o potássio intracelular (140 mEq/L) e o
extracelular (3,5 a 5,0 mEq/L).

Pequenas alterações no potássio sérico podem implicar em profunda alteração na condução e


excitabilidade do coração, podendo alterar a função e o ritmo cardíacos e causar uma PCR
(parada cardiorrespiratória)

As causas de hipocalemia são:

• Diminuição da ingestão: isoladamente é causa rara.

• Translocação do extracelular para o intracelular: pode ocorrer em alcalose metabólica, uso


de medicações (insulina, β-adrenérgicos, teofilina, cafeína, vitamina B12), paralisia periódica
hipocalêmica, tireotoxicose. Muito cuidado no início da terapêutica de anemia megaloblástica,
em que a síntese celular maciça pode causar hipocalemia grave.

• Perdas pelo trato gastrintestinal: diarreia (infecciosa, laxativos, preparo de colonoscopia,


pólipos secretores, VIPomas) e vômitos (podem causar hipovolemia e alcalose com
hiperaldosteronismo secundário que, associado a bicarbonatúria, pode ocasionar grande
perda urinária de potássio).

• Perdas renais: explicam a maioria dos casos de hipocalemia crônica. Podem estar associadas
a medicamentos (diuréticos de alça, tiazídicos), estados associados a hiperaldosteronismo e
hipertensão (hiperaldosteronismo primário, estenose de artéria renal, hipertensão maligna,
síndrome de Cushing, hiperfunção do néfron distal ou síndrome de Liddle, deficiência
congênita da enzima 11β hidroxiesteroide desidrogenase), hiperaldosteronismo sem
hipertensão

ACHADOS CLÍNICOS As manifestações clínicas dependem de:

• Gravidade da hipocalemia: raramente há alguma manifestação com potássio maior que 3


mEq/L.

• Velocidade de instalação da hipocalemia: na paralisia periódica hipocalêmica há


manifestações mais graves para uma mesma concentração sérica de potássio.

• Doença de base: cardiopatia prévia, principalmente isquêmica, idade avançada e uso de


digital aumentam o risco de complicações da hipocalemia.

Nas hipocalemias mais graves (< 2,5 mEq/L), podem surgir:

• Fraqueza generalizada (até tetraplegia flácida).

• Rabdomiólise (pode levar a mioglobinúria e insuficiência renal).

• Íleo paralítico. • Poliúria (decorrente de tubulopatia).

• Distúrbios do ritmo cardíaco (extrassístoles ou taquiarritmias).


Espera-se que o rim excrete menos de 15 mEq/dia de potássio, em ambiente de hipocalemia,
justificando a perda de potássio por via extrarrenal (sudorese, vômitos, diarreia). Entretanto,
excreção renal de potássio maior que 15 mEq/dia indica perda renal de potássio, seja por
alteração tubular, seja por estados de hiperaldosteronismo

Espera-se que o rim excrete menos de 15 mEq/dia de potássio, em ambiente de hipocalemia,


justificando a perda de potássio por via extrarrenal (sudorese, vômitos, diarreia). Entretanto,
excreção renal de potássio maior que 15 mEq/dia indica perda renal de potássio, seja por
alteração tubular, seja por estados de hiperaldosteronismo.

Deve-se solicitar magnésio sérico. Outros exames deverão ser solicitados de acordo com a
suspeita clínica. Alguns exemplos são: • Aldosterona sérica e atividade de renina plasmática:
podem ser úteis em caso de hiperaldosteronismo primário, estenose de artéria renal,
síndrome de Liddle. • Doppler de artérias renais: suspeita de estenose de artéria renal. •
Dosagem de TSH e T4 livre: tireotoxicose.

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL • Diagnóstico das condições que podem levar a hipocalemia:


hiperaldosteronismo primário, secundário, estenose de artéria renal, translocação de potássio
etc. • Condições que podem simular hipocalemia, embora o potássio sérico seja normal:
neuropatias, miopatias, cardiopatias.

TRATAMENTO O tratamento da hipocalemia pode ser dividido em: • Suporte clínico: tratar
desidratação, vômitos, estabilização hemodinâmica e respiratória. • Tratamento da doença de
base. • Reposição do potássio

Preparações de potássio mais usadas: • KCl xarope 6%: 15 mL têm 12 mEq de potássio; dose
usual de 10 a 20 mL após as refeições, três a quatro vezes ao dia. • KCl comprimido: 1
comprimido tem 6 mEq de potássio; dose usual: 1 a 2 comprimidos após as refeições, três a
quatro vezes ao dia. • KCl 19,1% (IV): cada 1 mL tem 2,5 mEq de potássio; ampolas disponíveis
de 10 mL

CONCLUSÕES • Os achados eletrocardiográficos incluem presença de onda U, achatamento de


ondas T e depressão do segmento ST. • Hipocalemia pode causar alterações na excitabilidade
nervosa e muscular. • As causas de hipocalemia são variadas e incluem: uso excessivo de
diuréticos, diarreia, vômitos, hiperaldosteronismo, estenose de artéria renal etc. • O
tratamento da hipocalemia deve ser feito, de preferência, por via oral. • Ao repor potássio
intravenoso, evite soluções muito concentradas e infusão rápida. • A reposição de potássio
deve durar algumas semanas, com o intuito de se repor o potássio intracelular, exceto quando
a causa da hipocalemia for translocacional. • As complicações de hipocalemia incluem
arritmias, tetraparesia flácida, hipoventilação e parada cardiorrespiratória.

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