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1
ROUBIER P., L’ordre juridique et la théorie des sources du droit, in, Mélanges, Georges
RIPERT, LGDJ, 1950, p. 9.
2
MELO FRANCO J. e ANTUNES MARTINS H., Dicionário de Conceitos e Princípios Jurídicos,
3.ª Ed., Livraria Almedina, Coimbra — 1993, vide Fontes do Direito. Sobre o conceito de
"Fontes" do Direito, vide, Archives de Philosophie du Droit, Tomo 27, "Sources" du droit, Paris,
ed. Sirey, 1982.
3
RIVERO J., n.º 43.
4
CRETELLA JÚNIOR J., Direito Administrativo Brasileiro, op. cit., n.º 65.
1
Uma simples observação das fontes do Direito Administrativo, no seu
conjunto, revela, em mesmo tempo, a diversidade e a heterogeneidade dessas.
Com efeito, pode-se constatar que as regras jurídico-administrativas emanam
de diversas autoridades que têm por função elaborar e aprovar normas jurídico-
administrativas.
2
progresso maior da organização social foi e é constituido pela transição do
Estado de polícia para o Estado de Direito cujo princípio da juridicidade é um
elemento estruturante essencial.
9
GUILLIEN R. e VINCENT J., Lexique de termes juridiques, Paris, Dalloz, 5.ª. ed., 1981, vide
Doctrine.
10
Não foi sempre o caso. No direito romano, era possível pedir um parecer a um juriscondulto
conhecedor do direito cuja a opinião imponha-se ao juiz. Nesta medida, a doutrina era uma
fonte de direito (STARCK B., ROLAND H., BOYER L., Introduction au droit, Paris, Litec, 2.ª Ed.,
1988, n.º 422; ROUBIER P., L’ordre juridique et la théorie des sources du droit, op. cit., p. 24).
Do mesmo modo, em Portugal, nas Ordenações Afonsinas (1446) a opinião de BÁRTOLO e a
Glosa de ACÚRSIO, ficaram a constituir o direito subsidiário aplicável no Reino: "2. E se o caso
de que se trata em prática não fosse determinado por lei do Reino ou estilo ou costume suso
dito ou leis imperiais ou santos cânones, então mandamos que se guardem as Glosas de
Acúrsio, encorporadas nas ditas leis. E quando pelas ditas Glosas o caso não for determinado,
mandamos que se guarde a Opinião de Bártolo, não embargante que os outros doutores digam
o contrário; porque somos bem certo que assim foi sempre usado e praticado em tempo dos
reis, meu avô e pai, da gloriosa memória" (Ordenações Afonsinas L. 2.º, T. IX). Na fase do
direito moderno, o Estado com a pretensão de controlar todo o mundo do direito proclamará a
redução do direito aos factos jurídicos por ele promulgados, identificando o direito com a lei.
Como escreve António Francisco de SOUSA, "o jurista deixa paulatinamente de ser prudente
para converter-se em burocrata, essencialmente colocado ao serviço dos fins políticos e
administrativos do Estado", in Fundamentos históricos de Direito Administrativo, op. cit., pp. 10-
11.
11
TEBOUL G., Usages et coutume dans la jurisprudence administrative, Paris, LGDJ, 1989.
3
Em terceiro lugar, é preciso excluir das fontes formais do Direito
Administrativo as cláusulas contratuais, as decisões individuais e as sentenças
dos tribunais; como escreve René CHAPUS, “devemos ver com ela fontes de
situações jurídicas (ou fontes “de direito”), e não fontes do Direito” 12.
Por um lado, ele abrange normas que não existe em Moçambique como
fontes de Direito, trata-se mais particularmente das normas corporativas. Por
outro lado, nesta disposição a palavra lei é empregada num sentido material o
que não é o conceito consagrado pela Constituição da República. Pelo
conrário, a Lei Fundamental consagra um sentido formal da Lei. A manutenção
na ordem jurídica desta disposição pode e cria de facto certas confusões e
desvaloriza o verdadeiro sentido da palavra Lei ("Lei municipal", "Lei
provincial", etc...).
12
CHAPUS R., I, n.º 44.
13
Artigo 1.º
(Fontes imediatas)
1. "São fontes imediatas do direito as leis e as normas corporativas.
2. Consideram-se leis todas as disposições genéricas provindas dos órgãos
estaduais competentes; são normas corporativas as regras ditadas pelos
organismos representativos das diferentes categorias morais, culturais,
económicas ou professionais, no domínio das suas atribuições, bem como os
respectivos estatutos e regulamentos internos.
3. As normas corporativas não podem contrariar as disposições legais de carácter
imperativo".
4
TÍTULO I
AS DIFERENTES FONTES DO DIREITO
ADMINISTRATIVO
5
CAPÍTULO I. AS FONTES ESCRITAS DO DIREITO
ADMINISTRATIVO
14
Preâmbulo da Constituição da República.
6
2. No que diz respeito à organização e competências no âmbito da
administração pública, o número 2 do Artigo 112 140 da Constituição da
República precisa: “A lei determina a forma, organização e competências no
âmbito da administração pública”; o número 2, al. r) do Artigo 133 179 da
Constituição da República precisa: “A Assembleia da República determina as
normas que regem o funcionamento do Estado (...) através de leis e
deliberações de carácter genérico”.
15
CISTAC G., Manual de Direito das Autarquias Locais, Maputo, Livraria Universitária, 2001.
7
- princípio de igualdade dos cidadãos perante a lei (alínea d) do Artigo 6
e Artigo 66 35 da Constituição da República16);
Neste sentido, cabe ao Conselho Constitucional (no que diz respeito aos
actos normativos dos órgãos do Estado - Artigo 181 244 da Constituição da
República) e ao Tribunal Administrativo (no que diz respeito aos actos
normativos das autarquias locais e aos actos administrativos), cada um no seu
domínio de competências, exercer este controlo de conformidade à
16
Vide em matéria de Direito das Autarquias Locais, CISTAC G., Manual de Direito das
Autarquias Locais, op. cit., p. 162.
17
Acórdão TA-S : ANTONIO JOSÉ CARLOS PAULO MABUMO, 24 de Novembro de 1998,
Proc. 7/95-1ª, Col. I, p.
8
Constituição da República dos actos, susceptíveis de recurso, praticados pelas
autoridades administrativas acima referidas.
9
outros, a anulação do despacho que ordenou a exoneração do aparelho de
Estado do recorrente, no Artigo 100 da Constituição da República, nos
seguintes termos:
“Artigo 100
§2. A Lei.
21
Nos termos da alínea a) do número 1 do Artigo 181 da Constituição da República: "Compete
ao Conselho Constitucional:
a) apreciar e declarar a inconstitucionalidade (...) dos actos legislativos ...".
22
Alguns sistemas jurídicos não admitem este tipo de controlo. É o caso do direito
administrativo francês, vide, GENEVOIS B., Le Conseil d'État n'est pas le censeur de la loi au
regard de la Constitution, RFD adm. 16 (4) juill.-août 2000, pp. 715-724.
10
Bibliografia. CISTAC G., Poder legistativo e Poder regulamentar na
Constituição da República de Moçambique de 30 de Novembro de 1990, Rev.
Jur. da Faculdade de Direito, Dez-1996.- Vol. I, pp. 7-29.
23
Sobre o domínio de intervenção do Poder legislativo, vide, CISTAC G., Poder legistativo e
Poder regulamentar na Constituição da República de Moçambique de 30 de Novembro de
1990, Rev. Jur. da Faculdade de Direito, Dez-1996.- Vol. I, p. 8 e seguintes.
24
B.R., 18 de Fevereiro de 1997, 2,º Suplemento, I Série — n.º 7.
25
B.R., 31 de Maio de 1997, 4.º Suplemento, I Série — N.º 22.
26
B.R., 6 de Maio de 1992, Suplemento, I Série - Nº 19.
27
B.R., 7 de Julho de 2001, Suplemento, I Série - N.º 27.
28
B.R., 19 de Maio de 2003, Suplemento, I Série – N.º 20.
11
Todavia, a sua principal diferença com a lei é de natureza orgânica e
processual. Enquanto que a lei está aprovado pela Assembleia da República, o
regulamento administrativo está aprovado por uma autoridade administrativa
(exemplos, Conselho de Ministros ou Assembleia Municipal). Enquanto, a
aprovação da lei está sujeita a uma tramitação específica – o processo
legislativo - ?????, a aprovação do regulamento administrativo está sujeita a
uma tramitação também específica: o procedimento administrativo (vide, por
exemplo, em matéria de regulamento autárquico, ????? 29). vide art. 112 da Lei
n.º 14/2011, de 10 de Agosto
29
CISTAC G., Manual de Direito das Autarquias Locais, op. cit., p. ????????
30
Sobre esses aspectos, vide, CISTAC G., Poder legistativo e Poder regulamentar na
Constituição da República de Moçambique de 30 de Novembro de 1990, op. cit., p. 20 e
seguintes.
31
B.R., 24 de Junho de 1993, Suplemento, I Série-N.º 25.
32
B.R., 21 de Julho de 1993, Suplemento, I Série-N.º 29.
33
B.R., 31 de Dezembro de 1992, 3.º Suplemento, I Série-N.º 53.
12
n.º 6/79, de 26 de Maio34;
34
B.R., 16 de Setembro de 1993, I Série-N.º 37. Outro exemplo, no dominio do direito das
telecomunicações, a Lei n.º 22/92: Define as bases gerais a que obedecerà o estabelecimento,
gestão e exploração das infraestruturas e serviços de telecomunicações (B.R., 31 de Dezembro
de 1992, 3.º Suplemento, I Série-N.º 53) é acompanhado do seu "Regulamento Básico",
adoptado pelo Conselho de Ministros sob a forma do Decreto n.º 23/93: Aprova o Regulamento
Básico de utilização de rádiocomunicações (B.R., 5 de Outubro de 1993, I série, N.º 39).
35
B.R., 31 de Dezembro de 1992, 3.º Suplemento, I Série-N.º 53.
36
B.R., 5 de Outubro de 1993, I série, N.º 39.
37
Principal Legislação, Vol. VII, p. 27.
38
Vide, Diploma Ministerial n.º 71/80, de 30 de Julho.
39
CISTAC G., op. cit., p. 23 e seguintes.
40
COUTINHO de ABREU J.M., Sobre os regulamentos administrativos e o princípio da
legalidade, Livraria Almedina Coimbra — 1987, p. 62.
41
CHAPUS R., I, n.º 701. O regulamento autónomo não ser secumdum et intra legem do facto
que não há lei no seu espaço.
13
regulamento administrativo independente.
42
M. ROUGEVIN-BAVILLE, R. DENOIX de SAINT-MARC, D. LABETOULLE, Leçons de droit
administratif, Paris, Ed. Hachette, 1989, p. 140 e seguintes.
43
ROUGEVIN-BAVILLE M., DENOIX de SAINT-MARC R., LABETOULLE D., op. cit., p. 140;
CHAPUS R., I, n.º 730 e seguintes.
14
O Artigo 152 203 da Constituição da República estabelece claramente
"1. O Conselho de Ministros assegura a administração do país, garante a
integridade territorial, vela pela ordem pública e pela segurança e estabilidade
dos cidadãos, promove o desenvolvimento económico, implementa a acção
social do Estado, desenvolve e consolida a legalidade e realiza a política
exterior do país".
44
O problema colocava-se em termos diferentes na Constituição de 25 de Junho de 1975 pois
a Comissão Permanente da Assembleia Popular podia assegurar a função de Assembleia
Popular entre os períodos da sessão da Assembleia (vide Artigo 51).
15
ordem pública é a fortiori válido em casos de circunstâncias excepcionais
(tempo de guerra)45. "É essência própria do papel da administração”, escreve
Romieu, “agir imediatamente e empregar a força pública sem prazo nem
procedimento, desde que o interesse imediato da conservação pública o exija;
quando a casa arde, não nos dirigimos ao juíz para pedir autorização de
chamar os bombeiros"46.
45
Vide, LONG M.e Al., Les grands arrêts de la jurisprudence administrative, 10 eme ed., Éd.
Dalloz, 1993, p. 183 e seguintes.
46
T.C. de 2 de Dezembro de 1902, Société immobilière de St-Just, Rec. 713; D.P. 1903.3.41,
anotação HAURIOU.
16
política de habitação" que é também um sector social. Assim, pode-se
interpretar esta redacção como dando competência ao Conselho de Ministros
para regulamentar os sectores da educação, da saúde e da habitação.
17
exemplo, conforme ao Artigo 50 100 da Constituição da República: "Os
impostos são criados ou alterados por lei, que os fixa segundo critérios de
justiça social").
18
sobre os combustíveis50. Perante a necessidade de proceder a um ajuste de
taxas em matéria de combustíveis, o Conselho de Ministros adopta um decreto
cujo fundamento jurídico não faz nenhuma dúvida quanto à sua forma: "no uso
das competências conferidas pela alínea e) do Artigo 153 da Constituição,
decreta:..."
19
o número 1 do Artigo 117 146 in fine ambos da Constituição da República 52) e o
Conselho de Ministros (por exemplo, em matéria de regulamentação de de
actividade económica - alínea e f) do número 1 do Artigo 153 da Constituição
da República53).
52
Vide, por exemplo, o Decreto Presidencial n.º 8/93, de 29 de Dezembro que cria Serviços de
Cifras nos Ministérios e demais Órgãos Cívis e Militares do Estado, in B.R., de 29 de Dezembro
de 1993, Suplemento, I Série – n.º 52.
53
(?)
54
CAETANO M., I, n.º 47.
55
in, Principal Legislação - Vol. VIII, 1981, p. 194.
56
Diploma Ministreial n.º 47/2001: Aprova o Regulamento Interno do Ministério das Pescas,
B.R., 7 de Março de 2001, Sup., I Série - N.º 10.
57
in, B.R., 19 de Junho de 1991, 2.º Sup. I Série - N.º 25.
20
regulamentar os termos de aplicação deste decreto..."; o Artigo 49 do Decreto
n.º 28/91, de 21 de Novembro (Define modalidades de alienação ou
privatização de empresas, estabelecimentos, instalações e participações
financeiras de propriedade do Estado 58), prêve: "No âmbito das suas
competências e nos termos do estipulado na Lei n.º 15/91, de 3 de Agosto, e
neste diploma, competirá ao Ministério das Finanças, por meio de normas
regulamentares, garantir a adequada aplicação do presente decreto"; o Artigo 3
do Decreto n.º 21/91 de 3 de Outubro (Delega no Ministro da Justiça a
competência para proceder ao reconhecimento específico das associações de
natureza não lucrativa59) precisa: "O Ministro da Justiça regulará o
procedimento de registo das associações não lucrativa nas Conservatórias do
Registo Civil ou comercial, sendo o caso".
58
in B.R., 21 de Novembro de 1991, Sup., I Série - N:º 47.
59
in, B.R., 3 de Outubro de 1991, Sup., I Série - N.º 40.
60
61
62
Sobre o Poder regulamentar das autarquias locais, vide, CISTAC G., Manual de Direito das
Autarquias Locais, op. cit., p. 136 e seguintes.
21
outorgado por título adequado — por exemplo, por uma concessão de serviço
público63.
63
QUEIRÓ A., Lições de direito administrativo, vol. I, ed. copiograf., Coimbra, 1976, p. 415.
22
palavras “tratados internacionais” e “acordos internacionais”. Fica claro que do
ponto de vista puramente literal, a palavra “acordos internacionais”, tem um
sentido genérico capaz de abranger várias figuras juidicas nomeadamente o
tratado internacional ou quaisquer convenções internacionais (“Carta”, “Pacto”,
"Protocolo"). Não é este sentido que utilizar-se-à dentro deste
desenvolvimento. É o sentido específico que lhe atribui a alínea f g) do número
1 do Artigo 153 204 da Constituição da República.
A. Os tratados internacionais.
64
QUOC DINH N., DAILLET P., PELLET A., Droit international public, Paris, LGDJ, EJA, 4.ª Ed.
1992, n.º 64. Vide também a definição de Ian BROWNLIE, in Principles of Public International
Law, Oxford, Clarendon Press, 4.ª Ed., 1990, pp. 604-605. Vide também, DIMANDE A.F.C., Os
tratados internacionais na ordem jurídica moçambicana, Trabalho de fim de curso, Faculdade
de Direito, UEM, Agosto de 1993, p. 4 e seguintes; Rev. Jur. da Faculdade de Direito, Junho-
1997.- Vol. II, pp. 69 e seguintes. ACRESCENTAR MANUAL PORTUGUÊS
65
QUOC DINH N., DAILLET P., PELLET A., op. cit., n.º 64 e seguintes; BROWNLIE I., op. cit.,
p. 603 e seguintes.
66
DIMANDE A.F.C., Os tratados internacionais na ordem jurídica moçambicana, op. cit., p. 5;
Rev. Jur., p. 70.
67
O texto constitucional não empregue formalmente a palavra “internacional”, mas podemos
supor que esta é implicitamente inclusa na palavra “tratados”.
23
Apesar desta cláusula específica, a Constituição da República atribui ao
Presidente da Republica a competência de “celebrar tratados internacionais”
(alínea b) do Artigo 123 162 da Constituição da República). É a cláusula geral
de competência de celebrar tratados internacionais no domínio das relações
internacionais.
B. Os acordos internacionais.
68
(?)
69
DIMANDE A.F.C., Rev. Jur., p. 72 e 74.
70
Artigo 1 do Decreto Presidencial n.º 12/95: Define os objectivos, atribuições e competências
do Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação e revoga os Decretos Presidenciais
n.os 65/83, de 29 de Dezembro, e 27/89, de 15 de Maio, B.R., 29 de Dezembro de 1995, Sup.,
I Série - N.º 52.
71
alínea s) do número 1 do Artigo 4 do Decreto Presidencial n.º 12/95, de 29 de Dezembro.
72
QUOC DINH N., DAILLET P., PELLET A., op. cit., n.º 84 e seguintes.
24
Dois traços principais caracterizam este tipo de convenções : uma
flexibilidade maior no que diz respeito à sua conclusão e à sua igualdade, em
termos de força jurídica, com o tratado.
73
DIMANDE A.F.C., op. cit., p. 6; Rev. Jur., p. 71.
74
DIMANDE A.F.C., op. cit., p. 5; Rev. Jur., p. 70.
75
76
DIMANDE A.F.C., op. cit., p. 6; Rev. Jur., p. 71.
25
Para que uma convenção internacional seja susceptível de produzir
efeitos de direito na ordem jurídica, várias condições são necessárias : a
existência, a assinatura, a ratificação e a sua publicação.
A. A ratificação.
77
MOREAU J., n.º 388.
78
DIMANDE A.F.C., op. cit., p. 11.
79
Cabe o Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, ao abrigo da alínea t) do
número 1 do Artigo 4 do Decreto Presidencial n.º 12/95, de 29 de Dezembro, "Estudar os
tratados e os acordos internacionais e propor a sua ratificação ou adesão pela República de
Moçambique, bem como determinar as suas eventuais incidências sobre o País e tomar as
medidas adequadas".
26
Deste modo, celebrado o tratado pelo Presidente da República nos
termos da alínea b) do Artigo 122 161 e da alínea b) do Artigo 123 162 da
Constituição da República, este órgão submete, por escrito, directamente ou
por intermédio do Conselho de Ministros, os projectos de resolução de
ratificação dos tratados internacionais ao Presidente da Assembleia da
República para ratificação ou não ratificação 80.
B. A publicação.
a) As modalidades da publicação.
80
Sobre o processualismo interno de ratificação de tratados internacionais pela Assembleia da
República, vide, DIMANDE A.F.C., op. cit., p. 13 e seguintes; Rev. Jur., p. 77 e seguintes.
81
Vide por exemplos, Resolução n.º 5/91: Ratifica o Pacto Internacional sobre Direitos Civis e
Políticos, adoptado pela Assembleia Geral das Nacões Unidas, em 16 de Dezembro de 1966,
B.R., 12 de Dezembro de 1991, Sup., I Série - N.º 50.
82
In, B.R., 3 de Maio de 2001, 5.º Suplemento, I Série – N.º 18.
83
Resolução n.º 12/96 : Referente a adesão da República de Moçambique à convenção que
institui a Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI), B.R., 18 de Junho de 1996,
Suplemento, I Série – N.º 24.
84
Vide, por exemplo, Resolução n.º 19/96: Ratifica a Convenção de Bamako, de 30 de Janeiro
de 1991, relativa à Interdição da Importação de Lixos Perigosos e ao Controlo da
Movimentação Transfronteiriços desses lixos em África, B.R., 28 de Novembro de 1996, 5º
Sup., I Série - N.º 47.
27
b) Os efeitos jurídicos da publicação.
85
DIMANDE A.F.C., op. cit., p. 20.
86
Vide, por exemplo, a Resolução n.º 17/96: Ratifica a Convenção para a Protecção, Gestão e
Desenvolvimento Marino e Costeiro da Região Oriental de África, de 2 de Junho de 1985 e
respectivos Protocolos, B.R., 28 de Novembro de 1996, 5º Sup., I Série - N.º 47; Resolução n.º
44/2001: Ratifica o Tratado da União Africana, B.R., 3 de Maio de 2001, 5º Sup., I Série - N.º
18.
87
Vide, por exemplo, Resolução n.º 44/99: Ratifica o Protocolo sobre as Trocas Comerciais na
Região da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral, assinado em Maseru,
Lesotho, aos 24 de Agosto de 1996, B.R., 29 de Dezembro de 1999, 5.º Sup., I Série - N.º 52.
88
(?)
28
uma forma fortuita, seja, de uma forma mais directa, por exemplo através de
uma verdadeira reinvindicação de direitos ou obrigações da Administração
Pública em relação aos administrados.
89
Cf. em direito francês, Le contrôle des conditions d'introduction en droit interne d'une
convention internationale, BACHELIER G., (Concl. CE, Ass., 18 de Dezembro de 1998, SARL
du parc d'activités de Blotzheim et SCI Haselaecker), RFD adm. 15 (2) mars-avr. 1999, p. 315 e
seguintes.
29
CAPÍTULO II. AS FONTES NÃO ESCRITAS DO DIREITO
ADMINISTRATIVO
Sousa p. 77
90
CHAPUS R., I, n.º 44.
91
STARCK B., ROLAND H., BOYER L., Introduction au droit, op. cit., n.º 828.
92
Esta afirmação, válida de uma forma geral, deve tomar em conta os efeitos das decisões
jurisdicionais no contencioso de anulação que tem um carácter erga omnes. No caso em que a
Administração Pública decidiria de não respeitar a decisão proferida pelo juiz administrativo,
esta violação do caso julgado implicaria a aplicação de medidas compulsórias para obter a sua
execução (vide artigos 175 e seguintes da Lei n.º 9/2001, de 7 de Julho). Além disso, o não
cumprimento da decisão proferida pelo juiz administrativo constitui um acto ilegal susceptível
de responsabilizar o Estado pelos danos causados no fundamento do Artigo 97 da Constituição
da República.
30
Assim, a decisão do juiz como elemento constitutivo da jurisprudência,
não tem nenhuma aptidão a tornar-se uma regra de direito geral e impessoal.
Esta tarefa é reservada ao legislador ou ao poder regulamentar.
Mas pode suceder que a procura desta vontade seja vã e artificial, quer
o legislador não legislou sobre a matéria, quer a lei aplicável é inadequada por
ter envelhecida ou desajustadaa não respondendo assim às realidades
jurídicas do caso.
A. A função de substituição.
93
sobre esses aspectos vide, STARCK B., ROLAND H., BOYER L., op. cit., n.º 831.
94
STARCK B., ROLAND H., BOYER L., op. cit., n.º 833 e seguintes.
95
CAETANO M., I, n.º 39.
96
ROUGEVIN-BAVILLE M., DENOIX de SAINT-MARC R., LABETOULLE D., Leçons de droit
administratif, op. cit., p. 21 ; EISENMANN C., Cours de droit administratif, Tomo 1, op. cit., p.
181.
97
MOREAU J., n.º 395.
31
Além disso, um argumento lógico não deve ser negligenciado. No caso
em que, a decisão jurisdicional pressupõe necessariamente uma regra de
direito preexistente a qual serão confrontados as pretenções das partes em
litígio e se nenhuma regra escrita preveu a solução do litígio, o juiz tem apenas
um meio: “Enunciar ele próprio a regra geral que lhe permitiria de decidir” 98 e
isto motivação
B. A função de adaptação.
A. Em direito comparado.
98
MOREAU J., n.º 394.
99
Vide, em regra geral, EISENMANN C., Cours de droit administratif, Tomo 1, op. cit., p. 181.
100
CAETANO M., I, n.º 39.
32
prática, decisões de princípio, por causa de necessidade. É nestas decisões
que pode-se procurar um determinado número de regras fundamentais do
Direito Administrativo, quer o juiz interprete a lei, quer ele intervenha nos
domínios em que não haja lei.
B. Em Moçambique.
33
RIVERO J., Direito Administrativo, Livraria Almedina — Coimbra, 1981, n.º 73 e
seguintes; MODERNE F., Actualité des principes généraux du droit, RFD adm.
14 (3) Maio.-Junho 1998, pp. 495-518; MODERNE F., Légitimité des principes
généraux et théorie du droit, RFD adm. 15 (4) julho.-Agosto 1999, pp. 722-742;
ROUGEVIN-BAVILLE M., DENOIX de SAINT MARC R., LABETOULLE D.,
Leçons de droit administratif, Paris, Ed. Hachette, 1989, p. 75 e seguintes;
MOREAU J., Droit administratif, Paris, PUF, 1989, n.º 396 e seguintes.
A. Definição.
Essas regras não podem ser consideradas como parte do Direito Público
Costumeiro, porque, “na maior parte dos casos a constatação da sua
existência pelo juiz administrativo é relativamente recente” 106: Em bom rigor,
trata-se de uma obra construtiva da jurisprudencia realizada por motivos
superiores de equidade com finalidade de garantir os direitos e os interesses
legítimos dos particulares.
104
Vide, Despacho publicado no B.R., 4 de Setembro de 2002, I Série – N.º 36.
105
BOUFFANDEAU, Livre jubiliaire du Conseil d’État, in, MOREAU J., n.º 396.
106
BOUFFANDEAU, idem
34
A principal razão do surgimento dos principios gerais do Direito
Administrativo está ligada ao carácter fragmentário do Direito Administrativo
nomeadamente, a ausência de um código administrativo e uma legislação
vigente essencialmente relacionada à organização e acção administrativa 107.
Assim, quando existe uma situação de ausência de diplomas legais capazes de
regulamentar uma determinada situação, cabe ao juiz administrativo aprovar
soluções jurisprudenciais fundamentadas sobre “os princípios tradicionais
escritos ou não escritos que são, de algum modo, inerentes a nosso direito
público e administrativo”108.
B. Modo de elaboração.
107
A consagração da publicidade como princípio geral do Direito Administrativo na decisão
ENTREPOSTO COMERCIAL DE MOÇAMBIQUE, de 4 de Maio de 1999 (JAM, I, p. ?????)
constitui um exemplo, nesta altura, da falta de legislação geral consagrando este princípio.
108
Edouard LAFERRIÈRE, Traité de la juridiction administrative, in ROUGEVIN-BAVILLE M.,
DENOIX de SAINT MARC R., LABETOULLE D., Leçons de droit administratif, op. cit., p. 77.
Vide também, CASSAGNE J.C., Los Princípios Generales de Derecho en el Derecho
Administrativo, op. cit., p. 8.
109
Vide, ?????????????
110
MOREAU J., n.º 397.
111
Sobre as fontes dos princípios gerais de Direito no sistema jurídico francês, vide,
ROUGEVIN-BAVILLE M., DENOIX de SAINT MARC R., LABETOULLE D., op. cit., p. 80.
112
35
normalmente no direito escrito as normas próprias para exercer o seu controlo
da legalidade da acção da Administração Pública.
B.
SECÇÃO 3. O COSTUME.
36
Mesmo se, a priori, nada se opõe, teoricamente, a existência de costume
em materia administrativa, esta permanece problemática.
A. A definição do Costume.
37
preceitos legais que pareçam impedir a formação de normas
consuetudinárias”118.
118
CAETANO M., I, n.º 36.
119
No é o caso no direito dos paízes anglo-saxónicos.
38
TÍTULO II
A HIERARQUIA DAS FONTES DO DIREITO
ADMINISTRATIVO
120
MOREAU J., n.º 402.
121
BERGEL J.L., Méthodologie juridique, Paris, PUF, 2001, p. 169 e seguintes.
122
MOREAU J., n.º 402.
39
Com efeito, no que concerne o Governo, nos termos do número 1 do
Artigo 149 da Constituição da República: “Na sua actuação, o Conselho de
Ministros observa (...) as deliberações da Assembleia da República”.
123
Número 1 do Artigo 133 da Constituição da República : « A Assembleia da República é o
mais alto órgão legislativo na República de Moçambique ».
124
No que diz respeito ao controlo da constitucionalidade e legalidade dos decretos
regulamentares, cabe ao Conselho Constitucional "a) apreciar e declarar a
inconstitucionalidade e a ilegalidade dos actos legislativos e normativos dos órgãos do Estado"
(número 1 do Artigo 181 da Constituição da República)
40
CAPÍTULO I. A HIERARQUIZAÇÃO ORGÂNICA COMO
PRINCÍPIO DA HIERARQUIA DAS FONTES
125
MOREAU J., p. 524.
126
MOREAU J., n.º 404.
127
MOREAU J., idem
128
O referido princípio não deve ser confundido com as concepções normativistas de Hans
KELSEN (vide, MOREAU J., idem).
129
WEIL P., O Direito Administrativo, op. cit., p. 120.
41
ÓRGÃOS FONTES DE DIREITO
OBJECTIVO e
SUJECTIVO
Presidente da Decreto - Despacho
República
Primeiro Ministro Diploma - Despacho
Ministros Diploma inter-ministerial
Diploma ministerial130 -
despacho ministerial
Governador Provincial Acto administrativo
Administrador Distrital Acto administrativo
Chefe de Localidade
130
Deve-se tomar em conta ainda os diplomas interministeriais ; aqueles diplomas são
hierarquicamente superiores ao simples diplomas ministeriais.
42
CAPÍTULO II. AS CORRECÇÕES AO CRITÉRIO
ORGÂNICO DE HIERARQUIZAÇÃO DAS FONTES
A. O critério material.
131
Algumas ordens jurídicas usam também o critério processual, isto é, « enre dois actos da
mesma natureza emanados da mesma autoridade, o acto menos solene deve respeitar as
disposições contidas no que revestiu formas mais solenes », WEIL P., O Direito Administrativo,
op. cit., p. 120.
43
O critério material tem uma importância decisiva para elaborar um
princípio de hierarquia nas relações entre regulamento administrativo e acto
administrativo. O referido critério é chamado material porque o princípio da
hierquização é fundamentado no conteúdo dos actos em causa. É esse
conteúdo que determina o valor jurídico dos respectivos actos.
Pode-se pensar, por exemplo, num potencial conflito entre dois decretos
do Conselho de Ministros que têm ambos um carácter regulamentar.
132
MOREAU J., n.º 407.
133
WEIL P., op. cit., pp. 119-120.
134
ZALMA G., Patere regulam quam fecisti ou l’autorité administrative liée par ses propres
actes unilatéraux, RDP, 1980, p. 1099 e seguintes.
44
Neste caso, o que é importante é de comparar o objecto dos dois
regulamentos.
B. O critério temporal.
45
Bibliografia. DIMANDE A.F.C, Os tratados internacionais na ordem
jurídica moçambicana, Trabalho de fim de curso, Faculdade de Direito, UEM,
Agosto de 1993; PAULINO A.R., Regime jurídico da recepção das convenções
internacionais no ordenamento moçambicano, Trabalho de fim de Curso,
Faculdade de Direito, UEM, Abril de 1997; GONIDEC P.F., Droit international et
Droit interne en Afrique, Rec. Pénant, n.º 822, 1996, pp. 241-257.
Desta disposição resulta claro, pelo autor, que “entre nós vigora o
sistema de recepção infra-constitucional dos tratados internacionais o que
significa que a Constituição da República representa o fundamento de toda a
ordem jurídica interna e, por isso, não há prevalência nem equivalência de
outra fonte, mesmo tratando-se de uma fonte internacional, sobre a lei
constitucional”138.
135
DIMANDE A.F.C., op. cit., p. 20 e seguintes; Rev. Jur., p. 83 e seguintes.
136
DIMANDE A.F.C., op. cit., p. 21; Rev. Jur., p. 84.
137
DIMANDE A.F.C., op. cit., p. 24; Rev. Jur., p. 87.
138
DIMANDE A.F.C., op. cit., p. 22; Rev. Jur., p. 85.
139
1.ª Ed. Rio de Janeiro, 1984, p. 469 e seguintes.
46
Com efeito, segundo este autor, "não figurando no direito positivo uma
disposição que atribua ao judiciário competência seja para negar a aplicação
das leis que contradigam tratados internacionais, seja para anular, no mesmo
caso, tais leis a consequência é que os tribunais são obrigados, na falta de
título jurídico para proceder de outro modo, a aplicar as leis incriminadas de
incompatibilidade com o tratado".
Porém, isto não significa que a lei posterior ao tratado e com ele
incompatível reveste, eficácia revogatória deste, aplicando-se, assim, para
dirimir o conflito, o princípio lex posterior derogat priori, visto que os tratados
possuem forma própria de revogação.
140
DIMANDE A.F.C., Rev. Jur., p. 87.
141
REZEK J.R., Direito dos Tratados, op. cit., pp. 470 e 473.
142
Trata-se da Convenção contra a Tortura e Outros Tratamentos ou Penas Cruéis,
Desumanos ou Degradantes e o Acordo de Cooperação Jurídica e Judiciária entre
Moçambique e Portugal.
143
DIMANDE A.F.C., op. cit., p. 24; Rev. Jur., p. 87.
144
Rev. Jur., p. 87.
47
B. A tese do Dr. PAULINO.
145
PAULINO A.R., Regime jurídico da recepção das convenções internacionais no
ordenamento moçambicano, Trabalho de fim de Curso, Faculdade de Direito, UEM, Abril de
1997, p. 1.
146
PAULINO A.R., op. cit., p. 14 e seguintes.
147
PAULINO A.R., op. cit., p. 14.
148
PAULINO A.R., op. cit., p. 15.
149
PAULINO A.R., op. cit., p. 17.
48
ser praticados no âmbito da observância dos termos convencionais ficam
condicionados ao respeito da Constituição”150.
Em primeiro lugar, a ausência de uma política clara por parte dos órgãos
directamente implicados ou directamente interessados neste processo ou de
decisões governamentais nesta matéria152; relativiza fortemente as conclusões
dos referidos autores. No domínio da repartição das matérias entre o que deve
ser do domínio do tratado e o que deve ser do domínio dos acordos
internacionais vê-se que “na prática legislativa moçambicana não esteja bem
delineado o critério adoptado visto que encontramos acordos que pela
natureza das matérias que versam deviam ser considerados tratados” 153.
49
Há pelo menos duas objecções a dar uma resposta positiva a esta
questão. A primeira tem um fundamento jurídico (a); a segunda é meramente
de mérito e de oportunidade (b).
50
A situação que parece abranger esta disposição concerne unicamente
uma contradição entre duas convenções internacionais e não um conflito entre
a Carta e uma Constituição nacional. Também, do ponto de vista histórico
como imaginar que na altura das negociações da carta, as super-potências
puderam pensar instituir uma Carta na qual as disposições poderiam impôr-se
a essas super-potências?
51
sistema jurídico fazendo prevalecer um conjunto de regras e princípios que um
Estado soberano entende fazer respeitar como representativos dos seus
interesses vitais, as suas tradições nacionais as mais profundas sobre o plano
moral, ético, filosófico, jurídico e económico, isto é, o pacto social.
155
DIMANDE A.F.C., op. cit., p. 23.
156
PESCATORE P., Introduction à la science du droit, Centre Universitaire de l’Etat,
Luxemburgo, 1960, n.º 88.
52
codificadas pela Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados 157. Por um
lado, no seu Artigo 27, a Convenção de Viena estabelece o princípio de
nenhuma parte contratante poder alegar o seu direito interno para justificar a
não execução de um tratado; por outro lado, o artigo 46 da mesma, estabelece
a responsabilidade internacional do Estado face a os seus actos e omissões
decorrentes das convenções internacionais. Podemos assim reter sobre este
ponto as conclusões do Dr. Paulino, «é prova evidente da superioridade do
direito internacional convencional sobre o municipal» 158.
53
particularmente para o número 1 do Artigo 38, pode verificar-se que “O
Tribunal, cuja função é decidir em conformidade com o direito internacional as
controvérsias que lhe forem submetidas, aplicará:
161
Lei n.º 4/2001 : Aprova os Direitos de Autor e revoga o Código dos Direitos de Autor
aprovado pelo Decreto-Lei n.º 46 980, de 27 de Abril de 1966, B.R., 27 de Fevereiro de 2001,
2.º Suplemento, I Série – N.º 8.
162
QUOC DINH N., DAILLET P., PELLET A., Droit international public, op. cit., n.º 187.
54
criar normas que são do mesmo grau do que o diploma interpretado, e que
prevalecem assim sobre os textos de grau inferior.
163
ROUGEVIN-BAVILLE M., DENOIX de SAINT-MARC R., LABETOULLE D., Leçons de droit
administratif, op. cit., p. 21.
164
ROUGEVIN-BAVILLE M., DENOIX de SAINT-MARC R., LABETOULLE D., idem.
55
56
A distinção entre actos regulamentares e actos administrativos é
fundamental porque ela implica regimes jurídicos diferentes relacionados com a
qualificação escolhida. Por exemplo, a entrada em vigor dos actos
administrativos não obedece as mesmas regras segundo o caso em que os
actos são regulamentares ou administrativos.
165
166
Decreto n.º 20/2000, de 25 de Julho e Decreto n.º 22/2000, de 25 de Julho, in B.R., 25 de
Julho de 2000, 3.º Suplemento, I Série – N.º 29.
57
3. Em terceiro lugar, a autoridade administrativa superior não pode
derrogar por uma decisão individual à regra normativa geral instituída por uma
autoridade subalterna.
§1. O decreto.
58
Artigo 195 da CRM
Esta é uma questão central para depois enquadra-lo ou não na Hierarquia dos
Regulamentos administrativos de Grau diferente.
Podemos ser tentados a pensar que o Conselho de Ministros entanto que
poder executivo apenas produz Regulamentos, quer sejam de execução ou
outros.
O artigo 143 /1(actos normativos), do Capitulo Unico – principios gerais, do
Titulo V sobre “ Organização do Poder Político” da CRM, estabelece que”são
actos legislativos as leis e os decretos-leis” , o n3 densifica ai ideia apresentada
no numero 1 fixando que “ Os decretos-lei são actos legislativos, aprovados
pelo Conselho de Ministros, mediante autorização da Assembleia da
República”.
A constituição não deixa margem para duvidas quanto a qualiicação do
Decreto-Lei como acto legislativo, atraves da disciplina estatuida no artigo 143
n4 “ Os actos regulamentares do Governo revestem a forma de decreto...” ( o
sublinhado é nosso). Os decretos-lei estam claramente excluidos dos actos
regulamentares, apenas os decretos do governo é que podem ser actos
regulamentares.
59
Pode-se imaginar que um decreto do Conselho de Ministros determina
as regras gerais de criação e exploração das reservas e parques em
Moçambique e um outro mais recente determina em particular as regras de
funcionamneto de uma reserva em particular, por exemplo, a reserva do
GORONGOZA.
60