Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Pesquisa Educacional
Pedagogia
Pesquisa Educacional
1ª Edição
Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN Secretaria de Educação a Distância – SEDIS
Reitora Secretária de Educação a Distância
Ângela Maria Paiva Cruz Maria Carmem Freire Diógenes Rêgo
Vice-Reitor Secretária Adjunta de Educação a Distância
José Daniel Diniz Melo Ione Rodrigues Diniz Morais
Diretora da EDUFRN Coordenadora de Produção de Materiais Didáticos
Maria da Conceição Fraga Maria Carmem Freire Diógenes Rêgo
Diretor Adjunto da EDUFRN Coordenadora de Revisão
Wilson Fernandes de Araújo Filho Maria da Penha Casado Alves
Conselho Editorial Coordenador Editorial
Maria da Conceição Fraga (Presidente) José Correia Torres Neto
Ana Karla Pessoa Peixoto Bezerra Projeto Gráfico
Anna Emanuella Nelson dos S. C. da Rocha Ivana Lima
Anne Cristine da Silva Dantas
Legendagem e Audiodescrição
Carla Giovana Cabral
Jefferson Fernandes Alves
Edna Maria Rangel de Sá
Gestão do Fluxo de Revisão
Eliane Marinho Soriano
Rosilene Alves de Paiva
Fábio Resende de Araújo
Francisco Wildson Confessor Revisão de Estrutura e Linguagem
George Dantas de Azevedo Camila Maria Gomes
Lia Rejane Mueller Beviláqua Cristinara Ferreira dos Santos
Maria Aniolly Queiroz Maia Margareth Pereira Dias
Maria da Conceição F. B. S. Passeggi Eugenio Tavares Borges
Maria de Fátima Garcia Revisão de Língua Portuguesa
Maurício Roberto Campelo de Macedo Ailson Alexandre Câmara de Medeiros
Nedja Suely Fernandes Camila Maria Gomes
Paulo Ricardo Porfírio do Nascimento Emanuelle Pereira de Lima Diniz
Paulo Roberto Medeiros de Azevedo Fabíola Barreto Gonçalves
Regina Simon da Silva Lisane Mariádne Melo de Paiva
Rosires Magali Bezerra de Barros Margareth Pereira Dias
Tânia Maria de Araújo Lima Revisão de Normas da ABNT
Tarcísio Gomes Filho Cleide Cavalcanti Albuquerque
Supervisão Editorial Edneide da Silva Marques
Alva Medeiros da Costa Revisão de Prova
Supervisor Gráfico Fabíola Barreto Gonçalves
Francisco Guilherme de Santana Revisão Tipográfica
Leticia Torres
Diagramação
Carolina Aires Mayer
Criação e Edição de Imagens
Amanda Duarte
Anderson Gomes do Nascimento
Catalogação da Publicação na Fonte. Bibliotecária Cristiane Severo da Silva – CRB – 15/557.
Pesquisa educacional / Débora Regina de Paula Nunes (Organizadora), Francisco de Paula Nunes
Sobrinho, João Carlos Alchieri e Katiene Symone de Brito Pessoa da Silva. – Natal: EDUFRN, 2015.
274 p.
ISBN 978-85-425-0607-5
CDU 167
P472
Todas as imagens utilizadas nesta publicação tiveram suas informações cromáticas originais alteradas a fim de adaptarem-se
aos parâmetros do projeto gráfico. © Copyright 2005. Todos os direitos reservados a Editora da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – EDUFRN.
Nenhuma parte deste material pode ser utilizada ou reproduzida sem a autorização expressa do Ministério da Educação – MEC
Apresentação institucional 7
Apresentação da disciplina 9
Referências253
A
Secretaria de Educação a Distância – SEDIS da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte – UFRN, desde 2005, vem atuando como fomentadora, no
âmbito local, das Políticas Nacionais de Educação a Distância em parceira
com a Secretaria de Educação a Distância – SEED, o Ministério da Educação –
MEC e a Universidade Aberta do Brasil – UAB/CAPES. Duas linhas de atuação
têm caracterizado o esforço em EaD desta instituição: a primeira está voltada para
a Formação Continuada de Professores do Ensino Básico, sendo implementados
cursos de licenciatura e pós-graduação lato e stricto sensu; a segunda volta-
-se para a Formação de Gestores Públicos, através da oferta de bacharelados e
especializações em Administração Pública e Administração Pública Municipal.
Para dar suporte à oferta dos cursos de EaD, a SEDIS tem disponibilizado
um conjunto de meios didáticos e pedagógicos, dentre os quais se destacam os
materiais impressos que são elaborados por disciplinas, utilizando linguagem e
projeto gráfico para atender às necessidades de um aluno que aprende a distân-
cia. O conteúdo é elaborado por profissionais qualificados e que têm experiên-
cia relevante na área, com o apoio de uma equipe multidisciplinar. O material
impresso é a referência primária para o aluno, sendo indicadas outras mídias,
como videoaulas, livros, textos, filmes, videoconferências, materiais digitais e
interativos e webconferências, que possibilitam ampliar os conteúdos e a inte-
ração entre os sujeitos do processo de aprendizagem.
Assim, a UFRN através da SEDIS se integra ao grupo de instituições que
assumiram o desafio de contribuir com a formação desse “capital” humano
e incorporou a EaD como modalidade capaz de superar as barreiras espaciais
e políticas que tornaram cada vez mais seleto o acesso à graduação e à pós-
graduação no Brasil. No Rio Grande do Norte, a UFRN está presente em polos
presenciais de apoio localizados nas mais diferentes regiões, ofertando cursos
de graduação, aperfeiçoamento, especialização e mestrado, interiorizando
e tornando o Ensino Superior uma realidade que contribui para diminuir as
diferenças regionais e transformar o conhecimento em uma possibilidade concreta
para o desenvolvimento local.
Nesse sentido, este material que você recebe é resultado de um investimento
intelectual e econômico assumido por diversas instituições que se comprometeram
com a Educação e com a reversão da seletividade do espaço quanto ao acesso
e ao consumo do saber E REFLETE O COMPROMISSO DA SEDIS/UFRN COM
A EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA como modalidade estratégica para a melhoria dos
indicadores educacionais no RN e no Brasil.
7
Apresentação da disciplina
Caros alunos,
Esta Disciplina é organizada em 10 aulas e tem como objetivo familiarizá-los
com as bases conceituais e metodológicas necessárias para se conduzir o trabalho
de pesquisa em ciências humanas e sociais, com ênfase na Educação. Trata-se
de um manual introdutório, cujo conteúdo poderá auxiliá-los, tanto na tarefa de
propor quanto na de executar o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). O conte-
údo é constituído dos elementos essenciais de um projeto de pesquisa científica.
Na aula de número 1, são descritas as maneiras de se produzir o conhecimento
humano. É evidenciada, também, de que forma o saber científico se diferencia das
outras formas de conhecimento, como o senso comum, o saber religioso e o saber
filosófico. Em nossa aula de número 2, são enumeradas as formas de se classificar
as pesquisas científicas, considerando-se os seus objetivos e os procedimentos téc-
nicos adotados. Em seguida, na aula de número 3, são destacadas as maneiras de se
organizar e sistematizar os elementos constitutivos de um projeto de pesquisa. Na
aula de número 4, o tema é “Ética em pesquisa” e nela discutem-se os princípios
da ética, assim como os pressupostos que a norteiam, nas resoluções nacionais e
nas ações do pesquisador que, porventura, envolvam pessoas humanas.
Por ocasião da aula de número 5, estuda-se que competências podem ser
desenvolvidas nos alunos para que identifiquem e delimitem um problema de
pesquisa. Além disso, é solicitado que redijam um texto explicitando esse proble-
ma de pesquisa. De forma semelhante, na aula de número 6, são também desen-
volvidas competências, nos alunos, para que formulem hipóteses, no formato de
linguagem escrita. Como complemento dessa aula, são focalizados os objetivos
de uma pesquisa, assim como as formas de classificar as variáveis que a compõe.
Na aula de número 7, a abordagem tem como foco as concepções/conceitos
e como devem ser utilizados os principais instrumentos de coleta de dados e de
informações em pesquisa. Sequencialmente, na aula de número 8, são demons-
tradas as maneiras de organização e de análise dos dados de pesquisas qualita-
tivas e quantitativas. Por ocasião da aula de número 9, são abordados os modos
de disseminação e de publicação do saber científico produzido, com ênfase nas
especificidades da produção escrita e da linguagem científica. Por fim, na aula
de número 10, é considerado o ambiente da escola como cenário investigativo,
por excelência, para fins de elaboração de projeto de pesquisa.
Certamente, ao final dessas 10 aulas, vocês terão desenvolvido as seguintes com-
petências (1) conceituar pesquisa científica; (2) classificar as pesquisas de acordo
com sua natureza, assim como enumerar os procedimentos técnicos adotados; (3)
descrever os princípios éticos em pesquisa que envolve seres humanos como partici-
pantes; (4) formular problemas, objetivos e hipóteses de uma pesquisa; (5) classificar
variáveis de pesquisa; (6) identificar instrumentos de pesquisa utilizados na produ-
ção de dados; (7) discriminar etapas críticas dos processos de coleta e de análise de
dados; (8) utilizar linguagem científica na proposição e na elaboração de projetos,
assim como em relatórios de pesquisas e (9) identificar as formas de organização e
de sistematização dos elementos constitutivos de um projeto de pesquisa científica.
9
Conceituar conhecimento
científico
Aula
1
Apresentação
N
esta aula da disciplina, a de número 1, você aprenderá a
definir conhecimento e descobrirá que a sua produção pode
culminar em revoluções científicas, originando novos para-
digmas. Em seguida, compreenderá que um mesmo objeto de co-
nhecimento pode ser apreendido de maneiras distintas, produzindo
diferentes formas de representação do mundo. Essas representações
serão, por fim, estudadas nas formas de conhecimento empírico,
filosófico, religioso e científico.
Desejo a você uma boa aula, caro(a) aluno(a)!
Objetivos
13
Construção do conhecimento
Conhecer é inserir/incorporar um conceito novo, ou original, so-
bre fatos ou fenômenos que ocorrem ao nosso redor. O conhecimento
não surge do vazio e sim das experiências vivenciadas e acumuladas
ao longo das nossas vidas. Ele é construído tendo como fundamento
as relações que o homem estabelece com eventos, pessoas, grupos
de pessoas ou situações ao seu redor.
Adquirir conhecimento é uma atividade intelectual cumulativa
que, necessariamente, mantém vínculos estreitos com o mundo cir-
cundante ou “mundo real”. Nesse sentido, o ato de conhecer é pro-
duto final e resultante da acumulação de ideias, crenças, convicções,
tradições, experiências, evidências, teorias, construtos, princípios
e conceitos. Uma das características do homem é, justamente, sua
capacidade de adquirir conhecimento a respeito de tudo que esteja
ao seu redor. Todavia, ele não só quer saber, mas também explicar
o porquê das coisas, eventos e fenômenos observados no universo
que o rodeia (ABECASIS; HERAS, 2006).
O saber produzido é revisado a cada momento da história hu-
mana. Como desfecho do balanço crítico a que está submetido o
conhecimento, poderão ser deflagradas as revoluções científicas,
dando lugar assim às mudanças de paradigma.
Leituras complementares
Revolução Científica
A chamada Revolução Científica ocorreu no período histórico
compreendido entre os anos 1550-1700, durante o qual foram regis-
tradas, na Europa, mudanças significativas nos modos de pensar da
humanidade. Mais precisamente, talvez se possa delimitar esse período
de tempo da história humana com o advento do heliocentrismo de
Nicolau Copérnico (1473-1543), até o seu final, com a formulação das
Leis Universais da Natureza, propostas por Isaac Newton (1642-1727).
Caso você queira aprofundar o conhecimento sobre Revolução
Científica, visite o site <http://seguindopassoshistoria.blogspot.com.
br/2012/10/a-revolucao-cientifica-moderna.html>. Acesso em: 5 ago. 2015.
30º 22º
Leituras complementares
<http://www.luzimarteixeira.com.br/wp-content/uploads/
2009/09/mobiliario-escolar-antropometria-e-ergonomia1.pdf>
<http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/2010/
artigos_teses/EDUCACAO_FISICA/artigos/pressaogluteadaPUC-
PADRAO.pdf>.
Categorias de conhecimento
Um mesmo objeto de conhecimento pode ser apreendido de manei-
ras distintas, produzindo diferentes formas de representação do mundo.
O conhecimento, nessa perspectiva, é caracterizado pelas diferentes ma-
neiras com que o homem apreende e representa o mundo (GRESSLER,
2007). Para fins didáticos, os domínios do conhecimento humano serão
focalizados, nesta aula, em quatro categorias distintas: o conhecimento
vulgar, também denominado conhecimento popular, empírico ou de
senso comum; o conhecimento científico; os conhecimentos filosófico
e religioso. Entretanto, outras categorias do conhecimento humano po-
derão ser encontradas na literatura contemporânea, como, por exemplo,
o conhecimento artístico (GRESSLER, 2007).
O Conhecimento teológico
O apelo à autoridade ou à tradição é um dos mecanismos mais
antigos empregados pelo homem para buscar o conhecimento e a
verdade. A história da humanidade revela que os que detinham o
poder, como os chefes de tribo, líderes religiosos, políticos ou sábios,
eram vistos como os donos da verdade, os detentores do conheci-
mento (GRESSLER, 2007).
Um exemplo de conhecimento baseado na autoridade é o religio-
so, o qual tem como premissa que o universo é regido por uma força
divina superior, tendo como autoridade a figura de Deus (DEMO,
2011; GRESSLER, 2007). O conhecimento, nessa perspectiva, é uma
propriedade divina não acessível aos seres humanos (DEMO, 2011).
A formação moral e as crenças individuais de cada pessoa formam
o alicerce do conhecimento religioso, que é transmitido por meio de
textos sagrados, como a Bíblia ou o Alcorão, de geração para gera-
ção. Acreditar na existência de Deus, na presença de espíritos, na
Atividade 3
Atividade 4
O conhecimento científico
Tendo suas origens históricas no conhecimento de senso comum
ou conhecimento empírico, o conhecimento científico se diferencia
das outras três categorias abordadas no presente texto, ou seja, os
conhecimentos de senso comum, teológico e filosófico. Embora não
seja consensual, pelo menos três são as principais características do
conhecimento científico: a objetividade, a sistematização e a pos-
sibilidade de verificação. Primeiramente, referimo-nos ao atributo
objetividade, no sentido de que no mundo da ciência tenta-se rejeitar
e desclassificar relatos verbais impregnados de opiniões pessoais e
de conteúdo emocional ou quando, arbitrariamente, são atribuídos
valores ao que está sendo observado ou estudado.
Nessa perspectiva, tenta-se evitar também a valorização de re-
ações afetivas associadas aos fatos, portanto subjetivas diante do
que ocorre no cotidiano das pessoas. Para se alcançar a objetividade
proclamada pela ciência, caberá ao cientista mitigar ou, quando pos-
sível, isolar ou tentar afastar o que é estranho e perturbador, definiti-
vamente, do contexto no qual se produz o conhecimento científico.
Objetividade em ciência
Atividade 5
Resumo
( )
O conhecimento do senso comum caracteriza-se
2 como uma maneira de acumular experiências e infor-
mações necessárias no convívio diário com pessoas.
( )
Acreditar em reencarnação é um exemplo de
12 conhecimento do senso comum.
Aula
2
Apresentação
N
a aula anterior, abordamos os diferentes tipos de conhecimen-
to e como são produzidos. Entre eles, destacamos o conheci-
mento científico, construído por meio de pesquisas científicas,
e o conhecimento de senso comum, transmitido culturalmente de ge-
ração a geração por meio da educação informal, baseado na imitação
e na experiência pessoal. Nesta aula, você aprenderá a definir o que
é uma pesquisa científica, a identificar os seus objetivos, assim como
seus elementos constitutivos. Tendo como suporte os procedimentos
técnicos do processo de coleta de dados, você conhecerá maneiras
de classificar pesquisas. Assim, aprenderá a diferenciar a pesquisa
básica da pesquisa aplicada e as pesquisas de natureza qualitativa
e quantitativa.
Bom estudo!
Objetivos
33
Atividade 1
Curiosidade
Fonte: <http://educa.fcc.org.br/>.
Natureza da pesquisa:
básica x aplicada
Em termos de aplicabilidade, uma pesquisa pode assumir duas
categorias distintas: a básica e a aplicada. Quando o estudo objetiva
a gênese de um novo conhecimento para os avanços científicos, mas
sem possibilidade de aplicação prática imediata, nos deparamos com
uma pesquisa básica. Esse tipo de investigação, também conhecido
como pesquisa fundamental (BEST; KHAN, 2006), poderá servir
para formular hipóteses ou preencher uma lacuna no conhecimento
de determinada disciplina (WIERSMA, 2000). Em outras palavras,
essa modalidade de pesquisa serve para compreender, descrever e
explicar fenômenos psíquicos, sociais, físicos, químicos, entre outros.
Nos campos da Psicologia ou da Educação, por exemplo, a pesquisa
básica pode ser implementada para testar teorias do desenvolvimento
ou da aprendizagem (BEST; KHAN, 2006).
A pesquisa básica pode ser conduzida em ambiente laboratorial,
envolvendo, muitas vezes, animais. Vejamos o caso de Ivan Pavlov,
um fisiologista que, na década de 1900, demonstrou que fenômenos
até então considerados psíquicos poderiam ser explicados a partir de
bases fisiológicas (VICHI; NASCIMENTO; SOUZA, 2012). Esse expe-
Teorias Comportamentais rimento, que serviu como alicerce para Teorias Comportamentais
de Aprendizagem de Aprendizagem, foi realizado com um cão (Figura 1).
Entre elas, destaca-se o modelo de B. F.
Skinner, que argumentava ser a aprendizagem
uma mudança de comportamento que ocorre
em função de estímulos externos, controlados
por meio de reforços.
Saiba mais
<https://www.youtube.com/watch?v=YhYZJL-Ni7U>.
Acesso em: 5 ago. 2015.
Esse tipo de pesquisa pode, também, ser conduzido com seres hu-
manos em ambientes não estruturados. Vejamos, por exemplo, o es-
tudo desenvolvido por Capovilla et al. (2005), cujo objetivo foi iden-
tificar as estratégias de leitura empregadas por pessoas surdas. Essa
pesquisa, envolvendo mais de 800 surdos de 6 a 45 anos, ocorreu
em ambientes de sala de aula, aplicando-se um teste de leitura. Os
resultados desse estudo indicaram que os surdos tendem a proces-
sar as palavras de forma global, atentando às especificidades visuais
Atividade 3
Atividade 4
1) pesquisas bibliográficas
2) pesquisas documentais
3) estudos de caso
4) pesquisas de levantamento
5) estudos experimentais
Figura 4 – Gestante.
Fonte: <http://www.bezleku.pl/userfiles/image/963183_pregnancy.jpg>. Acesso em: 10 ago. 2015.
Pesquisa Pesquisa
Fenômeno exploratória explicativa Fenômeno
desconhecido: conhecido:
não manipulação manipulação
de variáveis Pesquisa de variáveis
descritiva
Atividade 5
Identificar se os alunos
advindos de escolas
Estudos que investigam
particulares tiveram
Correlacional a relação entre duas ou
desempenho superior no
mais variáveis.
ENEM quando comparados
com alunos de escolas públicas
Característica Descrição
Atividade 6
Autoavaliação
Para as questões que seguem, insira V, se verdadeiro, ou F, se falso.
Anotações
Aula
3
Apresentação
N
a Aula 2, você aprofundou conhecimentos sobre os tipos de
pesquisa, diferenciou a pesquisa básica da pesquisa aplicada,
bem como conheceu os diferentes procedimentos técnicos que
podem ser utilizados na produção de uma pesquisa científica. Ademais,
estudou que a prática da pesquisa científica permite uma aproximação
com a realidade a ser investigada, possibilitando aproximações suces-
sivas, fornecendo subsídios para uma intervenção no real, por meio
da adoção de procedimentos científicos que objetivam interpretá-lo.
Nesta aula, vamos compreender a importância da elaboração do
projeto de pesquisa para o desenvolvimento do estudo científico, e explo-
raremos as formas de organização e sistematização dos elementos cons-
titutivos de um projeto de pesquisa, ou seja, os caminhos metodológicos
que o pesquisador precisa percorrer para elaborar um projeto científico.
Bom estudo!
Objetivos
59
A construção do projeto de pesquisa
Uma aranha executa operações semelhantes às do tecelão, e a abe-
lha supera mais de um arquiteto ao construir sua colmeia. Mas o
que distingue o pior arquiteto da melhor abelha é que ela figura na
mente sua construção antes de transformá-la em realidade. No fim
do processo do trabalho aparece um resultado que já existia antes
idealmente na imaginação do trabalhador (MARX, 2002, p. 211).
Atividade 1
Reflexão
Para iniciar nosso estudo, registre suas ideias pre-
liminares relacionando a citação de Marx (2002) e a
produção de Projeto de Pesquisa, tema da nossa aula.
Educação
inclusiva
Currículo Formação
Prática
Princípios Inicial Continuada
pedagógica
Fique atento:
Reflexão e Produção
Suponhamos que uma aluna concluinte do curso de Pedagogia de-
senvolverá uma pesquisa na área da educação e, para isso, está orga-
nizando seu projeto de pesquisa. O tema, ou seja, a área de interesse
escolhida por ela foi inclusão escolar, cujo problema é “Dificuldade de
aprendizagem do aluno com deficiência visual nos anos iniciais do en-
sino fundamental”. Transformando o problema em um questionamento,
teremos: quais são as dificuldades de aprendizagem enfrentadas pelo
aluno com deficiência visual nos anos iniciais do ensino fundamental?
Agora é sua vez. Escreva um tema de investigação de seu interesse
e a problemática que pretende investigar. Utilize um pouco do seu tem-
po para discutir sua escolha de problema com seus colegas. Essa ação
possibilitará definir com mais clareza o seu objeto de pesquisa.
Pesquisa
Agora é sua vez!!! Acesse o Banco de teses da Capes, ou outro
repositório de seu interesse que seja confiável, e faça uma pesquisa
sobre a área de interesse descrita por você na Atividade 2.
Capes: <www.capes.gov.br/servicos/bancoteses>.
Biblioteca ECA: <www.rebeca.eca.usp.br>.
Biblioteca da USP: <www.teses.usp.br>.
IBICT – Biblioteca Digital de Teses e Dissertações:
<http://bdtd.ibict.br/bdtd>.
ScIELO – Base de Revistas Científicas com versão on-line:
<www.scielo.br>.
Fique atento:
Justificativa e
Área de Objeto de Hipóteses e
referencial
interesse pesquisa objetivos
teórico
Apresentação
Metodologia
Cronograma Referências
de pesquisa
2.1)
Área de interesse
A apresentação tem como objetivo expor de forma sintética
como se chegou à área de interesse de investigação, qual a origem
do problema de pesquisa. Nessa etapa, o pesquisador poderá indicar
motivações pessoais e científicas que o levam a investigar tal tema.
3) Justificativa
Na justificativa, devem-se expor as possíveis contribuições dos
resultados da pesquisa que pretende desenvolver, justificando sua
relevância acadêmica. Nessa etapa, situam-se estudos anteriores,
ou seja, a revisão de literatura realizada sobre a área de interesse,
buscando evidenciar eventuais limitações, bem como destacar a ne-
cessidade de continuidade de investigação na área.
7) Referências
O planejamento de um projeto envolve consultas a livros, revistas,
periódicos, sites, documentos legais, entre outros, e eles precisam ser
referenciados, conforme as normas técnicas – ABNT. É importante re-
gistrar a referência de cada documento consultado processualmente.
Fique atento:
71
Apresentação gráfica do projeto de
pesquisa (modelo)
A seguir, apresentamos uma representação gráfica de modelos de
capa, sumário e cronograma para elaboração de projeto de pesquisa.
Eles serão dispostos para fins de exemplificação. É necessário con-
sultar a formatação conforme as NBR atualizada.
Capa
NOME DO DISCENTE
TÍTULO DO PROJETO
Natal/RN
2015
SUMÁRIO
1. APRESENTAÇÃO
2. JUSTIFICATIVA
3. OBJETIVOS
3.1 Objetivo Geral
3.1 Objetivos Específicos
4. METODOLOGIA
5. CRONOGRAMA
6. REFERÊNCIAS
Cronograma
Ações/Período de Execução
01 02 03 04 05 06
(meses)
Submissão do Projeto
de pesquisa ao professor X
orientador
Escrita da fundamentação
X X
teórica
Autoavaliação
É hora de refletir sobre o que foi estudado nesta aula.
Registre suas respostas e, em outro momento, discuta com os
seus colegas de turma.
Aula
4
Apresentação
N
esta aula, estudaremos o tema “Ética em pesquisa” e quais
as ações éticas que um pesquisador deverá atentar ao reali-
zar uma investigação. Dessa forma, você aprenderá sobre os
princípios da ética, os pressupostos que norteiam as resoluções na-
cionais sobre ações de pesquisadores e de participantes, os aspectos
éticos que podem comprometer uma investigação e como elaborar
documentos que assegurem ao participante os cuidados éticos numa
pesquisa. Como pode observar, irá aprender conteúdos novos e muito
atuais, importantes no processo de investigação, os quais auxiliarão
na elaboração de futuros projetos de pesquisa.
Bom estudo!
Objetivos
79
Princípios éticos em pesquisa
Princípios bioéticos
Não maleficência
Beneficência
Consentimento
O consentimento voluntário do ser humano é ab-
solutamente essencial. Isso significa que as pessoas
que serão submetidas ao experimento devem ser legal-
mente capazes de dar consentimento; essas pessoas
devem exercer o livre direito de escolha sem qualquer
intervenção de elementos de força, fraude, mentira,
coação, astúcia ou outra forma de restrição posterior;
devem ter conhecimento suficiente do assunto em es-
tudo para tomarem uma decisão.
11)
Apresentação do endereço do Comitê de Ética em
Pesquisa que avaliou o projeto com telefone.
Assinatura do pesquisador:
______________________________________________
Nome:____________________________________________________
Atividade 2
Para saber mais sobre bioética, acesse a página do Prof. Dr. Gol-
dim, do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. No site sugerido consta
uma grande quantidade com diversos artigos, apresentações e textos.
<http://www.bioetica.ufrgs.br/>. Acesso em: 5 ago. 2015.
Resumo
Autoavaliação
Leia a notícia a seguir publicada na Revista “Ciência Hoje” da
Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, Ética igual pes-
quisas diferentes.
<http://cienciahoje.uol.com.br/colunas/sentidos-do-mundo/
etica-igual-pesquisas-diferentes/?searchterm=%C3%89tica%20
igual,%20pesquisas%20diferentes>
Após ler a matéria e a opinião dos leitores sobre o artigo do
prof. Luiz Duarte, descreva, em algumas linhas, suas ideias princi-
pais sobre o tema: bioética em ciências humanas.
Aula
5
Apresentação
N
esta aula, vamos compreender o que vem a ser um problema
de pesquisa e o que o diferencia de outros tipos de problemas.
Nas próximas páginas, você aprenderá a identificar a natu-
reza de uma indagação científica e a importância das investigações
de ordem prática e teórica para a ciência. A partir de uma atividade
reflexiva, você aprenderá valiosas ferramentas de como chegar a um
tema e delimitar um problema de pesquisa. Por fim, considerando
as especificidades da linguagem científica, conhecerá dicas que lhe
auxiliarão a adequadamente formular o seu problema. Bom estudo!
Objetivos
99
Problemas de pesquisa: do que
estamos (e não estamos) falando
Toda pesquisa tem início com um problema científico. Formulá- Problema científico
-lo, no entanto, não é uma tarefa simples! Por quê? Bem, um pro- Qualquer situação não resolvida, que
pode ser solucionada empiricamente, em
blema de pesquisa deve, necessariamente, ser solucionado por um
qualquer domínio do conhecimento.
processo empírico de coleta e análise de dados. Isso significa que
ele envolve variáveis que podem ser testadas, observadas e ma- Variável
nipuladas. Muitos problemas não apresentam essas características, Quaisquer eventos, situações,
podendo ser solucionados por meio da intuição, pela tradição, pelo comportamentos ou características
individuais que assumem pelo menos
senso comum ou por mera especulação (LAVILLE; DIONE, 1999).
dois valores discriminativos, sejam eles
Esse é o caso, particularmente, de questões de natureza prática ou qualitativos ou quantitativos (Rauen, 2012).
ética. Kerlinger (1986) intitula esses problemas, respectivamente, de Um aprofundamento desse tópico será
problemas de engenharia e problemas de valor. abordado na próxima aula (Aula 6).
Atividade 3
FAZER PALAVRAS
CRIANÇAS
CRUZADAS
POPULAÇÃO INVESTIGADA
Criança
Parnamirim 5º ano
POPULAÇÃO
INVESTIGADA
Escola
pública Fazer palavras
cruzadas
Variável Atributos
Resumo
Anotações
Aula
6
Apresentação
N
a aula anterior, falamos sobre os problemas científicos. Cabe
agora aprender a extrair, desses mesmos problemas, as hipó-
teses, os objetivos e as variáveis de uma pesquisa. Nesta aula,
vamos aprender a formular hipóteses, escrever objetivos de pesquisa
e mensurar variáveis. Bom estudo!
Objetivos
123
Hipóteses
A
hipótese é uma conjectura, uma proposição ou uma expec-
tativa de resposta a um problema de pesquisa. Ela pode ser,
ainda, compreendida como uma suposição sobre a natureza de
um fenômeno ou como a relação entre variáveis de uma pesquisa. A
hipótese surge na medida em que o pesquisador mergulha na litera-
tura em busca da maior quantidade de conhecimento possível para
responder a sua questão. Nessa perspectiva, ela é elaborada depois
da delimitação do problema e antes da pesquisa ser, de fato, efetuada.
É importante ressaltar que nem todos os tipos de pesquisa re-
querem hipóteses. Isso é particularmente evidente nas pesquisas de
natureza exploratória e as de natureza descritiva, que estudamos na
Aula 2. No primeiro caso, o pesquisador está interessado em conhe-
cer ou levantar características gerais de um fenômeno. No segundo,
almeja descrever e aprofundar o conhecimento sobre o fenômeno.
Em ambos, as hipóteses são dispensáveis (RICHARDSON et al., 2011).
Quando pensamos, no entanto, nos estudos de natureza explicativa, a
hipótese ganha lugar de destaque. Isso porque esse tipo de pesquisa tem
como objetivo identificar relações entre fenômenos. Dessa forma, as hipó-
teses auxiliam o pesquisador a identificar as variáveis que almeja estudar.
E como são escritas? Na realidade, as regras que estudamos para
escrever um problema de pesquisa se encaixam para a formulação
de uma hipótese. Ou seja, ela deve ser relevante, clara, precisa, além
de explicitar as variáveis investigadas. A diferença reside, essencial-
mente, no fato de ser escrita na forma afirmativa e não na interro-
gativa. Além disso, a hipótese deve ser derivada de um problema de
pesquisa, como vemos nos exemplos a seguir.
•D
escrever a percepção dos alunos do ensino
médio de escolas públicas sobre o processo de
escolarização na cidade de São Paulo.
• Analisar o desempenho acadêmico dos alunos
Objetivos
do ensino médio de escolas públicas na cidade
específicos
de São Paulo.
•D
escrever as características socioeconômicas de
alunos do ensino médio de escolas públicas na
cidade de São Paulo.
•D
escrever as formas como o bullying é definido na
Objetivos literatura.
específicos •L
evantar informações sobre as formas de interação
social entre os alunos da escola de idiomas investigada.
Verbos
Tipo de
tipicamente Exemplo
pesquisa
usados
Caracterizar,
Descrever a percepção dos professores
Descritiva descrever,
sobre a progressão automática de alunos.
traçar.
Designação Verbos
Classe social A, B, C ou D.
Nível de
compreensão de Bom, razoável, ruim.
idioma
Leitura complementar
Bady I=1
Elias IIIIII = 6
Lourenço III = 3
Francisco 0 = zero
Propriedades Variáveis
Classificação x x x x
Hierarquização x x x
Distância x x
Zero Absoluto x
i) ( ) Nacionalidade.
Consumo Frequência
de café de bocejos
Consumo Frequência
de café de bocejos
b) A alunos que praticam esportes na escola X são mais bem hu-
morados do que aqueles que não praticam esportes?
Atividade 4
Resumo
Aula
7
Apresentação
N
esta aula, iremos trabalhar com instrumentos empregados em
pesquisa. Você irá aprender sobre os princípios que funda-
mentam a elaboração e o uso de instrumentos, como obser-
vação, entrevistas e questionários, de forma a auxiliar a obtenção de
informações sobre um determinado fenômeno da prática de investi-
gação. São conteúdos muito atuais, de base técnica e metodológica,
importantes porque amparam a prática da pesquisa e certamente eles
irão auxiliá-lo(a) na elaboração de futuros projetos.
Bom estudo!
Objetivo
151
Iniciando o uso de instrumentos
em pesquisa
O uso de instrumentos em pesquisas tem o caráter de ampliar, ou
melhor, de magnificar a percepção do fenômeno que o investigador in-
tenta conhecer na medida em que ele ocorre ou tenha acontecido. Os
instrumentos são também restritos ao conteúdo a que se referem e não
conseguem esgotar todas as informações que transmitem, no entanto, se
essa limitação for reconhecida pelo pesquisador, os resultados podem ser
contextualizados e melhor representados. Você perceberá que, em todos os
instrumentos, o caráter metodológico dos procedimentos de uso é mantido
para o incremento da eficácia e da eficiência no manejo instrumental.
Na sequência, apresentaremos algumas das etapas sobre algumas
questões metodológicas e instrumentais da pesquisa.
Observação
Trata-se de uma técnica de coleta de dados para obter informa-
ções, a qual se utiliza dos sentidos na coleta de informações sobre
determinados aspectos da realidade. Desse modo, auxilia o pesquisa-
dor a identificar e a obter informações a respeito de objetivos sobre
os quais os próprios participantes podem não ter ideia. A observação
não consiste apenas em ver e ouvir, mas também em examinar fatos
ou ferramentas que se deseja estudar.
Essa técnica é a base de todos os instrumentos empregados em pes-
quisa e reflete a percepção direta e imediata da ocorrência do fenômeno
a ser investigado. Podemos conjecturar que é ela a primeira forma de
conhecer que se emprega, sendo parte do processo de aprender usado no
desenvolvimento humano. Segundo Marconi e Lakatos (2006, p. 90), o
pesquisador “[...] utiliza os sentidos na obtenção de determinados aspec-
tos da realidade. Consiste de ver, ouvir e examinar fatos ou fenômenos”.
Contudo, não se pode pensar que observar é somente o resultado de
ver ou olhar para algo, é necessário definir com exatidão o que se quer
observar para não perder o foco com a ocorrência simultânea de outros
fenômenos. Sem clareza do que se busca observar, o pesquisador pode
ter a possibilidade de rapidamente mudar o interesse do objeto e tam-
bém de ser distraído por outras situações, não completando o trabalho.
Essa dimensão observacional, uma manifestação do comporta-
mento expresso, é o mais imediato dos meios para apreciação da ação
e da reação do participante de uma pesquisa, e cabe ao investigador,
ao observar, registrar e categorizar as diferentes manifestações e
comportamentos verbalizados ou não para o entendimento dos resul-
tados. A observação do comportamento infantil na atividade escolar,
por exemplo, seja na forma ou em seu conteúdo é uma expressão
dessa dimensão (ALCHIERI; CRUZ, 2014).
Como
observar
Foco
Cabe destacar que o foco tem como objetivo enfatizar o que se man-
terá em tela na observação, determinando a constância do processo
de observação. Diversos aspectos podem ser identificados, vejamos.
Naturalística: a direção do foco para o fenômeno está condicio-
nada na manifestação espontânea e natural de sua ocorrência, sem
intencionalidade do pesquisador em modificar sua expressão.
Elaborada: há um planejamento anterior para a ocorrência do fenô-
meno, tentativa de recriar situações específicas que se quer observar.
Caracteriza os conhecimentos
e as experiências pessoais do Dependente da exigência de muito tempo
observado como auxiliares para sua realização.
no processo de investigação.
Minimiza o efeito de
expressão de outras formas
de comunicação.
d) Um pesquisador observa
os alunos no pátio para
saber qual o tipo de brin-
quedo preferido.
Fundamentos
Muito embora a conversação seja uma atividade humana coti-
diana, ela se diferencia da entrevista devido aos papéis que se esta-
belecem. Formalmente, há de se obter cooperação do entrevistado,
sendo que essa ocorre em razão do reconhecimento implícito de que
o entrevistador é uma pessoa revestida de características diferentes
de quem responde. Dois pontos merecem destaque por sua impor-
tância para considerar no início do processo de entrevista: primeiro,
que o entrevistador seja reconhecido pelo entrevistado como uma
pessoa que tem um objetivo, nesse caso, o de obter informações de
um indivíduo, o entrevistado, que pode atender sua necessidade;
segundo, que o papel do entrevistador tenha concordância e, conse-
quentemente, cooperação do entrevistado.
De modo geral, a literatura classifica a entrevista em dois aspectos
principais, vejamos:
Estruturada: o entrevistador mantém-se orientado por meio de um
roteiro estabelecido previamente, em geral, não sendo possível alterar,
adaptar as perguntas, inverter ou mesmo mudar a ordem das perguntas.
Não estruturada: o entrevistador pode desenvolver questões em
cada situação que achar necessário.
Preparação do processo
Desvantagens no uso
Vantagens no uso da entrevista
da entrevista
Atividade 2
Planejamento do questionário
4) A redação das questões constitui a maior parte dos erros encon-
trados em questionários. Seja breve e use linguagem simples,
sem ambiguidades, e tenha certeza de que a questão possa ser
respondida pelo leitor; seja cuidadoso(a) com questões pessoais
que possam causar embaraço; forneça uma sequência lógica no
seguimento das questões, pois orientam o leitor.
Desvantagens no uso
Vantagens no uso de questionários
de questionários
Atividade 4
Leituras complementares
Resumo
Autoavaliação
Com base no conteúdo desenvolvido, elabore um questionário
com 15 perguntas sobre o tema pesquisa na educação para aplicá-
-lo junto a colegas professores de sua cidade.
Aula
8
Apresentação
N
esta aula, você aprenderá que a análise de dados é uma etapa
de alta relevância no trabalho de pesquisa, em áreas diversas
de produção do saber, notadamente, nas Ciências Humanas.
Após definir o que é um dado de pesquisa, você conhecerá formas
de identificar, em pesquisas tanto de natureza qualitativa quanto
quantitativa, as etapas críticas do processo de coleta e de análise de
dados. Além disso, aprenderá a selecionar gráficos, tabelas, quadros,
fotografias e outras formas de representação de dados produzidos
por meio da atividade de pesquisa.
Objetivos
173
Identificando e coletando
dados de pesquisa
A pesquisa científica pode ser definida como um processo siste-
mático de coleta e de análise de dados. O que seriam, no entanto,
dados de pesquisa?
O teste de hipótese
Planejamento amostral
Importante
Atividade 2
Razoável 78 26%
Ruim 20 7%
Horrível 03 1%
Frequência Frequência
Categorias temáticas
absoluta (n*) relativa (%)
Fatores intrínsecos à
16,0 38,0
criança/patologias/saúde
Falta de estímulo 9,0 21,5
Interação familiar de baixa qualidade 7,0 16,5
Problemas em linguagem oral 6,0 15,0
Metodologias de ensino
2,0 5,0
e aprendizagem inadequadas
Multifatorial 1,0 2,0
Diferenças culturais
Não respondeu 1,0 2,0
Total 42 100,0
* – Os dados da frequência absoluta expressam a possibilidade de mais de uma resposta por participante.
Fonte: Oliveira, (Natal. 2012, p. 1043).
DESEMPENHO
NEE SEXO RAÇA IDADE Língua
Matemática
Portuguesa
3. superdotação M branca 10 13 16
4. superdotação F branca 10 18 19
5. TGD M parda 13 8 3
9. TGD F parda 11 15 8
Atividade 3
Frequência 7
6
5
4
3
2
1
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Dias
10%
25%
40% 15%
10%
Apresentação dos
Estudo (Referência) Tipo de pesquisa Tipo de dados
dados
Autoavaliação
Ao término desta aula, a de número 8, você está capacitado a
executar as 4 tarefas, conforme apresentadas a seguir. Para tanto,
procure utilizar-se de linguagem clara, objetiva e direta.
Aula
9
Apresentação
O
trabalho de pesquisa é uma atividade sistemática e nele há
ações praticadas e desenvolvidas que devem ser criteriosamen-
te planejadas, ao logo de todo o processo investigativo. Desse
modo, objetivo desta aula é posicionar você no contexto acadêmico,
quanto às suas metas e aos propósitos dentro da universidade. Além
desse objetivo da aula, são abordados os modos de disseminação e
de publicação do saber científico produzido, sem, contudo, ignorar
outros tipos de conhecimentos como o filosófico, o religioso e o de
senso comum, conforme já tratados na Aula 1. Também, o que se
propõe nesta Aula 9 é discutir a natureza do conteúdo de relatórios
conclusivos de resultados de pesquisas submetidos, previamente, à
crítica da comunidade científica. Em termos de aprendizagem, caberá
a você adquirir competências no sentido de remeter aos editores,
artigos, capítulos de livros e resenhas, para avaliação e posterior
publicação. Tenha sucesso no seu aprendizado!
Objetivos
201
O papel das universidades
e dos centros de pesquisa
na produção do conhecimento
T
anto as universidades quanto os institutos de pesquisa são os
locais mais apropriados para se produzir conhecimento de qual-
quer espécie, discuti-lo e disseminá-lo no sentido de atender
demandas diversas da sociedade. Afinal de contas, essa é uma das
justificativas para a perpetuação dessa instituição secular, que mui-
to tem contribuído para o desenvolvimento das civilizações. Em se
tratando de universidade, embora reconhecidas as suas atribuições
no âmbito da pesquisa, do ensino e da extensão, inevitavelmente, a
pesquisa, ou seja, a produção do conhecimento novo e de relevância
para a sociedade se constitui em fator de peso considerável quando
comparada às atividades de magistério e de extensão.
No intuito de informar o aluno acerca de cursos de graduação sobre
o processo de produção do conhecimento, o impasse inicial ocorre pela
dificuldade em se encontrar uma definição universal e precisa para o
conceito de pesquisa. Entretanto, podemos afirmar que se trata de um
processo investigativo, sob controle de um método, tendo como obje-
tivo gerar inovações teóricas, metodológicas e tecnológicas, explorar e
verificar a natureza de relações causais/relações funcionais e analisar
dados para formular teorias ou revisar o que já foi produzido em áre-
as diversas do conhecimento humano. Com base nos resultados da
pesquisa científica, operamos mudanças cognitivas, comportamentais,
fisiológicas, políticas, sociais, biofísicas, entre outras.
A atividade de pesquisa é conceituada também como um con-
junto de tarefas que tem como objetivo a busca do conhecimento
e da compreensão e previsão de novos fenômenos que ocorrem na
natureza. Além disso, a atividade de pesquisa, como estudamos ao
longo desse curso, gera e amplia o acervo de conhecimento produzido
e, inevitavelmente, aguça a criatividade humana no aprimoramento
de produtos, serviços, sistemas e processos.
Na universidade, o conteúdo das aulas ministradas, que é repassado
aos alunos, resulta de investigações prévias cujos resultados devem ser
cientificamente validados. O mesmo processo ocorre com as atividades
extensionistas na academia, considerando-se que essas não se limitam
à simples prestação de serviços à comunidade e, de fato, geram dados
de pesquisa altamente relevantes para o enriquecimento das melhores
práticas no atendimento das necessidades da população beneficiada.
Usualmente, nas universidades, a gestão da produção e da dis-
seminação do conhecimento científico é compartilhada com as
9)
Revisão Sistemática da Literatura | qual o acervo
de conhecimento produzido sobre o tópico investiga-
do? Preferencialmente, quais pesquisas produziram
resultados que contemplam o conceito de “prática ba-
seada em evidência” e também “melhores práticas”
(MEDRADO; GOMES; NUNES SOBRINHO, 2014).
O título
O resumo
O problema de pesquisa
Fonte: Samuel Celestino. Pesquisa indica tratar autismo ainda na fase embrionária. Jornal Bahia
Notícias, domingo, 19 jul. 2015. Disponível em: <http://www.bahianoticias.com.br/saude/
noticia/14816-pesquisa-indica-a-possibilidade-de-tratar-o-autirsmo-ainda-na-fase-embrionaria.
html>. Acesso em: 19 ago. 2015.
É de natureza empírica?
Formulação de hipóteses
O problema de pesquisa
Existe relação funcional entre a demonstração de atitude favo-
rável, por parte do professor, e a melhoria dos seus alunos no
desempenho de em leitura oral?
No caso, o pesquisador está interessado em saber se a média
de desempenho dos alunos expostos a professores que demons-
tram atitude favorável (Ma) é superior ou igual aos de educan-
dos cujos professores não manifestam atitude favorável (Mb).
Hipótese de Trabalho:
A demonstração de atitude favorável, por parte do professor, com
relação aos seus alunos, melhora o desempenho em leitura oral.
H1: Na média, a melhoria do desempenho dos alunos em lei-
tura oral, em relação aos quais o professor demonstra atitude
favorável, é superior à média dos alunos em relação aos quais
o professor não demonstra tal atitude.
Ma > Mb Há diferença entre as médias.
Hipótese Nula:
H0: Não há diferença significativa entre a média de melhoria em
desempenho em leitura oral dos alunos, em relação aos quais
o professor demonstra atitude favorável, quando comparada
à média de desempenho de alunos, com relação aos quais o
professor não demonstra tal atitude.
Ma = Mb Não há diferença entre as médias.
Método
Título do projeto
A prática baseada em evidências no ensino de procedimentos
de autocontrole cognitivo-comportamental para professores
envolvidos no processo de inclusão de alunos envolvidos em
atos de indisciplina.
Objetivo
Verificar, com base na literatura científica, quais as melhores
práticas empregadas no ensino de procedimentos de autocon-
trole cognitivo-comportamental para professores envolvidos
no processo de inclusão de alunos envolvidos em atos de in-
disciplina.
Método
Pesquisa qualitativa, de natureza exploratória e descritiva, de-
senvolvida em seis etapas essenciais, conforme cronograma a
seguir: a) explicitação do problema a ser investigado; b) for-
mulação da pergunta norteadora da pesquisa; c) rastreamento
nas bases de dados disponíveis; d) coleta e análise crítica dos
resultados das pesquisas incluídas; e) discussão dos resultados
encontrados nas pesquisas e f) apresentação de quadro sinté-
tico da Revisão Sistemática da Literatura (RSL).
1)Explicitação do problema
Jan/16 Fev/16 Mar/16 Abr/16 Mai/16 Jun/16 Jul/16
a ser investigado
2)Formulação da pergunta
norteadora
6)Apresentação de quadro
sintético da RIL
7)Apresentação de trabalho
em evento
Atividade 3
Saiba mais
Competência
O termo competência é definido como um acervo de
conhecimentos, habilidades e atitudes que contribuem
para que você demonstre um alto desempenho na reali-
zação de tarefas que conduzem à submissão de matérias
para publicação. A respeito desse assunto, convém uma
leitura apurada do texto de Pereira (2011), conforme in-
dicado nas referências bibliográficas, ao final desta aula.
Conhecimento
O trabalho de pesquisa é de tal importância na nos-
sa sociedade que a Constituição Federal, a Lei Magna,
evoca nos Artigos 218 e 219 conteúdos referentes ao
assunto, conforme site seguinte: <https://www.you-
tube.com/watch?v=0gz7GA1bqF0&feature=youtu.
be>. Acesso em: 27 ago. 2015.
Melhores práticas
Métodos e técnicas que tenham atendido padrões
científicos rigorosos, reconhecidos por múltiplos revi-
sores e que, quando replicados de forma consistente,
válida e fidedigna, produzem resultados positivos para
os usuários (NUNES; NUNES SOBRINHO, 2010, p. 298).
Capes e CNPq
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de
Nível Superior (Capes) é uma fundação do Ministério
da Educação (MEC), que visa expandir e consolidar os
programas de pós-graduação stricto sensu (mestrado e
doutorado) em todos os estados da Federação.
O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPq) é uma agência do Ministério da Ciên-
cia, Tecnologia e Inovação (MCTI), que tem como princi-
pais atribuições fomentar a pesquisa científica e tecnoló-
gica e incentivar a formação de pesquisadores brasileiros.
Leituras complementares
Resumo
Anotações
Aula
10
Apresentação
N
o decorrer do nosso curso, você teve a oportunidade de estudar
conteúdos que possibilitam a construção do saber científico
por meio da “pesquisa”. Nesta última aula, intitulada Pesquisa
na escola, você será orientado a construir o seu próprio projeto de
pesquisa, como um primeiro exercício para o Trabalho de Conclusão
de Curso (TCC). Para isso, será necessário relembrar os conteúdos
abordados em aulas anteriores, recorrer às suas anotações e atividades,
bem como dialogar com autores previamente revisados na disciplina.
Juntos, vamos elaborar um projeto de pesquisa a ser desenvolvido
em contexto educacional, cujo tema será escolhido por você mesmo.
Vamos aos estudos? Contem com o apoio dos tutores e professores!
Objetivos
233
A escola como espaço de investigação
Figura 3 – Ginástica do cérebro.
Fonte: <http://www.noticias7av.jex.com.br/>. Acesso em: 17 jul. 2015.
Atividade 1
A) Tema
C) Hipóteses
D) Objetivos
E) Revisão da literatura
F) Metodologia
Meses (2016)
Etapas
Fev. Mar. Abril Maio Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov.
Revisão da literatura x x x x x x x x x x
Coleta de dados x x x x
Análise de dados x x x x x
Redação do TCC x x x
H) Referências
Resumo 1
Resumo 2
Atividade 3
Etapas Descrição
Tema pesquisado
Problema de pesquisa?
Objetivos
Delineamento de pesquisa:
a) Qual será a natureza da pesquisa
(exploratória, descritiva,
explicativa)?
b) Qual será a abordagem teórica
(qualitativa ou quantitativa;
ambas)?
c) Q
ual procedimento técnico de
coleta de dados (estudo de caso,
pesquisa experimental, documental,
de levantamento etc.)?
Participante
Local/contexto da investigação?
Instrumentos
1 – Introdução ou Apresentação
2 – Justificativa
3 – Hipóteses e objetivos
4 – Metodologia de pesquisa
5 – Cronograma de execução
7 – Referências
Autoavaliação
Os conhecimentos adquiridos e aqueles discutidos durante
a aula me auxiliaram na elaboração do meu projeto de pesquisa?
Em que medida?
Anotações
254 Referências
CAPOVILLA, Fernando et al. Processos logográficos, alfabéticos e
lexicais na leitura silenciosa por surdos e ouvintes. Estud. psicol.,
Natal, v. 10, n. 1, p. 15-23, abr. 2005. Disponível em: <http://www.
redalyc.org/pdf/261/26110103.pdf>. Acesso em: 5 ago. 2015.
Referências 255
GRESSLER, Lori Alice. Pesquisa e ciência: noções introdutórias.
In: ______. Introdução à pesquisa: projetos e relatórios. 3. ed. São
Paulo: Loyola, 2007. p. 23-40.
256 Referências
GHEDIN, Evandro; FRANCO, M. A. S. Introdução. In: PIMENTA, Selma
Garrido (Org.). Pesquisa em educação. São Paulo: Loyola, 2006. p. 7-24.
Referências 257
KOWALSKI, Raquel Pasternak Glitz. Eurek@Kids: uma experiência
de uso de ambiente virtual de aprendizagem no processo ensino-
aprendizagem em contexto hospitalar. 2008. 156 f. Dissertação
(Mestrado em Educação) – Pontifícia Universidade Católica do
Paraná, Curitiba, 2008.
258 Referências
MARQUES, Mônica Luchese. A ação pedagógico-musical na
educação infantil: um estudo de caso com professora de música.
2011. 130 f. Dissertação (Mestrado em Música) – Universidade de
Brasília, Brasília, 2011.
Referências 259
NEVES, Eloiza Dias. Quando a escola é a “casa”, a “rua” e o
“quintal”. Cad. Pesqui., v. 41, n. 143, p. 560-580, 2011.
260 Referências
RAMOS, Helena Ângela de Camargo; CUMAN, Roberto Kenji
Nakamura. Fatores de risco para prematuridade: pesquisa documental.
Esc. Anna Nery, Rio de Janeiro, v. 13, n. 2, p. 297-304, jun. 2009.
Referências 261
SANTOS, Diana Leonhardt dos; PRESTES, Andressa Carvalho;
FREITAS, Lia Beatriz de Lucca. Estratégias de professoras de
educação infantil para resolução de conflitos entre crianças.
Psicologia Escolar e Educacional, v. 18, n. 2, p. 247-254, 2014.
262 Referências
SOUSA, Patricia Juliana de; FERREIRA, Luiz Oscar Cardoso;
SA, Janilson Barros de. Descriptive study of homophobia and
vulnerability to HIV/Aids of the transvestites in the Metropolitan
Region of Recife, Brazil. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro, v.
18, n. 8, p. 2239-2251, ago. 2013.
Referências 263
Perfil dos autores
267
A Coleção Material Didático – Série EaD – faz parte da linha editorial didático-pedagógica da
Editora da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (EDUFRN) e foi produzida pela Secretaria
de Educação a Distância (SEDIS/UFRN) no mês de novembro de 2015 no Rio Grande do Norte, em
papéis Offset 90 g/m2 (miolo) e Cartão Duo Design 300 g/m2 (capa).