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CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTAL
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL
JOÃO PESSOA
2020
RODRIGO MACÊDO GONÇALVES
GESIEL GOMES DUARTE
JOÃO PESSOA
2020
Sumário
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................. 5
2. JUSTIFICATIVA ............................................................................................... 5
3. OBJETIVOS ....................................................................................................... 6
B. Objetivos Específicos.......................................................................................... 7
5. METODOLOGIA ............................................................................................... 9
9. CONCLUSÃO .................................................................................................19
2. JUSTIFICATIVA
3. OBJETIVOS
A. Objetivo Geral
4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Com relação às propriedades químicas, o teor de cloreto na água não deve exceder
500 mg/L no concreto protendido, 1 000 mg/L no concreto armado e 4 500 mg/L no concreto
simples. O teor de sulfato (𝑆𝑂42−) na água não deve exceder 2 000 mg/L. Nos álcalis, O
equivalente alcalino de óxido de sódio não deve exceder 1 500 mg/L. Se esse limite for
excedido, a água pode ser usada apenas se for comprovado que foram tomadas ações
preventivas quanto à reação álcali-agregado.
Contaminações na água de amassamento do concreto por substâncias como açúcares,
fosfatos, nitratos, chumbo e zinco podem alterar os tempos de pega e resistências do concreto.
Para aprovação da água quanto a esses contaminantes, podem ser executados ensaios
quantitativos de detecção de açúcares, fosfatos, nitratos, chumbo e zinco obedecidos pela
seguinte tabela.
5. METODOLOGIA
Essa pesquisa propõe-se à comparar os dados coletados nos ensaios realizados na água
de amassamento de concreto utilizada por uma empresa de Campina Grande, com os
requisitos da norma NBR 15900:2009.
Espera-se com a adoção desse procedimento, primeiramente, a definição das
discrepâncias e conformidades na composição da água analisada com relação ao
recomendado. Depois, segundo as especificações oficiais, e, com o registro organizado dessas
informações, os casos de contraste com as normas serão examinados com base nas
informações obtidas.
A seguir, com um exame tomado caso a caso, investigar-se-ão as implicações da
presença das substâncias e atributos específicos na composição do concreto e os seus
possíveis impactos na sua aplicação e em suas propriedades.
Com esse procedimento, sempre embasado nas instruções e informações da norma
NBR 15900, buscam-se favorecer certas finalidades, resumidas abaixo:
7. EQUIPE TÉCNICA
8. RESULTADOS E DISCUSSÃO
A seguir estão descritos e analisados os resultados obtidos, por meio dos ensaios
supracitados, realizados na água do açude de Campina Grande – PB e na água utilizada pela
Supermix, como referência. Buscando evidenciar as suas propriedades e seus possíveis efeitos
quando utilizadas no processo de amassamento do concreto.
Na NBR 15900-1, está descrito, por meio do seguinte fluxograma, o procedimento de
ensaios a serem realizados para garantir a qualidade da água de amassamento.
A água a ser analisada é a água de um açude, e, portanto, segundo a norma NBR 15900-
1, ela pode ser considerada adequada para o amassamento do concreto, porém precisa ser
ensaiada, por se enquadrar na categoria “Água natural de superfície, água de captação pluvial e
água residual industrial”. Ela deve ser analisada conforme as recomendações do fluxograma
acima.
pH
O pH é a concentração de íons H+ e OH-, ou seja, é a representação se uma solução está
ácida ou alcalina. O pH pode sofrer diversas alterações sobre a sua qualidade hídrica, sendo
elas alterações químicas. O valor do pH pode variar de 0 a 14, onde uma água com um valor
abaixo de 7 pode ser considerada ácida, neutra com valor igual a 7 e alcalina com valores acima
de 7.
Tanto a amostra de Campina Grande, quanto a amostra da Supermix, apresentaram
valores dentro dos padrões estabelecidos na Portaria MS nº 2.914/2011, que recomenda a faixa
de pH entre 6 a 9,5. Além de cumprirem as exigências da NBR 15900-1, que recomenda um
pH superior a 5.
Turbidez
A turbidez é representada pela capacidade que um feixe de luz tem para atravessar uma
amostra de água, onde a presença de sólidos em suspensão reduz a sua transparência, podendo
ser provocado por partículas inorgânicas e matéria orgânica. A turbidez elevada pode indicar a
presença de sólidos em suspensão, como também pode estar relacionada à concentração de
ferro. A turbidez elevada pode interferir no processo de cloração, protegendo os
microrganismos de ter contato com os desinfetantes.
A Portaria MS nº 2.914/2011 indica que o valor de turbidez não deve ultrapassar 5,0 uT.
Então, a amostra da Supermix apresentou valor ligeiramente acima do permitido pela portaria.
O que indica uma possível necessidade de um tratamento adicional como, por exemplo, o
processo de coagulação. Já a amostra de Campina Grande, não apresenta turbidez, ou seja, está
em condição ideal para o uso no amassamento do concreto.
Cor
A presença de cor na água pode ser resultado de resíduos de origem mineral ou vegetal,
causada por substâncias como ferro ou manganês, matérias húmicas, taninos, algas, plantas
aquáticas e protozoários, ou por resíduos orgânicos ou inorgânicos de indústria, tais como
produtos de mineração, polpa, papel etc.
De acordo com a NBR 15900:2019 a cor da água permitida pode se desenvolver entre
amarelo claro e o incolor. No ensaio da amostra do açude, a água se apresentou incolor, estando
em estado ideal para uso. Já a amostra da Supermix, ao apresentar um valor entre 0 e 500 uH,
apresenta coloração entre o incolor e um amarelo pálido. Porém, o valor recomendado é entre
0 e 15 uH, a amostra se encontra fora da curva aceitável e necessita de correção.
Condutividade
De acordo com FERNANDES, A. (2013), a água que possui condutividade de 50 a 500
μs/cm é considerada água potável, portanto a amostra do abastecimento C.G. (333 μs/cm) está
dentro do permitido. Porém, a amostra da supermix apresentou-se acima do especificado (957
μs/cm), o que indica a presença de sais NaCl, portanto deve ser feita uma desmineralização
desta água.
O conceito de acidez pode ser interpretado como sendo a capacidade da água em resistir
às mudanças de pH causada pelas bases.
Ela decorre, fundamentalmente, da presença de gás carbônico livre na água. A origem
da acidez tanto pode ser natural (CO2 absorvido da atmosfera, ou resultante da decomposição
de matéria orgânica, presença de H2 S – gás sulfídrico) como antropogênica (despejos
industriais, passagem da água por minas abandonadas). De maneira semelhante à alcalinidade,
a distribuição das formas de acidez também é função do pH da água: pH > 8.2 – CO2 livre
ausente; pH entre 4,5 e 8,2 – acidez carbônica; pH < 4,5 – acidez por ácidos minerais fortes,
geralmente resultantes de despejos industriais. Tanto a acidez carbônica quanto a acidez mineral
apresentam o inconveniente de provocar corrosão nas tubulações.
Análise de cloreto
O ensaio busca avaliar o teor de íons cloreto (Cl-) presentes na água do açude. Esse teor
não pode exceder os limites impostos pela norma NBR 15900-1. Esses limites são especificados
segundo o uso pretendido, como mostrado pela tabela:
Essas exigências advém das consequências negativas que a presença do cloreto pode
acarretar à estrutura de concreto. Pois, o cloreto é uma das substâncias mais relacionadas à
corrosão das armaduras do concreto e à diversas patologias relacionadas a esses elementos.
Além disso, águas com alta concentração de cloretos, como a água do mar, tendem a causar
umidade permanente e eflorescências na superfície de concreto.
A norma NBR 12655, estabelece limites para o teor máximo de cloreto no próprio
concreto, visando a prevenção da corrosão das armaduras por despassivação da superfície do
aço, especialmente em concreto armado e protendido. O que pode gerar o aparecimento de
manchas, fissuras, destacamentos e perdas na resistência e na aderência, podendo promover o
colapso das estruturas de concreto.
Cloreto
Com relação às amostras em análise, tanto a amostra da Supermix, quanto a do açude
em Campina Grande, apresentam valores inferiores ao limite mais exigente, referente à água
destinada ao amassamento de concreto protendido. Inclusive, a amostra de Campina, apresenta
um valor bem reduzido de teor de cloreto, com relação à outra amostra. Porém, ambas as águas
podem ser livremente usadas, segundo esse aspecto, para aplicação em qualquer tipo de
concreto.
Sólidos totais
As amostras são adequadas para o uso como água de amassamento, embora, dependendo
do impacto que a presença da matéria orgânica analisada apresente em posteriores ensaios de
resistência, talvez se torne necessário o uso de medidas para remoção desse material da água,
por meio de bactérias que o consumam ou outras ações.
9. CONCLUSÃO
Por meio dos ensaios realizados, pode-se concluir que a água de amassamento do açude
em estudo, segundo os dados reunidos na pesquisa, é adequada para o uso como água de
amassamento para aplicação em qualquer tipo de estrutura de concreto. Assim como a água da
Supermix, com algumas ressalvas mínimas.
Segundo a análise dos dados preliminares, podemos perceber que todos os dados
relacionados à água do açude, estão de acordo com a NBR 15900-1. Pois, o pH se encontra em
uma faixa perfeitamente aceitável, sem tender exageradamente à alcalinidade, medida
posteriormente, e fora dos níveis ácidos inaceitáveis; a turbidez e a cor são inexistentes e a
condutividade é mínima, bem dentro dos limites recomendados. Enquanto que, a água da
Supermix apresenta uma turbidez ligeiramente elevada e uma coloração um pouco amarelada,
que podem prejudicar os processos de endurecimento e a resistência do concreto, porém, por
serem anormalidades reduzidas, sua influência é mínima no concreto. Já a condutividade na
água da Supermix é muito elevada e, portanto, sua correção é altamente recomendada.
Segundo a análise da alcalinidade, ambas as amostras são perfeitamente adequadas para
o uso no amassamento do concreto. Se houvesse o cenário oposto, as reações álcali-agregado
poderiam causar expansões no concreto, e, consequentemente, fissuras das mais diversas
formas e tamanhos. Já, segundo a análise da acidez total, as amostras se apresentam dentro da
faixa adequada ao uso. No caso oposto, os ácidos poderiam prejudicar o endurecimento do
concreto, e, o excesso de CO2 poderia contribuir para descarbonatação do concreto e
despassivação da armadura. Em ambos os casos negativos, seriam necessárias medidas
respectivas de neutralização da água.
Segundo a análise do cloreto, as amostras são adequadas ao uso para amassamento do
concreto. Caso contrário, a armadura do concreto poderia sofrer com a despasssivação.
Segundo a análise de sólidos totais, as amostras são perfeitamente adequadas ao uso,
com relação à matéria inorgânica. Porém, com relação à orgânica, é recomendado o uso de
materiais e microrganismos de degradação para permitir o seu uso indiscriminado, pois esses
materiais podem prejudicar o desempenho do concreto.
Segundo a análise de sólidos suspensos, percebe-se que ambas as amostras são
adequadas à aplicação no amassamento. Apesar da baixa concentração encontrada na água da
Supermix, que pode ser corrigida por procedimentos de purificação.
Podemos concluir, então, pela análise dos dados coletados, que a água do açude é
adequada ao uso no amassamento do concreto. Inclusive, ela é tecnicamente superior à água de
referência da Supermix na maioria dos aspectos analisados. Apresentando uma composição
quase ideal para os objetivos propostos. Porém, ainda há a necessidade, segundo a NBR 15900-
1, dos ensaios de teor de sulfatos, açucares, fosfatos, nitratos, chumbo e zinco e dos ensaios de
tempo de pega e de resistência à compressão. Além da análise do odor, da presença de
detergentes, de óleos e de gorduras. Portanto, recomenda-se a realização desses outros ensaios,
em especial o de sulfato, que pode ser extremamente prejudicial ao concreto, segundo a
periodicidade recomendada na norma, para garantir a aplicação segura dessa água no
amassamento do concreto.
10. CRONOGRAMA
BORDIN, Vanessa. Nova norma da ABNT estabelece critérios para o uso de água em
concreto. In: Cimento Itambe. [S. l.]: Silvia Elmor, 25 maio 2010. Disponível em:
https://www.cimentoitambe.com.br/nova-norma-da-abnt-estabelece-criterios-para-o-uso-de-
agua-em-concreto/. Acesso em: 30 nov. 2019.
HELENE, Paulo Roberto do Lago. Vida útil das estruturas de concreto. In: International
Conference on high-performance concrete and quality of concrete structures, Gramado, 1999.
PROFESSOR, Eduardo. Água para Amassamento e Cura. PUC Goias 4 maio 2015. 33 slides.