Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Integral Indefinida
Antiderivada
Exemplo:
Qual é a função cuja derivada é a função F ′ x = 2x ? fx = x 2 , pois d x 2 = 2x
dx
A função F é chamada uma antiderivada de F ′ .
Definição:
Teorema:
Se F ′ x = fx em todo ponto do intervalo aberto I, então
toda antiderivada G , de f em I, tem a forma
Gx = Fx + C
onde C é uma constante.
Assim, uma única função tem muitas antiderivadas. O conjunto de todas as antiderivadas da função
F x é chamada integral indefinida (ou antidiferencial) de f com relação a x e denotada por ∫ fxdx.
′
∫ fxdx = Fx + C
1
∫ cfxdx = c ∫ fxdx (onde c é uma constante)
e
∫fx ± gxdx = ∫ fxdx ± ∫ gxdx
A integração e a diferenciação são operações inversas uma da outra. Este fato nos permite obter
fórmulas de integração diretamente das fórmulas de diferenciação.
FÓRMULAS:
∫ x n dx = 1
n+1
x n+1 + C ( n ≠ −1) ∫ sec x tan xdx = sec x + C
∫ dx = x + C ∫ csc x cot xdx = − csc x + C
∫ cos xdx = sin x + C sin 2 x + cos 2 x = 1
∫ sin xdx = − cos x + C 1 + tan 2 x = sec 2 x
∫ sec 2 xdx = tan x + C 1 + cot 2 x = csc 2 x
∫ csc 2 xdx = − cot x + C
Seja a função y = fgx com y = fu e u = gx funções diferenciáveis. Para calcular y ′ devemos
utilizar a Regra da Cadeia e obteremos:
y ′ = d fgx = f ′ gx. g ′ x = f ′ u. u ′
dx
Exemplo 1:
Derive a função composta y = x 2 + 3 3 :
Seja u = x 2 + 3 . Então y = u 3
Utilizando a Regra da Cadeia, obtemos:
y ′ = 3u 2 . u ′ = 3u 2 . x 2 + 3 ′ = 3. x 2 + 3 2 . 2x
Teorema:
Sejam f e g duas funções tais que f ∘ g e g ′ são contínuas em um intervalo I.
Se F é uma antiderivada de f em I, então:
∫ fgxg ′ xdx = Fgx + C
Exercícios:
2
1) Calcule ∫ e cosx sin xdx. Resp.: −e cosx + C
2) Calcule ∫ cos3x + 1dx . Resp.: 1
3
sin3x + 1 + C
3) Calcule ∫ 2x2 − 1 dx. Resp.: ln|x 2 − x|+C
x −x
4) Calcule ∫ 23x dx. Resp.: 3
ln|x 2 − 5|+C
x −5 2
5) Calcule ∫ e 2x+1 dx. Resp.: 1 2x+1
2
e +C
6) Calcule ∫ xe x dx.
2 1 x2
Resp.: 2
e +C
3
7) Calcule ∫ tdt Resp.: 2
3 t + 3 − 6 t + 3 + C
t+3
Exemplo 5: Calcule ∫ 3x dx
x2 − 5
3 3
Exemplo 8: Calcule ∫ x 2 ln xdx . Resp.: x ln x − x + C
3 9
OBS.: Uma integral pode necessitar de aplicações repetidas da fórmula de integração por partes.
Exemplo 9: Calcule ∫ x 2 sin xdx . Resp.: −x 2 cos x + 2x sin x + 2 cos x + C
lnx 2
6) ∫ t lnt + 1dt, 7) ∫ln x 2 dx, 8) ∫ x dx.
Respostas:
2x x2
1) e 2x − 1 + c, 2) e + c, 3) - 12x 2x + 1 + c, 4) e x x 3 − 3x 2 + 6x − 6 + c,
4 2 4e
3
4
5) x 4 ln x − 1 + c, 6) 14 2t 2 − 1 ln|t + 1| − t 2 + 2t + c,
16
7) xln x 2 − 2x ln x + 2x + c,
Uma equação diferencial é uma equação que envolve uma função incógnita e suas derivadas.
Exemplos:
dy
a) = fx ou y ′ = fx y : função incógnita, onde y = yx, ou seja, por exemplo, y ′ = x + 3
dx
d2y dy 2
b) + 2 =1 y = yx
dx 2 dx
d3y d2y dy
c) 3
+ x + 3 2
+ + xy = 0 y = yx
dx dx dx
d2y 3 dy 7 3 dy
2
d) + y + y + 5x = 0 y = yx
dx 2 dx dx
∂2y ∂2y
e) 2 = c 2 y = yx, t
∂t ∂x
d 2 xt dxt
f) m 2
= F t, xt, (Lei de Newton)
dt dt
1.1.1 Classificação:
1. Tipo:
Eq, Diferencial
↙ ↘
Eq.Diferencial Ordinária(EDO) Eq. Diferencial Parcial (EDP)
- EDO: uma equação diferencial ordinária é aquela cuja função incógnita depende de apenas uma
variável independente.
Exemplos.: a), b), c), d) e f).
- EDP: uma equação diferencial parcial é aquela cuja função incógnita depende de duas ou mais
variáveis independentes.
Exemplo: e).
2. Ordem: A ordem de uma equação diferencial é a ordem da mais alta derivada que nela aparece.
Exemplos.: a) é equação diferencial de primeira ordem.
b), d), e) e f) são equações diferenciais de segunda ordem.
c) é equação diferencial de terceira ordem.
Exemplos de Aplicação:
4
● Um modelo para o movimento de uma mola:
A equação diferencial ordinária que modela o movimento de um objeto de massa m preso a uma mola
é:
2
m d 2x = −kx
dt
onde k é uma constante positiva(chamada constante da mola)
● Equação diferencial ordinária que governa o decaimento de uma substância radioativa com o tempo
R(t) (função incógnita):
dRt
= −kRt
dt
- Linear: uma equação diferencial ordinária (EDO) de ordem n é linear se puder ser escrita na forma:
dny d n−1 y
a 0 x
+ a 1 x +. . . +a n xy = gx
dx n dx n−1
(Definição semelhante aplica-se a EDP).
- Não-linear: uma equação diferencial que não tenha a forma da equação acima é dita não-linear.
Exemplos.: a), c) e e) são lineares.
b) e d) são não-lineares (potências das derivadas).
Exemplo de Aplicação:
Pêndulo: A equação diferencial ordinária que modela o movimento oscilatório de um pêndulo simples é
dada por:
d 2 θ + g sin θ = 0
dt 2 l
que é uma equação não-linear (termo sin θ ). Faltam técnicas gerais de solução. Em alguns casos, é
possível fazer uma aproximação do problema para equações lineares (técnicas desenvolvidas).
Neste exemplo, se o ângulo θ for pequeno, então sin θ ≅ θ e a EDO não-linear é substituída por uma
equação linear:
d2θ + g θ = 0
dt 2 l
Observação: Existem problemas que não é possível aproximar uma equação não-linear por uma
equação linear.
1.1.2 Soluções:
5
Uma solução de uma equação diferencial na função incógnita y e na variável independente x, no
intervalo I, é uma função que verifica a equação diferencial identicamente para todo x em I.
Exemplo 4: y ′ + y 2 = 0 , admite como única solução y ≡ 0 (pelo mesmo motivo do exemplo anterior).
4
Definição: Uma solução particular de uma equação diferencial é qualquer solução. A solução geral de
uma equação diferencial é o conjunto de todas as soluções.
Exemplo 5: Pode-se mostrar que yx = C 1 sin 2x + C 2 cos 2x é a solução geral de y ′′ + 4y = 0. Isto é, toda
a solução particular da ED tem esta forma. Por exemplo, são soluções particulares:
y = 5 sin 2x − 3 cos 2x C 1 = 5, C 2 = −3
y = sin 2x C 1 = 1, C 2 = 0
y=0 C 1 = 0, C 2 = 0
Observação: Nem sempre se pode expressar por uma fórmula única a solução de uma ED.
Exemplo 6: A equação diferencial y ′ + y 2 = 0 tem como soluções particulares y = 1x e y = 0
Uma equação diferencial acompanhada de condições adicionais sobre a função incógnita e suas
derivadas (todas no mesmo valor da variável independente) constitui um problema de valores iniciais. Estas
condições são chamadas C.I. (condições iniciais).
Exemplo 1: y ′′ + 2y ′ = e x
yπ = 1 , y ′ π = 2 (CI)
Este é um problema de valor inicial, pois as condições adicionais são dadas em x = π.
Se as condições adicionais são dadas para mais de um valor da variável independente, temos um
problema de valores no contorno e as condições são C.C. (condições de contorno).
Exemplo 2: y ′′ + 2y ′ = e x
y0 = 1 , y1 = 1 (CC)
Este é um problema de valor no contorno, pois as condições adicionais são dadas em x = 0 e x = 1.
6
y0 =
y ′ x =
y ′ 0 =
Solução particular: yx = 12 sin2x
Solução geral: conjunto de todas as soluções (família de curvas)
Solução particular: solução que satisfaz as CI ou as CC (uma única curva)
y 0.4 y
3
2
0.2
1
-4 -2 2 -4 -2 2 4
x -1 x
-0.2
-2
-0.4
-3
1.2 y ′ 3 = sin x
1.3 ∂ u2 + ∂ u + 7 ∂ u2 + 8 ∂u + 2u = sin xy
2 2 2
∂x ∂x∂y ∂y ∂x
3 2
d y d y
1.4 3
+ 3 2 + y = ex
dx dx
d4y d3y d2y dy
1.5 =
dx 4 dx 3 dx 2 dx
′′ 2 ′
1.6 y − 3yy + xy = 0
1.7 x 4 y IV + xy ′′′ = e x
dny
1.8 = y2 + 1
dx n
2 - Quais, entre as funções abaixo, são soluções de y ′ − 5y = 0?
a) y = 5 b) y = 5x c) y = x 5 d) y = e 5x e) y = 2e 5x f) y = 5e 2x
3 - Quais, entre as funções abaixo, são soluções de x ′′ − 4x ′ + 4x = e t ?
a) x = e t b) x = e 2t c) x = e 2t + e t d) x = te 2t + e t e) x = e 2t + te t
4 - Determine os valores das constantes, de modo que as funções dadas satisfaçam as condições
iniciais indicadas:
4.1 yx = C 1 e x + C 2 e 2x + 3e 3x ; y0 = 0; y ′ 0 = 0
7
4.2 yx = C 1 sin x + C 2 cos x + 1; yπ = 0; y ′ π = 0
Respostas:
1.1 (a) 1 (b) E.D.O. (c) x (d) yx
1.2 (a) 1 (b) E.D.O. (c) x (d) yx
1.3 (a) 2 (b) E.D.P. (c) x, y (d) ux, y
1.4 (a) 3 (b) E.D.O. (c) x (d) yx
1.5 (a) 4 (b) E.D.O. (c) x (d) yx
1.6 (a) 2 (b) E.D.O. (c) x (d) yx
1.7 (a) 4 (b) E.D.O. (c) x (d) yx
1.8 (a) n (b) E.D.O. (c) y (d) xy
2- (d) e (e) 3- (a), (c) e (d)
4.1 C 1 = 3, C 2 = −6 4.2 C 1 = 0, C 2 = 1.
A solução desta equação é uma função y = φx que pode ser representada através de um gráfico.
Geometricamente, da equação diferencial acima, podemos afirmar que, em qualquer ponto x, y, o
dy
coeficiente angular da solução neste ponto é dada por fx, y.
dx
Graficamente, podemos traçar um pequeno segmento de reta, no ponto x, y, coeficiente angular
fx, y.
dy 1
Exemplo 1: = 13 y, cuja solução exata é yx = Ce 3 x
dx
5 y 20
y
4 15
3
10
2
5
1
-4 -2 0 2 4 -5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5
x x
No gráfico 1 é fácil ver que as soluções da equação são retas com declive igual a −g. A velocidade
diminui continuamente a uma taxa de −9. 8 m/s. A solução que se mostra na figura 1 corresponde a um
objeto que foi lançado verticalmente para cima (velocidade positiva), com uma velocidade inicial de 22m/s. A
velocidade decresce até zero, aproximadamente dois segundos mais tarde, no ponto mais alto da trajetória,
e continua a diminuir passando para valores negativos, que indicam que o objeto está descendo.
Se o sistema em queda livre não estiver dentro de um tubo de vácuo, existe outra força externa que
não pode ser desprezada, o atrito com o ar. A força de atrito com o ar é sempre oposta à velocidade e
depende da forma do objeto e do quadrado do módulo da velocidade. A expressão matemática para essa
força é
F a = − 1 C d ρ A |v|v 3
2
onde A é a área da seção transversal do objeto, ρ é a massa do ar, e C d é uma constante, sem
unidades, que depende da forma geométrica; para esferas, C d tem o valor de 0.5, e para um pára-quedas
circular é aproximadamente 0. 8. O produto −|v|v garante um sentido oposto à velocidade; se o objeto desce,
v < 0, e força de atrito será para cima (−|v|v positivo). Se objeto sobe, v > 0, e a força de atrito será para
9
baixo (−|v|v negativo).
A segunda lei de Newton para o objeto em queda livre é
mv̇ = −mg − 1 C d ρ A |v|v 4
2
Para poder desenhar o campo de direções, será preciso substituir os valores numéricos dos parâme
tros. Alguns valores realistas para um pára-quedista são: C d = 0. 8, m = 70 kg e A = 7 m 2 . A aceleração da
gravidade é aproximadamente g = 9. 8 m/s 2 . A massa do ar varia com a temperatura, a humidade relativa e
a altura sobre o nível do mar. Em temperatura ambiente e alguns metros por cima do nível do mar, a massa
do ar é aproximadamente 1. 2 kg/m 3 . Assim, em unidades SI, a equação 4 é igual a
v̇ = −9. 8 − 0. 048 |v|v 5
Figura 3: Retrato de fase para a velocidade do pára-quedista, onde v t designa a velocidade terminal.
A velocidade terminal obtém-se a partir da equação 4, no ponto em que a derivada for igual a zero
2mg
vt = − 8
Cdρ A
Assim, neste caso, existe um àºnico ponto fixo, correspondente à velocidade terminal.
Na região à esquerda da velocidade terminal, do retrato de fase (figura 3) o lado direito de 4 é positivo
e, portanto, a derivada da velocidade é positiva. Tal fato é indicado pela seta que aponta para a direita. A
solução que se aproxima do ponto fixo (velocidade terminal) pela esquerda, corresponde ao caso em que
no instante inicial o pára-quedista está a descer com uma velocidade com módulo maior que a velocidade
terminal; o pára-quedas trava a queda até que o pára-quedista alcança a velocidade terminal. A solução
que se aproxima do ponto fixo, pela direita, corresponde aos casos em que o pára-quedista salta para cima,
ou salta do repouso, no instante inicial, ou quando o pára-quedista já estiver a descer no instante inicial,
mas com velocidade de módulo menor que a velocidade terminal. O ponto fixo é um ponto não atrativo;
todas as soluções aproximam-se dele.
Exemplo: Esboce o retrato de fase do sistema abaixo e analise a evolução do sistema, para diferentes
valores do estado inicial.
ẋ = 4 − x 2 9
Resolução: Os pontos fixos encontram-se calculando as raízes da equação obtida igualando o lado
direito da equação a zero:
4 − x2 = 0
Existem dois pontos fixos x = −2 e x = 2. Se o valor de x for menor que −2, o lado direito 4 − x 2 será
negativo e a variável x diminui. Para x compreendido em −2 < x < 2, o valor da derivada é positivo e x
aumenta. Finalmente, se x for maior que 2, a derivada é negativa e x diminui. O retrato de fase é
apresentado na figura 4.
11
Figura 4: Retrato de fase do sistema autónomo ẋ = 4 − x 2 .
● Se x 0 = −2, ou, x 0 = 2, o sistema permanece sempre no mesmo estado.
● Se x 0 < −2, o estado do sistema tendendo para o limite x → −∞
● Se −2 < x 0 < 2, x aumenta, tendendo para 2.
● Se x 0 > 2, x diminui, tendendo para 2.
● O ponto x 0 = −2 é um ponto repulsor.
● O ponto x 0 = 2 é um ponto atrator.
dy
A forma padrão de uma EDO de primeira ordem é = fx, y. No entanto, podemos escrever
dx
Mx, y
fx, y como , assim,
−Nx, y
dy Mx, y
=
dx −Nx, y
−Nx, ydy = Mx, ydx
e obtemos a forma diferencial para esta equação: Mx, ydx + Nx, ydy = 0
Uma EDO de primeira ordem é uma equação a variáveis separáveis se pode ser escrita como:
Mxdx + Nydy = 0
∫ Mxdx + ∫ Nydy = C
dy 2
Exemplo 2: Determinar a solução geral da equação = x 2 :
dx 1−y
Solução: x 3 + y 3 − 3y = C
Obs.: y = yx implícitamente.
12
dy
Exemplo 3: Determinar a solução geral da equação = 3x 2 :
dx
Solução: y = x 3 + C
Obs.: dependência explícita ( yx está isolado)
dy
Exemplo 4: Determinar a solução geral da equação = 4y :
dx
Solução: y = Ce 4x
2 - Determine a equação da curva que passa pelo ponto P5, 6, conhecendo a declividade de sua
dy
tangente num ponto qualquer dada por: = 2x .
dx 3y
Respostas
x+y
1.1 y ′ = −e x y + e −x sin x, onde fx, y = −e x y + e −x sin x 1.2 y ′ =
y2
xy + 3
1.3 y ′ = 1.4 Não pode ser escrita na forma padrão.
y − 2x − 1
2
5 3
2 3y 2 − 2x 2 = 58 3.2 y = x +c 3.3 b = Ce 2p 3.4 y = cos x + c 3.5 y = ± k − x 2
3
N0 = N 0 e N3 = 2N 0
13
A solução desta EDO é N = Ae kt , substituindo as condições de contorno, determinamos A e k :
t ln 2
Nt = N 0 e 3 e, em t = 15, obtemos N15 = 32N 0
100
y
80
60
40
0 20 40 60 80 100 120
x
Um corpo em queda livre, satisfaz a segunda lei de Newton que indica que a força líquida que aje
sobre o corpo (peso) é proporcional à sua aceleração.
considerações: - massa e gravidade são constantes;
- resistência do ar é proporcional à velocidade v da queda;
- direção positiva é para baixo.
Da segunda lei do movimento de Newton, obtemos: F = m dv onde F é a força líquida e dv é a
dt dt
taxa de variação do momento do corpo em relação a t (m é constante).
mg − kv = m dv mg = m dv + kv dv + m k v = g Equação do movimento onde mg = W é o peso do
dt dt dt
corpo e kv é a resistência do ar.
.
Observação: Se k = 0 (desprezamos a resistência do ar) a equação se reduz à: dv = g.
dt
14
2.5 LISTA DE EXERCÍCIOS 3
APLICAÇÕES
1) Determinar o tempo necessário para que uma certa quantia duplique seu valor quando aplicada à
juros de 5% ao ano, continuamente acumulados.
2) Sabendo que o rádio se decompõe numa razão proporcional à quantidade existente e que a metade
da porção original desaparece em 1600 anos, calcular a percentagem perdida em 100 anos.
dQ
5) O nuclídeo radioativo plutônio 241 decai de acordo com a eqação diferencial = −0, 0525Q, onde
dt
Q está em miligramas e t em anos.
a) Determinar a meia vida τ do plutônio 241.
b) Se 50 mg de plutônio estiverem presentes numa atmosfera no dia de hoje, quanto plutônio existirá
daqui a dez anos?
6) Uma bola, com massa de 0,25 kg, é lançada para cima, com uma velocidade inicial de 20m/s, do
terraço de um edifício com 30 m de altura. Desprezar a resistência do ar.
a) Calcular a altura máxima que a bola atinge acima do nível do solo.
b) Admitindo que a bola não caia no terraço, ao retornar, calcular o tempo que leva para atingir o solo.
Respostas:
1) 13,9 anos. 2) 4,23%. 3) 6,73 vezes a quantia original 4) 25 0 C.
5) a) 13,20 anos b) 29,6 mg 6) a) 50,4 m. b) 5,25 s.
dy
Uma EDO de primeira ordem, na forma = fx, y é homogênea se flx, ly = fx, y para todo l
dx
real.
x+y
Exemplo 1: Verifique se y ′ = x é homogênea:
x+y lx + ly lx + y x+y
fx, y = x ∴ flx, ly = = = x = fx, y
lx lx
∴ A EDO é homogênea.
15
x2 + y
Exemplo 2: Verifique se y ′ = é homogênea:
x3
Resp.: A EDO não é homogênea.
Uma equação homogênea pode ser transformada em equação a variáveis separáveis (que já
sabemos resolver), mediante a seguinte substituição de variável:
y = xν
dy
= ν + x dν
dx dx
Obtemos, então, uma equação diferencial nas variáveis ν e x que resolvemos como equação a
y
variáveis separáveis. Não esqueça de substituir ν = x no final do procedimento.
y+x
Exemplo 3: Encontre a solução da EDO y ′ = x :
Já vimos que é uma EDO homogênea.
y = νx
Façamos a substituição: dy .
= ν + x dν
dx dx
y2 + x2
Exemplo 4: Encontre a solução da EDO y ′ = xy com y1 = −2 :
Solução: A EDO é homogênea e y 2 = x 2 ln x 2 + 4x 2 ou y = − x 2 ln x 2 + 4x 2
y + y e y + 2x 2 e y
2 2
y 2
+ y 2
e y + 2x 2 e y
dx = 1 =
dy fx, y x 2
2xye y
16
x 2
Solução geral: y = k 1 + e y
é exata se existe uma função gx, y tal que: dgx, y = Mx, ydx + Nx, ydy.
∂g ∂g
Por outro lado, dgx, y = dx + dy
∂x ∂y
∂g ∂g
de onde concluímos que: e Nx, y =
Mx, y = .
∂x ∂y
∂2g ∂2g
Da teoria de derivação, temos que =
∂x∂y ∂y∂x
∂ ∂g = ∂ ∂g
∂x ∂y ∂y ∂x
∂ Nx, y = ∂ Mx, y
∂x ∂y
TESTE: Uma EDO de primeira ordem, na forma diferencial é exata se e, somente se,
∂ Mx, y = ∂ Nx, y
∂y ∂x
∂g
2) = Nx, y
∂y
sin x + x 2 e y + Y ′ y = sin x + x 2 e y − 1
17
∴ Y ′ y = −1
dy 2 + ye xy
Exemplo 3: Resolva = .
dx 2y − xe xy
Solução geral: 2x + e xy − y 2 = C
4) Resolva as equações:
a) x + y 2 dy + y − x 2 dx = 0 c) 3x 2 + 2xy 2 dx + 2x 2 ydy = 0
y
b) e x cos ydx = e x sin ydy. d) 3x 2 y + x dx + x 3 + ln xdy
Respostas:
1.c) y 2 = x + sin 2wx .
2 +3x
1.a) x 2 + 2 3 y 2 + 1 = k. 1.b) y = ke 4x .
2w
2
1.d) v 2 = 2gt + k. 1.e) arctgy = x + x + k. 1.f) y − ln|y + 1| − 2 ln|x| = k.
2
2.a) x 2 + y 2 = 5 2.b) tgx − cot gy = 0 2.c) It = 21 − e 5t 2.d) v 2 − 2gt = v 20 − 2gt 0
−
1 y
3.a) y = cx − x 3.b) y = x arcsinx + c 3.c) y = x + xc − x 2 2 3.d) e x − ln x = k.
3 y3
4.a)yx − x + = k 4.b) e x cos y = k 4.c) x 3 + x 2 y 2 = k 4.d) x 3 + ln xy = k
3 3
−2xye −x + xe −x dx + e −x dy = 0
2 2 2
Def: Uma função Ix, y é um Fator Integrante de Mx, ydx + Nx, ydy = 0 se a equação:
Ix, yMx, ydx + Nx, ydy = 0
é exata.
Caso 1:
Não é exata, mas com hx = 1, temos Ix = e x e a EDO fica exata: e x x − ydx − e x dy = 0.
Solução geral: xe x − e x − ye x = k ou y = Ce −x + x − 1
Caso 2:
Não é exata, mas com hy = − 2y , temos que Iy = y 2 e a EDO fica exata y 3 dx + 3y 2 + 3xy 2 − y 3 dy = 0
y4
Solução geral: y 3 x + y 3 − =k
4
Solução geral: y = − 1 + Ce x
2
2
Solução particular: y = − 1 + 1 e x
2
2 2
dy
Exemplo 1: Resolva + xy = xy 2
dx
Equação de Bernoulli com n = 2.
y = 1z
Substituição: z = y 1−2
ou seja: z = 1y , ainda, dy
= − 12 dz
dx z dx
x2 −
Fator integrante: Ix = e 2
20
Solução geral: y = 1
x2
−
1 + Ce 2
dy 1
Exemplo 2: Resolva 3
− xy= x y 4 3
dx
Equação de Bernoulli com n = 13 .
3
2 y=z2
Substituição: z = y 3 , então 1
dy
= 3 z 2 dz
dx 2 dx
Fator integrante: Ix = 12
x
2 3
Solução geral: y 3 = 2 x 5 + Cx 2 ou y = ± 2 x 5 + Cx 2 2
9 9
dy
4) Prove que a equação diferencial + pxy = qxy lny, pode ser resolvida mediante a mudança de
dx
dy
variável lny = v. Use isto para resolver a EDO: x + 2x 2 y = y lny
dx
21
Respostas:
1.1) a = b, x 2 + axy + y 2 = k 1.2) b = 1, x coshy + sinax = k
2.1) hx = 12 . yx = 2x − x 3 ; 2.2) hx = e x , e x y 3 + e 2x y = k;
x
−y 2
2.3) hy = e −y , e x 2 + y 2 + 1 = k ; 2.4) hx = 12 . yx = cx − lnx − 1 ;
2
2 x
x k cos3x
3.1) yx = + x , 3.2) yx = x − + k. 3.3) yx = x + ke x .
2 2
2 3
2
x2
2 x −2x −1
3.4) yx = x + k 4) yx = 2 1 − e 5.1) z = y ; yx = ke 2 .
3
2
5.2) z = y −1 ; yx = −1 5.3) z = y 2 ; y 2 = 1 + ke x .
2
x .
c + xe
Exemplo: F : x 2 + y 2 = c
G : y = kx
y 4
-5 -4 -3 -2 -1 1 2 3 4 5
x
-2
-4
y 4
-5 -4 -3 -2 -1 1 2 3 4 5
x
-2
-4
Exemplo 1: Um tanque contém inicialmente 350 litros de salmoura com 10 kg de sal. No intante t = 0,
água pura começa a entrar no tanque a razão de 20 l por minuto, enquanto a mistura sai do tanque a
mesma taxa. Determine a quantidade de sal no tanque no instante t.
V 0 = 350 l. b = 0 kg/l f = 20 l/min
Q0 = 10 kg e = 20 l/min
23
dQ 20 dQ
+ Q = 0. 20 ∴ + 2 Q = 0 É linear.
dt 350 + 20t − 20t dt 35
2t
Fator integrante: It = e 35
−
2t
Solução geral: Q = Ce 35
−
2t
Solução particular: Qt = 10e 35
Observe que Q → 0 quando t → ∞ , o que esperávamos, pois está entrando água pura.
b) T20 = 79, 52 ∘ F.
24
- direção positiva é para baixo.
Da segunda lei do movimento de Newton, obtemos: F = m dv
dt
onde F é a força líquida e dv é a taxa de variação do momento do corpo em relação a t (m é
dt
constante).
mg − kv = m dv mg = m dv + kv dv + m k v = g Equação do movimento
dt dt dt
onde mg = W é o peso do corpo e kv é a resistência do ar.
Obs.2: Quando o corpo é arremessado para cima, a resistência do ar tem sentido igual ao do peso
porque a resistência é sempre oposta ao sentido do movimento.
Obs.3: Quando a direção positiva é considerada para cima, precisamos reavaliar os sinais da
equação do movimento.
Obs.4: Pode existir outra relação entre a resistência do ar e a velocidade que não seja a relação
considerada na modelagem anterior. Se a resistência do ar for proporcional ao quadrado da velocidade:
−kv 2 .
Obs.5: O peso é aproximado por W = mg quando o corpo se encontra muito próximo da terra. Caso
mgR 2
contrário, é dado por: W= onde R é o raio terrestre e x é a altura acima do nível do mar. Neste
R + x 2
caso, será necessário usar dv = dv dx v dv = dv .
dt dx dt dx dt
Exemplo 1: Um corpo de massa m cai a partir do repouso, num meio que oferece resistência
proporcional à velocidade. Admitindo que a força gravitacional seja constante, determine:
a) a velocidade em qualquer instante.
b) a velocidade limite v e quando t → ∞.
a) dv + m k v = g v0 = 0 é linear.
dt
kt
Fator integrante: It = e m
mg kt mg kt
Solução geral: v = + Ce − m Solução particular: vt = 1 − e− m
k k
mg
b) lim vt = v l , então v l = , velocidade limite.
t→∞ k
Casos Particulares:
25
- Circuito RL: Lei que rege a quantidade de corrente no circuito é dI + R I = E
dt L L
Obs.: Não necessariamente E é constante. É uma equação linear não-homogênea.
dq
- Circuito RC: Lei que rege a quantidade de carga é + 1 q= E
dt RC R
Obs.: A EDO é linear e não-homogênea.
dq
A relação entre q e I é: I =
dt
Atenção:
It = corrente transiente + corrente estacionária.
- Estado transiente: Tem forte influência no início do experimento. Vai para zero quando t → ∞.
Exemplo 1: Um circuito RL tem uma f.e.m. de 5 volts, uma resistência de 50 ohms, uma indutância de 1
henry e não tem corrente inicial. Determine:
a) a corrente no instante t;
b) sua componente no estado estacionário;
c) sua componente no estado transiente.
a) dI + 50I = 5 I0 = 0
dt
Fator integrante: e 50t Solução particular: It = 1
10
− 1
10
e −50t .
b) I est = 1
10
A,
1 −50t
c) I trans = − 10 e
- Crescimento Exponencial:
Exemplo 1: Seja Nt a população de uma certa espécie (ou a quantidade de uma substância).
Hipóteses: taxa de variação de N é proporcional ao valor instantâneo de N. População inicial N 0 .
dN = rN
dt Obs.: se r > 0 : crescente; se r = 0: Nt = N 0 e se r < 0 : decrescente (extinção)
N0 = N 0
r: velocidade específica de crescimento (ou declíneo).
Solução: Nt = N 0 e rt .
Exemplo 2: Uma pessoa deposita R$20.000,00 em uma conta que paga 5% ao ano de juros
compostos continuamente. Determine:
a) o saldo na conta após 3 anos;
b) o tempo necessário para que a quantia inicial duplique.
26
Sejam Nt : quantidade de dinheiro=saldo na conta
r : taxas de juros compostos continuamente=velocidade específica de crescimento.
r = 0. 05 > 0 (o saldo aumenta) e N0 = 20. 000
dN = 0. 05N
dt Solução: Nt = 20. 000e 0.05t
N0 = 20. 000
Exemplo 1: Cinco ratos de uma população constante de 500 são intencionalmente inoculados com
uma doença contagiosa para testar uma teoria de disseminação da epidemia segundo a qual a taxa de
variação da população infectada é proporcional ao produto de ratos infectados pelo número de ratos sem a
doença. Qual o tempo necessário para que a metade da população contraia a doença?
Sejam Nt o número de ratos infectados, N0 = 5 e o número de ratos sem a doença é 500 − N,
então
dN = 500 − NRN ou dN = 1 − N rN Eq. Logística r = 500R
dt dt 500
N0 = 5
1) Em cada um dos casos abaixo, desenhar curvas da família dada e também das respectívas
tragetórias ortogonais.
a) A famíla de hipérboles xy = c.
b) A família de círculos x − c 2 + y 2 = c 2
c) A família x 2 + y 2 = Cx
2) Um tanque de 50 litros contém inicialmente 10 litros de água pura. No instante t = 0, começa a ser
despejada uma solução contendo 0,1 kg de sal por litro, a razão de 4 l/min, enquanto a mistura sai do
tanque a razão de 2 l/min. Determine:
27
a) O instante em que ocorre o transbordamento.
b) A quantidade de sal no tanque neste instante.
3) Um corpo de massa m é lançado verticalmente para cima com velocidade inicial v 0 . Se a resistência
do ar é proporcional à velocidade, determine:
a) a equação do movimento no sistema coordenado v, t.
b) a velocidade no instante t.
c) o instante em que o corpo atinge a altura máxima.
4) Um circuito RL tem f.e.m. dada (em volts) por 3 sin 2t , uma resistência de 10 ohms, uma indutância
de 0.5 henry e uma corrente inicial de 6 ampères. Determine a corrente em t:
5) Sabe-se que a população de um determinado país aumenta a uma taxa proporcional ao número de
habitantes do país. Se, após 2 anos, a população duplicou e, após 3 anos, é de 20.000 habitantes, estime o
número inicial de habitantes:
Trabalho de Pesquisa
Pesquise, nos livros abaixo indicados, uma aplicação para as equações diferenciais ordinárias de
primeira ordem. Escolha uma aplicação na área que preferir, como por exemplo: biologia (crescimento
populacional e disseminação de doenças), química (decaimento radioativo, misturas e datação por
carbono), física (resfriamento de Newton e corpo em queda livre) e engenharia (circuitos elétricos e
eletromagnetismo).
O trabalho deve conter no mínimo três páginas com: introdução, descrição do problema de forma
geral (pelo menos uma página), resolução e conclusão.
Procure pesquisar em mais de um livro da biblioteca, escolhendo a aplicação que achar mais
interessante. Coloque no trabalho a bibliografia utilizada.
Referências
BOYCE W.E. DIPRIMA R.C.. Equações Diferenciais Elementares e Problemas de Valores de Contorno.
Rio de Janeiro LTC. 1998.
BRONSON. R.. Moderna Introdução às Equações Diferenciais. São Paulo, McGraw-Hill, 1977.
EDWARDS C.H. PENNEY D.E. Equações Diferenciais Elementares com Problemas de Contorno.
Prentice-Hall, 1995.
HUGHES-HALLETT, D., GLEASON, A. M. Cálculo v. 2. Rio de Janeiro LTC. 1997.
ZILL, D. G., CULLEN M. R. Equações Diferenciais com Aplicações em Modelagem. Thomson Learning
2003.
ZILL, D. G., CULLEN M. R. Equações Diferenciais v 1. MAKRON BOOKS.
MATOS, M. P., Séries e Equações Diferenciais. São Paulo, Prentice Hall, 2002.
28
3.1 EDO Lineares de Segunda Ordem
Uma EDO linear de segunda ordem é dita com coeficientes constantes se a 1 , a 0 são constantes.
Caso contrário, a equação é com coeficientes variáveis.
Obs.1: Uma EDO linear de segunda ordem pode ser escrita como: Ly = gx
onde L é um operador linear definido como segue: L : C 2 I → CI tal que Lyx = y ′′ + a 1 xy ′ + a 0 xy
C 2 I : conjunto das funções definidas no intervalo I duas vezes derivável com segunda derivada
contínua.
Exemplos.:
a) y ′′ + 4y = e x − sin x a 1 = 0, a 0 = 4 gx = e x − sin x
x 2 − 1 x 2 − 1
b) x 2 y ′′ + xy ′ + x 2 − 1y = 0 ou y ′′ + 1x y ′ + y = 0 a 1 x = 1 ,
x 0 a x = gx ≡ 0
x2 x2
c) yy ′′ − y ′ = 0
d) y ′′ − y = 0
TEOREMA: Considere o problema de valor inicial y ′′ + a 1 xy ′ + a 0 xy = gx com condições yx 0 = y 0
e y ′ x 0 = y ′0 , onde a 1 , a 0 e g são contínuas num intervalo I. Então existe uma única solução para este
29
problema e ela existe sobre todo o intervalo I.
Propriedade 1:
Se y 1 e y 2 são funções deriváveis em I e se Wy 1 , y 2 ≠ 0 num ponto x I ∈ I, então y 1 e y 2 são L.I. em
I.
Propriedade 2:
Se y 1 e y 2 são soluções L.I. da EDOLH (Ly = 0), então y = c 1 y 1 + c 2 y 2 é a solução geral de Ly = 0.
Exemplo: y ′′ − y = 0
e x , e −x são soluções L.I. Pela propriedade 2, a solução geral da EDO é yx = c 1 e x + c 2 e −x
Propriedade 3:
Existem duas soluções L.I. para Ly = y ′′ + a 1 xy ′ + a 0 xy = 0.
30
Obs.1: Relações de Euler:
e ix = cos x + i sin x e e −ix = cos x − i sin x x ∈ ℜ , i : unidade imaginária i 2 = −1.
ou equivalentemente:
−ix −ix
cos x = e + e e sin x = e − e
ix ix
.
2 2
Propriedade 4:
Exemplo: y = e ix é solução de y ′′ + y = 0
CASO 1:
Exemplo 1: y ′′ + 5y ′ + 6 = 0
λ 2 + 5λ + 6 = 0 → λ + 2λ + 3 = 0
Solução geral: y = C 1 e −2x + C 2 e −3x
31
−2x
Solução particular: yx = e + e
2x
ou yx = cosh 2x
2
CASO 2:
Exemplo: y ′′ + 2y ′ + y = 0
Solução geral: y = C 1 e −x + C 2 xe −x
CASO 3:
Exemplo 2: y ′′ + 9y = 0
Solução geral: y = C 1 cos 3x + C 2 sin 3x
3) Construa a matriz Wronskiana e determine o valor de seu determinante para os seguintes conjuntos
de soluções.
3.1) e x , e −x 3.2) sen3x, cos3x 3.3) e x , xe x
4) Mostre que duas soluções L.I. da equação diferencial y ′′ − 6y ′ + 9y = 0 são dadas por e 3x , xe 3x .
32
Escreva a solução geral da EDOH.
RESPOSTAS
1.1) y = c 1 e x cos x + c 2 e x sin x 1.2) y = c 1 cos 7 x + c 2 sin 7 x
−x −x
1.3) y = c 1 e cos 2x + c 2 e sin 2x 1.4) y = c 1 e 2x + c 2 xe 2x
2.1) y = e −x + 3xe −x 2.2) y = 2e 3x + 2xe 3x 2.3) y = −e −2x + xe −2x
3.1) We x , e −x = −2 3.2) Wsen3x, cos3x = −3 3.3) We x , xe x = e 2x
4) y = c 1 e 3x + c 2 xe 3x
Propriedade 1:
Exemplo: y ′′ − y = e 2x
Propriedade 2:
Exemplo: y ′′ − y = e 2x + 1
y h = c 1 e x + c 2 e −x solução de y ′′ − y = 0
y p1 = 13 e 2x solução particular de y ′′ − y = e 2x
y p2 = ? Supõe y p2 = A constante, deriva e substitui na EDO para encontrar A = −1. ∴ y p2 = −1
∴ y = y h + y p1 + y p2 y = c 1 e x + c 2 e −x + 13 e 2x − 1 é a solução geral de y ′′ − y = e 2x + 1.
CASO 1:
Ly = ke ax a, k ∈ ℜ
33
Supõe y p = Ae ax onde A = ?
Deriva e substitui na EDO:
Se a 2 + a 1 a + a 0 ≠ 0, então A = k
a + a1a + a0
2
Mas isto significa que a não pode ser raíz de λ 2 + a 1 λ + a 0 = 0 , ou, do mesmo modo, e ax não pode
ser uma das soluções L.I. que compõe y h .
Se a é raiz simples de λ 2 + a 1 λ + a 0 = 0 , devemos supor y p = Axe ax , então:
A= k se 2a + a 1 ≠ 0
2a + a 1
CASO 2:
Ly = k sin αx ou k cos αx :
- Se Piα ≠ 0, supõe y p = A cos αx + B sin αx.
- Se Piα = 0, supõe y p = Ax cos αx + Bx sin αx
34
A= 3 ,B= 1 y p = 1 3 cos 2x + sin 2x
20 20 20
CASO 3:
Ly = ke αx cos βx ou Ly = ke αx sin βx
Vamos considerar Lwp = ke α+iβx :
- se Pα + iβ ≠ 0 , então wp = Ae α+iβx
- se Pα + iβ = 0, então wp = Axe α+iβx
Solução particular y p : se Ly = ke αx cos βx, então y p = Rewp
se Ly = ke αx sin βx, então y p = Imwp
CASO 4:
Ly = b 0 + b 1 x +. . . +b n x n
Se P0 ≠ 0 : supõe y p = A 0 + A 1 x +. . . +A n x n
Se P0 = 0 e P ′ 0 ≠ 0 : supõe y p = xA 0 + A 1 x +. . . +A n x n
Se P0 = 0 e P ′ 0 = 0 : supõe y p = x 2 A 0 + A 1 x +. . . +A n x n
Exemplo 1: Resolva y ′′ + 3y ′ = 2x 2 + 3x
y h = C 1 e −3x + C 2
y p : P0 = 0 → y p = xA 0 + A 1 x + A 2 x 2 . Deriva e substitui na EDO,
obtém: A 0 = − 5 , A 1 = 5 e A 2 = 2 yp = − 5 x + 5 x2 + 2 x3
27 18 9 27 18 9
CASO 5:
Ly = b 0 + b 1 x +. . . +b n x n e αx
Se Pα ≠ 0 : supõe y p = A 0 + A 1 x + A 2 x 2 e αx
Se Pα = 0 e P ′ α ≠ 0 : supõe y p = xA 0 + A 1 x +. . . +A n x n e αx
Se Pα = 0 e P ′ α = 0 : supõe y p = x 2 A 0 + A 1 x +. . . +A n x n e αx
35
3.6 EDOL Não Homogênea: Variação de Parâmetros
Nesta seção, vamos desenvolver um outro método para determinar a solução particular da EDOL
Ly = y ′′ + a 1 xy ′ + a 0 xy = gx
a partir da solução geral de Ly = 0 : y h x = C 1 y 1 x + C 2 y 2 x.
v ′1 y 1 + v ′2 y 2 = 0
De (1) e (2), obtemos o sistema linear:
v ′1 y ′1 + v ′2 y ′2 = gx
cos 2x cos 2x
v 1 = − 14 ln|sec 2x + tan 2x| + 14 sin 2x
v 2 = 12 ∫ tan 2x cos 2xdx = 12 ∫ sin 2xdx = − 14 cos 2x
y p = − 14 ln|sec 2x + tan 2x|
36
3.7 EDOL de Ordem n com Coeficientes Constantes:
Soluções L.I.:
- Se λi é raiz real simples: y i = C i e λ i x
- Se λi é raiz real de multiplicidade p: e λ 1 x ; xe λ 1 x ; . . . ; x p−1 e λ 1 x
- Se λi = a + bi e λi ∗ = a − bi são raízes complexas conjugadas: e ax cos bx; e ax sin bx
RESPOSTAS
1.1) y = c 1 e x + c 2 e 2x − 5e x
1.2) y = c 1 e 2x + c 2 xe 2x + 32 x 2 e 2x
1.3) y = c 1 e −3x + c 2 e −4x + 65 6
cos 2x + 130
21
sin 2x
1.4) y = c 1 cos 2x + c 2 sin 2x + 4 x 1
1.5) y = c 1 e −x + c 2 e −2x − 23 xe −x + 24
1 2 −x
x e + A cos 2x + B sin 2x + A 0 + A 1 x + A 2 x 2
yH y P1 y P2 (resolver) y P3 (resolver)
2.1) y = c 1 + c 2 e x − c 3 e 2x
2.2) y = c 1 + c 2 e −x cos x − c 3 e −x sin x
3) y = C 1 e x + C 2 xe x − xe x + ln|x|xe x v 1 = −x e v 2 = ln|x|
37
3.9 Exemplos de Aplicação:
- Problemas de Mola:
Lei de Hooke: A força F de uma mola é igual e oposta às forças aplicadas sobre esta mola e é
proporcional à distensão (contração) l da mola resultante da força aplicada.
F = −kl
onde k é a constante da mola (constante de proporcionalidade) .
Considerações:
- Desprezamos a massa da mola.
- Resistência do ar é proporcional à velocidade do corpo.
- Forças sobre o corpo no instante t são: força da resistência do ar: −ax ′ a > 0
força restauradora: −kx k > 0 Lei de Hooke
a x ′ + k x = g + Ft
Obs.: Se a gravidade for considerada: x ′′ + m m m
Exemplo: Uma massa de 2 kg. está suspensa em uma mola cuja constante é 10 N/m e permanece
em repouso. É, então posta em movimento, imprimindo-lhe uma velocidade inicial de 150 cm/s. Determine a
expressão da posição da massa, desprezando a resistência do ar:
xt = 0. 671 sin 5 t
Et
Rq ′ + Lq ′′ + 1 q = Et ou q ′′ + R q ′ + 1 q = com C.I. q0 = q 0 e q ′ 0 = I0 = I 0
C L LC L
Exemplo: Um circuito RCL tem R=10 ohms, C=10 −1 farad, L=0.5 henry e uma tensão aplicada de
12 volts. Admitindo que não haja corrente inicial nem carga inicial em t = 0 , quando a tensão é aplicada
pela primeira vez, determine a corrente subsequente no sistema:
38
Equação diferencial: I ′′ + 20I ′ + 200I = 0
Condições iniciais: I0 = 0 e I ′ 0 = 24
Solução: It = 12 e −10t sin 10t
5
Exemplo: Seja uma barra de comprimento L sujeita a uma carga uniforme q. Se, no ponto x 0 = 0,
esta barra está presa e, em x L = L, está só apoiada, este problema é descrito pelo seguinte problema de
contorno:
y 4 x + kyx = q
y0 = y ′ 0 = 0
yL = y ′′ L = 0
1. Uma mola com massa de 3 kg é mantida esticada 0, 6 m além de seu comprimento natural por uma
força de 20 N. Se a mola começar em sua posição de equilíbrio, mas um empurrão der uma velocidade
inicial de 1, 2 m/s, determine a posição da massa depois de t segundos (fórmula).
Respostas
1. xt = 0, 36sen 103
t.
2. qt = 3 sin t − 2 cos t + 2e −t cos t 3 − 1
3
3 e −t sin t 3 .
1) Introdução:
Os sistemas de EDO simultâneas aparecem naturalmente em problemas que envolvem várias variáveis
dependentes, cada qual função de uma única variável independente.
Variável independente: t
Variáveis dependentes: x 1 = x 1 t; x 2 = x 2 t; . . .
Aplicações:
1) Sistema Predador-Presa:
Sejam Pt : população de predadores no instante t
Ht : população de presas no instante t
39
dH = a 1 H − b 1 HP
O modelo é descrito pelo sistema de EDO: dt
dP = −a P + b HP
2 2
dt
2) Sistema Massa-Mola:
Sejam x 1 t , x 2 t coordenadas da posição das massas m 1 e m 2 .
d2x
m 1 21 = k 1 + k 2 x 1 + k 2 x 2 + F 1 t
O modelo é descrito pelo sistema de EDO: dt Segunda Ordem
d2x
m 2 22 = k 1 x 1 − k 2 + k 3 x 2 + F 2 t
dt
3) Circuito RCL:
Sejam V : queda de voltagem no capacitor C
I : corrente no indutor L.
dI = V
O ciruito é descrito pelo sistema de EDO: dt L
dV = − I − V
dt C RC
De maneira geral, qualquer EDO da forma: y n t = Ft, y, y ′ , y ′′ , . . . , y n−1 pode ser reduzida a
sistema de EDO de primeira ordem com n equações. Basta tomar: x 1 t = y; x 2 t = y ′ ; . . . , x n t = y n−1 t.
x ′1 = x 2
x ′2 = x 3
x ′3 = x 4
E o sistema fica:
...........
x ′n−1 = x n
x ′n = Ft, x 1 , x 2 , . . . , x n
x ′1 = F 1 t, x 1 , x 2 , . . . , x n
x ′2 = F 2 t, x 1 , x 2 , . . . , x n
Considere o sistema na forma geral:
.................................
x ′n = F n t, x 1 , x 2 , . . . , x n
40
Podem ser dadas condições iniciais na forma: x 1 t 0 = x 01 , . . . , x n t 0 = x 0n . Associado a estas C.I
sistema constitui um PVI. Este sistema tem solução no intervalo I se existirem n funções:
x 1 = φ 1 t; . . . ; x n = φ n t , deriváveis em I, que satisfazem o sistem em todo I.
Um sistema é dito sistema de equações lineares de primeira ordem se pode ser escrito na forma:
x ′1 = x 2
PVI: x ′2 + 2tx 2 + t 2 x 1 = sin t
x 1 0 = 0; x 2 0 = 1
x ′1 = −2x 1 + x 2
Ex.2: Resolva o problema: com x 1 0 = 2 e x 2 0 = 3.
x ′2 = x 1 − 2x 2
Considere a transformação linear (função linear) y = AX, que transforma um vetor X em un novo vetor
Em particular, estamos interessados naqueles vetores que são transformados em múltiplos de si mesmo, ou
seja, y = λX , onde λ é um fator de proporcionalidade.
A − λIX = 0 ∗ se detA − λIX = 0 ∗ ∗ , infinitas soluções (tem soluções além da nula).
41
Os valores de λ que satisfazem ∗ ∗ são ditos AUTOVALORES de A e as soluções de ∗ são os
AUTOVETORES correspondentes ao seu respectivo autovalor.
Cada autovalor tem pelo menos um autovetor associado a ele. No entanto, se um autovalor λ i tem
multiplicidade m, ele pode ter q autovetores L.I. associados a ele onde 1≤ q ≤ m.
1 −1
Ex.1: Ache os autovalores e autovetores de A = :
1 3
0 1 1
Ex.2: Ache os autovalores e autovetores de A = 1 0 1 :
1 1 0
x 1
1
Um conjunto de vetores X 1 = ⋮ , . . . , é L.I. se, e somente se, det X ≠ 0. (X = x ij = x j
i ).
x 1
n
Um conjunto de k vetores x 1 , x 2 , . . . , x k é L.I. se, e somente se, a equação
c1 x 1 + c 2 x 2 +. . . +c k x k = 0 admite a solução trivial como solução única: c 1 = c 2 =. . . = c k = 0.
Se existirem números c 1 , c 2 , . . . , c k com pelo menos um número diferente de zero, então o conjunto
x 1 , x 2 , . . . , x k é L.D.
1 0
Ex.1: x 1 = 0 e x 2 = 1 :
−1 −1
1 2 −4
Ex.2: x 1 = 2 , x 2 = 1 e x 3 = 1 :
−1 3 −11
det X = 0, então x 1 , x 2 , x 3 são L.D.
42
x ′1 = p 11 tx 1 +. . . +p 1n tx n + g 1 t
..........................................................
x ′n = p n1 tx 1 + p nn tx n + g n t
Propriedades:
P1) Se x 1 , x 2 são soluções de X ′ = PtX então c 1 x 1 + c 2 x 2 também é solução.
P2) Se x 1 , x 2 , . . . , x n são soluções L.I. de X ′ = PtX , então φt = c 1 x 1 + c 2 x 2 +. . . +c n x n é a
solução geral do sistema.
P3) Se x 1 , x 2 , . . . , x n são soluções de X ′ = PtX, então ou det X é identicamente nulo ou nunca é nulo.
e 3t e −t 1 1
Ex.: Verifique que x 1 t = e x 2 t = é solução de X ′ = X.
2e 3t −2e −t 4 1
Determine a solução geral:
−3 2
Ex.1: Ache a solução geral de X ′ = X:
2 −2
1 1
Ex.2: Determine a solução geral de X ′ = X:
4 1
0 1 1
′
Ex.3: Ache a solução geral de X = 1 0 1 X:
1 1 0
43
- Autovalores Complexos:
x 1
R x 2
R
tal que x 1
R e x 2
R são soluções L.I. do sistema X ′ = AX
− 12 1
Ex.1: X ′ = X:
−1 − 12
−1 −1 2
Ex.2: Resolva X ′ = X com X0 = :
2 −1 2
Exercícios:
2 10
1) X ′ = X
−1 −5
−1/2 −1/8 2
2) X ′ = X com X0 = :
2 −1/2 3
- Autovalores Repetidos:
Exemplo introdutório:
1 −2 2
X′ = −2 1 −2 X
2 −2 1
Solução:
1) detA − rI = 0
−r + 1 5 r − 5 = 0 → r 1 = r 2 = −1 e r 3 = 5
44
2) Para r 1 = r 2 = −1, temos:
2 −2 2 1 0
−2 2 −2 2 = 0
2 −2 2 3 0
1 0
1 −t 2
x = 1 e e x = 1 e −t
0 1
A solução correspondente é:
1
x 3 = −1 e 5t
1
Encontrando P :
A − 2IP = K
−1 −1 P1 1
=
1 1 P2 −1
E a solução x 2 é
1 0
x 2 = te 2t + e 2t
−1 −1
Solução:
X ′ = AX + gt
2 0
onde gt = e −t + t
0 3
46
Solução particular:
Supõe X p = ate −t + be −t + ct + d
X ′p = −ate −t + a − be −t + c
Substitui no sistema de EDOs e obtém:
Aa = −a
2 0
Ab = a − b − ; Ac = − ; Ad = c
0 3
2 −1 1
Ex.3: X ′ = X+ et :
3 −2 −1
3 −18
Exercício: Encontre a solução geral do sistema X ′ = X.
2 −9
1) detA − rI = 0
r + 3 2 = 0 → r 1 = r 2 = −3
3
Obtemos x 1 = e −3t
1
Resulta que P 1 = 1 + 6P 2 , se P 2 = 0 → P 1 = 1
2
2
Assim,
3 1/2
x 2 = te −3t + e −3t
1 0
E a solução geral é:
3 3 1/2
X = c1 e −3t + c 2 te −3t + e −3t
1 1 0
47
Trabalho de Pesquisa
Pesquise, nos livros abaixo indicados, uma aplicação para sistemas de equações diferenciais
ordinárias. Escolha uma aplicação na área que preferir.
O trabalho deve conter no mínimo três páginas com: introdução, descrição do problema de forma
geral (pelo menos uma página), resolução e conclusão.
Procure pesquisar em mais de um livro da biblioteca, escolhendo a aplicação que achar mais
interessante. Coloque no trabalho a bibliografia utilizada.
Referências
BOYCE W.E. DIPRIMA R.C.. Equações Diferenciais Elementares e Problemas de Valores de Contorno.
Rio de Janeiro LTC. 1998.
BRONSON. R.. Moderna Introdução às Equações Diferenciais. São Paulo, McGraw-Hill, 1977.
EDWARDS C.H. PENNEY D.E. Equações Diferenciais Elementares com Problemas de Contorno.
Prentice-Hall, 1995.
HUGHES-HALLETT, D., GLEASON, A. M. Cálculo v. 2. Rio de Janeiro LTC. 1997.
ZILL, D. G., CULLEN M. R. Equações Diferenciais com Aplicações em Modelagem. Thomson Learning
2003.
ZILL, D. G., CULLEN M. R. Equações Diferenciais v 1. MAKRON BOOKS.
MATOS, M. P., Séries e Equações Diferenciais. São Paulo, Prentice Hall, 2002.
48
Respostas:
49
50