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Caso Empresarial 9

A ) Nã o, uma vez que é o Banco Japurá titular da maioria das açõ es da recuperanda,
e assim, conforme exposiçã o do artigo 26, pará grafo 2º da lei de falências (Lei nº
11.101/05), o juiz pode determinar, mediante prévio requerimento dos credores
que representem a maioria dos créditos de uma classe, como assim se vê no caso
em tela, independente de realizaçã o de assembléia, a nomeaçã o do representante e
de seus suplentes da classe ainda nã o representada no comitê. No caso em questã o,
nã o se tem a informaçã o de representante da classe com garantia real já
estabelecido, portanto, é vá lida a eleiçã o, vez que nã o é obrigató ria a convocaçã o
da assembléia de credores.

Vejamos:

Art. 26. O Comitê de Credores será constituído por deliberaçã o de qualquer das
classes de credores na assembléia-geral e terá a seguinte composiçã o:
        I - 1 (um) representante indicado pela classe de credores trabalhistas, com 2
(dois) suplentes;
        II - 1 (um) representante indicado pela classe de credores com direitos reais
de garantia ou privilégios especiais, com 2 (dois) suplentes;
        III - 1 (um) representante indicado pela classe de credores quirografá rios e
com privilégios gerais, com 2 (dois) suplentes.
        IV - 1 (um) representante indicado pela classe de credores representantes de
microempresas e empresas de pequeno porte, com 2 (dois) suplentes.      
  (Incluído pela Lei Complementar nº 147, de 2014)
        § 1º A falta de indicaçã o de representante por quaisquer das classes nã o
prejudicará a constituiçã o do Comitê, que poderá funcionar com nú mero inferior
ao previsto no caput deste artigo.
        § 2º O juiz determinará , mediante requerimento subscrito por credores que
representem a maioria dos créditos de uma classe, independentemente da
realizaçã o de assembléia:
        I - a nomeaçã o do representante e dos suplentes da respectiva classe ainda nã o
representada no Comitê; ou
        II - a substituiçã o do representante ou dos suplentes da respectiva classe.
        § 3º Caberá aos pró prios membros do Comitê indicar, entre eles, quem irá
presidi-lo.

B) Nã o deve ser acatada a opiniã o do administrador. Apesar de nã o constar no rol


de atribuiçõ es, de modo específico, a atribuiçã o de o comitê ter ciência antecedente
a possível alienaçã o de bem pelo devedor, cumpre ressaltar que o artigo 27, alínea,
d, da lei nº 11.101/05, permite a manifestaçã o do comitê de credores nas
hipó teses prevista na lei aludida, e assim é previsto no artigo 66 do mesmo
regramento a ciência obrigató ria da comissã o de credores quando já distribuída a
recuperaçã o judicial, nã o podendo o devedor alienar ou onerar seus bens sem ter
ouvido antes de tudo o comitê. Veja-se:
Art. 27. O Comitê de Credores terá as seguintes atribuiçõ es, além de outras
previstas nesta Lei:
        I - Na recuperaçã o judicial e na falência:
        a) fiscalizar as atividades e examinar as contas do administrador judicial;
        b) zelar pelo bom andamento do processo e pelo cumprimento da lei;
        c) comunicar ao juiz, caso detecte violaçã o dos direitos ou prejuízo aos
interesses dos credores;
        d) apurar e emitir parecer sobre quaisquer reclamaçõ es dos interessados;
        e) requerer ao juiz a convocaçã o da assembléia-geral de credores;
        f) manifestar-se nas hipó teses previstas nesta Lei;
        II - na recuperaçã o judicial:
        a) fiscalizar a administraçã o das atividades do devedor, apresentando, a cada
30 (trinta) dias, relató rio de sua situaçã o;
        b) fiscalizar a execuçã o do plano de recuperaçã o judicial;
        c) submeter à autorizaçã o do juiz, quando ocorrer o afastamento do devedor
nas hipó teses previstas nesta Lei, a alienaçã o de bens do ativo permanente, a
constituiçã o de ô nus reais e outras garantias, bem como atos de endividamento
necessá rios à continuaçã o da atividade empresarial durante o período que
antecede a aprovaçã o do plano de recuperaçã o judicial.
        § 1º As decisõ es do Comitê, tomadas por maioria, serã o consignadas em livro
de atas, rubricado pelo juízo, que ficará à disposiçã o do administrador judicial, dos
credores e do devedor.
        § 2º Caso nã o seja possível a obtençã o de maioria em deliberaçã o do Comitê, o
impasse será resolvido pelo administrador judicial ou, na incompatibilidade deste,
pelo juiz.
Art. 66. Apó s a distribuiçã o do pedido de recuperaçã o judicial, o devedor nã o
poderá alienar ou onerar bens ou direitos de seu ativo permanente, salvo evidente
utilidade reconhecida pelo juiz, depois de ouvido o Comitê, com exceçã o daqueles
previamente relacionados no plano de recuperaçã o judicial. (Lei nº 11.101/05)

Caso Empresarial 10

Sujeiçã o do crédito de XYZ Cadeiras Ltda. Aos efeitos da recuperaçã o (art. 49 da Lei
n. 11.101/05), do prazo para a habilitaçã o (art. 7º, § 1º da Lei n. 11.101/05) e do
procedimento de habilitaçã o de crédito retardatá ria (art. 10, § 5º, 13 a 15 da Lei n.
11.101/05).
Fundamentaçã o:
a) A habilitaçã o de crédito é retardatá ria, na forma do art. 10, § 5º da Lei n.
11.101/05, uma vez que já foi exaurido o prazo do art. 7º, § 1º da Lei n. 11.101/05
OU foi exaurido o prazo de 15 dias da publicaçã o do edital, mas ainda nã o foi
homologado o quadro geral de credores pelo juiz.
b) É credor em razã o do contrato de compra e venda inadimplido (origem do
crédito). Art. 9º, II, da Lei n. 11.101/05.
c) O crédito é quirografá rio (classificaçã o do crédito). Art. 9º, II, da Lei n.
11.101/05 
Pedido: o deferimento da inclusã o do crédito de R$ 100.000,00 atualizado. 
Indicaçã o dos documentos comprobató rios do crédito (0,25) e das provas a serem
produzidas, conforme art. 9º, III OU art. 13 da Lei n. 11.101/05.

Caso Empresarial 11

O pedido deve ser indeferido, por nã o atendimento dos requisitos bá sicos para
propositura da recuperaçã o extrajudicial, tendo em vista que ela já tinha pedido
recuperaçã o a menos de 2 anos e o art 161, §3 da lei de falências é bem claro ao
dizer que
o devedor nã o pode requerer a homologaçã o de plano extrajudicial, se houver
obtido
recuperaçã o judicial ou homologaçã o de outro plano de recuperaçã o extrajudicial

menos de 2 anos. Além disso, este pedido envolve créditos trabalhistas, e o art 161
§ 1º
diz que estes créditos nã o entram na recuperaçã o extrajudicial.

Caso Empresarial 12

A) Muito embora o texto do referido dispositivo seja categó rico em estabelecer a


improrrogabilidade do prazo de 180 dias de suspensã o, STJ e demais Tribunais
têm
flexibilizado tal norma. Tal proceder é fundamentado na leitura sistematizada do
dispositivo com os objetivos e princípios da recuperaçã o judicial, notadamente da
preservaçã o da empresa e de sua funçã o social - art. 6º, §4º c/c art. 47. Contudo, tal
flexibilizaçã o só será admitida se nã o restar evidenciado qualquer tipo de desídia
por parte
da empresa recuperanda.

B) Nã o, tal crédito nã o estará sujeito aos efeitos da recuperaçã o judicial, conforme


expresso teor normativo do art. 49, §4º, 11.101/05.

Caso Empresarial 13

A ) A dita compra e venda é vá lida e eficaz, uma vez que se insere na exceçã o ao ato
ineficaz, em razã o de sua prenotaçã o ter ocorrido anteriormente à data da
decretaçã o da falência.

B): A compra e venda poderia ser revogada, por meio de açã o revocató ria, na
hipó tese de se tratar de ato com o intuito de prejudicar credores, mediante prova
de eventual conluio fraudulento entre José e Antô nio e de prejuízo sofrido pela
massa.

Caso Empresarial 14

Será mantido, mas poderá ser denunciado, a qualquer tempo pelo


administrador judicial da massa falida .

Caso Empresarial 15

Si m é cabível essa modalidade de constituiçã o. O juiz homologará qualquer


outra modalidade de realizaçã o do ativo, desde que aprovado pela
assembléia geral de credores, inclusive com a constituiçã o de sociedade de
credores ou dos empregados do pró prio devedor, com a participaçã o, se
necessá ria, dos atuais só cios ou de terceiros .

Caso Empresarial 16

A possibilidade do plano ser homologado é total, uma vez que o devedor conseguiu
4/5 dos créditos e só precisava de 3/5, logo, atendeu ao requisito do artigo
163 d a 11.101/05. Quanto a licitude, inobstante o artigo 165 informe que os
efeitos do plano só valer apó s a homologaçã o judicial, o devedor pode
produzir efeitos anteriores a sua homologaçã o por expressa previsã o d o §1º do
artigo 165, todos d a 11.101/05, logo, é lícito.

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