Fora Bolsonaro

e os generais!
só a mobilização do povo e por um grande protesto
nacional para construir a greve
da cLasse
classe trabalhadora pode Fora imperialismo da
América Latina!
mudar a vida! Por um governo de tra-
balhadores sem burgueses!

R 01 de dezembro de 2019 / Número 69

[Um jornal GAZETA Pela construção do partido

operário da revolução socialista

VOLUCIONÁRIA
mundial
a serviço da luta
dos trabalhadores www.gazetarevolucionaria.com.br
R$2,00 gr@gazetarevolucionaria.com.br

FORA PIÑERA E O
PINOCHETISMO!
Greve geral por tempo indeterminado!
Todo o poder para as Assembleias Populares de
Trabalhadores!

Debate todas sextas-feiras, às 20:30h no youtube.com/gazetarevolucionaria

www.gazetarevolucionaria.com.br - 01 de dezembro de 2019 p.02

O imperialismo busca impor

a capitulação total
A crise capitalista mundial avança a
passos largos, muito largos, rumo ao
maior colapso da história. Os bancos
norte-americanos somente se mantêm
em pé com injeções diretas e diárias de
US$ 5 bilhões. Isso sem contar os demais
repasses que têm se incrementado de
maneira obscena desde 2008.
A profundidade e a velocidade da crise
têm dificultado a aplicação de outra
política que não seja a capitulação total.
A “esquerda” ultra oportunista que se
integrou com mala e cuia à “democracia
imperialista” a partir do aumento da
pressão do imperialismo na década de
1980, ainda tenta sobreviver, mantendo
alguns dos privilégios, aplicando os
métodos do período anterior.
Mas a margem de manobra do
imperialismo ficou tão reduzida
que uma política óbvia para conter
a mobilização popular no Chile não
é aplicada: quebrar o movimento
cooptando a esquerda pequeno
burguesa, o que representa o clássico
método antes de partir para a força
bruta. E ainda há um fator que dentro da
brutalidade revela uma fraqueza ainda
pior: não buscar quebrar o movimento
desde dentro, debilitando-o antes de
quebrá-lo definitivamente por meio da
força.
Este princípio fundamental da política
está sendo ignorado e está se optando típica etapa de contrarrevoluções e Os revolucionários têm como dever revoluções. Sob essa base é preciso
pela solução militar simplesmente pelo revoluções como uma das principais histórico se agrupar, levantar e elaborar a política, expressá-la em
medo que desabe a política que tem caraterísticas do imperialismo. Os defender o programa revolucionário palavras de ordem direcionadas para
sido fortalecida em toda a América levantes populares tendem a acontecer e, sob essa base, intervir com energia o movimento operário e de massas, e
Latina, ou seja, colocar em pé a de maneira bastante espontânea. A na luta de classes, com o objetivo de lutar com energia para dirigi-lo. É a luta
estrutura de novos golpes pinochetistas “esquerda” integrada ao regime atual dirigir a classe operária mundial à pela construção de partidos operários
de maneira semisilenciosa e com o tende a desaparecer no mapa. frente do proletariado e do movimento revolucionários rumo à revolução
apoio da “esquerda”. Em alguns lugares alguns setores de massas. Por esse motivo, se faz socialista mundial.
O que está acontecendo na América terão alguma margem de manobra necessário discutir e dar resposta
Latina ainda não representa a região para sobreviver às custas de uma clara aos problemas da revolução latino-
americana e mundial. CONSELHO EDITORIAL
em chamas em termos plenos. O rápido inflexão à esquerda, como o fez o
aprofundamento da crise capitalista PCCh (Partido Comunista do Chile). É fundamental assimilar com energia a Acosta Gonçalves / Florisvaldo Gomes / Paulo
mundial tende a engolfar no olho do Em outros lugares, essa inflexão ficará essência do marxismo, o materialismo Santos / Mendes Lopes
E-mail: gr@gazetarevolucionaria.com.br
furacão o Brasil, a Argentina, o México muito dificultada devido ao grau histórico e o método dialético para https://vk.com/gazetarevol
ter uma profunda compreensão Site: www.gazetaverolucionaria.com.br
e os centros do capitalismo mundial extremo de integração inclusive ao Canal: youtube.com/gazetarevolucionaria
nos cinco continentes. avanço do golpe, como pode ser visto da realidade. É preciso conhecer Twitter: @gazetarevo

A atual etapa política representa a com maior clareza no caso do Brasil. profundamente as experiências das
www.gazetarevolucionaria.com.br - 01 de dezembro de 2019
Fora Piñera e o pinochetismo!
1. Piñera e o pinochetismo em geral tentam
manter o sistema intacto apenas fazendo
algumas concessões cosméticas;
2. O imperialismo não pode neste
momento fazer mudanças na estrutura
do pinochetismo, porque a crise mundial
está avançando muito rapidamente para o
maior colapso da história. O imperialismo
não negocia no Chile, Bolívia, Colômbia,
Brasil, mas impõe seus interesses através da
força bruta;
3. Onde o imperialismo faz algumas
concessões é apenas para enfraquecer o
movimento para logo depois endurecer
com tudo, como ficou muito claro no
Equador, pois quem pagará os US$ 10,5
bilhões dos últimos empréstimos (e ainda
há os anteriores)? Os abutres capitalistas ou
o povo? Na Bolívia, quem controlará o lítio
e o gás? E é exatamente o mesmo em toda a
América Latina e no resto do mundo;
4. As 30 mil maiores empresas, controladas
pelas 148 famílias que dominam o mundo
vêem seus lucros caírem desde 2012, e ainda
mais desde 2016. Os Estados promoveram
um endividamento público intenso para
conter o colapso de 2008, mas falharam.
Portanto, os Estados Unidos pressionam
fortemente a América Latina para sugar
até a última gota de sangue dos seus
trabalhadores e as suas reservas, já que nas
outras regiões do planeta sofreram grandes
derrotas;
5. A brutalidade dos ataques levou a
levantes populares na América Latina, o que
coloca para o imperialismo a necessidade
de derrotá-los rapidamente devido à
velocidade da aceleração da crise capitalista
mundial. No Chile, com a urgência para
conter a crise econômica, o imperialismo
não tem tempo a perder com a “esquerda”
que propõe uma Assembleia Constituinte
“democrática”. O imperialismo defende
manter Piñera de qualquer forma para assim
manter o regime político pinochetista.
Principalmente considerando que ainda
tem o controle das Forças Armadas, das
AFPs (Associação de Fundos de Pensões),
da saúde e da educação privatizadas,
funcionando como pilares da pilhagem
financeira em benefício de poucos e contra
a maioria da população;
6. Mas o pinochetismo tem um ponto
muito fraco. A ampla rejeição da maioria
da população. O governo Piñera já sofre
com a ampla rejeição nas camadas médias
da população e a provável entrada do
movimento operário em cena, pode servir
como uma pressão definitiva para derrubar
o governo Piñera. Nessa situação de ascenso
a burocracia sindical está fragilizada para
manter o controle total da classe operária.
O que aconteceu na Colômbia, de uma
greve geral que era para ser de um dia e se
estende por uma semana, pode acontecer
no Chile e em qualquer país da região a
qualquer momento;
7. Também contra o regime pinochetista
tem as bombas-relógio das explosões
sociais que inevitavelmente acontecerão
no próximo período em todo o mundo
e em particular na América Latina. Nos
Estados Unidos, a crise já acelerou bastante
e até abriu um ascenso operário há um
ano e meio, com muitas greves, como
por exemplo a dos operários da General
Motors, que foi a maior desde 1970. E tudo
isso é apenas o aperitivo. O prato principal
ainda não chegou;
8. Como conclusão, o Pinochetismo não
pode fazer concessões estruturais, pois
isso significaria o seu fim. Sebastián
Piñera personaliza o pinochetismo e se
este governo for derrubado pela ação
revolucionária das massas reforçada pelo
movimento operário, pode cair junto com
Piñera todo o regime político pinochetista,
e como produto de uma vitória das massas
surgir outro governo e outro regime bem
diferente do atual, com um claro viés
operário e popular;
9. As concessões ao pinochetismo devem
ser rechaçadas e consideradas como uma
traição aos interesses dos trabalhadores,
dos estudantes e da população oprimida em
geral. Deve-se levantar uma política para
derrotar o governo e o regime pinochetista.
O que fazer?
1. Fazer uma ampla agitação no movimento
de massas defendendo a saída imediata de
Sebastián Piñera, pois este é o representante
do imperialismo e o responsável pela
aplicação dos planos de fome e miséria,
além de ser a personalização e a sustentação
do regime político pinochetista. Fora
Piñera e o pinochetismo!
2. Defender uma política para levantar a
classe operária unificada em nível nacional.
Os trabalhadores chilenos vão se levantar, é
questão de tempo. Mas a burocracia sindical
vai tentar dividir as forças do movimento,
porém se encontra fragilizada porque uma
situação de ascenso a deixa com pouca
margem de manobra. Greve geral nacional
por tempo indeterminado!
3. Discutir com o povo chileno num amplo
debate nas próximas semanas, mesmo
durante o verão, afirmando que para vencer
o povo chileno precisa:
a. Liquidar as AFPs;
b. Acabar com a educação e a saúde
privatizadas;
c. Acabar com as imposições do
imperialismo, contrárias à soberania
nacional;
p.03
d. Dissolver as Forças Armadas de
pinochetistas, cujas mãos estão manchadas
com o sangue do povo;
e. Dissolver o governo pinochetista, o
governo de Sebastián Piñera, o Congresso e
a Constituição de Pinochet de 1980;
f. Colocar o governo e a economia a serviço
dos trabalhadores e das minorias.
4. A destruição do pinochetismo depende
da correlação de forças. E embora agora
pareça muito forte, a própria brutalidade
do regime mostra sua fraqueza estrutural,
à qual se acrescenta a brutalidade ainda
maior da crise capitalista mundial. Por esse
motivo, é necessário levar esse debate aos
trabalhadores e à população em geral numa
perspectiva de aumentar a luta nas ruas,
pois há possibilidade de vitória.
Como destruir o pinochetismo e o que
colocar em seu lugar?
1. Realizar um amplo debate nas bases do
movimento operário, estudantil, social,
camponês, popular e indígena sobre o
governo operário e camponês, mantendo
as massas mobilizadas;
2. A lista de reivindicações deve começar
a ser discutida imediatamente nas
assembleias populares;
3. Eleger representantes para uma
nova Assembleia Nacional Popular nas
assembleias populares de trabalhadores,
camponeses, empregados, estudantes,
vizinhos, mulheres e povos nativos;
4. A nova Assembleia Nacional Popular
de deputados eleitos pelas assembleias
populares deve assumir imediatamente o
poder político, com a destituição do Poder
Executivo e do Poder Legislativo;
5. A nova Assembleia Nacional Popular de
deputados das assembleias populares terá
a responsabilidade de nomear os novos
ministros, dos quais deverá surgir um
Comitê de Coordenação Nacional;
6. A nova Assembleia Nacional Popular de
deputados das assembleias populares deve
assumir as funções de Poder Legislativo e
elaborar uma nova Constituição, que deverá
ser redigida com base nas reivindicações
populares.
Fora Piñera e o pinochetismo!
Greve Geral por tempo indeterminado!
Todo o poder para as assembleias
populares de trabalhadores, camponeses,
estudantes, vizinhos, mulheres e povos
originários!
www.gazetarevolucionaria.com.br - 01 de dezembro de 2019 p.04

Brasil: golpismo x revolução

latino-americana
Para entender de conjunto a situação
política nacional, algo que é básico e
que muitos negligenciam, é importante
entender que as deliberações jurídicas
estão subordinadas à política. Se não
entender isso, se cai na armadilha de um
labirinto jurídico sem saída. A mídia
golpista é campeã de diversionismo
e de dar destaque para as decisões
dos tribunais judiciais, manipulando
a informação a seu bel prazer, como
se o telespectador ou o público em
geral fossem imbecis. Na verdade, a
mídia golpista forma a opinião pública
conforme os ditames do imperialismo
norte-americano.

Cai liminar de Toffoli e a investigação

contra Flávio Bolsonaro é retomada
Esta semana foi realizado o julgamento
no plenário do Supremo Tribunal
Federal (STF) da liminar do ministro
Dias Toffoli, que tinha sido concedida
em favor do pedido, do Senador Flávio
Bolsonaro, de suspensão da investigação
que se baseava em informações
do COAF (que era o Conselho de
Controle de Atividades Financeiras)
que não tinham sido autorizadas pela
Justiça. O plenário derrubou essa
liminar e decidiu que os dados da
Receita Federal, e mais precisamente
da Unidade de Inteligência Financeira
(UIF), que é o antigo COAF, podem
ser compartilhados com o Ministério
Público e a Polícia Federal sem
necessidade de autorização Judicial.
A consequência imediata é a retomada
do andamento dos processos que
estavam paralisados com a liminar
de Toffoli que exigia autorização
judicial para uso das informações dos
órgãos de inteligência financeira pela
investigação ou acusação criminal.
Assim voltam a tramitar, só na Justiça
Federal, quase mil processos, inclusive
o do Senador Flávio Bolsonaro, que é
investigado por desvio de recursos dos
funcionários do gabinete quando era
Deputado Estadual no Rio de Janeiro.
No placar final, Dias Toffoli perdeu de
goleada: 8 X 3. Depois ele modificou
seu voto, mudando de posição e o placar
que condenou o ex-presidente Lula tivessem prazo comum para apresentar
ficou 9 X 2 a favor do compartilhamento
a 17 anos, 1 mês e 10 dias de reclusão as alegações finais. Quer dizer que,
das informações financeiras entre os em regime inicialmente fechado no para o Supremo, o réu delatado, o
órgãos de inteligência sem a necessidade
processo do Sítio de Atibaia (SP), mais prejudicado, deveria apresentar
do prévio aval judicial. Interessante por corrupção passiva e lavagem suas alegações finais por último, por
a retificação do voto do presidente de dinheiro. Note-se que houve um uma questão de justiça, para poder se
Dias Toffoli, porque foi uma manobra aumento da pena, porque a sentença defender de eventual impropriedade
para poder ser o relator do acórdão de 1º grau condenava a 12 anos e no nas alegações do delator. Garantindo,
do julgamento. Do contrário, o relator2º grau passou para 17 anos. Também assim, os princípios constitucionais da
seria o ministro Alexandre de Moraes, aumentou o valor da multa. ampla defesa, do contraditório e do
que foi o primeiro a abrir a divergência
Essa decisão foi por unanimidade, o devido processo legal.
que conquistou a maioria. que impede outro tipo de recurso que Mas a 8ª Turma do TRF4 não quis
Assim, Toffoli com o controle da redação
não seja os embargos de declaração. nem saber. Argumentou que o fato
do acórdão ainda pode manipular Recurso este que serve apenas para do ex-presidente Lula não ter tido
o debate que será feito de como esclarecer algum ponto contraditório, a oportunidade de apresentar suas
instrumentalizar o compartilhamento ambíguo ou obscuro da redação do alegações finais por último, não lhe
das informações. Acompanhemos. acórdão. Na verdade, um recurso que trouxe nenhum prejuízo. Confirmou
não serve para nada, porque não tem o a sentença condenatória de 1º grau
TRF-4 atropela STF e condena Lula a poder de mudar a decisão. e aumentou a pena. E ainda por
17 anos de prisão Esse julgamento causou polêmica unanimidade. O que reafirma a
porque o TRF4 desconsiderou a decisão condição de inelegibilidade de Lula,
Outro julgamento importante dessa do STF de que deveriam ser anuladas devido a mais uma condenação em
semana foi na 8ª Turma do Tribunal as sentenças criminais condenatórias órgão colegiado.
Regional Federal da 4ª Região (TRF4), quando o réu delator e o réu delatado
www.gazetarevolucionaria.com.br - 01 de dezembro de 2019
O golpe de Estado em andamento e em
aprofundamento sob as ordens do imperialismo
Outro postulado básico que se combina
com o anterior é que para se entender
a realidade da atual da República é
preciso compreender que o golpe de
Estado não se concluiu, pelo contrário,
está em andamento e num crescendo.
E não podemos esquecer que esse é o
ritmo clássico de golpe de Estado. Cada
vez mais a reação aumenta seu controle
da superestrutura jurídica e política e
das instituições da sociedade em geral,
avança descartando e suplantando
quem num dado momento foi aliado,
até decidir a partida no terreno da
luta de classes aplicando uma derrota
aplastante à classe operária. Essa é a
dinâmica dos golpes.
Ainda, some-se a isso tudo um
terceiro aspecto fundamental para a
análise da atual situação política que
é a dominação histórica dos Estados
Unidos sobre a América Latina, que
trata o sul da América como sua
propriedade particular. Em relação
ao Brasil, mais especificamente, na
atualidade, desde a crise de 2008, há a
necessidade de um salto na espoliação
imperialista para suprir a forte inflexão
na tendência relativa de queda da taxa
de lucro dos monopólios internacionais.
Para tanto, os Estados Unidos precisam
ter um controle rígido do regime
político. Por isso a imposição de um
golpe de Estado, que é uma política
para todas as Américas, mas que estão
aplicando no Brasil como um projeto
piloto, um laboratório para aprimorar
as agressões de operações de guerra
híbrida (que é todo tipo de intervenção
militar menos bombardeio e invasão
de tropas), de guerra de propaganda
e de guerra psicológica ( que são as
manipulações da opinião pública e
das instituições para ir modelando o
regime conforme o seu interesse).
A evolução do golpe de Estado no Brasil
A evolução do golpe tem que ser bem
entendida. A derrubada do governo
socialdemocrata, encabeçado pelo PT,
para a imposição de outro de direita
para aplicar um projeto neoliberal
teve como principal articulador o
Presidente da Câmara dos Deputados,
Eduardo Cunha, que proferiu o juízo
de admissibilidade do processo de
impeachment contra a presidente
Dilma Rousseff (impeachment este
que foi a forma legal do golpe). E o
que aconteceu com Eduardo Cunha?
Foi preso pela Lava jato. Pois o golpe
para avançar precisava derrotar o
esquema de poder do PMDB, que
era centralizado no Rio de Janeiro e
envolvia também o ex-governador do
Rio, Sérgio Cabral, que também foi
preso pela Lava Jato.
Outra peça fundamental do golpe e
que foi descartado no processo de
evolução golpista foi o Vice-Presidente
golpista, Michel Temer, que assumiu a
presidência da República para aplicar
o plano de ajuste imperialista. Formou
um governo de direita, mas não
conseguiu avançar na aplicação de um
ajuste fiscal que não fosse a reforma
trabalhista, ainda de forma muito
parcial do que era a orientação norte-
americana. O golpista Michel Temer foi
preso duas vezes pela Lava Jato e ainda
hoje está com a cabeça a prêmio.
Os dois anos de mandato tampão
de Temer foram de muita crise, pois
a Força Tarefa da Operação Lava
Jato atuou como instrumento do
p.05
imperialismo para destruir o arranjo
político entre as instituições da
República que conformavam o regime
democrático burguês instaurado após
a derrubada da ditadura militar no
início da década de 1980, para impor o
fechamento do regime político, com a
intenção de chegar a um regime de tipo
bonapartista.
Nesse sentido, o golpe avançou
manipulando as eleições presidenciais
de 2018. O candidato que venceria
as eleições no 1º turno seria o ex-
presidente Lula, que foi condenado e
preso num processo relâmpago e sem
provas consistentes. O imperialismo
impôs uma baita pressão para eleger
Jair Bolsonaro, e o candidato do PT,
Fernando Haddad, que foi para o 2º
turno, não fez força para vencer o pleito.
O processo todo foi viciado com
prisão de candidato opositor, fake
news abundando nas redes sociais e na
mídia golpista, e a bem provável fraude
nas urnas eletrônicas, para impor um
governo de extrema-direita com um
capitão como Presidente e um general
como vice.
www.gazetarevolucionaria.com.br - 01 de dezembro de 2019 p.06

O golpe precisa superar Bolsonaro

para instalar os militares
E vejam como o golpe avança. Depois
de dado o start o golpe segue como um
moto perpétuo (máquinas hipotéticas
as quais reutilizariam indefinidamente
a energia gerada por seu próprio
movimento). Bolsonaro depois de
eleito e ainda antes de assumir, já sofria
um processo de desgaste, pois o plano
era descartar Bolsonaro e avançar para
um governo militar com o general
Mourão à cabeça. Tanto é que durante o
1º semestre deste ano Bolsonaro esteve
prestes a ser derrubado. Já havia até se
garantido a simpatia da esquerda pelo
general Mourão, que a mídia pintava de
um estadista sensato em contrapartida
do desajustado do Bolsonaro.
Porém, a necessidade econômica do
imperialismo clamou mais alto e para
se garantir a aprovação da reforma
da Previdência se organizou, em 28
de maio, o pacto entre os Poderes da
República encabeçado pelo Presidente
do Supremo, que manteve Bolsonaro
como Presidente e todo o esforço foi
direcionado para aprovar a reforma da
Previdência no Congresso Nacional.
Em relação a este pacto entre os
poderes, a esquerda aderiu tacitamente.
Na mesma semana a executiva nacional
do PT se reuniu e votou um programa
para a Frente Ampla com os partidos
de Centro, que retirava a palavra de
ordem “Fora Bolsonaro”. E a partir daí
não promoveu nenhuma manifestação
popular que fosse contrária a reforma
da Previdência.
Nesse meio tempo, ainda que se tenha
garantido a permanência precária de
Bolsonaro no cargo, o golpe seguiu
avançando pela surdina. Foram
articulados e encaminhados vários
projetos de lei ultrarreacionários,
abertamente golpistas, e que estão
tramitando rapidamente nas
Comissões da Câmara dos Deputados,
inclusive com o apoio velado, quando
não explícito, de todos os partidos que
compõem a chamada “esquerda”.
Apenas como exemplo, vamos citar
um desses projetos de lei (são vários)
que faz parte de um arcabouço
jurídico capaz de instrumentalizar
o fechamento do regime político
e estruturar uma ditadura militar
tenebrosa, que é a política do
imperialismo para a América Latina.
Trata-se do PL 1595/2019 de autoria do
Deputado Federal Major Vitor Hugo
que estabelece forças “antiterroristas”
clandestinas, com identidade falsa, sem
orçamento conhecido, para combater
o “terrorismo”. Leia-se combater os
movimentos sociais. Podendo fazer
abates à vontade e com excludente
de ilicitude. Já passou na Comissão
de Segurança Pública da Câmara dos
Deputados, com a surpreendente
ausência da suposta oposição.
Isso é apenas um exemplo do que vem
pela frente.
www.gazetarevolucionaria.com.br - 01 de dezembro de 2019
As mobilizações de massas na América Latina
atingem em cheio o Brasil
Então, o golpe avança por baixo dos
panos durante a tramitação da reforma
da Previdência e a estratégia imperialista
é suplantar Bolsonaro com um governo
estritamente militar. Mas nem tudo são
rosas para o imperialismo, pois a luta
de classes não dá trégua. Quando a
reforma é promulgada pelo Congresso
Nacional, em 12 de novembro, a
conjuntura já é outra. No Equador, no
início de outubro, estourou uma onda
de protestos contra o governo de Lenin
Moreno que contagiou toda a América
do Sul. Já no Haiti os protestos tinham
começado no início do ano. O que era
um prelúdio.
Rapidamente, do Equador passou
para o Chile, que já está há mais de
40 dias pressionando o governo de
Sabastián Piñera, contra o programa
neoliberal. Na Bolívia, após a vitória
turbilhão de propostas de Emendas
Constitucionais que não vão pra frente.
Parece que não pegou bem a conjuntura
atual e estava indo no embalo da
conjuntura anterior de aprovar tudo de
roldão no Congresso Nacional.
Essa nova conjuntura de mobilizações
populares contra a aplicação do ajuste
imperialista pelos governos de direita
é regional e atinge o Brasil em cheio.
A qualquer momento, por qualquer
motivo é possível estourar protestos
de massas incontroláveis no Brasil. Por
isso não é a melhor conjuntura para se
enfiar goela abaixo nos trabalhadores
medidas econômicas impopulares,
muito menos contra o funcionalismo
público.
Por isso o governo tirou o pé do acelerador
em relação à PEC Emergencial e à
Reforma Administrativa, que atinge
o funcionalismo público em cheio
com a retirada de direitos adquiridos
com muita luta ao longo das últimas
décadas, no mínimo. Pois os
funcionários públicos são a vanguarda
do movimento operário brasileiro e
uma onda de greves do funcionalismo
pode contagiar os estudantes, o
movimento popular e a classe operária
e colocar o Brasil na rota dos protestos
radicalizados que acontecem em toda a
América latina.
de Evo Morales, a direita dá um golpe
de Estado, Evo foge do país, mas os
A cautela imperialista diante de um
trabalhadores tomam as ruas resistindo
processo revolucionário regional
aos golpistas, numa situação à beira
de uma guerra civil. E o último país
E é nesse contexto que se explica a
contagiado foi a Colômbia, onde os
soltura de Lula. Antes impensável e
trabalhadores iniciaram uma greve
até inusitada pela forma que se deu.
geral que já dura uma semana.
Com o voto de minerva do presidente
Na Argentina já se havia derrotado
do STF, Dias Toffoli, que ao longo
Maurício Macri nas eleições de outubro
de seu mandato como presidente da
com a vitória de Alberto Fernandez e
Suprema Corte, vinha protelando esse
Cristina Kirchner. No Uruguai a direita
julgamento, assim como a ministra
venceu num empate técnico menos
Cármen Lúcia fez durante todo o seu
por seus próprios méritos e mais por
mandato.
demérito da Frente Ampla que se
Então, o que mudou? A conjuntura. É
absteve de fazer uma campanha mais
notório que Dias Toffoli é teleguiado
assertiva.
pelos militares, e estes pelo Deep State
Nessa nova conjuntura, que é regional,
americano. Assim, a ordem veio de
e envolve o Brasil, o governo Bolsonaro
cima. A ordem partiu de quem está
aprova a reforma da Previdência e se
muito atento à situação da luta de
paralisa. Paulo Guedes apresenta um
p.07
classes e que tem um bom faro político.
A soltura de Lula não passa de uma
ação diversionista de controle social. É
uma resposta imediata às mobilizações
continentais e serve como medida
profilática, de prevenção, de uma
explosão social no Brasil para já. Não
pra amanhã ou num futuro indefinido,
mas para já!
Foi a partir dessa caracterização que o
imperialismo norte-americano faz da
possibilidade de estourar um processo
semelhante ao do Chile ou da Colômbia
no Brasil agora, que justificou a soltura
de Lula. Mas se é assim, por que a nova
condenação na Lava Jato e a tramitação
super acelerada da PEC da prisão em
2ª instância, que, em última análise vai
contra a soltura de Lula? Muito simples:
para controle. O imperialismo não iria
soltar Lula, mesmo temporariamente,
sem tomor medidas de controle
em relação ao próprio Lula. Para
evitar que ele seja um elemento de
desestabilização, na medida em que o
movimento de massas pode se sentir
fortalecido com uma proposta mais
radical de Lula.
Mas então, se tem esse perigo, por
que soltar o Lula? Antes de tudo para
criar um factoide e desviar a atenção
dos trabalhadores do que ocorre no
Continente. Também porque Lula é
a pessoa mais indicada para desviar o
ascenso das ruas para as eleições. Ele é
pós-doutorado em reformismo.
Além de preventivo de uma onda
de protestos, o ex-presidente pode
ser a pessoa ideal para articular uma
coalizão nacional, na medida que for
necessário, se por acaso a conjuntura
descambar para um descontrole e se
tudo der errado para o imperialismo.
Por isso, agora é a hora do movimento
de massas furar o bloqueio das direções
burocráticas da esquerda e sair com
tudo às ruas.
Agora é a hora de se promover
um grande protesto nacional que
desemboque numa grande greve geral
pra botar para Fora Bolsonaro, Paulo
Guedes e os Generais!
www.gazetarevolucionaria.com.br - 01 de dezembro de 2019
ELEIÇÕES NO URUGUAI
Vitória apertada da direita
No Uruguai a direita venceu o
segundo turno das eleições por pouco
menos de 30 mil votos. E como os
votos observados (votos das pessoas
impedidas de votar no circuito
designado, como os membros das
mesas de votações, policiais em guarda
ou similares) excederam a diferença,
de 35 mil a 30 mil, ainda haverá o
parecer final do Tribunal Eleitoral.
Ou seja, deverá ganhar a direita por
uma margem muito pequena de votos.
Essa é a questão técnica. A avaliação
política deve ser feita cuidadosamente,
contemplando:
1) Influência dos eventos no Chile (e na
região) nos resultados;
2) O grande número de residentes
no exterior que voltaram ao Uruguai
para votar. Segundo a televisão, 80
mil pessoas residentes na Argentina
p.08
generais, CIA e DEA, que AGORA construtiva” e Astori (ministro da
teriam passado pelos pedágios, apenas
transformaram o Uruguai em um hub Economia) a formar uma “mesa de
desde Colônia, pois se mostrarem a
(nó intermediário) do tráfico de drogas; diálogo” com a direita, Gustavo Leal
Credencial não o pagam;
6) O fortalecimento de um partido de (que seria ministro do Interior da FA)
3) A política de “paz e amor” da direção
extrema direita, Cabildo Abierto, que para “adicionar 2.000 soldados à ‘Guarda
da Frente Ampla (FA) com a direita, que
será fundamental no próximo governo Republicana’ (polícia militarizada ‘anti-
levou à perda da maioria no parlamento
e, pior ainda, uma carta na manga do disturbios’), uma abordagem muito
no primeiro turno e que não aproveitou
imperialismo para quando o governo semelhante à “Reforma do Medo” da
para denunciar que a direita uruguaia
de Lacalle Pou entrar em colapso; extrema direita etc.;
é tão pinochetista (em vários níveis),
7) Que a FA venceu de longe em 10) Que a direita terá dificuldades em
como toda a direita chilena e latino-
Montevidéu, onde tem a Prefeitura aplicar os ataques (como Lenin Moreno
americana;
há 4 mandatos e também no segundo agora os tem no Equador, por exemplo)
4) A promessa da FA de aumentar os
departamento do país, Canelones; e que os trabalhadores estão em uma
programas sociais, sendo que o déficit
8) VIRÃO ATAQUES BRUTAIS EM posição um pouco mais favorável
fiscal de 5% do PIB e a dívida externa
BREVE. Agora há mais força para para exigir da direção do PIT-CNT
estão entre os 20 maiores do mundo (um
resistir. O resultado eleitoral foram as e da própria FA que lutem contra a
pouco atrás de países como Zimbawe,
pessoas que o trouxeram porque se brutalidade do que está por vir.
Gana, Mali, Iraque, Argentina etc.) ;
5) Ocultar que a “insegurança” no dependesse da direção da FA, a derrota
teria sido muito pior. É preciso exigir Em resumo: virão muitas lutas até à
Uruguai foi induzida por bandas
que a FA resista e que não se alie à morte. É necessário fechar fileiras para
criminosas do Brasil, especificamente
direita contra o povo; resistir no Uruguai e em toda a América
o PCC brasileiro, teleguiado pelos
9) Que Mujica chamou à “oposição Latina.
www.gazetarevolucionaria.com.br - 01 de dezembro de 2019
Haiti: o modelo que o imperialismo quer impor
para toda a América Latina
Há poucos meses, o presidente Jovenel
Moïse, do PHTK (Partido Haitiano
Tèt Kale) aumentou em 50% o preço
da gasolina e desencadeou mais um
levante popular. Mais de um milhão
e meio de pessoas saíram às ruas e
forçaram a renúncia do até então
primeiro-ministro Jack Guy Lafontant.
Tratava-se da clássica imposição do
FMI (Fundo Monetário Internacional)
em troca de um empréstimo de pouco
mais de US$ 200 milhões, que incluía
no pacotão o fim de subsídios, o
aumento do preço dos combustíveis e
a da empresa estatal do setor elétrico.
O impacto das medidas sobre as
condições de vida do povo haitiano
foi imediato. Os preços dos produtos
da cesta básica sofreram aumentos
pela metade principalmente porque
praticamente todos os componentes
são importados. De acordo com os
dados das Nações Unidas, 65% da
população haitiana vive abaixo do
índice oficial de pobreza, o desemprego
atinge 80% da mão de obra e mais de
90% da população quase não conta
com acesso à saúde.
A situação de fome é tão grave que
é conhecida a comercialização de
lama, misturada a sal e óleo, como
alimentação nos bairros mais pobres
da capital Porto Príncipe. A situação
ficou ainda mais dramática depois do
terremoto de 2010 que deixou mais de
três milhões de pessoas sem um lugar
para morar.
Enquanto isso, o governo marionete
do imperialismo norte-americano está
envolvido no desvio de mais de US$ 2
bilhões do programa venezuelano da
Petrocaribe.
A espoliação do Haiti por meio do
aumento da pressão do imperialismo
adquiriu patamares apocalípticos. A
drástica redução de impostos sobre
o arroz nos Estados Unidos, levou o
Haiti a não mais produzir arroz, mas a
importa-lo.
A política do imperialismo: mais
repressão
O Haiti é o país com mais revoltas sociais
nas últimas décadas, principalmente
depois de 1986, quando caiu a ditadura
de Duvalier.
Somente no ano passado aconteceram
três revoltas populares, tendo como
ápice a insurreição popular de julho
de 2018, e outras duas neste ano, que
resultaram em quase 100 mortos nas
mãos das forças repressivas.
Jovenel Moïse é um empresário de
bananas diretamente ligado aos Estados
Unidos e que foi imposto nas eleições
abertamente fraudadas de 2016. O
regime político se encontra paralisado,
sem primeiro ministro desde a queda
de Lafontant e com o presidente
governando por meio de decretos.
A Minustah, Missão de Estabilização
das Nações Unidas no Haiti (sigla em
francês), que foi colocada em pé por
Néstor Kirchner e Lula a mando de
George Bush Jr., e que completa uma
década e meia de existência no país,
tem sido um instrumento da política do
imperialismo para evitar uma revolução
e o perigo de que esta se alastre para
a região. O repúdio da população é
enorme devido à sustentação que a
Minustah dá ao governo de Moïse e à
violência que utiliza.
Saída eleitoral para a crise?
As eleições gerais previstas para terem
acontecido em outubro não foram
convocadas.
Além do Tèt Kale de Möise, a
oposição direitista da “Alternativa de
Consenso” para a Refundação do Haiti,
encabeçada pelo advogado André
Michel, busca realizar uma mudança
cosmética mantendo o controle
p.0
imperialista e todas as estruturas que
levaram à bancarrota do país. Levanta
a necessidade de uma Constituinte e
denuncia a corrupção do governo de
Möise. Propõe que este devia renunciar
imediatamente e ser substituído por
um Tribunal de Cassação. Um primeiro
ministro provisório deveria assumir
sendo escolhido dentro dos quadros
do direitista “Setor Democrático e
Popular”.
A vacilação do imperialismo para
impor uma mudança no regime
político reflete a crise generalizada,
inclusive interna nos Estados Unidos e
na Europa, da mesma maneira que no
Chile o imperialismo insiste em manter
o pinochetista Sebastián Piñera à frente
do governo pela força. A crise capitalista
mundial é tão grande e profunda que
o imperialismo enfrenta enormes
dificuldades para negociar onde quer
que seja e, agora, precisa impor regimes
ultrarreacionários para aumentar a
espoliação dos trabalhadores.
No caso do Haiti, o objetivo é manter
a entrega dos minerais, terminar de
entregar as poucas empresas públicas
que ainda existem, viabilizar a indústria
têxtil com salários escravos, facilitar a
entrada dos produtos da agricultura
norte-americana e manter o lucrativo
negócio do tráfego de drogas, assim
como outros negócios “ilícitos”, dentro
da política regional encabeçada pela
DEA e a CIA.
O chamado “Fórum Patriótico” está
integrado por mais de 60 organizações,
incluindo movimentos sociais
camponeses e urbanos, partidos
de esquerda, sindicatos e políticos
burgueses de esquerda e pequeno
burgueses. O objetivo é a “reforma
do sistema político e econômico” que
começaria pela
convocação de uma Assembleia
Constituinte.
O imperialismo tem mantido no
mais completo ostracismo o berço da
primeira república negra do mundo,
que obteve a independência em 1804.
Dado o brutal aprofundamento da crise
capitalista o objetivo é transformar
a todos os trabalhadores latino-
americanos em haitianos.
www.gazetarevolucionaria.com.br - 01 de dezembro de 2019 p.10

Chile: por que o imperialismo não

Uma das questões mais importantes
descarta Piñera?
na avaliação da atual situação política
no Chile é entender por que o
imperialismo insiste em assimilar o
gigantesco custo político de manter o
pinochetista Sebastián Piñera à frente
do governo. Não seria mais óbvio
substituir e controlar as massas pela
esquerda? E quando a revolta popular
refluir, impor novamente um golpe de
Estado à la Pinochet? O problema se
relaciona ao rápido agravamento da
crise capitalista que se dirige em alta
velocidade ao maior colapso capitalista
da história.
Piñera só pode avançar com mais
pinochetismo, o que implica em
manter uma dependência absoluta
ao imperialismo, às forças armadas
pinochetistas, às AFPs (Associações de
Fundos de Pensões), à educação e ao
sistema de saúde privatizados.
Segundo declarações de representantes
da alta burguesia, o levante popular
poderia ser liquidado em cinco dias,
pela força bruta, com o Exército e a
polícia, junto com pequenas reformas
cosméticas.
A força do regime é a força da
repressão e a capacidade de usar outros
partidos da burguesia para aprovar leis
contra o povo, como já estão sendo agressão militar, é preciso, em primeiro de Michelle Bachelet. Ele habilmente fortemente ao regime por meio de
aprovadas. Mas também enfrenta sérias lugar, uma política que dê uma mudou para posições mais avançadas, uma reforma no sentido democrático
fraquezas, em primeiro lugar, o repúdio perspectiva ao movimento de massas fazendo um giro à esquerda, tanto burguês.
generalizado de setores da direita e de e aumente muito a pressão sobre a para manter o controle do movimento
pelo menos 90% da população, que se esquerda pequeno-burguesa. de massas quanto para impedir que o A “esquerda revolucionária”
expressa em dois cenários: o eleitoral PCCh explodisse e se dividisse. Tem
(Convenção Constitucional farsesca) uma grande presença nos sindicatos e Existem entre 200 e 300 grupos
ou o das mobilizações nas ruas. Sobre a centro esquerda e o movimento de massas. da esquerda pequeno-burguesa
reformismo A fraqueza do PCCh acontece em revolucionária cujo denominador
Acabar com a revolta popular em primeiro lugar porque não tem outra comum é a aceitação da Assembleia
cinco dias? A centro esquerda, agrupada política a oferecer a não ser a política Constituinte pinochetista
principalmente na FA (Frente Ampla), parlamentar, mesmo porque se ir para “democrática”, embora não exista
Não é possível acabar com o levante tem certa legitimidade social porque o confronto com Piñera corre o sério uma proposta consensual na Unidade
popular em cinco dias por meio da força surgiu do movimento social. Tem risco de perder sua institucionalidade. Social. Eles participam ativamente das
bruta, embora a direita pinochetista vários deputados. Se posiciona com um Em relação ao PCCh, a política mobilizações, têm muito prestígio, mas
queira fazê-lo, mesmo porque aplicar confronto moderado com Piñera. Na revolucionária passa por continuar não têm uma proposta revolucionária
uma derrota militar ao movimento atual situação política, enfraqueceu- a pressioná-lo com a política, para sair da crise. Essas contradições
teria como consequência, muito se porque se isolou do movimento principalmente no sentido de que, com permitem que os revolucionários
provavelmente, uma nova ascensão do de massas, colocando-se a serviço da o pinochetismo, não há negociação contestem a Unidade Social.
movimento de massas. O imperialismo Convenção Constituinte pinochetista e que a saída de uma Constituinte A principal política dos revolucionários
precisa aplicar uma derrota política, de Piñera. pinochetista representa uma traição em relação à esquerda pequeno-
como a que foi aplicada a Allende, O PCCh (Partido Comunista) partiu obscena ao povo chileno. Essa política burguesa é pressioná-la a lutar:
mas isso foi possível provocando uma de uma posição muito direitista: um é fundamental porque, devido à 1) Senso de urgência: se não lutarem,
enorme desestabilização do governo. grande acordo para uma Assembleia política abertamente repressiva do serão massacrados. A crise do
A política dos revolucionários, para Constituinte recompor a chamada imperialismo, impõe crescentes imperialismo impede o democratismo
que o movimento de massas enfrente a “Nova Maioria” da época do governo dificuldades para que a pequena pequeno-burguês da Assembleia
burguesia se integre ainda mais
www.gazetarevolucionaria.com.br - 01 de dezembro de 2019 p.11

Constituinte de Pinochet. Só seria viável

se houvesse o colapso do pinochetismo
por trás do novo colapso capitalista
mundial.
2) Luta política. Identificar exatamente
as políticas de capitulação pequeno-
burguesa e denuncia-las sem piedade.
Ao mesmo tempo, apoiar tudo o que
for positivo no sentido estratégico,
que permita avançar na luta contra o
pinochetismo.
3) Deslindar os campos políticos em
primeiro lugar. Participar de tudo o que
é importante onde as massas estiverem.
E que as rupturas ocorram em termos
políticos em primeiro lugar, e não
administrativamente, mas em cima de
duras críticas, denúncias e luta política
contra o oportunismo pequeno-
burguês.

Sobre o movimento estudantil

35% dos estudantes participam da

produção, principalmente no setor de
serviços. A organização dos alunos é
mais forte nas escolas municipais, onde
90% deles têm origem proletária. Isso
explica sua força. Eles arrastam os pais
para o movimento através dos grupos
de pais das escolas. Desde 2006, a partir
da “Revolução dos Pinguins” (nome
dado devido ao uniforme tradicional
usado pelos estudantes) que entre
outras reivindicações pleiteavam o fim
da municipalização do ensino e o passe
escolar gratuito e unificado, é o setor
mais dinâmico, partindo das políticas
da luta por uma educação digna e
gratuita.
Portanto, um número significativo
de estudantes tem características
A esquerda revolucionária
O ponto mais forte da esquerda
revolucionária é a política, a disciplina,
e os grandes avanços alcançados em
apenas um mês.
A principal fraqueza se relaciona com
o número e domínio de situações
mais complexas, uma vez que está se
formando ao calor da luta de classes
após décadas de semiparalisia do
movimento de massas. Portanto, tem
sido necessário manter o foco nas
questões políticas mais estratégicas.
Até agora, o principal trabalho foi
realizado nos territórios, nos bairros
populares e no movimento estudantil.
Gradualmente, o trabalho está se
fortalecendo no movimento operário,
principalmente no setor portuário.
As principais tarefas definidas para
a situação atual estão relacionadas à
elaboração da política com grande
precisão para ajustar as táticas, uma vez
que a situação política é muito volátil.
É necessário focar nos recursos que a
esquerda revolucionária dispõe nas
tarefas mais estratégicas e importantes,
como imprensa, movimento
populacional, estudantes, portos,
construção civil.
O mais importante é propaganda e
agitação, com as palavras de ordem
que devem ser ajustadas todos os
dias e defendidas com muita energia,
porque há uma luta política entre as
classes sociais. Isso explica por que a
esquerda oportunista não quer saber de
outra política além de seus interesses
materiais pequeno-burgueses.
A esquerda revolucionária deve
fortalecer o trabalho voltado para
o recrutamento e evitar cair no
movimentismo, pois essa será uma das
grandes heranças de toda a luta, e terá
grande impacto no futuro, em escala
continental e mundial.

Fora Piñera e o pinochetismo!

proletárias, embora o movimento
estudantil não seja de trabalhadores
(e, portanto, é um movimento de
camadas intermediárias da população)
e exerce enorme influência sobre os Com o pinochetismo assassino, não há negociação!
Eles querem nos impor hoje uma Constituinte
trabalhadores.
Nesta caracterização específica, é
necessário fortalecer o trabalho de
agitação e propaganda com os alunos
e aumentar a pressão deles sobre os Pinochetista para continuar nos matando!
trabalhadores.

Educação boa e gratuita é

Não às AFPs!
Todo o poder aos Cabildos e Coordenadoras!
incompatível com o pinochetismo!
Eles reprimem nossos filhos que
lutam para que não morramos de
fome!
www.gazetarevolucionaria.com.br - 01 de dezembro de 2019
Chile: propostas para a Assembleia
Constituinte Popular
1 . A derrubada do regime pinochetista
implica em garantir a aplicação
das seguintes políticas: a dissolução
das forças repressivas e a substituição
por milícias da população armada
por locais de trabalho e moradia e o
julgamento e punição de violações
de direitos humanos, sujeitando-os a
tribunais populares;
2 . Derrubada da proibição de entrada
no país de todos os combatentes
contra a ditadura continuada de
Pinochet. Pelo direito de viver na
pátria. Mudança imediata na Doutrina
de Defesa Nacional pela Assembleia
Constituinte;
3 . Cancelamento de condenações
e julgamentos de todos os
revolucionários perseguidos pelo
Estado;
4 . Dissolução dos ministérios e o fim
da burocracia estatal que deverá
ser substituída por representantes das
assembleias populares, escolhidas nos
locais de trabalho e habitação;
5 . Liberdade imediata para todos os
presos políticos por lutar contra a
ditadura do capital;
6 . Abolição do consumo e imposto
de renda para os trabalhadores
empregados. Impostos progressivos
sobre a renda e a herança;
7 . Assembleia Nacional Unicameral
eleita pelos conselhos
trabalhadores. Os representantes não
de
terão um salário mais alto do que
um trabalhador médio e poderão ser
demitidos a qualquer momento pelos
eleitores das assembleias populares;
8 . Direitos eleitorais iguais para todos
os cidadãos com mais de 16 anos
de idade, que votarão na Assembleia
Nacional e em todos os órgãos da
administração pública. Votação secreta
nas eleições. Direito de todos os
eleitores serem eleitos para todas e cada
uma das instituições representativas.
Período de vigência de três anos com
retirada a qualquer momento;
9. Autoadministração ampla.
Inviolabilidade da pessoa e da
residência;
10 . Direito ilimitado de consciência,
opinião, imprensa, assembleia,
greve e associação;
11 . Cancelamento de todos os
direitos sobre a água concedidos
a empresas privadas;
12 . Direito de livre locomoção;
p.12
13 . Eliminação dos pedágios;
20 . Cancelamento da dívida pública
e todos os mecanismos de
14 . Preço regulamentado para
medicamentos ou encontrar
outra maneira para efetiva-lo;
especulação financeira, principalmente
as AFPs (Associação dos Fundos de
Pensões). Planejamento econômico
para que as grandes empresas
15 . Direitos iguais a todos os
cidadãos, independentemente
de sexo, religião, raça e nacionalidade.
nacionalizadas possam ser agrupadas
no menor número possível e que
sejam controladas pelos trabalhadores
Direito das minorias indígenas à agrupados nas “assembleias populares”.
autodeterminação; Trabalho máximo, em dias úteis, de 40
horas por semana;
16 . Restituição imediata de terras
aos Mapuches e outros povos
nativos; 21 . Proibição absoluta de horas
extras;
17 . Direito das minorias indígenas
à educação em sua língua 22 . Proibição do trabalho
noturno (21: 00h-06: 00h) em
original para garantir a criação de
escolas, mantidas pelo governo dos
trabalhadores e órgãos de auto-
todos os setores da economia, com
exceção daqueles setores em que é
absolutamente necessário por motivos
administração; técnicos, desde que aprovado pelas
organizações de trabalhadores;
18 . Direito de todos os cidadãos de
testemunhar em procedimentos
23 . Proibição dos empregadores
comuns contra qualquer tipo de
autoridade pública perante os tribunais
populares. Eleição dos juízes e abolição
de empregar jovens menores
de 16 anos e limitação da jornada de
trabalho para jovens entre 16 e 18 anos
dos tribunais supremos; por quatro horas diárias e 20 horas por
19 . Nacionalização do sistema
semana;
financeiro, comércio exterior e de
todas as grandes empresas sob controle 24 . Licença de maternidade de um
ano para as mães, três meses antes
dos trabalhadores, com base em
conselhos populares. Renacionalização
de todas as empresas públicas;
do nascimento e nove meses depois.
Licença de paternidade de dois meses.
Direitos civis iguais e absolutos para
www.gazetarevolucionaria.com.br - 01 de dezembro de 2019 p.13

mulheres, homossexuais, indígenas e todos os setores da economia; em todos os níveis educacionais. superiores a 30 hectares nas regiões sul
para todas as minorias; Participação prioritária de estudantes e 10 hectares nas regiões norte e central;

25 . Salário igual entre homens

e mulheres para o mesmo
32
trabalho. Criação obrigatória de
creches em todas as empresas onde os
trabalhadores têm filhos dependentes.
Para empresas menores, as creches
devem ser estabelecidas nos distritos
33
correspondentes. Dispensa
mulheres que amamentam pelo menos
das
. Proibição das demissões. Que
as horas de trabalho disponíveis
sejam divididas entre todos os
trabalhadores, sem redução de salário;
. Sindicatos únicos e nacionais
por setor. Os líderes sindicais
devem trabalhar efetivamente na
na administração de escolas e
universidades. Para que essa política seja
aplicada, o Estado dos trabalhadores
deve apoiar jovens pobres e que todas
as crianças tenham direito a alimentos
e educação garantidos até os 18 anos de
idade;
. Constituição de comitês de
trabalhadores rurais;
. Crédito facilitado e apoio tecnológico
à produção em cooperativas. Criação
de empresas agrícolas estaduais sob o
controle de conselhos de trabalhadores
agrícolas;
. Indenização aos camponeses e

a cada três horas, por um período não

produção por pelo menos três meses
por ano;
inferior a 30 minutos;
34 . Cancelamento de todos os
acordos com o imperialismo
39 . Perdão imediato de todas as
dívidas de ensino;
trabalhadores agrícolas que tiveram
suas propriedades subtraídas;
. Confisco de propriedades das igrejas
40 . Eliminação do registo dos
devedores chamado Dicom;
que excedam o mínimo necessário para
a operação;

26 . Direito ao aborto, com garantias

de supervisão do profissional de
saúde, que será acompanhado por um
que devem ser imediatamente tornados
públicos, para o conhecimento da
população; 41
programa estadual;
. Eliminação dos custos sobre as
atividades culturais;
. Criação de um fundo especial,
baseado em recursos expropriados para
um programa de desenvolvimento em
campo;

27 . O bem-estar público dos

trabalhadores em caso de
35 . Utilização dos recursos
naturais do país para atender
às necessidades da população.
42 . Cancelamento de todas as
concessões de comunicações
e telecomunicações. Os tempos da
. Plano nacional de construção de
moradias;

velhice ou perda total ou parcial das

condições de trabalho às custas de
um fundo especial formado a partir
da tributação especial dos capitalistas.
Idade de direito à aposentadoria
aos 55 anos para homens e 50 anos
para mulheres ou após um período
de contribuição de 30 anos, com
exceção das profissões especiais em
que é permitido se aposentar com um
período de contribuição mais curto.
Pensões iguais ao salário pago quando
Cancelamento de todos os mecanismos
econômicos ligados à especulação
financeira;
36 . Extenso programa de obras
públicas para garantir o
desenvolvimento do país (de norte a
sul, de leste a oeste) e o pleno emprego;
37 . Estatização de todos os serviços
públicos sociais, começando
pela saúde, que deve ser priorizada pelo
“mídia” eletrônica devem ser divididos
entre os conselhos de trabalhadores,
sindicatos, universidades, organizações
44 . Proteção do meio ambiente,
interrompendo imediatamente
qualquer projeto que o destrua;
sociais, minorias indígenas e outras
organizações populares;
45 . Com o intuito de fortalecer
a luta contra o regime
43 . Regularização fundiária em
todos os bairros populares e as
propriedades da população de baixa
pinochetista e a exploração imposta
pelo imperialismo, apoiar todos os
movimentos e a luta revolucionária
renda:

. Revolução agrária e fim do Estado;

trabalhava. Durante um período de
transição, deverá ser pelo menos igual
ao salário mínimo;
orçamento público e reformulada para
atender à população gratuitamente e
com qualidade;
. Expropriação de todas as propriedades.
. Nacionalização da terra;
. Extenso programa público de terras
para quem trabalha nelas;
contra o regime, rejeitando todas as
reformas relacionadas à manutenção
da opressão burocrática policial dos
trabalhadores;
46 . Definir como um dos pilares
do novo Estado chileno a
solidariedade com os demais povos e o

28 . Proibição de qualquer desconto

salarial e a continuidade do
pagamento total de salários no caso de
38
. Garantir educação pública,
gratuita, secular e de qualidade
. Abolição das grandes propriedades.
Proibição de propriedades individuais
internacionalismo proletário.

trabalhadores doentes, às custas dos

empregadores;

29 . Salário mínimo vital não

inferior a $ 600 mil pesos, com
reajustes quadrimestrais no período
de transição e pagamentos mensais
automáticos que reabastecem a inflação
no período subsequente;

30 . Inspetores de fábrica, em
todos os setores da economia,
que devem atuar em conjunto com
representantes eleitos pelos conselhos
de trabalhadores e cuja função é
garantir o cumprimento da legislação
trabalhista;

31 . Tribunais trabalhistas com a

participação de representantes
de empregadores e trabalhadores em
www.gazetarevolucionaria.com.br - 01 de dezembro de 2019 p.14

Derrotar a eventual sobrevivência

“democrática” do pinochetismo
Em 27 de novembro de 2019, a Mesa da
Unidade Social aprovou um documento
intitulado “UM NOVO AMBIENTE
CONSTITUCIONAL ATRAVÉS DO
CONSTITUINDO, ‘Conceitos básicos
para um ambiente democrático, livre,
soberano, conjunto e multinacional’ “.
No capítulo I, “Sobre a Assembleia
Constituinte” foi aprovado:
1. “Reabastecer o conceito de
Convenção Constituinte como
Constituinte da Assembleia”;
2. Que “Assembleia Livre e Soberana
determina suas próprias regras de
operação e voto por maioria simples
de seus membros ou, no seu caso
[casos dissidentes], quorum de 3/5 do
acordo com o plebiscito, de acordo
com o procedimento a Assembleia
é Constituinte em termos de forma,
termos e condições”.
No capítulo II, foram aprovadas as
“Eleições de seus membros”:
1. “Manter os atuais distritos eleitorais,
entre outras coisas, porque é difícil
realizar uma redistribuição de distritos
em todo o país e, além disso, porque
o uso de outras fronteiras territoriais
disponíveis está completo”;
2. “Aprofundar a representação com
5 constituintes de base por distrito,
aumentando um constituinte para cada
90.000 eleitores adicionais em cada um
dos distritos”;
3. Criação da figura do Comitê Cívico no
âmbito de um processo constitucional
para fazer listas no nível distrital com
o patrocínio de 0,5% dos eleitores que
foram derrotados pelas últimas eleições
parlamentares;
4. “Eliminar a incapacidade de ser
candidato a líderes sindicais e de
bairro nas eleições dos delegados
constituintes”. “A Assembleia garantiria
através de um sistema interno de
correção de lista que tem 50% -50%”;
5. “Garantir 15% das tarifas sobre o
total de delegados ou membros da
Assembleia para as pessoas originais,
que definirão os mesmos de acordo
com seus próprios procedimentos e
regras, dando ao Estado as facilidades
para esse processo”;
6. “Estabelecer uma votação obrigatória
durante todo o processo constituinte.”
“Estabelecer o direito de voto para
prefeitos de 14 anos e pessoas no
exterior”;
7. “Não pode ser um candidato que
atualmente ocupa uma posição
de eleição popular e de confiança
exclusiva do Presidente da República.
Após o desempenho das funções,
o constituinte não poderá acessar
por local de trabalho são ignorados. E
como justificativa alega-se dificuldade
técnica.
A estrutura do poder pinochetista
não é considerada, especialmente
o governo Piñera, o Congresso nas
Forças Armadas, como na AFP, nos
pontos fundamentais da Constituição
pinochetista. A Assembleia
Constituinte não tem poder imediato.
Ao ingressar nesse esquema
democrático burguês, com as
estruturas pinochetistas, é óbvio que a
probabilidade de o pinochetismo ser o
grau máximo no constituinte é enorme.
E assim, as reivindicações das massas
são deixadas para as calendas gregas.
Paralelamente, aumenta a
possibilidade de o PCCh e os demais
setores da esquerda e da pequena-
burguesia aumentarem sua fatia no
bolo, integrando-se ainda mais ao
pinochetismo. O “problema”, que é
posições de representação popular por
realmente enorme, é que o imperialismo
5 anos “;
joga e que a crise do grande capital é
8. “Condições iguais na seleção de
enorme. Portanto, é a mesma política
publicidade televisiva e financiamento
típica de “frente popular” (de governo
básico para todas as aplicações”.
conjunto com setores da burguesia)
que já vimos para onde levou o povo
No capítulo III, entradas e
chileno no governo de Allende e em
fechamentos:
várias outras dezenas de casos. Mas,
1. Referendo de entrada. Fechado:
na atual situação política, é muito pior,
março;
porque é uma política do imperialismo
2. Eleição de constituintes. Fechamentos
para manter o pinochetismo e apertar
que não sejam municipais;
os regimes políticos da região com
3. Encerramento da Constituição
o objetivo de aumentar os saques e
da Assembleia Constituinte. Sessão
estabilizar as taxas de lucro.
máxima por ano, com um período de
três meses;
Sobre o “democratismo pinochetista”
4. Referendo para os doentes;
5. Redação final. Mais 1 mês;
A política da Assembleia Constituinte
6. Plebiscito de ratificação. 1 mês
“democrática” do pinochetismo
depois.
também é aceita por outros setores,
além do PCCh. Um desses líderes
Essa é a política típica da esquerda
chegou a dizer que “a proposta de
pequeno burguesa
incapacidade para aqueles que agora
são parlamentares ou ocupam cargos de
Esse é o modelo de ‘constituindo’ para
alto nível no governo, para que a casta
compor a Assembleia que é convocado
política - com exceções honrosas que
pelas atuais estruturas pinochetistas,
são sacrificadas - participe altamente
que mantém o Congresso de Piñera e o
condicionada”, “incapacidade dos
pinochetismo até o final dos mandatos,
eleitores para exercer cargos elegíveis
que mantém a atual base distrital, que
cinco anos depois”, “enviam um
favorece a força do poder econômico e
sinal cultural no sentido da política
político do imperialismo e da direita.
como serviço público”, “paridades e
Delegados de bairros e trabalhadores
plurinacionalidade”, “vários mais e
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mais, todos bem concebidos”. “Como

fazer? Primeiro, lute e pressione forte
para redefinir os tempos. De qualquer
forma, é difícil, pois além disso pode
haver fadiga e deflação, além de perigo
repressivo e recomposição da direita.
Você caminha por um caminho difícil”.
Esse é o democratismo pequeno-
burguês mais típico, que nas condições
concretas e atuais do Chile é o
“democratismo pinochetista”.
O exército está nas ruas, com roupas
civis e carros sem placas, com muitas
medidas repressivas. A repressão
brutal gera um sentimento ambíguo.
As pessoas têm medo da repressão e
só vão embora se estiverem seguras
em qual direção tomar. O que está
prejudicando o protesto é em parte a
repressão, mas acima de tudo a traição
da esquerda pequeno-burguesa.
A existência de seis ou sete propostas
confunde as pessoas. E esse papel
é precisamente o que a pequena
burguesia se prestou a fazer. A política
neste momento deve ser simples e
clara.
pequena burguesia e explicar às massas uma terceira guerra mundial. mesmo porque não há um conselho
A esquerda revolucionária deve
e principalmente à classe trabalhadora É por isso que a política é o fator que possa concordar em manter as
denunciar vigorosamente a política
que essa manobra visa interromper o fundamental. E ainda mais fundamental estruturas do pinochetismo.
traiçoeira da pequena burguesia, da
movimento com uma composição mais é que ela deve ser expressada em Com os setores pequeno-burgueses
capitulação ao pinochetismo. É preciso
densa de pinochetismo. Para quebrar palavras de ordem fortes, alinhadas da Unidade Social, nenhum progresso
dizer claramente que a repressão
o pinochetismo, devemos pôr um fim com o estado de ânimo das massas. adicional pode ser feito na discussão
também liquidará o democratismo
às forças armadas pinochetistas, às devido a seus próprios interesses de
pequeno-burguês, que o pinochetismo
AFPs e a todos os acordos impostos Devemos atuar na Unidade Social? classe. Na prática concreta, pode-se
está sendo usado hoje para derrotar
pelo imperialismo contra a soberania progredir enquanto as contradições
brutalmente as massas amanhã,
nacional. O governo Piñera deve ser A Unidade Social faz parte do com o pinochetismo forem mantidas,
impondo um novo golpe militar ao
substituído imediatamente e não em movimento, não é o movimento, mas porque, se elas obtiverem seus encargos
estilo Pinochet, porque essa é a política
um ano. reúne mais de 210 organizações sociais no “regime democrático burguês
do imperialismo em crise.
A posição de que “o restante dos e sindicais e, portanto, tem muita pinochetista”, essa pequena esquerda
A tarefa colocada para os
outros tópicos pode avançar nos fatos”, influência no movimento de massas. burguesa será a primeira a quebrar
revolucionários é fortalecer a política
na realidade, será difícil quando a Os revolucionários devem estar lá para o movimento. Dado o aumento da
revolucionária com muita energia,
esquerda pequeno-burguesa tiver denunciar e avançar nessa via o máximo pressão do imperialismo, em breve,
deslindando claramente os campos e
atingido os seus objetivos. Seu papel é possível e obter vínculos e confiança ela também vai querer acabar com
abrindo claramente a perspectiva de
justamente esse, integrar-se ao regime, dos líderes e militantes que se destacam qualquer movimento.
vitória para a classe trabalhadora e as
conter e trair o movimento de massas, na luta. A condição dos revolucionários Quando o levante popular começou,
massas.
principalmente depois deste ter sido para atuarem na Unidade Social é a a esquerda pequeno-burguesa estava
utilizado para seus propósitos. absoluta independência para expor muito mais direitizada. A esquerda
Até onde pode ir a Unidade Social?
A política do imperialismo é usar seus pontos de vista, levá-los às massas, revolucionária foi para as bases e alguns
a esquerda para enfraquecer o ter suas próprias publicações, e com líderes, sob a pressão do movimento,
Há uma avaliação de que “esse
movimento e, mais tarde, quando o absoluta liberdade de crítica. como sempre acontece, se voltaram
documento é o máximo que podemos
conseguir, quebra-lo definitivamente. A atuação nos territórios no momento para a esquerda.
avançar na Unidade Social sem quebrá-
Essa é uma política de vida ou morte é o ponto forte de tudo, mas, ao Devemos permanecer na Unidade
lo sobre a Assembleia Constituinte.
para o imperialismo, porque depende mesmo tempo, é necessário aumentar a Social, com total liberdade de crítica,
Não haverá mais progresso com eles. ”
dela para estabilizar a taxa de lucro participação no movimento operário e e só sair quando a Unidade Social
A esquerda pequeno burguesa está
mundial com o aumento dos saques em na juventude estudantil. perder o controle das massas ou formos
aplicando seu programa. E tudo
toda a América Latina. E com base nisso, A proposta oportunista da esquerda expulsos. Neste caso, eles devem pagar
depende da correlação de forças.
militariza as sociedades, controla toda pequeno-burguesa será levada aos o preço político da expulsão. Como
A esquerda revolucionária pode
a região com sangue e fogo, incluindo Cabildos, em condições de que o Lenin disse muito claramente no
não ter força para impor políticas
a Venezuela, ganha músculos, expulsa governo Piñera tem aumentado a famoso livro sobre o Esquerdismo,
revolucionárias hoje, mas deve
russos e chineses e prepara-se para a repressão contra a esquerda pequeno os revolucionários precisam atuar em
denunciar cada uma das manobras
verdadeira saída imperialista da crise: burguesa. Os revolucionários devem todas as organizações de massa onde
dos vários setores da burguesia e da
uma guerra em larga escala, se possível agir para que os conselhos a rejeitem, estiverem a classe trabalhadora e as
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massas.
Os pequeno-burgueses discursam em
posições definidas no “democratismo
pinochetista”. Mas, na medida em que
avançam, também estão relacionados
à força do movimento de massas e
à possibilidade concreta de serem
excedidos.
As direções burocráticas precisam
canalizar o movimento de massas para
seus interesses. Portanto, e por causa
da brutalidade da repressão de Piñera,
elas ainda estão discutindo o convite de
Piñera e ainda não há acordo, embora
o PCCh tenha procurado subterfúgios
para ir a uma reunião com o Ministro
do Interior.
Para disputar o movimento de massas, é
necessário disputar sua liderança com a
política revolucionária. Sua elaboração
começa com uma compreensão clara
e objetiva da situação política e da
relação entre as forças políticas, como
expressão da luta de classes. A partir
daí, a tática política deve ser expressa
como um componente da estratégia
e ser claramente expressa em slogans
alinhados com o humor das massas.
Tudo o que a esquerda pequeno
burguesa faz de positivo deve ser
apoiado. E todas as traições devem ser
denunciadas com energia.
A palavra de ordem “Nem negociação
com pinochetismo, nem esquecimento.
Justiça!” é positiva e deve ser
complementada. 2) Deslindar os campos. Deixar claro o a vender a luta por quatro moedas,
haverá um grande salto qualitativo
É verdade que mais da metade da que representa uma política pequeno- como sempre acontece, e através de
global. Desenvolver políticas com
população já está cansada. Os níveis burguesa; mil desculpas e justificativas para
grande precisão e não para a vanguarda,
de repressão são muito brutais e nem 3) Combater politicamente as posições encobrir os interesses materiais. Esse
mas para o movimento de massas. A
sempre há o registro de todo o horror pequeno-burguesas e defender setor simplesmente reflete a influência
política deve ser expressa em palavras de
que as pessoas experimentam. Não é decisivamente a política proletária da burguesia, por meio de uma política
ordem muito claras. Mas essas palavras
tão óbvio que essas pessoas não saiam revolucionária. Isso parece simples e pequeno-burguesa. É esse setor que
de ordem não devem ser armazenadas
às ruas, o que sempre aconteceu, mas óbvio, mas não é. Devido à pressão do desmoraliza e gera fadiga, com sua
em uma gaveta. Elas devem ser o motor
muita repressão em uma situação de imperialismo, os setores mais covardes burocracia, oportunismo, sabotagem e
da luta, qualquer que seja o norte etc.
ascenso de massas, sempre atuou como tendem a aparecer a partir do centrismo. sua política pequeno-burguesa.
abafador de gás. Foi justamente esse fenômeno social o Devemos avaliar as organizações
Para que a esquerda revolucionária não que liquidou com a esquerda mundial. Perspectivas da luta no Chile
políticas em bloco?
seja apenas uma minoria ativa, muito É necessário separar claramente a
mais fácil de reprimir, é necessário fadiga física da fadiga política. O 1) Há um impasse como em
A existência de dois setores principais ou
manter e aumentar o trabalho de cansaço físico se resolve descansando toda a América Latina. O movimento
políticos se dá em todas as organizações,
agitação e propaganda com os slogans e, principalmente, encorajando os de massas ainda está em ascensão.
como reflexo da luta de classes. De fato,
corretos, mas deixar que as massas militantes a fazerem o melhor nesta O que pode confundir é que já dura
o normal é que existam três setores:
decidam o que querem fazer. É preciso reta final já que virão as festas natalinas cinco semanas, apesar das enormes
um mais proletário/revolucionário, um
expor as coisas claramente com seus e o mais provável é que as coisas pressões para quebra-lo. Mas também
mais influenciado pela burguesia e com
prós e contras, e sem mentiras. E que desacelerem. há um impasse em toda a região e
maiores tendências ao oportunismo
cada setor político pague o preço de O cansaço político vem da falta de até no mundo. A classe trabalhadora
e um terceiro, ainda mais perigoso, o
suas posições políticas de traições, perspectivas, da contaminação pelo não foi derrotada. O imperialismo
centrismo, que oscila entre os dois.
principalmente de suas capitulações. oportunismo da burocracia. O antídoto sofre enormes contradições devido
Nas organizações de esquerda, mesmo
contra isso é a luta política firme, a a revolucionária, há claramente um à intensificação da crise do sistema
Como tratar o cansaço dos ativistas? partir da direção. Fazer análises claras capitalista, que avança a passos largos
setor abertamente oportunista e
e precisas baseadas nas contradições pequeno-burguês, que é “mais político” rumo ao maior colapso da história.
1) Identificar o problema político; internas, considerando o todo e que 2) Devemos levantar muito alto as
no sentido de que é mais propenso
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bandeiras que dão saída ao povo
chileno, bem como a todos os
trabalhadores latino-americanos.
No caso do Chile, a luta pelo fim do
pinochetismo, das forças armadas
pinochetistas, da Constituição de 1980,
do governo Piñera e do Congresso
pinochetistas é um objetivo estratégico,
mesmo que não possa ser viabilizado
imediatamente. Também é preciso
exigir o fim das AFP (Associação de
Fundos de Pensões) e da privatização
da educação e da saúde.
3) Uma Constituinte nos moldes, de
acordo com as estruturas básicas, do
pinochetismo não apenas representa
a política da pequena burguesia,
mas é uma política projetada para
impor uma mudança de regime sem
mudar nada que seja fundamental.
A esquerda pequeno-burguesa
quase tem um orgasmo quando vê a
possibilidade de conquistar alguns
deputados e aumentar sua fatia no bolo
pinochetista. Ela não se importa se as
massas não terão praticamente nada
resolvido. É natural. Mas, nas condições
do Chile, isso é muito sério, porque
objetivamente implica em maquiar o
Pinochetismo, com doses cosméticas
um pouco mais carregadas do que a
Constituição Piñera, mas mantendo
como um denominador comum a
manutenção do Pinochetismo como o
principal instrumento do imperialismo
na América Latina..
4) O imperialismo está desesperado
para resolver esse problema porque gera
um efeito contagiante em toda a região.
A revolta popular na Colômbia ou as
eleições no Uruguai foram fortemente
influenciadas pelo Chile. Existem
muito mais contágios. A situação atual
representa apenas o aperitivo do que
virá no próximo período, impulsionado
pelo colapso capitalista mundial.
5) A política revolucionária deve
distinguir claramente a política
estratégica das políticas táticas, que
devem ser orientadas ao movimento
de massas e não à vanguarda, e se
expressar em palavras de ordem
claras. A flexibilidade tática implica
defender com grande energia tudo
o que faz o movimento se mover na
direção da derrota do pinochetismo,
lutando com grande energia contra
todos os entraves e sabotagens. A
elaboração da tática requer uma
compreensão clara das forças sociais
que estão em luta e a definição clara da
etapa política. Isso é crucial para não
adotar táticas erradas ou confundir
estratégia e tática. Aceitar a política
da Constituinte e, ao mesmo tempo,
manter as estruturas fundamentais
do pinochetismo é um erro muito
grande, mesmo porque isso visa
desmobilizar as massas para preparar
um ataque brutal a seguir, quando o
movimento de massas se enfraquecer.
Obviamente, os consultores europeus,
que têm muita experiência em políticas
contrarrevolucionárias, devem ter
desempenhado um papel importante
na tentativa de impulsionar essa
política. E não se trata simplesmente
de infiltrações policiais, que não são
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descartadas, mas de uma política para
enfraquecer e, subsequentemente,
derrotar o movimento. Os
revolucionários devem denunciar esse
tipo de manobra com uma política clara
e não sectária que deve ter como eixo
denunciar o pinochetismo e pressionar
os oportunistas a lutar, mostrando
às massas quem são os combatentes
consequentes. Isso é muito importante,
porque essa experiência pode
fortalecer o núcleo de uma organização
revolucionária regional, para começar.
Nem negociação com
pinochetismo, nem esquecimento.
Justiça!
Fim das forças armadas
pinochetistas assassinas!
Não às AFPs!
Todo o poder para os Conselhos e
as Coordenadoras!
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Petroleiros: greve fake

Isso mesmo, não existe só fake news,
a burocracia sindical inventou a greve
fake. Com funciona? É uma greve que
não atrapalha a produção e nem a
distribuição. Foi assim que a Federação
Única dos Petroleiros (FUP) convocou
nesta última semana uma greve por
tempo determinado, por 5 dias, com
ênfase dada no site da entidade que a
“paralisação” não prejudicaria nem a
produção e nem a distribuição. Mas
pasmem, mesmo assim, no terceiro dia
encerraram a greve. Essa burocracia
sindical só pode estar de brincadeira
com os trabalhadores da Petrobras.
Está virando moda, como dizem lá no
centro do Brasil, as duas Federações
dos Petroleiros marcarem greve e
desmarcar faltando um dia. Marcar
greve para o sábado. Fingir que está
mobilizando.
Foi só o Tribunal Superior do
Trabalho (TST) autorizar a empresa
a suspender o repasse de verbas para ouvidas, filmadas, anotadas e gravadas. bases materiais. A burocracia sindical do empoderamento dos dirigentes e o
a FUP e sindicatos que a burocracia Uma coisa é fazerem isso na surdina, é uma força material que para manter uso das massas para alcançar benefícios
caiu de joelhos. Apesar dos ataques podem ter problemas, outra coisa é seu modo de vida é até capaz de matar. pessoais.
às conquistas dos trabalhadores, fazerem isso amparados em uma lei, Então, não fica difícil de imaginar as
intenso assédio moral e a privatização como quer o PL 2.418/2019 com a negociatas com a direção da empresa, A saída é o que nos olha
da empresa os pelegos não preparam gravação de todas os diálogos feitos com o governo e até com o imperialismo
nenhuma mobilização de verdade. Será nos aplicativos eletrônicos como o para manterem o controle dos aparatos Está claro que a burocracia sindical
que será necessário escrever isso no WhatsApp. e consequentemente do movimento das 14 centrais e desses milhares
céu? O governo já fez uma forte investida dos trabalhadores. de sindicatos não quer organizar
sobre os sindicatos retirando o imposto A marcação da greve sem afetar a a luta. A mobilização dos milhões
É como se estivessem num sindical que era a principal fonte de produção e a distribuição parece ser de trabalhadores brasileiros pode
campo de golfe recursos dos aparatos. Cumpriu- uma manobra astuta, mas não é. O fato mudar de fato o caos que se tornou
se a velha reivindicação cutista, é que a burocracia encontra-se acuada, a vida de cada um com os ataques
Como se a burocracia estivesse num autossustentação financeira, não por cercada por todos os lados, e ela tem promovidos pelo imperialismo
campo de golfe por mera distração. uma luta de resistência, mas pelas mãos medo de um movimento forte da aos direitos dos trabalhadores. Só
A burocracia fala do inferno, mas da direita que soube tocar no ponto categoria em que perca o controle. Ela grandes manifestações de rua, com a
age como se estivesse no mundo de frágil da burocracia sindical e colocá- tem medo que o governo e a empresa organização de uma greve geral por
Polyana, arriscando inclusive a sua la ainda mais sob controle negando-lhe lhe tire os meios materiais, enfim, é tempo indeterminado, podem colocar
própria existência. Ela não se dá conta a autonomia. A autonomia é um ato uma burocracia fraca que não tem o governo na defensiva, como vem
de que estamos em meio ao maior de conquista e não uma liberalidade controle praticamente de nada, por isso acontecendo no Chile.
processo golpista do Brasil e que burguesa. tenta se manter ligada ao movimento Uma greve nacional dos petroleiros
já entramos em Estado de exceção. Mas os ataques da direita não vão dos trabalhadores e ao mesmo tempo poderia levar a uma pressão na base
Enquanto são levantadas cortinas de parar por aí, o objetivo é criar amplas intenta não colocar o governo em de outras categorias para também
fumaça a respeito da retomada do camadas de trabalho precarizados com xeque. entrarem em luta, a burocracia sindical
Ato Institucional nº 5 (AI-5), de fato, os direitos mínimos da carteira verde- A greve fake é uma modalidade que sabe disso e por isso faz todos os tipos
no mundo real um verdadeiro Ato amarela, senão a absoluta informalidade vem sendo praticada há algum tempo, de firulas e maquiagem para barrar essa
Patriótico “Tabajara” (PL 2.418/2019, e a destruição de qualquer forma de semeadora de derrotas que tem levado luta.
PL 3389/2019, Decreto 10046/2019, resistência estruturada coletivamente. os trabalhadores brasileiros a terem
PL 3389) está sendo aprovado sem que
um dedo se levante para denunciar no
É até bizarra a postura da burocracia uma média salarial muito baixa e, Acorda petroleiro!
sindical diante disso. consequentemente, em termos gerais,
Congresso Nacional. Inclusive toda a temos um país com uma das maiores
Chega de greve fake!
esquerda tem capitulado, faltando às O sussurro da derrota desigualdades sociais do mundo. Chega de pelegos nos
votações e silenciando-se a respeito.
Estamos diante de um Estado de
Mas estamos tratando ainda apenas A burocracia sindical é vacilante e sindicatos!
do lado mais superficial do problema, fala entre os dentes, em formato de
Controle Total, todos os dados pessoais por incrível que possa parecer. O sussurros, sempre em disfarces, mas
e até a intimidades das pessoas são verdadeiro sentido de tudo está nas se guia por uma política oportunista