Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
net/publication/337674165
CITATIONS READS
5 187
1 author:
SEE PROFILE
Some of the authors of this publication are also working on these related projects:
POLÍTICAS PÚBLICAS, MORADIA, SANEAMENTO E MOBILIDADE: UMA ANÁLISE PARTICIPATIVA DO PAC FAVELAS NA PERSPECTIVA DA PROMOÇÃO DA SAÚDE E DA JUSTIÇA
AMBIENTAL. View project
All content following this page was uploaded by Marcelo Firpo Porto on 02 December 2019.
Artigo Article
emancipação social para reinventar a saúde coletiva
Abstract The article proposes a reinterpretation Resumo O artigo propõe uma leitura da cri-
about the health crisis within a broader crisis of se da saúde no interior de uma crise mais ampla
utopias and the need to reinvent social emanci- das utopias e da necessidade de reinventarmos a
pation that can show us realistic paths of hope emancipação social que indique trilhas realistas de
from the present. For this purpose, we propose the esperanças a partir do presente. Para isso propo-
association of four types of justice: social, health, mos a articulação de quatro tipos de justiça: social,
environmental and cognitive. The two first ones sanitária, ambiental e cognitiva. As duas primei-
are well known in critical thinking and collec- ras são bem conhecidas do pensamento crítico e da
tive health, and the last two extend the unders- saúde coletiva, e as duas últimas ampliam o en-
tanding of the crisis in its civilizing, ethical, and tendimento da crise em sua natureza civilizatória,
planetary aspects, marked by the contradictions ética e planetária, marcada pelas contradições e
and destructive potential of Eurocentric, Western potencial destrutivo da modernidade eurocêntrica,
and capitalist modernity. The social is considered ocidental e capitalista. O social, na perspectiva as-
inseparable from the ecological, ontological, and sumida, é considerado indissociável das dimensões
epistemological dimensions in the interface be- ecológicas, ontológicas e epistemológicas que mar-
tween ethics, politics, science and social transfor- carão os grandes embates na interface entre ética,
mation related to the various crises and the neces- política, ciência e transformação social em tempos
sary civilizational transition. The article is based de acirramento das várias crises, surgimento de
on contributions from three fields of knowledge: distopias e necessária transição civilizatória. O ar-
collective health, political ecology and postcolo- tigo se apoia nas contribuições de três campos do
nial approaches, especially the Epistemologies of conhecimento: a saúde coletiva, a ecologia política
the South, as presented by Boaventura de Sousa e as abordagens pós-coloniais, em especial as epis-
Santos around the reinvention of social emanci- temologias do Sul de Boaventura de Sousa Santos,
pation. Finally, we propose some brief reflections em torno da reinvenção da emancipação social. Ao
1
Núcleo Ecologias,
Epistemologias e Promoção for collective health to produce alternatives on final propomos breves reflexões para que a saúde
Emancipatória da Saúde topics such as economic, scientific and technologi- coletiva produza alternativas sobre temas como
(Neepes), Escola Nacional cal development, health promotion, surveillance, desenvolvimento econômico, científico e tecnológi-
de Saúde Pública Sérgio
Arouca, Fiocruz. R. and care. co, promoção, vigilância, atenção e cuidado.
Leopoldo Bulhões 1480, Key words Social crisis, Collective health, Envi- Palavras-chave Crise social, Saúde coletiva, Jus-
Manguinhos. 21041-210 ronmental justice, Cognitive justice, Epistemolo- tiça ambiental, Justiça cognitiva, Epistemologias
Rio de Janeiro RJ Brasil.
mfirpo2@gmail.com gies of the South do Sul
4450
Porto MFS
e foi construída por grupos políticos, empresa- esquerda quanto aos riscos do relativismo cultu-
riais e acadêmicos cuja Escola de Chicago é seu ral pós-moderno e consequente alienação social.
maior emblema. Naomi Klein11 mostra como o Como a grande maioria dos cientistas sociais
neoliberalismo foi previamente experimentado contemporâneos, Fraser reconhece a relevância e
em condições particulares de crise e violência, o caráter emancipatório dos novos movimentos
como a ditadura Pinochet no Chile, antes que al- sociais, como o antirracismo, feminismo, movi-
cançasse o poder nos anos 1980 com as eleições mentos LGBTQI+ e de grupos étnicos presentes
de Reagan nos EUA e Thatcher na Inglaterra. principalmente no Sul Global. Contudo, para
Pelo menos duas dimensões podem ser desta- Fraser diversos movimentos da chamada nova
cadas na crise da justiça social em curso: (i) eco- esquerda tenderam a se afastar progressivamente
nômica, relacionada ao aumento do desemprego, da crítica ao capitalismo e o desafio implicaria a
da concentração do poder político e econômico superação do dualismo entre o político/econô-
das classes mais ricas, das grandes corporações mico e o cultural. O caminho passaria por um
transnacionais e do capital financeiro que passa trabalho analítico e pragmático nas fronteiras en-
a circular sem fronteiras ou restrições no merca- tre economia e política, produção e reprodução,
do global; (ii) política e democrática, relacionada sociedade e natureza.
à incapacidade do Estado (executivo, legislativo e A resposta que este artigo fornece aos desa-
judiciário) em defender diversos direitos sociais e fios colocados pelas duas vertentes corresponde
humanos reconhecidos após a II Grande Guerra, às justiças ambiental e cognitiva como estratégia
sendo aprisionado ao pensamento único pelas de reinvenção da emancipação.
forças de mercado e midiáticas.
A crise política expressa a fragilização das de- Crise ecológica e justiça ambiental:
mocracias representativas que favorece o poder desenvolvimento econômico,
econômico e reduz a participação direta de cida- mercantilização e destruição da vida
dãos e organizações que classicamente atuaram
pela justiça social, como sindicatos de trabalha- Embora autores ecomarxistas como O´Con-
dores. Alguns autores, desde os anos 1990, vêm nor13 e Foster14 tenham indicado, como Marx já
alertando para os processos neoliberais que con- previa em seus trabalhos, a ruptura metabólica
duzem à anulação da política10-12, substituída por das economias capitalistas, apenas nas últimas
processos decisórios tecnocráticos e totalitários, décadas teóricos vinculados tanto ao pensamento
o que permitiu a expansão de formas de manipu- liberal como crítico passaram a dedicar atenção
lação de informações propiciadas pela mídia he- ao significado e gravidade da crise ecológica15.
gemônica e, nos últimos anos, pelas redes sociais. Dentre eles destaca-se Nikolas Georgescu-Ro-
Destacamos duas vertentes analíticas sobre egen, considerado o principal precursor da econo-
a atual crise da justiça social provenientes de mia ecológica16, a qual se diferencia de economia
intelectuais críticos estadunidenses. Para David ambiental baseada na economia neoclássica. Em
Harvey9, a crise atual reflete três contradições seus trabalhos produzidos no pós II Guerra, ele
do capitalismo: as fundamentais, presentes em afirmava que a sustentabilidade de qualquer eco-
qualquer época ou lugar onde o capitalismo é nomia deveria confrontar seus processos de pro-
hegemônico, como propriedade privada, capital dução e consumo com as leis da termodinâmica e
e trabalho; as mutáveis, que se adaptam às cir- os processos ecológicos de equilíbrio da natureza
cunstâncias e características onde se insere, como que fornecem suporte à vida17. A economia e in-
tecnologia, descartabilidade do trabalho, graus dústria modernas dos últimos dois séculos, ao se
de competição, desigualdade, geopolítica, recur- pautarem na contínua extração de recursos natu-
sos naturais, liberdade e dominação; e por fim, as rais e fontes de energia não renováveis, geravam
perigosas são aquelas que possuiriam o potencial um metabolismo social insustentável. Isso resul-
de levar o capitalismo ao seu fim, como o cresci- taria na expansão de processos entrópicos desor-
mento infinito, a relação com a natureza e a alie- ganizadores da vida, em oposição aos sintrópicos
nação universal. Nessa perspectiva, a crise atual ou negentrópicos que constroem, organizam e
expressaria uma ampliação das contradições pe- regeneram a vida, o que viria a afetar diferentes
rigosas, sendo seu lado assustador a tênue linha ciclos relacionados aos solos, águas, ar e ao clima,
entre o fim do capitalismo e o fim da própria hu- afetando ecossistemas em escalas locais e planetá-
manidade e natureza tal qual a conhecemos. rias. O extrativismo e o consumo não circular de
A outra vertente é trabalhada por Nancy materiais e energias de bases finitas e altamente
Fraser8, ao lidar com questões que preocupam a poluentes elevariam o potencial entrópico.
4453
economia. No caso brasileiro, isso resulta na ex- reinvenção das utopias é ultrapassar a fragmenta-
pansão do agronegócio com seus monocultivos ção das lutas dos vários grupos sociais oprimidos,
de grande extensão, e da mineração que destrói sejam trabalhadores, negros, indígenas, campo-
ecossistemas para explorar jazidas finitas. Dessa neses, mulheres e comunidades LGBTQI+.
forma, reduzem a importância de outros setores Todas as abordagens pós-coloniais baseiam-
com maior potencial de gerar valor agregado, se em pelo menos duas perspectivas. Primeiro, a
ciclos socioeconômicos mais sustentáveis e com crítica à imposição da modernidade eurocêntrica,
menor impacto ambiental. ocidental e capitalista como superior às alterna-
As lutas por justiça ambiental também enten- tivas existentes no chamado Sul Global. Trata-se
dem que as desigualdades e os conflitos ambien- de uma metáfora do conjunto de povos e regiões
tais estão relacionados não apenas a questões de periféricas ao sistema-mundo capitalista24 que
classe social, incluem dimensões raciais, étnicas e continuam a sofrer os efeitos do colonialismo,
de gênero. Isso permite articular a questão eco- mesmo com o fim das colônias. Suas cosmovisões
lógica com o racismo ambiental contra negros, e saberes são considerados primitivos e descartá-
indígenas, outros povos e etnias, ou ainda a vio- veis, ou no máximo como expressões culturais,
lência contra as mulheres. artísticas e religiosas subjetivas e exóticas.
Os movimentos por justiça ambiental for- A segunda perspectiva aponta para a relação
mam um amplo mosaico de possibilidades e indissociável entre dimensões ontológicas (ex-
orientações, dependendo como a crítica ao mo- pressões do ser humano, seja o que promove ou
delo de desenvolvimento e questões raciais, étni- degrada a humanidade), epistemológicas (expres-
cas e de gênero sejam incorporadas, e muitas ve- sões do conhecimento, que nas sociedades mo-
zes estabelecem pontes importantes com a quarta dernas resultam na concepção da superioridade
justiça que completa nossa proposta, a justiça científica por sua pretensão de universalidade,
cognitiva, que será discutida a seguir. objetividade e neutralidade) e políticas (expres-
sões do poder, seja por via da dominação ou da
Justiça cognitiva: a irredutibilidade emancipação). Mesmo reconhecendo seu im-
das dimensões ontológicas portante papel, a ciência moderna e ocidental é
e epistemológicas para a emancipação social questionada pelo seu atrelamento aos processos
de dominação capitalista e a exclusão de outros
A justiça cognitiva possui sua origem teórica saberes. As abordagens pós-coloniais abrem um
e política nas chamadas abordagens pós-colo- amplo leque para desconstruções e alternativas
niais constituídas por um amplo e diverso con- para que as lutas sociais incorporem a dimensão
junto de autores provenientes da Ásia, África e epistemológica e apontem novas possibilidades e
América Latina23. Em nossa proposição, a ideia processos de emancipação, copresença e coexis-
de justiça cognitiva complementa e complexifica tência, os quais têm sido denominados por dife-
as três justiças anteriores, fornecendo bases para rentes nomes, como descolonização do saber e do
construção de uma nova utopia que enfrente ar- poder, e giro decolonial23. Em sua proposição ori-
ticuladamente o capitalismo, o colonialismo, o ginal pelo sociólogo indiano Shiv Visvanathan25, a
racismo e a violência que geram exclusões radi- justiça cognitiva buscou analisar as consequências
cais. Ao mesmo tempo, a justiça cognitiva destaca destrutivas da ciência ocidental hegemônica sobre
os limites da ciência moderna e sua necessidade os países considerados “não desenvolvidos”, cujas
de ser confrontada por meio de diálogos entre di- cosmovisões, culturas e saberes são vistos como
ferentes sistemas de conhecimentos que possam barreiras à modernidade e ao desenvolvimento.
contribuir para um mundo mais sustentável, Os sistemas de conhecimentos do Sul Global
equitativo e democrático. encontram-se fora dos paradigmas reconhecidos
Nossa visão de justiça cognitiva apoia-se for- pela epistemologia dominante, sendo tratados
temente na experiência de cooperação junto ao como ‘senso comum’, ignorância, atraso, supers-
CES/Universidade de Coimbra, cujo Diretor, Bo- tição ou mito, embora estejam profundamente
aventura de Sousa Santos, sistematiza sua obra na vinculados aos sentidos da existência comunitá-
proposição das Epistemologias do Sul5. Sua prin- ria em diferentes dimensões. Por exemplo, exis-
cipal contribuição é repensar alternativas para a tem vários saberes não científicos relacionados a
emancipação social no enfrentamento dos três ei- concepções, filosofias e práticas envolvendo na-
xos de dominação, o capitalismo, o colonialismo tureza, trabalho, meios de subsistência, relações
e o patriarcado. Diversas lutas sociais caminham sociais e interpessoais, saúde e espiritualidade.
de forma desarticulada, e o principal desafio da Portanto, a proposta de uma justiça cognitiva
4455
incluindo inúmeras expressões artísticas que hu- cação da emancipação social tem por desafio rea-
manizam e aumentam a capacidade de agencia- linhar o fio da meada perdido pelo divórcio entre
mento dos sujeitos excluídos. economia, tecnociência, natureza e sociedade.
Georgescu-Roegen16 observou há cerca de Embora desprezada pela ciência materialista,
meio século, na construção da economia ecoló- a espiritualidade pragmática assumida por dife-
gica, algo que vários sábios tradicionais orientais rentes povos estão na base da sabedoria que pro-
e indígenas já vinham alertando como grande duz sentidos e constrói pontes entre o exterior e
ameaça desde a invasão de seus territórios pelos o interior, o imanente e o transcendente, o pen-
ocidentais com suas economias, tecnologias e ar- samento e o afeto. Trata-se de dar continuidade
mas. Trata-se da ruptura com a natureza e com a ao pensamento emancipatório de Paulo Freire30
noção de espiritualidade de diversas cosmologias e Orlando Fals-Borda31, incorporando dimen-
consideradas primitivas e atrasadas pela moder- sões epistemológicas em sua relação com a vida,
nidade. Para tais sábios, a chegada da moderni- a ecologia, a saúde e a espiritualidade. Isso deve-
dade resultaria na destruição dos rios, florestas, ria implicar uma abertura para que a reinvenção
animais e, por fim, dos próprios humanos. Esse da emancipação social dialogue com elementos e
tempo parece ter chegado com o antropoceno19, experiências perceptivas, afetivas e culturais pre-
e a construção de novas utopias com a ressignifi- sentes em inúmeras sociedades do Sul Global.
4457
1. Paim JS. Reforma Sanitária Brasileira. Contribuição 20. Martinez-Alier J, Anguelovski I, Bond P, Del Bene
para a compreensão crítica. Salvador: EDUFBA, Rio D, Demaria F, Gerber J-F, Greyl L, Haas W, Healy H,
Janeiro: Fiocruz; 2008. Marín-Burgos V, Ojo G, Porto M, Rijnhout L, Rodrí-
2. Nogueira RP, organizador. Determinação Social da guez-Labajos B, Spangenberg J, Temper L, Warlenius
Saúde e Reforma Sanitária. Rio de Janeiro: CEBES; R, Yánez I. Between activism and science: grassroots
2010 (Coleção Pensar em Saúde). concepts for sustainability coined by Environmen-
3. Núcleo Ecologias, Epistemologias e Promoção Eman- tal Justice Organizations. Journal of Political Ecology
cipatória da Saúde (Neepes). Apresentação e objetivos 2014; 21(1):19-60.
do Neepes [página na Internet]. Disponível em: nee- 21. Rolnik R. Guerra dos Lugares: A colonização da terra e
pes.ensp.fiocruz.br das moradias na era das finanças. São Paulo: Boitem-
4. Porto MFS, Martínez-Alier J. Ecologia política, eco- po; 2017.
nomia ecológica e saúde coletiva: interfaces para a 22. Porto MF, Rocha DF, Finamore R. Saúde coletiva,
sustentabilidade do desenvolvimento e para a pro- território e conflitos ambientais: bases para um en-
moção da saúde. Cad Saude Publica 2007; 23(Supl. foque socioambiental crítico. Ciên Saude Colet 2014;
4):S503-S512. 19(10):4071-4080.
5. Santos BS, Meneses MP. Epistemologias do Sul. 2ª ed. 23. Miglievich-Ribeiro A. Por uma razão decolonial: De-
Coimbra: Almedina/CES; 2014. safios ético-político-epistemológicos à cosmovisão
6. Santos BS. O Fim do Império Cognitivo. Coimbra: Al- moderna. Civitas 2014; 14(1):66-80.
medina; 2018. 24. Wallerstein I. Globalization or the age of transition? A
7. Polanyi K. A Grande Transformação. Rio de Janeiro: long-term view of the trajectory of the world-system.
Ed. Campus; 2000. Int Sociol 2000; 15(2):249-265.
8. Fraser N. Reenquadrando a justiça em um mundo 25. Visvanathan S. A Carnival for Science: Essays on scien-
globalizado. Lua Nova 2009; 77:11-39. ce, technology and development. London: Oxford Uni-
9. Harvey D. 17 contradições e o Fim do capitalismo. São versity Press; 1997.
Paulo: Boitempo; 2016. 26. Porto MF. Pode a Vigilância em Saúde ser eman-
10. Santos BS. A difícil democracia – reinventar as esquer- cipatória? Um pensamento alternativo de alterna-
das. São Paulo: Boitempo; 2016. tivas em tempos de crise. Ciên Saude Colet 2016;
11. Klein N. A doutrina do choque: a ascensão do capitalis- 22(10):3149‑3159.
mo de desastre. Rio de Janeiro: Nova Fronteira; 2008. 27. Fasanello MT, Nunes JA, Porto MF. Metodologias
12. Oliveira F, Paoli MC. Os sentidos da democracia: polí- colaborativas não extrativistas e comunicação: articu-
ticas do dissenso e hegemonia global. São Paulo: Vozes; lando criativamente saberes e sentidos para a emanci-
1999. pação social. RECIIS 2018; 12(4):1-19.
13. O’Connor M. Is capitalism sustainable? Political Eco- 28. Porto MF, Sena BM. Repensando alternativas em Saú-
nomy and the Politics of Ecology. Guilfort: New York; de do Trabalhador em uma perspectiva emancipató-
1994. ria. Rev Bras Saúde Ocup 2019; 44:e16.
14. Foster JB. A ecologia de Marx: materialismo e natureza. 29. Porto MF. Emancipatory promotion of health: contri-
Rio de Janeiro: Ed. Record; 2005. butions from Brazil in the context of the Global Sou-
15. Porto MF, Martinez-Alier J. Ecologia política, eco- th. Health Promot Int 2019; 34(Supl. 1):i56-i64.
nomia ecológica e saúde coletiva: interfaces para a 30. Freire P. Pedagogia da autonomia. Rio de Janeiro: Paz
sustentabilidade do desenvolvimento e para a pro- e Terra; 1996.
moção da saúde. Cad Saude Publica 2017; 23(Supl. 31. Fals Borda O. Uma sociologia sentípensante para Amé-
4):S503-S512. rica Latina. Bogotá: Siglo del Hombre Editores & Fla-
16. Georgescu-Roegen N. The Entropy Law and the Eco- cso; 2009.
nomic Process. Cambridge, MA: Harvard University
Press; 1971.
17. Georgescu-Roegen N. Energia e Mitos Econômicos.
Economia-Ensaios, Uberlândia 1971; 19(2):7-51.
18. Rockström J, Steffen W, Noone K, Persson Ä, Chapin
III FS, Lambin EF, Lenton TM, Scheffer M, Folke C,
Schellnhuber HJ, Nykvist B, Wit CA, Hughes T, Leeuw
S, Rodhe H, Sörlin S, Snyder PK, Costanza R, Svedin
U, Falkenmark M, Karlberg L, Corell RW, Fabry VJ,
Hansen J, Walker B, Liverman D, Richardson K, Crut-
zen P, Foley JA. A safe operating space for humanity.
Nature 2009; 461:472-475.
19. Steffen W, Crutzen J, McNeill JR. The Anthropocene: Artigo apresentado em 27/03/2019
are humans now overwhelming the great forces of na- Aprovado em 12/07/2019
ture? AMBIO 2007; 36(8):614-621. Versão final apresentada em 29/08/2019
CC BY Este é um artigo publicado em acesso aberto sob uma licença Creative Commons
View publication stats