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FICHAMENTOS
Loyola, MA. O lugar das Ciências Sociais na Saúde Coletiva. Saúde Soc., 21(1):9-14, 2012.
“Assim, a presença das ciências sociais e das ciências humanas na saúde coletiva,
mais do que importante, é a base mesma, o cimento que constitui e alicerça a
área”.
Diante disso, para ela, os termos “área, campo e disciplina” não são mutuamente
excludentes, tendo em vista que enfatizam significados diferentes e, portanto,
devem ser considerados em cada contexto de utilização.
Por fim, alguns desafios são colocados para o fortalecimento das ciências sociais
no campo da Saúde Coletiva:
Luz, MT. Especificidade da contribuição dos saberes e práticas das Ciências Sociais e
Humanas para a saúde. Saúde Soc., 20(1):22-31, 2011.
Com isso é inegável a ampliação “do ‘olhar humano e social’ nas biociências e na
medicina, mesmo na área da clínica e da cirurgia, é uma clara demonstração da
utilidade e do benefício que oferecem as ciências sociais e humanas em geral à
Saúde como área de conhecimento e de prática profissional”.
26 “Ao mesmo tempo pode-se observar, a partir do fim dos anos 1970, na América
Latina e na Europa, o forte movimento teórico, social e profissional da saúde
coletiva. Um novo campo de saberes e práticas interdisciplinar (na década
seguinte também transdisciplinar) iniciou seu caminho, indo além da Saúde
Pública ao tematizar não apenas doenças coletivas, como políticas públicas e
formas inovadoras de atendimento a pessoas e grupos, como modos de
comportamento, representações sociais e subjetividades de doentes; sobretudo, o
significado que pode ter para os sujeitos das políticas médicas: saúde e vida”.
“as ciências sociais são, nesse caso, um subcampo da saúde coletiva, com
atividade interdisciplinar de pesquisa, em que metodologias, abordagens
conceituais e olhar interpretativo são as ferramentas teóricas e metodológicas do
trabalho das ciências humanas na construção de objetos nesse campo”.
Ianni, AMZ. O campo temático das ciências sociais em saúde no Brasil. Revista de sociologia
da USP, 27(1):13-32, 2015.
Introdução
Identidade Histórica
As ciências sociais em saúde no Brasil têm uma origem que remonta à segunda metade
dos anos 60 do século XX, embora tenham raízes mais antigas, abrangendo diversas
disciplinas, como sociologia, antropologia, educação, história, geografia e folclore. Nesse
tópico o autor segue destacando os precursores e pioneiros, e usa a ideia de
"manifestações" literárias, como usada por Antônio Cândido, para descrever o estágio
inicial desse campo de conhecimento antes de sua sistematização e institucionalização
que ocorreu décadas mais tarde.
Os precursores
Os viajantes
O tópico destaca a contribuição de diversos viajantes e cientistas que exploraram o Brasil
desde o século XIX e se interessaram por questões que envolvia a saúde. Entre eles, José
Sigaud, médico e naturalista francês, que investigou a relação entre doenças, o ambiente
natural e a cultura brasiliera, inaugurando uma tradição de pesquisa sobre “doenças
nacionais”. Alphonse Rendu, outro médico francês, foi encarregado de inventariar as
doenças do Brasil, contribuindo para a geografia médica no Brasil.
Além disso, naturalistas como Johann Baptiste e Karl Friedrich também deixaram
informações sobre enfermidades no Brasil em suas viagens, buscando entender a natureza
e o “projeto civilizatório” em suas explorações.
Os folcloristas
A prática médica no Brasil até o século XIX, foi predominantemente influenciada pela
medicina popular devido à falta de formação médica adequada. É enfatiza, ainda, a
importância das medicinas indígenas, religiosas e populares na formação da medicina
brasileira, especialmente na antropologia médica.
O período dos anos 50 é indicado, marcado por ideias de modernização e progresso no
Brasil, que incluiu o "movimento folclórico" e o reconhecimento do folclore como um
campo científico. Mas seus membros foram mais reconhecidos por suas contribuições à
antropologia e sociologia do que por seu papel no movimento folclórico.
Os médicos cientistas-sociais
Nina Rodrigues, médica-cientista social no Brasil, foi reconhecida como uma figura
chave na escola de pensamento formada por Arthur Ramos e Afrânio Peixoto, embora
haja diferenças entre as gerações de pesquisadores desses médicos. Pioneiros na
antropologia em um momento em que não havia uma formação especializada nessa área.
Nina Rodrigues desempenhou um papel importante no processo de institucionalização da
medicina no início do século XX, contribuindo para o avanço da autonomia da categoria
médica e competindo com a tradição clínica que dominava a área até então.
Aborda o início das ciências sociais em São Paulo, especialmente na área de saúde
pública, destacando a presença da medicina popular e sua relação com a medicina
científica. Essas declarações foram parte do surgimento das ciências sociais como
atividade acadêmica na região, com ênfase na década de 1940 e 1950.
Os cientistas sociais desempenharam um papel fundamental nos estudos de comunidades
e na promoção da saúde preventiva no Brasil. Eles influenciaram a formação da
consciência sanitária e a intervenção em comunidades assistidas, incluindo a educação
sanitária como parte desse pensamento.
Figuras importantes nessas décadas no conhecimento da saúde no Brasil são Josué de
Castro, Gilberto Freyre e Alberto Guerreiro Ramos. Josué de Castro é reconhecido por
seus estudos em nutrição e alimentação, enquanto Gilberto Freyre foi sociólogo,
antropólogo e historiador. Alberto Guerreiro Ramos, por sua vez, encontrou problemas
sociais articulares, como a mortalidade infantil, com o desenvolvimento nacional.
Identidade Social
Identidade Cognitiva